COMBATES BVR no GOLFO PÉRSICO

Foi na década de 80, após quatro décadas de promessas, que os combates aéreos além do alcance visual (BVR - Beyond Visual Range) começaram a amadurecer com mísseis melhores, novas tecnologias e novos caças como o F-14, F-15 e F-16. A história dos mísseis ar-ar sempre se misturou com as plataformas lançadoras e outras tecnologias.

Após a Segunda Guerra Mundial a USAF concentrou sua estratégia em bombardeiros nucleares escoltados por interceptadores de longo alcance armados com mísseis de longo alcance. Durante o conflito da Coréia, 65% das missões eram de apoio aéreo aproximado e interdição e 20% eram missões de caça. Os encontros com os MiG-15 levou os pilotos a reclamarem por um caça leve, simples e de alto desempenho para confrontar futuras ameaças russas. Conseguiram foi o F-104 Starfighter que enfatizava razão de subida e velocidade máxima o que era bom para um interceptador, mas inadequado para um caça de superioridade aérea.

Toda a série "Century" foi formada por aeronaves especializadas como os interceptadores F-101 Voodoo, F-102 Dagger, F-104 Starfighter e F-106 Delta Dagger ou aeronaves de ataque nuclear como o F-105 Thunderchief e F-111 Aardvark. Apenas o F-100 tinha alguma capacidade multifuncional.

O projeto "Forecast 63" foi usado para identificar, entre outros, requerimentos de armas do futuro. Desse projeto surgiu a aeronave de transporte C-5 e o bombardeiro B-1. Também previu os requerimentos para os F-4 e F-111 armados com mísseis. Concluíram que os bombardeiros estratégicos poderiam voar mais alto e rápido que o inimigo para conseguir superioridade área no território inimigo. Os combates aéreos seriam a longa distância com mísseis sendo que o radar e mísseis fariam o combate aproximado ficar obsoleto.
 
A oportunidade da USAF usar suas novas armas foi no Vietnã. O cenário era bem diferentes do fim da década de 50 e inicio da década de 60 quando os jogos de guerra tinham o inimigo se aproximando de um lado (Pólo Norte por exemplo) e os amigos de outro. O combate era simplesmente atirar em quem estava do outro lado e fugir. No Vietnã estavam todos no mesmo espaço aéreo e os métodos de identificação amigo-inimigo (IFF) não funcionavam bem. Os pilotos até desligavam o IFF para não serem detectados. O F-4 usado no Vietnã era um sistema de armas e não um caça. Deveria destruir os MiGs a longa distância e não funcionou assim devido a vários motivos.

No Vietnã os MiGs simplesmente voavam baixo e subiam para pegar os caças-bombardeiros por trás. Se os caças americanos entrassem em um combate em curva estariam no alcance mínimo dos seus mísseis ou puxando muitos g's o que era incompatível com seus mísseis. A necessidade de um caça para combate aproximado com sensores para detectá-los voando baixo mostrou ser necessário. O conflito mostrou que os eletrônicos e mísseis eram pouco confiáveis e tinham baixa disponibilidade. Este tipo de cenário já era até esperado, mas foi priorizado um caça multifuncional como o TFX (que resultou no F-111). O TFX combateria desde MiGs até mísseis SAM, levaria napalm para apoio aéreo aproximado e faria ataque nuclear a longa distância. Este conceito era chamado de "communality".

O estudo "Force Option for Tactical Air" de 1964 concluiu que o F-111 (TFX) era muito caro para cenários como o Vietnã. A USAF propôs uma força mista com o conceito de "hi e low". O "low" seria usar o F-5 para combate ar-ar e o A-7 para ataque ao solo como aeronave de uso comum com a US Navy. Em 1965 também passaram a estudar o projeto de um caça de médio custo para superioridade aérea pura chamado FX (Fighter eXperimental). Os requerimentos eram bem vagos mas incluía boa relação peso:potência e velocidade máxima de Mach 2.5. A aeronave teria função de superioridade aérea e engajaria também caças leves e ágeis e não só bombardeiros, mas gerou requerimentos de uma aeronave de 60 mil libras de peso máximo de decolagem como o já criticado F-111.

A USAF comprou 11 esquadrões de A-7 Corsair II para realizar missões de apoio aéreo aproximado para conseguir fundos para o FX cumprir as missões ar-ar depois de respeitar a o princípio de "commonality". A administração Kennedy fez a USAF "engolir" caças da US Navy como o F-4 Phantom e depois o A-7 Corsair II, assim como armas com o Sidewinder, Sparrow, Bullpup, Standard anti-radar, Walleye e Snakeye. Acertou com o F-4 e A-7 devido as novas ameaças, mas errou feio com TFX (que virou o F-111). O A-7 substituiu o F-100 para apoio aéreo aproximado. A versão com canhão do F-4 chamado de projeto Tactical Strike Fighter (TSF) virou o F-4E. Em 1965 foi recomendado que o F-4C/D, TSF, A-7 e F-111 seria o melhor "mix" para o futuro.

O F-15 nasceu do programa FX e, como seu predecessor, o F111, era o novo filho do TAC (Comando Aerotático da USAF). O TAC estava preparado para combate tipo ataque nuclear com esquadrões de F-105 e planejava usar o F-111 otimizados para penetração a baixa altitude e ataque de precisão. O TAC só aceitou usar o F-4C devido a reorientação para ataque convencional no Vietnã. As ofensivas no Vietnã mostraram que as táticas e aeronaves do TAC eram completamente inadequadas.

O "kill ratio" inicial da USAF contra os MiGs vietnamitas era de 2.3 para 1 e foi para 2 para 1 no fim do conflito. Na Guerra da Coréia os F-86, o primeiro jato da USAF dedicado para superioridade aérea, tinha um "kill ratio" de 7 para 1 contra os MiGs. No total a USAF conseguir 10 por 1 na Guerra da Coréia. O F-86 Sabre foi projetado para combate aéreo com boa visibilidade na cabine e baixa carga alar. Na Segunda Guerra Mundial o kill ratio foi 8 para 1 no geral a favor dos EUA.

No Vietnã, aeronaves simples como o MiG-17 e MiG-21 eram muito mais manobráveis que as aeronaves da USAF. O desempenho piorou comparado com as falhas de 65% dos mísseis AIM-9 e 45% do Sparrow. Das 137 vitórias aéreas do TAC, 42 foram com o canhão e praticamente todos em combate aproximado. Isso resultou no desenvolvimento de um caça superioridade aérea dedicado.

Após 1953 os caças tinham a função de interceptar bombardeiros ameaçando os EUA e os caças táticos tinham a missão de lançar bombas nucleares onde a penetração era mais importante que a manobrabilidade, a capacidade de carga mais importante que os armamentos, e o estado de alerta mais importante que a geração de saídas. A ênfase passou para ataque e não superioridade aérea no Comando Aéreo Tático (TAC). O F-15 reverteu tudo para superioridade aérea exclusiva.

Programa FX

A reação da USAF aos problemas no Vietnã foi o programa FX e finalmente um melhor treinamento para os seus pilotos de caça. O objetivo não era só dar uma vara de pescar melhor para pescar, mas ensinar a usar. Então formaram os esquadrões de agressores equipados com os T-38 e F-5E simulando os MiG-17 e MiG-21 e iniciaram os exercícios Red Flag.

Em fevereiro de 1965 foi iniciado o projeto para desenvolver o sucessor do F-4 Phantom mesmo antes da aeronave entrar em combate no Vietnã. Inicialmente foi proposto um mix de caças hi e low (sofisticado e simples). A ameaça dos interceptadores soviéticos foi considerada pior que o esperado. Seriam poucos caças de alta tecnologia para varrer os interceptadores do céu e vários caças de baixo custo para realizar as missões de ataque para submeter as tropas inimigas. O F-5 foi proposto para o papel ar-terra, mas o papel foi preenchido pelo A-7 Corsair II já que o F-111 foi desqualificado como caça. O novo projeto seria especializado em superioridade aérea priorizando as manobras ao invés da velocidade.

Em 1966, oito empresas responderam com cerca de 500 propostas considerando aviônicos, manobrabilidade, carga, raio ação e velocidade. Como os requerimento da época previam um FX com capacidade ar-ar e ar-solo os aviônicos seriam semelhantes ao FB-111, teria asas de geometria variável e propulsão por turbofan. Todos tinham um canhão Vulcan de 20mm e levavam quatro mísseis ar-ar de longo alcance semi-embutidos na fuselagem.Todos pensavam em um caça multifuncional e queriam vender para a USAF e a US Navy. Todas as propostas lembravam a TFX com asas de geometria variável, dois motores turbofan e aviônicos do F-111. Todos os projetos foram rejeitados.

Em 1966 entrou no projeto o Major John R. Boyd, que pode ser considerado o pai do F-15 e F-16, com a teoria de energia-manobrabilidade. Boyd desenvolveu uma fórmula matemática para definir o desempenho de um caça chamado de teoria da energia-manobrabilidade. O trabalho foi publicado em maio de 1964 e teve pouca atenção. Virou uma série de formatos de gráficos para comparar caças. Determinava quantos g´s um caça podia puxar ou quanto rápido muda a direção do nariz. Os gráficos podiam ser usados para determinar a forma externa de uma aeronave. Boyd usava computadores potentes da época e podia comparar com outras aeronaves. Podia definir as melhores táticas a partir de gráficos e determinar onde o caça teria vantagem sobre outro. Um caça podia até ser projetado para aproveitar as fraquezas de outro.

Boyd conseguiu simplificar os requerimentos de manobrabilidade para uma variável para comparar os caças com o uso de computadores. A teoria de Boyd ia além de puxar g's em combate, fazendo o combate sair da horizontal e passar a considerar também a dimensão vertical. Os pilotos já faziam isso na base da tentativa e erro, mas Boyd quantificou o assunto. Os estudos resultaram no requerimento de peso do FX baixando de 60 para 40 mil libras, uma razão de by-pass (BPR) do turbofan baixando para 1.5, relação peso:potência de 1:1 ou mais, e velocidade máxima de Mach 2.3. A carga alar também baixou em 25%. Boyd cortou a idéia de asa de geometria variável para diminuir o peso e complexidade.

O Major Boyd mostrou falhas no projeto FX e gerou novas lições. Usando princípios de tática de combate aéreo e a teoria da energia-manobrabilidade, Boyd mostrou que um caça precisa manter a energia cinética e potencial durante um combate aéreo para manter a agilidade. Para ser bom nas curvas um caça tinha quer ter baixa carga alar e menor que a do oponente para superá-lo. Outro fator é ter potência para compensar o arrasto nas manobras. O arrasto aumenta com o aumento do ângulo de ataque que aumenta quando o piloto quer fechar mais a curva. A potência tem que compensar o arrasto ou a aeronave irá desacelerar rapidamente. Uma aeronave que perde energia rápido devido ao arrasto nas curvas perde também a iniciativa no engajamento (por isso os MiG-17 era melhor que o MiG-21 em agilidade). A melhor aeronave em combate aéreo, sem considerar o piloto, é a com melhor relação peso:potência e menor carga alar, podendo acelerar e virar dentro da curva do adversário. O Vietnã mostrou que não era a aeronave mais rápida que vencia, mas a mais ágil, que acelera e subia mais rápido e com melhor posicionamento.

Após o F-86 Sabre os projetistas americanos diminuíram a área das asas para diminuir o arrasto e aumentar a velocidade. Parece bom no papel, mas os combates aproximados raramente passam de Mach 1.2 pois as armas e o combustível extra não permitia. Os combates ocorriam geralmente a baixa e média altitude onde era difícil voar muito rápido. Os combates aéreos no Vietnã ocorreram quase todos abaixo de 20 mil pés (cerca de 7 mil metros) e a menos de Mach 1.2. A maioria foi entre velocidades de Mach 0.5 a 1.0. Até mesmo o F-15 com três tanques externos e oito mísseis não passa de Mach 1,1.
O B-58 com o maior tempo de voo supersônico era de 7 horas total cumulativo e menos de 5% de um voo de rotina. Toda frota tinha 200 horas de voo supersônico.

Os estudos na NASA foram baseados em quatro configurações: asa de geometria variável, asa convencional com motores na fuselagem, asa fixa com motor nas asas e configuração similar ao do MiG-25 Foxbat que acabou sendo escolhida. A asa de geometria variável mostrou ser ideal para um caça embarcado e para relação peso potência 1x1 seria pesado.

Inicialmente foi proposto o uso de um motor turbofan com BPR de 2,2. Boyd queria no máximo 0,9 para facilitar o uso do pós combustor. Em combate a eficiência seria melhor que o consumo. Ficou em 0,7 mas outros estudos mostraram que 0,6 seria ainda melhor.

Graças a lobby de Boyd os contratantes ficaram indecisos se projetavam um caça bimotor grande ou um pequeno como o MiG-21. O FX podia ter sido bem menor se o MiG-25 não tivesse sido mostrado em julho de 1967. O MiG-25 foi projetado para interceptar o bombardeiro supersônico XB-70 e teve suas capacidades superestimadas. As simulações da época mostraram que o MiG-25 era bem melhor do que realmente era e que poderia voar ao redor do F-4. A USAF logo percebeu que precisaria de um caça para subir rápido. Queriam até que o FX voasse a Mach 3 o que era um requerimento que ia contra a manobrabilidade. O requerimento de superioridade aérea passou a ser a prioridade máxima para o FX com a capacidade ar-superfície se tornando secundária. Então foi lançado um segundo RFP (pedido de proposta) em agosto de 1967 deixando bem especificado que era para o desenvolvimento de um CAÇA. O projeto foi chamado F-X (Fighter - número desconhecido). O novo caça deveria subir rápido para ir atrás dos MiG-25 com um bom radar para detectar longo alcance e MiGs voando baixo.

A experiência no Vietnã mostrou que o MiGs podiam se esconder facilmente do radar no retorno do solo. A solução seria usar um radar Doppler com filtros para os retornos na mesma velocidade da aeronave seriam ignorados. Assim os alvos voando baixo poderiam ser visto no retorno do solo. Apenas os voando 90 graus em relação a aeronave não seriam vistos. Seria um ponto fraco que podia ser explorado (manobra beam). Outro problema era não dar informações de alcance, mas os novos computadores permitiram codificar os pulsos com sinal eletrônico e sincronizar a transmissão e o retorno de cada pulso. As novas tecnologias permitiam emitir um pulso e depois apenas ouvir por longa duração. A combinação de codificação de pulso e a mudança Doppler resultaram nos radares Pulso-Doppler com capacidade de determinar o alcance a longa distância até contra alvos voando baixo.

A USAF queria um caça monoposto pois um biposto seria uma aberração. A USAF só teve um operador dedicado no F-94 substituído pelo F-102 e F-106 já bastantes automatizados. A experiência no Vietnã também mostrou que as falhas nas comunicações e coordenação atrapalhava. Eram os radares em terra que avisava se havia MiGs na traseira e não dava tempo de trancar o radar. Cerca de 50 disparos de mísseis Sparrow foram perdidos por falha de comunicações entre os tripulantes na hora critica. Foi estimado que a eliminação de um tripulante diminuiria o peso máximo em 5 mil libras, mas na verdade a diferença do F-15A e F-15B era de 400 lb.

As teorias de Boyd ajudaram no projeto. Em 1967 o novo FX tinha um requerimento de peso máximo de 40 mil libras e Boyd mostrou que podia ser bem menos. Alguns civis no projeto ainda queriam adicionar a capacidade ar-terra como um radar de acompanhamento do terreno. Com as informações das experiências no Vietnã filtradas até a cadeia de comando acima as mudanças foram aceitas. O treinamento mudou, o F-4E com canhão foi usado em combate e queriam um caça dedicado para varrer os MiGs e permitia caças-bombardeiros atuassem impunemente. Em fevereiro de 1968, o TAC determinou que o substituto do F-4 seria um caça de superioridade aérea.

O requerimento não era para ser otimizado BVR pois ao aproximar no combate aproximado deveria ser bem manobrável para ter vantagem. Um problema era o tamanho. Testes da US Navy e USAF mostraram que caça pequeno tinha vantagem clara no combate aproximado como acontecia com MiGs no Vietnã.

