ASRAAM

O Advanced Short Range Air-to-Air Missile (ASRAAM) - míssil ar-ar de curto alcance avançado - é um míssil de alta agilidade de curto alcance guiado por infravermelho (IIR) de alto ângulo de aquisição (off-boresight).

O projeto original foi iniciado em 1980 entre Alemanha (BGT) e Reino Unido (BAe), sendo concebido como um míssil de alto desempenho para substituir o Sidewinder. O ASRAAM seria um míssil mais curto e gordo que o Sidewinder, com guiamento inercial de meio curto e sensor IR avançado. O míssil usaria um Missile Support Unit para poder usar os lançadores dos Sidewinder.

Em agosto de 1982, foi feito um acordo entre a França, Alemanha, Reino Unido e os EUA para padronizar os futuros mísseis ar-ar da OTAN. O programa seria chamado de Família de Armas e o acordo tri-nacional foi assinado em abril de 1984. Noruega e Canadá entraram depois no acordo. O consórcio europeu era formado pelo Reino Unido (42,5%), Alemanha (42,5%), Noruega (5%) e Canadá (10%).

Os Alemães tinham o projeto do sensor ALASCA, além do projeto do míssil Viper feito em junto com os norueguêses. Este acordo seria para o desenvolvimento de um míssil ar-ar de médio alcance (AMRAAM) e um míssil ar-ar de curto alcance (ASRAAM) de combate aéreo.

Os EUA estavam responsáveis pelo AIM-120 AMRAAM, míssil ar-ar de médio alcance, que substituiria o AIM-7M Sparrow, Sky Flash e Aspide. O consórcio Europeu ficaria responsável pelo projeto do míssil ar-ar de curto alcance AIM-132 ASRAAM (ou YAIM-132A) que substituiria o AIM-9L Sidewinder. 

As empresas americanas teriam participação industrial no projeto ASRAAM, assim como as empresas européias com o AMRAAM, e o acordo incluía direito das empresas dos EUA se retirarem se o desenvolvimento demorar.

O ASRAAM foi desenvolvido a partir do p britânico Taildog (SRAAM) com um sensor IR "all aspect" da BGT alemã. A BAe e BGT realizaram estudos de viabilidade entre 1981 e 1983. O projeto foi iniciado em 1984 quando a Bodenseewerk Gerätetechnik (BGT) e a BAe Dynamics formaram a BBG. A fase de definição do projeto foi entre 1984 e 1987, e o desenvolvimento de tecnologia foi iniciada em 1985 e concluída em 1990. A produção em série foi planejada para o inicio da década de 90. O míssil seria produzido no Reino Unido pela BAe Dynamics e na Alemanha pela BGT. Em 1988, o  contrato passou para BAe, agora Matra BAe Dynamicas, parte da EADS.

Os objetivos incluíam baixo custo, zero de manutenção durante a vida útil, disparo de qualquer posição e alta probabilidade de acerto (Pk) sem necessidade de espoleta proximidade e grande ogiva.

Em fevereiro de 1988, os EUA estava insatisfeito com o projeto e isto levou a mudanças no projeto e com a diminuição do progressivo do interesse no projeto. Em 1989, o míssil estava pronto para a fase de desenvolvimento.

O acordo entre os europeus não deu certo devido a diferença de requerimentos entre alemães e britânicos.

A Luftwaffe estava preocupada com o AA-11 Archer (Vympel R-73). A experiência alemã com o Archer mostrou que seu desempenho foi subestimado. O Archer era superior ao AIM-9L Sidewinder em todos os aspectos: campo de visão, alcance de aquisição, manobrabilidade, facilidade de designação e trancamento. O problema poderia ser considerado pior pois as armas de exportação russas, como os Archer alemães, eram piores que os usados pela força aérea Russa. Os alemães concluíram que o ASRAAM tinha deficiências de agilidade comparada com o Archer.

Os britânicos queriam um míssil de alta velocidade e baixo arrasto capaz de engajar alvos a grande distância comparado como Sidewinder. As áreas em comum incluíam lançamento off-boresight (sobre os ombros) e sensor melhorado

As dificuldades encontradas sobre configuração, arranjos de colaboração e requerimentos levou a quebra do contrato e a saída dos alemães do programa em março de 1989. Os Franceses decidiram projetar o MICA também em 1989.

