AGM-122A Sidearm e AGM-87A Focus

No início da década de 80 a US Navy estudou formas de usar os seus estoques de mísseis AIM-9C. O AGM-122A Sidearm (Sidewinder Anti-Radiation Missile) era um AIM-9C reconstruído com sensor semi-ativo de banda estreita modificado para banda mais larga para se guiar pelas emissões dos radares inimigos. A espoleta DSU-17/B foi instalada e o motor Mk17 e a ogiva WDW71 foram mantidos. Os eletrônicos de controle foram modificados para comandar uma manobra "pop-up" após o lançamento a baixa altitude com modo de ataque em mergulho até o alvo.

O AGM-122 foi desenvolvido pela NWC e fabricado pela Motorola. Era pouco sofisticado em relação ao HARM e ALARM e facilmente seduzido por contramedidas. Mesmo assim era custo-efetivo contra alvos de baixa tecnologia como o canhão ZSU-23 e o míssil SA-8. Não foi usado em combate e é levado pelos AV-8B Harrier, A-4 e helicópteros do USMC.

O primeiro teste de vôo foi em 1981. Em 1984 a Motorola recebeu um contrato para converter os mísseis para o AGM-122A. Entre 1986 e 1990, foram entregues mais de 700 mísseis. Também havia as versões inertes ATM-122A e CATM-122A. Quando o estoque acabou foi proposto a construção do AGM-122B com novo GCS com memória EEPROM. O projeto não foi adotado.

O programa Advanced Anti-Radar Guided Missile (AARGM) do USMC foi iniciado em 1993 para substituir o AGM-122. O programa foi modificado em 1997 para substituir também o HARM. Em 2000, foi feita uma proposta para instalar um sensor radar passivo no Hellfire para equipar os helicópteros do USMC.
 
Outra versão ar-solo do Sidewinder é o AGM-87A Focus (
Fixed-Aperture Optical Contrast Universal Spectra). No fim da década de 60 o NWC desenvolveu um derivado do AIM-9B convertidos pela General Electric. Foram usado no Vietnã em 1969 e 1970 para ataque noturno contra emissores IR visíveis como luzes de caminhões. Não se sabe o resultado das ações, mas o programa foi paralisado.

Os pilotos já tinham usado o Sidewinder contra alvos no solo por conta própria em várias ocasiões. Durante o conflito Irã-Iraque, os iranianos dispararam alguns Sidewinder contra navios iraquianos no porto, além de usarem os Maverick e bomba burras. Os pilotos dos F-8 Crusader da US Navy dispararam alguns Sidewinder contra locomotivas no Vietnã do Norte nas missões de reconhecimento armado, junto com os foguetes Zuni. Após um combate contra um MiG-17, o Ás da US Navy no Vietnã, o Tenente Randal Cunningham, viu um caminhão no solo e conseguiu um tom mostrando que o sensor do míssil conseguiu um alvo quente. Disparou o Sidewinder em mergulho e acertou.

Em oito de maio de 2005, em um engajamento perto de Samara no Iraque, um piloto de F/A-18 americano disparou suas bombas GBU-12, GBU-38, Maverick laser, canhão e até pensaram em disparar os AIM-9X contra veículos de insurgentes iraquianos.


Sensor passivo do AGM-122.


Um AGM-122 antes do impacto contra uma fonte de radiação simulando um radar.

Jaguar
A foto acima é de um Jaguar da RAF com as indicações das missões que vôou durante a Guerra do Golfo em 1991. Entre os símbolos de lançamento de bombas, foguetes e reconhecimento está um Sidewinder que foi disparado contra um caminhão.

MIM-72 Chaparral

O MIM-72 Chaparral é uma versão lançada do solo do Sidewinder. O desenvolvimento foi iniciado em 1963 pelo comando de mísseis (MICOM - Missile Command) do US Army que estudo a conversão do AIM-9D da US Navy para SAM. Em 1965 o estudo mostrou que era viável e o programa Chaparral foi iniciado para substituir o MIM-46 Mauler que tinha sido cancelado. Em 1966 o radar AN/MPQ-49 começou a ser desenvolvido para dar ao Chaparral informações de indicação de alvos. O primeiro MIM-72A foi entregue ao US Army em 1969 quando o primeiro batalhão foi ativado.

