DESENVOLVIMENTO

Os vôo de testes do AIM-9X forma iniciados em 1998 na forma do Box Office 2 no programa conjunto USN/USAF chamado Seek Eagle.

Os testes de vôo duraram 18 meses em cenários realistas. O primeiro lançamento foi em março de 1999 para controle de separação no F-15C e F/A-18. Nos primeiros disparos os mísseis viravam tão violentamente que se partiam. Estes testes não foram validados. O míssil foi autorizado para lançamento do F/A-18 manobrando até 6g's e do F-15 manobrando -1g até +9g's. 

Foram 19 testes guiados e 22 lançamentos de separação, sendo 10 mísseis padrão de produção. Serão realizados mais testes adicionais. O míssil atingiu 18 alvos com sucesso em 19 disparos guiados contra drones QF-4. Os testes guiados foram entre 1999 e 2000. O último disparo foi em 21 de abril de 2000 sendo o primeiro da Avaliação Operacional (OPEVAL). O OPEVAL incluirá 11 disparos da USAF e mais 11 da US Navy (5 com ogiva e 6 com telemetria).


Teste a partir do F/A-18C.

AIM-9X
Foto do primeiro disparo do AIM-9X a partir do F-16 em julho de 2004 contra um drone com acerto direto.

O quarto disparo foi em 31 de março de 1999 a partir de um F/A-18C em um cenário tipo combate aéreo em círculo usando o JHMCS para apontar o míssil e com o drone QF-4 lançando flares. O míssil não foi enganado e passou dentro do raio letal.

Em oito de julho de 1999 foi feito o primeiro disparo de míssil de produção ou PRM1 (Production Representative Missile - PRM). Um F/A-18D disparou um AIM-9X contra um drone QF-4 que disparava flares a partir de um casulo Mongoose de grande capacidade. Era um cenário tipo "target in the notch" com o alvo a longa distância frontal com angulo de disparo (22 graus frontal) e distância que excediam a capacidade do AIM-9M. O alvo estava a mais de 5 mil metros de altura e voando a Mach 0.7 enquanto o F/A-18D na direção contrária. O disparo foi a cinco quilômetros de distância e o míssil mergulhou em direção ao alvo e virou um ataque por trás passando atrás do alvo. Depois do disparo o alvo foi acelerado para além de Mach 1. O míssil não tinha uma ogiva e sim um sistema de telemetria. Antes do disparo foram realizadas duas passagens secas para coletar dados e na terceira foi realizado o disparo. O teste PRM 1 tinha o objetivo de mostrar o desempenho de lançamento, separação e vôo e a capacidade de acompanhar um usando contramedidas na fase terminal.

No dia 21 de abril de 2000 foi feito um disparo com o JHMCS a partir de um F/A-18C contra um drone QF-4. Era um cenário tipo "shooter defending the notch". Foi disparado a longa distância com acerto direto. O JMHCS foi usado para julgar o angulo pois o alvo estava além do alcance visual e foi adquirido pelo radar. Após a aquisição pelo radar que direcionou o sensor do míssil o piloto manobrou para os alvos saírem do ângulo de visão do radar mas o míssil manteve o acompanhamento.


Impacto do primeiro AIM-9X guiado em 30 de junho de 1999.


O segundo disparo real do AIM-9X foi em setembro de 1999 a partir de um F-15C Eagle.

AIM-9X
AIM-9X
O disparo PRM-1 de 17 de junho de 2000 era um disparo contra um alvo voando baixo em rota de colisão lançando flares. O míssil mergulhou no alvo e virou uma perseguição por trás. As fotos mostram o míssil passando dentro do raio letal. A foto seguinte mostra os danos no drone QF-4.

AIM-9X
O disparo PRM-2 de 26 de setembro de 2000 era um combate em curva a partir de um F-15 apontando o AIM-9X com o JHMCS contra um drone QF-4. A imagem do sensor do míssil pouco antes do impacto é visível na foto.

