Descrição

O AMRAAM é dividida em quatro seções: guiamento, ogiva, propulsão e controle.

A unidade de guiamento (Weapons Guidance Unit - WGU) consiste no radome, sensor, servos, transceptor, eletrônicos, INS (modelo LN-201), detector de alvos, armação e estrutura. O grupo eletrônico é o WGU-16B no modelo AIM-120A, WGU-41/B no
AIM-120B e WGU-44/B no modelo AIM-120C.

O míssil é facilmente adaptável por usar eletrônicos de transistores com conceito modular para modernização rápida.

As caixas pretas consistem nos sistemas de microonda do radar, seguido do processador de sinais Watkins-Johnson de 30MHz (AIM-120A), depois o transmissor; receptor, piloto automático digital e bateria. As funções de auto-diagnóstico dos sistemas de navegação, piloto automático, radar, datalink, espoleta e sequenciador são controladas pelo microprocessador.

O guiamento terminal é por radar ativo com guiamento inercial por navegação proporcional de meio curso. O guiamento inercial e radar ativo terminal permite capacidade "dispare-e-manobre" para o caça ou “dispare-e-esqueça” para o míssil permitindo que a aeronave lançadora realize manobras evasivas enquanto o míssil se guia para o alvo.


AIM-120 AMRAAM
A antena móvel do radar monopulso da banda I (8-10 GHz) tem um transmissor de alta potência com poucos lóbulos laterais e um processador interno. O alcance é estimado em 10km contra um alvo do tamanho de um caça. O campo de visão é +/-25 graus off-boresight. O radar permite guiamento autônomo no modo "dispare-e-equeça" sendo ligado ao entrar no alcance estimado. Usa PRF alto e se o alvo tenta se proteger com interferência (jamming) e para alvos a grande distância, o sensor muda para médio PRF com e modo "home-on-jam" para conter interferência inimiga que vira fonte de guiamento e para atacar alvos voando baixo.


O AMRAAM usa um sistema inercial LN-201 Inertial Reference Unit (IRU) derivado do LN-200 da Northrop.

A unidade de propulsão (Weapons Propulsion Unit - WPU) consiste da fuselagem, motor, exaustor e cone externo, mecanismo de disparo e armação com indicador de segurança.

O motor WPU-6/B de aceleração e sustentação é fabricado pela Alliant Techsystems (ex Hercules). Usa um propelente sólido de baixa emissão de fumaça com hidroxyl e polibutadieno como propelente.
O motor do AIM-120A pesa 70,3kg com 49kg de propelente. Os motores atuais pesam 158kg.

A unidade de controle (Weapons Control Unit -WCU), ou WCU-11/B, consiste em quatro atuadores servos independentes e quatro baterias de lítio-alumínio em paralelo.

As quatro asas e barbatanas são destacáveis para facilitar o armazenamento, manuseio e transporte. As asas menores do modelo AIM-120C são intercambiáveis com as asas maiores (só para o modelo
AIM-120C).

A unidade de armas (Weapons Detonation Unit - WDU), ou WDU-33/B, inclui ogiva Chamberlain, mecanismo de armação FZU-49/B Mk3 Mod 5 e acelerador Mk 44 Mod 1. A seção de armas inclui gancho para instalar no cabide.

A ogiva anular pré-fragmentada de 23kg tem 198 projéteis retangulares (AIM-120A). A espoleta laser Kaman and Raymond direciona a carga e pode detonar por impacto ou proximidade. O alcance letal não foi informado, mas o NASAMS norueguês tem alcance mínimo de 300 metros devido ao raio letal da ogiva. O modelo AIM-120C5 usa uma ogiva WDU-41/B com mais de mil fragmentos.


O AMRAAM pode ser levado em vários tipos de lançadores (Missile Rail Launchers - MRL). Os lançadores do F/A-18 são o LAU-127A/A e LAU-115. O LAU-128A/A e LAU-129A/A CRLs (Common Rail Launchers) são usados pelo F-15 e F-16 que também podem lançar o Sidewinder, exceto na ponta das asas do F/A-18.


Detalhes internos do AMRAAM.


O AMRAAM pode ser levado por lançadores duplos pelos F/A-18 e F-16. Na foto acima, o AMRAAM está instalado no F/A-18A australiano junto com um par de ASRAAM.

