Exocet em Combate

O AM39 é a versão do Exocet mais usada em combate. Foi usado na Guerra das Malvinas e no Iraque contra o Irã. Conseguiu três acertos nas Malvinas enquanto os Mirage F-1EQ iraquianos atingiram 135 navios. Foram 14 afundados (430.173 toneladas) e outros 60 navios (4.404.261 toneladas) declarados perda total.

A Argentina comprou 30 mísseis AM39 para equipar seus Super Etendard e Sea King. Cinco mísseis estavam disponíveis na guerra e o resto foi entregue depois. Os cinco mísseis forma disparados conseguindo três impactos confirmados e um provável.

O MM40 foi usado na Guerra do golfo em 1991 com as lanchas Kuaitianas Al Sandbouk e Istioqbal atacando um navio iraquiano não identificado. Era um caça-minas, mas também pode ter sido atacado por um míssil Harpoon americano.

Guerra Irã-Iraque

O Exocet foi muito usado em combate. A primeira versão a entrar em combate foi a AM39 durante a Primeira Guerra do Golfo entre o Irã e o Iraque, entre 1980 a 1988. Cerca de 200 mísseis AM39 foram disparados no conflito incluindo contra plataformas petrolíferas.

Enquanto a França desenvolvia o AM39, o Iraque recebia dez helicópteros SA.321 Super Frelon de transporte. Depois compraram novos helicópteros com radar ORDB 31D Heracles I. Estes helicópteros foram entregues entre 1980 e 1981, quando o Iraque já estava em guerra contra o Irã.

Os ataques iniciaram logo em outubro de 1981. Os helicópteros Super Frelon iraquianos lançaram vários AM39, afundando três navios de guerra do Irã, como o afundamento de uma corveta classe Bayandor, assim como vários petroleiros desarmados. O Iraque tinha 150 mísseis AM39 no começo da guerra e citam 25 navios militares atingidos.

Como parte da estratégia de guerra contra Irã, Saddan ordenou ataques contra instalações marítimas de extração e distribuição de petróleo, bem como petroleiros civis operando para o Irã ou transportando petróleo iraniano. A ação tinha como objetivo estrangular as exportações iranianos e forçando o país a tomar medidas extremas como fechar o Estreito de Ormuz para toda e qualquer navegação. Saddam pensava que outros países seriam arrastados para o conflito apoiando o Iraque.

A "Guerra dos Petroleiros", apesar de nem todos os navios atacados serem navio tanque, começo no dia 1º de fevereiro de 1984 com ataques navais aos mercantes Skaros, City of Rio e Neptune com mísseis AM.39 Exocet. O governo Iraque definiu uma área de exclusão de 50 milhas ao redor do terminal marítimo na ilha de Kharg e qualquer mercante nesta área seria atacado.

O Iraque não tinha meios para se impor, mas pensava em inibir as Companhias de usar a ilha com o terminal petrolífero de Khark. Então passou a usar os Super Felon e Super Etendard com o AM39 a partir de março de 1984 para bloquear o terminal. Inicialmente usou cinco Super Etendard, alugados antes de receberem seus Mirage F1, voando sozinhos no Golfo. A aeronave subia para adquirir o alvo e atacar. As vezes voava com escolta de caças.

O Iraque ficou oito anos tentando desabilitar o terminal de Khark. Os ataques incluam saídas de MiG-25 e Tu-22 com mísseis Kh-22/AS-4 e KSR-5/AS-6. O efeito dos Exocet sempre foram exagerado. As defesas locais eram intensas e três caças Tomcats iranianos foram derrubados pelas defesas de mísseis SAM Hawk da ilha. 

Até 1984, o Iraque atingiu cerca de 50 navios com o Exocet no norte do golfo. Em maio de 1984 o Irã retaliou contra apoiadores de Bagdá como a Arábia Saudita e Kuwait com o ataque ao mercante Umm Casbah no dia 13, ao Bahrah e ao Yanbu Pride (kuaitiano) nos dias 14 e 16, respectivamente. Até agosto de 1988 foram 185 navios atacados por aeronaves, fragatas e lanchas rápidas. Os ataques navais iranianos eram feitos pelos F-4E com mísseis AGM-65A Maverick, AIM-9P Sidewinder e canhões de 20mm.

O resultado político das ações não foi exatamente o esperado por Saddam, pois o Irã não fechou o Estreito de Ormuz e contentou-se em responder de forma limitada, restringindo os ataques apenas aos navios do Kuait e da Arábia Saudita, dois fortes financiadores da máquina de guerra iraquiana. Por três anos, mais de 300 navios foram atacados pelos dois lados, a maioria pelo Iraque. 

Os F-14 Tomcat iranianos clama algumas vitórias contra os Exocet iraquianos. No dia 7 de agosto de 1984 citam ter derrubado um AM39 de dois disparados por um Super Etendard. O outro foi derrubado por um F-4E.  No dia 14 de janeiro de 1985 um mirage F1 foi derrubado assim como o míssil Exocet que acabou de disparar, também por um míssil AIM-54 Phoenix. Em 1987 citam outro Exocet derrubado por um Tomcat.

Os iraquianos se interessaram em instalar o AM39 no Mirage F1EQ de ataque naval e pagaram a integração do míssil. A versão do Mirage F1 capaz de disparar o Exocet passou a ser desenvolvida no inicio década de 1980. Enquanto não recebia seus Mirages o Iraque arrendou o Super Etendard por dois anos. Foram cinco aeronaves que chegaram em outubro de 1983.

