Opções de Helicópteros

A aeronave composta tomada como referência foi baseada no UH-60, mas a tecnologia pode ser usada para modernizar qualquer helicóptero, novo ou usado, como o NH-90, Merlim, Mi-17, S-92 e Super Puma, e até aeronaves maiores como o CH-53 e CH-47. O Super Puma já é usado pelas três forças e o UH-60 foi comprado pelo EB e FAB. Uma versão menos capaz pode ser estudada como os Pantera do EB.

Uma aeronave poderia ser multinacional considerando o fornecedor do helicóptero junto com a Piaseki. Empresas brasileiras poderiam ajudar como a construção das asas e nas áreas comerciais e manutenção. Os russos já tinham até pensado em desenvolver uma cópia do V-22 Osprey no fim da década de 1980.


O Mi-8 russo é uma das opções mais baratas para converter para aeronave composta. O custo pode varia de US$4 a US$ 8 milhões dependendo dos opcionais. Os modelos atuais e futuros do Mi-8/Mi-17 russos serão muito mais capazes que os modelos de 40 anos atrás. A cabine pode receber até 36 tropas. A propulsão oferecida atualmente é a Klimov TV3-117VM de 1900shp que será substituído pela VK-2500 com potência de 2400shp. A VK-2500 tem controle e monitoramento digital, gasta menos e tem vida útil de 6000h. Custa US$ 600 mil cada. A transmissão VR14 será trocada pela VR141 para poder usar a potência extra. Receberá novas pás no rotor projetadas para o Mi-38 Euromil com vida útil de 6000h e a cauda em X do Mi-28. O Mi-17 poderá atingir uma velocidade de cruzeiro de 230-250km/h com peso máximo e normal respectivamente. O alcance será de 400km com 5 toneladas externa; ou 590km-685km com armamento e limpo, respectivamente. O Mi-8 original tinha uma porta lateral e outra em concha na traseira que deveria ser aberta manualmente. Levava cerca de 4 minutos para 18 tropas entrarem, contra 90 segundos do CH-47. Desde 1993 que a porta lateral aumentou de tamanho, de 830mm de largura para 1250mm, e outra foi instalada do lado direito. A porta traseira foi trocada em 1996 por uma rampa hidráulica. Agora leva 15 segundos para 36 tropas saírem. O nariz foi redesenhado com forma de golfinho. Pode receber 180-200kg de blindagem de aço de 5mm no cockpit, atrás dos pilotos e em frente ao console. Com eletrônicos da Elbit (proposta Andor), o Mi-17 teria capacidade todo tempo para realizar missões como apoio aéreo aproximado, reconhecimento armado, defesa aérea, anti-carro, escolta, CSAR, EVAM e transporte tático. Comparado com a versão original de 40 anos atrás, o Mi-8MTV-7 (Mi-17V-7) tem peso de decolagem 3 t maior (15 t), carga 2 toneladas maior ( 6t), potencia 1800shp maior ( 2x 2.400) e alcance 400km maior (900km).


O AH-60 BattleHawk foi oferecido para a Austrália competindo em um programa de helicóptero de ataque e reconhecimento para substituir os Kiowa e UH-1D artilhado. Competiu com o AH-64 Longbow, AH-1W SuperCobra, A-129 Mangusta e Tiger (vencedor). O ExternalStores Support System (ESSS) é usado para receber armas e tanques de combustível. Custaria US$17 milhões cada.


As forças especiais do US Army usam o AH-60 DAP para apoiar operações aéreas especiais. A aeronave é pesadamente armada podendo receber mísseis Hellfire, foguetes, canhão de 30mm e metralhadora Minigun. A aeronave tem sistemas sofisticados de navegação, comunicação e pode ser reabastecida em vôo.


UH-60 nas cores do EB. O UH-60L é capaz de levar 4.100kg externamente por 110km em tempo quente. A FAB está interessada em adquirir um lote de 10 UH-60 por US$250 milhões.


O Blackhawk tem uma forma achatada de lagarto para poder entrar no C-130 sem muita modificação. Outros paises não precisavam deste requerimento e surgiu a proposta do S-92 (foto) com cabina de carga maior, no fim da década de 80, e chamado Fathawk (agora SuperHawk). A EMBRAER é responsável pela fabricação dos tanques laterais.