O AMRAAM tem um sistema de monitoramento Built-in Teste (BIT) para verificar se todos os sistemas eletrônicos estão funcionando. O BIT é usado em mísseis dormentes antes de instalar na aeronave e antes do lançamento ao ligar o míssil.

O tempo médio entre falhas (MTBF) é de 1.500 horas demonstrada em vôos superando o requerimento de 450h. Em novembro de 1994, o míssil passou de 200.000 horas de vôo devido as zonas de exclusão na Bósnia (Deny Flight) e mostrou ser bem confiável.

A vida útil é estimada em 350-400 horas de vôo e depois é descartado ou reformado. Os AMRAAM dos F-16 de Aviano na operação Deny Flight chegaram a voar 600-700 horas.



No F/A-18E/F o AMRAAM dura 50 horas devido as fortes vibrações. No Sea Harrier dura menos de 50 horas pois também vibra muito nos cabides externos das asas.


O míssil é levado em um container All-Up-Round (AUR) onde cabem quatro mísseis. Todos podem ser reprogramados ao mesmo tempo, a partir do modelo AIM-120B, com um cordão umbilical através do equipamento Common Field-level Memory Reprogramming Equipment (CFMRE).


O custo dos componentes é dividido, aproximadamente, em guiamento 68%, controle 9%, espoleta 9%, ogiva 2%, propulsão 6% e fuselagem 6%.

Especificações:

Comprimento 5,56 m 
Envergadura 53,3 cm ( 44,7 cm )
Envergadura da
barbatana traseira
63,5 cm (44,7 cm )
Diâmetro 17,8 cm 
Peso 157 kg
Velocidade Mach 4
Alcance 50-70 km (30-45 miles)
Propulsão Motor foguete sólido Hercules/Aerojet
Sensor
radar ativo monopulso e INS de meio curso
Ogiva pré-fragmentada de 23 kg  WDU-33/B ou
WDU-41/B  (AIM-120C-5)
Modelo C em parênteses

A estrutura do AMRAAM é feita principalmente de alumínio e titânio. Os materiais usados em cada parte são:

Ponta do radome: Aço 17-4PH
Radome: piroceramica 9609
cobertura da seção de guiamento e fuselagem anterior: Titânio 6AL-4V
Cobertura da fuselagem traseira: titânio 6AL-4V (vidro após antena TDD instalada)
Cobertura da ogiva: Aço 4140 coberto com epoxy
Cobertura da seção de propulsão.: Aço carbono de alta resistência D6AC IVADISED (Ion vapor deposited aluminum)
Cobertura da seção de controle: Aço 17-7PH
Exaustor: Alumínio 6061 e Silicaphenloic liner
Cobertura da fiação: Poliamida FibernitePI-750 ou Kinel 4504
Asas: Titânio 6AL-4V
Prendedor das asas: Aço 6431
Barbatanas: Níquel e aço 17-4PH
Cobertura da superfície. Poliuretano resistente a solvente e químicos


Versões

O modelo AIM-120A foi descrito anteriormente. Não é reprogramável e precisa trocar o hardware. As variantes não táticas são o CATM-120 para treino, o DATM-120 para manuseio em terra e o JAIM-120 com sistemas de telemetria para testes e avaliação. Estão disponíveis nas versão A, B e C.

O AIM-120B tem novo processador digital, memória EPROM reprogramável, e hardware modernizado. O primeiro AIM-120B foi entregue no fim de 1994. Nesta época já se pensava em trocar os três giroscópios mecânicos por giroscópios a laser e talvez instalar um GPS.

O Projeto Have Dash permitiria que o AMRAAM pudesse ser levado pelo F-22, mas também por qualquer outro caça. O resultado foi o programa AMRAAM P3I (Pre-Planned Product Improvement) dividido em várias fases.

A Fase 1 é o modelo AIM-120C com asas menores que podia ser lavado no compartimento interno de armas do F-22. Equivale ao Lote 8 que é um AIM-120B com asa cortada e ECCM reprogramável. O primeiro foi entregue em 1996 e foi liberado para exportação em 2000. O AIM-120C usa novas tecnologias para atualizar e expandir as capacidades do sistema para preencher os requerimentos dos novos usuários. Tem nova ogiva, motor mais potente, nova lógica da espoleta, algoritmo de guiamento e novas contra-contramedidas (ECCM) reprogramáveis.

A Fase 2 com o AIM-102C-4 usa uma nova ogiva mais letal e novas ECCM. A produção do modelo C-4 foi iniciada em agosto de 1999 com o Lote 12.