Em setembro de 1968 já tinha sido determinado que o FX só deveria ter um piloto, raio de ação de 450km com combustível interno, boa visibilidade na cabina, dois motores, e boa capacidade no combate de curta e longa distância. A tecnologia HOTAS e HUD permitiria que o piloto lutasse em cenários onde deveria estar olhando para dentro da cabina. A designação seria F-15. Em dezembro de 1969 a proposta da McDonnel Douglas foi escolhida.

O armamento primário do F-15 seria o canhão e mísseis de curto alcance. Durante o projeto FX os mísseis estavam com má reputação com o Sidewinder tendo uma taxa de acerto de 18% e o Sparrow apenas 9% durante a Guerra do Vietnã. Em março de 1970 a General Dynamics, Hughes e Philco-Ford receberam um contrato para desenvolver o míssil ar-ar de curto alcance XAIM-82 para armar o F-15. O míssil foi cancelado em setembro de 1970 devido aos riscos, custos e pressão política. O F-15 continuaria usando o Sidewinder e o Sparrow.

Estudos do fim da década de 80 mostrou que o Pk do Sidewinder era de 50% enquanto o Pk do Sparrow era de 35% para a US Navy e 28% na USAF para os dois mísseis o que era considerado suficiente. A discrepância seria devido a fato da USAF engajar mais alvos pequenos e ágeis enquanto a US Navy atua mais em cenários com ameaça de aeronaves de longo alcance. Na década de 80 também foram iniciados projetos de novos mísseis como o AMRAAM e ASRAAM. Vários aviônicos do FX foram cancelados para diminuir os custos como a mira montada no capacete, o sensor TISEO e o mostrador de mapa móvel. Os custos de desenvolvimento do F-15 cobriam o desenvolvimento do motor, radar, canhão e aviônicos (guerra eletrônica e INS) que seriam base para outras aeronaves. O motor foi usado pelo F-16.

F-15 Eagle

O F-15 provou sem bem fácil de voar e bastante manobrável. Fazia uma curva sustentada a 16 graus por segundo. A velocidade de pouso era de 120 knots. A vida útil era de 4.000 horas ou 300% maior que a do F-4. O tamanho estava relacionado com as dimensões dos abrigos reforçados criados para abrigar os F-4.

O Computador Central era um  IBM CP-1075/AYK de 21kg, 16.3 k de memória, expansível para 34 kb e 24,6k, para lembrar o envelope de armas (ar-ar e ar-solo) e o desempenho da aeronave. Fazia 340 mil instruções por segundo para converter os dados dos subsistemas em informações que podiam ser lidas pelo HUD, VSD e HSI. O Computador Central era responsável por eliminar o segundo tripulante. O Computador Central determinava o envelope WEZ (Weapon Engagement Zone) dos mísseis Sparrow e calcula continuamente a Dynamic Launch Zone (DLZ) em tempo real. Também tinha gravado os dados balísticos de armas ar-terra por insistência de especialistas civis da USAF. O computador foi adaptado para simular o AIM-9L no AIMVAL e ACVEAL em 1977. As versões de produção tiveram o Computador Central modernizado com memória de 24,6 k para aceitar dados do AIM-9L. A interface do Computador Central é feita com 14 sistemas internos da aeronave liberando o piloto no trabalho de usar as armas.

O A-7 Corsair foi o primeiro caça equipado com um HUD mostrando a velocidade, altitude, direção, indicações de pontaria canhão e armas ar-terra. O HUD do Eagle foi um passo a frente com o designador do alvo ajudando a apontar os olhos do piloto até a presa. O Computador Central também sobrepõe no HUD dados de pontaria de mísseis como DLZ e WEZ além de altitude do alvo, direção, velocidade, razão de aproximação, angulo de aspecto e carga g, dicas de ECM do radar, dicas de disparo e outros dados. A DLZ indica o alcance máximo ótimo e mínimo dos mísseis.


Imagem do HUD mostrando o ala se aproximando do líder que está soltando trilha de condensação. O líder pode ser visto no TD (Targed Designator) que também indica o piloto onde olhar para fazer a identificação visual.

O radar é o APG-63 operado na banda X de 8 a 12 GHz otimizado para o combate ar-ar. O radar APG-63 usa PRF alto contra alvo voando baixo e PRF médio para disparo de armas, podendo acompanhar alvos em diferentes distâncias, formação, velocidade de aproximado e altitude em relação a aeronave. Pode interrogar os alvos com o IFF APX-76 IFF. Contra alvo em perseguição muda de PRF de alto para médio automaticamente diminuindo as fraquezas dos radares anteriores. O radar do F-4 detectava um alvo a 40nm no modo de busca e tranca a 10nm sem capacidade de olhar para baixo. O APG-63 detecta um caça a 80nm e olha para baixo e detecta a 40nm. O volume busca é 4,3 vezes maior que o radar do Phantom.

A imagem  mostrada é "limpa" com simbologia simples de ler no VSD. O radar tem dois computadores sendo um processador de sinais (DSP) e um processador de dados do radar (RDP). O DSP interpreta os dados e passa para o RDP. Vários filtros eliminam os ruídos do solo. O RDP constrói dados de acompanhamento, história de contatos radar para extrapolar posição futura se o sinal for perdido e ajudar a readquirir alvos perdidos. Depois passa os dados para o Computador Central que gera a simbologia no VSD.

Como o piloto não precisando ler a tela bruta de radar pode passar mais tempo de cabeça para cima, olhando para fora da aeronave e apenas dando olhadas na tela do radar. O piloto não precisa ser treinado na interpretação de dados bruto do radar.

O Computador Central mostra dados no VSD em formato "B-Scope", ou visão de cima para baixo mostrando alcance versus azimute com informação digital mostrada próxima do blip do alvo e análogo ao "barra de alcance" na borda da tela.


Simbologia do radar no VSD dá ao piloto uma imagem "limpa" sem o retorno do radar. O circulo é o ASE (Azimuth Steering Error) que indica quando um míssil pode ser disparado. O piloto tenta colocar o alvo no centro para aumentar a probabilidade de acerto. Os símbolos ao redor são parâmetros do radar, alvo e a direita fica a  Dynamic Launch Zone (DLZ) da arma selecionada. Duas barras indicam o alcance máximo e mínimo do míssil na DLZ. .A imagem mostra uma velocidade de aproximação de 995 knots. O símbolo "IN RNG" mostra que o está no alcance letal do míssil mas o míssil foi disparado e mostra o tempo até atingir o alvo. Com melhorias no Computador Central passou amostrar mais dados no VSD.

O modo primário ou "radar look" é o Long Range Search (LRS) otimizado para barras de varredura alternando de médio e alto PRF com alcance de até 160nm. Com dois PRF melhora a capacidade de detectar alvos voando baixo, aspecto traseiro e manobrando. O modo SRS (Short Range Search) usa apenas o PRF médio, aumentando o volume vertical e mostrando alvos apenas no curto alcance até 10nm. O objetivo é encontrar alvos que passaram pela LRS e se aproximaram ou então foram passados por outro membro da formação por falha no disparo de armas ou alvo de maior ameaça. O modo VS (Velocity Search) ou busca de velocidade é o modo de longo alcance com PRF alto e apresenta alvos no modo de aproximação em relação a azimute. O VS é otimizado para detectar alvos rápidos como o MiG-25. O Pulso é um PRF baixo usado para alvos voando alto.  

A aquisição pode ser manual ou automática colocando o radar em Single Target Track (STT). No modo manual o piloto usa os botões do TDC (Target Desigator Control) no HOTAS do manete de potência para colocar o símbolo no alvo de interesse no VSD e escolhe o modo STT.

O modo de aquisição automático (Auto Acq) são o autoguns, supersearch (SS), Boresight (BST) e Vertical Scan (VS), todos em alcance de 10nm. Todos procuram alvos e trancam no primeiro que encontrar sendo usados no combate aproximado contra alvos manobrando. O Auto-guns é escolhido automaticamente ao se escolher o canhão como arma. Em curvas o radar busca automaticamente dentro da curva mas pode procurar abaixo sem avisar. O outros modos são usados quando o piloto tem contato visual com o alvo e apenas quer apontar o radar. Se o alvo está a frente o piloto aponta a aeronave e escolhe o modo SS. Se o alvo manobra contra um aeronave amiga escolhe o modo BST com um cone 4 graus para apontar com certeza para o inimigo. O modo VS é usado em manobras de combate varrendo 5 a 55 graus acima do nariz dentro do circulo da curva.

Outros modos são o Manual Track com padrão de busca mais apertado para tentar evitar acionar os sistemas de guerra eletrônica do inimigo. O Visual Identification é o contrario trancando e indicando no HUD e VSD um perfil para interceptar terminando baixo e atrás da asa do alvo facilitado a identificação. O Beacon é apenas para receber permitindo vetorar a aeronave até outra aeronave como uma aeronave REVO. O sniff é apenas para ouvir detectando plataformas jameando e outros radares. O Flood mostra apenas a distancia até 2nm com pulso PRF alto para disparo de mísseis AIM-7.

Os modos ar-terra são o mapeamento, PPI (Plan Position Indicator) para alcance alvo até 10nm e indicando simbologia CCIP. A capacidade ar-terra foi adicionada sem retirar as amas ar-ar ou mudar as funções do radar. Todos os itens como radar, Computador Central, VSD e HUD trabalham junto para a pontaria ar-terra sem atrapalhar a capacidade ar-ar.

O Ault report de janeiro de 1969 estudou a atuação dos pilotos de caça no Vietnã. Descobriu 242 razões para falhas no Vietnã do Norte. Entre elas estava a demora de 5,2 segundos e 12 apertos de botão para disparar um míssil Sparrow. Era o suficiente para o piloto passar de VIDed (identificou o alvo visualmente) para dentro do alcance mínimo do míssil. Então o Mig iniciava o combate no "merge", passando um pelo outro, e iniciando o dogfigth. Com o AIM-9B só era possível disparar por trás e era inútil já que o F-4 raramente conseguia pegar por trás após iniciar o combate como descrito. Então a ergonomia caótica do F-4 seria um dos motivos. Os dados foram passados para o projeto FX. O F-15 foi projetado para o piloto procurar, detectar, VID pelo TD box no HUD, adquirir, disparar e se aproximar sem tirar as mãos das manetes. Assim nasceu o conceito HOTAS (Hands on Trottle and Stick) ou mão nas manetes e manche. O piloto não precisava mais olhar para dentro da cabina durante o combate com todos os botões necessários ao alcance das mãos. Depois foram adicionados botões para lançar contramedidas flare e chaff.

Com o Weapon Selection Switch o piloto escolhe os modos MRM, SRM e Guns (Sparrow, Sidewinder e canhão) e automaticamente os botões dos modos de radar. Era preciso treinar muito "pitocologia" e era como tocar piano no calor da batalha. Os controles do radar têm botões de formas diferentes para poder usar sem olhar. O piloto sabe pela posição que está acionado.

O radar do F-106 tinha um sistema HOTAS bem simples, mas era tudo manual e o piloto ficavam muito tempo olhando para a tela de radar. A tela não dava informações de velocidade, altitude, direção e velocidade de aproximação sendo tudo estimado. No APG-63 é tudo automático.

O TEWS (Tactical Electronic Warfare Suite) era o ouvido do Eagle. Sem o Computador Central para interpretar várias fontes de dados seria difícil usar toda a capacidade do Eagle.

O TEWS era formado por quatro itens independentes e integrados para trocar informações: o alerta radar (RWR), o Internal Coutermeasures Set (ICS) ALQ0-135 para interferir nas ameaças, o ALE-40/45 CMD (Countermeasures Dispenser) adicionado na modernização de meia vida para contrapor mísseis no ar, e o radar.

O ICS faz deception e noise contra radares de guiamento de mísseis SAM e artilharia antiaérea e alguns radares de caça como o do MiG-25. Cobre a banda H/I/J e 6 a 20 GHz nos primeiros modelos. Enquanto o RWR dá alerta o ICS atua silenciosamente. Foi instalado internamente não precisando ser levado em casulo. O RWR mostra azimute e distância estimada. Dá alerta de áudio para o piloto se não poder olhar o TEWS.

Todos estes sistemas conversam entre si. Se o ICS detecta uma ameaça pode jamear e informar ao radar para ficar menos sensível a jamming e informa o RWR para avaliar as emissões ao redor. Se o RWR detecta a ameaça primeiro pode informar os outros para iniciar o jamming e o mesmo com o radar.

O sistema de identificação eletrônica (EID - Electronic ID) usa três sistemas com o EWWS, o AAI e modos de radar NCTR. O NCTR (pronuncia nectar), ou Non-Cooperative Target Recognition, é resultado direto dos novos computadores VHSIC. O NCTR permite identificar o alvo com o radar bem antes de ser detectado ou antes do inimigo poder usar usas armas. Funciona analisando o retorno de radar do compressor do motor e pás das turbinas e compara com dados de biblioteca de ameaça. Inicialmente podia armazenar 14 ameaças. Também armazena os dados de aeronaves amigas e as vezes ocorrem ambiguidades. O NCTR virou uma nova camada na matrix EID e foi usada na Desert Storm e Allied Force.

O AAI (Air-to-Air Interrogator) é o IFF (identificador amigo-inimigo). O EWWS (Electronic Warning Warfare Set) AN/ALQ-128 é um derivado do APX-80 Combate Tree da guerra do Vietnã.


A antena do EWWS (Electronic Warning Warfare Set) fica instalada nas bochechas do F-15 logo abaixo da cabina.       

O modelo F-15C tinha muitas melhoras. O radar recebeu um Programable Signal Processor (PSP) podendo ser reprogramavel com uma fita de gravador. A memória aumentou para 96 k o que permite o radar lembrar a localização e vetor do alvo enquanto procura outro e pode transferir o trancamento de um alvo para outro. O radar recebeu novos modos como o DBS (Doppler Beam Sharpening), RAM (Raid Assessment Mode) de alta resolução, o GMTI para detectar alvos móveis em terra além de ter capacidade de contra-contramedidas eletrônicas melhorado. O modo DBS permite ver detalhes em modos de mapeamento do terreno. O RAM permite saber a formação de vários contatos voando próximo. O Computador Central CP-1075 foi modernizado para 34K de velocidade. Pode ser reprogramavel e já antecipando a chegada dos modelos de mísseis AIM-9M e AIM-7M. O computador passou a dar alerta aural de indicação de aproximação de máximo "g". A 85% da força "G" permitida inicia o alerta de baixa frequência (4 beps por segundo). Em 92% vai para 10 bps  chegando ao limite é continuo e a "bitchin betty" anuncia "over g, over g" e continua até o piloto diminuir.

A aeronave recebeu dois novos rádios. Um é o Have Quick com capacidade de contra-contramedidas eletrônicas e salto de frequencia e o KY58 com voz criptografada evitando ser escutado.

A cabina recebeu uma nova interface colorida MPCD (Multi-Purpose Colour Painel) que substitui o painel de armamento, informa o funcionamento do ICS (se funciona e se está jameando) e a carga de chaff e flare. Foi planejado para usar com o datalink JTIDS no futuro. Também recebeu um cartucho DTM podendo passar as coordenadas direto do planejamento de missão para a aeronave sem ter que digitar as coordenadas na cabine. O DTM também armazena informações para a manutenção como falhas e sobrecarga G.

O motor F-100 sempre foi sempre um problema. Já no inicio era a bomba combustível que teve que ser reprojetado. Até 1979, 1.100 motores foram produzidos. A reforma era mais frequente que o esperado ficando com mais aeronaves que motores ou "buracos na aeronave que motores em aeronaves". No fim do ano apenas 35% da frota voava.

