AA-8 "APHID" (R-60)

AA-8 `Aphid' é a designação da OTAN para o míssil de terceira geração russo R-60. O Aphid foi desenvolvido no fim da década de 60 e inicio da década de 70 para substituir os AA-2 Atoll. O R-60 é um dos menores mísseis ar-ar pesando apenas 43kg. É barato e pode ser levado em grande quantidade, até para autodefesa de aeronaves de ataque e helicópteros. Foi projetado para combate caça x caça e sem muito limite mínimo de disparo e alcance maior que o canhão.

Pode ser levado no MiG-21 `Fishbed', MiG-23 `Flogger', MiG-25 `Foxbat', MiG-29 `Fulcrum', MiG-31 `Foxhound', Su-17 `Fitter D', Su-22 `Fitter J', Su-24 `Fencer', Su-27 `Flanker', Su-21 `Flagon', Su-25 `Frogfoot' e Yak-38 `Forger'. A Finlândia integrou nos seus treinadores Hawk. O MiG-21 e MiG-31 foram vistos com dois mísseis montados em cabides duplos no lançador das asas. Quatro Aphid já foram vistos no helicóptero Mi-24 "Hind D" e "Hind E" no cabide interno e em 1997 foi instalado nos SA330L Puma romenos modernizados.

O R-60 usa guiamento por infravermelho com um sensor Kolmar (mosquito) da Arsenal da Ucrânia e já foi noticiado versões com guiamento por radar semi-ativo mas nunca vistos.

O AA-8 tem quatro canards fixos e quatro barbatanas de controle no nariz, com quatro asas deltas de corda longa na cauda com quatro rollerons. Os canards são chamados de desestabilizadores para melhorar o controle da cauda em grande angulo alfa. O míssil tem 2,08 m de comprimento, diâmetro de 130mm, envergadura de 43cm e pesa 43kg. Tem duas espoletas de radar ativo logo atrás das barbatanas de controle e um strake único no corpo. A espoleta padrão é a Strizh (swift) com sensor ótico e pode ser substituída pela Kolibri por radar ativo com o míssil tendo a designação R-60K. A ogiva pesa de 3kg e é fragmentada.

Os Aphid iniciais eram apenas "tail aspect", só engajando o alvo por trás e com alcance máximo de 3km. O alcance prático é de 4km. Os iraquianos não dispararam o míssil contra alvos de frente mas testaram contra um MiG-23 voando baixo com o lançador no solo e conseguiam trancar a 2-3km de distância. O míssil é muito ágil e a aeronave pode disparar durante manobras de até 7g´s contra alvo manobrando a até 8g's. A única limitação é ogiva que precisa de acerto direto.

A versão melhorada R-60TM foi desenvolvida no inicio da década de 80 e acreditasse que tenha espoleta por laser ativo e capacidade todo aspecto. O sensor usa nitrogênio para refrigeração e tem ângulo de visada de +/-20 graus. Tem comprimento de 2,09m, diâmetro de 120mm e pesa 45kg. O alcance mínimo é de 200m e o máximo de 10km. A ogiva é maior pesando 3.5kg.

A versão R-60TMK provavelmente pode usar a mira montada no capacete do MiG-29. Em 1997 a empresa Arsenal ucraniana mostrou um sensor IR chamado UA-96 com mais quatro detectores IR montados externamente para serem usados em modernizações do R-60. Acreditasse que possa detectar alvos a até 10km e tem campo de visão de +/- 45 graus e acompanha alvos cruzando a 30 graus por segundo.

O AA-8 Aphid é fabricado pela Molniya com apoio da Vympel e entrou em serviço na Rússia em 1973 e a partir de 1982 com a versão R-60TM. Foi vendido para o Afeganistão, Alemanha, Argélia, Angola, Azerbaijão, Bielorussia, Bulgária, China, Coréia do Norte, Croácia, Cuba, Eslováquia, Geórgia, Hungria, Iraque, Índia, Iugoslávia, Kazaquistão, Líbia, Malásia, Polônia, Republica Checa,  România, Síria, Sudão, Ucrânia e Vietnã. Foi fabricado sob licença na Romania como A-95 e mais recentemente como A-960. A versão de treino é chamada UZ-62 e UZR-60.