AIM-9X
O disparo PRM-3 de 17 de novembro de 2000 era um cenário tipo escolta com a aeronave lançadora não tendo que manobrar para engajar o alvo que voava do lado e a frente na mesma direção.

AIM-9X
O disparo PRM-4 de 21 de dezembro de 2000 era outro cenário de combate em curva atingindo um acerto direto na asa do drone QF-4.

Um dos testes incluía um drone QF-4 voando baixo, com ruído pesado de solo e contramedidas, numa manobra circular que mantinha o atacante e defensor numa posição estagnada em relação ao outro, negando a aeronave ofensiva uma oportunidade de usar seus canhões. Esta tática tem sido usa pelos pilotos de caça até hoje.

Era o 12º disparo do AIM-9X com a destruição de nove drones QF-4, apesar de não levarem ogivas reais e sim unidades de telemetria para análise de dados.

Este engajamento foi para medir a capacidade contra um alvo empregando uma manobra de contramedida Lufbery. Esta tática defensiva foi desenvolvida em 1917 pelo major Roul Lufbery do 94º esquadrão aéreo americano para ajudar as aeronaves americanas a sobreviverem aos ataques alemães. O AIM-9X foi disparado de um grande ângulo off-boresight e atingiu o alvo sem problemas.

Os mísseis de superagilidade estão redefinindo as táticas de combate aéreo. No passado havia a possibilidade do oponente manobrar para sobreviver. Agora isto não existe mais.

Enquanto os mísseis de gerações anteriores podem ser evitados por manobras evasivas realizadas por um piloto esperto, ou sortudo, isso não funciona com o AIM-9X. O único meio de defesa é evitar o lançamento ou usar contramedidas sofisticadas como laser para destruir ou danificar o sensor de busca ou destruir o míssil com outro míssil.


No estudo do F-16 HVAM, um F-16 com TVC, mostrou que o uso de TVC em aeronaves não dá nenhuma vantagem significativa para evitar mísseis que tem agilidade superior.

O AIM-9X com o uso de superagilidade e JHMCS fez o AIM-9M passar da terceira geração para a quinta geração. A quinta geração é caracterizada pelo sensor de imagem IR com grande alcance e resistência a contramedidas IR e alcance quase além da visão (NBVR). O baixo arrasto e controles eficientes transformaram o AIM-9X em um míssil BVR com sensor com capacidade BVR apontado pelo radar ou outros sensores. Isto inclui a capacidade de ataque passivo além do envelope do AIM-9M.

Foram realizados um total 557 missões e incluem 300 horas de vôo de disponibilidade e 3.500 horas de vôos de testes. A fase de engenharia teve 250 saídas para estudar envelopes de disparos, desempenho dos sistemas e habilitação para vôo, integração do míssil, aeronave e a mira no capacete JHMCS (Joint Helmet-Mounted Cueing System).

O uso de simulação economizou US$50 milhões eliminando 160 vôos de testes. O uso de simulador também diminuiu a necessidade de disparos reais. Em 1964, foram disparados 129 AIM-9D nos testes. Na década de 1970 foram disparados 69 AIM-9L e o AIM-9M disparou 35 mísseis nos testes. A próxima geração precisará de menos de 20 testes reais. Em 18 de julho de 2006 foi realizado o centésimo disparo do AIM-9X.

O desenvolvimento foi completado com integração no F-15C e F/A-18C/D com o visor montado no capacete JHMCS. O JHMCS foi desenvolvido separadamente e simultaneamente com o AIM-9X. As imagens do HUD são repetidas no capacete e permite que o sensor do AIM-9X seja apontado pelo capacete. A integração com JHMCS permite que o míssil tenha a capacidade de ver primeiro e disparar primeiro num combate a curta distância.

Uma versão superfície-ar foi testada em novembro 2005 para O US Army a partir de um lançador de mísseis Chaparral contra um helicóptero drone. Outro teste de versão superfície-ar foi de lançador vertical para uma possível versão de disparo submarino. Esta versão poderá ter um datalink para trancamento após o disparo. A capacidade de trancamento após o disparo nunca interessou a USAF e US Navy, mas está sendo estudada capacidade de engajar alvos fora do campo de visão e busca vertical para combate em curva.


