AA-6 `ACRID' (R-40, R-46)

AA-6 Acrid é o codinome da OTAN para o míssil ar-ar russo R-40. Foi desenvolvido a partir de 1962 como um desenvolvimento do R-4 para equipar o MiG-25.As ameaças eram o XB-70, o B-52 e o B-1. Foi o primeiro míssil de Terceira Geração dos russo junto com AA-7 e AA-8. A versão com guiamento infravermelho é o R-40T
(Izedliye TG46)e a versão guiada por radar é o R-40R (Izdeliye RD46). Foram melhorados continuamente com o R-40D e R-46TD a partir de 1976 e o R-40DT1 e R-46RD iniciado 1983 com espoleta Bekas-2 e ogiva maior.

A versão com guiamento semi-ativo são vistos com pouca freqüência e apenas a versão infravermelha foi comercializado na década de 90. Foi visto equipando os Su-21 `Flagon', Su- 22 `Fitter', MiG-25 `Foxbat' e MiG-31`Foxhound'. O MiG-25 geralmente leva dois mísseis IR e dois com guiamento por radar.

O Acrid tem forma similar ao AA-3 Anab mas é muito maior, com quatro barbatanas de controle em delta no nariz, e asas deltas no meio do corpo com quatro barbatanas de controle traseiro. O comprimento é de 6,2m com 355mm de diâmetro e envergadura de 1,8m. A ogiva pesa 35kg e o peso total é de 472kg.

Quanto o piloto russo Viktor Belenko desertou em 1976 com um MiG-25 equipado com mísseis Acrid os russos tiveram que fazer uma versão com melhores contramedidas e sensor mais sensível para contrapor prováveis contramedidas criadas pelos ocidentais após testarem o míssil. Essa versão se chama R-40D, ou R-46 desenvolvida para o MiG-31, que pesa 467kg na versão IR enquanto a versão com radar com ogiva de 55kg pesava 472kg.

O Acrid tem exaustores laterais sugerindo que tem motor acelerador seguido de um motor de  sustentação. A velocidade máxima é tida como Mach 5. A estrutura de titânio e o radome de cerâmica permitem suportar as altas temperaturas atingidas nesta velocidade. Ao contrário de outros mísseis do mesmo tamanho o Acrid é disparado de trilho.

O Acrid foi projetado para alvos a médio alcance voando alto, provavelmente com comando de guiamento de meio curso ou inercial seguido de guiamento terminal semi-ativo e IR. Existe uma antena voltada para trás abaixo da cauda. Em uma interceptação a aeronave é direcionada para o alvo com datalink terra-ar. No alcance apropriado o piloto liga o radar e ilumina o alvo com onda contínua fase terminal após disparar os mísseis. No caso do MiG-25 é usado em conjunto com o radar Smerch-A (tornado A). O alcance mínimo é de 500m e máximo de 35km na versão R-40 enquanto a versão R-46 tem alcance de 50km na versão IR e 60km para a versão radar.
O alcance chega a 150km contra um B-52 a grande altitude em rota de colisão.

O sensor IR é um T-40A que opera na  banda de 3 a 5 microns enquanto os modelos finais usam o sensor 35T2. O sensor IR pode ser apontado por sensores IRST do MiG-31 para interceptação silenciosa com o uso do datalink terra-ar. A espoleta pode ser por antena radar ativa e espoleta laser pois tem quatro janelas laterais.

Entrou em serviço em 1974 enquanto o R-40D em 1980. Foi comercializado até 1996 e vendido para os usuários do MiG-25: Afeganistão, Argebaijão, Argélia, Bielorussia, Cazaquistão(MiG-25 e MiG-31), Hungria, Iraque, Líbia, Polônia, Síria, Turcomenistão, Ucrânia e Vietnã.

O R-40 foi usado pelo Iraque contra o Irã e depois contra a USAF e US Navy e pela Síria contra Israel.