O problema piorou quando o acordo EUA-Europa deixou de existir e os EUA saíram do projeto em 1990 junto com o Canadá e Noruega. Os EUA iniciaram seu projeto próprio do Sidewinder avançado (Sidewinder 2000) que se tornou o programa AIM-9X. O programa AMRAAM também era considerado mais urgente que o ASRAAM para os EUA.

Em 1995, os alemães iniciaram o projeto IRIS-T (Infra Red Imagery Sidewinder-Tail controlled) projetado pela Bodensee Geraetetechnik GmBH (BGT). O projeto IRIS-T passou a ser um programa europeu com a participação da Alemanha, Grécia, Itália, Suécia e Noruega (o Canadá se retirou em 2001).

O Reino Unido estava preocupado com a ameaça do Su-27 armado com o AA-11 que seria muito superior ao Tornado ADV e o Eurofighter precisaria de um míssil de melhor desempenho. Os britânicos decidiram continuar o programa ASRAAM em 1990 e lançaram um pedido de propostas para a indústria em maio de 1991 de um programa revisado. Sozinha o Reino Unido podia considerar apenas os aspectos operacionais ótimos e não ter que ceder a necessidades de outros paises.

Com o fim do Pacto de Varsóvia os orçamentos começaram a contrair e a BAe System teve que competir com outros países. Os interessados pelo programa foram a British Aerospace Defence, Raytheon, um consórcio entre a GEC, Marconi e Matra, a BGT e a Loral Aeronutronic. A Raytheon e Loral acabaram se retirando do programa. A BAe apresentou o ASRAAM, e a equipe da GEC Marconi/Matra propôs o MICAASRAAM e a BGT apresentou o AIM-9LI com sensor IRIS no início de 1992. Outras propostas americanas também foram considerados.

Em abril de 1992, a BAe Dynamics (agora Matra-BAe Dinamics - MBDA) foi contratada para projetar, desenvolver e fabricar o ASRAAM no projeto SR(A)-1234 para a RAF. O contrato de US$ 912 milhões incluía a compra de 1000 mísseis e o inicio do desenvolvimento ainda em 1992. Outro contrato para 300 mísseis foi feito em 1994. Era esperado que o míssil entrasse em operação no fim da década de 90 no Eurofighter, Tornado ADV e IDS, Harrier GR.7, Sea Harrier, Jaguar e talvez o Hawk.

A BAe já tinhal lançado propostas para subcontratantes em agosto de 1989. A Hughes logo foi escolhida para fornecer o sensor de imagem. A Hughes passou a fornecer do novo sensor IIR no lugar do sensor alemão. A Daimler Benz Aerospace (agora Tiel da MBDA) forneceria a ogiva e a Thomson Thorn Missile Electronic a espoleta a laser.

Em 1996, foi feito um consórcio com a Matra francesa (agora parte da MBDA) para desenvolver e produzir o míssil.

ASRAAM
A proposta inicial do AIM-132 ASRAAM incluia cabide para levar até três mísseis. O míssil seria mais curto e com maior diâmetro que o Sidewinder.

Requisitos

O requisito fundamental britânico para o ASRAAM é a alta velocidade, alta agilidade, alcance aumentado e aquisição de alvo avançada. Deveria garantir superioridade do Eurofighter Typhoon no combate aproximado, complementar o Sky Flash e o futuro BVRAAM (atual Meteor) no combate a longa distância, além de defender o Harrier e Tornado. Com agora era um projeto próprio o Reino Unido não teria que ter muitos atrasos discutindo com aliados sobre os requerimentos.

A doutrina da RAF considerava os bombardeiros soviéticos como a principal ameaça. Os interceptadores de longo alcance Tornado ADV equipados com o Sidewinder e Sky Flash era suficiente era considerado suficiente contra este tipo de ameaça. O ASRAAM permitiria engajar as escoltas de caças antes do encontro e poderia ser disparado até em salvas contra as esquadrilhas inimigas.