A maioria dos problemas era por problemas de stall, fadiga térmica nas pás devido a mudança rápida de potência e uso do pós combustor. A vida útil era contada mais pelos ciclos de mudança de potência de 73% para 90% da potência. O motor foi projetado para 3.530 ciclos por mil horas de voo, mas devido ao treinamento de combate aéreo a média era de 12.500 ciclos ou quatro vezes mais que o esperado. Na primeira inspeção de 100 horas esperavam que 20% das pás do motor estivessem condenadas, mas era de 60%. As compra de peças de reposição foi baseada nos motores TF30 do F-111 e logo acabou. O resultado foi aeronaves novas no pátio sem motores incluindo o F-16 que usava o mesmo motor. A solução foi diminuir a temperatura do motor em 80 graus e consequentemente a potência.

Em junho de 1978 ocorreu a primeira perda por stall do compressor. Os dois motores pararam e não religaram. A maioria dos stall foi por fluxo turbulento em grande angulo de ataque durante o treinamento de combate aéreo. A entrada de ar ajudava a piorar a pressão. A pressão no pós combustor aumentava e o escape do motor não abria para evitar o aumento explosivo da pressão. O fluxo na frente alterava e a pressão vinda de trás fazia o motor parar. A temperatura aumenta muito e tinha que resfriar para religar. O fabricante modificou motor para evitar stall e todos foram modificados.

A versão F-100-220 tinha 380 lb a menos de potencia e controle digital para diminuir o desgaste, melhorar o consumo e a vida útil. Os kits de modernização começaram a ser entregues em 1997.

Para interceptar o MiG-25 o piloto pode acionar um botão que aumenta a potência em 4% por 6 minutos com uma mistura de combustível mais rica. A temperatura do motor aumenta em 22%. A potência extra só pode usada por no máximo 60 minutos por motor no total e nunca em treinamento.

VFX e LWF

Em 1968, junto com o lançamento do pedido de proposta do FX, a US Navy passou a estudar o projeto VFX já insatisfeita com o TFX. Em 1968 também apareceu a proposta do F-XX para um caça mais leve e barato com peso máximo de 25 mil libras (11 toneladas). O F-XX poderia ter uma versão VFXX naval, mas a US Navy não se interessou. A USAF também estava insatisfeita com as limitações do F-5 e a experiência ruim com o F-104 no Vietnã.

Em 1971 o F-14 e F-15 foram comparados para um serem um caça  comum para a USAF e US Navy. Já a opção de caça mais leve levou ao F-16 e ao F/A-18 germinando em 1971.

Os estudos com o F-XX continuou com o Advanced Day Fighter (ADF) e depois virou o "Lightweight Fighter (LWF)" em 1972 para uma opção mais barata e simples que o F-15. Na época foi observado que o motor turbofan poderia aumentar o alcance dos caças mais leves. O projeto foi adiante com o YF-16 e YF-17 concorrendo para o programa. Em 1974 os caças foram testados contra aeronaves da USAF e US Navy como o Cessna A-37B Dragonfly, Convair F-106 Delta Dart e F-4 Phantom e contra caças soviéticos como o MiG-17 e MiG-21. Os caças não competiram entre si em combate aéreo. Contra o F-4 o YF-16 conseguiu três kill na mesma missão e o F-4 teve que pousar para reabastecer. Depois de decolar o F-16 ainda estava esperando. O YF-16 era melhor em todos os requerimentos e foi escolhido em 1975 para o programa "Air Combat Fighter (ACF)".

O F-16 seguia o princípio da simplicidade. O F-15 tinha um motor maior para voar mais rápido e ima fuselagem maior para mais combustível. O F-16 tinha menos arrasto para conseguir mais velocidade, conseguia maior alcance com uma motor mais econômico, e tinha melhor relação peso:potência diminuindo o peso e não só aumentando a potência. O F-16 tinha o mesmo coeficiente de arrasto do F-4 mas na pratica era 1/3 do arrasto total, ou 1/5 em curva. Mas era denso, com espaço interno 10 vezes menor que o do F-15, e não tinha espaço para nada.

Como uma baixa carga alar significava arrasto e curto alcance, e uma relação peso:potência alta significa curto alcance, passaram a se preocupar com a fração de combustível. Apesar de levar menos combustível o F-16 tem uma fração de combustível maior que o F-15 e com o tanque interno apenas consegue ir mais longe. O F-15 sempre leva tanques extras, mas podem agüentar manobras de 9 g's e não precisam ser alijados.

Os pilotos gostavam de voar no F-104, mas pouco capaz e tinha curto alcance. Pensavam que F-16 seria o mesmo devido ao tamanho. Colocando bombas, tanques extra e casulos de guerra eletrônica o arrasto do F-16 simplesmente dobrava. O F-16XL diminuiu o arrasto com bombas em 63%. As melhoras de alcance e velocidade de cruzeiro não eram necessários no cenário europeu, era pouco necessário no Oriente Médio e menos ainda no Sudeste Asiático.

As aeronaves da USAF foram projetadas para atuar principalmente no cenário europeu com os cenários no Oriente Médio e Ásia sendo mascarados pelos cenários europeus. O alcance do F-16 era adequado ou superava todos estes cenários. Mais de 90% dos requisitos eram para os cenários europeus.

O F-16 faria uma combinação de caça leve e caça médio com o F-15. A US Navy escolheu o YF-17 como base para o seu caça leve que se tornou o F/A-18 que substituiria os F-4 e A-7. Em 1986 era planejado a compra de 3.047 caças F-16 pela USAF.

A história mostra que todo caça acaba virando aeronave de ataque, mas não o contrario. O F-16 chegou a competir com o F-15 para uma proposta de um ETF (Enhanced  Tactical Figther), depois chamado DRF (Dual Role Fighter) para complementar e depois substituir o F-111. O Tornado europeu participou da concorrência mas foi logo eliminado devido ao curto alcance e desvantagem política. O F-16XL competiu com o F-15E Strike Eagle e perdeu por ser mais caro de desenvolver (US$ 470 milhões contra US$270 milhões). O F-16XL seguia o mesmo principio de simplificação para ter o desempenho de um caça mais pesado. A USAF escolheu o F-15E em 1984 e comprou 236 aeronaves até 1998. O F-15 já tinha disparado mais de 1.000 bombas durante sua avaliação operacional.

Com o passar do tempo o F-16 sofreu modernizações sucessivas passando de caça leve de combate aproximado visual para caça médio multifuncional com capacidade qualquer tempo.

Requerimentos Russos

A guerra aérea no Vietnã mostrou que o combate aproximado ainda era muito importante, antes considerado um dinossauro. Já os combates BVR foram limitados. A reação russa só chegou mesmo com o MiG-29 e Su-27. O MiG-29 foi projetado para o cenário europeu da Guerra Fria onde operaria de bases de dispersão avançadas para conseguir superioridade aérea no campo de batalha. Teria função secundária de escolta de curto alcance e ataque ao solo. O MiG-29 é uma aeronave extremante manobrável, com boa visibilidade na cabine e o canhão ficou muito preciso com apoio do radar e do IRST. O HMS junto com R-73 o colocou na frente dos caças ocidentais até o fim da década de 90 compensando o treinamento inferior ao da OTAN. O radar dava alguma capacidade BVR mas era ainda muito inferior se comparado com o AMRAAM ocidental.

Foi a Guerra dos Seis Dias em 1967 que levou os russos a darem mais importância a aviação tática o que levou ao desenvolvimento do MiG-23 para superioridade aérea e o MiG-27, Su-24 e Su-25 para apoiar tropas e atacar alvos bem defendidos próximos a linha de frente. Antes os russos priorizavam caças defensivos, bombardeiros e mísseis balísticos ofensivos.

Os russos também tinham seus projetos segundo o conceito de "requirement pull", com um projeto criado para contrapor ameaças que aparecem. Já o ocidente faz "technology push", pesquisando novas tecnologias intensivamente e aplicando nos caças. Um bom exemplo são radares "look down/shoot down" dos caças ocidentais desenvolvidos bem antes da URSS ter aeronaves com capacidade de penetração rápida a baixa altitude a noite. Esta capacidade entrou em operação com o radar AWG-9 do F-14. Os russos só desenvolveram esta capacidade no meio da década de 70 com a entrada em serviço do F-111 e B-1. Outro exemplo é o MiG-25 para contrapor o XB-70 e o caça-bombardeiro tático MiG-27 projetado a partir das lições da guerra do Vietnã e conflitos árabe-israelenses.

Foi apenas na virada da década de 70 para 80 que iniciaram pesquisa proativa que resultou no MiG-29 e Su-27 equipados com novas tecnologias como o HMS, IRST, TVC, supermanobrabilidade e capacidade de operar de forma mais independente de radares em terra.

Engajamentos

Durante a Guerra do Golfo o controle do ar pela coalizão foi total, fora a baixa altitude devido a artilharia antiaérea e aos mísseis portáteis e em locais bem defendidos como ao redor de Bagdá e da Guarda Republicana.

A qualidade dos pilotos iraquianos era questionável, mas o potencial não podia ser subestimado. As varreduras, CAPs e os ataques as bases aéreas foram usados para neutralizar a força de caças. A coalizão realizou 160 saídas para cada saída do Iraque. As missões incluíam varredura pré e pós ataque para cobrir a rota de ingresso e egresso dos pacotes de ataque, varredura pura, escoltas acompanhando pacotes, escolta de unidades de alvo valor e BARCAP. Era uma média de 340 saídas ar-ar por dia ou 14.500 saídas no total

A maioria dos voos iraquianos foi defensiva ou para fugir. Com o dobro de aeronaves de combate baseadas fora da cobertura radar da coalizão, no centro do Iraque, podem ter voado mais.

As primeiras emboscadas iraquianas foram bem preparadas. A descrição dos combates pelos pilotos coalizão mostrou que os pilotos iraquianos não tinham boa consciência da situação. Dependiam muito do apoio de radares no solo (GCI) e não tinham iniciativa. Os pilotos derrubados não reagiam quando trancados por radar e geralmente faziam poucas manobras defensivas. Geralmente mergulhavam tentando atrapalhar a capacidade Pulso-Doppler e nem sabiam que eram radares bons para acompanhar alvos voando baixo. Na primeira noite as CAPs foram orientadas a esperar a reação após as primeiras ondas de ataque onde haveria mais confusão. Os iraquianos atacariam baixo para tentar surpresa contra os pacotes voltando da missão.

Os iraquianos realizaram apenas duas ofensivas com dois Mirage F1 em 24 de janeiro no Golfo que foram derrubados. A fuga para o Irã iniciou no dia 25 de janeiro com 24 aeronaves. Três dias depois a Coalizão iniciou as BARCAP e em nove dias pararam de fugir. Voltaram a fugir 11 dias depois.

Os árabes têm visão diferente do uso do Poder Aéreo. Já na guerra Irã-Iraque os dois lados não tentavam conquistar a superioridade aérea ou eram tentativas modestas. A principal arma defensiva eram a artilharia antiaérea e os mísseis SAM.

Nas conversas com pilotos árabes que treinaram com os iraquianos confirmaram que era poucos pilotos bons. Uma mão cheia no máximo. A estratégia passou a ser intimidar com varredura de caça nas principais bases. Derrubando os caças que decolassem os outros ficariam intimidados e não decolariam. Não decolar repetiria o padrão de evitar baixas já imposta por Saddam.

Apenas 27% das forças da USAF foram deslocadas para Golfo, mas eram 75% da força de SEAD, quase todos os F-117 e todas as aeronaves com capacidade de disparar armas guiadas. A força de reabastecimento em voo enviou 46% da frota e a de transporte 80%. Gastaram 63% do estoque de bombas guiadas a laser, 43% das bombas em cacho e 52% dos mísseis HARM. Foram enviados 300 mil toneladas de bombas para o Teatro de Operação e menos de 1/3 foi usado. Sem o fim da Guerra Fria não poderiam montar tal campanha.

A USAF deslocou 126 caças F-15C para o Golfou sendo 28% da frota da USAF. Realizaram 5.667 saídas ofensivas e defensivas mais 2.080 saídas dos Eagles sauditas. Os F-15 estavam baseados em Prince Sultan, Dhaharan (71 TFS e 27 TFS) e Tobuk (58 TFS e 53 TFS). As bases ficavam bem longe da fronteira e os caças tinham que voar 1 hora só para encontrar o REVO. As missões podiam durar até 10 horas rotineiramente por isso. A duração média das saídas era de 4 a 9 horas ou o oposto das missões curtas nos treinamentos. Os Eagle apoiavam as HVACAP, e faziam varredura e escolta. Com os caças iraquianos não reagindo passaram a atuar mais como HVACAP e depois CAP evitando a fuga para o Irã. Voava sempre em dupla ou esquadrilha. As formações mais usadas eram a trail, offset trail e line abreast para varredura e proteção. Eram sempre apoiados pelos E-3 Sentry AWACS. No total foram 31 kills sendo 23 com o AIM-7M Sparrow e oito com o AIM-9M. Não dispararam o canhão em combate, mas um Eagle atingiu um IL-76 em terra com o canhão.

A 58 TFS usava a abordagem "hard crew" com os pilotos voando sempre junto em três esquadrilhas nos primeiros 10 dias da guerra em operações ofensivas e o resto em missões defensivas e HVACAP protegendo as aeronaves de REVO, AWACS e aeronaves de reconhecimento orbitando a fronteira. As operações ofensivas penetravam bem dentro do Iraque. O 58 TFF tinha vários pilotos graduados da escola de armas táticas (FWS) graduados e eram bem treinados com experiência recente na Red Flag. Já a 1 TFW e a 53 TFS usavam tripulações divididos nos que operavam apenas de dia e noturnos em toda a guerra. A vantagem era usar a equipe noturna para planejar a missão do próximo dia enquanto a equipe diurna dormia e vice-versa.

Os E-3 Sentry da USAF tinham a função de AWACS (Airborne Warning and Control System). Os E-3 apoiavam as operações de Interdição Aérea, reconhecimento, carga,  apoio aéreo, além da defesa aérea. Foram deslocados 11 aeronaves E-3 para a região até o inicio da guerra mais outros três operando na Turquia. No primeiro dia, operando na Arábia Saudita, havia três E-3 operando avançados e um na retaguarda além de um no sul da Turquia. Um dos E-3 voava mais ao sul tendo função primária de retransmissão de comunicações e apoiava as operações de REVO. Esta configuração foi mantida permanentemente. As vezes voavam mais dentro do Iraque para cobrir mais ao norte contra alvos mais profundos. As CAPs de F-15 estavam sempre próximas. Foram 682 saídas apoiando todas as saídas incluindo o pré e pós strike e o REVO. No total foi uma média de 2.240 saídas controladas por dia ou mais de 90 mil saídas na guerra. Os E-3 detectavam inimigos, controlavam os caças e davam o quadro geral de longo alcance para os comandantes em terra e no ar. Atuaram como nó de datalink e para todos os serviços. Os dados eram passados para o RC-135, ABCCC, ATCC e E-2 por datalink.

A US Navy enviou 29 E-2C Hawkeye operando embarcados. Realizaram 1.183 saídas em 4.790 horas de voo. Coordenavam as mudanças de comunicação, consciência da situação para a coalizão e eram radar de reserva. Sem terem capacidade REVO ficaram limitados em termos de alcance e autonomia.

Os F-14 Tomcat da US Navy fizeram as mesmas missões do F-15 voando missões de varredura, escolta, CAP e defesa de frota. Também realizaram missões de reconhecimento com o casulo TARPS. No primeiro dia voaram varredura com os F-15 quando podiam disparar seus mísseis Phoenix no alcance máximo. No Golfo faziam BARCAP para proteger os navios. No final fizeram CAP para interceptar os caças iraquianos fugindo para o Irã. Foram 109 caças F-14 deslocados para  região voando 4.005 saídas sendo 2.802 saídas defensivas, 607 ofensivas e 290 de reconhecimento. Um F-14 foi derrubado e realizaram apenas seis interceptações com um helicóptero derrubado.

Os pilotos dos Tomcats sempre tentavam provocar os iraquianos, mas sabiam o que ia acontecer depois da experiência contra os Tomcats iranianos e não decolavam. Os iraquianos conheciam bem a freqüência de operação do radar AWG-9 e fugiam sempre. A radiação era tão potente que saturava o RWR. O radar foi apelidado de "repelente de iraquianos". A USAF também tinha frente no planejamento das Patrulhas de Combate Aéreo e pegava as melhores posições para seus caças F-15 e as bases ficavam mais próximas. Os controladores de caças nos E-3 eram outro meio de direcionar os F-15 e tirar F-14 do lugar onde havia caças iraquianos. Os pilotos dos Tomcat também não estavam treinados para operações combinadas como os da USAF.