O desenvolvimento da fase 3 iniciou em 1998 para um sensor baixo custo, estudos de guiamento duplo com sensor IR e radar ativo, motor melhorado, ogiva direcional e espoleta  laser.

O próximo míssil da série em produção foi o AIM-120C-5 com motor maior em 127mm para melhorar a cinemática foi iniciada em julho de 2000 e entregue em julho de 2001. É a versão atual em produção a partir do Lote 15. Foi oferecido para exportação a partir de maio de 2000.

O motor foi instalado no espaço deixado pela nova seção de controle WCU-28/B mais compacta que a anterior. Resultou numa maior eficiência com maior velocidade final e manobrabilidade, além da nova ogiva. A espoleta passou a ter um detector de quadrante para focar a carga da ogiva.

O míssil já realizou testes em 2003 derrubando dois alvos protegidos por interferência. Os eletrônicos foram reduzidos sobrando 15 cm na fuselagem. O míssil estava em testes em 2004. Deveria entrar em serviço no fim de 2004 como parte do lote 20. A partir de 2002 os modelos C-5 passaram a ter capacidade High off-boresight com atualização do software. A capacidade não é para ser usada em combate de curto alcance mas para permitir engajamento contra alvos detectados por outra aeronve.

O AIM-120C-6 deve estar disponível em 2006 e será especializada com um sensor melhorado para otimizar um cone de destruição com a ogiva contra alvos leves e pequenos em engajamentos frontais com o F-22. O novo AMRAAM terá uma nova espoleta com um sistema de detecção por quadrante.

A fase 3 poderia ter sido semelhante ao ERAAM proposto para o programa BVRAAM britânico (atual Meteor) e poderia estar em produção a partir do Lote 16.

Outra versão internacional proposta para o programa BVRAAM era o ERAM Plus (Extended Range Air-to-air Missile) que poderia ser o AIM-120C-8. O ERAM teria novos eletrônicos de espoleta da Thompson-Thorn semelhantes ao IRIS-T com um par de antenas de radar, e ogiva Diehl do AMRAAM Fase 2. O novo míssil teria uma melhora de 80% em relação ao FMRAAM com 50% do custo do FMRAAM. O ERAM iria aproveitar os US$2,4 bilhões já investidos para desenvolver tecnologia para o AMRAAM, e do conhecimento de mais de 100.000 disparos simulados e mais de 1.200 disparos de testes e combate.

Em 1995, a US Navy contratou a Alliant para melhorar o motor e aumentar o desempenho em 13%. Seria um motor apenas de aceleração ao invés de aceleração e sustentação. O ERAM Plus teria motor de dois pulsos tipo boost-glide-boost. O motor ramjet da Atlantic Research foi rejeitado pois o míssil não caberia no F-22.

Junto com a Raufoss norueguesa a Hughes testou um motor oval sem perde padronização. Foram estudados quatro propulsores alternativas.

O Programa Programmable Integrated Ordnance Suite (PIOS) realizado junto com o Reino Unido pretende tornar os mísseis ar-ar e superfície ar mais letais. O objetivo principal é melhorar a letalidade do AIM-9X, AMRAAM, ASRAAM e Meteor. A Fase I de viabilidade iniciou em 1998. Fase II de demonstração de 48 meses iniciou ainda naquele ano. O objetivo é criar uma espoleta inteligente para direcionar a ogiva no momento ideal, escolher o ponto de impacto de desenvolver conceitos de ogiva direcionáveis.

O Programa Advanced Area Defense Interceptor (AADI) pretende padronizar um sensor e espoleta para o Standard, ESSM e AMRAAM para detectar alvos muito pequenos. O projeto deve iniciar em 2006. O projeto Reactive Warhead também complementa o programa AADI e pode ser usado no AGM-88 HARM.


Uma versão multinacional baseada no AMRAAM chamado FMRAAM (Future Medium Range Air-to-Air Missile) desenvolvido em conjunto entre BAe e Hughes foi proposta para o programa BVRAAM (Beyond-Visual-Rang Air-to-Air Missile) britânico. O FMRAAM seria equipado com um motor ramjet de combustível líquido europeu para maior alcance e maior velocidade média. A NEZ seria 250% maior. A infra-estrutura e logística seria comum com operadores AMRAAM.


AIM-120C com asas menores.


