Aeronaves Composta no Brasil
Nossas forças armadas tem um complicador para realizarem suas
missões que é a
grande extensão territorial e marítima. As plataformas
aéreas têm sempre o
alcance como um requisito importante. O alcance geralmente significa
uma
aeronave grande e geralmente cara. Para complicar, a frota
também deveria ser
numerosa. Com recursos limitados, o número de aeronaves de
pequeno tamanho é
grande como a frota de helicópteros Esquilos e os Bandeirantes.
O resultado é a
limitação para realizar missões adequadamente como
transporte e resgate. Também
não é comum o uso de sistemas e armas no estado de arte
como guerra eletrônica,
sensores noturnos, comunicações e mísseis.
Um helicóptero composto é
uma tecnologia relativamente
barata que seria uma boa
proposta para equipar nossas forças armadas com uma aeronave de
pouso e
decolagem vertical com alcance adequado as nossas necessidades visto
que os
helicópteros tem alcance limitado. As aeronaves tiltrotor
são outra opção, mas
o único modelo disponível, o V-22 Osprey, está com
problemas de desenvolvimento e tem um custo proibitivo.
Estes helicópteros compostos substituiriam não só
os helicópteros atuais como o
UH-1H da FAB e SH-3 da Marinha como poderiam substituir outras
aeronaves usadas
de modo adaptado para realizar missões militares como os
Bandeirantes.
A velocidade de um UH-60 composto, usado como referência aqui no
texto, é de
350-400km/h e pouco menor que a do Bandeirante, mas com capacidade de
carga
superior e com a versatilidade de um helicóptero. A carga de
4.100kg chega
a se aproximar de uma aeronave maior como o C-115 Bufalo.
Protótipo
YSH-60 em construção recebendo as asas do Aerostar e a
cauda VTDP usado como referência de aeronave composta no texto.
X-49A
durante os testes de vibração.
Conceito de
um X-49A com asa alta. A asa alta inclinada para baixo diminuiria o
empuxo negativo causado pelos rotores.
Também é possível
pensar em uma aeronave
multifuncional com capacidade além do
imaginado para as aeronaves acima. A função de transporte
fica sempre mantida,
com a vantagem de ser um helicóptero com alcance maior ou uma
aeronave com
capacidade de pouso vertical.
As aeronaves de
transporte
são usadas para apoiar tropas além das linhas e realizar
operações especiais.
Uma aeronave composta adicionaria a capacidade de infiltrar, exfiltrar
e suprir
tropas numa distância bem maior que a de um helicóptero e
com o alcance e
velocidade de uma aeronave, tendo a versatilidade do pouso vertical que
liberaria o uso de lançar cargas com pára-quedas.
Unidades da FAB atualmente
operando aeronaves poderiam passar a apoiar operações do
EB com helicópteros em
áreas não cobertas pela Aviação do
Exército (AVEx).
Os Bandeirantes realizam transporte de tropas em cargas em tempo de
paz. Em
tempo de guerra, com a ameaça inimiga, estas missões
passam a se chamar assalto
aéreo, tendo necessidade de retornar o fogo inimigo.
Na função de busca e salvamento teríamos uma
aeronave de busca com capacidade
de pairar sem precisar chamar um helicóptero para a
missão ou lançar um
pára-quedista do PARASAR. Também teríamos um
helicóptero com alcance adequado
para busca por longo período.
As
missões de resgate de combate teriam o apoio de um
helicóptero de grande
alcance, velocidade e capacidade de sobrevivência. Missões
de evacuação médica
(EVAM) seriam otimizadas com uma helicóptero mais rápida
e de maior alcance.
Os
helicópteros podem ser armados para realizarem missões
de ataque e uma
aeronave composta não fugiria a regra. Suas asas podem receber
cabides e a
velocidade permite adicionar bombas como armas de uso regular.