Os Tomcats foram apelidados de Tomkitty ou Turkey pelos pilotos de F-15. Era dócil e fácil de derrubar. O radar trabalha com a técnica spotlight quando muda o feixe de alvo para outro e depois reinicia. Se o alvo muda a trilha de voo e sai do volume spotlight, o radar se torna idiota e erra o disparo do AIM-54. No combate BVR bastava realizar uma curva de 30 graus e descer para negar o poder do Phoenix. A asa de geometria variável também indicava a velocidade: "estou a Mach 0,9, desacelerei, estou bem sem energia venha me pegar". O motor era fraco para dogfight.

Os Tornados F3 ADV da RAF faziam escoltas para as aeronaves de ataque britânicas enquanto os 12 caças Mirage 2000C franceses fizeram CAP defensiva na fronteira da Arábia Saudita. Os Tornado F3 da RAF faziam mais patrulhas defensivas dentro de área amiga pois seus sistema de IFF eram inadequado. Quando atacavam os iraquianos fugiam sempre até pousar em segurança.

Os F-15E tiveram várias oportunidades de conseguir um kill no inicio da campanha aérea. As regras de engajamento citavam que deviam chamar os Eagle em caso de necessidade. Os F-15E geralmente se desviavam de contatos próximos. No fim do conflito tomaram a atitude de derrubar os inimigos na ida até o alvo para não reencontrar na volta, mas não foi usado na prática. Alguns passaram a levar o AIM-7 para isso. Nas missões de longa distância os Eagle não tinham escolta e sempre levavam o AIM-7 para auto-escolta.
 
O primeiro kill do F-15E foi em 14 de janeiro de 1991. Um par de F-15E foi chamado para ajudar uma equipe de forças de operações especiais em perigo. A 80 km de distância conseguiram contato radar e apontaram o LANTIRN para o local. Com o LANTIRN viram três helicópteros próximos da posição da equipe em terra. O F-15E disparou uma bomba GBU-10 a 10km de distância que levou 30 segundos para atingir o Hind. A demora foi tanta que os pilotos pensaram que não atingiu ou falhou em explodir e prepararam o disparo de um Sidewinder quando viram o Hind vaporizar. A equipe em terra estimou que o Hind estava a 270 metros do solo quando a bomba o atingiu. Ao tentar atacar o segundo Hind passaram a se preocupar com o combustível e a presença de helicópteros de resgate no local. Com o mau tempo tiveram que usar o radar. Após o cessar fogo os F-15E passaram a apoiar a zona de exclusão no norte. Em uma ocasião viram um Mi-24 atacando civis. Fizeram passadas rápidas e apontaram o laser do LANTIRN para a cabine. Um Hind pousou e outro caiu.

Conhecer bem o inimigo é importante para sobreviver. Conhecer as fraquezas e pontos fracos e como combatem dá vantagem durante o combate. Os pilotos de F-15 foram aconselhados a não entrar em combate aproximado com os MiG-29 pois era superior nas manobras.

Saddam investiu pesado na sua Força Aérea para dar capacidade de lutar pela superioridade aérea, repelir assaltos terrestres e atacar alvos estratégicos. Os dois esquadrões de Su-24 eram os mais temidos pela coalizão podendo criar ataques devastadores contra tropas e alvos no mar além de poder lançar armas de destruição em massa contra Israel.  As bases destas aeronaves foram as primeiras a serem atacadas. Outras aeronaves de ataque eram os Tu-22, Tu-16, Su-20/22 e MiG-23BN. Devido ao atrito que tiveram contra o Irã não podiam montar muitas ações como a Coalizão. O Mirage F1 era um caça-bombardeiro podendo ser armado com bombas até mísseis AS30L e Exocet e até mesmo mísseis Super 530. Os 22 caças MiG-25PD eram os mais temidos pois podiam ameaçar meios de alto valor com o AWACS, Rivet Joint e JSTARS. O MiG-29 não recebeu os mísseis AA-11 e AA-10 e o radar era uma versão degradada. Os pilotos de MiG-29 ainda estavam sendo convertidos e os melhores eram dos Mirage F1. A USAF esperava perder vários Eagles pois os pilotos Iraque tinham experiência de combate.

A coalizão considerava o Mirage F1 o caça iraquiano mais eficiente, mas o Iraque só o usava para ataque. Os iraquianos tentaram dois ataques com o Mirage que falharam e não voou mais. Os iraquianos estudaram usar o Su-24MK contra Israel, mas os pilotos acabaram é fugindo para o Irã diante dos ataques da coalizão. No geral eram 120 caças iraquianos especializados em defesa aérea contra centenas aeronaves da coalizão com boa capacidade de combate aéreo.

O Mirage F1C foi desenvolvido ao mesmo tempo em que o F-15 entrando em operação em 1974. Leva um míssil Matra R530 na fuselagem e dois mísseis Magic. O radar Cyrano IV era Pulso/Doppler podendo ser Pulso ou Doppler (olha para cima ou sem distância olhando para baixo). A capacidade era semelhante ao MiG-23. O radar era considerado similar. Um piloto de F-15 voou no acento traseiro e em três engajamentos só detectaram um  alvo uma vez. O R530 era um "bomber destroyer" e se os pilotos encontrassem um caça alijariam o míssil. Nos treinos contra o F-15, se os Eagle iniciavam na ofensiva, conseguiam uma posição de tiro após uma curva de 180-270 graus. Iniciando na defensiva os Eagle conseguiam reverter a posição facilmente e disparar o canhão na maioria das vezes. O míssil Magic tem capacidade circilinear saindo para fora da curva e quando o piloto pensa que vai ultrapassar o míssil completa o arco e vai em direção ao alvo.

Os pilotos da USAF conheciam bem os MiG-21 e MiG-23 iranianos. No programa Constant Peg a USAF operava com 12-16 MiG-21 e 4-8 MiG-23 pilotados por pilotos da USAF e US Navy. Todos os pilotos de 1978 a 1988 treinaram contra estes MiGs. No inicio dos combates não sabiam que eram MiGs. O radar do MiG-23 era radar considerado similar ao F-4 e o míssil AA-7 similar ao Sparrow. A capacidade de combate era mínima como a do F-111. Nos treinos a autonomia era pouca. A tática era tentar fazer uma pinça contra os Eagle. Um MiG tentava a manobra "beam" ou "drag" e outra vai para o merge com o radar ligado para forçar um Eagle na defensiva. Com apoio do GCI outro voltava para briga para tentar disparar o Apex. Não era uma tática boa pois o Eagle também separariam para o combate 1x1. O Eagle dispara o Sparrow e faz crank (angulo lateral de 45 graus). Se o MiG persiste mergulha para atrapalhar o radar para quebrar o lock. Como o Tomcat as asas indicam a intenção do piloto. Se a asa está enflechada então a aeronave está voando rápido e fugindo. Se esta estendido está preparando alguma manobra. Em uma curva por trás o piloto dispara um Lima e depois um Sparrow por segurança. Usa o modo de busca vertical na curva.

Os MiG-25 eram a única ameaça aos americanos devido ao desempenho e melhor treinamento dos pilotos. Saddam tinha medo de ser bombardeado e os MiG-25 não levavam bombas. Durante a guerra do Golfo em 1991 um MiG-25PD Foxbat iraquiano conseguiu evitar as escoltas de F-14 e F-15 e derrubou um F/A-18C da US Navy com um míssil R-40 e depois disparou contra um A-6 e atacou um A-7. Outro Foxbat engajou oito F-15 que estavam fazendo varredura de caça, depois disparou três mísseis contra os EF-111A Raven do pacote de ataque e os perseguiu. Os Raven estavam apoiando os F-15E e a manobra acabou levando a perda de um F-15E para mísseis SAM. O Foxbat evitou a interceptação e pousou com segurança. Nos dois casos as escoltas tiveram receio de disparar a longa distância com medo de atingir aeronaves amigas.

Nos treinos outro oponente que davam trabalho para os Eagle eram os Harrier e Sea Harrier britânico. Os pilotos dos Harrier e Sea Harrier tem orgulho da manobra defensiva VIFFing usando o vetoramento do empuxo para desacelerar rápido. Contra Eagle iniciam BVR para treinar os pilotos dos Harrier contra aeronaves com capacidade BVR em manobras defensivas. Depois o Harrier mergulha para melhorar o desempenho do motor. A asa alta mascarava o calor do motor. Geralmente era difícil disparar o Lima no pré merge. O Eagle sobe e volta para entrar no envelope do canhão. Se o Harrier usa o VIFF e o Eagle ultrapassava o Harrier conseguia disparar um Lima. Se o piloto do Eagle percebe a manobra e sobe sai do alcance do Sidewinder. Virando de costas e tenta disparar o canhão pois o Harrier estará sem velocidade. Se o Harrier tenta mergulhar a manobra pode mostrar o exaustor e dar oportunidade de disparo do Lima.

 

O Combate BVR se Torna Uma Realidade

A Guerra do Golfo de 1991 foi a primeira vez que as vitórias com mísseis ar-ar de longo alcance superaram as de mísseis de curto alcance. Mais importante ainda, a maioria das vitórias foram além do alcance visual. Várias tecnologias permitiram que isso se tornasse uma realidade. Os aliados tinham uma boa consciência da situação com o apoio do E-3 AWACS e datalink (Link 16), usaram novos sistemas de identificação, tinham boas contramedidas eletrônicas e as regras de engajamentos não tinham muitas restrições como na Guerra do Vietnã. Ao mesmo tempo os iraquianos estavam cegos, sem radar e comunicações, devido as ações dos aliados. Suas bases foram continuamente atacadas e passaram a decolar para fugir para o Irã.

A USAF submeteu os iraquianos com equipamentos, treinamento e táticas superiores. Na Guerra do Golfo ocorreram poucos combates aéreos reais, mas foram várias oportunidades de aplicar táticas novas. As táticas seguiam as quatro fases do combate aéreo: detecção, manobra, ataque e fuga.

A detecção era feita principalmente pelos AWACS e se os Eagle estivessem fora da cobertura dos AWACS faziam varredura com o próprio radar que era muito bom. As descrições de combates falam em 50 contatos no radar. Os F-15 trancavam no alvo a cerca de 60 km com o inimigo fazendo o mesmo na mesma distância.

O AWACS iniciou uma nova era do conceito de gerenciamento de batalha aérea sendo considerado essencial em operações de combate aéreo.
De 40 kills durante o conflito 38 foram controladas ou acompanhadas pelo E-3. Muitas vitórias não seriam possíveis sem a ajuda do AWACS. 
Os E-3 realizaram 400 missões com 5.000 horas voadas e controlou de 120 mil saídas de combate ou 3.000 por dia em média. Toda a campanha aérea foi gravada no radar.

Havia sempre quatro AWACS no ar simultaneamente cobrindo o leste, oeste e região central, mais um de reserva. Voaram 16-18 horas por dias com duas tripulações. As aeronaves AWACS também coordenam o tráfego da formação de ataque para evitar colisões, coordenavam as escoltas, guerra eletrônica, supressão de defesas, operações de resgate e reabastecimento em vôo, funcionando como centro de comando de teatro. Também fazem retransmissão de comunicações podendo ser o centro da rede de datalink.

Após detectar seus alvos os Eagle manobravam considerando o que os alvos podiam estar fazendo como atacar, fugir ou arrastar os Eagle para armadilhas de mísseis. Se engajados os F-15 sempre atacavam pois sabiam que estavam em vantagem. Podiam usar a capacidade de identificar e atacar a longa distância, enquanto usavam a dificuldade dos caças iraquianos de trancar contra alvos voando baixo. Também usavam as ECM e manobras para evitar que os iraquianos conseguissem uma solução de tiro. Na maioria das vezes nem foi necessário. Se atacados logo iniciavam reações defensivas como ditado pela Doutrina.

Quando designado para um alvo pelo AWACS o caça tenta detectar no seu radar e depois identificar como iraquiano. Depois da identificação passa a criar solução de tiro para os mísseis Sparrow ou se o alcance for menor passar para o Sidewinder.

Os F-15 disparavam mais alto e rápido e mergulhavam para atrapalhar o radar inimigo que era forçado a ver e disparar para baixo. Sempre manobravam e lançavam chaff para quebrar o trancamento. Depois de disparar um Sparrow os F-15 faziam manobra "F-Pole", virando 40 graus em relação ao alvo e mantendo o alvo dentro do cone do radar para não perder o acompanhamento do alvo. Segundos antes do cronômetro zerar (tempo de impacto do míssil) o piloto apontava novamente o nariz do avião para o alvo para ver se precisava disparar outro míssil.

Para disparar os Sidewinder os pilotos de F-15 usavam o modo de pontaria com o radar (Caged). Com este modo o sensor do Sidewinder era apontado pelo radar e ao receberem um indicando sonoro que o sensor viu o alvo, passavam para o modo Uncage. Se o míssil mantém o tom então está no alvo certo. É uma tática usada contra alvos lançando flare e para atacar alvos próximos.

O AIM-7 teve mais falhas que o previsto, mas foi bem melhor que as versões anteriores. Em uma ocasião, no dia 27 de janeiro, em um engajamento contra um MiG-23 fugindo para o Irã a baixa altitude, um F-15 disparou três AIM-7 e os três tiveram falha no motor. O segundo voou mas também errou. O primeiro disparo foi a 20km. No total foram disparados entre 71 a 76 mísseis AIM-7M Sparrow que derrubaram entre 23 a 28 caças iraquianos em sete semanas (30 a 32% de acerto). A maioria dos disparos foram contra os MiG-25 que eram mais difíceis de derrubar. O Sparrow mostrou ter boa disponibilidade e confiabilidade. A maioria dos engajamentos era traseiro e com alvos voando relativamente em linha reta. O AIM-7M ainda tinha alcance BVR neste ângulo de aspecto

Com os novos mísseis os kills puderam ser realizados no aspecto frontal e não só por trás. Após disparar e conseguir o kill os americanos sempre fugiam do local já considerando que tinham perdido toda a consciência da situação.

Novas táticas de combate a longa distância deixaram as táticas de identificação visual (VID) da década de 80 ultrapassadas, evitando as ameaças de mísseis de curto alcance como os temidos R-73 dos MiG-29 iraquianos.

Uma tática para disparar de longo alcance era evitar que as aeronaves amigas voem no local, liberando o espaço aéreo após certo tempo. O objetivo era criar "kill zones" o que foi possível no primeiro dia.

O F-15 teve a grande maioria das vitórias na Tempestade do Deserto devido principalmente a capacidade de identificação de alvos a longa distância. O F-15 tinha um interrogador IFF moderno e modos de radar de identificação de alvos não cooperativos (NCTR - Noncooperative Target Recognition ), ou seja, aqueles que não informam que são amigos. O modo NCTR permitia a leitura do "fan" do motor para identificação positiva a longa distância. Esta tecnologia também garantiu que a maioria dos alvos fossem destruídos além do alcance visual com mísseis AIM-7 Sparrow.

As táticas e tecnologias da US Navy para identificação estavam atrasadas em relação a USAF e inibiu sua participação nas missões ar-ar. Sem um IFF e modos NCTR os caças da US Navy não podiam engajar alvos além do alcance visual onde as regras de engajamento exigiam duas indicações como hostil, geralmente a falta de resposta ao interrogador IFF interno, uma identificação positiva e um acordo de uma terceira parte como o AWACS. O AWACS gerenciava a batalha acompanhando as aeronaves amigas e confirmando se não havia aeronaves amigas próximas ao contato.

O F/A-18 estava testando um modo NCTR similar do F-15 e não tinha o interrogador IFF enquanto o F-14 tinha o interrogador IFF, mas o seu radar não tinha modos NCTR. A conseqüência é que eles não puderam atacar alvos a longa distância sem a autorização de um AWACS. O F-16 só levava um respondedor IFF devido ao papel ar-solo. Os pilotos de F-16 foram até proibidos de ir atrás de alvos aéreos com ameaça de corte marcial.