O AIM-120C-7, será a fase 4 que iniciou o desenvolvimento em 2003 e com entrega esperada para o fim da década. Foi planejado para o C-7 um novo software, datalink de via dupla, melhor cinemática e capacidade de engajar alvos em alto off-boresight.

Um motor mais comprido será instalado no espaço vazio deixado pelos aviônicos mais compactos. Podera usar combsutivel HTPE (hydroxyl-terminated polyether) de pulso duplo. Terá um IMU mais atual e receberá um GPS.

Os testes do C-7 foram completos em marco de 2006 com entrada em operação em junho de 2007. A USAF e US Navy já compraram 900 mísseis. Cada míssil custou US$ 700 mil contra US$ 500 mil do C-5. O GPS permite uma navegação mais precisa com melhor gerenciamento da energia. As baterias também duram mais.

O C-7 manterá inicialmente o motor e a ogiva do C-5 mas terá processadores comerciais, novo software e melhoria no processamento do sinal do radar para melhorar a capacidade de contra-contramedidas. O novo sensor será mais robusto e mais fácil de manter.

Estava planejado um segundo estágio da Fase 4 deve ser iniciada em outubro de 2004 com o desenvolvimento de um novo motor no valor de US$128 milhões.

O C-7 irá substituir os AIM-54 Phoenix retirado de serviço em 2006 junto com o F-14D Bombcat. Esta versão foi proposta para substituir o AAAM que seria um novo míssil que substituiria o Phoenix e que foi cancelado em 1992.

A USAF e a US Navy planejam projetar três novos mísseis ar-ar para manter a supremacia aérea no futuro. Depois da introdução do AIM-120-C7 até o fim da década, serão desenvolvidos mais um modelo do míssil e um novo míssil irá substituir todos a série AIM-120 AMRAAM.

O AIM-120C-8, deveria iniciar o projeto em 2003 com novo motor e entrega em 2010. Seria o Lote 18 e 19 com cinemática melhorada, propulsão por combustível gelatinoso que produz mais energia com maior volume interno útil. Novas tecnologias propostas são um TVC chamado DMNTVC que será dois bocais móveis atuando junto com mais quatro barbatanas móveis. O C-8 acabou virando a versão AIM-120D.

O AIM-120D terá antena comformal e datalink de via dupla, chamado Enhanced Datalink, que permite conversa com a aeronave. O datalink terá antena no nariz para troca de dados em grandes ângulos de ataque e não precisa de linha de visada com a cauda. A entrada em operação está prevista para 2009 e deve entrar em serviço com o F-22 em 2013. O contrato de produção do AIM-120D foi de US$113 milhões em 2006.

Junto com o datalink de duas vias o míssil poderá transmitir informações para a aeronave lançadora. Os mísseis atuais só recebem dados. Isto irá aumentar o envelope e apoiar engajamento off-boresight podendo atacar alvos do lado e talvez atrás da aeronave.

Outro caça poderá controlar o míssil permitindo que aeronave que dispare fuga logo depois com uma aeronave mais atrás controlando o míssil. O datalink de via dupla poderá aumentar a efetividade em engajamento de longa distancia pois o míssil envia informações do comportamento do alvo e a própria posição. Isto permite designação além do horizonte e já foi demonstrado no AMRAAM lançado do solo (CLAWS, ver adiante). Esta versão do datalink poderá ser usado no Meteor e Patriot PAC-3.

A longo prazo a USAF e US Navy estudam um novo míssil para substituir o AMRAAM. O programa se chama Joint Dual Role Air Dominance Missile (JDRADM). Poderá engajar alvos a curta e média distância e terá capacidade contra alvos em terra podendo complementar o míssil anti-radar HARM. Terá propulsão melhorada, grande agilidade e letalidade, permitindo engajamento a longa distância. O programa deve ser iniciado em 2010.

AIM-120
Proposta para o JDRADM.

A USAF está testando o demonstrador de tecnologia de mísseis ramjet Variable Flow Ducted Rocket (VFDR). O míssil tem o tamanho do AMRAAM e cabe no compartimento de armas do F-22 e F-35. Poderá substituir e/ou complementar os mísseis AIM-9X e AIM-120. Poderá ter capacidade de curto e médio alcance e capacidade ar-solo, ou com todas capacidades juntas. O trabalho foi iniciado em 1986 com teste em solo em 1997.

AIM-120
Testes de vôo do VFDR em um F-16.