Cerca de 350 a 400 mísseis AM39 foram comprados entre 1979 a 1988. Uma fonte cita 352 mísseis comprados. O primeiro disparo de um Super Etendard foi em 27 de março de 1984 contra o mercante Filikon L. Em 1984, foram 70 navios atingidos. Nos três anos anteriores foram 40 navios atingidos.

O Iraque comprou 20 Mirage F1EQ-5 especializados em ataque marítimo com o Exocet. O primeiro foi entregue em dezembro de 1983. Os outros Mirage F1 iraquianos faziam missões de interceptação, escolta, ataques táticos, apoio às tropas terrestres e até ataques navais com bombas convencionais.

O Mirage F1EQ-5 leva somente um Exocet no cabide central. A aeronave fica lenta e pouco manobrável com mais dois tanques RP.15 nas asas. Em 1985 os iraquianos receberam casulo de ECM e dispersadores de Chaff e Flare para equipar seus Mirage. Duas aeronaves An-12 foram usados para reabastecer os Mirage em voo a partir de 1986 para apoiar missões de longo alcance.

Depois o Iraque comprou 18 Mirage F-1EQ-6 que podia levar dois Exocet nas asas. Foi um Mirage F-1EQ-6 que atacou a fragata Stark e não sabiam que estava disponível. Os dois modelos usavam o radar Cyrano IVM.


Aviation Art mostrando um Super Frelon iraquiano disparando um AM39 Exocet.


Imagem de um petroleiro atingido por um Exocet iraquiano no Golfo. O rombo sugere que foi usado a espoleta de proximidade, com a explosão ocorrendo antes de atingir o navio. Alguns mísseis que explodiram dentro dos tanques cheios de petróleo não causaram muitos danos com o petróleo abafando a explosão. O senso comum sugere que o petróleo explodiria com o míssil, mas seria necessário a presença de oxigênio para a explosão ocorrer.


Plataforma de petróleo iraniana atingida por um Exocet em 1988.


Disparo de testes de um AM39 a partir de um Mirage F1EQ iraquiano na Baia de Biscaia. O mesmo se repetiria durante o ataque a Stark.


Míssil AM39 iraquiano encontrado pelos americanos após a invasão do Iraque em 2003.


MiG-23ML iraquiano com um míssil Exocet em 1988. Não se sabe se foi confirmado o disparo dos Exocet pelo MiG-23.


Ataque a Stark

O ataque mais famoso com os Exocet Iraquianos ocorreu na noite do dia 17 de maio de 1987. Neste dia, a fragata norte-americana USS Stark (FFG 31), em patrulha nas águas do Golfo Pérsico, foi atingida por dois mísseis AM39 Exocet disparados de um Mirage F.1EQ iraquiano. O ataque resultou na morte de 37 tripulantes e o navio quase afundou. O Iraque e os EUA não estavam em guerra, a aeronave era conhecida e estava sendo monitorada, mas mesmo assim a fragata não revidou ou tentou reagir.

O Mirage decolou as 8 da noite de Shaibah em direção ao sul, voando ao longo da costa da Arábia Saudita. O Mirage foi detectado por um E-3 AWACS 19:55h rumando para o sul, a 200 milhas voando 5 mil pés a 550 MPH.

Os tripulantes da fragata foram informados do contato, mas não entraram em alerta pois era normal voos iraquianos e iranianos no Golfo. Os iraquianos já tinham disparado mísseis no inicio do dia contra um navio tanque Cipriota, danificando o navio.

Os tripulantes da Stark sabiam da ameaça dos Exocet. O perfil de vôo dos Mirage F1 iraquianos era bastante conhecido. Voavam paralelo e bem próximo à costa da Arábia Saudita e depois viravam para leste em busca de alvos navais. Os tripulantes da Stark foram orientados a iluminar os caças com seu radar de controle de fogo no seu alcance máximo e chamar sua atenção.

Um radar em terra na Arábia Saudita identificou a mesma aeronave como sendo um Mirage F.1 voando no rumo 155. O AWACS designou o contato como TN2202 e o status de "friendly strike/suport aircraft". Estas informações foram enviadas aos navios da US Navy nas proximidades via datalink.

A posição da fragata era aproximadamente 85 milhas a nordeste da costa do Bahrein e pelo menos 12 milhas fora da Zona de Exclusão Marítima iraniana. Nenhum outro navio estava a menos de 10 milhas da fragata.O navio estava em condição III com um terço da tripulação de serviço e todos os postos de combate guarnecidos.

O equipamento de guerra eletrônica SLQ-32 detectou emissões típicas de radar Cyrano IV. Era o Mirage F1EQ iraquiano realizando uma varredura na busca por alvos. Um minuto depois o Mirage estava a 44 milhas da Stark, ou seja no limiar do alcance do Exocet. O operador do SLQ-32 solicitou permissão para enviar um aviso pelo rádio para a aeronave. O comandante do CIC pediu para que ele aguardasse mais um pouco o que seria uma decisão infeliz. O imediato entrou no CIC para tratar de assuntos administrativos e logo foi informado do contato com o Mirage.

Às 21:05h a distância entre a aeronave e a fragata era de apenas 32,5 milhas e diminuía rapidamente. O Mirage aproximava-se por bombordo, num ângulo de aproximadamente 45º com a proa da Stark. Dois minutos depois a distância baixara para 22,5 milhas, momento em que o piloto do Mirage lançou o primeiro míssil.

