Combates Aéreos no Vientã do Norte

Entre os avanços introduzidos na Guerra da Coréia e Vietnã inclui caças com velocidade Mach 2, radares de longo alcance e mísseis guiados por infravermelho e por radar. O reabastecimento em vôo aumentou o alcance das aeronaves e a capacidade nuclear dava a uma aeronave um poder de destruição maior que toda uma força de bombardeiros da Segunda Guerra Mundial. A conclusão que se  chegou na época é que não precisariam mais de combate aéreo convencional com o canhão.

O aparecimento dos mísseis levou ao treinamento de interceptação em detrimento das manobras de combate aéreo tipo um contra um (ACM/Dissimilar) que foi decretado como obsoleto. A manobra normal dos treinamentos de interceptação era uma curva de 30 graus de inclinação como o da aviação comercial. A ênfase da USAF na década de 60 era o ataque nuclear e menos de 10% do treinamento eram em combate ar-ar. O aparecimento dos mísseis diminuiu ainda mais esta necessidade. A experiência de treinamento de combate com jatos mostrou que eram grandes as chances de acidente nos treinos. Durante a Guerra da Coréia a USAF perdia mais F-86 nos treinos em Nellis do que contra os MiG-15.

Os pilotos no Vietnã passaram a realizar treinamentos de combate aéreo aproximado de forma ilegal economizando combustível e treinavam uns contra os outros após a missão. Foram poucos comandantes que perceberam o quanto estavam mal treinados e permitiam este tipo de treinamento. Os chefes estavam mais preocupados com a segurança.

O substituto do F-86 Sabre foi mal planejado. Os americanos achavam que haveria poucos encontros no ar do tipo da Segunda Guerra Mundial e Guerra da Coréia. O Projeto Forecast de 1963, de hipóteses de conflito, previa que os caças iriam voar alto e rápido, destruindo o inimigo a longa distância com mísseis de longo alcance. A manobrabilidade e as armas de curto alcance não foram incluídas no estudo. Os resultados foram os novos projetos de interceptadores e a USAF passou a gastar pouco com treinamento de combate aéreo. O F-4 e o F-102 nem foram armados com um canhão.

Na década de 50, a US Navy operava o F-8 Crusader para combate aéreo e o F-3H-1 para interceptação com mísseis. O F-4 substituiria os dois sendo projetado para interceptar bombardeiros soviéticos, como caça de defesa de frota, e foi projetado ao redor do míssil Sparrow. O F-4 era um sistema de armas e além de interceptador de longo alcance seria usado como bombardeiro e para reconhecimento.


Duas Fases da Guerra

A Guerra do Vietnã não teve uma guerra aérea como a Segunda Guerra Mundial ou Coréia. Os combates foram mais intensos entre 1966 a 1968 e em seis meses em 1972 com intensidade semelhante as guerras de 1973 e 1982 para Israel. A maioria dos encontros era esporádico.

A operação Rolling Thunder era um esforço para atacar o Vietnã do Norte para diminuir sua vontade de lutar, destruir a base industrial e defesas aéreas e parar o fluxo de suprimentos do Norte na trilha Ho-Chi-Minh. A Rolling Thunder durou entre 1965 a 1968 e viu muitos combates aéreos com a Força Aérea do Vietnã do Norte tentando atrapalhar os ataques americanos. A reação do Vietnã do Norte foi dispersar os suprimentos e reparar os estragos após cada ataque tentando vencer pela paciência. 

Devido a falta de munição os pilotos americanos voavam com carga limitada de bombas e mais para mostrar números nos noticiários. Por ser um país pobre, a maioria dos alvos eram pedaços de terreno ou canoas, chamados depois de infra-estrutura e embarcações, para mostrar números. Nesta época a USAF perdeu 1.400 pilotos para a aviação civil por descontentamento com as operações no Vietnã. 

A operação Linebacker I durou entre maio a outubro de 1972 com o objetivo de tentar parar a invasão do Vietnã do Sul e interditar a linha de suprimentos. Os alvos foram mais liberalmente escolhidos como a minagem dos portos, vias férreas e pontes. Nesta fase foram iniciados o uso de armas guiadas por laser e eletro-óticos. As operações Sky Spot usava um radar para permitir bombardeio a 10 mil metros de altura com mau tempo. Nesta operação foram perdidas 138 aeronaves sendo 31 por caças, 44 por mísseis SAM e 63 por artilharia antiaérea.

A operação Linebakker II ocorreu em dezembro de 1972 com o objetivo de convencer o Vietnã do Norte da intenção dos EUA de defender o Vietnã do Sul e forçar as negociações de paz. Nesta operação foi usado mais bombardeiros pesados com ênfase em ataques de B-52 que atacaram Hanói e Haifong por 11 noites. Nesta operação o Vietnã disparou a maioria dos seus mísseis SAM, danificando dez B-52 e derrubou 15. Os vietnamitas dispararam 950 mísseis no inicio dos combates e apenas 68 no dia 26. As perdas levaram os bombardeiros a mudar táticas de ondas continuas para ataque concentrado com mais escoltas. Saturavam as defesas junto com uma camadas de chaff.

No Vietnã do Sul eram realizadas missões de apoio aéreo aproximado. No Laos era feito só interdição. No Camboja era realizado apoio aéreo aproximado e interdição. Já no Vietnã do Norte era bombardeio estratégico. Só no Vietnã do Norte havia ameaça de caças. Durante o conflito do Vietnã foram lançados 864 mil toneladas de bombas contra 653 mil toneladas na Coréia e 503 mil toneladas no teatro do Pacífico na Segunda Guerra Mundial.

Os Grupos Tarefas nucleados em Porta-Aviões da US Navy ficavam na estação "Yankee", na costa do Vietnã do Norte, por cerca de 30 dias. Calculavam que viam um MiG a cada 200 missões. A USAF operava nos países vizinhos e as distâncias das bases até Hanói eram de 570km (Udorn) a 1.100km (U Thapao). Os caças obviamente operavam das bases mais próximas e os bombardeiros e aeronaves de reabastecimento em vôo nas mais distantes.

O Vietnã do Norte foi dividido em seis regiões alvos chamados "route packages" devido a dificuldade de pronunciar nomes locais. Cada "route" foi designado para um serviço como a USAF, US Navy e USMC. 

A US Navy atacava alvos próximos a costa e tinha que penetrar até 30km de defesas. Já a USAF penetrava 100 milhas de espaço aéreo defendido. Algumas rotas tinham mais defesas antiaéreas e com pilotos qualificados por rota. Os pilotos evitavam voar reto por muito tempo, subindo, descendo e virando constantemente, pois os canhões antiaéreos de 85mm e 100mm eram guiados por radar.

Route Package
Padrão das rotas de ataque contra o Vietnã do Norte.

Route Package
Divisão das "route package" e da concentração de defesas vietnamitas.

 

Táticas Vietnamitas

Após o ataque vietnamita aos contratorpedeiros Maddox e Turney Joy os americanos atacaram a base dos torpedeiros no Vietnã. A reação comunista foi o envido pela China de 30 MiG-15/17 para a base aérea de Phuc Yen. Logo depois os EUA iniciou a operação Rolling Thunder.

No inicio o Vietnã do Norte podia contar a cada momento com cerca de 20 a 30 caças disponíveis no máximo. Em agosto 1964 os primeiros MiGs chegaram e depois foram baseados em nove bases aéreas. Eram MiG-17 em duas bases, sem apoio de radares em terra ou mísseis SAM. Logo chegaram os radares e mísseis SAM, mais 24 MiG-17 e depois os MiG-21. No fim de 1965 chegaram 12 MiG-21F-13 com canhão e dois mísseis Atoll. Em julho de 1966 eram 65 aeronaves sendo 10 a 15 MiG-21. As perdas eram rapidamente substituídas. Cerca de 30 MiG-21PF sem canhão e dois Atoll chegando em abril de 1966. Os primeiros encontros eram esporádicos pois os pilotos vietnamitas ainda estavam iniciando o treinamento.

No meio de 1967 eram mais de 100 MiGs sendo 40 a 50 MiG-21. No final do conflito a frota de MiGs do Vietnã cresceu muito. No fim de 1971 foi estimado que o Vietnã do Norte tinha 250 MiGs sendo 90 MiG-21. Na Linebaker I em 1972 eram cerca de 200 MiGs sendo 93 MiG-21 e 33 MiG-19. Na época a USAF não tinham um caça de superioridade aérea e nem treino e táticas de combate aéreo, mas os MiGs eram otimizados para interceptação e superioridade aérea com tecnologia atrasada em relação ao F-4.

Já nos EUA o número de F-4 para operações de caça era constante mesmo com duas Alas de F-105 sendo substituídos por aeronaves F-4 e A-7 no fim do conflito. A relação de MiGs derrubados continuou a mesma. No inicio da Rolling Thunder a USAF tinha uma frota de 600 F-105 e 600 F-4. A USAF continuava recebendo 200 F-4 por ano e a linha de montagem do F-105 estava fechada. No inicio os F-4 eram usados mas nas missões de ataque no sul pois os F-105 derrubados perdia um só piloto no norte e era uma aeronave mais velha. No fim de 1968 metade da frota de F-105 tinha caído ou sido derrubado e foram substituídos pelos F-4.

As bases aéreas no Vietnã do Norte cresceram de nove para treze se expandido até abril de 1967 sem serem atacados. A maioria ficava em torno de Hanói. Os EUA consideravam que as perdas americanas seriam maiores que aeronaves que destruiriam atacando as bases aéreas, mas penetravam as mesmas defesas para atacar alvos próximos as bases aéreas. Os MiGs também tinham santuários na China onde não podiam ser atacados ou perseguidos. A reação era fazer BARCAP entre as bases no Vietnã e a China mas fugiam sem confrontar. Assim os caças das BARCAP conseguiam superioridade aérea local.

Com a ajuda comunista o Vietnã do Norte criou uma rede de sofisticada de radares para acompanhar os alvos e direcionar mísseis SAM e MiGs. A rede não cobria o sul e os MiGs não operavam por lá.

O Vietnã do Norte tinham uma boa rede de radares de alerta e controle de caças (GCI - Ground Control Interceptation). Em agosto de 1964 as defesas do Vietnã do Norte eram formadas por quase 1.500 canhões antiaéreos, 22 radares de alerta e quatro radares de controle de tiro. O reconhecimento aéreo em 1965 determinou que havia 2 mil peças de artilharia antiaérea sendo a maioria de 37mm e 57mm, e poucos de 85mm e 100mm. Havia mais armas de menores calibres ameaçando os caças em altitude mais baixas.Em março de 1965 eram 31 radares de alerta, dois de determinação de altitude e nove de controle de tiro. No final da Rolling Thunder já eram cerca de 200 radares com três centros de comando e depois um mais centro de comando no sul do país.

O sistema de defesa aérea Vietnã do Norte contava com artilharia antiaérea, SAM, MiGs e radares e iniciou ainda em 1965. No dia 5 de abril de 1965 uma aeronave de reconhecimento U-2 tirou fotos de bases de mísseis superfície-ar SA-2. No inicio seria fácil atacar as baterias de mísseis SAM sem muitas perdas mas foi proibido por ser considerado uma escalada do conflito. McNamara achava até que não usariam seus mísseis SA-2. As bases de mísseis SAM foram atacadas apenas no inicio de 1966, quando já estavam bem integrada e mesmo assim não podiam atacar todo os sistema.

No verão de 1966 a artilharia antiaérea no Vietnã do Norte era formidável com 7 mil peças de todos os calibre. Ficava mais concentrada em Hanói e Haifong. No inicio 1966 estava mais bem integrados com os SAM e MiGs. As perdas na região de Hanói era de 4% por saídas enquanto no Rurh Alemanha em 1943 era de 10%. As bases aéreas e pontes também estavam bem protegidas.

O aumento da rede de mísseis SAM pode ser observado pelas perdas. Em 1965 foram disparados 180 mísseis SA-2 com 11 perdas. Na Linebaker II em 1972, em 11 dias, foram perdidos 15 B-52 e 3 caças. Inicialmente as defesas ficavam concentradas em um raio de 50-70km ao redor de Hanói e depois se estenderam para as ferrovias no norte e nordeste. A quantidade de sites de mísseis SAM se manteve em 200 após 1967, mas eram bem móveis para aumentar a capacidade de sobrevivência.