Os F-15 modernizados foram despachados para o Golfo em 1990-91. Os primeiros F-15 só podiam operar seus radares no modo RWS e era difícil de operar. A modificação MSIP e a instalação do APG-70 permitiu usar o modo STT (Single Target Track) e depois o modo TWS (acompanha enquanto busca) para disparar o Sparrow diretamente a frente ou atrás do alvo.

Os alvos iraquianos que decolavam eram detectados pelo E-3 que despachava os F-15C para interceptar com modos de radar LPI (Low Probability of Intercept). O F-15 manobrava para "ver" a entrada do motor ou o escape do motor com o modo JEM e disparava o AIM-7 Sparrow além do alcance visual contra os alvos válidos. O sistema era tão bom que identificava por modelo e subvariante e não houve nenhum episódio de fratricídio na guerra aérea.

O RC-135 também fazia parte do processo de identificação positiva e junto com o IFF faziam parte do Enhanced ID (EID). A regra de engajamento contra alvo sem resposta  do IFF (chamado squawk) era feita com permissão do AWACS para disparo BVR. A identificação do RC-135 era feita pela vigilância das comunicações e sabiam até o código de chamada dos caças iraquianos. A experiência no Golfo mostrou que a identificação positiva era importante pois os pilotos eram vetorados para contatos que eram amigos com freqüência.

Nas missões de ataque os pilotos usavam as SPINS (Special Instructions) para evitar serem derrubados pelos F-15 que ficariam em CAPs em vários corredores cobrindo todo o sul do Iraque e Kuwait. As aeronaves voltando dos alvos devem dar uma resposta com o IFF (squawk) específica do código do transponder para responder a perguntas dos F-15. Também teriam que voar altitudes específicas nas longitudes das linhas designadas. Se não  responder os critérios podem ser derrubados. Outra tática era alocar blocos de altitude para as aeronaves amigas. No primeiro dia os F-15E vaovam abaixo de 4 mil pés e os F-15C acima de 30 mil pés. O que aparecesse entre estes blocos seria automaticamente identificado como inimigo.


Este piloto não está brincando de sniper.
Os testes ACEVAM mostraram a necessidade de identificação visual (VID) de longo alcance para disparar os mísseis Sparrow antes do F-15 entrar no alcance das armas inimigas. O F-15 não receberia o sistema de TV de longo alcance TISEO na raiz da asa esquerda para limitar o peso e custos. Em 1976 o Major Jim Postagate observou que o HUD mostrava a linha de visada da aeronave com um símbolo "W" e teve a idéia de colocar uma luneta no lado do HUD para VID de longo alcance. Os pilotos alinhariam no meio do W com uma luneta de 4x12. Se a aeronave inimiga estava no designador de alvos (TD) então alinhava o TD com o W e a luneta estaria alinhada e poderia dar uma olhada. Postagate convenceu a testarem e foi chamado de Eagle Eye. A luneta foi montada no HUD com sucesso parcial devido a problemas de harmonização e vibração. Alguns pilotos citam 1-2 sucessos em 10 tentativas, mas já valia a pena. Outro problema era ter que inclinar para olhar podendo mover o manche. Com uma velocidade de aproximação 1.800 km/h as oportunidades eram raras, mas se conseguiam VID um F-5 podia ser identificado a 8 km com as características dos lançadores nas asas contra 2,5km do olho humano. Assim já dava capacidade "first look, first shoot". Os pilotos passaram a usar a luneta Bushnell 9x em todos os Esquadrões de F-15. Era comum ver pilotos alinhando a luneta com W em características do fundo. Era montado antes no HUD antes de decolar. A Eagle Eye foi usada no Golfo 1991 e antes no ACEVAL.

As missões ar-ar básicas realizadas pelo Eagle foram a Varredura (sweep), Patrulha de Combate Aéreo (CAP - Combat Air Patrol) e Escolta.

A varredura é usada para conquistar a superioridade aérea em área delimitada por tempo limitado e destruir inimigo no ar. Logo no inicio da guerra foi usado com os F-14 e F-15 a frente dos F-117 contra Bagdá. A varredura usa o radar do caça e outros sistemas para detectar e identificar os contatos. Em ambiente todo aspecto é melhor usar outras fontes externas para melhor eficiência como radares GCI e AWACS.

Na varredura os caças operam de forma independente, em áreas para engajar o inimigo no ar. A varredura foi muito usada no inicio. 12 elementos foram posicionados em toda a fronteira e engajaram caças que reagiriam aos ataques iniciais. Também intimidariam Iraque a pensar duas vezes em engajar novamente no futuro. Foram cinco caças iraquianos derrubados na varredura inicial. Outras varredura menores foram usadas na fase inicial. Eram F-15C voando a frente dos pacotes de ataque. Limpariam a área do alvo antes das aeronaves de ataque chegaram. Era uma medida ideal para engajar um oponente agressivo, mas os iraquianos engajavam as aeronaves de ataques saindo do alvo. A reação foi manter os caças em varredura na área.

A varredura pode ser autônoma com os próprios sensores, mas é considerado mais efetivo com apoio de radares em terra (GCI - Ground Control Interceptation), AWACS e outras fontes de inteligência em cenários de alta intensidade para empregar mísseis de longo alcance.

O segundo método é a Patrulha de Combate Aéreo (CAP - Combat Air Patrol). Pode ser de ponto ou screen/barreira. A CAP de ponto protege aeronaves de alto valor (HVA - High Valor Asset) como bases aéreas, centros de comando, instalações ou linha de comunicação. A CAP de barreira evita que o inimigo ataque uma plataforma ou local e fica em um ponto avançado entre o inimigo e que será protegido. Um exemplo é uma CAP protegendo uma aeronave AWACS ou concentrações de tropas. Várias CAPs ficavam na fronteira da Arábia saudita além do norte do Golfo Pérsico protegendo navios e outros países.

O terceiro método é a escolta com os caças acompanhando o pacote de ataque. A escolta pode ficar próxima a certas aeronaves ou atuar destacados e voando mais distantes.

Os F-15 escoltavam os pacotes de ataque fazendo BARCAP (BARrier CAP) ficando entre o alvo e a direção da ameaça mais provável. Para realizar as BARCAP os pilotos tinham que estudar todos os vôos do pacote, descritos nas ATO (Air Task Order), para saber onde estariam as aeronaves amigas durante toda a missão. O processo era muito demorado e procuravam sempre o melhor lugar para se posicionar. Os F-15 faziam varredura com o radar antes e após o ataque do pacote. Podia até não acontecer nada durante a missão, mas era estressante. Os Esquadrões dividiam os pilotos nos que voam de dia e os que voam a noite.

Combates Aéreos

Na madrugada do dia 17 de janeiro a 58 TFS lançou duas esquadrilhas, a Citgo e Penzoil, para fazerem uma linha de oito Eagle avançando em varredura ofensiva apoiando vários pacotes de ataque no setor oeste do Iraque. O esquadrão 53 TFS enviou duas esquadrilhas para patrulhar o centro e O 1 FW em Dhahran enviou uma esquadrilha para o leste do Iraque. Todos avançavam para o norte para limpar os caças iraquianos.

Antes haveria um ataque surpresa com os F-117 e Tomahawk, depois seria seguida dos F-15E e no fim um pacote SEAD contra Bagdá. Os F-15E ataques contra bases fixas de mísseis Scud entre H2 e H3 e Bagdá voando baixo. Depois dos F-15E sairiam os F-15 fariam uma "parede de Eagle" e atacariam tudo que aparecessem a frente.

O Iraque sabia do ataque surpresa pois havia postos de escuta na fronteira e 18 caças F-15E fazia muito barulho. Com os Eagle indo na frente sabiam que tudo que fosse encontrado na frente seria inimigo. O mau tempo logo atrapalhou a missão dos Eagle já no REVO.

O primeiro kill estava relacionado com um pacote de ataque. Um EF-111 Raven estava voando bem baixo, a 100 pés, indo na frente de pacote e jameando radares. Eram 12 F-15E escoltados também por caças F-15C do pacote inicial entre H2 e H3. Com os radares cegos os iraquianos tiveram que decolar. Duas aeronaves foram detectadas em H2 e uma em Bagdá. Um Mirage F1 engajou o Raven pilotado por James Denton e Brenton Brandon (WSO) por trás. Os pilotos logo fizeram um brake para a esquerda. O WSO viu o disparo de um míssil Magic e com o aviso do WSO o piloto fez um brake para direita bem baixo, supersônico, lançando chaff e flare e escapou. Puxou 5 g´s ou o máximo que conseguia. O Mirage tentou seguir a curva e caiu no solo. Um F-15 estava perseguindo o Mirage e recebeu o kill.

Outro pacote era formado por 22 caças F-15E e dois EF-111 com apoio de sete KC-135. Atacariam cinco sites Scud. Voavam em trio e um trio foi cancelado com falha em duas aeronaves. O TOT era 03h05min junto com outros ataques de F-117 e F-15E.

A 50 milhas da fronteira viram as explosões dos radares GCI da fronteira sendo atacados pelos Apaches. Os F-15E avançaram em fila separados por 6 milhas. O ala seguia o da frente pelo calor no HUD, apoio do radar, IFF ou TACAN. Após cruzar a fronteira em trio, também em fila, foram para cada alvo voando a 300 pés. Cada um estava armado com 12 bombas Mk20. O REVO antes da fronteira foi do tipo "step-down" com a aeronave descendo progressivamente ao se aproximar da fronteira. A noite, com mau tempo e sem luzes externas já é difícil e em "tobogã" ficou ainda mais difícil.

Após a fronteira o AWACS anunciou "picture clear" e logo depois alertou "threath North, bullseye Manny, 330 to 60, medium altitude, heading south". Todos os Strike Eagle ligaram o radar e viram o contato. Parecia uma patrulha normal voando em triangulo pois a 30 milhas foi para Bagdá.

Um site em Al Qaim tinha muito artilharia antiaérea. Era do lado de fabrica de armas químicas e não sabiam.

Dois trios atacaram um site em H2. Como o local tinha cinco baterias de mísseis Roland atacaram do alto com bombas Mk-82. O ingresso foi a 10 mil pés e subiram a 20 mil pés antes de mergulhar. O primeiro disparou e depois a artilharia antiaérea reagiu. Havia 136 peças de artilharia antiaérea na base segundo a Inteligência. O ataque foi com surpresa pois até as luzes estavam acesas.

Durante o retorno do ataque a H2 o AWACS anunciou um contato no Bullseye que era H2. O último F-15E a sair foi perseguido e o RWR anunciava que era um MiG-23. Conseguiram quebrar o lock várias vezes com o Chaff várias vezes. O MiG parecia estar entre 10 a 15 milhas atrás. O F-15E estava voando a 560 knots a 500 pés. O MiG não continuou a perseguição provavelmente por ter dificuldades de trancar em alvos voando baixo ou por ter ficado sem combustível.

Depois um MiG-29 apareceu a frente. A formação Fireird encontrou o Fulcrum primeiro a 20-25 milhas a 1 hora voando a 4.500 pés a 400 knots. Um piloto disparou um Sidewinder com tom ruim que foi para a esquerda com o alvo a direita. O MiG foi visto pela esquadrilha de trás e estava 300 pés acima cruzando na imagem do FLIR.

Os outros dois F-15E atrás tentaram identificar e viram disparos da formação a frente. Um piloto tentou um tom com o Sidewinder e não ouviu o tom. O volume estava baixo e o MiG fugiu. O WSO ouviu o tom bom e não avisou. Na imagem do FLIR o MiG estava a 500 pés a frente

O F-15E que fugiu do MiG-23 também cruzou com o MiG-29 e viram o MiG-29 cair e logo depois uma segunda explosão. Pensaram que podia ser um MiG tentando se aproximar dos F-15E baixo a 200 pés e colidiu com o solo. Também podiam ser dois caças iraquianos operando no modo "hammer down", usando a doutrina soviética de disparar logo após trancar no alvo, sem fazer identificação. Então o MiG pode ter sido derrubado pelo ala.

O último Strike Eagle da formação Dodge foi seguido por um MiG-29. O MiG fez uma manobra beam após ser trancado e voltou novamente. O F-15E não pode disparar a 8-10 milhas por não estar equipado com o Sparrow. O MiG acabou indo embora e 15 segundo depois foi derrubado pelo por F-15C de Graeter.

Um total de 20 caças F-15C Eagle foram enviados para fazer uma grande parede de varredura. Eram oito da 1 TFW, quatro da 36 TFG e oito do 33 TFW. Aproveitariam a confusão causada pelos ataques dos F-117. Poderia forçar os MiGs em alerta a decolar. Com o C2 fora do ar seria mais fácil derrubar

A missão dos Eagle virou um engajamento logo que o AWACS detectou um contato no oeste do Iraque enquanto eram reabastecidos as 03h05min. A esquadrilha Penzoil do 58 TFS foi logo ordenada a deixar o REVO. A esquadrilha Citgo ficou no sul e a oeste para não ser detectada. A esquadrilha Penzoil era formada pelo Capitão Rick Tollini (n1), Capitão Larry Pitts (n2), Capitão Jon Kelk (n3) e o Capitão Mark Williams (n4). Estava 50 milhas ao sul da fronteira esperando a Citgo que estava 100 milhas atrás. Enquanto isso os F-15E se aproximavam das bases H2 e H3 e um pacote SEAD estavam no norte da fronteira. A Penzoil avançaria 20 minutos depois.

A Citgo e a Penzoil foram separados devido ao mal tempo. Então tiveram que avançar e logo o plano começou a dar errado. Foram para o norte a 30 mil pés a Mach 0.95. Os Eagle estavam separados lateralmente com 5 milhas de distancia entre os elementos mais 2 milhas com os ala. Então a frente era de 9 milhas. Estavam próximos a base aérea de Mudaysis quando três grupos de caças apareceram no radar. O AWACS denominou dois grupos de amigos e o último foi identificado como inimigo. A esquadrilha Penzoil monitorava todos quando um grupo apareceu na posição duas horas, a 40 milhas voando a 8 mil pés e subindo, quando estavam 60 milhas dentro do Iraque. Estavam indo direito para Penzoil. O AWACS também alertou sobre os novos contatos. O líder da esquadrilha passou o contato para o líder de elemento e voltou a monitora o grupo de bandidos inicial a 10-15 milhas ao norte de Mudaysis.    

Foram ordenados a engajar dois grupos de bandidos a noroeste da estrada de Radif al Khafi e ao sudeste da base aérea de Mudaysis. Um par foi para o grupo oeste e outro par de Eagle para o grupo leste e se separaram. No oeste um piloto ligou o IFF e viu cerca de 50 contatos. Seguiu um contato que fugiu e depois pousou enquanto estavam a 30-35 milhas distantes da esquadrilha Penzoil. Com várias aeronaves amigas próximos de um pacote de ataque não dispararia mesmo se pudesse. 

No leste o Eagle de Kelk trancou e foi trancado na mesma hora a 35 milhas do alvo com seu ala verificando outros contatos. O AWACS não conseguiu determinar se era amigo ou inimigo. O elemento continuou para o norte e trancou em um alvo desconhecido a 30 milhas. Esperavam que o código IFF mudasse as 3 horas mas pensava se fosse um caça inimigo que esqueceu de mudar o código ou estava ocupado.

