RIM-7 Sea Sparrow
No meio da década de
50, a US Navy
reconheceu que os canhões antiaéreos tradicionais eram
insuficientes para
defesa dos seus navios. No início da década de 60, a US
Navy planejou um
sistema de defesa de míssil de curto alcance chamado BPDMS -
Basic Point
Defense Missile System - para navios pequenos. O RIM-46 Sea Mauler
seria usado
no BPDMS, mas foi cancelado em 1964. Em 1959, foi considerado uma
versão naval
do RIM-46 Mauler do US Army, mas mostrou ser inadequado. Uma
versão de curto
alcance do míssil ar-ar AIM-7 Sparrow passou a ser considerada.
O cancelamento
do programa Mauler em 1965 levou a decisão definitiva de
desenvolver o Sea
Sparrow para combater a ameaça de mísseis antinavio
soviéticos.
Uma
versão provisória chamada de RIM-7H, derivada do AIM-7E,
foi usada
inicialmente. O sistema usaria um lançador ASROC de oito tubos
modificado
instalado em uma instalação original de canhão
conhecido como Basic Point
Defense Missile System (BPDMS). O sistema foi entregue em outubro de
1967 para
uso contra alvos no ar e contra embarcação rápidas.
O sistema entrou
em produção
mas sua capacidade contra mísseis antinavio, espoleta e as ECCM
foram
consideradas limitadas. Logo começou a ser desenvolvido o
Improved Point
Defense Missile System (IPDMS) que entrou em produção em
1973 como RIM-7F
baseado no AIM-7F. O RIM-7F durou pouco em favor do derivado naval do
AIM-7M.
O RIM-101 seria
o novo míssil de defesa aérea de ponto da US Navy em
1973.
Teria guiamento semi-ativo (banda I) e IR terminal, espoleta
ótica e ogiva com
explosivo PBX-W107. O motor seria o mesmo do FIM-43 Redeye. Foi
cancelado nos
estágios iniciais de desenvolvimento em favor do RIM-7.
O RIM-7H era um
AIM-7E melhorado para operar embarcado. Tinha asas dobráveis
para caber no novo lançador Mk 29. As asas dobráveis
passaram a ser usadas nos
modelos subseqüentes. O RIM-7H foi base para o NATO Sea Sparrow
Missile System
(NSSMS) Mk 57 Block I com produção iniciada em 1973.
O programa de
desenvolvimento do NATO Sea Sparrow foi estabelecido com um
Memorando de Entendimento em 1968 entre a Bélgica, Dinamarca,
Itália, Noruega e
EUA como um desenvolvimento conjunto que se tornou o NATO Sea Sparrow
Surface
Missile System (NSSMS) MK 57. O NSSMS agora é composto por 13
países: Alemanha,
Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha,
Grécia, Holanda, Itália,
Noruega, Portugal, Turquia e EUA. O Mk 57 usa os mísseis da
família Sparrow 3,
baseado no AIM-7E2 e renomeado RIM-7H.
O sistema usa um
lançador
conteirável Mk 29 com oito mísseis. O primeiro lançamento
foi em 1972. O
AIM-7M/RIM-7M usa um sensor de radar semi-ativo monopulso inverso,
melhor ECCM
com microprocessador digital, nova ogiva, nova espoleta radar e novo
motor.
Entrou em serviço em 1983.
O
desenvolvimento continuou para criar uma versão de
lançamento vertical
para o NSSMS com o Guided Missile Vertical Launch System (GMVLS). Foi
testado
com sucesso em 1981, com controle de empuxo para manobrar apos o
disparo, e se
tornou o sistema de lançamento vertical Mk 49 Sea Sparrow. O VL
Sea Sparrow foi
adotado pela Alemanha, Austrália, Canadá, Grécia,
Holanda, Japão, Nova Zelândia,
Tailândia e EUA.
A versão
AIM-7P/RIM-7P iniciou o
desenvolvimento em 1987 com entregas em 1991.
Esta versão tinha novas melhorias na espoleta e
eletrônicos para melhorar a pontaria
contra mísseis antinavio voando muito baixo. O míssil
pode ser disparado dos lançadores
já existentes, ou ser acomodado nos lançadores verticais
do VLS Mk 41.
A última
versão do Sparrow, o AIM-7R/RIM-7R, iniciou o desenvolvimento em
1988 com o Missile
Homing Improvement Programme, com um sensor IR adicional para melhorar
o desempenho
contra alvos usando interferência eletrônica.
O RIM-7 Sea Sparrow
foi instalado nos porta-aviões americanos da classe
Nimitz, Enterprise, Kitty Hawk, John F Kennedy e Forrestal; nos
contratorpedeiros classe Spruance, nos navios anfíbios classe
Blue Ridge e
Wasp, nos navios de apoio classe Supply e Sacramento e nos navios
tanque
Wichita.