Eram 21:08h quando finalmente a primeira mensagem de alerta, em inglês alto e claro foi transmitida: "Unknowm aircraft, this is Navy warship on your 078, for 12 miles. Request you identify yourself, over".

O segundo míssil foi lançado durante ou pouco antes do envio da mensagem. O operador do SLQ-32 observou que o sistema havia detectado um radar travando sobre o "alvo". Neste caso o alvo era a própria Stark. O volume do alto-falante, que estava baixo, foi aumentado. Na medida em que o som se espalhou pelo ambiente, todos ali viraram-se para o console do SLQ-32 e em poucos segundos aquele ruído característico desapareceu, sendo substituído pelo som padrão de busca do sistema.

Por esquecimento ou desconhecimento, os homens que estavam no CIC imaginavam que estavam ainda sendo rastreados pelo radar do Mirage. Um terrível engano, uma vez que o Cyrano IV é do tipo TWS e, em condições normais, não "trava" sobre o alvo. Na verdade tratava-se da fase terminal do vôo do primeiro Exocet, quando o seu próprio sistema de busca executa a última varredura antes de lançar-se sobre o alvo. Faltava menos de um minuto para o impacto.

Foi pedido permissão para armar os lançadores de Chaff dos dois bordos, o que foi prontamente autorizado, embora muito tarde. Foi enviado uma segunda mensagem para a aeronave, sem obter resposta também. O operador do console do Mk 92 foi instruído para iluminar a aeronave utilizando a antena do STIR mas a antena encontrava-se dentro da "área cega", bloqueada pela superestrutura do navio em relação à aeronave. O operador sugeriu "iluminar" o alvo com a antena do CAS. Porém, a aeronave estava a mais de 10 milhas e os mísseis já estavam a caminho. Ninguém lembrou de colocar o CIWS no modo "automatic" e manobrar o navio para uma posição mais favorável ao emprego do Phalanx.

A visibilidade no dia estava entre 1.000 e 2.000 jardas. O vigia olhou para o horizonte, na direção da bochecha de bombordo, e observou um ponto brilhante. Cinco segundos depois identificou um "ponto azul" bem no centro daquele brilho. Era o primeiro míssil. Desesperado, o vigia transmitiu a informação para o passadiço. O oficial no passadiço confirmou a informação e entrou em contato com o CIC.

Tudo estava acontecendo ao mesmo momento. O operador do SLQ-32 detectou outro radar travando sobre o "alvo" (o segundo míssil). Foi iniciado a transmissão de uma mensagem para o CMEF. Neste momento, o CIC recebeu o aviso do passadiço e, antes que pudesse informar o comandante do CIC, ocorreu o primeiro impacto.

Aqueles que estavam no CIC não sabiam que haviam sido atingidos por um míssil que não explodiu. O vigia permaneceu no tijupá e detectou a chegada do segundo míssil. Por iniciativa própria, correu para a metralhadora .50 mais próxima e, ao manejá-la, descobriu que a mesma estava sem munição. Olhou para a lateral e viu o marinheiro que deveria guarnecê-la dormindo ali próximo. Sem mais alternativas, o vigia correu para o seu ponto de encontro, mas foi lançado no ar pela explosão do segundo míssil. A Stark estava indefesa e em chamas.

O AWACS viu o Mirage virar para o norte, mas não detectou o lançamento de dois mísseis Exocet. Dentro do AWACS, os tripulantes demoraram para entender o que estava acontecendo. Quando se deram conta do tamanho do problema solicitaram que dois F-15 sauditas interceptassem o F.1 iraquiano. Porém, os mesmos disseram que necessitavam da autorização de um tal de "coronel" da base. A mesma nunca chegou e a perseguição terminou antes de começar.

O primeiro Exocet atingiu o costado de bombordo da Stark num ângulo aproximado de 30-35 graus em relação à proa no navio.  A ogiva não detonou. O primeiro estrago provocado foi o rompimento total das tubulações do sistema de combate de incêndio de vante. O segundo e maior dano foi causado pelo propelente sólido que restou (calculado em 300 libras). O incêndio começou quase instantaneamente. O calor era tão grande que os materiais combustíveis pegaram fogo instantaneamente.

O segundo míssil atingiu praticamente o mesmo ponto cerca de 30 segundos depois. Penetrou algo entre um e dois metros, um convés abaixo da coberta principal, e explodiu abrindo um rombo no costado de bombordo. A abertura serviu para alimentar o incêndio com mais ar, mas também foi utilizada por alguns tripulantes que, no desespero e na busca da salvação, se jogaram nas águas do Golfo Pérsico.

Grande parte dos experientes sargentos e sub-tenentes foi perdida instantaneamente quando muitos dormiam no alojamento atingido, perdendo boa parte dos membros da equipe de combate a incendio. Apenas uma das três estações com equipamentos de combate a incêndio estava disponível e a pressão na linha de água caiu pela metade.

No impacto, cerca de dois metros acima da linha d'água, a velocidade estimada era de 600 milhas por hora.e a energia cinética do míssil permitiu que o mesmo atravessasse dois alojamentos, a barbearia e o posto de correio, num total de sete anteparas perfuradas. O Exocet dividiu-se em duas partes: a ogiva e o corpo com o motor-foguete mais o combustível. A ogiva foi encontrada próxima ao bordo oposto do navio e abriu um rastro de destruição para o resto do corpo do míssil que vinha logo atrás, seguindo a mesma trajetória balística.