AIM-120
VFDR  Versão ramjet do AIM-120


Versões Superfície-Ar

Como o Sparrow, o AMRAAM também tem versões superficie-ar (SAM). A Noruega usa o Norweigan Advanced Surface-to-Air System (NASAMS). O NASAMS está operacional desde 1995. O nome MIM-120A não é oficial.

No fim da década de 80 a Noruega emitiu um requerimento para a compra de 20 sistemas e 320 mísseis para defesa aérea a baixa altitude (VSHORAD), com capacidade qualquer tempo, resistente a contramedidas eletrônicas e grande capacidade de sobrevivência contra aeronaves de supressão de defesas (SEAD).

O alcance de interceptação era de 700 metros a 12km e altitude de 3.500 metros (preferencialmente de 6.000m). O sistema seria usado pelo Exército (6-8 sistemas e 128 mísseis) e Força Aérea (8-12 sistemas e 192 mísseis).

O sistema seria integrado aos centros de Comando e Controle (SHORADOC) que também controla os mísseis Stinger e canhões 40mm.

O NASAMS da Kongsberg concorreu com o míssil VT-1 da Loockhead que iria equipar o Thomson-CSF Air Sys Crotale NG e Euromissile Roland M3S, o RBS-23 BAMSE, o Relampago da Rafale (Barak autopropulsado) e o Rapier FSC. O Rapier FSC tinha alcance muito curto. O Rapier Mk 2 tinha alcance maior (8km) e capacidade de sustentar 30g´s. O VT-1 atinge velocidade de Mach 3.5 e sustentava 35g´s.

O AMRAAM tinha alcance de 20km, bem além do requerimento. Os engajamentos a baixa altitude geralmente ocorrem a 4-6km. Contra alvos cruzados o míssil voa uma trajetória em "J". Contra alvos múltiplos dispara um míssil para cada alvo.

O míssil fica "frio" até iniciar comando de disparo. O míssil é ativado e um sistema BIT faz checagem de 70% dos sistemas com o míssil sendo disparado em 1.4 segundos. O lançador fica fixo com o míssil sendo guiado inicialmente por INS. O sensor é ativado no meio curso com busca com alto PRF até mudar para médio PRF na fase terminal. Tem capacidade de olhar para baixo e ainda localizar o alvo. O alcance mínimo é determinado pela ogiva com raio letal de 300 metros. Helicópteros que se escondem podem ser atacados por cima pois o míssil tem trajetória alta e mergulha no alvo. A padronização com o AMRAAM que equipa os F-16 da Força Aérea favoreceu a escolha.

Em 1989 a Hughes, agora Raytheon, e a Norsk Forsvarsteknologi AS (agora Kongsberg Defence and Aerospace) iniciaram os estudos do programa NASAMS. A fase 1 testaria o AMRAAM com o radar de busca TPQ-36A e sistemas de direção de tiro terrestre. Os primeiros dois disparos foram balísticos em setembro de 1989. Em 1990, iniciou a fase dois de três anos para testar os protótipos com radar e dois lançadores.

O NASAMS entrou em serviço em 1997 com 54 lançadores e 360 mísseis. Em 1998 foi integrado com o RBS-70 e canhões L70 de 40mm e depois irá substituir os RBS-70.

A Força Aérea da Noruega usa o NASAMS em duas baterias operacionais e três na reserva. As baterias operacionais são a 51M em Bodo (primeira operacional em 2001), 52M em Orland e 54M em Rygge.
Inicialmente o NASAMS substituiria duas instalações de mísseis MIM-14 Nike e depois o NOAH (NOrwegian Adapted HAWK). Cada bateria NASAMS tem quatro unidades de tiro. Cada unidade de tiro tem um radar, uma central de comando e três lançadores de seis mísseis cada. A capacidade "dispare-e-esqueça" permite engajar 50 alvos simultaneamente, junto com curto tempo de reação e trajetória alta para atacar alvos voando baixo.

Em 1993 o NASAMS foi proposto para modernizar o sistema HAWK com o AMRAAM. O HAWK tem alcance maior de 35km e teto de 18km, mas a unidade de tiro do NASAMS fica a até 25km a frente do radar. Os testes foram em 1995 com oito mísseis MIM-120 no lançador HAWK e chamado HAWK-AMRAAM.