Em 1988 o
consorcio industrial da OTAN iniciou o desenvolvimento da
família
Sparrow para o requerimento NATO Anti-Air Warfare System (NAAWS) para
modernizar as instalações de mísseis Sea Sparrow.
O Sea Sparrow provisório de
baixo custo seria um Sea Sparrow melhorado enquanto o Evolved Sea
Sparrow
Missile (ESSM) seria um novo míssil. Contudo, em 1995 o ESSM
programa
amadureceu e foi feito um contrato com a OTAN com 22 companhias
lideradas pela
Raytheon e empresas da Alemanha, Austrália, Canadá,
Dinamarca, Espanha, Grécia,
Holanda, Noruega, Turquia e EUA. O ESSM era originalmente designado
RIM-7PTC,
mas agora foi designado RIM-162 como sendo um novo míssil.
RIM-46 Sea Mauler na versão
terrestre com o
lançador XM-546.
O RIM-7 Sea Sparrow tem a mesma fuselagem
do míssil ar-ar, com a única
diferença sendo as asas dobráveis para poder ser
instalado nos lançadores. O
RIM-7H tem 3,66m de comprimento, diâmetro de 20cm e pesa 205kg
com ogiva de
30kg. O RIM-7F tem 3,66m de comprimento, diâmetro de 20cm e pesa
227kg com
ogiva de 29kg. O sistema de guiamento do RIM-7F e RIM-7H é por
guiamento
inercial de meio curso com guiamento final com sensor semi-ativo de
varredura cônica.
A propulsão é por um motor de aceleração e
sustentação (Mk38 ou Mk52) que faz o
míssil atingir Mach 2,5 e atingir 15km no modelo RIM-7F e 25km
no modelo
RIM-7H, com uma altitude de interceptação de 15m a 5.000m.
O RIM-7M tem o mesmo
tamanho do RIM-7F/H mas pesa 231kg. Tem sistema
de guiamento melhorado com sensor semi-ativo monopulso invertido e
processador
digital dando melhor capacidade ECCM. O RIM-7M também tem uma
espoleta de
proximidade por radar ativo e uma ogiva capaz de focar a
explosão no alvo.
Junto com um sistema BITE, mostrou ser muito mais confiável e
capaz contra
alvos voando muito baixo. A propulsão é por um motor de
aceleração-sustentação
Mk58 Mod 0 com um alcance de 30km.
O RIM-7P introduziu uma nova espoleta, novos eletrônicos e
vetoramento
de empuxo chamado de Jet Vane Control (JVC) para ser lançado do
Mk 41 VLS. O
JVC é ejetado após o míssil atingir a
trajetória desejada. O RIM-7P também tem
um novo algoritmo de controle de trajetória para melhorar o
desempenho contra alvos
voando muito baixo.
O RIM-7R é semelhante ao RIM-7M/-7P mas com um sensor IR
adicional
do AIM-9. Se o sensor IR falhar o radar semi-ativo toma o controle. A
versão é
um pouco mais pesada, 232kg, com motor Mk 58 Mod 4. Os controles ficam
na cauda
para melhorar a manobrabilidade.
O NSSMS usa o Mk 29 Guided Missile Launcher Subsystem (GMLS) que
consistem de um lançador de oito células, uma unidade
controle no convés e um
gabinete de controle. O lançador leva dois conjuntos de quatro
mísseis em um
pedestal que se move em elevação e azimute. O sistema de
controle de tiro pode
funcionar em vários modos, como manual até totalmente
automático, mas com
disparo sempre com autorização humana. O sistema
só consegue adquirir um alvo
por radar de tiro com a maioria dos NSSMS tendo um ou dois
designadores, mas é possível
usar um radar único para engajar dois alvos pouco
espaçados vindo da mesma direção.
O Guided Missile Vertical Launch System (GMVLS) Mk 48 precisa de um
míssil
com asas dobráveis e um JVC para transição do modo
vertical para vôo
horizontal. O motor de aceleração tem 37cm de comprimento
e pesa 18kg. O RIM-7M
e RIM-7P podem ser adaptadores para disparo vertical. O lançador
Mk 48 tem
quatro versões. O Mod 0 tem dois mísseis e é
montado no convés; o Mod 1 tem
dois mísseis no lado do hangar ou superestrutura; o Mod 2 tem 16
mísseis
montados em conjuntos de quatro embaixo do convés; o Mod 3
é um sistema
compacto de baixo peso em módulos de seis mísseis no
convés. O conjunto Mk 22
permite que o RIM-7 seja lançado do Mk 41 VLS com quatro
mísseis em cada unidade
do Mk 41.
O RIM-7H entrou em serviço em 1967, seguido do RIM-7F em
1973, do
RIM-7M em 1983, RIM-7P em 1991 e o RIM-7R em 1997. Um total de 150
NSSMS e mais
de 11 mil Sea Sparrow foram produzidos sendo 60% para os EUA e o resto
para a
Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca,
Espanha, Grécia, Holanda, Itália,
Japão, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Tailândia,
Turquia e Emirados Árabes
Unidos. Brunei e Coréia do Sul também compraram o Sea
Sparrow.