 Feito para queimar numa temperatura entre 3.000 e 3.500º F e contando com seu próprio agente oxidante (que permite a queima total do mesmo na temperatura mais elevada possível),

Em termos de combate a incêndio, o fato do primeiro míssil não ter explodido foi muito pior, pois alastrou propelente para outras áreas do navio. Por outro lado, a explosão das duas ogivas no mesmo ponto poderia ter arrancado a proa da fragata e afundado a mesma. Com ajuda de outros navios, o incêndio foi controlado as 17 horas. Morreram 37 americanos no incidente.

O ataque a USS Stark não foi a primeira vez que um navio americano foi atacado por um Exocet. Durante as primeiras horas do dia 21 de janeiro de 1985, o contratorpedeiro USS John Hancock (DD 981), patrulhando a região central do Golfo Pérsico, foi alvo de um Exocet iraquiano. Porém, o míssil acabou destruindo um rebocador que navegava entre a aeronave e o contratorpedeiro. A posição oficial da USN é de que o alvo não era o Hancock, embora o mesmo estivesse apenas a seis milhas do rebocador atingido.

Num outro evento, ocorrido poucos dias antes do ataque à Stark, uma aeronave iraquiana voava em direção à área onde o contratorpedeiro USS Coontz (DDG 40) patrulhava. A cerca de 39 milhas de distância, o comandante do Coontz enviou uma mensagem de alerta para a aeronave (no caso da Stark a mensagem foi enviada quando a aeronave estava a 22,5 milhas) e manobrou o navio até uma posição relativa ao alvo mais favorável para o disparo dos seus armamentos. Além disso, um míssil foi carregado no lançador e os Chaff preparados para disparo. A aeronave tomou outro rumo e atacou um mercante nas proximidades do Coontz.

De qualquer forma, logo após o ataque à Stark o Departamento de Defesa dos EUA mudou as ROE no Golfo Pérsico. Se por ventura uma aeronave, independentemente da procedência, não respondesse ao chamado inicial pelo rádio, a ordem era "derrubá-lo". Foi exatamente o que o comandante do USS Vincennes (CG 49) fez 14 meses depois. Neste caso a vítima foi um Airbus iraniano com 290 civis (esta história será revista em outra oportunidade aqui no Poder Naval OnLine). O primeiro pecou pela falta de ação, o segundo pelo excesso. O primeiro foi punido pela morte de 37 militares norte-americanos, o segundo foi condecorado pela morte de 290 civis iranianos. Talvez a lição mais importante para a US Navy tenha sido o fato de que, uma vez operando de forma neutra numa zona de combate, não existe nação amiga e a constante vigilância deve ser a regra.


Danos causados a Stark após o ataque. O míssil mirou no ponto onde recebia o maior retorno radar. Pelo ponto de vista do míssil era o local onde o mastro principal ficava. Os dois mísseis atingiram o mesmo local por isso.


Detalhes dos danos causados a Stark.


Ações nas Malvinas

Apesar de já ter sido usado no Golfo Pérsico pelo Iraque, o Exocet ficou famoso após suas ações na Guerra das Malvinas em 1982. A Argentina comprou 14 Super Etendard e 14 mísseis AM39, mas antes do conflito só tinha recebido 5 mísseis e 5 Super Etendard. Os franceses logo embargaram o resto da encomenda, incluindo entregas ao Peru com medo de serem repassados a Argentina.

Os Super Etendard argentinos armados com o AM39 danificaram o contratorpedeiro HMS Sheffield em 4 maio e depois o cargueiro Atlantic Conveyour no dia 25 maio. Os dois navios afundaram posteriormente. Dois MM38 foram disparados de uma bateria em terras. Um míssil danificou o contratorpedeiro HMS Glamorgan no dia 12 de junho. A Royal Navey temia que um dos seus dois NAE fossem atacado e tirado de ação. Pediram até os códigos de guiamento do Exocet para França.


Rotas dos Super Etandard durante os ataques que realizou com o Exocet durante o conflito das Malvinas.


A preparação dos pilotos argentinos de Super Etendard começou com treinamento de pouso e decolagem curta para o caso de terem que operar de Port Stanley, mas depois foi decidido que a pista só seria usado em caso de emergência.

No dia 8 de abril treinaram contra seus contratorpedeiros Type 42 ARA Santísima Trindade e ARA Hércules e a reação dos navios aos mísseis. Calcularam curvas de detecção dos radares e quando estariam ameaçados. Calcularam que voando muito baixo os mísseis podiam atingir o navio sem ser detectado. O disparo seria fora do alcance dos mísseis Sea Dart. Os pilotos treinavam aos pares para diminuir as comunicações. No dia 10 de abril treinaram reabastecimento em voo com os KC-130H da Força Aérea Argentina (FAA). Os pilotos eram novatos no Super Etendard, apesar de serem experientes.

No dia 11 de abril o Exocet foi declarado operacional no Super Etendard. No dia 17 de abril considerara o sistema completo, conseguindo integrar o Exocet sem a ajuda dos franceses.

No dia 12 de abril os pilotos embarcaram no ARA Hercules para observar as táticas e no dia 15 realizaram novos ataques simulados. No dia 18 de abril quatro Super Etendard foram deslocados pra Rio Grande. A base também operava com os Dagger e Neptune. No dia 20 de abril realizaram treinos de ataque contra o patrulheiro Ara Alferez Sobral e voaram sobre Port Stanley para familiarização.