Também poderiam
ser comparadas favoravelmente a uma aeronave que tem capacidade de
pairar rente
ao solo para atacar com canhões e mísseis usando as
características do terreno
para se esconder. A capacidade de decolagem e pouso vertical ou curto
significa
poder operar facilmente em pistas dispersas, próximo ao campo de
batalha. Bases
dispersas significa poder cobrir uma área maior (área de
influência) e usar a
velocidade para diminuir o tempo de reação.
A capacidade armada
e a velocidade tornam uma aeronave composta uma boa
aeronave para interceptação de aeronave leves
ilícitas, missão hoje
realizada pelo AT-27 Tucano do Terceiro Grupo (Boa Vista, Campo Grande
e Porto
Velho).
As aeronaves de
transporte e caça tem missões de apoio a
aviação geral e
comercial em dificuldade (socorro aéreo) sendo que as aeronaves
mais leves
apóiam aeronaves
leves e os caças apóiam a aviação a jato.
Uma aeronave composta tem capacidade
de realizar esta missão como acontece atualmente com C-95
Bandeirante.
As missões de
patrulhas costeiras são realizadas
atualmente pelos P-95
Bandeirulha que podem ser substituídos por uma aeronave
composta. O alcance não
seria tão longo, mas a versatilidade poderia compensar como o
uso também para
busca e salvamento e a capacidade anti-submarina com o uso de um sonar.
A
aeronave também poderia usar o convés de um navio de
patrulha oceânico
(NaPaOc), ainda em fase de estudo pela MB, para reabastecer durante
operações
de patrulha na parte leste da Zona
Econômica Exclusiva. A capacidade ofensiva
já
citada seria
aproveitada nestas operações.
As versões
embarcadas para a Marinha teriam as mesmas
capacidades já citadas
podendo realizar transporte aéreo e assalto aéreo bem
distante da costa ou bem
dentro do território inimigo. Nas missões ofensivas, as
plataformas navais
teriam uma plataforma com capacidade de atacar alvos a distâncias
mais longas e
com maiores cargas, contra alvos no mar e em terra. A velocidade daria
certa
capacidade de defesa contra helicópteros e aeronaves de
patrulhas. Um
helicóptero composto seria uma boa plataforma para
missões de alerta antecipado
podendo voar mais alto e por mais tempo que um helicóptero. As
aeronaves
embarcadas poderiam usar seus sensores para realizares patrulha
marítima a
partir de bases da costa complementando as aeronaves da FAB, capacidade
que a
MB não tem atualmente.
Missões
na FAB
A FAB é dividida em pequenas
forças aéreas para dividir as atividades
operacionais. A Segunda Força Aérea (FAE-2) é
responsável por coordenar as
operações de SAR, patrulha marítimas,
operações de helicóptero e operações
aéreas especiais. É formada pelos esquadrões do
Oitavo Grupo, Sétimo Grupo e pelo 2º/10º GAV Esquadrão
Pelicano e 1º/11º
GAV.
Os AT-27 Tucano equipam os esquadrões do Terceiro Grupo dividido
em 1º/3º
GAV Escorpião em Boa
Vista (RR), o 2º/3º
GAV Grifo em Porto Velho (RO)
e o 1º/3º
GAV Flecha em Campo Grande
(MS). Os AT-27 estão sendo substituídos
pelo A-29A/B Super Tucano. O Terceiro Grupo realiza missões de
superioridade aérea
(interceptação e ataque), interdição
(ataque e reconhecimento armado), apoio aéreo
aproximado (ataque e cobertura), reconhecimento visual,
ligação e observação
(controle aéreo avançado), vigilância de
fronteira e eventualmente
operações aéreas especiais.
Os esquadrões do Terceiro Grupo já dão apoio para as
brigadas de selva. Com
uma aeronave composta poderiam realizar tarefas próprias de um
helicóptero, já
raro no Teatro de Operações da Amazônia (TOA), e
com maior capacidade que os
modelos atuais. O T-27 tem uma velocidade de cruzeiro de cerca de
400km/hora,
pouco superior a de uma aeronave composta. A autonomia é de 8
horas com dois
tanques extras.