As missões de reconhecimento não conseguiam determinar a posição dos sites ativos antes das missões de ataque. A reação foi enviar uma esquadrilha 5 minutos a frente para forçar ligarem os radares. As esquadrilhas de trás de ataque se desviavam. Algumas baterias foram instaladas no Laos e sul Vietnã do Norte, mas eram apenas um ou dois lançadores para tentar derrubar os B-52 sem sucesso. Em Hanói havia 20-30 batalhões cada um com 4-6 lançadores. Eram 180 lançadores em 1967 e 200 em 1972. Eram 100 mísseis prontos nos lançadores a qualquer hora. Sempre havia 200 mísseis prontos mais 300 em estoque. O estoque era considerado pequeno pois após 3-4 dias de ataques os disparos diminuíam.

Devido a boa cobertura radar do Vietnã do Norte, EUA combatia já em desvantagem. Os MiGs decolavam, voavam até ficar em posição e avançava com pouco ou nenhum alerta para os caças americanos. Como a área era pequena e eram poucos alvos, sabiam onde seria o ataque e os controladores conseguiram posicionar os MiGs ou fazer ataques para forçar alijar cargas.

Após 1965 os MiGs eram vetorados da decolagem até poucos os segundos finais nos engajamentos. Os Vietnamitas seguiam a doutrina soviética com controle GCI constante. O controle era bem detalhado com quando ligar o pós combustor, alijar tanques, e até armar mísseis e liberar o ataque. Se a situação não for favorável vetorava o para fora da área.  Até que esteavam certos só atacando quando em posição de vantagem. Depois os MiGs fugiam para a base após uma passada. Os pilotos tinham poucas oportunidades para ter iniciativa.

A cobertura radar era a maior vantagem dos MiGs. Devido a redundância da rede de radares era impossível enganar ou conseguir surpresa. Com muitos radares concentrados era impossível interferir eletronicamente em todos e nem tentaram. Interferiam apenas nos que estavam vetorando caças. A rede de radares detectava os pacotes facilmente, vetorava os caças, e coordenava o engajamentos de mísseis SAM e MiGs.


Cobertura radar no Vietnã do Norte. A legenda mostra a altitude de detecção a certa altitude. O gráfico mostra que os já era possível detectar os pacotes de ataque americanos enquanto se reabasteciam no Laos.

Mesmo que os EUA tivessem meios de anular a rede de radares ainda teriam problemas. Quando os EUA combateram com os chineses na Segunda Guerra Mundial criaram o Corpo de Observadores Terrestres que teve um similar no Vietnã do Norte. Funcionavam muito bem para dar alerta de incursão em certa posição. Era simplesmente impossível passar por pessoal em cima de montanha e não ser visto. O resultado é que nos ataques em mau tempo, voando bem baixo, já podiam ser atacados por artilharia antiaérea a 25km do alvo.

Durante a guerra da Coréia as formações de MiGs eram gigantes e atacavam sem controle GCI. No Vietnã eram quase sempre poucos MiGs atacando. No meio de 1966 a maioria dos ataques de MiG-21 eram de formações de 4-6 aeronaves. Ainda não tinham mísseis e por isso havia muitos combates aéreos. A duração era de menos de 30 segundos. A coordenação do GCI, SAM e artilharia antiaérea ainda era pobre na época.

A táticas dos MiG-17 e MiG-21 eram diferentes, mas sempre estavam controlados por radar. Após grandes perdas a força de Mig parava de atuar por alguns meses o que aconteceu quatro vezes na Rolling Thunder. Depois voltavam com novas táticas, mas sempre com controle GCI.

Os MiGs eram direcionados pelos controladores em terra para se posicionar sem serem detectados voando baixo. Os MiGs penetravam as formações sem serem detectados, evitavam o combate e forçavam as aeronaves de ataque para alijar as cargas. 

A interceptação tinha sempre cinco fases: subir para cruzeiro; vetor para o alvo até chegar na velocidade e altitude de ataque; fase de transição, mudando de velocidade e altitude para o ataque; fase de ataque, manobrando, adquirindo alvo, engajando e fugindo; fase de recuperação, fugindo e pousando.Os vietnamitas estudavam o padrão de ataque americanos e revisavam o padrão de interceptação.

No inicio os controladores em terra só coordenavam um par de MiG de cada vez. Depois dois pares e passaram a misturar pares de MiG-17 com MiG-21. No dia 23 de abril de 1966 os vietnamitas lançaram dois grupos de oito MiG-17 contra um pacote. Dois MiGs foram derrubados ao encontrar caças F-4C no lugar dos F-105. As táticas variavam de atacar e correr (hit and run) para múltiplas passadas. Algumas vezes atacaram aeronaves EB-66 de interferência eletrônica e EC-121 de alerta antecipado que voavam sobre o Laos. Com o aumento da intensidade das operações americanas em 1967, os MiGs chegavam a atacar em massa com quatro MiG-21 e quatro MiG-17. 

Sozinho os MiGs tinham poucas chances de sucesso, mas com uma rede de radares integradas e com apoio de mísseis SAM formaram um grande obstáculo para os americanos. Em ataques coordenados com os caças, os operadores de mísseis SAM apenas ligavam e apontavam seus radares para os caças americanos com a intenção de desviar a atenção dos pilotos para os sistemas de alerta radar e para varrerem alvos em terra, ficando menos tempo cobrindo a retaguarda dos caças amigos e o céu ao redor a procura de MiGs. Isto ajudava nos ataques dos MiGs. As baterias de mísseis SAM não podiam disparar pois corriam o risco de acertar os próprios MiGs. Por outro lado, a falta de sinais visuais de disparo de mísseis dava indicação da presença de MiGs na área, com ou sem iluminação dos radares.

Os MiGs também voavam sobre a rede de mísseis SAM e arrastavam o inimigo para armadilhas, mas com risco de também serem alvejados. As manobras evasivas contra os mísseis SAM faziam as esquadrilhas americanas se separarem e perdiam o apoio mútuo o que facilitava o trabalho dos MiGs. Os pilotos americanos também tinham que escolher entre manter a formação para proteção mútua dos seus casulos de guerra eletrônica, mas com risco de ser pego por trás por Mig, ou ficar de olho nos MiGs em uma formação aberta mas com menos proteção eletrônica contra os mísseis SAM.

Os controladores em terra tentavam monitorar o estado de combustível dos caças da USAF e davam ordens de atacar quando estivessem com pouco combustível. Os MiGs ficavam esperando. Os vietnamitas perceberam que a última esquadrilha que atacava tinha pouco combustível ou esperavam as escoltas voltar com pouco combustível sem poder engajar os MiGs. Após 5 minutos com o pós-combustor ligado os caças também tinham que desengajar. Os MiGs iam para a base e os americanos para o reabastecimento em vôo no Laos ou no Golfo de Tonquim. Era uma tática forçar manter o combate para fazer o inimigo cair por falta de combustível. Os caças americanos sempre reabasteciam antes de entrar no Vietnã do Norte e enchiam os tanques internos antes de alijar os tanques extras. Era uma tática de persistência de combate.

Além da rede de radares GCI, os vietnamitas também tinham uma rede de de interferidores de radar e comunicações. Algumas aeronaves americanas foram derrubadas por não receberem chamados de alerta por estarem com os rádios jameados.

Com os ataques da Rolling Thunder chegando perto de Hanói os MiGs começaram a esperar nas rotas de ingresso. Depois os pacotes tinham que engajar os mísseis SAM. Os MiGs logo aprenderam que perseguir um F-105 vazio voando bem baixo era perda de tempo a não ser que tentasse engajar também. Os MiGs podiam perceber que um Thud estava sem o pós-combustor ou outro problema e iam atrás.

As aeronaves táticas americanas não se preocupavam com a artilharia antiaérea, mas as táticas usadas eram as mesmas de ataque nuclear com as aeronaves fazendo penetração baixa seguida de uma manobra "pop up", disparavam e fugiam. O mau tempo até que justificava estas táticas e alguns pilotos até faziam passes múltiplos. Com a artilharia antiaérea conseguindo derrubar algumas aeronaves os americanos passaram a atacar a partir de 20 mil pés em mergulho ficando acima do alcance da artilharia antiaérea, mas perdendo o elemento surpresa.

Os ataques iniciavam a 12 mil pés e saiam do mergulho a 4.500 pés. Era a fase mais perigosa por voarem estáveis e reto. Era quando o inimigo mais atacava e era no local mais defendido. Em 1972 com bombas guiadas a laser entrando em operação o problema foi menor. Outra tática do F-105 era basicamente atacar e depois fugir supersônico a baixa altura por ser a aeronave mais rápida no TO. Os pacotes da USAF lançados da Tailândia eram a maioria. Reabasteciam no Laos antes de entrarem no Vietnã. O comandante de missão a frente do pacote na primeira esquadrilha era quem decidia se a missão seria cancelada.

Em julho de 1965 o Vietnã do Norte colocou em operação o míssil superfície-ar SA-2 próximo a Hanói e Haifong. Eram operados por soviéticos. Eram muito efetivos, mesmo com um CEP de 120 metros, e forçou os caças americanos a voarem mais baixo, o que os tornou susceptíveis aos MiG-17 e a artilharia antiaérea. Alguns piloto achavam que era esta a função dos mísseis SAM. Aeronaves A-6 Intruder atacando baixo a noite podiam ser detectados pelas traçantes que perseguiam o som da aeronave.

A cura (voar baixo) foi pior que a doença (os mísseis SA-2) por entrarem no alcance da artilharia antiaérea que estava muito mais numerosa. Os mísseis SA-2 podiam ser evitados com manobras evasivas se os pilotos fossem alertados a tempo e era menos perigoso que a antiaérea. Logo voltaram a voar a 3-4 mil pés e depois a 6-9 mil pés. O efeito dos SA-2 nos pacotes de ataque passou a ser considerável. As aeronaves voavam em esquadrilhas espaçadas 1-3 minutos com proteção mútua. Os ataques de SA-2 forçavam os F-105 a alijar suas cargas de bombas e perder a formação atrapalhando o ataque.

Os mísseis SAM acertavam pouco, ou 30 kill em 470 mísseis disparados em 1966. As perdas americanas eram 3.2 por 1.000 saídas em 1965 e caiu para bem menos em 1967. 

No dia 18 de abril de 1966 foi iniciado o uso do míssil Shrike podendo suprimir os mísseis. Os F-4C e F-105 de supressão de defesa passaram a chegar antes no alvo para proteção. Os casulos de contramedidas (de ruído ou engodo) entraram em operação em outubro de 1966 nos F-105 e com uso rotineiro puderam voar em grandes formações e a média altitude.

No dia 3 de abril de 1965 foi iniciado a operação dos MiG-17 contra caças atacando a ponte de Than Hoa. Em janeiro de 1966 iniciaram a operação dos caças MiG-21 junto com a rede de radar. Os MiG-21 entraram em ação no dia 25 e 26 de abril de 1966 contra um EB-66. Um MiG-21 foi derrubado no dia 26 e logo evitaram atacar forças mais numerosas. No meio de 1967 os MiGs iniciaram o uso dos mísseis Atoll. Em 1972 os MiG-21 estavam armados com quatro Atoll. O MiG-17 era usado mais a baixa altitude.

O padrão das táticas russas era usar os caças em interceptação rápida na defesa aérea e por isso eram aeronaves pequenas. Já os EUA considerava que voariam longas distância e penetrariam as defesas inimiga e por isso sacrificavam a manobrabilidade. Também fariam todas as missões de caça como superioridade aérea, interdição e apoio aéreo aproximado.

Os vietnamitas desenvolviam suas táticas observando os ataques americanos. Os MiG-17 e MiG-21 foram projetados para defesa de ponto e eram bons nesta tarefa enquanto os F-4 estavam cheios de combustível e as vezes com bombas. O Vietnã do Norte logo percebeu que os bombardeiros eram a ameaça principal e evitavam combate com as escoltas sempre que possível. 