Um piloto chamou um possível elemento múltiplo no grupo. O líder de elemento pediu informação para o AWACS se algum amigo estava na altitude e recebeu resposta negativa. Ao mesmo tempo o número 4 virou para o oeste quando o líder de elemento determinou que era inimigo identificando como sendo um MiG-29. O número 3, o líder de elemento, logo disparo um Sparrow frontal após trancar no alvo a 21 milhas e disparar a 16 milhas. O alvo tinha subido de 7 mil pés para 17 mil pés e parecia atacar quando o Eagle quando disparou. O disparo foi frontal a 30 mil pés, acima de Mach 1, com maior alcance que o alvo voando mais baixo e lento. Depois do disparo frontal o piloto virou o Eagle e disparou chaff para quebrar o contato inimigo. Mergulhou para dificultar o radar inimigo olhar para baixo e conseguiu. Não foi observado disparos do MiG-29, que não realizou evasivas, e o líder de elemento voltou na direção do bandido para observar a detonação na mesma altitude a 10 milhas de distância. As fagulhas pareciam também um míssil sendo disparado mas o RWR parou de dar alerta. Era o MiG-29 do Capitão Omar Goben que já tinha dois kill contra os F-5E iranianos. A manobra evasiva foi para oeste e assim se separou do ala que tinha ido para o leste. Foi em direção a outros do grupo e passou a ser identificado. Fez VID e viu as luzes da cabine dos F-15E passando logo abaixo voltando dos seus alvos. Os caças não usaram PC para não denunciar posição. Para se reencontrar tiveram que ligar luzes momentaneamente. O AWACS anotou o horário do engajamento como sendo 03h05min local.

Quando a esquadrilha Penzoil saiu para o REVO a esquadrilha Citgo estava atrás a 100 km de distância. Os pilotos eram o Capitão "Cheese" Graeter, o Tenente Scott Maw (n2), o Tenente Coronel Bill Thiel (n3) e o Tenente Robert Brooks (n4). O "push time" da esquadrilha de Graeter era 03h08min. Fizeram o REVO abaixo da cobertura dos radares iraquianos e esperavam a 400-500 pés próximos da fronteira. O AWACS adiantou o push após os contatos dos F-15E.

O número 3, líder de elemento, estava em fila a 35 km no oeste. Novamente voarem uma "wall", com mais poder de fogo e cobertura radar, devido ao mal tempo, facilitando trabalho do ala. O líder colocou o ala a 40 graus a direita e segundo elemento 15 milhas atrás e a esquerda. A formação facilitava as manobras e evitando colisão.

A esquadrilha Citgo observou o engajamento do Penzoil enquanto voavam para o noroeste para Mudaysis onde havia caças Mirage F1EQ em alerta. A sua tarefa era ir até Mudaysis e depois virar para o noroeste até H2 e H3 onde fariam BARCAP com duas pernas de 25 milhas entre H2 e H3 e Mudaysis, podendo engajar caças decolando de qualquer uma das bases. No caminho detectaram os F-15E no IFF Mode 4 e uma patrulha de MiG-29 a 80 graus a noroeste de Mudaysyis e a 85 milhas de distância. O líder detectou um MiG-29 atrás de um F-15E. Era uma fila de F-15E de 40-45 milhas voltando. O MiG estava 10 milhas atrás e o F-15C a 50 milhas do MiG. O número 3 seguiu a 30 milhas indo pela esquerda.Os MiGs se aproximaram mas, não estavam interceptando.


Seq
uência do combate da esquadrilha Citgo quando detectaram os F-15E sendo perseguidos.

Graeter detectou um contato decolando de Mudaisys com o AWACS também dando o alerta. O líder cobria a região baixa com o radar até 18 milhas a frente enquanto o ala cobria a área oposta e cobrindo 50 mil pés para baixo. Fez contato a 25 milhas com o alvo voando a 1.500 pés indo para o noroeste. O contato estava a 10 milhas atrás dos F-15E. No total foram três aeronaves decolando. Suporam que eram os mesmos alvos anunciados pelo AWACS. O primeiro decolou em direção sul para o norte e virou para a esquerda. Estava a 25milhas de Graeter. Os F-15C iniciaram um mergulharam e distribuíram os alvos.

Os F-15E ainda estavam a mais de 70 km de distância indo para o leste e os novos grupos pareciam persegui-los. O grupo de bandidos mais ao norte voltaram para o norte e depois para o oeste para longe dos F-15E.

O AWACS anunciou como bandidos ao subirem acima de 4 mil pés. Já tinha sido determinado que qualquer caça subindo acima do bloco de altitude acima de 4 mil pés seria automaticamente detectado como inimigo. Foi um dos motivos dos F-15E não irem atrás dos MiGs.

O Mirage F1 tomou a direção 160 graus no fim da curva. Estava já a 22 milhas e outro estava 3-4 milhas atrás indo para o noroeste e virando para a esquerda, subindo e acelerando. O líder Graeter voltou o radr para o primeiro Mirage F1 já a 16 milhas e 6 mil pés com seu F-15 a 30 mil pés e descendo.

Depois fez uma manobra defensiva F-Pole para a esquerda, mas mantendo o contato no radar. O alvo foi atingido como F-15C a 16 mil pés e o Mirage F1 a 7 milhas ao sul de Mudaisys a 7 mil pés.

Os dois Eagle dividiram os alvos a 20 milhas e iniciaram os planos de ataque. A 17 milhas o líder Graeter travou no líder alvo e o ala Maw trancou no seguinte voando atrás em fila. Iniciaram uma descida de 30 para 20 mil pés para diminuir o angulo do radar. A 10 milhas, após 20-30 segundos, a matrix EID estava terminada e pediram para o AWACS confirmar se eram bandidos. O AWACS informou que eram bandidos com auxilio do Rivet Joint. Junto com o NCTR e o IFF o EID tinha três matrizes. Foram logo identificados como sendo Mirage F1. O líder não ouviu a transmissão de confirmação, mas disparou a 10 milhas a 20 mil pés direto a frente (Head-On Night Shot - HO(N)) mesmo assim. O Mirage a 7 mil pés ligou o radar logo depois. Graeter viu o míssil disparar e que funcionava direito. Fez uma manobra F-Pole de 40 graus (check turn) para esquerda para aumentar a distância do alvo. Com o contador no HUD quase zerando apontou novamente para o alvo e viu o míssil explodir a 4 milhas e 7 mil pés. O Mirage F1 não reagiu sendo comum entre os pilotos iraquianos. Ao atingir o alvo foi observado uma bola de fogo que aumentou ao atingir o solo.

Graeter logo passou para o modo de radar autogun para trancar no primeiro contato que encontrasse. Enquanto procurava o ala viu um nova explosão no solo, com seu kill caindo e depois o segundo Mirage caindo durante uma curva para seguindo o líder a 3 milhas de distância.

O ala Scott estava atrás do terceiro Mirage F1 em perseguição e Graeter chamou Scott para ajudar os F-15E fugindo. O ala do líder, o número 2, trancou em outro grupo decolando de Mudaysis voando para o oeste e foram perseguidos por trás. O terceiro Mirage fugiu a 10 milhas de distância para Mudaysis em perseguição. Não perseguiram por muito tempo para não ligar o pós combustor, esta tendo contato com um SAM Roland em Mudaysis e estava com dificuldade para olhar para baixo com o radar contra o Mirage voando bem baixo e fugindo. Os três Mirages tinham decolado para atacar Daharan e o segundo Mirage caiu após ver o líder ser derrubado.

Enquanto o número 3 e 4 estavam 20 milhas em fila atrás e foram direcionados para o noroeste para H2 e H3 para cortar qualquer apoio que decolasse. Sem contato foram para o ciclo de BARCAP original. Nenhum outro engajamento ocorreu na missão e voltaram para o leste atrás de Penzoil até a estação.


Na noite 17 de janeiro havia cinco órbitas REVO na fronteira do Iraque. Eram sempre as mesmas estações desde agosto. Eram três E-3 com escolta dos F-15 monitorando tudo que voava. Também eram rotas familiares. Os operadores de radar não viram os F-117 se aproximarem dos KC-10. As ARCP (Air-Refueling Control Point) tinham nomes como Lime. Antes do conflito estavam sempre a vista dos radares iraquianos.

Missão Diurna

A próxima missão diurna dos F-15 foi liderada pelo 58 TFS com as esquadrilhas Zerex, a esquadrilha Penzoil da 58 TFS e a Union da 71 TFS. Os Eagle fariam proteção de um pacote de ataque com 50 aeronaves com 40 caças F-16, oito F-4G e dois EF-111. O alvo era as centrais nucleares de Al Taqaddum e Al Assad, a oeste de Bagdá, além de alvos QBR no perímetro. Oito Eagle fariam varredura pré ataque na área do alvo. Se a oposição aparecesse o ataque falharia. O comandante da missão era um dos pilotos de F-16. Era estimado a presença de 50 a 70 Mirage F1, MiG-23 e MiG-25 baseados na base aérea de Al Taqaddum, próxima ao alvo, e mais 50 em Al Assad incluindo caças MiG-29.

Cruzando a fronteira os oito Eagle fizeram uma parede de águia (Eagle Wall) a 80 milhas a frente do pacote. O piloto Magill, líder da esquadrilha Zerex, estava a esquerda com a Penzoil a direita. A varredura seria na direção anti-horário, de Al Taqaddum, Al Assad e depois H2/H3 antes de sair do Iraque. A Union estava acima do pacote de ataque que voava 13 minutos atrás.

O AWACS logo avisou sobre a presença de dois contatos a sudoeste do alvo a média altitude. A 160 milhas o AWACS já liberou o ataque. Os contatos estavam fazendo CAP na direção norte-sul em Al Taqaddum.

Como o AWACS citando dois contatos então os pilotos estimaram que deveria ter 20 quando chegassem. Magill e seu ala foram para o da base de Taqaddum e direcionou o outro elemento para varrer o norte. O plano era disparar a longa distância e virar para o sul sendo coberto pela Union. Não voaram sobre Mudaysis e passaram a leste da base a 80 km de distância. Os MiGs a 40 milhas de distância estavam voando baixo e lentos em perfil de autonomia máxima em formação escalonada. Estavam a 360kts a 1.500pés em trilha indo da direita para a esquerda. Eram só dois MiGs e a Penzoil foi enviada para o noroeste para al Assad para cobrir alvos vindo daquela direção.

A Zerex passou sobre um Batalhão blindado e foram engajados por mísseis SAM. O líder da Zerex citou "combat 1" para alijarem os tanques, lançaram chaff, flare e desceram de 30 para 18 mil pés na manobra. Logo depois estavam no BRA para MiGs (bearing, range e altitude). Logo reagruparam em formação de parede (Wall). A 32 milhas os dois MiGs passaram a ir para o norte. Os Eagles logo ligaram o pós combustor e mergulharam para acelerar. A 26 milhas os MiGs voltaram para o norte e aceleraram para 560knots. A 20 milhas os MiGs terminaram a curva e estavam indo direto para os Eagles no sentido 240 graus. Os Eagles voavam na direção 30 graus quando Draeger disparou seu primeiro Sparrow. A designação dos alvos seria por azimute, mas o disparo contra o MiG do número 3 foi com a F-Pole para oeste por cima do líder. O líder atacou seu MiG a oeste e disparou. O míssil parecia falho e disparou outro. O contato visual foi a 7 milhas e o Sparrow do número 3 atingiu seu MiG no canopi. O líder também atingiu outro MiG na raiz da asa direita e o segundo míssil passou no meio da fuselagem. Conferiram para ver se havia mais alvos no radar e estava limpo. Com pouco combustível subiram para transformar velocidade em altitude e fizeram uma manobra immelman para voltar a 25 mil pés. Logo entraram no alcance dos mísseis SA-2 e SA-3 e foram logo engajados pois estavam próximos a base. O líder anunciou que estava sendo engajado e outros anunciaram que estavam limpos no RWR, apesar de haver vários mísseis no ar. O líder alijou seus tanques e gastou 15 mil pés para evadir os mísseis com facilidade. Saíram da área na direção 60 graus para o oeste para não cruzar com o pacote de ataque, podendo ser confundidos com caças iraquianos e serem engajado. O horário do engajamento foi 16:30h.

A reação do Iraque foi como prevista, com os caças em alerta decolando e guiados por radares GCI. Foram logo neutralizados pelos Eagles.


Foto de satélite do centro de pesquisa de Tawaitha. Os deltas são os pontos de pontaria da esquadrilha. No dia 19 de janeiro um alvo era a instalação de pesquisa nuclear de Tawaitha ao sul de Bagdá. Foi enviado  um pacote de 78 aeronaves sendo a grande maioria de F-16. O ataque duraria menos de 30 minutos disparando 128 bombas Mk-84 no alvo. Na ida até a usina os pilotos sempre checavam o radar acima, abaixo e dos lados. Se o F-15 cita que disparou um míssil, ou o F-4G cita que é HARM, os pilotos de F-16 ainda conferem o local com o radar. Depois de trancado por mísseis SA-2 iniciaram manobras Level S, virando para esquerda e direita, e lançando chaff. O objetivo era criar um grande número de alvos no radar. Os mísseis eram muitos e disparados sem pontaria. O "check" de mísseis congestionou o rádio ficando difícil entender. Os primeiros conseguiram disparar no visual, mas a fumaça e poeira logo encobriu o alvo e os próximos disparavam no alvo designado no alvo com o modo CCIP. Como o GPS dos F-16 Block 40 mostrava sinal de grande precisão o alvo estava no local certo. A instalação tinha um gerador de fumaça visível a distancia. Havia outra nuvem de fumaça que distraiu alguns pilotos para o alvo falso. Para os F-16 não seria mais possível enganar pois pode atacar coordenadas com precisão com apoio do GPS e nem precisa mais ver o alvo. Vários alijaram tanques após perder energia nas manobras evasivas e/ou saíram de formação perdendo o líder/ala de vista. Na saída do alvo tinham que passar um ponto de referência (Waypoint George) para serem identificados como amigo. Dois F-16 foram perdidos sendo um resgatado depois.


No primeiro dia do conflito dois F/A-18C do esquadrão VFA-81 "Sunliners" pilotados pelo Lt. Cdr. Mark Fox e Lt. Nick Mongillo derrubaram um MiG-21 cada. Um piloto disparou um Sidewinder no aspecto frontal pensando ser um Sparrow. Quando não viu o grande rastro de fumaça pensou que o míssil falhou e disparou um Sparrow logo depois. O Sidewinder atingiu o MiG primeiro. Dois F-14D estavam perseguindo os MiG-21 fugiram mas indo em direção ao pacote da US Navy. Fox estava liderando uma esquadrilha do USS Saratoga atacando a base aérea de H3. Estavam armados com quatro MK84, um tanque extra, dois Sparrow e dois Sidewinder. No caminho até o alvo o E-2C anunciou alvos a frente a 14 mil pés. Os MiGs estavam a Mach 1.3. Fox mandou seu líder de elemento continuar o ataque a H3 e ordenou seu ala pegar um dos alvos. Os alvos estavam a 28 mil pés e subindo enquanto os F/A-18 estavam a 33 mil pés e descendo levemente. Quando entraram no envelope do Sparrow Fox disparou. Mongillo trancou no ala seguindo o líder por atrás a 8 milhas. Fez EID a 4,5 milhas como sendo  um MiG-21 e disparou um Sparrow a 4 milhas. Após o kill o radar detectou outro contato a 20 milhas, mas decidiram continuar até o alvo primário. O engajamento ocorreu as 14:00h local. O E-2C estava em órbita no mar Vermelho a 40 milhas ao norte da fronteira.

Outra esquadrilha do USS Saratoga estava em um pacote SEAD acompanhando outro pacote. Foram avisados pelo E-2 e E-3 sobre um contato se aproximando do lado esquerdo e fora do campo de busca do radar do F/A-18. O MiG-25PD não trancou no Hornet. O MiG passou por trás dos Hornet, virou a direita e se colocou atrás dos Hornet. Depois trancou o radar no lado direito da formação. Usou o radar Safira-25 e disparou um míssil R-40DR ou R-40DT por infravermelho. O Hornet foi logo atingido e caiu. Após este incidente os E-2 passaram a manter cobertura radar nos pacotes da US Navy.

As perdas da Coalizão foram um Tornado GR1, um A-4 Kuwait, para os mísseis SAM, ao anoitecer. Depois um F-15E e outro Tornado GR1 foram perdidos para a artilharia antiaérea e um A-6E US Navy para um míssil SAM, em 45 minutos. Outras 13 aeronaves foram danificadas.