Em 1995 a Itália comprou 16 EH101 por US$ 225 milhões (8 na versão anti-submarina, 4 de transporte e 4 de alerta aéreo antecipado). Cada uma custou em média US$14 milhões. A Royal Navy comprou 44 por US$2,25 bilhões ou US$ 51 milhões incluindo peças de reposição, manutenção e treinamento. O Canadá comprou 15 por US$514 milhões para SAR ou US$34 milhões cada com complemento. Um Merlin composto com equipamentos sofisticados como FLIR, radar radar multifuncionais, sistemas de defesa RWR, LWR, MAWS, chaff/flare pode realizar todas as missões citadas para uma aeronave composta, em terra ou no mar, qualquer tempo e em cenários de alta intensidade.


O NH-90 é uma aeronave moderna mas de custo proibitivo como vários modelos ocidentais.


O uso de rotor coaxial já foi pensado para aeronave composta no programa LHX (vencido pelo RAH-66 Comanche). Os russos têm experiência e tecnologia na área como o Ka-50 (foto) e séria Ka-32. O rotor coaxial torna a aeronave mais manobrável. Sem a necessidade de desviar potência para compensar o torque lateral, sobra 15-20% a mais de potência para compensar o peso extra das asas e cauda. O rotor coaxial é considerado mais seguro pois não tem problema com danos na cauda (21% dos acidentes é devido a falha rotor traseiro). Pode-se até pesar em retirar as asas em campo para missões de curta distância e grande necessidade de vôo pairado como guerra anti-submarina.


Um Cougar equipado com casulos de foguetes, canhão de 20mm e sonda de reabastecimento em vôo. Só falta asas e uma cauda com tecnologia VTDP para se tornar uma aeronave composta artilhada.

Um projeto novo pode ser considerado, mas de custo proibitivo. Os requisitos devem incluir forma aerodinâmica para vôo mais rápido, forma furtivas para diminuir o RCS, grande porta de carga traseira, porta lateral para guincho, trem pouso retrátil, asas e caudas dobráveis e asa alta. Poderia ter rotor coaxial ou convencional.

A frota de aeronaves para substituir e complementar é bem grande. São cerca de 80 C-95 Bandeirante, 19 P-95 Bandeirulha e 43 UH-1H (mais de 140 aeronaves). Depois irá complementar e substituir os Super Puma e SH-3 da FAB e MB. O Caravan (ou outra aeronave) e a aeronave composta substituiriam pelo menos seis tipos de aeronaves sem considerar parte da frota de 28 helicópteros Esquilos. Alguns esquadrões também usam outros tipos de aeronaves como o T-25 e L-42 que também poderiam ser aposentados.

Tabela comparativa com possíveis candidatos a aeronave composta e as aeronaves que iria substituir, além de outras aeronaves citadas no texto:

             Velocidade   Velocidade      Alcance  Tropas   Carga   Custo
             Máx (km/h)   Cruzeiro
(km/h)  (km)              (kg)    (US$ milhões)

C-95         450          340             1.900      18      1.800      -
P-95         385           -              3.250       -        560      -
AT-27        457           -              2.100       -        -       2,0
A-29         560          530            >1.500       -        -       5,0
UH-1H        209          120               575     8-14     1.100      -
Cougar       280           -                635      25      4.500     12
UH-60        -            300               550    11-15     4.100    12-17
NH-90        -            260               900      20      4.000     35
Merlin       310          280               750      30      5.000      -
Mi-17        250          225               900      36      4.500     4-8
Mi-24        335          280               450       8         -       -
AH-1W        315          280               587       -         -       -
AH-64        378          260               450       -         -       -
SH-3         270          200             1.480      28      3.700      -
Tracker      400          200             2.100       -         -       -
OV-10        -            460             2.200       5      1.500      -
OV-1         496          478             1.800       -         -       -


Para melhor entender a tabela acima e comparar é só considerar que uma aeronave composta, baseada nos helicópteros, irá dobrar o raio de ação no modo VTOL (decolagem vertical) e triplicar no modo STOL (decolagem curta). A velocidade dos helicópteros aumenta para 350-400km/h.