Os pilotos dos MiGs perceberam que os caças americanos manobravam pouco quando carregados. Pensaram que podiam forçar a alijar as cargas e atrapalhar a missão. Cerca de 20% dos bombardeiros alijavam as bombas após incursões dos MiG-21. Os controladores em terra direcionavam os MiGs contras as aeronaves de ataque e outros MiGs para separar as escoltas. Tentavam forçar um combate aéreo defensivo onde o MiG era superior. De 3.938 saídas entre setembro e dezembro de 1966, apenas 107 saídas, ou 2,72%, alijaram as cargas por ação dos MiGs. Por outro lado, das 192 saídas realmente engajadas, ou 55,7%, alijaram as cargas. O resultado mostrou que a tática era eficiente e foi recomendado ataques as bases aéreas vietnamitas o que foi negado.

A tática dos MiG-17 era voar baixo e subir atrás dos bombardeiros para forçar alijar as cargas. As escoltas voavam mais alto, o que é considerado ainda o melhor lugar, mas facilitava o sucesso dos MiGs. As escoltas passaram a voar mais baixo, usando a velocidade e aceleração para interceptar os MiG-17 e evitar que atingissem a força de ataque. A tática dos MiG-17 de atirar e fugir era boa para os F-4 que era inferior em combate em curva. 

 Os MiG-17 defendiam mais as bases aéreas e patrulhavam a baixa altitude nas rotas de entrada e saída dos pacotes. Também protegiam o pouso e a decolagem dos MiG-21. A tática preferida era forçar combate contra os F-4 para baixa altitude quando estavam com pouco combustível. As táticas pareciam concentrar os ataques em aeronaves danificadas ou com pouca escolta. Os MiG-17 se concentravam nas áreas de atuação da US Navy e maioria dos kill da US Navy foi de MiG-17.

Em 1965, os MiGs deixaram de ser controlados só por radares em terra e voavam separados a cerca de 2km um do outro. Atacavam bombardeiros e não os caças. Uma tática dos MiGs era lançar um par voando alto a cerca de 8-10 mil metros quando um pacote americano era detectado pelo radar voando alto no Laos. Outro par era lançado quando o pacote estava próximo e que voava baixo a cerca de 800m sem ser detectado e tentando atacar alvos de oportunidade. A separação horizontal era de cerca de 10-15km. As vezes um terceiro elemento voava a média altitude. 

Enquanto o MiG-17 atuava a baixa altitude a até 1.500 metros, os MiG-21 operavam acima de 2.500 metros. Entre 1.500 metros e 2.500 metros os dois podiam engajar. Em 1972 ainda usavam a tática de navegar a baixa altitude com controle de GCI até ser ordenado a subir quando estaria atrás do inimigo.

Em 1966, passaram a usar táticas de guerrilhas com grupos pequenos de 2-4 MiGs e no máximo 10 com táticas tipo ataca e foge. Em 1967 os MiG-21 iniciaram os ataques supersônicos de surpresa a baixa altitude com um "kill ratio" favorável até 1968. Em dezembro de 1967 foi observado que os MiG-21 e MiG-17 estavam coordenando os ataques em várias passadas de várias direções. A partir de 1968 os MiGs fugiam menos para a China e tentavam uma segunda e até terceira passada mostrando que os pilotos estavam ficando mais habilidosos e agressivos.

Uma tática dos MiGs era direcionar uma dupla para atacar a posição 10-12 horas enquanto outra dupla era vetorada para atacar a posição 5 a 7 horas. O objetivo era fazer os F-4 virar para o inimigo na posição traseira e ficar de costas para os que atacavam de frente sem perceberem.

Os MiGs tinham a vantagem de operar em território próprio. Conheciam bem o território onde operavam e exploravam a proteção das cadeias de montanha como vantagem. Poucos pilotos mostram-se capazes em manobras de combate aéreo. 

Com o aparecimento dos casulos de ECM no fim de 1966, os MiGs passaram a ser mais agressivos para compensar a perda de eficiência dos mísseis SAM e tomar vantagem da formação POD rígida de emprego dos casulos. Também podia ser reação aos ataques a alvos mais próximos a Hanói ou melhoria do treinamento dos pilotos ficando mais experientes. Em três dias de atividade intensa os MiGs forçaram 19 de 74 atacantes a alijar cargas e até casulos de ECM. Com os mísseis Atoll aparecendo no fim do ano passaram a atirar e fugir supersônico.

Em fevereiro de 1967 as táticas estavam mais organizadas atacando aos pares para se posicionar atrás da força de ataque. Aceleravam até Mach 1.4 e depois fugiam e subiam. As vezes um par era usado para arrastar os F-4 de escolta para longe enquanto outro par de Mig atacava. Os MiG-17 eram deslocados para atacar por baixo. Se conseguissem desorganizar os pacotes os MiG-21 atacavam os elementos isolados. Os MiG-17 era bem mais lento e tinha dificuldade em desorganizar o pacote, mas as táticas eram consideradas sofisticadas coordenando com artilharia antiaérea e SAM.

Em abril de 1967 foi observado pela primeira vez uma tática defensiva dos MiG-17 chamada "vagão de trem" (wagon whell ), uma variação do círculo Lufberry, com os Mig voando em círculos próximo a base aérea. Eram quatro aeronaves voando no mesmo circulo, misturando pilotos bons e ruins, e cada uma cobria a traseira da aeronave da frente. Os F-4 ficavam em desvantagem contra os MiGs mais manobráveis e tinham que tentar os MiGs da formação. Os MiGs voavam baixo onde os mísseis ar-ar eram menos efetivos e um par podia voar alto dando alerta. Os F-4 tinham que atacar rápido e fugir pois a artilharia antiaérea cobria parte a tática.

A tática dos F-4 contra os wagon whell era entrar em espiral ascendente para ganhar separação e iniciar ataques do tipo "hit an run". Os F-4 mergulhavam nos MiGs e subiam novamente para iniciar uma nova passagem. Se entrassem em um combate em curva com os MiG-17 estariam em desvantagem.

Os americanos também faziam um bom uso da "wagon whell". No dia 9 de outubro de 1966 dois pares de A-1H em um RESCAP na estação Yankee apoiando um ataque Alpha de três NAes. Um F-4 foi derrubado a 35km de Hanói e os A-1 foram chamados. Voavam a 9 mil pés com uma dupla mais atrás. Entraram no cinturão de artilharia antiaérea com a dupla traseira fazendo supressão. Não foram engajados por mísseis SAM. Era um sinal de que havia MiGs e logo foram avisados da presença de quatro MiG-17 na região. Os MiGs logo detectaram os Skyraiders e mergulharam iniciando uma luta em curva. Os A-1 iniciaram um Wagon Whell se separando para se cruzarem de frente podendo atacar os MiGs que perseguiam a outra dupla. Um A-1 conseguiu um tiro rápido deste modo e atingiu um MiG que fugiu. Eram dois contra um da dupla da frente. Outro A-1 mergulhou em um Mig que viu a manobra e subiu, aproximou e iniciou o disparo canhão a 150m até 30m até acabar munição e o canhão emperrar. Depois disparou seus foguetes Zuni e errou por pouco. O MiG mergulhou na vertical até o solo. O piloto do Phantom não foi localizado.

Em agosto de 1967 os MiG-21 introduziram táticas muito difíceis de conter. Pareciam ser realizadas por pilotos de elite. Os MiG-21 voando baixo e fora do alcance do radar se posicionava até ficar atrás dos pacotes. Geralmente não eram detectados pelos F-4. Depois ligavam o pós-combustor e subiam acima do pacote. Com ajuda dos radares GCI mergulhavam nos pacotes, disparavam mísseis Atoll, subiam ou passavam pela formação, indo pousar no Vietnã ou China. A reação foi passar a escolta de F-4 para o quadrante traseiro, mas estas missões duravam geralmente apenas 12-14 minutos de vôo. A aeronave decola, acelera, fica na traseira, ataca e pousa. O tempo de reação era sempre curto.

A tática dos MiG-21 era um controle de caça excelente, atacando supersônico por trás, disparando e depois mergulhando para fugir a Mach 1.8 para a China, compensando o curto alcance e pouco treinamento. Os MiG-21 vinham voando bem alto. Eram direcionados para a traseira dos pacotes, mergulhavam e atiravam de baixo para cima e eram muito difíceis de serem detectados. Em alta velocidade o alcance do Atoll era 2-3 vezes maior. Se as escoltas não fossem alertadas a tempo, e se estivessem voando na mesma velocidade do pacote (869km/h no ingresso), tinham pouca chances de engajar os MiG-21. Os MiGs também só engajavam se as condições fossem ideais.

A cabine do MiG-21 tinha pouca visibilidade e era difícil ver o disparo de um Sidewinder. Era função do ala cobrir o MiG que atacava. O ala fica próximo e podia passar entre o líder e o Sidewinder tentando quebrar o lock.

O MiG-21 era um interceptador como os outros caças da época e não era bom em combate aéreo. Os primeiros modelos nem tinham canhão. O MiG-21 foi projetado como reação ao B-47, e depois o B-52, que voavam muito alto e tornou o MiG-17 e MiG-19 obsoletos ou quase obsoletos. No inicio os pilotos de MiG-21 usavam táticas dos MiG-17 que pilotavam antes e não usavam todas as capacidades do avião.

As primeiras vitórias dos MiG-21 eram contra drones Firebee voando a 18 mil metros de altura que eram atacados com mísseis Atoll. Foram três kill no começo da guerra e mais três em 1972. Já contra os caças os MiG-21 tiveram problemas de trancar com o radar e os mísseis falhavam muito. Os pilotos primeiro procuram trancar com o radar e depois buscam o alvo com a mira o que era difícil durante um combate aéreo. Foram 14 mísseis Atoll disparados sem sucesso seguidamente. 

Como acontecia com os Sidewinder, os mísseis Atoll (R-3S) tinham dificuldade em trancar em alvos manobrando. O curto alcance também foi um problema com as primeiras baixas do MiG-21 sendo por falta de combustível até um MiG ser derrubado. Os MiG-21 também usaram casulos com foguetes de 57 mm disparados em salva contra os caças americanos com algumas vitórias. A primeira vitória com foguetes foi contra um F-105, mas preferiam os mísseis Atoll que eram mais leves e tinham menos arrasto.

O R-3S, ou AA-2 Atoll, só era efetivo se disparado com surpresa, por trás, sem o alvo reagir. Os MiG-21 não podiam fazer busca com o radar, só no visual, para não alertar o alvo. Os Atoll eram disparados a cerca de 1.200-2.500 metros mas era melhor a cerca de 1.500 metros.

A Força Aérea do Vietnã do Norte era padronizada com a soviética e tinha as mesmas característica que os americanos encontraram na Coréia. Os pilotos vietnamitas treinavam inicialmente na URSS e depois na China. O padrão era considerado inferior ao americano, mas como em qualquer força alguns pilotos se sobressaiam.

Os pilotos vietnamitas eram jovens e inexperiente, sem o treinamento intensivo dos americanos. Eram treinados rapidamente e tinham pouco acesso a tecnologia. Como vinham do campo tinham até pouca experiência com equipamentos modernos. Poucos eram familiarizados com algo mais complicado que uma bicicleta. Um piloto aprendeu a pilotar um MiG sem nunca ter dirigido um carro antes. Também faltava lideres em uma força aérea recém criada.

Não é incomum tentar denegrir a capacidade pilotos inimigos durante uma guerra e no Vietnã não foi diferente. Menos de 10% dos pilotos de MiGs eram qualificados para voar a noite. Os pilotos treinados para voar a noite tinham a missão de derrubar os B-52. Um piloto cita ter atingido um B-52 com dois Atoll, mas a USAF cita que foi derrubado por um míssil SAM. 

Os pilotos americanos voltavam para casa após voar 100 missões em cerca de 8-9 meses enquanto os pilotos norte vietnamitas continuavam voando e sempre melhoravam e ganhando experiência. O resultado foi a diminuição do "kill ratio" entre 1965 e 1968. Outra norma ditava que todo piloto só pode voltar para o Vietnã após os outros também fazerem um tour. No inicio eram pilotos experientes. e depois foram embora e ficaram os inexperientes. A US Navy mantinha pilotos experientes e as perdas eram constantes.

Em cinco anos de combates aéreos, apenas dois pilotos da USAF e um da US Navy se tornaram ases. No Vietnã foram cerca de 12-16 ases, embora alguns contam as vitórias contra drones e não consideravam meio kill ou dividiam com a artilharia antiaérea. Os MiGs nem precisavam derrubar para conseguir vitória, bastava forçar alijar para ter vitória.