JHMCS

O míssil será integrado também no F/A-18E/F, F-15E, F-16, F-35 e F-22A. Outros candidatos são o X-45 e o MQ-9 Predator B. No F-16, o AIM-9X irá usar a interface do AIM-9M até 2008 quando o F-16 será totalmente digital após a modernização de meia vida. Os testes no F/A-18E/F foram iniciados em 2003. O primeiro disparo do AIM-9X a partir de um F-16 foi em 9 de abril de 2004. O programa faz parte de um pacote de modernização de 600 caças.

O AIM-9X irá complementar o AIM-120 AMRAAM que será usado em combates de longo alcance. Será empregado em operações ofensivas e defensivas.

O F-35 irá levar o míssil externamente. O F-35 usará AMRAAM para defesa com táticas de longo alcance e designação de alvos para evitar contato próximo, pois será uma aeronave ofensiva. Já o F-22A usará o AIM-9X pois foi projetado para ser superior no combate aéreo incluindo a curta distância. O disparo do F-22A deverá durar 2 segundos e usará o compartimento armas laterais em lançadores trapezoidais que se estendera para adquirir os alvos.

As versões especiais incluem o de transporte (não pode ser disparado) CATM-9X (Captive Air Training Missiles), o DATM-9X (Dummy Air Training Missiles) para manejo e o NATM-9X, para testes especiais e telemetria.

A produção inicial começou em 2001. A previsão inicial era realizar três contratos anuais para a produção de 150, 250 e 600 mísseis. Os contratos posteriores serão de 600 mísseis por ano por 15 anos. A Raytheon manterá uma capacidade de produzir mais 600 mísseis adicionais para exportação.

O primeiro lote será de 143 mísseis cujo memorando de aquisição foi assinado em 22 de setembro de 2000. O primeiro míssil é esperado para avaliação em 2002. Os motores, ogivas e espoletas serão fornecidos pelo governo nos lotes iniciais e seguidos por novos itens.

Um contrato de US$ 63 milhões foi assinado em 2002 para aquisição de 243 mísseis (US$ 259 mil/míssil) e mais 581 mísseis serão adquiridos em 2003 por 110 milhões (US$189 mil/míssil).

Em fevereiro de 2002, foi adicionado o valor de U$11.459.736,00 para modificação no contrato inicial. Foram adquiridos mais 35 mísseis, 36 Captive Air Training Missiles (CATM), 14 Dummy Air Training Missiles (DATM) e 4 Common Munitions BIT/Reprogramming Equipment Adapter kits.

A entrada em operação foi em novembro de 2003 nos F-15 da USAF. A US Navy e USAF receberam o milésimo AIM-9X em março de 2005. 


Os testes do AIM-9X no F-22 foram realizados em 2012.

Exportação

Os vários modelos do Sidewinder AIM-9 já são usados por 40 países e a Raytheon tem esperanças de vender o AIM-9X para vários países.

O AIM-9X compete no mercado externo com o R-73 Russo, o Python 4 e Python 5 israelense, o IRIS-T europeu, o A-Darter sul africano e o ASRAAM britânico. Cerca de 10 países já mostraram interesse entre eles a Bélgica, Canadá, Holanda, Noruega e Portugal.

A França esta estudando um substituto para o Magic II no programa MACR para equipar os Mirage 2000D. O motivo para não adquirir diretamente o MICA-IR é o custo. Na encomenda inicial de 800 AIM-9X os mísseis irão custar US$ 193.000 cada, enquanto um MICA-IR custa 2-3 vezes esse valor. A previsão era para entrar em serviço em 2007 com entregas terminando em 2012. O MACR não deve ser instalado no Rafale.

O AIM-9X já foi escolhido para equipar os F-15K da Coréia do Sul (41 mísseis), os F-16 poloneses (178 mísseis) e os F/A-18 Hornet da Suíça e Finlândia (150 mísseis). Foi selecionado pela Turquia e Dinamarca (60 mísseis).

