DERBY

O Derby é um míssil ar-ar de duplo alcance (curto e médio alcance), guiado por radar ativo, dispare e esqueça, de alta agilidade. O Derby também tem capacidade de engajamentos a curta distância e pode ser disparado simultaneamente contra vários alvos em curto e médio alcance.

Derby é o nome comercial para exportação. O nome Derby foi gerado randomicamente. Vários nomes apareceram na imprensa como Project 5, Python 5, Alto, Firefly, Glory e ISRAAM. O míssil é um empreendimento conjunto da Rafael e Israel Aircraft Industries - IAI MBT. O objetivo inicial era armar o caça Lavi e para ser exportado.

O projeto foi iniciado no início da década de 80 pela Força Aérea Israelense e foi oficialmente reconhecido em 1998. A África do Sul se juntou ao programa alguns anos depois de iniciado e aumentou os recursos financeiros em cerca de US$1 bilhão. Participaram do projeto até 1996 iniciando um projeto próprio chamado R-Darter. O míssil foi cancelado várias vezes e foi desenvolvido por quase 20 anos.

O Derby foi apresentado oficialmente no Salão Aeroespacial de Le Bourget, França, em junho de 2001.

Derby
A configuração e o tamanho do Derby lembram a versão do AIM-9C Sidewinder guiado por radar semi-ativo lançado do F-8 Crusader da US Navy.

A Força Aérea Israelense esteve envolvida no projeto desde o inicio, incluindo definição dos sistemas, revisão do projeto e testes de vôo.

Israel iniciou projeto Derby após os EUA recusar a venda do AIM-120 AMRAAM. Após o sucesso do projeto que Washington mudou de idéia. É uma tática usada frequentemente pelos EUA. O mesmo aconteceu quando Israel testou um radar para o F-16I.

Mesmo assim Israel decidiu adquirir o Derby para equipar seus F-16 e depois os F-15, mas ainda não tem fundos suficientes para compra em grande quantidade. Israel já comprou o AMRAAM para o F-15I com crédito do FMS.

Os EUA não liberara o software do AMRAAM para Israel, que ficaram sem a capacidade de aperfeiçoar as técnicas de contra-contramedidas. Isso faria diferença num eventual combate entre Israel e outros países árabes que também usam o AMRAAM. Se o modo de operação do míssil é conhecido eles podem ser derrotados facilmente com guerra eletrônica. Isso não acontece quando se tem o próprio míssil. O Derby seria uma fonte independente.


Não há diferença significativa entre o Derby e o R-Darter sul-africano. Inicialmente foi noticiado que o R-Darter não tinha as barbatanas laterais mas era um míssil de testes cativo.

O Derby foi testado no F-16 e adaptado a outros caças como F-5, Kfir e Mirage. Israel lançou cerca de 25 mísseis nos testes.

Foi oferecido para Brasil, Chile, China, Coréia do Sul, Filipinas, Índia e Tailândia. O Derby já foi adquirido pelo Chile (84 mísseis) para equipar seus F-5E junto com o Python 4 (84 mísseis). O Chile escolheu o Derby para armar seus F-16 novos. Suspeita-se que já está operacional em Cingapura. O custo de compra é desconhecido, mas é mais caro que o AMRAAM, porém sem as limitações impostas pelos EUA.

Documentos da FAB confirmam a aquisição de 38 mísseis Derby por US$ 21.125.500,00. Os mísseis irão equipar os F-5EM do 1/4o GAV em Canoas. Segundo o SIPRI a FAB comprou 200 mísseis em 2006. Outras fontes citam que os planos é a compra de 72 mísseis.

Derby
Documentos da FAB confirmam a aquisição de 38 mísseis Derby por US$ 21.125.500,00. Os mísseis irão equipar os F-5EM do 1/4o GAV em Canoas. Segundo o SIPRI a FAB comprou 200 mísseis em 2006. A integração foi feita em agosto de 2006.


Um F-5EM da FAB equipado como Derby.


Derby mostrado durante a comemoração do dia da Aviação de Caça.

Imagem mais detalhada do Derby em um F-5EM.

Em 2005, a Índia assinou contrato com a Rafael israelense para a aquisição de 20 mísseis Derby para armar os Sea Harrier modernizados da aviação naval no valor de US$25 milhões. Quinze caças Sea Harrier serão modernizados com o radar EL/M-2032 que permitirá usar o Derby. O contrato inclui a integração, seis mísseis de treino e apoio logístico por US$ 115 milhões sendo que vai operar no futuro NAe Air Defense Ship. O primeiro teste foi em 2008 contra um alvo a uma distância de 20km voando Mach 1.2 com disparo no modo LOBL.