As ações nos primeiros dias precisariam de muitas aeronaves pois eram muitos alvos. Chamaram os A-10 para atacar a rede de radares de alerta próximo a fronteira. Os helicópteros Apache atacariam os radares mais próximos da fronteira e os A-10 os mais profundo incluindo junto a fronteira da Síria e Jordânia. Havia 26 sites com 96 radares e quase todos foram postos fora do ar. Então os F-15E podiam voar "invisíveis" e o KARI não saberia onde estavam. Os pilotos temiam as defesas locais. Atacavam com o sol pelas costas com os mísseis Maverick modelo G guiado por infravermelho. Depois voltavam e atacavam alvos secundários com bombas em cacho e o canhão. Os pilotos levavam fotos de satélites dos radares ma mesma geometria do mergulho. Na verdade as defesas eram fracas e foram alvos fáceis.

Nos primeiros dois dias o resultado foi melhor que o esperado. Foram poucas baixas e o plano sobreviveu ao contato com o inimigo. As várias partes da IADS continuaram operando de forma autônoma, mas sem uma IADS efetiva. A atividade dos radares dos mísseis SAM e artilharia antiaérea caiu em 90% comparado com o inicio das atividades. As emissões dos radares de alerta não caiu drasticamente. O centro de Bagdá foi atingido por 14 bombas em um dia e uma no segundo dia. Foram 39 impactos de Tomahawk de dia mas com pouca eficiência para penetrar e potência.

O Lado Iraquiano

No céu a diferença de capacidade era abismal, mas os pilotos iraquianos pareciam conscientes do uso da guerra eletrônica e segurança de comunicações. Iniciavam os combates aéreos corretamente, mas parecia não ter consciência da situação. Geralmente não reagiam quando trancados pelos radares dos caças da coalizão. Tentavam realizar poucas manobras, ofensivas ou defensivas, entre o trancamento até serem atingidos. Em duas ocasiões colidiram com o solo.

O Iraque voou 120 saídas no primeiro dia e a maioria não engajou. Em três dias foram 100 saídas ar-ar o que era pouco comparado com o tamanho da sua frota. Já podiam ser dissuadidos na decolagem. No primeiro dia foram perdido três MiG-29, três Mirage F1 e dois MiG-21. Estimavam até que pouparia sua força aérea para tentar apoiar as operações em terra. Em uma ocasião oito aeronaves estavam prontas para decolar e logo duas foram derrubadas e as outras desistiram.

A maior ameaça eram os MiG-29, mas não tiveram o desempenho esperado. Um foi derrubado enquanto subia após decolar e não reagiu.

Os iraquianos faziam manobras "anti-western" para evitar o acompanhamento pelo radar e evitar o lançamento de mísseis AIM-7 incluindo a manobra beam, colocando a aeronave em uma direção a cerca de 90 graus com o adversário. Outras vezes tentavam arrastar os americanos para as baterias de mísseis SAM e outras vezes apareciam como alvos tipo "pop-up" decolando quando os F-15 estavam próximos das bases.

Como acontecia no Vietnã e na Guerra Irã x Iraque, os iraquianos acompanhavam as comunicações das patrulhas aéreas para saber se estavam na hora de reabastecer ou voltar para base. Os aliados ainda não usavam rádios codificados. Por exemplo, quando o combustível estava acabando tinham que anunciar com códigos como "joker" ou "bingo" e quando a munição acabava tinham que usar o código "winchester".

Os pilotos iraquianos citam versões diferentes dos combates na primeira noite. No dia 17 de janeiro o Capitão Khudair Hijab decolou as 03h00min com seu MiG-29 e voou para um ponto pré-determinado a 500 metros de altura. Não conseguiu contatar o radar GCI e passou a realizar buscar de alvos sozinho nas rotas prováveis ao sul de Bagdá. As 03h30min contatou um alvo voando baixo indo para a base aérea de Talha. Sem sinal no IFF e sem reagir com ECM iniciou o ataque. Travou um míssil R-27R no alvo e disparou a 10 km de distância com o alvo na posição 10 horas que foi atingido 10 segundos depois. O Capitão Khudair tentou pousar rápido sabendo que a coalizão estaria a sua procura. Na volta viu duas aeronaves voando baixo e usou o IFF para tentar identificar. Sem resposta tentou disparar seus mísseis R-60MK. Atacou sem usar o radar e atingiu um alvo que parecia ser bimotor. No mesmo dia um B-52H relatou ter sido atingido por um míssil SA-3 onde não havia nenhum site do tipo. Outros quatro F-111F relataram terem sido perseguidos e um foi danificado próximo a Badal. Citaram a causa como sendo artilharia antiaérea e o F-111 caiu logo depois de atingido.

 O Tenente Coronel Sabah al-Dulaimi era o Líder do Esquadrão 79 de Mirage F1EQ baseado em Abu Ubaida. Sabah estava em alerta na noite do dia 16 de janeiro em um Mirage F1 armado com dois Matra Super 530F-1 e dois Magic. Foi acionado e teve que mudar de aeronave devido a uma pane. Decolou em outro Mirage armado apenas com mísseis Magic. Foi vetorado na direção 285 graus e logo foi avisado pelo seu alerta radar de uma ameaça as 9 horas. Olhou e viu a imagem de uma luz vermelha e branca. Sabah já tinha experiência em combate e sabia que era um míssil. Guinou rápido e viu duas luzes passar próximo ao canopie. Pediu novo vetor e foi dado a direção 310 graus. Detectou uma aeronave no radar e fora do alcance. Novamente recebeu um "spike" no alerta radar as sete horas. Tentou dar uma volta para trás e logo foi atingido e ejetou. Foi atingido pelo F-15C do Capitão Tate.

O capitão Zuhair Dawood era um piloto do Esquadrão 96. O Esquadrão 96 tinha 19 caças MiG-25 e bons pilotos. Zuhair foi acionado no seu alerta as 04h30min para decolar rápido. Tomou rumo 260 graus como indicado pelo GCI equipado com um radar de alerta P-35. Subiu para 7 mil metros e acelerou para mais de Mach 1. Zuhair levava dois mísseis R-40RD e dois R-40TD. Quando ordenado ligar radar detectou um alvo a 25 km e se aproximando. Logo depois travou o radar no alvo. O sinal logo desapareceu e depois aumentou tomando toda a tela. Logo percebeu que o radar estava sendo interferido. Sem dados de distância não podia disparar seus mísseis. Passou para o modo somente alcance do radar Smerch que funcionava em outra freqüência. Logo mostrou a distancia e o HUD mostrou dados de distância mínima e máxima para disparo. Ouviu o sinal de travamento no alvo e a luz PR de permissão de disparo acendeu. Acionou o gatilho a menos de 20 km do alvo que estava voando a 300 m/s. Doze segundos depois viu um brilho na tela do radar e o alvo sumiu assim como a interferência. Foi ordenado voltar para base. Na volta para Tammuz não observou nenhum "spike" no alerta radar e passou a pensar que não funcionava. O alvo era o F/A-18 do Tenente Speicher. O computador francês de defesa aérea também mostrou o sinal do alvo cair rápido para zero e a velocidade e altitude cair. Eram sinais evidentes de uma aeronave derrubada. O MiG-25 em nenhum momento foi detectado pelos E-3 apesar de que em várias ocasiões evitarem que caças da US Navy atacassem um ao outro. Por isso o F/A-18 de Speicher foi dado como derrubado por um míssil SAM enquanto voava a 4.150m apesar da bateria SA-2 mais próxima estar a 200km de distância. Um piloto de A-6E viu um MiG-25 passar muito próximo neste dia e outros viram uma longa chama. Não havia outro MiG-25 no local e nenhum outro vôo iraquiano.

Terceiro Dia

No dia 19 de janeiro o Capitão Richard "Kluso" Tollini liderou uma esquadrilha de F-15 apoiando uma missão de busca de F-15E contra lançadores de mísseis Scud. O código da esquadrilha era Citgo. Foram duas missões no dia com a primeira missão de escolta cancelada pelo mau tempo, mas a inteligência forçou a esquadrilha ficar 6 horas atrás do KC-135 para interceptar uma possível fuga de Saddam pelo ar. Pousaram e logo foram ordenados a voltar.

Após o REVO no sul da fronteira contataram o AWACS que anunciou dois grupos ao norte a 55-60 milhas. Os Eagle "pushed" norte a 25 mil pés contra um grupo a 15 mil pés. Ao se aproximarem detectaram no radar outro grupo 30 graus a direita e 60 milhas adiante. Os dois grupos estavam se aproximando. Parecia que o primeiro era um engodo para o segundo pegar por os Eagle por trás. Então iniciaram uma interceptação "cut-off" tentando cortar o primeiro grupo, de MiG-29 vindo de H1, indo para Bagdá. A 35 milhas retornaram e os alvos continuaram para Bagdá. Viram um segundo grupo de MiG-25 em fila 30 milhas atrás do primeiro indo do norte para o sul.

O segundo elemento da esquadrilha Citgo, comandada pelo Capitão Larry "Cherry" Pitts, foi enviado para o segundo grupo. Trancaram o radar e o grupo foi para oeste e depois para o norte. Depois virou 270 graus para o sul indo direto para o segundo elemento de Eagle a 30 milhas em fila de 3-5 milhas. Cada F-15 trancou em um dos alvos. 

Os pilotos dos MiGs eram bons e lançaram chaff e fizeram "Doppler notch" para direita para quebrar o contato radar do F-15. Mergulharam e conseguiram fugir do radar. Depois voltaram na direção dos F-15. A manobra foi bem antes do F-15 disparar. Os pilotos dos Eagle perderam a consciência da situação, mas os MiGs também pois cruzaram a frente dos Eagle da esquerda para a direita. Um MiG-25 passou por baixo de Pitts que fez um split-S para ficar por trás. O Eagle trancou no alvo e logo saiu da frente. O Mig iniciou uma curva defensiva. O piloto citou engaged e o ala autoriza com o código press. O código no rádio indicou quem estava um liderando e quem apoiava ficando 9 mil pés atrás

A próxima manobra do MiG foi quebrar a direta para tentar fugir mas só conseguir facilitar a aproximação do F-15. Pitts selecionou o Sidewinder, "uncage", indicando que estava acompanhando sem ajuda radar, disparou, mas o MiG lançou flares e enganou o míssil. O MiG virou para o norte tentando fugir acelerando de 300 para 500 knots voando reto. Pitts mudou rápido para o AIM-7 que logo mostrou aviso de "shoot-shoot" e disparou. O míssil guiou, passando próximo do MiG, mas não explodiu. Depois a 6 mil pés em tail aspect selecionou novamente o Sidewinder. Ao uncage o MiG disparou flares e desviou o lock. Pitts "re-cage" com o radar e com bom tom disparou. O MiG novamente enganou o míssil com flares. Pitts pensou que teria que usar o canhão, mas seu AIM-7 que disparou depois atingiu o alvo na cauda. O ala ainda disparou um Sidewinder que foi para a bola de fogo. O piloto ejetou quase atingido o F-15. Depois ouviram o beacon do rádio do piloto. Foram cinco disparos sendo que em um treinamento seria considerado cinco kills.

Pitts virou a esquerda subindo e logo passou a procurar ala do MiG e o viu mais a frente a 5 milhas. Como podia ser um F-15 perguntou no rádio se havia algum F-15 com PC ligado. Sem resposta viu que era mesmo o MiG. Também viu os dois cabides nas asas. Converteu e ficou na traseira em "pure pursuit" com o MiG em uma curva de alto "g". O primeiro míssil disparado foi um AIM-7 a 20 a 30 graus off mas parece que não ligou o motor. Passou para o Sidewinder e voltou logo para o Sparrow já esperando flares. . Disparou um Sidewinder que foi enganado por um flare. Disparou um Sparrow enquanto o MiG tentava subir. O Sparrow iniciou uma "lag pursuit" e virou e atingiu o MiG. Enquanto isso o AWACS alertava sobre o grupo original indo para o sul novamente. Os F-15 fugiram do local enquanto Kilk e Willlam ainda davam cobertura.


O Único Combate Aéreo

Perto dali, as 10 horas, Cezar "Rico" Rodrigues e Craig "Mole" Underhill foram chamados para proteger um pacote entre H2 e H3 ao voltarem de um ataque para evitar que fossem perseguidos. Os outros dois F-15 da esquadrilha protegeriam o AWACS e um KC-10 próximos no setor oriental. Como sempre tinham uma tarefa e foram redirecionados para outro no ar. A esquadrilha Citgo apoiando os F-15E caçando Scud virou retransmissor de rádio. Os F-15 de Langley não conseguiram decolar para uma missão de varredura pós ataque então foram para nova tarefa. Eram 36 aeronaves F-16 e ou F-4G contra radares de alerta iraquianos 40 milhas ao sul de Bagdá. Cezar recebeu as coordenadas do ataque, instruções especiais e foram para a missão deixando o REVO.

A missão complicou pois ao invés de pós ataque a primeira dupla atuou como varredura pré ataque. Ao se aproximarem vários MiG-29 decolaram. Entraram bem alto e logo pegaram contato a noroeste da área do alvo a 60 milhas acima de H2. Cezar continuou na frente e passou o alvo para Craig para manter o modo de busca e encontrou um grupo a noroeste da área do alvo a 30 milhas saindo de H3. A ameaça maior era o contato noroeste que foi passado para o AWACS para serem transferidos para dois F-14 em varredura ofensiva na área. Iniciaram a interceptação contra o grupo mais a leste pois não fugia. Podia ser até uma manobra para cercar os F-15 e estariam em menor número. A manobra fez Rico ficar mais de uma milha na frente. Tinham que identificar os alvos antes de atacar. Os MiGs estavam voando supersônico e o encontro seria em segundos. O AWACS a 80 milhas anunciou serem hostis. Virou engajamento 2x2 contra MiG-29 e logo iniciaram o "press".

Os MiGs iniciaram uma manobra anti-Western para impedir dados de disparo do Sparrow. Fizeram beam para oeste e continuaram a manobra até arrastar Cezar e Craig na super MEZ de Bagdá. Não enganou, mas foi bem executada. Continuaram a perseguição para permitir o ataque dos F-16. Enquanto o SAM alertava o RWR o pacote de ataque estava saindo do alvo. Cezar logo virou para sudoeste enquanto o AWACS do oeste informou que havia bandidos na sua asa direita a 13 milhas.

A missão ficou complicada com C2 passando do AWACS oeste para o central. Era o mesmo alvo passado para o AWACS para dar o vetor para os F-14. A 13 milhas não tinham opção de desengajar sem boa consciência da situação. Então direcionaram para alvo, alijaram os tanques e ligaram o radar. Cezar trancou a 8 milhas e iniciaram a matrix de identificação, com o RWR indicando o radar Slot Back trancado no seu Eagle que estava a frente de Craig.

A reação foi quebrar a esquerda para criar uma manobra beam a 570knots em direção ao sul e mergulhar para criar o ruído de solo, lançou chaff, ligou o ECM e passou as informações para Craig. O alvo está voando a 8 mil pés e não sabiam que um segundo MiG-29 estava 12 milhas atrás do líder. Depois passou a voar um arco baixo mantendo o MiG na sua linha da asa e olhava sobre o ombro direito tentando ver o MiG. A postura passou a ser defensiva. O RWR logo indicou que foi trancado e ainda não tinha avistado o MiG. Logo ouviu Craig gritar FOX. Cezar olhou para sobre o ombro esquerdo e para trás enquanto ia para o sul e viu a trilha do míssil e a frente viu o MiG. O míssil de Craig passou logo acima do F-15 durante a curva. O MiG-29 foi atingido em cheio segundos depois. O encontrou durou 10 segundos. Cezar acredita que a manobra, o ECM e o chaff impediu que MiG disparasse. Foi o único combate em curva da guerra e Cezar acha que teve sorte pois não foi avisado pelo AWACS do MiG se aproximando.

Craig e Cezar se juntaram e iam para o sul quando o AWACS anunciou uma nova ameaça vinda do norte enquanto estavam entre H2 e H3. Fizeram check turn para norte. Cezar e Craig estavam separados por 2,5 milhas com Craig a direita. Se separaram em altitudes diferentes pois se o piloto do MiG visse um não veria o outro.