Em 2004, o Pentágono foi notificado da compra de mísseis pela USAF, US Navy, Polônia, Dinamarca, Coréia do Sul e Suíça. A USAF comprou 178 mísseis e 70 CATM por US$ 43 milhões. A US Navy comprou 93 mísseis e 42 CATM por US 23,5 milhões. A Polônia comprou 178 mísseis e 20 CATM por US$46,4 milhões para equipar seus F-16. A Dinamarca comprou 60 mísseis e 32 CATM por US$16 milhões para equipar seus F-16AM. A Coréia do Sul comprou 41 mísseis  por US$9,9 milhões para equipar seus F-15K.

A Suíça comprou uma quantidade desconhecida de mísseis e 3 CATM por US$18,8 milhões para equipar seus F/A-18. O contrato inclui os containers dos mísseis. No contrato da Suíça o ASRAAM foi desclassificado por ter um alcance que competia com o AMRAAM e não era tão bom em manobra no curto alcance. O Python 4 foi desclassificado por não estar integrado no F/A-18 e por ser mais pesado para ser transportado nos cabides externos. O AIM-9X concorreu no final com o IRIS-T.

A Arábia Saudita comprou 150 mísseis AIM-9M e AIM-9X adicionais e Cingapura comprou 200 AIM-9X para os seus F-15SG.

Em 2004, o Pentágono foi notificado da possível compra de 225 mísseis, 5 DATM, 20 CATM pela Turquia por US$ 96 milhões para equipar seus F-16. Em 2006 foi feita uma nova aquisição de 127 mísseis e 22 CATM por US$ 36,5 milhões.

A Finlândia selecionou o AIM-9X em novembro 2005. Serão adquiridos 150 mísseis com equipamento associados por cerca de  US$100 milhões para equipar seu F/A-18. O contrato inclui 11 mísseis DATM, 40 CATM, containers, equipamento de teste, suporte, peças de reposição, publicações e treinamento.


Em abril de 2007 foi encomendado o lote 7 do AIM-9X no valor de US$ 59,4 milhões. O lote é composto de 17 AIM-9X para a USAF, 1 para a US Navy, 100 para Finlândia, 40 para Singapura e outros para a Suíça. As versões CATM são 40 para a Finlândia e 20 para Singapura. Os containers são 14 para a USAF, 39 para a Finlândia, 18 para a Suíça e 15 para Singapura.


AIM-9X instalado num F/A-18D.


DESCRIÇÃO

O AIM-9X é um míssil de combate aéreo supersônico de curto alcance, dispare-e-esqueça, com guiamento por infravermelho (IR) para aquisição e acompanhamento de alvos. Os requerimentos eram de um míssil de próxima geração para substituir o AIM-9M. Será empregado nas arenas de combate de alcance visual (within visual range - WVR) e quase além do alcance visual (near beyond visual range - NBVR), complementado pelo AMRAAM.

Os requerimentos também incluem melhorias em relação às versões antigas como menores custos, capacidade diurna e noturna, melhor resistência a contramedidas IR, capacidade de aquisição de grande campo de visão (off-boresight) e alcance de aquisição maior, manobrabilidade melhorada e melhor sistema de aquisição de alvos. O míssil usa arquitetura de projeto digital para permitir grande potencial de desenvolvimento.

Outro objetivo é restabelecer a superioridade contra mísseis estrangeiros. O AIM-9M é deficiente em altos ângulos de visada, contramedidas IR, desempenho cinemático e manobrabilidade. O objetivo é deixar o Sidewinder a par ou superior em capacidade com o R-73 russo, que já  estava disponível há mais de 15 anos e já bastante refinado.

A Raytheon afirma que o AIM-9X excede os limites de desempenho de operação dia/noite, ângulo de engajamento off-boresight, interface com aeronave, probabilidade de destruição e interoperabilidade. O parâmetro de resistência a contramedidas foi considerado garantido para o futuro. O sistema de guiamento teve bom desempenho no item "tenacidade" (quando o alvo lança flares enquanto o míssil está acompanhando) e preenche os requisitos para trancamento na presença de despistadores.