Propostas de aeronave composta baseada em aeronaves existentes. As opções de rotor em fila e coaxial também foi considerada. O desenho está fora de escala.

Programa CT-X

Em junho de 2006 a FAB iniciou o programa CT-X (Aeronave Regional e de Transporte Tático Militar) para aquisição de uma aeronave leve de transporte para substituir o Bandeirante. Os custos iniciais giram em torno de US$ 500 milhões para compra de 50 aeronaves. Os requisitos são para uma aeronave de asa alta, com trem de pouso fixo e rampa traseira. Os concorrentes são o Casa 212-400, o polonês PZL Skytruck e o tcheco LET. Existe a possibilidade da aeronave ser montada no PAMA. A FAB anunciou que pretende instalar o motor PT-6 para padronizar com o resto da frota.

A aquisição inicial da FAB é de apenas 50 aeronaves e não devem substituir todos os Bandeirantes ainda ou apenas os mais antigos. As aeronaves adicionais podem ser compostas. Os custos das aeronaves na concorrência mostram que isso é viável dependendo da aeronave escolhida para ser a aeronave composta. O preço básico do Casa 212 é de US$ 8 milhões. A Skytruck propos um preço de US$ 4,8 milhões para sua aeronave para um lote de 76 aeronaves. Estes preços estão dentro da faixa de preço do Mi-17 que varia de US$ 3 a 8 milhões dependendo dos itens escolhidos. O contrato indiano para compra de 80 Mi-17 é de cerca de US$ 5 milhões cada. As adaptações adicionais custariam alguns milhões a mais e ainda assim seria mais barato que o concorrente mais caro, o Casa 212, tido como sendo o preferido da FAB.

A tabela abaixo compara o Mi-17 composto com os concorrentes do programa CT-X e com o Casa C-295.

             Velocidade   Velocidade      Alcance  Tropas   Carga   Custo
             Máx (km/h)   Cruzeiro
(km/h)  (km)              (kg)    (US$ milhões)

Mi-17        350           -              1.800      36     4.500     3-8
L-410        388          365             1.320      17     1.500      -
PZL M28      350          325             1.365      18     2.300     4,8
Casa 212     370                          1.433      25     2.800       8
C-295        474           -              4.969
     48     9.250      25

Alcance do C-295 com 4.000kg de carga
Alcance do L-410 com 920kg de carga
Alcance do M28 com 1.000kg de carga


Mi-17V5 FAV
A Força Aérea Venezuelana está recebendo helicópteros Mi-17V5. As aeronaves têm quatro cabides para armas e podem ser armados com casulos de foguete, canhão ou tanque extra. Um único Mi-17V5 tem mais poder ofensivo que seis helicópteros Esquilos mas com pelo menos a metade do preço de aquisição dos seis juntos. Os Mi-17 venezuelanos não estão equipados com filtros ar e supressor de calor do motor que gastam 5-6% da potencia dos motores.

Mi-17V5
O Mi-17V5 tem uma grande rampa traseira capaz de levar veículos leves. É um dos requisitos do programa CT-X. Aeronaves com o C-95 Bandeirante e seu substituto ainda serão necessárias para cumprir missões de apoio aos esquadrões da FAB como levar suprimentos e peças entre os PAMAS para as bases.

Mi-17V5
Vista interna das portas laterais do Mi-17V5 que tem uma porta esquerda mais larga e recebeu uma porta no lado direito. As janelas laterais também podem ser abertas para que as tropas levadas atirem com suas armas.

Skytruck
O M-28 Skytruck é um dos concorrentes do programa CT-X.

Conclusão

O Brasil possui uma condição geográfica que o diferencia da maioria dos países que é a grande extensão territorial. Isto obriga a procurar soluções próprias para problemas que não são encontrados na maioria dos países como a necessidade de aeronaves com o maior alcance possível. Isto de certa forma, obriga o país a ter uma configuração das forças armadas, junto com a falta de recursos, fora dos padrões de outros países.

Uma aeronave composta preenche os requisitos de velocidade, alcance, carga e versatilidade para substituir várias aeronaves atuais das nossas forças armadas, padronizando equipamento e aumentando a capacidade operacional, com a adição de mais uma plataforma de armas.

Atualizado em 28 de julho de 2006


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