O lançador Mk
29 pode
receber o RIM-116 RAM em duas células. As versões
disparadas de superfície
chegam a atingir Mach 2.5 com alcance de 8 km. O alcance mínimo
era de 3 km e o
teto variava de 15 metros a 5000 metros.
Lançador
Mk 48 VLS Mod 1 em uma fragata canadense.
Disparo de um Sea Sparrow de um
lançador vertical Mk 48 a partir de uma fragata alemã.
Tipos de lançadores verticais do Sea Sparrow. O
Mod 0 tem dois
mísseis e é montado no convés; o Mod 1 tem
dois mísseis no lado do hangar ou superestrutura; o Mod 2 tem 16
mísseis
montados em conjuntos de quatro embaixo do convés; o Mod 3
é um sistema
compacto de baixo peso em módulos de seis mísseis no
convés.
Detalhes do Sea Sparrow de lançamento vertical.
Teste do Sea Sparrow a partir do USS
Bradley em 1967-68 a partir de um lançador ASROC.
A recarga do Sea Sparrow é
feita manualmente. O lançador é limitado a oito disparos
e por isto não é recomendável contra ataques de
saturação.
Skyguard/Sparrow
A versão terrestre do RIM-7M Sea Sparrow iniciou na
década de 80 com o
conjunto Oerlikon Contraves da suíça e a Raytheon Company
Skyguard/Sparrow dos
EUA combina os sistemas Skyguard e mísseis Sparrow. O objetivo
é
adicionar a capacidade de engajar alvos mais longe que os
canhões que são
usados contra alvos mais próximos.
Os EUA testou o Skyguard com o Sparrow em 1980 com o disparou um
míssil AIM-7E
e dois AIM-7F contra drones QT-38 para o AIM-7E e QF-86 para o AIM-7F.
O AIM-7E
passou dentro do raio letal enquanto primeiro AIM-7F acertou direto e o
segundo
atingiu a frente da fuselagem e o drone logo perdeu o controle. O
sistema
consiste de um Skyguard modificado com dois lançadores
quádruplos de Sea
Sparrow com um radar de iluminação.
Os compradores tem opção de escolher os mísseis
entre o Sparrow americano e o
Aspide italiano. O Skyguard/Aspide foi demonstrado em 1981 e adotado
pela
Espanha que já usava o Skyguard/Sparrow. Também foi usado
pela Itália e Tailândia.
O sistema Skyguard/Aspide entrou em serviço no Exército
Italiano em 1983 e foi
exportado para o Egito, Espanha (chamado de Toledo) e Grécia.
Em 1982 o Egito comprou 18 baterias Skyguard/Sparrow para equipar
três Brigadas
de Defesa Aérea para substituir os sistemas de mísseis
russos. As entregas
foram entre 1984 a 1987. O sistema é chamado localmente de Amoun
com um radar
Skyguard, dois canhões GDF-003 bitubos de 35mm e quatro
lançadores quádruplo de
mísseis Sparrow. Uma seção pode engajar três
alvos de uma vez, sendo dois com canhões
e um com mísseis. O tempo de reação é 4.5
segundos para os canhões e 8 segundos
para o Sparrow. O alcance dos sensores óticos é de 15km e
o radar 20km.
O Kuwait também recebeu seis sistemas Amoun para a Força
Aérea. O Chipre comprou
12 baterias de Skyguard junto com 144 mísseis Aspide.
Em 1983 a Grécia comprou 20 baterias com os mísseis
RIM-7M (280 mísseis) sendo
chamado localmente de Velos (flecha). Junto foram adquiridos 44
canhões GDF-003
de 35mm e radares Super Giraffe e 12 Skyguard. As entregas foram em
1984. Em
1999 a Grécia iniciou uma modernização do Velos
para uma extensão da vida útil
em 15-20 anos. O canhão passou para o padrão NDF-C e
recebeu um radar da banda
Ka capaz de acompanhar 20 alvos contra 8 do sistema original e recebeu
uma câmera
IR. O sistema IFF passou para o padrão Mk XII.
A Espanha comprou 13 sistemas Spada e 200 mísseis Aspide no
lugar do Sparrow
mas com o sistema Skyguard e canhões bitubos de 35mm GDF-005. O
custo foi de
US$ 220 milhões com todos entregues até 1989. A Espanha
comprou o Spada com o
Aspide 2000 em 1998.
Sistema
Skyguard
grego com dois canhão GDF, lançador quádruplo de
Sparrow e radar Giraffe.
Radar
Skyguard e
lançador quádruplo do Sparrow.
Atualizado em 30 de Janeiro de 2007
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