MiG-17
A camuflagem dos MiGs ajudavam a esconder. Os MiGs mergulhavam e escapavam fácil do alcance visual. Já o F-4 era grande e fumacento. A camuflagem dos MiGs os tornava difíceis de ver se fizessem um "pop-up" de baixo e por trás das formações. A foto acima foi tirada 
no dia 14 de dezembro de 1967 em um dogfight entre quatro MiG-17 e um F-8 Crusader. Foi o engajamento mais longo da guerra e um MiG-17 foi derrubado por um Sidewinder. Três F-8 fugiram antes do engajamento.

Táticas da USAF e US Navy

As táticas americanas eram baseadas nos pacotes de ataque da USAF e os ataque Alpha da US Navy. A escoltas era formada por caças, aeronaves de interferência eletrônica e supressão de defesas (Iron Hand e Wild Weasel).

A US Navy operava a 70-100 milhas da costa o que dava pouco alerta aos vietnamitas e sofriam pouco com as táticas "rit and run" dos MiG-21 que precisava de muito apoio dos controladores em terra e muito tempo de planejamento.

O tempo em comprometimento da US Navy começava a 25 milhas da costa e podia ser por toda extensão se voar baixo. A US Navy estava perto dos seus radares de controladores de caça instalados nos navios e podiam contar com a proteção de navios escoltas armadas com mísseis SAM. A frente dos porta-aviões havia sempre quatro navios escoltas de proteção que faziam também o trabalho de piquete radar. Os vietnamitas perderam sete MiGs para os SAMs navais Tartar e Terrier desta cobertura. A US Navy temia ataques de mísseis Styx e MiGs, mas os vietnamitas não atacaram para evitar ataques as suas bases aéreas. 

Os pacotes da USAF, ao contrário, podiam ser monitorados pelo radar quando ainda sobrevoavam o Laos e os MiGs tinham muito tempo para planejar os ataques. As rotas de entrada e saída do Vietnã eram sempre as mesmas. Havia três rotas principais de fuga para o Camboja e Laos. Em 1972 o Vietnã tinha uma das mais sofisticadas defesas em terra. Podiam até saber a composição dos pacotes logo após decolarem.

Alerta Aéreo

Uma resposta da USAF aos ataques dos MiGs foi o caça-bombardeiro F-4C enquanto o EC-121 Big Eye dava cobertura aos pacotes com alerta radar sobre o Vietnã.

Os EC-121 voavam em órbitas sobre o Golfo de Tonkin monitorando as atividades inimigas. Os alertas eram amarelo (MiGs decolaram) e vermelho (MiGs ameaçando a menos de 10 minutos de vôo) prevenindo ataques de surpresa dos MiGs vietnamitas contra os F-105 e F-4 americanos. Os alertas dos EC-121 eram atrasados, sem dados completos como direção, altitude e velocidade. Irritava mais que ajudava. Os operadores eram mal treinados e eram poucos.

Enquanto o EC-121 cobria a maior parte do Vietnã, os controladores navais Red Crown cobriam a costa. A função dos controladores aéreos era mostrar um quadro geral para piloto de onde ele está em relação a situação tática geral. Em uma ocasião o controlador aéreo naval, chamado genericamente de Red Crow, falhou e um F-4 do USMC foi derrubado por falta de alerta.

Os EC-121 logo passaram a fazer avaliação de danos de batalha das patrulhas de combate aéreo, controlar pacotes de ataque e apoiar operações de salvamento de resgate. Também controlavam as operações de reabastecimento em vôo e faziam retransmissão de comunicações. A maior parte das vitórias dos F-4 foi resultado direto das informações dos College Eye. Os EC-121 controlaram 210 mil aeronaves, com 3.297 alertas e auxiliou o resgate de 80 pilotos, mesmo tendo dificuldade em distinguir alvos do ruído de solo.

A cobertura radar eram apenas parcial devido as limitações dos radares da época que não conseguiam enxergar alvos voando baixo. O radar do EC-121 funcionava bem sobre o mar mas não sobre a terra. Olhando de cima para baixo os operadores de radar viam muito ruído de fundo a não ser sobre a água. Controlava caças a grande altitude mas não a média altitude onde ocorria a maioria dos combates.

O EC-121 precisava de outras fontes para ter toda visão geral para direcionar os caças contra os MiGs, mas ainda era o radar mais próximo do norte dando alerta de MiGs, violação de zonas proibidas e até alerta SAM. O apoio nas operações de CSAR era mais importante. Outros EC-121 controlavam as operações de REVO.

O controle GCI era limitado pois os EC-121 não viam alvos voando baixos e o Red Crown no golfo não via alvos em Hanói. Os EC-121 também apoiavam a US Navy. Os navio piquete radar Red Crow só detectava alvos acima de 10 mil pés em Hanói e mesmo assim 50 milhas dentro da costa. A capacidade IFF era melhor, e melhorou ainda mais com a capacidade de interrogar os MiGs. Em 1967 podiam avisar que havia MiGs em uma região de 50x50km o que não ajudava tanto.

O resultado é que os caças tinham que usar seu próprio radar para saber se o inimigo tinha iniciado o ataque. Para piorar era difícil saber quais contatos eram o inimigo com a tela de radar cheia. Se usassem o IFF saberiam as posições amigas, mas os radares GCI inimigos também teriam um ponto bem claro na tela. Desligando o IFF a posição no GCI inimiga era mais fraca, mas não sabiam a posição dos caças amigos. Os pilotos preferiam deixar o IFF ligado pois a ameaça era pouca, o espaço de operação era limitado, e funcionou.

Com a ameaça dos ataques a baixa altitude os americanos testaram o EC-121M Rivet Top em agosto de 1967. O EC-121M estava equipado com o sistema QRC-248 que acionava o sistema IFF SRO-1/2 dos MiGs para conseguir identificação e alerta.

O EC-121M Rivet Top não permitia que os caças americanos EUA desligassem o IFF e interrogava mais tipos de IFF inimigos. Antes apenas davam alerta de MiG e em 1967 já direcionava os Phantom até um Mig que decolava. Podia identificar radares, mas era limitado a três de cada vez e sempre estava sobrecarregado. Estava equipado com sistemas de SIGINT e COMINT e ajudava mais ainda a detectar a atividade dos MiGs. Os EC-121 de defesa aérea também passaram a ter COMINT em 1968 e até se comunicavam direto com os caças. Conseguiram evitar muitos ataque surpresa por trás, mas ainda não era 100%.

Os americanos estimam que 75% das perdas para os MiGs poderiam ser evitadas com um radar de alerta com capacidade de detectar aeronaves voando baixo e dar o alerta. Cerca de 58% dos caças derrubados no Vietnã não sabiam que estavam sendo atacados e outros 25% tiveram apenas aviso curto para iniciar as manobras evasiva. Em 1972 foi realizado uma conferência sobre táticas. O principal problema era como alertar da presença de MiGs. Em dezembro de 1971 já iniciaram esta resposta dando aos F-4 capacidade própria de interrogar os MiG sem precisar dos EC-121.


EC-121 operando no Vietnã.


Estações de radar da USAF e US Navy e seu alcance de detecção considerando a altitude do alvo.

O posto de comando "Motel" na "montanha dos macacos" (Monkey Montain) era o comando da 7a Força Aérea que controlava as missões da USAF no Vietnã do Norte. Em 1967 já era uma central automatizado recebendo todas as fontes de inteligência, radar etc. O Motel fundia as informações em uma tela única. Já o ABCCC no EC-121 College Eye executava as operações no Golfo de abril de 1965 a 1968 chamados de Big Eye. O "Disco" era o EC-121T de 1972 fazendo o mesmo papel anterior. O Teabal em 1972 fazia o mesmo papel do Motel passando dados para a 7a Força Aérea. Os dois ficavam baseados em Nakom Phanom (chamado de naked fany pelos pilotos ) na Tailândia.

Os navio de controle da US Navy recebiam informações de várias fontes sobre a atividade dos MiGs onde a US Navy operava e a USAF queria capacidade semelhante, incluindo vigiar as comunicações do Vietnã do Norte. Foi tentado na Monkey Montain na Rolling Thunder com capacidade de fusão dos dados. Em 1972 foi transferido para Nakhon Phanong com o código Teaball. O objetivo era dar alerta antecipado de MiGs para os pacotes de ataques. Iniciou a operação em agosto melhorando o desempenho contra MiGs. Nos três meses seguintes o escore foi de 20x4. Os pilotos confiavam pouco pois não sabiam as fontes do Teaball. Uma pesquisa posterior a guerra mostrou que funcionava pouco e a estação radar da US Navy no golfo era o melhor alerta para os caças navais. Os defensores do Teaball se defendem dizendo que a função era evitar e prevenir a derrubada dos F-4 enquanto o estudo mostrou só quando conseguia kill contra os MiGs. Por outro lado a maioria dos Phantoms derrubados e que conseguiram kill foram as escoltas e CAP e eles que precisavam de alerta. O resto das aeronaves do pacote manobravam em resposta ao MiGs enquanto a escolta iam atrás da encrenca. De sete aeronaves atuando como chaff bomber, aeronaves de ataque e Wild Wesel perdidos depois do Teaball iniciar suas operações, apenas três foram para os MiGs. Um problema eram as comunicações tendo que usar retransmissão de rádio e podia até ser interferida pelo EB-66.

Os americanos passaram a ouvir as transmissões de rádio vietnamitas para dar alerta aos caças. Como os pilotos americanos sabiam que estavam sendo escutados da mesma forma, passavam informação falsa como se estivessem indo ou vindo do reabastecimento em vôo, que tinham problemas com as armas, e outros. As vezes voavam muito próximo para criar um contato único no radar.

ECM

A primeira consideração nas táticas é a ameaça inimiga. Quais as capacidades inimigas? A fraqueza russa era o C2 centralizado e podiam explorar. Se voassem bem baixo podiam evitar a aquisição de radar e atrapalhar trabalho dos SAM e MiGs. O mau tempo também forçava a voar baixo. Tentaram voar baixo, mas a ameaça SAM a média altitude era pior que a artilharia antiaérea a baixa altitude. Até o treino a baixa altitude era perigoso. Voando a média altitude tiveram que procurar outros meios para atrapalhar o C2 comunista.

A guerra eletrônica foi importante para os americanos tentarem conseguir a superioridade aérea. O Vietnã do Norte ouvia as comunicações americanas enquanto seus radares de longo alcance detectavam os pacotes e coordenava os ataques dos MiGs. Estas ameaças precisavam ser neutralizadas. 

Contra as ações dos controladores em terra a USAF passou a usar contramedidas eletrônicas (noise e deception) para interferir nos rádios dos controladores em terra para atrapalhar os ataques dos MiGs. Enquanto aeronaves maiores agiam contra os radares de busca e rádios, os caças levavam casulos para interferir nos radares de acompanhamento e controle de tiro.

Os EB-66C Brown Cradle eram usados para interferência eletrônica pela USAF enquanto a US Navy usava osEA-6 Prowler e EA-1 Skyraider. Os EB-66 iniciaram as operações de interferência nos radares vietnamitas dentro do Vietnã e depois passaram a operar no Laos e Golfo de Tonkin. Os navios da US Navy jameavam os radares de controle de caças e as comunicações vietnamitas, além de darem alerta para os seus caças.

No inicio da Rolling Thunder um EB-66 acompanhava os pacotes da USAF em 1965. Depois eram 2-3 aeronaves EB-66 operando em órbitas 100km mais ao sul de Hanói e outros no Golfo de Tonquim para compensar devido a ameaça SAM e MiGs. No início os rádios dos EB-1966 eram interferidos pelas próprias emissões, mas um novo rádio permitiu voar até o norte de Hanói em 1967. No dia 20 de novembro de 1967 dois MiGs atacaram um EB-66 nesta órbita um por cima e outro por baixo. As escoltas alertaram e o EB-66 fez uma descida em espiral conseguindo escapar dos Atoll disparados. Em dezembro de 1967 passaram a usar quatro EB-66 para interferir e usar corredores de chaff na rota de ingresso. Após um EB-66 ser derrubado no Laos em 1968 por um MiG-21 não voaram mais no Vietnã do Norte. A capacidade de interferir GCI diminuiu assim como o aumento da capacidade de guiar caças pelos Vietnã do Norte e russos. 