Para diminuir os custos e riscos de desenvolvimento, e manter a padronização, foram usados componentes dos modelos anteriores do Sidewinder como motor, cabeça de busca e espoleta para diminuir.

O míssil usa a fuselagem do Box Office II, canard fixo para desestabilizar o míssil e aumentar a manobrabilidade. O controle traseiro é feito com 4 barbatanas móveis sem rollerons (não são necessárias com o piloto automático) substituindo a cauda fixa original.

A envergadura foi diminuída de 63cm para 44,5cm em relação ao AIM-9M, podendo ser levado em compartimento interno de armas como os do F-22A. A cauda opera em conjunto com o TVC.

As superfícies aerodinâmicas menores e o novo nariz melhoraram o arrasto. O arrasto total foi reduzido em 15% com o mesmo peso do AIM-9M. O míssil é 15 cm mais comprido devido a instalação do TVC.

O míssil pode voar em grandes ângulos de ataque até em baixa velocidade, o que assegura o lançamento seguro de aeronaves de alto desempenho.

O AIM-9X tem nova seção de guiamento, novos conectores, novas asas e canards de titânio e novo CAS (Control Actuation Section).

O míssil é compatível com o barramento de dados para cargas MIL-STD-1760, e inclui a capacidade de ser levado pelo AV-8B Harrier II e AH-1W Cobra.

Os lançadores LAU-127, LAU-128 e LAU-129 do AMRAAM aceitam o AIM-9X sem modificação. O lançador LAU-7 do Sidewinder precisa pequenas alterações no cordão umbilical.

A interface com a aeronave será através do lançador usando um cordão umbilical, um conector umbilical no meio do corpo e três pontos de fixação (cabides).

O míssil tem uma presilha frontal e conector no meio do corpo e conector de entrada de dados. O AIM-9X tem uma presilha frontal maior que o AIM-9M para que o míssil possa usar qualquer tipo de lançador. O conector do meio do corpo tem interface com o LAU-127 compatível com padrão MIL-STD-1553B.

A seção de guiamento é a parte responsável pelo rastreio do alvo, guiamento e sinais de controle. Consiste no sensor de imagem infravermelha tipo Focal Plane Array (FPA) de ondas médias para detecção de alvos, unidade de eletrônicos para converter as informações do sensor em sinais de comando de guiamento e a seção central contendo criogênio para refrigeração, espoleta de contato, duas baterias térmicas e conectores e amarras. O suprimento de refrigeração para a seção de guiamento é feito pelo motor de criogênio interno.

A unidade eletrônica tem cartões de circuito para processar o seguimento, lógica IRCCM, guiamento durante o vôo e reprogramação.

A espoleta de proximidade ótica ativa DSU-15A/A e A/B (Active Optical Target Detector - AOTD)  é a mesma do AIM-9M. A DSU-15 usa laser de GaAs e um detector laser. O sistema é altamente resistente a contramedidas.

Detalhe dos sensores da espoleta de proximidade laser (laser e detetor laser lado a lado).

A cabeça de busca precisa de um sistema de desarme da espoleta (Electronic Safe and Arm Device - ESAD) para computar a distância mínima que a espoleta de proximidade será acionada e o míssil poderá ser liberado para manobrar para não colidir com a aeronave.

A cabeça de guerra explosiva-fragmentação anular WAU-17/B pesa 9,36 kg e é a mesma do AIM-9M.

Esta sendo estudada uma cabeça de guerra inteligente para atacar partes do alvo como os motores. Ela é necessária pois a pequena cabeça de guerra do Sidewinder foi projetada para destruir caças soviéticos explodindo seus tanques de combustível que não eram autoselantes na época.

O AIM-9X tem coberturas ao longo do corpo para permitir a passagem de fiação para que a seção de guiamento se comunique com a seção de controle na cauda (CAS e JVC).