O NASAMS-II do Exército deve estar operacional em 2004 com 12 lançadores de 6 mísseis para cada para Divisão 2000 norueguesa. O NASAMS 2 é montado no veículo Hägglunds Bv 206 com seis mísseis.

O NASAMS 2 proposto em 2000 teria radar AN/MPQ-64, motor do RIM-162 ESSM de maior diâmetro e datalink melhorado.


Cada bateria NASAMS tem nove lançadores de seis mísseis, e pode engajar 54 alvos em 12 segundos. A recarga leva 20 minutos. Cada lançador fica a 25km do radar central TPQ-36A e um IRST de projeto local. O alcance do radar TPQ-36A é de 75km. Futuramente será usado o radar MPQ-64.
ADSAM
Uma segunda variante do míssil foi chamado ASAM-1, similar ao MIM-120 mas com motor mais largo para aumentar o
alcance. Enquanto o MIM-120 157kg (ogiva de 22kg) o ASAM-1 pesa 227kg e com diâmetro de 23cm. O alcance sobe
para 45km. Os testes com o ASAM-1 foram em 1992.
A Espanha comprou o NASAMS da Noruega como off-set pela compra da fragata F-100. O contrato de US$80 milhões cobre quatro radares AN/MPQ-64 Sentinel, quatro centros de comando (FDC) e oito lançadores, mas não inclui os mísseis. Em maio de 2000 o Egito estudou a compra do NASAMS. O Kuwait é outro comprador recente.

Uma variante do NASAMS foi oferecida ao Reino Unido para o programa MSAM em 1992 chamado AdSAM com radar MESAR. O requerimento foi cancelado em 1993.


NASAM disparado de um lançador HAWK.

O USMC e US Army iniciaram estudos em 1996 para instalar o AMRAAM no HMMWV chamado HumRAAM com lançadores fixos. Os testes foram entre 1996 e 1997 com três disparos em 1997. Os testes do US Army em 1998 usaram um HumRAAM atrás de um colina enquanto o radar AN/MPQ-64 Sentinel acompanhava alvo em frente da colina passando dados para o HumRAAM. Foram nove disparos até 1999 e em 1999 foi proposto um pedestal móvel para o míssil. Uma central de tiro em um Humvee podia controlar até oito HumRAAM separados a até  20km.O HumRAAM passou a se chamar Surface-Launched AMRAAM (SLAMRAAM). Também foi estudado a conversão de Avenger e Linbacker para usar o AMRAAM.

Os US Army têm requerimento de 444 lançadores e entrou em serviço em 2002. Em fevereiro de 2004 foi assinado um contrato no valor de US$127 milhões para a compra pelo US Army.  Em 2006 o US Army instalou um sistema de autodestruição no SLAMRAAM que pode desarmar a ogiva ou explodir sob comando se não for para onde quiser ou apos certa distancia. O objetivo é diminuir dano a civis. O SLAMRAAM já é usado para defender Washington (DC). O custo da versão superfície-ar é de US$ 600 mil por míssil contra US$ 380 mil do equivalente ar-ar.

O USMC passou a estudar o sistema MIM-120 chamado Complementary Low Altitude Weapons System (CLAWS). O contrato de pré-produção foi assinado em abril de 2001 para dois Humvee com quatro mísseis em lançador giratório.

O CLAWS é uma arma de defesa aérea de baixa altitude com alcance estendido para complementar o Stinger e Avenger. É uma arma qualquer tempo, de grande razão de tiro.

O CLAWS irá substituir o Avenger em dois batalhões de defesa aérea (Low Altitude Air Defense Battalion). O custo do programa é de US$58 milhões. O CLAWS era chamado Projeto 559 devido custo de US$559 mil por veículo fora o míssil.

O pedido de propostas (RFP) do CLAWS foi lançado em 1999. A versão da Raytheon foi escolhida em 2000 contra a proposta da Boeing. O requerimento inclui engajar alvos num setor de 120 graus, com vários mísseis disparados em 2-4 segundos. A torreta tem azimute fixa sendo levantada em 30 graus na posição de disparo. Cada veículo aponta para um setor de responsabilidade. O radar ativo do AMRAAM permite erros em 15 graus em elevação e 60-70 graus em azimute em relação ao alvo.

O lançador será o LAU-128 e qualquer versão do AMRAAM poderá ser disparado. O lançador é intercambiável com a torreta AN/TWQ-1 do Avenger.