Para cumprir os requerimentos o míssil incorporou várias melhorias sobre o Sidewinder. O projeto tem uma configuração de baixo arrasto sem aerofólio, usando apenas barbatanas na cauda para controle e estabilidade sem grandes superfícies de sustentação e sem TVC para trocar agilidade aproximada por alta velocidade e alcance. A sustentação é feito com o corpo (body lift).

O conceito operacional do ASRAAM é bem diferente dos outros mísseis ar-ar de curto alcance. O míssil é otimizado para o desempenho pré-encontro, seguindo o conceito de quem dispara primeiro tende a vencer, sendo otimizado para desempenho "F-pole", projetado para otimizar o tempo até o alvo/alta velocidade, para aumentar a zona de engajamento para bem longe da aeronave lançadora, e não só para combate aproximado, para destruir o inimigo o mais longe da aeronave.

O míssil foi projetado para adquirir o oponente e engajar a maior distância possível. Se o primeiro disparo falhar, o míssil deveria ter bom desempenho para destruir o alvo a curta distância.

O ASRAAM pode atingir alvos a 10km em um engajamento frontal. Um teste foi feito com o radar pois o alvo estava além do alcance visual. O projeto AIM-9R Sidewinder (cancelado) tinha este requerimento antes das capacidades do R-73/AA-11 Archer serem conhecidas.

A velocidade do míssil é a metodologia de sobrevivência. Se dois caças que estejam num engajamento frontal disparam para uma destruição mútua, é melhor ficar no solo. O objetivo do ASRAAM é permitir que o caça tenha capacidade de disparar primeiro e destruir primeiro.

Segundo os britânicos, em um combate aproximado a capacidade de atacar primeiro é vital. Um piloto precisa de um míssil que reage mais rapidamente, e precisa de velocidade e agilidade para garantir uma capacidade de acerto alta qualquer que sejam as manobras evasivas do inimigo ou uso de contramedidas.

Descrição

O ASRAAM tem construção modular com quatro seções principais: frontal com sensor e refrigerador, seguido dos eletrônicos, espoleta e ogiva, depois o motor e no final a unidade de controle.

A chave do desempenho do ASRAAM está sensor FPA de imagem infravermelha (IIR) da Raytheon com 128x128 pixels com um domo de safira. O sensor é o mesmo usado pelo AIM-9X e tem resolução 400 vezes melhor que o AIM-9L/M. O sensor é refrigerado a 80 graus Kelvin por um sistema Hymatic Joule-Thompson que pode usar Argônio, nitrogênio ou até ar expandido o que facilita a logística.

Os sistemas FPA são revolucionários quando comparados com os seekers de retículos. O FPA se fixa continuamente no alvo e expõe uma área de detecção muito maior e por mais tempo as emissões do alvo. Usa um sistema de varredura similar ao das TVs ao invés da verredura cônica dos retículos, tornando imune a flares e a jammeadores IR que cegam o sensor. A única contramedida efetiva são os lasers potentes para queimar o sensor.

Como o sensor FPA produzir uma imagem de TV do alvo, é praticamente impossível quebrar o trancamento com manobras violentas em qualquer alcance, e com um sensor de grande velocidade de varredura. O alvo é acompanhado com técnicas de contrastes como a usada no míssil AGM-65 Maverick, e escapar da cobertura do sensor é geometricamente impossível .

Combinado com um processador de sinais o sensor pode realmente ver o alvo com grande distância de aquisição. O software pode até designar partes da aeronave como motores, cockpit, raiz das asas, etc. A cabeça de busca não vê um borrão. Ela vê um alvo definido e não só sabe se é o alvo ou armadilha como consegue identificar o tipo de aeronave. Os sensores percebem até a diferença de velocidade entre o alvo e despistadores (flares).

O sensor tem grande ângulo de visada (+/-90 graus) e grande velocidade de seguimento do alvo podendo ser apontado por um visor no capacete (HMD/HMS). Após o trancado no alvo, o piloto pode olhar no cockpit as imagens aumentadas geradas pelo sensor e onde está apontado.

As coordenadas do alvo podem ser passadas pela mira no capacete (HMD) ou radar. O míssil também pode buscar alvos de forma autônoma funcionando como IRST. Combinado com HMD o ASRAAM tem capacidade "off-boresight" contra alvos ágeis. O lançamento é instantâneo ao ser apontado pelo HMS ("olhe e dispare").