Os AT-27 Tucano do Terceiro Grupo, substituídos futuramente o
A-29A/B, quando
usados para defesa aérea, e os que equipam outros
esquadrões, são usados para
forçarem uma aeronave suspeita a pousar, mas tem dificuldade de
continuarem o trabalho
após o pouso da aeronave suspeita. Um helicóptero
composto continuaria o
trabalho após o pouso e desembarcaria tropas para missões
de busca e apreensão
no solo. Hoje é necessário o apoio de um
helicóptero com alcance e velocidade
bem menor que o AT-27 Tucano.
O
uso de pista ou pontos de dispersão também multiplica o
número de bases e evita
que traficantes usem uma rede de alerta nas bases para evitar
áreas cobertas
pelos Tucanos.
O A-29 será o
futuro
substituto dos Tucanos. Durante as
operações antiguerrilha no norte
de Angola e fronteira com Zaire, os pilotos mercenários do
Executive Outcome voavam
helicópteros Mi-24 e Mi-17 armados com metralhadoras e
lança-grandas automáticas.
Depois passaram a voar com o PC-7 que mostrou ser bem superior. Mesmo
com carga
pesada de foguetes podia permanecer 4-5 horas no ar o que era
considerado
importante onde havia poucas pistas para operar. O PC-7 voava a uma
velocidade
de cruzeiro de 360km/hora e era considerado ideal para
detecção de tropas. O uso
de bombas nas selvas fechadas mostrou ser bem eficiente e com melhor
resultado
que foguetes e metralhadoras. Estas experiências mostraram que a
FAB está no
caminho certo para missões de baixa intensidade na
Amazônia.
Os
esquadrões do Sétimo Grupo baseadas em Belém,
Salvador, Santa Cruz e Florianópolis realizam patrulha
marítima no lado oeste das 200 milhas (Zona
Econômica Exclusiva) com os P-95 Bandeirulha. Os P-95 realizam
Esclarecimento Marítimo, Interdição
Marítima, Reconhecimento, Guerra Eletrônica e
Operações Aéreas Especiais equipados com radar e
ESM. A capacidade
anti-submarina foi perdida com a substituição do P-2
Neptune pelo P-95. Os S-2 Tracker mantiveram uma capacidade limitada depois
perdida na década de noventa. Com uma aeronave composta, a FAB
pode voltar a ter capacidade anti-submarino com a
instalação de um sonar e pode inclusive operar embarcado
nos navios da MB. Com FLIR, radar e ESM, uma aeronave composta pode
realizar as mesmas missões de um helicóptero naval
moderno, mas com desempenho e alcance de uma aeronave convencional
Os P-95 da FAB
podem ser substituídos com vantagens por uma aeronave composta
que poderia operar a partir de um Navio de Patrulha Oceânico
(NaPaO) para reabastecer, esperar por
curto período ou emergência.
Os Esquadrôes de Transporte
Aéreo (ETA) tem função de apoiar a MB e EB,
além da FAB. Seu principal vetor é o
C-95 Bandeirante usado para transporte aéreo (18 tropas ou
1700kg de carga),
missões de misericórdia (MMI), adestramento, apoio
à aviação geral com problemas (socorro
aéreo),
ligação,
infiltração, assalto, ressuprimento aéreo,
evacuação médica (EVAM) e
reconhecimento visual.
O transporte aeromóvel inclui o
lançamento das tropas e
carga por pára-quedas e às vezes pouso em
território inimigo para extração. O
treinamento inclui navegação a baixa altura (NBA). A
aeronave faz transporte
aeroterrestre para dar mobilidade as tropas. Quando ocorre em
território
inimigo é chamado de assalto aéreo. O transporte
aéreo logístico é a
transferência de pessoal e material. O lançamento
aéreo é usado para ressuprir
e apoiar forças de superfície. O 6º ETA
também apóia o Grupo de Transporte Especial em
Brasília nas missões VIP.
Uma aeronave composta,
como substituto do Bandeirante, irá multiplicar a
capacidade de transporte aéreo adicionando a versatilidade do
pouso e decolagem
vertical. Missões de assalto aéreo que usam
pára-quedas seriam substituídas
pelo pouso vertical. Os ETA passariam a ter capacidade de apoiar
unidades do EB
que já tem carência de helicópteros para operar. A
capacidade de EVAM seria
também melhorada.