Detalhes da cobertura ao longo do corpo

O míssil é manobrado pelo sistema de controle de atuadores (CAS - Control Actuation System) que inclui o vetoramento de empuxo (Jet Vane Control - JVC) e barbatanas traseiras. O JVC só funciona nos primeiros segundos em que o motor está funcionando. Os canards são usados para estabilidade e sustentação.

A agilidade depende do controle traseiro, canard e JVC. O míssil pode ser lançado em grandes ângulos de ataque. O alcance máximo foi melhorado com a diminuição do arrasto.

O míssil usa um TVC melhorado do Box Office II com quatro paletas sendo capaz de sustentar 60-80Gs de aceleração lateral máxima. Num dos testes o míssil virou e passou a apenas 24 metros a frente da trajetória da aeronave lançadora logo após o lançamento.


Detalhe do JVC.


Detalhes das barbatanas traseiras móveis.

O motor foguete MK36 MOD 11 de propelente sólido original pôde ser mantido com aumento do alcance. O motor acelerar o míssil e gerar fluxo para as paletas do TVC enquanto está funcionando.


Motor Mk 36 do Sidewinder. A temperatura de operação e armazenamento é de -65/+145F com v
ida útil de 10 anos. O motor usa propelente HTPB de baixa emissão de fumaça e ignição por BKNO3.

ESPECIFICAÇÕES

Peso:                   85 kg
Comprimento:     3,02 m
Diâmetro:            12.7 cm
Envergadura:      44,5 cm
Alcance:              16 km

Especificações do Motor:
Peso:                   46kg
Propelente:         29,9 Kg
Comprimento:      2,14m
Diâmetro:            127mm


A família Sidewinder passou por todas a gerações de mísseis ar-ar de curto alcance. O RTV da Raytheon também esta incluindo no desenho.

SEÇÃO DE GUIAMENTO

O AIM-9X usa um sensor de imagem infravermelha (IIR) de arranjo de plano focal (Focal Plane Array - FPA) que fica no nariz. O sensor é uma variante do sensor que a Raytheon está fornecendo para o ASRAAM com 50% das partes em comum.

O sensor realiza movimento de giro e cabeceio, com campo de visão de pelo menos +/-90 graus (não foram detalhados). Os servos de giro e cabeceio são capaz de acoplamento de alto ângulo de visada (High Off-Boresight Slaving - HOBS) com o sensor FPA. O sensor pode "balançar" a 800 graus/segundo e girar a 1600 graus/segundo. O sensor pode ser acoplado ao radar e JHMCS, além de outros meios como datalink. 

O sensor é coberto por um domo de safira que é três vezes mais dura que o fluorido de magnésio dos outros modelos do Sidewinder, sofrendo menos arranhões na estrutura, e com maior resistência a choque e melhores propriedades IR. O desenho de baixo arrasto evita o uso de domos hemisférios de alto arrasto. O invólucro do nariz tem 7,6cm de diâmetro e metade do arrasto do nariz do AIM-9M.

O sensor não precisa de resfriamento externo pois usa um motor de criogênio interno, podendo funcionar por longos períodos, diminuindo também a manutenção e logística por não precisar de suprimento externo.

AIM-9X
Imagem do sensor IIR FPA do AIM-9X. O sensor é complex o e
caro com preço próximo aos radares SARH. O sensor tem um sistema de teste integrado (BITE) e é reprogramável.

O FPA é idêntico as câmeras CCDs digitais de TV. Tem um campo de visão instantâneo maior que o sistema reticular dos Sidewinder antigos, e fixa no alvo e nos contornos do ambiente de fundo, seguindo o alvo pelo contraste da mesma forma que os mísseis guiados por TV como o Maverick e GBU-15.

O sensor considera a imagem de fundo e a rejeita, além de poder discriminar alvos múltiplos e contramedidas como flares facilmente. O sistema é imune a interferidores de pulso convencional.