O míssil de produção MIM-72A era quase idêntico ao AIM-9D. Porém, dois rollerons foram retirados para diminuir o arrasto. Isto era importante para um míssil lançado do solo pois a versão ar-ar tinha a aeronave lançadora como primeiro estágio. O motor Mk 50 de combustível sólido era idêntico ao Mk 36 Mod 5 do AIM-9D.



O lançador M-48 era um M-730 modificado com o lançador quádruplo M-54. Cada M-48 levada mais 8 recargas. O MIM-72A podia engajar alvos voando entre 15 a 3.000 metros de altura a uma distância de 500 a 6.000 metros.


Disparo de um MIM-72.


Lançador estático M-64.

Chaparral
Este lançador do Chaparral israelense conseguiu uma vitória contra um MiG-23 sírio no Líbano em 1982.


Sea Chaparral.

Junto com o MIM-72A, o MIM-72B foi colocado em uso. Esta variante era usada primeiramente para treino com espoleta modificada. A versão inerte de manejo era a M-30. A produção continuou até 1975 com 9.500 mísseis. Eram comprados junto com o AIM-9D da US Navy.

Em 1974 foram instalados novos componentes que resultou no XMIM-72C Improved Chaparral. As principais características eram o GCS AN/DAW-1, a nova espoleta Doppler M-817 e a nova ogiva de fragmentação M-250. A espoleta e a ogiva eram derivados do MIM-46 Mauler.

O Chaparral passou a ter capacidade "all-aspect", podendo ser usado em engajamento frontal, e aumentou o envelope de engajamento. Tinha muitas partes em comum com o AIM-9L e foi comprado diretamente da Ford Aeronutronics. O MIM-72C foi produzido entre 1976 e 1981 e entrou em operação em 1978.

No inicio da década de 70, a US Navy avaliou o Chaparral como sistema de defesa de ponto provisório, mas não adotou. Taiwan selecionou o Sea Chaparral para os seus navios, inicialmente com o MIM-72C e depois o MIM-72F/J. Às vezes o Sea Chaparral é chamado de RIM-72C, mas não é um nome oficial.

Em março de 1977, a Ford recebeu um contrato para produzir um Chaparral com capacidade qualquer tempo. O projeto foi completado em julho de 1978 após 10 disparos de testes. Foi o primeiro míssil a usar um motor sem fumaça M-121. Entre 1978 e 1983, a Ford e a Texas Instruments desenvolveram uma mira FLIR para o sistema Chaparral que entrou em operação em 1984.

O MIM-72E era o MIM-72C com motor M-121. O MIM-72F era o míssil novo com este motor. O XMIM-72D era um míssil experimental que não foi produzido. O MIM-72H era a versão de exportação do MIM-72F.

O desenvolvimento do Improved Chaparral com sensor Rosette Scan Seeker do FIM-92 Stinger inciou em 1980. O RSS ou POST (Passive Optical Seeker Technique) tinha capacidade de discriminação espacial, espectral e de amplitude. Isto o tornava imune a grande parte das contramedidas IR. Em 1982, a Ford iniciou o desenvolvimento do MIM-72G com sensor RSS designado AN/DAW-2. No fim da década de 80 todos os mísseis foram modernizados com este sensor a partir de 1990 e novos mísseis MIM-72G foram construídos. O MIM-72J era o MIM-72G piorado para exportação.

Em 1990, US Army passou a retirar serviço seus mísseis Chaparral que continuou em uso na Guarda Nacional. Em 1994, foi decidido retirar todos os mísseis de operação e em 1998 não estava mais em serviço. O Chaparral foi substituído pelo sistema Avenger que usa o FIM-92 Stinger em um veículo HUMVEE. Um total de 21 mil MIM-72 foram produzidos incluindo 4 mil para exportação.

Dados do MIM-72A/C/G:

  MIM-72A MIM-72C MIM-72G
Comprimento 2.90 m
Envergadura 0.63 m
Diâmetro 12.7 cm
Peso 86 kg
Velocidade Mach 1.5
Teto 3000 m
Alcance 6000 m
9000 m
Propulsão MK 50 motor foguete de combustível sólido (12.2 kN (2740 lb) por 4.7 segundos Hercules M121 sem fumaça
Ogiva 11 kg  MK 48 carga continua
12.6 kg M250 fragmentada


Atualizado em 15 de Novembro de 2007

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