As contramedidas eletrônicas ajudaram a interferir nos radares dos MiGs com os casulos ALQ-72 e AAQ-8 enquanto o ALQ-123 interferia no sensor infravermelho dos mísseis Atoll. As vezes a única contramedidas dos F-4 do USMC eram chaff no freio aerodinâmico e mesmo assim usavam pouco para não desacelerar a aeronave. Foram seguido dos lançadores de chaff e flare. Os flares eram importantes pois até os MiG-17 receberam mísseis Atoll no fim do conflito, além de foguetes. 

Na Segunda Guerra Mundial os interferidores eletrônicos instalados nos bombardeiros eram usados mais contra a artilharia antiaérea apontada por radar de 88mm. Também atuava contra radares de controle de caças. Foi estimado que diminuía as perdas de bombardeiros em 25% com estas medidas. A ameaça na Segunda Guerra Mundial e Coréia não era suficiente para instalar ECM em caças que faziam mais manobras evasivas e contavam com a sorte para se livrar da artilharia antiaérea. Os pilotos de caças preferiam ficar mais leves para ter um melhor desempenho a carregar sistemas de ECM pesados. Apenas em 1961 iniciaram estudos de sistemas de ECM em caças. O SAC usava nos seus bombardeiros mas os caças demoraram a pensar em usar. A velocidade e manobrabilidade não eram mais suficientes para derrotar os SAM.

Com os sistemas de ECM sendo instalados em casulos, os pilotos podiam escolher se levavam ou não. Os casulos de ECM iniciaram sua operação em 1966, mas funcionavam de forma irregular e os pilotos não confiavam no sistema. No fim de 1966 já mostraram ser bem eficientes. Usaram uma formação chamada POD para o ECM funcionar melhor, e outra para se defender de MiGs. Uma era ruim para a outra função. Se os caças ficavam muito longe não davam cobertura mútua para o ECM funcionar e se ficassem muito perto não se protegiam bem contra os MiGs. A formação tinha que ter no mínimo quatro caças para ter boa cobertura do ECM. Logo passaram a atacar com 16 aeronaves. Ao se separem podiam contar com a esquadrilha da frente ou de trás para se juntar. A eficiência foi percebida pois os mísseis passavam a voar balístico. Se o caça se separava da formação viam os mísseis guiar com mais frequência e as perdas aumentavam.

A formação POD era usada pelas esquadrilhas para defesa contra os mísseis SAM. Os mísseis SA-2 era rápido, mas não era ágil. A manobra de evasão consistia era mergulhar para pegar velocidade. Quando o míssil mergulhava o piloto subia e o míssil ultrapassava. Os pilotos atingidos por mísseis SAM geralmente não viram o míssil a tempo para iniciar as manobras evasivas no momento adequado.

Na formação POD, os pilotos ficavam alinhados lado a lado em altitudes diferente progressivamente menores em separação de 500 metros lateral e vertical escalonada. Os testes mostraram que vários casulos de ECM eram necessários para garantir a efetividade. Deveriam estar na posição adequada e a uma certa distância. Era uma formação difícil de voar e mais difícil ainda manobrar.

O resultado da formação POD era uma grande nuvem de interferência na tela do radar inimigo que não conseguia distinguir um ponto para fazer pontaria com os radares de controle de tiro. Muito próximos seria um ponto único e muito distantes apareceriam como quatro grandes sombras. No caso de duas aeronaves o resultado era formar um blip único mas menos eficaz em relação a quatro aeronaves. Era chamado de "SAM BOX".


Formação POD na configuração da 388th TFW.


Táticas de disparo de corredor chaff e nuvem de chaff sobre o alvo usados na operação Linebaker I e II.

No caso de disparo de míssil SAM o líder avaliava se confiavam nos ECM ou se iniciavas as manobras. A ordem tinha que ser na hora certa. A melhor evasiva era apontar para o míssil SAM e mergulhar. Depois fazia manobra de 4 g´s para cima mantendo a velocidade. Se a manobra fosse feita na hora certa o míssil não conseguia acompanhar. Para isso o caça precisava de altitude para ver o disparo do míssil e manobrar. O mau tempo era um fator importante nas missões para ter sucesso pois podia impedir ver o local dos disparos a tempo.

O sistema de alerta radar (RWR) era outro meio importante para sobreviver. O RWR informava que o míssil foi ativado e pode ser disparado. O estrôbo eletrônico indicava a direção do disparo e a intensidade informava se estava longe ou próximo. Outras luzes informava se estava preparando ou se iniciou o disparo. Sem um RWR os caças teriam que evitar certas áreas. Por outro lado se fossem muitos SAM ativos na área ficava difícil ler o RWR de tantos mísseis como em Hanói.

O chaff foi usado com eficiência em 1972, mas antes foi pouco usado devido a falta de um lançador adequado. Eram lançados do freio aerodinâmico mas não funcionava inicialmente e os pilotos preferiam evitar perder velocidade.

Em 1972 os F-4 foram usados como bombardeiros de chaff (chaff bombers) com grandes lançadores de chaff. O objetivo era criar uma nuvem grande de chaff por onde o pacote de ataque iria passar. Os F-4 usavam dispersadores para lançar cortinas de chaff na frente do pacote de ataque. O carpete de chaff deveria cobrir a tela de radar inimigo e resultaria em um corredor que cobriria a rota de ingresso e egresso dos B-52 para confundir os operadores de mísseis SAM e a artilharia antiaérea.

Testaram várias formações para ver a que funciona melhor. Até oito F-4 voavam em uma grande linha, relativamente lentos e a grande altitude (12 mil metros), onde os MiG-21 tinham melhor desempenho. As escoltas iam atrás ou na frente cruzando da esquerda para a direita para manter a velocidade alta e cobrir a traseira dos "bombardeiros". Voavam mais baixo a cerca de 7 mil metros para poderem ter maior capacidade de manobra contra os mísseis SAM. 

Na Linebaker I faziam um corredor de chaff mas se desmanchava rápido. Depois testaram a técnica "single cloud" na Linebaker II, mas continuava precisando usar os ECM. O chaff era lançado entre 25 a 35 mil pés para proteger pacotes de caças F-4 atacando com bombas guiadas a laser e os B-52. O tempo da missão e o vento no local eram fatores importantes.

A resposta do Vietnã foi fazer um Mig voar na mesma altitude dos B-52 para verificar a altitude e programar a espoleta da artilharia antiaérea de longo alcance a noite. Assim não precisavam se preocupar com a nuvem de chaff nem da interferência eletrônica. Era uma tática efetiva e pegaram alguns B-52 assim. 

Pacotes
Esquema da formações e pacotes americanos no inicio e fim do conflito do Vietnã. Na Linebaker I a USAF passou a empregar bombas guiadas a laser e a relação de aeronaves de proteção versus aeronaves de ataque passou de 5:1.

Táticas de Combate Aéreo

As táticas básicas de combate aéreo eram vôo em massa, integridade do ala, disciplina do rádio, apoio mútuo, ação rápida e cobertura visual.

A USAF iniciou o desenvolvimento de táticas de combate aéreo no programa "Feather Duster" de 1965 com os F-4 enfrentando caças F-86 simulando o MiG-17. Os F-86 tinham melhor razão de troca contra o F-100, F-4, F-104 e F-105 e se igualava com o F-5. O experimento mostrou que um combate lento e a baixa altitude favorecia o MiG-17. O F-4 era melhor a baixa altitude e rápido, mas esta arena atrapalhava o disparo dos mísseis. 

Durante o conflito os americanos iniciaram o uso de simuladores e permitiu conhecer a capacidades e características das aeronaves inimigas. Permite até determinar se o piloto inimigo esta usando toda a capacidade da aeronave ou não, e determinar se é novato ou veterano.

A tática dos MiGs mais difícil de conter era a aproximação baixa e "hit and run". Os MiGs quase sempre atacavam sozinhos em alta velocidade. Os F-4 conseguiam sucesso devido a agressividade das tripulações.

A tática dos F-4 contra os MiG-17 era acelerar e mergulhar para escapar e depois voltar (fazendo boom e zoom). O F-4 tinha a vantagem de poder atacar de frente com o Sparrow. Também podiam subir se estivessem rápido pois o MiG-17 não conseguia acompanhar. Bastava voar a mais de 700 km/h para os MiG-17 não conseguir se aproximar. O MiG-17 não tinha controles hidráulicos e os pilotos não conseguiam fazer a aeronave manobrar a mais de 700km/h e assim os pilotos de F-4 sabiam que podiam manobrar quando estivesse rápido ou que o Mig não conseguiria evadir mísseis.

Os EUA analisou um MiG-17 capturado e perceberam que não podiam fazer "g" negativo sem perder o controle. Os pilotos de F-8 descobriram isso sem querer pois não eram seguidos na manobra.

Os pilotos eram brifados sobre capacidade do MiG-17 de girar, mas só era possível ver o quanto eram bons na pratica para se impressionar de verdade. Um piloto viu um MiG-17 fazer um Split-S a 600 metros com sucesso. Outro disparou um Sparrow a Mach 1.2 enquanto perseguia um MiG-17 e viu Mig virar tão rápido que ainda deu tempo de atacar de frente com os canhões.

Em uma missão, o piloto Cunningham da US Navy estava sendo perseguido por um MiG-17 e teve que puxar 12g's, danificando a aeronave, para tentar escapar de um MiG-17. Olhou para trás e viu que o Mig ainda ficava dentro da curva fazendo "lead" para disparar. Na mesma missão, Cunningham viu um caminhão no solo e conseguiu um tom. Disparou o Sidewinder em mergulho e acertou. Cunningham já tinha tentado antes sem sucesso. Estava e uma missão de escolta de aeronaves de ataque cujo alvos eram caminhões na trilha Ho-Chi-Min. Seu caça recebeu um desenho de um caminhão junto com a vitória que conseguiu na mesma missão.

Contra o MiG-21 era melhor o F-4 combater na vertical subindo e descendo e era superior a baixa altitude. Os pilotos dos F-100 Super Sabre foram orientados a não engajar os MiG-21 ou perderiam. Deveriam alijar, fazer “g zero” (“descarregar”) e tentar voar supersônico baixo onde o MiG-21 não conseguia.

O F-4 foi projetado para força bruta e subir rápido. A baixa altitude a potência contava mais em relação ao MiG-21. Já o MiG-21 foi projetado para combater no alto. Os testes da USAF com um MiG-21 capturado mostrou que a Mach 0.9 e a 5 mil metros a razão de curva instantânea dos dois era igual ou 13.5 graus/segundo. A Mach 0.5 o MiG-21 tinha razão de curva instantânea de 11,1 graus/segundo contra 7,8 graus/segundo do F-4. Mas era o treino que contava mais. Nos testes não havia muitas vantagens dependendo do piloto. 

Outros testes mostraram que o MiG-21 não podia acompanhar o F-4 na subida. Os EUA desenvolveu táticas onde o F-4 deveria iniciar uma curva fechada se perseguido para forçar o MiG-21 a curvar pois iria perder energia mais rápido. O F-4 então sobe e com mais potência e mais rápido fica em vantagem podendo descer na traseira do Mig depois de subir. O F-4 podia vencer sempre com esta tática mesmo iniciando em desvantagem. 

O MiG-21 sempre mostrou ser mais ágil a baixa velocidade e por isso o F-4 tinha que manter a velocidade alta. A manobrabilidade do F-4 em alta velocidade era superior. Os melhores pilotos do Vietnã do Norte preferiam até o MiG-17 por isso. O F-4 devia manter a energia sempre maior que a do adversário pois dá mais opção inclusive para fugir se outro caça aparecer. O nível de energia é que determina quais manobras na vertical podem ser realizadas. A potência do F-4 para decolar e subir rápido atrás de bombardeiro foi boa para o combate aéreo. Quando ordenados a acelerar para interceptar esta potência era bem vinda.

O experimento Feather Duster também mostrou que a formação "finger four" da USAF era de utilidade duvidosa, com o ala próximo e cobrindo o líder. A formação obrigava o ala a ficar perto do líder e não tem muito tempo para vigiar os arredores pois tinha que ficar de olho no líder. Em uma esquadrilha de quatro aeronaves apenas um atacaria enquanto os outros apoiavam. Era uma tática boa contra bombardeiros mais lentos, mas não contra caças. A USAF custou a usar a formação "fluid four" e "losse deuce" com os pares se apoiando mutuamente, mas resultou em mais vitórias do líder enquanto o ala só dava cobertura.