O primeiro uso em combate do Aphid foi no dia 21 de junho de 1979, um MiG-23M Russo pilotado pelo capitão V. Shikinder derrubou dois helicópteros CH-47 iranianos que atravessaram a fronteira russa. Um helicóptero foi derrubado com dois R-60 e o outro com o canhão.

No dia 9 de junho de 1982, um MiG-23 sírio puxando 8,5 g's foi derrubado por um F-15, mas o Eagle foi atingido logo depois por um Aphid disparado por um MiG-21 que atingiu a entrada de ar dianteira produzindo vários buracos fuselagem e quatrocentos buracos menores. O F-15 conseguiu pousar danificado.

No dia 25 de junho de 1988 um MiG-23ML iraquiano conseguiu derrubar um AH-1J Cobra iraniano com um R-60M.

Após o colapso da URSS em 1990
os MiG-21 e MiG-25 do Arzeibaijão usaram o R-60M contra blindados T-72 e BMP-1 da Armênia na região de Nogoro Karabach durante conflitos de fronteira em 1992 com vários acertos.

Na noite de 17 de janeiro de 1991 o capitão Khudair Hijab do Sexto Esquadrão (MiG-29) danificou um F-111F, último de uma esquadrilha de três com um R-60MK. Alguns minutos Hijab depois atingiu um B-52G com um R-27R que pousou em Jeddah afirmando ser danificado por um míssil SAM.

Os iraquianos afirmam que o Tornado GR.1A pilotado por Gary Lennox e Adrian Weeks (mortos na ação) foram derrubados por um R-60MK disparado por um MiG-29B pilotado pelo capitão Jameel Sayhood do Sexto Esquadrão baseado em AL Quwa Al Jouwiyah Al Iraquiya. A vitória foi no dia 19 de janeiro de 1991 as 12:30h. Sayhood foi derrubado logo depois por um F-15C e conseguiu ejetar.

Um MiG-25PD iraquiano derrubou um UAV americano RQ-1A Predator no dia 23 de dezembro de 2002 com um míssil R-60 ou R-40 em um engajamento frontal. A imagem foi gravada pelo Predator que também disparou um Stinger sem sucesso.

Aphid

Aphid

Aphid
O Aphid é disparado do trilho APU-60.

Aphid
Um cabide duplo nas asas de um MiG-31.

Aphid
A Sérvia modificou o AA-8 em 1999 para disparo do solo como míssil superfície-ar. O lançador é uma conversão de em um chassi de canhão rebocado M55A3B1 de 30mm com dois mísseis montados em cabides invertidos com alcance máximo de cerca de 4 km. Foi usado durante o conflito de Kosovo em 1999 mas não se sabe os resultados.

Aphid
Disparo R-60MK a partir de um Hawk da Finlândia.

Aphid
Disparo de um R-60 por um MiG-29 alemão.

Aphid
No dia 10 de agosto de 1999 um MiG-21 indiano disparou um AA-8 contra uma aeronave de reconhecimento Atlantic do Paquistão após invadir a fronteira.

R-60
No dia seis de agosto de 1988, um jato executivo BAe 125-800 civil de Botswana levando o presidente de Botswana e oito passageiros voava a 12 mil metros sobre angola. Subitamente os passageiros e tripulantes ouviram uma explosão e a cabina descomprimiu. A aeronave inclinou e mergulho e foi observado que a seção dianteira do motor se separou e foi jogada para frente da aeronave. A aeronave tinha sido atingida por um ou dois mísseis R-60 disparados de um MiG-23ML angolano. O primeiro míssil atingiu o motor direito e o arrancou com o segundo míssil atingindo o mesmo motor já caindo da aeronave. O piloto restabeleceu o controle da aeronave a 9 mil metros e desligou os motores conseguindo pousar em Cuito Ble em Angola onde foi observado que também tinha danos extensos na asa e flap direito. Angola se desculpou pelo acontecimento. Ninguém se feriu.


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