A imagem do alvo de alta resolução permite a seleção de um ponto específico de pontaria, ao invés do limite entre a fuselagem e o exaustor, com alta resistência a contramedidas IR e ótima rejeição de ruído de solo.

O sensor é capaz de reconhecer a diferença de frequência, intensidade e velocidade comparada com a aeronave para otimizar a resistência a IRCM.

A cabeça de busca IIR FPA tem 128x128 elementos de InSb. Ele trabalha na banda de 3-5 micron e é 400 vezes mais sensível que o sensor do AIM-9M Sidewinder que usava 4 elementos.


O míssil FIM-92E Stinger Block 2 usará um cabeça de busca IR similar a
desenvolvida para o ASRAAM e AIM-9X com um sensor FPA de 128x128 elementos. A foto acima mostra o campo de visão largo e estreito da cabeça de busca se aproximando do alvo que está lançando flares. O sensor também tem melhor capacidade de adquirir alvos em alcance mínimo e um campo de visão maior que os AIM-9M.

O sensor produz mais de 16 mil bits de imagem digital usado pelo algoritmo de seguimento. Os eletrônicos do sensor incluem um rastreador digital C-80 da Raytheon com 1,5 MFlops de capacidade de processamento e um conjunto inercial para navegação proporcional. Ele permitindo interpretar as imagens do autodiretor da matriz infravermelha e ignorar interferência do solo e do céu (nuvens e sol).  


Em pequenas distâncias, o algoritmo do sensor IIR processa comparações
de formas para determinar os limites da estrutura do alvo, podendo identificar seus pontos quentes. Observando estes pontos quentes e seus movimentos, o sensor pode estabelecer mudanças na orientação do alvo, direcionando o míssil para um impacto direto. O sensor IIR tem grande definição a curta distância e pode distinguir a assinatura IR de uma aeronave de outra e fazer a identificação da aeronave.
 

Detalhe do sensor IR do AIM-9X.

O míssil se guia por energia IR do alvo. Quando o emissor IR entra no campo de visão do sensor, um sinal de áudio é gerado nos fones do piloto indicando a aquisição de um alvo em potencial. O míssil pode ser apontado fisicamente com o piloto direcionado a aeronave para o alvo.

Outro método é o SEAM - Sidewinder Expanded Acquisition Mode - quando a cabeça de busca é apontada pelo radar podendo adquirir alvos além do alcance visual e designar alvos para o JHMCS antes que o alvo possa ser visualizado.

O terceiro método é usar o JHMCS que permite adquirir alvos bem distantes no eixo da aeronave (off-boresight) através do movimento da cabeça. O piloto pode disparar o míssil após receber o sinal audível.

O visor montado no capacete JHMCS permite o lançamento rápido em 2-4 segundos. O HMS usado nos testes de 1994 já era capaz de atingir 67 graus.

O míssil também pode ser apontado por outras plataformas através do Link16/JTIDS e outros métodos estão sendo estudados como sistemas de alerta radar (RWR), sistemas de alerta de aproximação de mísseis (MWS), sensores IRST e designadores laser como o LANTIRN e SNIPER. Como o ASRAAM tem um sensor semelhante ao do AIM-9X e pode usar este sensor para busca autônoma funcionando com IRST, é provável que o AIM-9X também terá esta capacidade.

No caso de ser apontado pelo RWR e/ou MWS o míssil poderá ser usado como míssil antimíssil destruindo mísseis ar-ar e superfície-ar que foram disparados contra a aeronave.

US Navy está estudando a instalação de um datalink de banda única para os AIM-9X block 2 AOTD (Active Optical Target Detector) do Lote 8 que deve ser entregue em 2009. O míssil terá o dobro do alcance com modos de lançamento loft/planeio e capacidade LOAL como o MICA IR. Se disparado por um F-22A em velocidade supersônica o míssil poderá atingir alvos a até 40km. A única limitação é o tempo de missão de 60 segundos.

AIM-9X
Detalhe da cabeça de busca. O desenho tem um arrasto 50% menor que o do AIM-9M.

Atualizado em 30 de Janeiro de 2007

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