A tática de formação "fluid four" da US Navy consistia em dois caças separados em cerca de 2-5 km com um cobrindo a retaguarda do outro. Enquanto um ataca e outro cobre pouco atrás, mas pode engajar de acordo com as manobras. O ataque é liderado pelo primeiro piloto que fez contato com o alvo. Com quatro aeronaves os alas voavam a 500-800 metros atrás em um cone de 45-60 graus.

A formação "fluid four" é ótima para operações ar-ar. É uma formação ofensiva, manobrável e boa para apoio mútuo. Pode ser reformulada em ambiente com ameaça de mísseis SAM para boa utilização dos ECM. As aeronaves 1 e 3, com os líderes de elementos, faziam busca radar a frente, um para o alto e outro para baixo. Os alas 2 e 4 variavam de direção, cruzando a direção constantemente (weave), para cobrir a traseira.  

O líder da esquadrilha (número 1) toma as decisões como quando e se engaja ou desengaja, e direciona as ações defensivas contra os ataques inimigos. O líder do segundo elemento (número 3) era o reserva do número 1 no ataque. Os alas protegiam os líderes e só sai do cone para se salvar. Era difícil manter contato constante com o líder manobrando agressivamente e acabava olhando mais para o líder para manter a posição que para proteger.

Quando detectavam um alvo podiam passar para a formação "louse deuce". A manobra "weave" também era boa para atrapalhar a busca pelo radar inimigo. O primeiro elemento que detectar o alvo faria identificação da ameaça enquanto o segundo preparava um ataque por trás. A formação "fluid four" era usada de dia enquanto a noite voavam em duplas em fila. A dupla traseira acompanhava a dianteira com o radar.

Operando em duplas os americanos usavam as táticas chamadas "double attack". Quem vê um alvo primeiro avisa (chama tallyho no rádio) e ataca (caça engajando) enquanto o outro passa a cobrir (caça de apoio). Os pilotos usam palavras de código padronizadas para facilitar a comunicação. Por exemplo "padlocked" é atacando o alvo e "honeymoon" significa "estou dando cobertura". "Alligator" é para informar que está em posição e com intenção de atacar; "in the dark" é aviso de alvo voando muito baixo e "No Joy" é quando ainda não visualizou o alvo.

A formação loose-deuce da US Navy era uma modificação da Thach Weave da Segunda Guerra Mundial. Dois caças patrulham lado a lado a 3,5km distância dependendo da altitude. A distância estava relacionada com o raio de curva e velocidade dos dois naquela altitude. A distância permitia manobrar para dentro do outro sem risco de colisão e ao mesmo tempo cobria traseira da aeronave contra ataques de mísseis Atoll. Nas patrulhas a dupla se move de um lado para outro para limpar a área, com ala seguindo e posicionado. Após um contato o outro se posiciona acima para cobrir  e se posicionar se o engajado perder o alvo. Em uma esquadrilha/divisão de quatro aeronaves os líderes voam loose-deuce enquanto o ala voam SAM BOX ficando 700 pés atrás ou acima/embaixo em um cone de 30 graus. Em caso de engajamento se dividem em dois pares. Atacando mais de um um escolhem o mais vulnerável e podem atuar como um só mantendo o outro alvo longe e sobre vigilância.

A formação "Fluid Attack" era baseado nas idéias do piloto de F-100 Everest Riccioni que criou a tática baseado na "double attack". A tática inicia com formação lateral com cobertura mútua.Com diferença de atitude fica difícil para o inimigo ver por geralmente procurar o ala do lado do líder. O Ala cobre a traseira do líder contra míssil a até 2 milhas.

Fluid  Four
Descrição esquemática da formação "fluid four".


Fluid Attack manobram em curvas de 90 graus. Se o líder quer virar 90 graus em uma patrulha dentro do ala, ela simplesmente vira e o ala atrasa sua curva até o líder estar na metade de sua curva. Ao sair de curva estarão novamente alinhados. 

A aeronave que ataque é o chamada de engajed e outro é free. Cada um tem tarefas especificas, mas os dois podem tentar atacar. Uma vantagem é dobrar o número de aeronaves atacando. Os caças mudam de direção 90 grau durante a patrulha com manobras apropriadas. O ala atrasa ou adianta as manobras para manter a formação. Depois volta a 180 graus ao mesmo tempo na mesma direção. Pode ser 45 graus e sem chamada de rádio passando apenas perto. O líder inclina na direção indicada.

No programa Rivet Hast em 1972 alguns pilotos proporão usar novas formações como a "double attack" ao invés da "fluid four" que já usaram em combate. O objetivo era usar a ameaça de uma aeronave A para desviar a atenção enquanto a aeronave B toma posição. A aeronave A não desacelera para perder vantagem contra os MiGs mais manobráveis. Se perde velocidade tem que acelerar e passa o ataque para B. Os instrutores achavam que precisavam de pilotos experientes o que não acontecia com os novatos indo para o combate, mas os pilotos da US Navy tiveram sucesso com a mesma tática chamada louse deuce. A guerra acabou antes de entrarem em combate.

Táticas das Patrulhas de Combate Aéreo

As táticas de patrulhas de combate aéreo (CAP - Combat Air Patrol) eram divididas em FORCAP, TARCAP, BARCAP e MIGCAP. As CAPs eram formadas por quatro aeronaves e só voavam com menos ou dois se os outros abortassem e se a missão fosse estratégica. 

O MIGCAP eram as escoltas que protegiam a força de ataque. Deviam ficar sempre próximos, só engajando se os MiGs entrarem e ameaçarem o pacote, mas os pilotos costumam ir atrás e podem deixar a forças desprotegida. Uma tática do Vietnã era exatamente desviar os caças das MIGCAP para longe para que outros MiGs penetrassem no pacote e ataquem as aeronaves de ataque. As MIGCAP eram posicionadas em várias posições em torno dos pacotes de ataque. Os MiGs tentavam abrir brechas para que outros penetrassem na cobertura. 

A FORCECAP, ou FORCAP, tem outra freqüência de rádio e controlador próprio, e vai atrás dos Mig em qualquer lugar, e só fazem isso, e não só proteger os pacotes de ataque. Na US Navy o FORCAP era a cobertura voando acima da Força Tarefa.

O TARCAP, ou TARget CAP, era uma aeronave de ataque que continuava no alvo após lançar as bombas protegendo as outras aeronaves. Eram os primeiros a atacar. 

O BARCAP, ou BARrier CAP, ou Mig Screen, ficavam entre o alvo e a provável direção dos MiGs tendo uma estação para cobrir. Podia ser na fronteira, entre o alvo e na volta. As vezes em todo trajeto. Os BARCAP também ficavam em posições para proteção de aeronaves especializadas como guerra eletrônica, reabastecimento em vôo, CSAR e alerta aéreo antecipado. Neste caso costumavam operar em duplas.

Sweep era uma missão ofensiva, as vezes com caça-bombardeiros, sobre território inimigo para encontrar e atacar aeronaves ou alvos de oportunidade ou limpar os céus da oposição inimiga.

O egress CAP chegava na estação na hora que o pacote começava a voltar. Também deviam proteger os MIGCAP que voltando da missão e as aeronaves de reconhecimento após o ataque.

O CAP/Strike formada por aeronaves com tarefa principal de CAP e função secundaria de ataque. Os CAP/Strike podiam alijar cargas e perseguir inimigos não estando restritos a encontros defensivos.

O Fast CAP eram CAP de aeronaves de ataque. Era o oposto de Slow CAP formado de bombardeiros, helicópteros, aeronaves de reabastecimento, etc. 

O RESCAP eram as CAP que acompanhavam as forças de operação de busca e resgate de combate (CSAR).

A formação da escolta era ditada pela formação da força de ataque. Geralmente as CAP preferem voar duas milhas a atrás do pacote de ataque.

A US Navy tinham que se contentar com o esforço para proteger os pacotes Alpha com os ForceCAP na TF77, BARCAP entre a costa e navios; MigCAP atrás dos MiGs e TarCAP na área do alvo. Estas operações drenavam aeronaves que poderiam estar atacando. Apenas as escoltas podiam proteger a força de ataque e reconhecimento. Um ataque Alpha normal tinha quatro TarCAP entre ataque e ameaças possíveis. Contra um inimigo mais capaz ficariam sem caças suficientes, mesmo chamando MigCAP e BARCAP.

Após os F-105 começarem a ser interceptados iniciou o problema de levar escoltas junto nos ataques. Os MiGs não causavam muitas perdas mas forçavam os F-105 a alijar as cargas. Em 1965 a tarefa de escolta passou para os F-4. Inicialmente era tarefa dos F-100 e F-104 que faziam escolta quando as operações eram limitadas ao sul do Vietnã do Norte.

Entre 1965 e 1966 a ameaça dos MiGs era relativamente pequena. Como os pacotes atacavam um alvo e só voltavam a atacar muito tempo depois todos levavam bombas para atacar o máximo de alvos possíveis. Então não tinham escoltas e os F-4 alijavam as bombas se tivessem que reagir aos MiGs. Só assim agiam como escoltas.

Os pilotos não gostavam por ficarem na defensiva esperando serem atacados. Queriam ir atrás dos MiGs em varreduras de caça. Queriam até fazer varreduras diárias separadas dos pacotes. De 1966 a 1968 precisavam de 27 saídas de KC-135 para reabastecimento em vôo do pacote duas vezes por dia. Com os B-52 começando a ser usados no TO a demanda de REVO aumentou e não puderam fazer CAP separados ou aumentar as escoltas.
 
Todos os pacotes de ataque que operavam nas Route Packages mais ao norte como a RP IV precisava de reabastecimento em vôo (REVO. O REVO era feito no Laos ou no Golfo de Tonquim. Havia duas órbitas de REVO no Golfo e nove no Laos. A US Navy podia atacar qualquer parte da costa do Vietnã do Norte sem precisar de REVO a partir golfo Tonkin.

Cada KC-135 um podia passar cerca de 50 mil lb de combustível por saída. Cada KC-135 podia fazer uma saída pela manhã e outra a tarde. Quatro caças recebiam de 10 a 12 mil libras de combustível de cada aeronave KC-135. Era preciso sincronizar tudo para o pacote terminar o REVO e ir junto para a missão. Eram cerca de 60 aeronaves fazendo REVO com diferença de minutos de um ao outro. O teto para o REVO era de 15 mil pés pois era o teto máximo do F-105 com carga de bombas.

Os caças precisavam de muito combustível para poder usar o pós combustor para melhor o desempenho contra os MiGs, mísseis SAM e ajudar no disparo das bombas, além de perseguir e evadir os MiGs. O combustível dava para voar de 15 a 20 minutos na área do alvo sem ligar o pós combustor até ser forçado a voltar. Na volta também faziam REVO. Se não engajavam MiGs precisavam de apenas 5 mil lb com reserva para atraso no pouso. Várias aeronaves KC-135 tomavam a iniciativa de entra no Vietnã do Norte para ir atrás de caças com problemas ou teriam que ejetar por falta de combustível. Era feito mesmo no Golfo voando mais ao norte.

Antes do Vietnã o REVO era usado para deslocamento de caças e não para ajudar no emprego de caças. No fim de 1966 já havia cerca de 60 KC-135 na região e 85 em 1970. As aeronaves estavam distribuídas pelo Vietnã do Sul e Tailândia de modo a ficarem a apenas a alguns minutos da ação se forem necessárias. O reabastecimento em vôo permitia que operassem até no lado oposto do teatro, e facilitar operar desde operações de apoio aéreo aproximado no sul a ataques no Vietnã do Norte.

Outros KC-135 estacionados no Japão apoiavam as operações dos B-52 em Okinawa. Era usado um KC-135 para apoiar cada saída de B-52 e ainda assim levavam 20 toneladas de bombas ao invés de 30 toneladas máximo, e ainda era o mesmo que vários caças. Com os B-52 passando a operar da Tailândia puderam levar a carga completa. Os B-52 treinavam para operar a baixa altitude contra a Rússia, mas voavam a 30 mil pés contra o Vietnã do Norte.