Atrás do sensor está a seção de eletrônicos, espoleta e ogiva. Os eletrônicos contêm um processador de sinais do vídeo com software da BAe Dynamics na linguagem ADA com Chips Transputer da serie 800. O míssil usa um giroscópio de fibra ótica (FOG) da LFK, parte da EADS, de três eixo no sistema de navegação inercial (INS) e acelerômetros de estado sólido com grande confiabilidade para lançamento rápido. Ele permite voar o míssil com modo de trancamento após o disparo (LOAL) como um míssil de longo alcance. A Ogiva da LFK é acionada pela espoleta Thorn-EMI a laser com back-up de impacto.

O míssil usa um motor foguete sólido de baixa emissão de fumaça REMUS da Royal Ordnance é usado para impulso e sustentação. Comparado com o motor do Sidewinder, o novo motor melhora a aceleração e a velocidade máxima de cruzeiro. A velocidade se aproxima de Mach 4 segundo algumas fontes. O alcance pode chegar a 25km.

 O motor usa cobertura de aço laminado ao invés de tubo convencional usinado sendo mais resistente e leve. O motor de maior diâmetro de 166mm tem 70% mais propelente que o Mk36 de 127 mm do Sidewinder por unidade de comprimento.

A última parte é a seção de controle com quatro barbatanas em delta cortadas em cruz, com estabilidade relaxada para alta agilidade. A configuração lisa do míssil melhora a aerodinâmica e além das superfícies da cauda o míssil só tem os três adaptadores do lançador do Sidewinder.

Uma omissão é a falta de vetoramento de empuxo (Thrust Vectoring Control - TVC) que daria grande agilidade após o disparo. O TVC foi proposto como uma possível modernização (adição de uma seção na cauda) sendo designado P3I-ASRAAM e que foi usado na competição do programa AIM-9X.

Mesmo sem TVC o ASRAAM é capaz de puxar cerca de 50g's, com grande ângulo de ataque, o que é suficiente para anular qualquer manobra evasiva mais agressiva do inimigo. O ASRAAM tem agilidade até o fim do engajamento com controle traseiro. A zona sem escapatória (No Escape Zone - NEZ) é grande com grande agilidade.

A alta velocidade e a falta de TVC o torna menos ágil que mísseis com TVC. Porém, a  MBDA argumenta que o TVC é uma tecnologia antiga que apareceu na década de 70. Com o TVC a agilidade é perdida com o fim da queima do motor.

Engajamentos em ângulos de 90 graus passaram a ser parte dos novos requerimentos incluindo sensor com maior ângulo de busca. Neste requerimento é desejável que o motor tenha controle de potência, mais baixa neste momento, enquanto vira até ir para potência máxima numa perseguição. O AIM-9X, IRIS-T e Python 4 tem requerimentos para combate aproximado, porém, apenas o ASRAAM, Python 4 e IRIS-T usam um motor de dupla impulsão.

ASRAAM ASRAAM
Imagem do sensor de imagem infravermelha do ASRAAM antes de atingir um drone QF-4. O sensor é o mesmo usado pelo AIM-9X.

O ASRAAM é capaz de adquirir e engajar alvos em qualquer lugar no hemisfério frontal e contra alvos além do alcance visual. A MBDA afirma que o míssil tem modo de lançamento LOAL (trancamento após lançado) com capacidade de memória de rastreio e predição de seguimento podendo proteger a aeronave em qualquer quadrante. Os britânicos estão estudando formas para possibilitar o engajamento de alvos atrás da aeronave ("sobre os ombros").

O ASRAAM tem uma capacidade BVR (Beyond Visual Range) significativa com uma combinação de velocidade, alcance e trancamento após lançamento. O alcance máximo está próximo de 22km em condições ideais. O sensor passivo não vai dar aviso do ataque como os radares ativos dos mísseis de longo alcance.

