AIM-152 AAAM |
Em 1980 a US Navy e Hughes iniciaram estudos para desenvolver um novo míssil que substituiria o AIM-54 na década de 90 chamado AIAAM. O novo míssil deveria pesar menos de 300kg contra 460kg do AIM-54 e deveria caber no lançador do Sparrow para eliminar o peso de 190kg do adaptador do AIM-54. No total seria economizado 2 toneladas no peso de combate do F-14 armado com seis mísseis de longo alcance. O projeto foi cancelado em 1984 junto com outros sistemas.
No fim de 1985 foi
iniciado um projeto de míssil para substituir o AIM-54 com o projeto
AAAM para os programas de modernização da frota na década
de 90. O Advanced Air-to-Air Missile
- AAAM (pronuncia-se triple-a-m em inglês), o míssil seria bem
menor que o Phoenix mas com maior alcance e mais rápido.
Os requerimentos eram alcance de 270km, velocidade Mach 4 ou superior, diâmetro de 229 mm e ogiva entre 13,6 a 22,7kg. O míssil deveria pesar menos que 300 kg ou ser mais leve que o Phoenix que pesava entre 446kg a 465 kg.
A especificação original era para o F-14 levar seis mísseis Phoenix mas o F-14 não conseguia pousar com esta carga. A carga normal passou a ser quatro Phoenix, dois Sparrows e dois Sidewider. O AAAM permitiria que o F-14 levasse oito mísseis e que pudesse pousar de volta com carga completa. O AAAM daria a capacidade do AWG-9 de atacar seis alvos simultaneamente.
O AAAM equiparia as futuras versões
do F-14. Como o AIM-54 só
podia ser disparado do F-14, a US Navy pretendia usar o AAAM no F/A-18,
ATA (A-12) e A-6F Intruder. O
congresso sugeriu que o AAAM fosse um programa conjunto com a USAF, mas
a USAF não tinha requerimentos de um míssil com esta capacidade,
mas poderia ser usado futuramente no F-15C/D e F-22A.
O programa de validação de 3 anos
foi iniciado em 1982 pela US Naval Weapons Center com simuladores e testes
ainda com o programa AIAAM. Em
1987 a Raytheon/Hughes e a General Dynamics/Westinghouse foram selecionadas
para desenvolver o míssil com o programa iniciando em 1988 para
um programa de desenvolvimento de quatro anos.
A proposta do AAAM da Hughes/Raytheon
era baseado em um modelo próprio
do programa Advanced Intercept Air-to-Air Missile (AIAAM) que foi mostrado
em 1982. O AIAAM tinha configuração de aeronave. O motor
ramjet era do programa Vought Supersonic Tactical Missile (STM). O míssil
tinha comprimento de 3,658mm. Usaria um motor híbrido ramjet líquido
e acelerador sólido. Teria guiamento inercial de meio curso e datalink
como o AMRAAM e guiamento terminal dupla com sensor IR e radar ativo.
O AIAAM participou do programa Advanced Common Intercept Missile Demonstration
- ACIMD (pronuncia a-sim-d em inglês) de 1983.
AAAM da Hughes/Raytheon em várias configurações.
O projeto ACIMD foi cancelado antes de voar.
A proposta da General Dynamics/Westinghouse
era um projeto um pouco menor com motor sólido múltiplo
de dois estágios. Os dois estágios teriam TVC e o segundo
teria pulso duplo. O míssil
era baseado no projeto AMS (Advanced Missile System) proposto pela General Dynamics por décadas. Pesaria 172kg com 140mm
de diâmetro e 3,658mm de comprimento. A guiamento de meio curso seria inercial e semi-ativa.
A guiamento final seria por sensor IR.
A aeronave levaria um casulo na asa
com radar frontal e traseiro na banda Ky para não precisar voar em
direção ao alvo para iluminá-lo e nem monopolizar o
radar com modos de designação de alvos. O casulo pesaria 340kg com 406mm diâmetro
e 3,6 metros de comprimento. O míssil
seria disparado de um tubo lançador para aumentar a disponibilidade
e menor peso. As asas abririam logo
após o disparo.
O míssil teria capacidade "home-on-jam". O sensor IR seria usado se o radar falha-se. Com esta capacidade o míssil poderia vencer todas as contramedidas. Havia uma proposta de usar o míssil em aeronaves V/STOL baseadas em pequenos navios.
Um F-14 disparando o AAAM da General Dynamics/Westinghouse. O casulo
radar está na asa direita. O míssil está sendo disparado
de um lançador duplo no cabide da asa esquerda.
Detalhes
do AAAM da General Dynamics/Westinghouse. O desenho mostra uma versão
sem asas. Os desenhos sugerem que os sensores radar e IR ficam em fila com
o radar sendo descartado para o sensor IR poder ser usado. O míssil
parece que também teria vetoramento de empuxo.
Detalhas dos vários
estágios do AAAM da General Dynamics/Westinghouse
e do casulo de transporte.
O AAAM da General
Dynamics foi baseado no AMS - Advanced Missile System que a empresa vinha
propondo há mais de uma década. O AMS teria impulsor em fila
e seria disparado de um casulo retrátil na fuselagem com três
mísseis e com radar na asa.
O AAAM foi planejado pensando-se na
ameaça dos Tu-22M Backfire e Tu-160 Blackjack Soviéticos. O míssil deveria entrar em serviço
no meio da década de 90 substituindo o AIM-54. A proposta da Raytheon/Hughes ganhou o contrato de US$11 milhões para
validação. Porém, o fim da Guerra Fria fez os militares americanos
perceberam o desaparecimento da ameaça de ataque em massa soviético
e acabou com a necessidade do AAAM que foi cancelado em 1992. O cancelamento
do Super Tomcat foi outro motivo com o Super Hornet não tendo um
radar com alcance para aproveitar toda a capacidade do AAAM. O míssil
também era muito grande para ser levado pelo F-22.
Antes do cancelamento o míssil foi designado YAIM-152A para o protótipo. O AIM-54 deverá ser substituído por versões de longo alcance do AIM-120 AMRAAM e a capacidade de batalha aérea estendida não foi perdida com o F/A-18E/F.
A US Navy também
estudou o projeto de um míssil de duplo alcance chamado Dual Range
Missil que substituiria o AMRAAM e o AIM-9 similar ao conceito do MICA
francês. O DRM teria o dobro do alcance do AMRAAM e duas vezes o
desempenho do AIM-9X. Porém, conseguir longo alcance e a manobrabilidade
dos requerimentos mostrou ser impossível.
Atualizado em 15 de Novembro de 2007
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