A Yong Tiger era o nome das operações de REVO do SAC no Vietnã a partir de 1964 e incluía posicionar as aeronaves nas bases. O primeiro REVO de uma aeronave do TAC foi realizado em 9 de junho de 1964 apoiando oito F-100. Inicialmente o TAC levaria suas próprias aeronaves cisternas, mas os KB-50 foram groudeados. Os KC-135 passaram a se posicionar para apoiar oito aeronave de cada vez, para conta de 8 mil lb (3,6 toneladas) de combustível cada. Na prática passou para 1 para 4 e operavam em várias bases. No fim de 1964 já realizavam 600 saídas REVO por mês.

Inicialmente as órbitas REVO só operava até o paralelo 19. Sem ameaça de mísseis SAM e artilharia antiaérea e com escolta puderam voar mais livremente. Inicialmente o REVO era feito no Golfo de Tonkin e na Tailândia. Operaram no sul do Laos quando os ataque passaram a atacar alvos mais ao norte do Vietnã do Norte. Era difícil para caças carregados ou danificados voarem alto como queriam os pilotos dos KC-135. A restrição de altitude mínima era de 15 mil pés, mas as vezes iam a 5 mil.

Após janeiro de 1967 pararam de dar missão dupla de ataque e escolta para os F-4. Com as táticas "hit and run" dos Mig aumentando de freqüência não dava tempo de alijar as bombas e se posicionar para defender o pacote. Se tivessem boa cobertura radar ou não precisassem de fazer identificação visual podiam usar esta tática de "dual role" em missões com pouca probabilidade de reação.

Com parte da força para proteção testaram várias táticas e formações entre 1967 a 1968. Testaram os F-4 de escolta voando 25 minutos a frente, uma esquadrilha 40 mil pés acima das F-105, duas esquadrilha abaixo do radar para pegar os MiGs de surpresa, combinado escolta aproximada com escolta móvel (roving flight). O problema maior era a falta informações atualizadas enquanto os MiGs tinham sua cobertura radar.

A preferida era 16 F-105 de ataque protegidos por duas esquadrilhas de F-4, uma a frente e outra atrás. As esquadrilhas de escolta iam para frente e para atrás na trilha de vôo protegendo contra ataques de frente e de trás. O problema era o consumo alto de combustível. Inicialmente ficavam próximos e apenas desviavam ataques ao invés de engajar. Com os MiGs ficando mais agressivos foram autorizados a ir atrás e engajar e mostrou ser uma medida mais efetiva.

Em maio de 1967 os F-4 voando mais como MigCAP desarmados conseguiram mais kill que antes. A USAF reconheceu que alijar bombas para ir atrás de Mig seria uma saída perdida. Colocaram uma esquadrilha de F-4 atrás dos F-105 da frente e uma esquadrilha atrás do pacote de ataque. O resultado foram 26 MiGs derrubados em 72 engajamentos no mês.

No dia 23 de abril de 1967 foi iniciado os ataques as bases aéreas. Primeiro atacaram Kep e Hoa Lac. Atacaram primeiro as pistas maiores onde os MiGs operavam. Nove MiGs foram destruídos e três prováveis. Nos ataques do dia 28 de abril, 1 e 3 de maio mais 20 MiGs foram destruídos. Foi o inicio de escalada na ofensiva e forçou os MiGs a fugirem para China.

Ainda em maio de 1967 MiGs iniciaram novas tática "hit and run". No ataque de 23 agosto dois MiG-21 passaram debaixo do pacote e depois subiram. Em uma única passada cada um disparou um míssil Atoll contra um F-4 e fugiram. Esta tática nunca tinha sido observada antes. Antes só detectavam os MiGs a frente. Os MiGs passaram a voar bem baixo e depois subir acelerando. Depois atacavam mergulhando fazendo uma passagem única e depois fugiam para a base ou China.

A inteligência sabia que estavam treinando novas táticas. A tática reativa seria separar a esquadrilha de escolta a frente do pacote em dois. Um par aceleraria para se afastar mergulharia em split-S para passar debaixo do pacote. O radar de controle de caças vietnamitas pensaria que os MiGs foram detectados e estavam sendo atacados podendo abortar o ataque. 

Após as perdas em maio de 1967 os MiGs voltaram a ação. Foi apenas um kill mas forçaram 48 F-105 a alijar suas bombas. O Coronel Olds da 8a TFW se opôs a atacar a base aérea de Phuc Yen pois preferia saber de onde os MiGs estavam vindo. Era estimado a presença de 16 MiGs na base. Esperavam destruir metade em um ataque aéreo. O ataque foi autorizado após as falhas nas negociações de paz. A base foi atacada no dia 24 e 25 outubro pela USAF e US Navy, e pelos A-6 do USMC no VS. O alvo era bem defendido mas todos queriam atacar. A US Navy perdeu três aeronaves e a USAF um. A pista foi perfurada e a torre de controle atingida por uma Walleye. No primeiro ataque dois MiGs decolaram e um foi derrubado por canhão de um F-4. Depois com ataques frequentes as bases MiGs a atacar e incomodar ataques mesmo com bases constantemente atacadas. sempre tentando posição de vantagem.

A última monção da Rolling Thunder foi a pior, de novembro de 1967 a março de 1968. Minaram rios e rodovias ma eram fáceis de limpar. A ameaça dos Mig era pouca mas muito eficiente. A ameaça dos MiGs diminuiu de 100 para 20 devido aos combates e ataques as bases aéreas em novembro de 1967, mas estavam muito agressivos. Os MiGs conseguiram forçar 10% dos F-105 a alijar as bombas. A relação de escoltas por aeronave de ataque aumentou de 1:5 para 2:1 e conseguiram diminuir a razão de alijamento para 3% mas sem diminuir a quantidade de MiGs derrubados .

A tecnologia foi outro problema. Com as bombas guiadas a laser sendo usada em 1972 o CEP passou de 420 pés para 30 pés. O resultado foi um pacote de três F-4D e apenas uma perda podia enfraquecer a força muito mais que perda de um único F-105. O resultado foi o uso de uma força de escolta bem maior do que antes. A varredura a frente era mais livre e fariam barreiras em todos lugares prováveis de ataque contra esquadrilhas lasers.

As tática praticamente não mudou muito desde 1944. Na Europa, Coréia e Vietnã o inimigo sempre tinha vantagem da iniciativa. Se conseguiam chegar perto eram difíceis de barrar. Nas escoltas dos bombardeiros em 1944 a melhor posição era voar atrás, alto e do lado dos bombardeiros, procurando interceptadores antes de prepararem os ataques. Na Coréia fizeram o mesmo mas a diferença de velocidade dos jatos e dos B-29 é que complicava. A velocidade dos MiGs ajudava penetrar as defesas além de atacarem em grande números. Os F-86 também tinha apenas 25 minutos de autonomia nas escoltas. No caso dos B-52 atacando o Laos havia uma esquadrilha de F-4 de escolta cobrindo uma grande área, mas os MiGs não eram problemas por lá até 1972. Os ataques foram todos a noite. A reação foi colocar três CAP de quatro F-4 para cobrir os vôos. O local era considerado o ponto mais provável de lançar MiGs. Outras quatro esquadrilhas fariam escolta aproximada.

A resposta mais efetiva aos MiGs ainda foram os ataques as bases aéreas. Quando atacaram as bases aéreas em 1967 havia 150 MiGs na região e a maioria foi destruído em terra. Os 20 MiG-21 que sobraram derrubaram muitos caças americanos com suas novas táticas "hit and run" era suficiente. Depois a força cresceu para 250 caças incluindo 80 MiG-21. Em 1972 tiveram que fugir para a China ou esconder em caverna para sobreviver aos ataques. Só 30 MiG-17 ficaram nas bases. Na ofensiva de 1972, os ataques as principais bases como Phuc Yen (principalmente MiG-21s), Yen Bai (principalmente MiG-19s), Kep (principalmente MiG-17s), Gia Lam em Hanói, eram contínuos, parando apenas por poucas horas. Não atacavam as aeronaves em abrigos ou cavernas, mas atacaram centros de comando. Os MiGs não fugiram para a China, mas a efetividade diminuiu. Metade dos MiG-21 foi destruído.

A Doutrina americana ditava que deviam atacar as bases aéreas inimigas logo no inicio mas não foi feito no Vietnã. Era difícil para os pacotes de ataque escaparem dos MiGs e seria mais fácil se atacassem as suas bases. Os políticos temiam matar assessores soviéticos e forçar a ida caças para China que também teriam que ser atacados. No último caso seria ótimo pois estariam longe e facilitaria posicionar as BARCAP. As bases aéreas foram atacadas apenas em abril de 1967. Em 1967 havia as noticias da guerra de junho de Israel lavando as bases árabes e deve ter influenciado os ataques posteriores.
 

Operação Bolo

Na primeira vitória da USAF contra um Mig foi no dia 10 de junho de 1965 quando os MiGs perderam a iniciativa ao pensarem que estavam engajando aeronaves F-105 que na verdade eram F-4 voando na altitude e velocidade dos thud. Os pilotos já tinham notado que os MiGs em Phuc Yen iniciavam os ataques quando as escoltas estavam com pouco combustível e iniciando a volta para base. A tática foi confirmada pelos EC-121 Big Eye que monitoravam as atividades dos MiGs. Primeiro os EC-121 davam alerta amarelo (MiG no ar), depois alerta vermelho (MiG se aproximando) ou que o MiG estava a 10 minutos dos F-105 de ataque. Depois vinha novamente alerta amarelo com os MiGs esperando. Com a última esquadrilha chegando era dado alerta vermelho novamente e ocorria a interceptação dos F-105. Então no dia 10 uma esquadrilha de F-4C atrasou a decolagem em 20 minutos atrasando a chegada em 15 minutos. Reabasteceram em silêncio total de rádio e voaram no mesmo nível e altitude dos F-105 indo direto para o alvo. Voaram a Mach 0.85 a 20 mil pés como os F-105. Voavam em formação fluid four para da boa visibilidade separados 1.500 metros um dos outros. Faziam busca radar e visual na área do alvo. Em segredo de rádio os duas elementos se separando para 11-13 km. A separação era necessária para evitar que os mísseis atingissem aeronaves amigas próximas. Cada líder viu um MiG e iniciaram os combates. Um MiG-17 foi derrubado após quatro mísseis Sidewinder serem disparos e o outro MiG-17 também por quatro Sidewinder. Está tática seria usada novamente de forma espetacular.

Em 1966 o Vietnã do Norte recebeu caças russos MiG-21 Fishbed que foram estacionados em bases ao redor da capital Hanói e no porto de Haiphong. Os MiGs operavam sobe controle de terra, usavam cobertura das nuvens e devido as regras de engajamento benevolentes, tinham comportamento bastante previsível. Os F-105 carregados de bombas não eram manobráveis e os MiG-21 com mísseis ar-ar simplesmente assediavam os caças para que ejetassem suas armas antes de atingir o alvo e fugissem a toda velocidade. A missão estava cumprida se conseguissem isso - evitando que o alvo fosse atingido.

Nesta época os casulos de guerra eletrônica QRC-160 dos F-105 e F-4C estava diminuindo a capacidade dos mísseis e e artilharia antiaérea guiada por radar disparados pelo Vietnã do Norte. Por isto, os vietnamitas passaram a usar caças com mais frequência. Apenas o Regimento de Caças 921 derrubou nove F-105 (Thud) em dezembro de 1966, incluindo por pilotos russos.

Os MiG-21 também fugiam sempre dos F-4. As escoltas de F-4 armados com bombas voavam a frente e atrás dos de F-105, com 5 minutos de intervalo. Se atacados os F-4 tinham que ejetar as bombas e defender os F-105. Os MiG-21 eram mais manobráveis que os F-4, mas mesmo assim tentavam atacar por trás, disparavam seus mísseis e fugiam, tentando sempre evitar o combate.


Um F-105 desvia de um míssil SA-2 vietnamita visível pelo seu rastro branco. As contramedidas eletrônicas dos caças americanas levaram os norte vietnamitas a usarem seus caças com mais frequência para compensar a perda de eficiência dos seus mísseis SA-2.

Os americanos tinham que reagir. Primeiro pensou-se em atacar as aeronaves no solo, mas tinham ordens para não atacar bases aéreas. Também não podiam aceitar que os F-105 fugissem sempre que aparecesse um MiG-21. Como os F-4 não podiam fazer varreduras de caças, nem atacar as bases aéreas, só podiam criar grandes perdas após uma grande batalha aérea. Em dezembro de 1966 começaram a planejar um missão de varredura de caças. Os americanos sabiam que os MiGs voltavam a operar com mais força após uma grande parada.