O programa iniciou em 2000 e foi lançado em 2003. Os mísseis devem ser entregues 30 meses após a assinatura do contrato. A força aérea indiana também procura um novo míssil de longo alcance (BVR) armar seus caças Mirage 2000H, Su-30MKI, Jaguar e MiG-29. A necessidade apareceu em 2003 após dificuldade de combater jatos franceses em combates simulados e armados com mísseis MICA.

Analistas internacionais afirmam, mas nunca confirmado, que o Derby e o R-Darter são a mesma arma, desenvolvida conjuntamente pela israelense Rafael e pela sul-africana Denel, com acordos de marketing, que dividem o mundo entre os dois países. Se isto for verdadeiro, o Brasil parece estar na zona de marketing da Denel, e a Rafael estaria agindo em apoio à companhia da África do Sul.

DESCRIÇÃO

O Derby usa muitos componentes do Python 4 incluindo cabeça de guerra da IAI/MBT, a espoleta de proximidade, conceito de manutenção e o dispositivo de lançamento a partir dos trilhos. O Derby pode ser disparado do lançador do Python 4 ou adaptado a outros lançadores.

O Derby tem 16 cm de diâmetro, tal como o Python 4, e o comprimento foi aumentado em 60cm, ficando em 3,62m, para alojar um propulsor maior para um perfil de longo alcance. A envergadura de 86cm também é igual a do Python 4.

O peso é de 118kg, aproximadamente o mesmo do MICA e 25% mais leve que o AMRAAM (32kg mais leve), podendo ser levado por caças pequenos como o F-5 e MiG-21.

O alcance cinemático é de 63 Km num cenário de dois aviões em rota de colisão a 7.500m de altitude e Mach 0,9 cada um.

O Derby opera em dois modos de disparo:

- LOAL (lock-on after launch) para engajamentos a longa distância (BVR). O alvo é adquirida pelo radar e os dados necessários são passados para o míssil. Após o lançamento o míssil voa por INS e ativa o sensor numa distância pré-determinada. O Derby não foi anunciado inicialmente como tendo datalink em 2001 por ser uma informação secreta. Com o datalink a aeronave lançadora pode atualizar a rota do míssil contra alvos que mudaram de direção. A trajetória pode ser configurada previamente. Em 2003 foi revelado que o Derby está equipado com um datalink chamado "Derby uplink".

- LOBL (lock-on before launch) para engajamento a curta distância. A sequência de lançamento inicia com o alinhamento da unidade de navegação inercial e a cabeça do míssil é apontada pelo radar ou DASH (visor no capacete) com grande ângulo de disparo (off-boresigth). O sensor é ativado e disparado após trancar no alvo. No modo LOBL o míssil tem grande capacidade de discriminar alvos próximos.

A cabeça de busca IAI/MBT permite engajamento "all-aspect", qualquer tempo, multialvo, com capacidade look-down/shoot-down (ver e disparo para baixo) e sistemas de contra-contramedidas eletrônicas (CCME) reprogramáveis. As CCME podem ser programado de acordo com comprador e novas ameaças.

O míssil não é otimizado para logo alcance e sim para NEZ (No Escape Zone) de 15km (contra 5km do  Python 4 ). O Derby consegue sustentar 50g's, comparado os 70g's do Python 4. Esta capacidade é similar ao Python 3 de Terceira Geração em engajamentos a curta distância e é superior ao AIM-9M e ao AMRAAM a curta distância.

Uma futura modernização pode ser um sensor duplo radar e IR. Israel confirmou que está desenvolvendo um novo míssil ar-ar de médio alcance, chamado de BVRAAM, da classe do AMRAAM e R-77. O radar seria o mesmo do Derby. O míssil terá um motor extra usado na fase terminal contra alvos ágeis. O alcance é de cerca de 80km.


Seção frontal do Derby com os eletrônicos, ogiva, controladores, suprimento de força e espoleta. Um novo sensor de radar ativo foi introduzido em 2001.


O pequeno tamanho do Derby facilita a instalação em aeronaves pequenas como o JAS-39 Gripen.


O Derby pode ser lançado junto com o Python 4 o que dificulta
contramedidas e manobras evasivas.


O Derby tem várias peças em comum com o Python 4 como a ogiva e a espoleta.


Imagem de um Derby sendo disparado contra um alvo no alcance visual. A caixa a direita é o alvo e o míssil pode ser visível no canto inferior direito durante o disparo indo em direção ao um ponto futuro.


Disparo de um Derby em um modo para baixo. O míssil sobe após o disparo o que sugere que usa modos balístico (loft).


Disparo de um Derby a partir de um F-16 mostrando que o motor foguete emite pouca fumaça.


Os Sea Harrier indianos foram vistos com lançadores duplos de mísseis e um deles foi reconhecido como sendo um Derby.


Atualizado em 01 de Março de 2009

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