Com um custo bem
maior que o C-95 Bandeirante, uma aeronave composta precisaria de outra
mais
barata como complemento. Uma aeronave que pode complementar uma
aeronave
composta é o C-98 Caravan (foto). A capacidade de carga é
de 1500-1800kg, pouco
menor que a do Bandeirante, mas com volume bem menor e pode pousar em
locais
impraticáveis pelo Bandeirante. A tabela de carga versus
alcance mostra que Bandeirante é melhor para operar em
missões mais longas acima
de 650 km. Uma aeronave bimotora ainda é necessária para
operar em locais com
poucas pistas como o norte do país. Outra
aeronave que já é usada é o C-97 Brasília.
A versão EMB-120K pode levar 2700kg
carga. A FAB quer um sucessor do Bandeirante com maior capacidade de
carga, seu
calcanhar de Aquiles. A FAB já opera 16 aeronaves
Brasília e 17 Caravan.
Helicóptero
Cougar com sonda de reabastecimento em vôo. Os helicópteros
precisam de reabastecimento aéreo para missões de longo
alcance ou serem
desmontado para deslocamento a longa distâncias. Uma aeronave
composta pode receber facilmente uma sonda para reabastecimento em
vôo. Porém,
as aeronaves cisternas são escassas em tempo de conflito. A
própria aeronave
composta passaria a ser uma opção para reabastecer outras
no ar.
Os esquadrões do Oitavo Grupo são equipados com
helicópteros usados para
busca e salvamento SAR/CSAR, ataque, escolta, ligação e
observação,
reconhecimento aéreo, transporte aéreo (apoio
logístico, EVAM e helitransporte)
e operações aéreas especiais. Uma capacidade
recente é a de defesa aérea contra
alvos de baixo desempenho. Os esquadrões mantêm uma
aeronave em alerta defesa
aérea H-24 (24 horas por dia) e podem ser usados para controle
de área de
exclusão aérea.
O 1º/8º
GAV de Belém, o 5º/8º GAV em Santa Maria (RS), e o 7º/8º GAV de Manaus usam o UH-1H armado
(Sapão). O 2º/8º GAV usa o UH-50 Esquilo que é
considerado mais rápido,
mas menos capaz.
O 3º/8º GAV no Rio de Janeiro usa o Super Puma.
É sempre
usado para apoiar a brigada pára-quedistas e em transporte VIP.
O 2º/8º GAV, esquadrão Poti,
usa o UH-50 Esquilo para
resgate de combate. São claramente limitados para a
missão. Nas missões de
resgate são usadas a chamada formação gorila com
dois helicópteros para
reconhecimento armados com casulos de metralhadora 12,7mm, dois de
ataque com
foguetes de 70mm e dois de resgate. Esta formação pode
ser substituída por uma
única aeronave composta com a mesma capacidade de armas e
transporte e alcance e velocidade superior, mas as aeronaves CSAR
geralmente atuam
aos pares. O
Poti já operou aeronaves L-42 e depois o T-25.
O 2º/10º
GAV esquadrão Pelicano usa o SC-95B junto
com o UH-1 pelicano para busca e salvamento. Os UH-1H são
armados como os dos
outros esquadrões.
As missões de
salvamento de combate (CSAR) são importante para moral dos
pilotos se souberem que vão ser resgatados caso derrubados.
Também tem o fator político
de evitar que pilotos capturados sejam mostrados como troféu. As aeronaves de busca e
salvamento tem como requisitos básicos a velocidade de
cruzeiro alta para reação rápida, grande
autonomia, capacidade qualquer tempo e
asa alta para dar grande visibilidade.