O ASRAAM é considerado um "hittile", ao invés de míssil sendo projetado para acertar o alvo (HIT, acerto em inglês, contrário de MISSile, erro em inglês). Mesmo assim usa uma ogiva fragmentada de apenas 8,2kg da Bayern Chemie (parte da EADS) com espoleta de proximidade laser como redundância. O míssil tem opção de usar uma ogiva maior de 12kg pois tem espaço de sobra na fuselagem. A grande energia do míssil é adicionada ao efeito da ogiva.

ASRAAM
Espoleta de proximidade da Thompon-Thorn usada no ASRAAM.


Configuração interna do ASRAAM. É possível perceber a ogiva de subcalibre com diâmetro menor que a fuselagem instalada logo abaixo do cordão umbilical.

ASRAAM
O ASRAAM usa um motor foguete de baixa assinatura/pouca fumaça.

O míssil tem duas interfaces tipo cordão umbilical sendo uma analógica compatível com o Sidewinder a digital compatível com o AMRAAM. A aeronave dá suporte de energia elétrica e uma bateria térmica interna é usada durante o vôo do míssil. Aeronaves que usam interface MIL-STD-1553 podem usar o ASRAAM mais facilmente.

A sequêcia de carregamento é idêntica a do Sidewinder. Não é necessário treino para o piloto disparar o míssil e nem treinamento especial para as tripulações de solo manusear o míssil. Os sinais de áudio, botões e sequência de disparo são similares as do Sidewinder.


Os tripulantes de solo não precisam de treinamento adicional para manusear o ASRAAM.

O míssil é entregue em um container hermeticamente selado. O míssil foi projetado para permanecer no container para armazenamento durante toda a vida útil estando pronto para uso sem preparação ou manutenção prévia. Se falhar no teste após retirado do container, o míssil pode retornar completo para reparo na fábrica. A atualização do software pode ser feito na base.

O ASRAAM pode ser considerado um míssil internacional devido ao grande número de subcontratantes estrangeiros: Raytheon para sensor de busca, LFK para ogiva e INS e a Saab Dynamics sueca supre os sistemas de testes. Entre as companias britânicas temos a Tompson-Thorn para espoleta, Lucas Aerospace para atuadores, Hymatic para o sistema de refrigeração e a Royal Ordnance para o motor foguete.

O governo britânico gastou cerca de 828 milhões de libras (cerca de US$1,2 bilhões) desde abril de 1992 no desenvolvimento do ASRAAM para substituir seus Sidewinder na RAF e Royal Navy. O custos de aquisição devem chegar a US$ 1,3 bilhões. O custo unitário é de aproximadamente US$ 350 mil por míssil.

Em 1994, foram testados 12 ogivas e 75 motores foguetes do míssil. Os testes cativo no Tornado F3 e F-16 foram completados em 1994. Três testes de separação foram realizados em junho de 1995 em Eglin, EUA. O desenvolvimento inclui 14 disparos guiados. O primeiro disparo foi em 29 de maio de 1996 a partir de um F-16 contra um drone QF-106 em Eglin, Flória. Os EUA financiou testes de vôo do ASRAAM em 1985 para competir no programa AIM-9X. O míssil usava TVC e ogiva maior.

Em 1999, foi realizado testes com o HMD Striker da Marconi Avionics Systems que será usado no Eurofighter.

Até maio de 2001 foram realizados 8 disparos incluindo a destruição de três drones QF-4. Entre setembro de 2001 e maio de 2002 serão realizados mais seis disparos reais para validar o software em capacidades avançadas e cenários alternativos. O total de disparos guiados deve chegar a 22.

O primeiro míssil de pré-produção, numa versão menos capaz que a de produção final, foi entregue em dezembro de 1998 e usado para integração. Em junho de 2001, foi feito o primeiro disparo do Eurofighter Typhoon com o primeiro disparo guiado em junho de 2005. O primeiro ASRAAM entrou em operação no Tornado F.3 em 21 de janeiro de 2002. A versão final será entregue a partir de 2002. O ASRAAM entrou em serviço nos F/A-18 australianos em agosto de 2004.

ASRAAM
Teste do ASRAAM lançado de um F-16 contra um QF-4 em 21 de maio de 1998 na base aérea de Eglin, Flórida.