Os argentinos detectaram com precisão a área de operação de dois GT britânicos com MAGE. No dia Primeiro de maio saíram quatro Super Etendard junto com outros caças da FAA. Dois não conseguiram decolar e voltaram. A segunda dupla voltou devido a problema no reabastecimento em voo. A FAA atacou sozinha contra o HMS Glamorgan e HMS Alacrity e 11 perfurações de canhão na HMS Arrow.

No dia 2 de maio foi preparado um ataque conjunto com oito A-4Q embarcados e dois Super Etendard. Um S-2E Tracker detectou GT mas os A-4 não puderam decolar. A tarde o Cruzador ARA Gen Belgrado foi afundado por um submarino britânico.

No dia 2 de maio o Neptune detectou quatro ecos onde estava o GT, mas os Super Etendard não conseguiram decolar.

A primeira missão real foi no dia 4 de maio com dois Super Etendard escoltados por quatro Dagger e revo KC-130. escolta Dagger ar-ar e Learjet de alerta

Na manhã do dia 4 de maio, Um P2 Neptune do COAN detectou a FT.

As 5h07min (hora argentina), Um P-2H Neptune da COAN, código Mercurio, decolou. O P-2 faria varredura ao redor da ilha plotando todo o trafego naval no seu caminho para três C-130 pousarem na ilha. Usaram o MAGE e as vezes o radar para busca. As 7h10 tiveram contato no MAGE detectando radares Marcone 965 das Type 42.

O Neptune voava bem baixo e as vezes subindo para fazer varreduras com o radar. As 7h10min já um pouco a leste das ilhas, os Neptune plotam três contatos a cerca de 100Km a sudeste. As posições foram transmitidas por radio de 8h14min as 8h43min.

Por mais de 2 horas fez busca errática, mesmo com possível presença de Sea Harrier. Simulava busca sobreviventes do ARA Belgrano torpedeado 2 dias antes. Marcava contato alvos e perfil de comportamento. Depois chegou ordem de evitar qualquer contato até as 10h, e foi para área de busca sobreviventes. A decolagem dos Hercules foi canceladas e ordenado dois Super Etendard decolassem o mais rápido possível para atacar.

Ass 9:45 horário local, os dois caças decolaram de Rio Grande armados com um míssil AM39. Os dois fariam voo semicircular para aproximar. Eram mísseis novos e não sabiam se funcionariam. Cerca de 20 minutos depois foram abastecidos em vôo por um KC-130 seguindo para leste percorrendo os cerca de 400km que os separavam dos seus alvos.

Após a decolagem dos Super Etendard o Neptune voltou para rastrear os navios. As 10h35min, o P-2 fez ultima subida a 1107 metros (3.500 pés) e localiza dois pequenos grupos a sudoeste da ilha na posição 52º 33' 55'' sul e 57º 40' 55'' oeste (160km de Port Stanley). Confirmou posição de três ecos médios e um grande a 96km de distancia. Devido a problemas com o radar o P-2 estava dentro alcance dos mísseis inimigos. O P-2 transmite a posição para os Super Etendard cinco minutos depois e volta para a base. Os britânicos detectaram transações do Neptune e enviaram Sea Harrier para interceptar sem sucesso.


Detalhes da missão de patrulha do P-2 Neptune durante o ataque ao HMS Sheffield. O Neptune eram os olhos dos Super Etendard.


A aviation art mostrando as aeronaves Super Etendard e Neptune juntos que participaram do ataque a Sheffield. Esse encontro não se realizou durante a ação. Apenas dois dos cinco SP-2H Neptune argentinos estavam em condições de operar durante o conflito das Malvinas. O radar APS-20 falhava muito (o alcance em si diminui com o tempo). Já o Iraque não tinha aeronave patrulha marítima para indicar alvos para seus Mirage F1. Atacavam o que encontravam no radar.


Durante o ataque ao HMS Sheffield o local estava com mau tempo, com visibilidade de 500 a 1.000 metros e chuvoso, mas era uma boa defesa contra os Sea Harrier. 


Assim que perceberam em seus RWR a presença de radares de busca dos navios ingleses na área os dois Super Etendard desceram a poucos metros acima da superfície do mar, a menos de 30 metros.

Recebendo as informações do Neptune os dois pilotos subiram rapidamente a cerca de 500 pés (160metros) as 10h50 min de modo a plotarem nos seus radares de bordo a marcação dos alvos no local indicado para alimentar o sistema de orientação dos Exocet. Não encontraram alvos na primeira subida e logo voltaram a voar a 15m sobre o mar. Só detectaram sinais com alerta radar.

Após alguns um minutos de voo, cerca de 40km a frente, fazem nova tentativa subindo para 500 pés (160 metros) e detectam dois alvos pequenos e um grande, a 30 graus a direita. Depois mergulharam, aceleraram para 500 nós e fizeram uma curva a direita para corrigir o rumo. Logo carregam os dados nos mísseis Exocet.

Os pilotos já tinham combinado que atacariam o alvo maior. Depois fizeram uma nova subida pequena para disparar. O disparo foi as 11h04min a 50km do alvo. Os disparos foram realizados com diferença de 5 segundos com separação de 300 metros. Voltaram logo depois a toda velocidade. Os ingleses citam que o míssil foi disparado a 6 milhas ao invés de 45 milhas. Os argentinos citam disparos entre 35km a 50km.

