AA-2 `ATOLL' (R-3 e R-13)

O AA-2 Atoll é o codinome da OTAN para o míssil russo R-3 (K-13 para a fábrica). Entrou desenvolvimento em 1958 pela OKB-134 que recebeu a tarefa de copiar o AIM-9B Sidewinder. Os Sidewinder foram adquiridos após um AIM-9B ser disparado por um F-86 Sabre de Taiwan contra um MiG-17 Chinês e não explodiu durante a batalha de 28 de setembro de 1958. Vários outros mísseis caíram em território chinês.

A vantagem do AIM-9 era o projeto modular que facilitava a fabricação e a modernização e era bem simples o que tornou relativamente fácil de copiar.

Em novembro de 1958, especialistas do OKB-134 foram enviados a China para estudar os mísseis recuperados dos combates com Taiwan. O acordo incluía repassar as informações para os chineses. Os russos não tinham o objetivo de simplesmente copiar o míssil e já tinham um projeto próprio que era maior, mais complexo e menos confiável.

O AIM-9B estava muito além da tecnologia soviética na época. O sensor IR não podia ser copiado e projetaram sensor próprio "inspirado" no americano. O vencedor foi o sensor TGS-13 da Gefizika. O primeiro disparo do K-3 foi em oito de dezembro de 1959 contra um drone MiG-15. A produção autorizada em fevereiro de 1960. O míssil tinha uma bateria e um motor mais potente para aumentar o alcance para 7,6km, mas o tempo de ligar de 11 segundos do AIM-9B aumentou para 22 segundos no K-3.

A primeira variante foi o R-3S (K-13A) que entrou em serviço em 1962 no MiG-21F-13. Foram várias variantes desenvolvidas em paralelo ao AIM-9. A versão com radar semi-ativo seria equivalente ao AIM-9C que não foi adiante. O R-3R guiado por radar tinha um nariz maior e mais pontudo. O projeto foi iniciado em 1961 e entrou em serviço em 1966. Era apontado pelo radar de banda J (10 a 20 GHz) do MiG-21.

O K-13VV era a versão mais simples para produção em tempo de guerra. O K-13V seria para interceptação de aeronaves espiãs a grande latitude. Nenhum dos dois entrou em serviço.

A Guerra do Vietnã permitiu acesso a mais tecnologia do Sidewinder como o AIM-9D da USAF e melhor que o AIM-9E da USAF. Em novembro de 1967 foi iniciado o projeto K-13M com o sensor Iney-70 refrigerado por nitrogênio. O R-13M entrou em serviço em janeiro de 1974 com capacidade de busca autônoma (uncaging) e com angulo de busca maior e similar ao G/H sugerindo que estes modelos também foram capturados o que explica o desenvolvimento demorado.

O R-13M1 foi a versão final projetada a partir de 1974 antes de iniciar o projeto K-14 (competiu para o programa R-73). O R-13M1 tinha canard duplo delta do AIM-9J (talvez copiado de mísseis roubados da Coréia do Sul) e sensor Iney-M. Entrou em serviço em 1976.

O R-3S tem forma semelhante ao AIM-9B com nariz arredondado. O canard delta é bem parecido assim como os rollerons cauda. Com o AIM-9B, só podia engajar alvos no hemisfério traseiro. Era muito impreciso abaixo de 300m mas a 18.500m o alcance sobe para 8 km. Como os Sidewinder da época, o R-3 tinha limite de lançamento de 2 g´s. A versão radar era ainda pior a baixa altitude e funcionava melhor olhando para cima. O R-13M lembra externamente o AIM-9E com nariz mais pontudo e era melhor a baixa altitude. O limite de lançamento aumentou para 3-4 g´s, assim como o alcance. O R-13M1 aumento ainda mais para 6 g´s. O alcance mínimo caiu de 1-1,3km do R-3S para 300 metros do R-13M1.