O ASRAAM pode ser considerado um míssil internacional devido ao grande número de subcontratantes estrangeiros: Raytheon para sensor de busca, LFK para ogiva e INS e a Saab Dynamics sueca supre os sistemas de testes. Entre as companias britânicas temos a Tompson-Thorn para espoleta, Lucas Aerospace para atuadores, Hymatic para o sistema de refrigeração e a Royal Ordnance para o motor foguete.

O governo britânico gastou cerca de 828 milhões de libras (cerca de US$1,2 bilhões) desde abril de 1992 no desenvolvimento do ASRAAM para substituir seus Sidewinder na RAF e Royal Navy. Os custos de aquisição devem chegar a US$ 1,3 bilhões. O custo unitário é de aproximadamente US$ 350 mil por míssil.

Em 1994, foram testados 12 ogivas e 75 motores foguetes do míssil. Os testes cativo no Tornado F3 e F-16 foram completados em 1994. Três testes de separação foram realizados em junho de 1995 em Eglin, EUA. O desenvolvimento inclui 14 disparos guiados. O primeiro disparo foi em 29 de maio de 1996 a partir de um F-16 contra um drone QF-106 em Eglin, Flória. Os EUA financiou testes de vôo do ASRAAM em 1985 para competir no programa AIM-9X. O míssil usava TVC e ogiva maior.

Em 1999, foi realizado testes com o HMD Striker da Marconi Avionics Systems que será usado no Eurofighter.

Até maio de 2001 foram realizados 8 disparos incluindo a destruição de três drones QF-4. Entre setembro de 2001 e maio de 2002 serão realizados mais seis disparos reais para validar o software em capacidades avançadas e cenários alternativos. O total de disparos guiados deve chegar a 22.

O primeiro míssil de pré-produção, numa versão menos capaz que a de produção final, foi entregue em dezembro de 1998 e usado para integração. Em junho de 2001, foi feito o primeiro disparo do Eurofighter Typhoon com o primeiro disparo guiado em junho de 2005. O primeiro ASRAAM entrou em operação no Tornado F.3 em 21 de janeiro de 2002. A versão final será entregue a partir de 2002. O ASRAAM entrou em serviço nos F/A-18 australianos em agosto de 2004 com os testes de integração no lançador das pontas das asas iniciando em 1999. 


Os Tornados F.3 da RAF estão agora equipados com o AMRAAM e ASRAAM. Os testes mostraram que o AMRAAM poderia ser disparado sem atualização de meio curso pelo data link (não instalado inicialmente no Tornado F.3). Os alvos que escaparem do AMRAAM poderiam ser engajados pelo ASRAAM mesmo sem o uso de um HMD (também não instalado no F.3). O ASRAAM participou da Guerra do Golfo em 2001 junto com o Tornado F.3 mas sem ser usado em combate.

O ASRAAM também irá equipar os Tornados F.3 e o Eurofighter britânico. O Sea Harrier FR.2 era um candidato, mas será retirado de serviço. O Harrier GR.9 foi planejado para usar o ASRRAM, mas foi cancelado devido aos custos. O ASRAAM também não será usado no Jaguar (que já usa HMS). Outro candidato será o F-35 (JSF). O F-35 irá usar métodos de lançamento LOAL pois levará o míssil no compartimento interno de armas. O ASRAAM já foi integrado e disparado do F-16 ao ser usado como bancada de testes. O Tornado GR.4 deve usar o Sidewinder até 2018.

O ASRAAM também é um dos candidatos para equipar o helicóptero de ataque WAH-64 Apache britânico. O WAH-64 já tem o databus, gerenciador de cargas e HMD associados com o ASRAAM. Os concorrentes são o Mistral ATAM, Stinger Block 2 e o Starstrek.

ASRAAM
Os F-35 britânicos deverão ser equipados com o ASRAAM. O ASRAAM está sendo integrado no F-35 como parte do Block 3 para 2012. Será a única arma lançada com trilhos a partir do compartimento interno de armas. As outras armas planejadas serão ejetadas.


Os F/A-18 australianos equipados com o AIM-9 e AIM-7 são considerados bem inferiores as novas ameaças locais como os SU-30 Flanker da Índia, China e Indonésia armados com o R-73 e R-77. O AIM-120B e ASRAAM foram escolhido no programa AIR5400 para tentar superar estas ameaças.