No dia 13 de fevereiro de 1981, Israel fez uma armadilha contra os MiG-25 sírios. Dois RF-4E serviram de isca ao sobrevoarem o Líbano a Mach 1 com dois F-15 escondidos atrás de uma cadeia de montanhas. Os RF-4E entraram no espaço aéreo sírio e foram perseguidos por dois MiG-25P. Depois fugiram lançando chaff. Os F-15 subiram escondidos pelas nuvens de chaff e os radares sírios não conseguiram dar o alerta por estarem sendo jameados. Os F-15 logo estavam a 30 mil pés conseguiram derrubar um MiG-25 voando 10 mil pés acima com um AIM-7F Sparrow. O outro MiG-25 fugiu. Os sírios se vingaram depois, no dia 26 ou 29 de fevereiro, com dois MiG-21 servindo de iscas. Dois F-15 do Esquadrão 133 decolaram para interceptar mas foram engajados por dois MiG-25P/PD do Primeiro Esquadrão que atacaram de frente e outro por trás. O líder engajou de frente perdeu o trancamento e não conseguiu disparar e foi derrubado por um AIM-4F. O ala engajou de lado disparou um ou dois R-40R a 40km atingindo o F1-5 que foi pelo menos danificado.

O Iraque clama várias vitórias com os R-40 lançados dos MiG-25PD contra aeronaves do Irã, disparando pelo menos 20 mísseis. Um  MiG-25PD derrubou um C-130 iraniano em fevereiro de 1983. Em 21 de março de 1985 um MiG-25PD derrubou um F-4D. Em 5 de junho de 1985 foi a vez de um F-4E. Em 23 de fevereiro de 1986 um EC-130E com um R-40D e um R-40TD. Em 10 de junho de 1986 um RF-4E e em 20 de outubro de 1986 um MiG-21RF sírio. Na verdade os iraquianos consideravam o míssil o ponto fraco do MiG-25. Quando voava baixo os MiG-25 levavam dois pares de mísseis R-60 no lugar de dois R-40. Em missões de ataque em profundidade os iraquianos consideraram o MiG-25 mais efetivo que os Tu-16 e Tu-22.

Em um combate durante a guerra Irã-Iraque, um RF-4 do Irã foi interceptado por dois MiG-25 e oito Mirage F1. O Phantom voava a Mach 1.2 a grande altitude e os MiGs vinham dos dois lados a 15-40 graus em relação ao nariz. Os MiGs abriram fogo a 80km com todos os mísseis, e pelo menos quatro R-40 erraram passando atrás do Phantom. Depois os Mirages atacaram a curta distância disparando oito Super 530F-1 com um acerto.

Durante a guerra do Golfo em 1991 um MiG-25PDS Foxbat iraquiano
pilotado pelo capitão Zuhair Dawood do Esquadrão 96 conseguiu evitar as escoltas de F-14 e F-15 e derrubou um F/A-18C da US Navy com um R-40RD e disparou contra um A-6 e atacou um A-7. O E-2 e E-3 receberam aviso do piloto que estava sendo traqueado. Outro Foxbat engajou oito F-15 que estavam fazendo varredura de caças, depois disparou três mísseis  contra os EF-111A Raven do pacote de ataque e os perseguiu. Os Raven estavam apoiando os F-15E o que levou a perda de um F-15E para mísseis SAM. O Foxbat evitou a interceptação e pouso com segurança.

Um MiG-25PD iraquiano derrubou um UAV americano RQ-1A Predator no dia 22 de dezembro de 2002 próximo a Kut, 180km ao sul de Bagdá. A aeronave foi atingida por um míssil R-40 ou R-60 em um engajamento frontal. A imagem foi gravada pelo Predator que também disparou um Stinger sem sucesso. Na experiência iraquiana os Predatores não podiam ser trancados pelos Magic ou R-24 e apenas pelo MiG-25 com os R-40RD e olhando para baixo. Nesta época os americanos estavam usando o Predator como isca para fazer a força aérea iraquiana decolar e ser atacada por outras aeronaves. Armaram o Predator com o Stinger para se defender se necessário. Em 2001 os iraquianos derrubaram quatro Predator na zona de exclusão no sul.

Acrid
Seção traseira do R-40 mostrando a suposta antena do datalink e os exaustores laterais.

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Versão IR do R-40 em um MiG-25.

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Versão inicial do radar PARG-12-VV do R-40R.

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Imagens gravadas pelo Predator durante o combate contra um MiG-29 em 2002. A imagem mostra o momento em que o MiG lançou um míssil, o disparo do Stinger pelo Predator e a imagem final pouco antes do impacto do míssil visto no centro da imagem.

Acrid

Atualizado em 15 de Novembro de 2007


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