Uma aeronave
composta tem velocidade e alcance adequados para missões CSAR. As
operações de CSAR têm mais sucesso se forem
realizadas rapidamente. Um piloto tem 45% de chance de ser resgatado na
primeira hora após ser derrubado. As estatísticas
diminuem drasticamente com o
passar do tempo. Uma aeronave composta
terá aproximadamente a
mesma velocidade do A-29 que servirá de escolta. Como pode levar
armamento
pesado nem irá precisar de escolta em algumas missões.
A US Navy operava
helicópteros SH-3 Sea King a
partir de contratorpedeiros em posição avançada
para missões de resgate no
Vietnã. Com um helicóptero composto isto não seria
necessário, nem para
diminuir a distância nem o tempo de reação,
poupando os navios escoltas de
ataques inimigos. A autonomia e alcance de uma aeronave composta
permitem que
ela já
esteja no ar durante um ataque de aeronaves de caça embarcados.
Um exemplo de
operações aéreas especiais do Oitavo Grupo incluem
a infiltração
de patrulhas para vigilância, reconhecimento e ação
direta. Também realizam
exfiltração e ressuprimento destas patrulhas. Estas
missões estão intimamente
ligadas as operações de CSAR e às vezes são
realizadas por um mesmo esquadrão
na maioria dos países.
Uma aeronave
composta que substituísse os helicópteros do Oitavo Grupo
iria
multiplicar a capacidade destes esquadrões para realizarem suas
missões. Seriam
mais rápidos, com maior alcance, mais bem armados, com maior
capacidade de
carga ou espaço para tropas. As capacidades dos
esquadrões do Oitavo Grupo poderia ser somada com a
capacidade dos ETA que também recebessem aeronaves composta.
Um UH-1 escoltado
por um
AT-27. Todos esquadrões de helicopteros da FAB treinam para
CSAR, porém, as tripulações de salvamento
(PARASAR) precisam de treinamento especial como primeiros socorros.
A FAB usa o UH-1H
armado até hoje com foguetes de 70mm e
metralhadoras. A aeronave realiza missões de transporte, ataque,
busca e
salvamento, observação e operações
aéreas especiais.
Uma constante nos
esquadrões da FAB é a missão de reconhecimento
visual e
observação. São reminiscências dos antigos
EMRA (esquadrões mistos de
reconhecimento e ataque). Esta missão inclui
orientação de fogo de artilharia e
controle aéreo avançado, além da
observação do movimento das tropas inimigas.
O requerimento
é de uma aeronave de grande autonomia, armada, com sensores
adequados e de preferência uma tripulação bem
grande para observação. A FAB usa
ou já usou aeronaves dedicadas como o L-42 Regentelo, T-27
Tucano, UH-1 Huey e
UH-50 Esquilo. Outras aeronaves são usadas de forma improvisada
como o
C-95 Bandeirante.
Duas aeronaves que
podem
servir de exemplo para os
requisitos desta missão são o OV-10 Bronco e o OV-1
Mohawk. O OV-1 Mohawk foi
projetado para reconhecimento visual, radar e eletrônico. O
requisito inicial
era do USMC de 1957, mas abandonou o projeto em 1958. Em 1958, o US
Army lançou
um requerimento para uma aeronave de observação,
reconhecimento, regulagem de
artilharia, comando e controle e utilitário (com capacidade de
ressuprimento de
emergência e ligação) com características de
pouso e decolagem curta (STOL) e
se interessou no projeto. A aeronave deveria ser um projeto conjunto
com as
outras forças, mas o USMC não queria uma aeronave com
sensores sofisticados do
US Army e lançou projeto próprio (LARA). Uma
versão do OV-1 participou do
programa LARA que foi vencido pelo OV-10 Bronco.
O OV-1 foi armado
para supressão de defesas, aproveitando dos requisitos de
apoio aéreo do USMC, para se manter na área para tirar
fotos e para marcar o
alvo, e não para atacar. Mas o que o US Army queria mesmo
é a capacidade de
reagir rápido de uma aeronave. A USAF proibiu o uso de armamento
pelo OV-1, mas
o US Army continuou usando para auto-defesa. Durante as missões
ele encontrava
pequenas quantidades de tropas. Se não atacava rápido
elas dispersavam. As
metralhadoras 12,7mm levadas em casulos eram insuficiente e queriam
armar com
bombas, napalm e bombas em cacho. Resolveram levar foguetes.