O R-3S equipou o MiG-21PF, MiG-21bis, MiG-23S, MiG-23MS, MiG-23M, MiG-23MF, MiG-23B, MiG-27, Su-17, Su-20 e Su-22. O R-3R foi usado pelo MiG-21S (SM, SMT e MiG21bis) e pelo MiG-23S (MS). O R-13M e R-13M1 são levados pelos modelos finais do MiG-21s, MiG-23s, MiG-27s, Su-17s, Su-20s e Su-22s.
Foram fabricados sob licença na Índia, na România como A-91 e na China como PL-2 e PL-3.

Os primeiros Atoll entraram em serviço no Rússia em 1962. A versão semi-ativa apareceu em 1966 e a R-13M no meio da década de 70. A versão R-13M1 deve ter entrado em serviço em 1980. A produção parou em 1983 mas mísseis reformados ainda foram vendidos até o fim da década de 80. A versão de treino é o R-3U e a inerte é o R-3P (P = prakticheskaya, pratica).

Foi exportado para o Afeganistão, Angola, Arzebaijão, Argélia, Bangladesh, Bielorussia, Bulgária, Camboja, China, Congo, Coréia do Norte, Croácia, Cuba, Egito, Eslováquia, Etiópia, Finlândia, Geórgia, Guine, Hungria, Iêmen, Índia, Iraque, Iugoslávia, Cazaquistão, Laos, Líbia, Madagascar, Mali, Moçambique, Moldavia, Mongólia, Nigéria, Peru, Polônia, Republica Checa, România, Síria, Somália, Sudão, Ucrânia, Vietnã e Zâmbia. Foi fabricado na China como PL-2 e nas versões melhoradas PL-3 e PL-5.

O Atoll foi usado em combate no Vietnã, pela Índia contra o Paquistão, pelo Iraque contra o Irã e nas guerras Árabes-israelenses. A Índia cita uma taxa de acerto de 13% enquanto o Iraque cita um valor parecido contra o Irã. O valor é semelhante ao desempenho dos modelos equivalentes do Sidewinder.

Em 1974 o Iraque recebeu o R-13M com seus MiG-21 e retirados de serviço em 1978, mas recebe cerca de 200 mísseis R-3S entre 1980 a 1983 com seus MiG-23S que eram piores. Os pilotos preferiam atirar com o canhão devido a limitação de manobras para disparar o míssil.

Na guerra de atrito entre Israel e o Egito entre 1967 a 1970 os Mirage III de Israel usaram mísseis AA-2 capturados. Nove lançadores e varias dúzias de mísseis foram capturados na base de Bir Gafgafa em junho de 1967. O AA-2  era comparável ao AIM-9B e superiores ao Shafrir 1, mas eram inferiores Shafrir 2 e AIM-9D.


Dados Técnicos:



R-3S
R-3R
R-13M
Comprimento
2.827mm 3.417mm 2.870mm
Diâmetro
127mm 127mm 127mm
Envergadura
528mm 528mm 632mm
Peso
75,3kg 82kg 88kg
Ogiva
11.3kg 11.3kg 11.3kg
Espoleta
contato contate e radar contato

Designação ASCC da OTAN para as variantes do "Atoll":

Atoll-A - K-13, K-13A (RS-3, RS-3S/R-3S) [izd 310, 310A]
Atoll-B - K-13S (?) [izd 310S]
Atoll-C - K-13R (R-3R) [izd 320] {também chamado de "Advanced Atoll"}
Atoll-D - K-13M (R-13M) [izd 380]
Atoll-E - K-13M1 (R-13M1/R-131) [izd 390?]


Atoll
Um MiG-21 Finlândia disparando R-13M.

Atoll
Um R-3S e um R-3M nas asas de um MiG-23.

Atoll
Um Mirage israelense danificado por um R-3 egípcio durante a guerra de 1973.
A Síria clama a derrubada de 23 caças israelenses em 1973 com o R-3S além de vários outros prováveis ou danificados. O Egito clama 17 caças israelenses na Guerra de Atrito entre 1967 a 1970 com o R-2S e mais 17 caças e outros danificados em 1973.

Atoll
Atoll

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