O único incidente foi ala passar atrás do líder com radar ligado e pensou que era um Sea Harrier. Depois subiram para economizar combustível na volta para a base. Na volta anunciaram que não precisariam de REVO. Era o aviso que a missão ocorreu sem problemas, mas não sabiam o resultado. O pouso foi as 12h15 min.

A 11h07min o HMS Sheffield foi atingido a meia nau a 2 metros da linha d'água. Com mar calmo os pilotos argentinos puderam escolher a altitude de voo do míssil de 2 metros próximo da linha d'água. O míssil causou um rombo de 3 x 1,2 metros no costado.

O HMS Sheffield navegava a 20nm a frente do HMS Hermes atuando como piquete radar, alertando sobre a chegada de aeronaves. Três dos cinco contratorpedeiros Type 42 faziam parte dos piquetes: o HMS Glasgow, o HMS Coventry e o HMS Sheffield.

O operador do radar Type 966 viu contatos fracos radar e um observador viu a trilha de fumaça do míssil. Quatro segundos depois o navio foi atingido.
Já na primeira varredura com seus radares os Super Etendard foram detectados pelos “HMS Glasgow”, “HMS Coventry” e “HMS Sheffield” – provocando um imediato Alerta Amarelo. O HMS Glasgow detectou primeiro e deu o alarme. O HMS Conventry também pegou contatos. O HMS Hermes não e considerou o alarme falso devido ao alerta anterior. O HMS Hermes pensou que eram dois Sea Harrier voltando e não informou outros navios. A 32 km de distancia o HMS Conventry detectou agave e emissões do Exocet.

O estado "Air Raid Yellow" foi iniciado com a primeira subida dos dois caças a 2000 pés quando por alguns segundos seus radares Thompson CFS Agave foram ligados. O alerta chegou a gerar o acionamento de dois Sea Harrier no porta aviões HMS Invencible para a interceptação dos intrusos, interceptação que acabou não acontecendo.

Já o Sheffield fazia uso do terminal de satélites SCOT (Ship Born Communications Terminal) e não conseguiu detectar nada. O SCOT opera na mesma frequencia dos radares do navios. Ao ao usar o SCOT tem que desligar os radar e por isso estavam cegos no momento. Os outros navios lançaram chaff incluindo o “HMS Invincible”, que navegava bem mais longe.

O HMS Glasgow captou em seus sistemas MAGE e lançou chaff, além de manobrar para diminuir o RCS, mostrando a proa ou popa para a ameaça. Avisado pelo HMS Glasgow, o HMS Coventry também lançou seus foguetes chaft, esta ação acreditam os ingleses desviou um dos dois Exocet, o outro atingiu o HMS Sheffield, que permaneceu passivo.

Um dos Exocet se desviou do HMS Hermes e passou a frente da “HMS Yarmouth”, caindo no mar 300 metros depois. O segundo míssil também parece que foi interferido mas encontrou um alvo mais próximo, o HMS Sheffield.

O HMS Yarmouth e HMS Alacrity foram ajudar o navio danificado. As 15 horas o fogo estava fora de controle e aproximando do paiol do Sea Dart. Foi dado ordem de abandonar o navio.


Danos externos no HMS Sheffield. O HMS Sheffield afundou no dia 10 de maio a reboque pelo HMS Yarmouth indo em direção as ilhas Geórgia do Sul. O míssil que atingiu o HMS Sheffield parece não ter explodido. O sistema de controle Inocêncio não funcionou direito e fogo consumiu o navio. Alguns tripulantes acham que o míssil explodiu.


Imagem da fragata Undauted durante testes com o MM38. Os danos da detonação do Exocet indicam que o míssil não explodiu quanto atingiu o Sheffield.


A reação dos britânicos foi manter GT mais longe das ilhas, atrapalhando suas próprias operações e atrapalhando as ações de canhoneio naval. O afastamento diminuiu o tempo que os Sea Harrier podiam fazer Patrulhas de Combate Aéreo.

A Royal Navy logo viu que não estava preparada contra este tipo de ataque, com armas e sensores inadequados. As defesas disponíveis eram o Chaff e sistemas de interferência eletrônica. Os navios podiam manobrar para ficar de popa ou proa para diminuir o retorno radar. As armas efetivas eram as duas fragatas Type 22 com mísseis Sea Wolf. Os outros sistemas de armas não eram considerados efetivos contra o Exocet (canhões, Sea Cat e Sea Dart). Usaram helicópteros Wasp e Lynx com refletores radar simulando alvos falsos ao redor dos NAE. A altitude de voo do Exocet era limitada pelo altímetro a altitude máxima de 60m, mas o radar iniciaria busca de outro alvo logo depois de passar abaixo do helicóptero. Os argentinos continuaram tática de disparar dois mísseis contra o mesmo navio. Após a guerra a Royal Navy instalou dois CIWS Phalanx nas suas Type 42.


Ataque ao Atlantic Conveyour

No dia 15 de maio os P-2 Neptune foram desativados por falta de peças de reposição e radar. Os argentinos passaram a usar radares de vigilância AN/TPS-43F e AN/TPS-44 Alert IIA na ilha para seguir os movimentos dos caças e estimar as posição dos NAes britânicos. Os Sea Harrier saiam dos NAes e voavam baixo por 80km antes subir. Comparando várias rotas era possível estimar de onde partiam.