Argumentavam que
era para auto-defesa mesmo com a proibição de levar armas
e era chamado com freqüência
para apoio aéreo aproximado por ser rápido e preciso. A
capacidade de
fotografia aérea foi considerada importantíssima para o
planejamento das
missões terrestres que não precisavam mais do apoio da
USAF. O Mohawk era
silencioso e podia se aproximar sem chamar atenção. Era
considerado ideal para
espotagem de artilharia. Testes no inicio do conflito do Vietnã
mostrou que as divisões
aeromóveis precisariam de uma frota de 36 UH-1H de transporte e
24 Mohawk para reconhecimento e ataque.
Entre os
equipamentos usados pelas várias
versões do OV-1 estavam um radar de visada lateral (SLAR) que
dava capacidade
de vigilância de longo alcance em qualquer tempo, com
capacidade de
detectar alvos móveis (MTI). O SLAR foi usado para detectar
alvos nos rios e
litoral. O EV-1 era usado para reconhecimento eletrônico (radar e
comunicações). As duas versões tinham datalink
para passar os dados para
estação em terra. Estas missões de reconhecimento
radar e eletrônico são
realizados hoje na FAB pelos R-99B.
O OV-10 Bronco foi a
primeira aeronave projetada para controle aéreo avançado
e
com função de ataque leve secundária. Foi
escolhida para o programa LARA para
reconhecimento, apoio aéreo avançado, escolta de
helicópteros e observação, com
desempenho entre helicóptero armado e jatos. Tinha capacidade
STOL podendo
levar 1.500kg de carga no compartimento traseiro para apoiar
missões de forças especiais e
evacuação médica. Tinha cabides nas asas e
fuselagem e foi usado como canhoneiro armado com canhão
conteiravel de
20mm. Dava apoio aéreo pesado para apoiar os UH-1C navais no
Vietnã. Foi usado
na Guerra do Golfo quando recebeu mísseis Sidewinder para
autodefesa. Uma
aeronave foi derrubada. A modernização na década
de oitenta incluiu a
instalação de alerta radar, contramedidas IR, chaff,
flare e pintura supressiva
de calor. Um sistema de alerta de mísseis AN/AAR-47 foi
instalado após o
conflito no Golfo em 1991. O OV-10D atingia uma velocidade de 460km e
tinha um alcance
de 2.224
km.
OV-1C Mohawk com sensor IR na
asa.
OV-10 nas cores do
USMC e torreta FLIR no nariz. Os EUA estudaram retirar o Bronco da
reserva para serem usados no Iraque e até reiniciar a
fabricação.
Uma aeronave
composta pode ter as capacidades do
OV-1 e OV-10, aproveitando da capacidade de reconhecimento visual de
uma
tripulação maior. Com a tecnologia atual, um sensor FLIR
pode ser adicionado
para reconhecimento de imagem e passar as imagens para uma
estação em terra com
um datalink. As bandas de comunicação ficam saturadas em
tempo de guerra e a
tripulação pode escolher quais partes do vídeo
devem ser enviadas para
economizar banda, o que não é possível com uma
aeronave não tripulada (UAV).
Casulos com sensores foto, IR e radar podem ser adicionados. Com o
armamento
pesado é possível fazer reconhecimento armado.
O resultado final
seria a transformação de
esquadrões especializados em multifuncionais podendo realizar ao
mesmo tempo
defesa aérea (baixa intensidade), ataque, reconhecimento,
observação, patrulha
marítima, transporte aéreo e CSAR. Em 1993, o 2º
ETA em Manaus teve o nome mudado para Esquadrão de Emprego
Tático e
Adestramento, que voltou ao original em 1995. Era esperado dotar cada
Comando
Aéreo Regional de aeronaves para emprego tático. Um dos motivos para
que a idéia não "vingasse" foi a criação
dos "Terceiros"
que cumpririam/cumprem boa parte do papel que seria reservado ao ETA
modificado. Esta
designação
poderia ser novamente adotada.