Como ocorrido na primeira vitória da USAF na guerra, um capitão da 8 TFW teve uma idéia semelhante que foi levada para o comandante da 7a Força Aérea, o General William "Spike" Momyer. A missão foi planejada e executada pelo Coronel Olds, o novo comandante da 8 TFW. A operação Bolo (nome de uma faca filipina), como foi chamada, teria como objetivo tentar convencer os norte vietnamitas que caças F-4 eram bombardeiros F-105 carregados de bombas. Os pilotos americanos estavam frustrados com a tendência do Vietnã do Norte de evitar o combate a não ser quando tinham vantagem tática. Os MiGs sabiam que estavam molestando um tigre com seus canhões. Sabiam que só atacavam os caça bombardeiro e então iriam enviar "caça-bombardeiros".

Os F-4 iriam mascaram sua identidade real usando código de chamada, perfil de vôo e comunicações dos F-105. No último caso era para mascarar a conferencia de pontos de INS que os F-4 usavam. Na área do alvo anunciariam "green up" que era o código dos thuds ao acionarem as armas.

A varredura imitaria uma força de ataque de aeronaves F-105 seguindo o mesmo padrão de reabastecimento, rotas de aproximação, altitudes e velocidades dos F-105 até voarem para Hanói e Haiphong. Também usariam os mesmos códigos de chamada e frequência de rádio. Os pilotos de F-105 também respeitavam a disciplina de comunicação por rádio o que raramente era seguido pelos pilotos de F-4. Os americanos queriam simular um ataque de rotina os F-105 para os operadores de radar e inteligência de comunicações. Os norte vietnamitas estavam acostumados com ataques de 32 aeronaves, geralmente F-105 escoltados pelos F-4.

A varredura seria feita pelos F-4 com os F-105G de supressão de defesas vindo do Laos e Golfo simultaneamente. Os dois grupos fariam uma pinça para atacar os MiGs tentando fugir para a China. Os F-4 orbitariam as áreas de onde os MiGs iniciavam os ataques aos pacotes. Os F-4 vindos do Laos atacariam os MiGs voando alto e os do golfo atacariam os MiGs voando baixo. A formação seria bem grande simulando um força ataque F-105 indo para a base aérea de Phuc Yen do leste e do oeste. As vezes a USAF e a US Navy tinham este efeito em operações conjuntas. A US Navy não lançaria aeronaves nesse dia para não criar confusão.

O objetivo do engodo era pegar os MiG-21de surpresa. Ao invés de bombardeiros, iriam atacar 54 caças F-4C Phantom II, cada um armado com quatro mísseis AIM-7E Sparrow III e quatro AIM-8B Sidewinder.

Como os americanos não podiam atacar os MiGs no solo, então tentariam prevenir que pousassem ao orbitar as bases e cortar as rotas de fuga para a China. Queriam derrubar ou deixá-los sem combustível. Era estimado que a autonomia dos MiG-21 era de 55 minutos sobre a base enquanto o F-4 podia permanecer por 20 minutos incluindo 5 minutos com o pós combustor ligado. Por isso incluíram um intervalo de 5 minutos entre as esquadrilhas.


Haveria uma força leste de sete esquadrilhas da 8a TFW "The Wolf Pack" de Ubon na Tailândia e uma força oeste com cinco esquadrilhas da 366 TFW de Da Nang. A 366 TFW cortaria a retirada dos MiGs para a China.
 
O Coronel Robin Olds, comandante do 8a TFW , comandaria 14 F-4C de três esquadrões. O Coronel Olds foi piloto de P-38 e P-51 na Segunda Guerra Mundial obtendo 12 vitórias contra a Luftwaffe em 1944-45.

A força total tinha 96 caças, 56 F-4C, 24 F-105F para SEAD e 16 F-104 Starfighter de escolta das aeronaves de apoio, mais o apoio de 25 KC-135 Stratotanker para reabastecimento em vôo na ida e na volta, um EB-66 para interferência eletrônica e um RC-121 funcionando como AEW. As esquadrilhas tinham nomes de carros, e não os nomes originais das esquadrilhas dos F-105 como planejado. As bases aéreas norte vietnamitas tinham nomes de cidade americanas.

Os caças F-4 estavam equipados com o casulo de guerra eletrônica QRC-160, usados pelos F-105, e três tanques de combustível extra. Os F-4C podiam levar um casulo com um canhão Vulcan no cabide central, mas não foi considerado necessário. Os casulos de ECM ajudariam a mascarar os F-4 pois só os F-105 usavam os casulos. O número de casulos disponíveis determinou o tamanho do pacote de varredura de caças. Com um casulo por aeronave e 57 disponíveis seriam 12 esquadrilhas com reservas.

As três primeiras esquadrilhas tinham permissão para atacar com mísseis contra alvos além do alcance visual pois sabiam exatamente onde estavam as aeronaves amigas antes de entrar em espaço aéreo inimigo e não haveria mais ninguém voando naquele dia. Quem aparecesse seria automaticamente assumido como hostil sem identificação visual. Isto ajudava a obter surpresa, isolava de contra ataque e dava tempo do míssil agir sem usar força G excessiva.
 
As bases aéreas eram bem defendidos, com poucas rotas de ataque e a geografia era inadequada. As regras de engajamento restritas também não ajudavam.

O briefings iniciou 3 dias antes. Aproveitaram as festas de ano novo para reparar e preparar.No dia 2 de janeiro 1967, após as tripulações de terra terem trabalhado durante 28 horas preparando as aeronaves, foi lançada a Operação Bolo. O intervalo de lançamento era de 4-5 minutos e foi mantido durante o vôo para aumentar o intervalo de engajamento. No dia 2 de janeiro de 1967 o tempo era marginal e lançaram as 20 esquadrilhas de F-4 e F-105 para a missão. O tempo pirou em rota e as esquadrilhas vindas do golfo tiveram que retornar.

A operação foi planejada para o ano novo de 1966 para 1967 quando entregaram os casulos de ECM. A maioria dos pilotos não tinha contato com Mig. Os MiGs evitavam os F-4 e atacavam os F-105. Da força que decolou de Da Nang apenas uma de cinco esquadrilhas continuou devido ao mau tempo. O Cel. Olds enviou suas sete esquadrilhas de Udorn arriscando o mau tempo. Passaria pela Thud Ridge a 500 pés como os F-105, mas com mau tempo teve que subir para 12 mil pés.

No ingresso para o alvo os caças imitaram o perfil de vôo dos F-105, voavam em linha de quatro com os casulos de guerra eletrônica ligados na formação POD. Os F-4 aceleravam para 540 milhas ao entrarem no Vietnã do Norte como faziam os F-105.

A primeira esquadrilha sobrevoou a base de Phuc Yen até 3 minutos após chegar ao alvo. Os MiG-21 atrasaram a decolagem por 15 minutos. A reação foi lenta pois não esperavam ataque com mal tempo. Os Vietnamitas estavam acostumados a não serem atacados com mal tempo que impedia a pontaria dos caças-bombardeiros.  Quando a segundo esquadrilhas chegou é que apareceram os primeiros MiG-21. A ordem de disparo a longa distância foi logo cancelada.

Os MiGs reagiram como previsto, aparecendo em duplas sobre as nuvens, e encontraram os F-4 ao invés de F-105 carregados de bombas. De 11 MiGs que decolaram sete foram derrubados (o Vietnã do Norte cita que foram apenas cinco derrubados). Foi uma grande batalha aérea do Vietnã, mas comparado com outras batalhas foi pequena como no dia 4 de setembro de 1952 na Coréia foram 39 jatos F-86 contra 73 MiG-15 em sete engajamentos separados. Foram perdidos 13 MiGs contra 4 Sabres.

Na primeira passada na base os MiG não apareceram mas logo vieram cerca de 12 MiG-21. O combate durou 15 minutos e apenas primeira esquadrilha de Olds e sua onda de três esquadrilhas. A segunda onda chegou 10 minutos atrasadas. Só a primeira onda derrubou MiGs com 7 vitórias. Com mau tempo resto conseguiu pousar. Se o mau tempo não piorasse os MiGs não conseguiriam pousar e teriam que lutar ou cair sem combustível. As nuvens até que ajudou a esconder a identidade dos F-4.

Em menos de 15 minutos foram derrubados sete MiG-21, ou quase metade dos MiG-21 (estimada em 16 caças). Quatorze MiGs decolaram contra 12 caças americanos. O campo de batalha teve um raio de 15 milhas ao redor de Phuc Yen numa altitude de 10-18 mil pés.
 
Dos sete MiG-21 derrubados, três foram com o AIM-9 (12 disparados e sete guiados) e quatro com o Sparrow (18 disparados e 9 guiados). As esquadrilhas do 366 TFW abortaram devido ao mal tempo.

Um caça americano foi derrubado por um míssil SAM em outro local. A ameaça de mísseis SAM e artilharia antiaérea foi fraca devido a presença de caças norte vietnamitas. Apenas 5 mísseis foram avistados.

Foi a maior batalha aérea da guerra e mostrou o valor do despistamento de comunicações e comando. Batalhas semelhantes só ocorreriam em 1972 durante as operações Linebacker onde foram usados pela primeira vez os pacotes de ataque (Gorilla Package) e criado zonas de engajamento de mísseis (kill boxes).

A força de MiG retaliou atacando um RF-4 de reconhecimento. Os MiGs gostavam de atacar estes vôos após os ataques e já tinham conseguido forçar a abandonares missões em duas ocasiões
. Este ataque inspirou outro ataque tipo mini-Bolo em 5 de  janeiro com dois F-4C voando próximos simulando um RF-4 nas não deu resultado. Em 6 de janeiro outro par foi atacado por quatro MiG-21 sendo dois derrubados. Em uma semana os norte vietnamitas tiveram mais da metade de sua frota de caças MiG-21 derrubados. Os MiG-21 ficaram 3 meses no solo até entender o que aconteceu.

Em 23 de janeiro do mesmo ano tentaram repetir uma nova operação Bolo. O Cel Olds foi contra a operação e não participou. Os MiGs não decolaram e um F-4 derrubado por um míssil SAM. Uma nova tentativa foi feita em 6 de janeiro de 1968, mas poucos MiGs apareceram e nenhum foi derrubado. Eram 34 F-105 sem bombas e prontos para o combate aéreo. Os F-105 fingiam atacar a região da base de Kep vindos da Thud Ridge a 14 mil pés. O pacote foi atacado por trás por dois MiG-21 sem perdas dos dos lados após troca de disparo de mísseis. Os MiGs começaram o ataque com o sol nas costas.

Após as perdas da época da Operação Bolo foi seguido de 30 MiGs destruídos nas bases aéreas atacas e 66 outros kill ar-ar até então foram perdidos praticamente todos os MiGs até metade de 1967. Depois a mesa virou. O treinamento no Vietnã do Norte melhorou com mais pilotos experientes ficando mais agressivos e as táticas aperfeiçoadas com GCI colocando o MiG no traseira dos pacotes ao invés de encarar os Phantom de frente contra os Sparrow. Outro motivo foi a política da USAF de forçar todos os aviadores a só retornar ao Vietnã após todos servirem um tour. O princípio era que todos os pilotos graduados teriam atingido mesmo nível de proficiência, ou o mínimo para voar caças. O conceito falhou em considerar os diferentes níveis de inteligência, talento, adaptabilidade, julgamento e experiência dos pilotos. Ao pilotarem os F-105 e F-4 os pilotos veteranos passaram a voltar para os EUA e foram substituídos por pilotos de interceptadores, pilotos de transporte, treinadores e bombardeiros sem proficiência em combate aéreo. Eram os novos alas e com dificuldade de empregar caças contra os novos pilotos inimigos. O resultado foi que na segunda metade de 1967 os MiGs evitavam contato quando estavam em desvantagem e o kill ratio do dos caças da USAF passando de 3x1 para 0,85x1 nos primeiros dois meses de 1968. O custo poderia ser maior se a operação Rolling Thunder não fosse paralisada março de 1968.


Próxima Parte: Combates BVR no Vietnã - segunda parte
Atualizado em 02 de Abril de 2009


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