Com estes dados foram realizados um novo ataque no dia 13 de maio. Os Super Etendard não acharam alvos e voltaram sem disparar seus mísseis.

No dia 25 de maio, o radar estimara um alvo a 176 km a nordeste de Port Stanley. As 7h30min os Super Etendard foram alertados em Rio Grande e a missão programada para sair as 9h00min. Um atrasou levou a saíram as 14h28min por falta de REVO. O REVO foi feito a 256km a leste de Puerto Deseado.

Os Super Etendard voaram para um ponto a 200 km a noroeste Port Stanley e depois rumaram direto para o leste. Depois viraram para o sul a 275km do objetivo. Voavam a 545 nós (1010km/h).

A 240 km das coordenadas mergulharam da altitude de 8.010m. Ao fazerem busca radar encontraram um navio grande cercade de outros pequenos em formação defensiva. Estavam exatamente na posição prevista (58º 38' Sul e 56º 8' Oeste), e carregaram as coordenadas no sistema de armas. O disparo foi as 16h31min e voltaram. Fizeram um segundo REVO e pousaram as 18h38min. Foi a maior missão do Super Etendard, voando 2.592km em 3h50min.

O disparo foi a 57km do alvo. A fragata HMS Ambuscade detectou as emissões do Agave no MAGE e deu alerta. Os navios manobraram, lançaram Chaff e atacaram com seus canhões. O míssil atingiu o Atlantic Conveyour as 16h36min. O míssil foi disparado contra uma fragata e foi desviado. O navio estava próximo e o míssil readquiriu apos passar por uma nuvem de Chaff. O navio estava a 3km do HMS Hermes. O míssil atingiu um convés cheio de caminhões do exército e o combustível incendiou se espalhando rapidamente. Não conseguiram apagar o incêndio. Muita carga de armas e combustível teve que ser jogada fora. O navio foi abandonado 30 minutos depois de atingido e afundou três dias depois. Foram 12 mortos incluindo o capitão do navio sendo que nove após entrarem na água. Foram resgatados 137 tripulantes.

A Royal Navy foi configurada para a Guerra Fria e não tinha prioridade para realizar operações expedicionária. Então vários navios foram requisitados no sistema Ships Taken Up From Trade (STUFT). Um total de 40 navios de vários tipos foram comissionados. O Atlantic Conveyor era um deles. O navio levaria barracas, 12 Combat Support Boats, quase todo estoque de cobertura de alumínio para criar pista de pouso e vários Harrier e Helicópteros, além de peças de reposição e uma estação de tratamento de água. O navio foi adaptado em 10 dias.

O navio levava cinco helicópteros Chinook HC1 e 6 Wessex HU5. Na ilha de Ascensão recebeu 8 Sea Harrier e 6 Harrier GR3. De dia, uma Sea Harrier mantinha alerta com mísseis Sidewinder contra aeronaves 707 argentinas. No dia 19 de Maio todos os Harrier voaram para o HMS Hermes e HMS Invencible. Varias cargas foram desembarcadas como bombas e munições. Sem helicópteros de cargas as tropas britânicas tiveram que ser levadas por terra de San Carlos até Port Stanley.

Após a guerra os britânicos desenvolveram o sistema Shipborne Containerised Air Defence System (SCADS) para dar proteção antiaérea fácil de instalar para navios mercantes usados em área de combate. 


Imagem do Atlantic Conveyor e a fumaça do incêndio após ser atingido por um AM39.


Ataque ao HMS Invencible

O alvo principal dos Exocet sempre foram os NAes britânicos. No dia 29 de maio, o CANA e a FAA decidiram realizar uma nova operação combinada. Quatro A-4C Skyhawk do Grupo 4 foram enviados para Rio Grande. O Super Etendard lançariam o míssil e A-4 seguiriam rastro do míssil para atacar com bombas 227kg.

Os argentinos atacavam com dois mísseis Exocet por segurança pois um podia falhar ou ser enganado por ECM. Se acertar os dois mísseis, os danos seriam maiores em um navio grande. Dessa vez não tinham opção e com apenas um Exocet sobrando, o ataque final seria junto com um ataque convencional com aeronaves equipadas com bombas.

Por dois dias, o Centro de Eléctrónica Operativa (CEO) rastreou os navios britânicos e no dia 30 de maio foi concluído que o HMS Invencible estava em uma posição favorável para um ataque. Os radares nas ilhas triangularam as posições que Harrier iam e voltavam e determinaram a posição aproximada do GT britânico. O ataque rodearia a ilha para conseguir surpresa, gastando ainda mais combustível.

O ataque foi no dia 30 de maio. Os Super Etendard decolaram as 12h30min com os A-4 decolando cinco minutos depois. Foram realizado vários REVO em dois KC-130H na ida a 21 mil pés (7 mil metros) por 300 km. Ao se aproximarem a 304 km do alvo baixaram para 30 metros e seguiram o Super Etendard 1.600 metros atrás.

Ao se aproximarem do ponto de confirmação do alvo os Super Etendard subiram e detectaram a frota em silencio total de rádio. Na segunda busca radar corrigiram o rumo e anunciaram a direção no rádio. Se o alvo não estivesse no lugar indicado pelo CEO, os aviões deveriam voltar por não terem nem tempo nem combustível para procurar o alvo. Mas o alvo estava no lugar indicado e a 24 milhas do objetivo o Exocet foi disparado. O disparo foi as 14h32min e se retiraram. Os Super Etendard realizou outro REVO na volta. Tudo indica que na manobra de retorno foram descobertos por um dos radares Type 909 de um sistema Sea Dart.