O requerimento do CLAWS surgiu em 1992 com o "Advanced Low Altitude Air Defense Weapon" e o "Mobile Surface-to-Air Missile System" de 1993. O CLAWS respondeu ao requerimento em 1998 após testes em agosto de 1997. Um dos requisitos é ser transportável pelo C-130.

O CLAWS recebe dados de sistemas de comando e controle e radares como o CWAR, AN/TPS-59, CEC/JCTN pelo sistema Expeditionary Air Defense System (EADS) Remote Terminal Unit (RTU) e o datalinlk  Ground Based Data Link (GBDL). O CLAWS é operado por dois homens.

O CLAWS será testado em 2003. O USMC planeja comprar 95 sistemas e 500 mísseis com entrada em operação (IOC) em maio de 2005. O USMC planeja comprar um total de 29 unidades de tiro e 96 mísseis inicialmente.

No ano 2000 foi feita uma proposta para integrar o PAC-3 e o MIM-120 no projeto MEADS.

Um contrato de abril 2001 foi feito para desenvolver o sistema que deve substituir o MIM-23 Hawk a partir de 2005. Era planejado a compra de 95 lançadores e mil mísseis para 2004-2005.

A Força Aérea da Dinamarca pretende substituir o HAWK em 2004. O AMRAAM concorre com Aster 30. O AMRAAM também deve substituir o SK-12 (SA-6) do Egito. O AMRAAM também foi proposto como arma para o programa FCS do US Army.

A Raytheon está estudando a instalação do AMRAAM no blindado leve LAV que será chamado de LVRAAM para proteção de forças terrestres blindadas.



Lançador CLAWS.

SLAMRAAM
Centro de controle no SLAMRAAM.

AIM-120 AMRAAM
Quando o USMC iniciou estudos para um sistema de defesa antiaérea de cabeça de ponte eles pensaram na adaptação do AMRAAM no blindado anfíbio LVTP-7A1. O míssil deslocaria junto com a força anfíbia. O míssil seria designado de forma autônoma por um radar no veiculo e a decisão de disparo seria feita pelo tripulante no veiculo com apoio do IFF e um rastreador visual. Depois do disparo o guiamento é feito pelo radar do míssil.


O SLAMRAAM do US Army poderá ser suplementado por um míssil com motor ramjet chamado de Army Extended Range Attack Missile (AERAM) deve cobrir alvos a até 100km contra 18km do SLAMRAAM.

O ERAM (Extended-Range Active Missile) será uma nova versão do Standard que usará o mesmo hardware e software do sensor do AMRAAM para diminuir custos. O alcance de engajamento também aumentará e inclui alvos além do horizonte usando o método CEC (Cooperative Engagement Capability) podendo ser apontado por outras plataformas como o E-2C.

Defesa Contra Mísseis Cruise

O AMRAAM foi testado como defesa contra mísseis cruise no programa J-LENS (Joint Land attack cruise missile Netted Sensor) do US Army. Os testes foram em março de 2000 vetorado por um radar em um balão cativo com acerto direto contra um drone simulando um míssil cruise.

O JLENS usa dois aerostatos (balões cativos com radar) a 3000-4500m, operando a 100km da frente de batalha. Um aerostato leva um radar de vigilância e outro um radar de rastreio e iluminação de alvos. O sistema permite aumenta em 700% a cobertura em relação a uma bateria Patriot. Os aerostatos são usados para guiar mísseis Patriot, Standard e AMRAAM nos testes. Também é mais barato de operar que aeronave de asa fixa. Enquanto um aerostato gasta US$500/hora um E-3 AWACS gasta US$7000/h.

Os EUA estimam que existam 75 tipos de mísseis cruise em serviço no mundo e mais 42 em desenvolvimento. Pelo menos 82 países tem um total de mais de 70 mil mísseis em uso. A maioria são mísseis anti-navio, mas podem ser convertidos para ataque terrestre por cerca de US$150 mil cada. Até mesmo UAVs podem ser usados para ataque terrestre.



Um ARMAAM disparado de um sistema CLAWS consegue um acerto direto (body-to-body kill) contra um drone BQM-34 simulando um míssil cruise a baixa altitude na quinta missão em abril de 2000 do programa JLENS. O alvo estava além da linha de visada.

 
O programa JLENS do US Army testou o AIM-9X, AMRAAM e Stinger disparado de um HMMWV Missile Tracking Mount (MTM) da Boeing.


Atualizado em 30 de Janeiro de 2007

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