Até 20
unidades da FAB podem ser equipadas com aeronaves compostas, em
esquadrões mistos com outras aeronaves ou só de aeronaves
compostas (Terceiro
Grupo, Oitavo Grupo, Sétimo Grupo, ETA e 2º/10º
GAV). Estas
unidades estão
concentradas em 14 bases, e algumas bem próximas. As bases em
Belém, Recife,
Manaus, Campo Grande e as bases próximas ao Rio de Janeiro
teriam redundância
de meios e missões.
Com estas
mudanças, as novas
capacidades da FAB, sem considerar
mudança da base dos esquadrões, seriam:
- Unidades com
capacidade de ataque leve e defesa aérea de baixa intensidade
aumentaria de 3 (Terceiro Grupo) para até 19 unidades (em 13 bases) sem considerar
unidades de
caça de alto desempenho. O número de esquadrões
com aeronaves usadas como
plataforma de armas passaria de 19 (incluindo os esquadrões de
caça) para até 26.
- As unidades com
capacidade SAR passariam de 6-7 para 20 (em 14 bases), sem
considerar os helicópteros da Marinha e Exército. Além do
número de bases com capacidade SAR, a área coberta por
cada base aumenta com o
aumento do alcance das aeronaves assim como o tempo de resposta e
capacidade de dispersão.
- Unidades de
helicóptero de transporte da FAB passariam de 7 para 20 (em 14
bases).
- Adicionado a
capacidade anti-submarino as unidades de patrulha marítima que
também
poderão operar embarcadas.
O grande
números de esquadrões possíveis de receber uma
aeronave composta pode
resultar em esquadrões com pequena frota. Pensando em uma
média de 5 aeronaves
por esquadrões, poderão ser necessário pelo menos
70-100 aeronaves compostas para
equipar 14-19 esquadrões da FAB. Alguns esquadrões
poderão ter frota maior e
outros frota mista com aeronave como o Caravan e Brasília
já em operação. Os
ETA de Guarulhos (próxima
de Taubaté) e Canoas (próximo a Santa Maria) são
candidatos a não receberem uma
aeronave composta.
Não há
necessidade de diminuição de bases ou
esquadrões, mas uma melhor distribuição. Porto
Velho e Boa Vista teriam
capacidade de assalto aéreo para apoiar os batalhões de
selva. Manaus tem hoje esquadrões
de helicópteros da FAB, EB e MB que podem ser passados para
outras bases. Brasília
precisa de helicópteros para transporte VIP e apoiar a nova
Brigada de Forças
Especiais em Goiânia realizando missões de infiltração,
exfiltração, ressuprimento, reconhecimento, apoio
aéreo aproximado, comando e controle e retransmissão de
comunicações.
Uma
frota de dez aeronaves C-130 Hercules da FAB recebendo
pára-quedistas para uma
missão. Após
lançados, eles precisarão de reforços e apoio de
helicópteros para EVAM. Uma
aeronave composta poderia deslocar a mesma força, que não
precisaria ser pára-quedista,
dar apoio de fogo no local, realizar EVAM, transportar
ressuprimento e reforços e para extração e
redeslocamento. Os Hercules precisam operar de pistas mais
resistentes enquanto uma aeronave composta opera de pistas improvisadas
mais próximos do campo de batalha. Os Hercules só fazem
EVAM e extração com pista de pouso no local de
operação. Os para-quedistas só
são lançados em terreno apropriado e sofrem até
10% de baixas por ferimento durante o lançamento enquanto uma
aeronave composta tem pouca restrição para pouso vertical
ou uso
de rappel. As tropas usadas no assalto também não
precisariam ser paraquedistas.
Um Bandeirante da
FAB
lançando cargas por pára-quedas durante um
exercício. Com uma aeronave composta
as cargas poderiam ser entregues também com pouso vertical.
Próxima Parte:
Aeronaves Compostas no Brasil - continuação
Atualizado em 28 de
julho de 2006
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