Depois do disparo os A-4Q seguiram a trilha do míssil e viram uma coluna de fumaça no fundo. A 14 km um míssil atingiu um A-4 e depois outro a 2km do alvo. Eram mísseis Sea Dart do HMS Exeter. Os outros dois Skyhawk atingiram um alvo com seus canhões e bombas. Os britânicos citam que duas de três bombas explodiram. Os pilotos argentinos saíram com evasivas contra os mísseis SAM. Realizaram um REVO e posaram as 16:20h, 3h47min após a decolagem.

Os pilotos reportaram ter atingido o NAe Invencible. Os britânicos citam que atacaram a HMS Avenger que estava saltando cortina de fumaça a 46km do HMS Invencible. Nenhuma bomba atingiu o navio, mas os argentinos viram fumaça preta (a cortina de fumaça era branca). Os britânicos citam que o Exocet foi derrubado pelo canhão de 114mm do HMS Avenger ou neutralizado por Chaff. O HMS Exeter cita ter destruído o Exocet a 12km de distância com o Sea Dart.

As ações aéreas cessaram logo após o ataque como monitorado pelo radar AN/TPS-43F. Sugere que um NAe foi atingido. O HMS Invencible só voltou a Inglaterra em setembro de 1982 com pedaço do casco que parecia recém pintado. Os dados britânicos serão desclassificados apenas em 2022, 40 anos após a guerra.


Aviation art mostrando os dois Super Etendard e quatro A-4Q sendo reabastecidos pelos KC-130H antes do ataque de 30 de maio.


Arte mostrando o ataque de um A-4 contra o HMS Invencible. O navio está soltando fumaça preta que seria do Exocet.


Ataque ao HMS Glamorgan

No meio de maio, os argentinos começaram a estudar a retirada de mísseis MM38 Exocet de navios e levar para as Malvinas como baterias costeiras contra a ameaça de navios atacando as ilhas com canhões.

Os mísseis foram instalados em carretas com dois lançadores e um sistema de controle ITB. Cada carreta pesava 5 toneladas. Os Exocet foram retirado do ARA Segui ou ARA Guerrico. A instalação foi chamado de  ITB (Instalação de Trio Berreta - lixo), devido ao nome oficial  ITS (Instalação de Tiro Standard). Para aquisição de alvo, o sistema usaria o radar de vigilância terrestre RASIT na ilha, operado pelo exército. A bateria foi levada de C-130 até as ilhas. O C-130 voava rasante e subia a cada meia hora para varrer o mar e ver se tinha navio a frente.

A 1 hora da noite de 6 de junho detectaram um navio com o RASIT. O míssil não disparou. Esperaram 20 minutos para descarga dos condensadores e realizar novo disparo. O míssil disparou, virou a esquerda e não souberam o resultado.

As 2 horas de 12 de junho, um navio cruzou a frente da bateria. O navio foi detectado pelo RASIT no limite do alcance e o míssil foi disparado. Os argentinos viram um relâmpago e uma explosão ao fundo. A partir da noite seguinte os britânicos não apareceram mais para atacar Port Stanley.

O HMS Glamorgan navegava a 19knots (37km/h) a 32 km da praia. O disparo do míssil foi acompanhado da ponte e do CIC do navio o tempo todo. Tiveram menos um minuto de alerta para acompanhar o míssil no radar. O oficial na ponte deu ordem para virar a popa para o míssil para diminuir o RCS. O navio manobrando virou e foi atingido no lado esquerdo da popa. A curva evitou que o míssil atingisse o navio de lado e penetrasse. O míssil atingiu a braçadeira e desviou para cima antes de explodir. O míssil detonou no hangar e o helicóptero Wessex pegou fogo. A ação da tripulação apagou o incêndio e salvou o navio. t

O HMS Glamorgan tinha canhão duplo de 114mm e foi muito usado para atacar posições em terra, disparando 1.200 tiros durante o conflito. Entrou em ação já no dia primeiro de maio junto com o HMS Arrow e HMS Alacrity atacando posições ao redor Port Stanley. Foram atacados por três caças Dagger e duas bombas acertaram do lado do HMS Glamorgan sem causar grandes danos.

No dia 14 maio o HMS Glamorgan apoiou uma incursão do SAS em Pebble Island. Depois engajou quase continuamente alvos em terra para desviar a atenção do desembarque em San Carlos. Disparou até um míssil Sea Slung contra a pista em Port Stanley. No dia 11 de junho foi chamado para apoiar os Royal Marines na batalha de Two Sisters. No dia 12 foi atacado por um Exocet disparado terra.


Arte mostrando o disparo do MM38 contra o HMS Glamorgan.


Posição aproximada do HMS Glamorgan durante o ataque de 12 de junho.


Imagem mostrando os danos sofridos pelo HMS Glamorgan após ser atingido pelo MM38.

 

 


Voltar ao Sistemas de Armas


 

2013 ©Sistemas de Armas
Site criado e mantido por Fábio Castro

 
     Opinião

  Fórum -  Dê a sua opinião sobre os assuntos mostrados no Sistemas de Armas
  Assine a lista para receber informações sobre atualizações e participar das discussões enviando um email
  em branco para
sistemasarmas-subscribe@yahoogrupos.com.br