ASRAAM
Um ASRAAM em um Eurofighter britânico. O lançador está equipado com um lançador de chaff na traseira.

ASRAAM
Disparo de um ASRAAM a partir de um Eurofighter britânico.

O ASRAAM vai ser fabricado pelo menos até 2018 até o último Sidewinder ser retirado da reserva. O contrato inicial da BAe seria usado para o desenvolvimento e produção de 1.000 mísseis. Um segundo lote de 300 mísseis foi feito em junho de 1995. Não se sabe o número total de mísseis encomendados mas a Raytheon está suprindo mais de 2000 sensores para ASRAAM. O contrato inclui mísseis de manejo (GHTM), mísseis de treino de aquisição (ATM), mísseis operacionais com telemetria (TOM), mísseis operacionais (OM) e equipamento de teste e serviço.

O ASRAAM já obteve vitórias em concorrências estrangeiras. Em dezembro de 1998 a Austrália escolheu o ASRAAM para equipar seus F/A-18. O ASRAAM venceu o AIM-9X americano e o Python 4 na concorrência. O primeiro teste ocorreu em novembro de 2000. A Austrália está usando a designação AIM-132 para o míssil. Esta designação só seria usada nos EUA se comprasse o míssil.

O ASRAAM participou da concorrência espanhola vencida pelo AIM-9X. O ASRAAM equipado com TVC foi um dos competidores para substituir os AIM-9L/M americanos, mas não foi escolhido (ver AIM-9X no Sistemas de Armas). O Canadá estudou a compra do ASRAAM em 2005, concorrendo com o AIM-9X, mas preferiu investir em armas guiadas de precisão. O ASRAAM está concorrendo para equipar os F-16E do UAE.    

Em 1998, a BAe propôs uma versão superfície-ar navalizada do ASRAAM chamada NM-21 (naval ASRAAM inicialmente) para um sistema de defesa anti-míssil de curto alcance para as fragatas Horizon (agora chamada de Type 45). Os mísseis seriam montados em containers conteiráveis e apontados pelo Centro de Operações de Combate. Teria um motor acelerador adicional na traseira e TVC opcional para lançamento vertical. A grande resolução e alcance do sensor de busca IIR daria capacidade de adquirir alvos a distâncias significativas. O sistema não passou da fase de estudos.

Em 2007 a MBDA iniciou planos de uma família de mísseis superfície-ar (SAM) chamado Common Anti-Air Modular Missile (CAMM) com apoio do Reino Unido. O CAMM deve preencher requisitos das forças armadas britânicas para um míssil SAM para substituir o Rapier e Sea Wolf. O CAMM será baseado no míssil ASRAAM que poderá ser beneficiado de novas tecnologias para modernizar os mísseis da RAF. As compras devem ser iniciadas em 2018.

Em 1994, a Matra BAe Dynamicas propôs uma versão do ASRAAM chamada Typhoon concorreu com o míssil anti-carro Brimstone para um míssil "dispare-e-esqueça" lançada de aeronaves contra blindados para o governo britânico (programa SR(A) 1238). O míssil usaria o sensor de busca IR adaptado com algoritmo para busca de alvos no solo, um motor mais curto, um radar altímetro e a ogiva em fila do míssil anti-tanque TRIGAT. O míssil também manteria a capacidade ar-ar e com capacidade superior ao Sidewinder contra helicópteros voando baixo e poderia ser disparado dos lançadores do Sidewinder e AIM-120. O Harrier GR.7 poderia levar 16 mísseis e o Eurofighter 12 mais 4 ASRAAM. O Typhoon teria 2,9 metros de comprimento, pesaria 77kg e teria alcance de 10km. Os britânicos escolheram o Brimstone.

ASRAAM
Mock-up do Typhoon em um lançador triplo.

Typhoon
Typhoon.

Dados Técnicos:

Comprimento:            2,9m
Diâmetro:               166mm
Envergadura:            45cm
Peso:                   88kg
Alcance:                300m-15km
Velocidade:             Mach 3+

ASRAAM


Atualizado em 15 de Novembro de 2007

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