Trancaram simultaneamente e o MiG trancou em Craig. Iniciaram a matriz de identificação eletrônica (EID) e iniciaram a identificação visual com Craig a 5 milhas da linha de frente de Cezar. Com pouca tempo até o encontro não poderiam fazer identificação eletrônica e passaram para a identificação visual. O designador de alvos foi trancado a 8 milhas. O MiG inesperadamente fez uma curva para esquerda aumentando seu RCS e facilitou o disparo do Sparrow. A aparência do MiG fez o piloto pensar que era um caça amigo e que o kill anterior podia ser amigo. Logo mudou passou para o Sidewinder e canhão. O MiG mergulhou e virou para a direita indo em direção aos Eagle. A 4 milhas parecia um F-15 ou F/A-18. A 2 milhas decidiram não disparar no pre-merge.  Craig subiu para 20 mil pés e preparou o disparo de um míssil enquanto Cezar avançou para identificar.

Ao se cruzarem no mesmo nível a 8 mil pés Cesar viu o MiG-29 a 100 metros. Cezar voou um low-to-hi VID dentro do sol, mantendo-se abaixo do adversário. Declarou hostil como MiG-29. Cesar virou rápido a esquerda em combate em circulo duplo perdendo altitude. Cezar iniciou split S para cortar curva enquanto Craig estava no poleiro a 20 pés tentando uma oportunidade para entrar na briga. Se o MiG fosse atrás de Craig seria fácil para Cezar derrubar. Se o MiG fosse atrás de Cezar seria fácil para Craig derrubar. O MiG primeiro subiu e depois desceu permitindo que Cezar voasse dentro do circulo entrando no mesmo local que o MiG iniciou o ataque. A curva logo virou circulo único com cada um tentando pegar por o outro trás na espiral. Cesar estava em vantagem ficando atrás da linha 3-9. Estava espiral para a esquerda descendente. Com mais energia tentou cortar a curva para tentar disparar um Sidewinder.

Sentindo que o F-15 trancou o MiG fez uma manobra split-S, parecendo mais uma manobra Cobra invertida, que é o modo mais fácil de reverter a direção. A manobra é bom para que voa a 5 mil pés acima do solo, mas o MiG estava a 600 pés e foi direto para o solo. A luta começou a 8 mil pés e parece que o iraquiano não viu que desceram. Rico foi para vertical e subiu esperando o MiG sair da manobra. Sem combustível foram para o REVO com o outro elemento indo para o norte cobrir a fuga.


Cezar e o MiG-29 durante o cruzamento no engajamento do dia 19. Os iraquianos contam uma versão diferente para o combate. O MiG-29B pilotado pelo capitão Jameel Sayhood do Sexto Esquadrão baseado em AL Quwa Al Jouwiyah Al Iraquiya tinha acabado de derrubar o Tornado GR.1A pilotado por Gary Lennox e Adrian Weeks (mortos na ação) com um míssil R-60MK as 12:30h. Depois o capitão Jameel Sayhood afirma que conseguiu evadir um AIM-7 lançado por Craigh Underhill e depois foi derrubado pelo F-15C de César Rodriguez conseguindo ejetar antes de cair perto da base de Al-Qadissya.

Kills Sauditas

No dia 25 de janeiro dois Mirage F1 conseguiram voar para o Golfo Pérsico passando por uma área "cinzenta" entre as áreas responsabilidade do AWACS. Estavam armados com mísseis Exocet e atacariam os navios que encontrassem. Com o USS Roosevelt checando as CAPS de F-14 não estavam familiarizadas com os procedimentos e nem tinham a freqüências de rádio dos AWACS. Nem o USS Worden que controlava as seis estações de CAP no local. Assim a US Navy não conseguiu ouvir os alertas dos AWACS. Já os F-15 Sauditas monitorando a chamadas tomaram a iniciativa e derrubaram os Mirages. Outra fonte cita que o TAO (Tactical Air Officer) no Tico decidiu não vetorar os F-14B dos seus CAP e o AWACS da USAF desviou dois F-15 sauditas. Dois mísseis Silkworm foram disparados do Kuwait contra o USS Wisconsing com um errando o alvo e outro sendo derrubado por um míssil Sea Dart disparado pelo HMS Glowcester.

A USAF queria a responsabilidade pelas operações ar-ar primária. A decisão política levou cada pais ou serviço a ter responsabilidade pela escolta de suas aeronaves de ataque. Os Jaguar passaram a ser cobertos pelos Mirage 2000C, os Tornados pelos F3, e os F-14 cobrindo os pacotes da US Navy. Quando dois MiG-21 foram para um pacote da US Navy os F-14 foram logo vetorados. Quando fugiram foram direção de um grupo de F/A-18C que os derrubou.

A política da USAF negou a chances de outros caças engajarem os iraquianos. Em varias ocasiões as CAPs de outros países foram desviadas para os F-15 serem vetorados e conseguir o kill. A derrubada de um F/A-18 ocorreu quando a USAF tentava vetorar seus F-15 para atacar o MiG-25PD. Os F-15 não chegaram a tempo e o Hornet acabou sendo derrubado. Depois os E-2C tiveram a responsabilidade de cobrir os pacotes da US Navy.

Kill Múltiplo

No dia 26 de janeiro uma esquadrilha liderada por Cezar Rodrigues estava em patrulha protegendo alvos de alto valor em uma CAP ao norte da fronteira entre H2/H3 e Bagdá. Iam aos pares para o REVO e as vezes ficavam os quatro na estação.

O AWACS anunciou contatos sobre H2 indo em direção a Bagdá e os Eagle apontaram o radar para local. Dois estavam indo para o REVO e foram ordenados a voltar. Os alvos pareciam estar fugindo para o Irã. A geometria pôs os MiGs 80 milhas a frente e seguiram em direção ao super MEZ de Bagdá. Logo o AWACS anunciou outros quatro MiGs indo em direção ao primeiro grupo deixando os Eagle cercados. Deram a volta e colocaram os MiGs na frente.

Os Eagle foram em linha de frente espaçados 5-8 milhas a 33 mil pés para maximizar a visibilidade e o alcance do radar. Não ligaram radar para não alertar o RWR dos MiGs que estava fugindo sempre. Foram para modo busca RWS. Cada um cobria dos quatro quadrantes com o radar.

Abaixo uma camada de nuvens cobria o deserto. O desafio era saber onde estavam todas as aeronaves amigas. Estudavam muito as ATO antes da missão. Então se posicionavam para apoiar os voos. Logo detectaram quatro aeronaves. Como sabiam que não havia amigos na região foram logo identificados como inimigos. Não quiseram trancar o radar logo pois avisaria o inimigo e fugiram antes de entrar na zona sem escapatória do Sparrow. Fizeram identificação eletrônica (EID) como MiG-23 EID e o AWACS liberou o ataque. A 40 milhas o AWACS anunciou que um MiG logo fugiu (bugout) com problemas mecânicos. O Rivet Joint também confirmou o  EID com o MiG-23. Alijaram tanques e aceleraram até Mach 1.2.

Os MiGs estavam voando baixo a 1000 pés em formação em V. O mal tempo parecia atrapalhar mas a 25 milhas um buraco nas nuvens deixou ver. A 18 mil pés dividiram os alvos alvos. Os Sparrow foram logo disparados ao entrarem na NEZ e logo após trancar no alvo. Os pilotos mergulharam para ver as três explosões segundos depois abaixo das nuvens.

Rhory "Hoser" Draeger disparo um Sparrow a 11 milhas, mas o motor não ligou. Disparou novamente. Os outros pilotos começaram a citar "tally ho" ao verem seus alvos. O Sparrow de Hoser atingiu a traseira do MiG e logo mudou para o Sidewinder. O MiG virou para o norte e antes de disparar se desmanchou, pegou fogo e explodiu.

O ala de Hoser, Tony "Kimo" Schiavi, disparou dois Sparrow pois o MiG parecia ter visto o F-15 mergulhando e virou na sua direção, mas foi logo atingido e o segundo míssil atingiu os destroços. Cesar "Rico" Rodrigues e Till engajara o último MiG. Till disparou primeiro um Sparrow mas não ejetou, outro falhou o motor e o terceiro atingiu o alvo após o Sparrow de Rico atingir primeiro. Rico disparou dois Sparrow atingindo o alvo ao mesmo tempo que Kimo atingiu seu alvo. O engajamento foi um exemplo típico de varredura ofensiva BVR.


Imagem do Kill de Anthony Schiavi contra um MiG-23 no dia 26 de janeiro.

Kill Quádruplo

Em 27 de janeiro, o capitão Jay Denney e Ben "Coma" Powell" conseguira abater quatro aeronaves iraquianas. A esquadrilha estava na estação de CAP ao sul da fronteira e checaram com o AWACS "bulldog" que passou a tarefa para mudarem para a estação de CAP charlotte 75 milhas a sudoeste de Bagdá.

Após uma hora Coma e Denney detectaram um alvo a sudeste Bagdá e foram atrás. Passaram por al Amara onde um SA-3 engajou e tiveram que terminar a perseguição a 40 milhas do alvo que estava "husbanding" (indo para Bagdá). Voltaram para 30 milhas sul de al Amara e observaram o alvo por 15 minutos. O número 3 e 4 substituíram enquanto foram para o REVO.

Quando inverteram e o número 3 e 4 foram para o REVO o AWACS anunciou bullsyeye 130 por 80. Era a leste de Nazirah e norte de Basra com o alvo indo para o noroeste. Achavam que eram dois caças a 5 mil pés indo para o noroeste a 350kt. Tentariam cortar pois a 20 milhas fronteira do Irã teriam que voltar. Os Eagle estava a 30 mil pés a Mach 1.1 com o pós combustor na potencia máxima. Quando voltaram para o noroeste Coma mandou cortar o contato para evitar anunciar que os estavam perseguindo. A 15 milhas os alvos voltaram para Bagdá podendo fazer cut-off. Estavam em fila com o último contato a 4 milhas atrás. Os Eagle estavam com uma velocidade de aproximação de 300milhas (overtake). Iniciaram a matrix de identificação. O AWACS declarou como bandidos e liberou o ataque. A 3 mil pés Denney e Powell viram a sombra dos alvos. Denel disparou primeiro um Sparrow a  seis milhas sem atingir seu alvo. Coma disparou outro Sparrow e também errou. Depois viu mais dois alvos acima e a esquerda a 12 mil pés.

O MiG de Denney iniciou uma curva de 2g para a esquerda e disparou um Sidewinder a 2 milhas atingido o alvo em cheio. Denney anunciou que atacaria o alvo norte acima. Seu alvo eram um MiG-23 e um F1EQ bem próximos. Powel disparou um Sparrow e atingiu um. O outro fez uma curva para a esquerda e Denney foi atrás. Sem contato radar "uncaged" o Sidewinder e disparou bem por trás do alvo. Estava a 40 milhas de Bagdá e se aproximando do SAMPAC-2, parte da super MEZ de Bagdá. Não foram trancados até então e logo o RWR disparou pois estavam dentro da WEZ. Fugiram rápido para o sul, bem baixo, e alijaram os tanques. O REVO foi a 75 milhas dentro fronteira e continuaram a CAP por mais poucas horas. 


No dia 27 de janeiro o Capitão Bejamin Powell derrubou um MiG-23 e um Mirage F1EQ que estavam fugindo para o Irã a baixa altitude.


CAPs no Leste

Com os caças iraquianos parando de voar e até fugindo após o terceiro dia, a coalizão iniciou as operações de "busting shelter" atacando os abrigos reforçados de aeronaves (HAS) nas bases iraquianas. Os ataques foram iniciados no dia 21 de janeiro com os F-111F e no dia seguinte os F-117 se juntaram. Na segunda semana os ataques contra os HAS consumiam 60% das saídas dos F-111F e 26% das saídas dos F-117. Atacavam com bombas guiadas a laser de 900kg. Foi previsto iniciar os ataques nas bases centrais, mas o mau tempo forçou iniciarem os ataques contra as bases secundarias no sul. Para ter certeza de sucesso tinha que ter explosão secundaria. Foram destruídos 375 de 594 abrigos HAS ou 63%.

A reação iraquiana foi mover seus caças para fora dos HAS e foram dispersos para áreas populosas e ao ar livre. Saddam tentou preservar sua força aérea fugindo para o Irã. Os iranianos foram pegos de surpresa com jatos iraquianos usando código civil para pousar.  Na guerra contra o Irã já tinham fugido para o Kuwait, Jordânia e Arábia Saudita que agora eram inimigos.

A fuga virou oportunidade de novos engajamentos no ar e colocaram BARCAPS de F-14 e F-15 nas rotas a leste na estação Carol, Charlote, Elaine, Emily e Cindy ao redor de Bagdá. No iniciou de fevereiro as forças de F-15 não estavam mais relacionadas com os pacotes de ataques, mas em várias coordenadas para melhorar a flexibilidade. Os Eagle faziam CAPs 24 horas por dia ao redor de Bagdá e cercavam as fugas para o norte e leste. As aeronaves de REVO tiveram que voar sobre o Iraque para apoiar as CAPs. As CAPs na fronteira do Irã eram desgastantes, durando até 7 horas. Os pilotos foram autorizados a tomar estimulantes e dormir logo ao pousar. Também eram missões difíceis pois a distância das bases aéreas iraquianas até a fronteira era de 6 a 15 minutos de voo. A "janela" para interceptar era restrita.

Os caças iraquianos fugiam baixo para o Irã eram fáceis de acertar, mas os F-15 tinham que se aproximar para entrarem no alcance dos mísseis disparados por trás. Em uma ocasião foi feito um disparo a cerca de 18km contra uma aeronave voando bem baixo e lento. Podia ser um helicóptero ou até um veiculo em alta velocidade. O mau tempo não permitiu definir. Contra alvos fugindo os Eagle usavam o modo de radar RWS (Range-While-Search) para não dar alerta nos RWR dos caças iraquianos.

As 02h00min da manhã do dia 30 de janeiro dois F-15C da esquadrilha Xerex estavam voando um circuito oval de 30 milhas no sentido anti-horário enquanto outros dois foram para o REVO. O AWACS citou "Xerex tree-on, snap, 270, bandidos, 300. 90 milhas". Os Eagle viraram em direção a Bagdá e depois o AWACS citou "skip, skip, bogus target" indicando que era um alvo falso. Logo depois chamou novamente: "bandidos a oeste, 70 milhas. alto, rápido". Eram dois MiG-25 saindo de Bagdá indo para a estação Cindy a 42 mil pés. O Coronel Bigun (vegas) e o Capitão Broome (Giggles) encararam os inimigos. Giggles disparou dois Sparrow contra o MiG líder que disparou em Vegas. O MiG virou para norte a Mach 2 fugindo dos Sparrow. Vegas foi para o sul para fugir do míssil e depois voltou e disparou  tentou disparar três vezes contra o ala, mas os mísseis não dispararam. Giggles disparou um Sparrow no MiG fugindo sem sucesso e voltou para proteger o ala.

Os MiGs pareciam emboscar os Eagles e depois voltavam para sua base em Al Taqaddum. Então voaram para o sul de Bagdá tentando cortar. Bigum foi na frente olhando o radar e Broome seguiu 30 milhas atrás a esquerda. Contra o Irã os iraquianos usavam táticas de induzir o inimigo a perseguir para depois pegar por baixo com os Mirage F1, mas o que os pilotos viram foi o palácio Saddam e logo estavam sendo engajados por mísseis SA-2 e SA-3. As baterias de mísseis não dispararam pois os MiGs estavam se aproximando. Então fizeram split S indo bem baixo a 20k e estavam já a 20 milhas dos MiG. Broome disparou dois Sparrow no MiG de trás sem sucesso e viram a base de Taqaddum. O MiG líder já estava na final e bem lento. Bigum disparou e o míssil mergulhou. O MiG desacelerou para 40knots já na pista e o Sparrow não podia mais distinguir o alvo. O ala apareceu uma milha atrás da pista e Bigum disparou um Sparrow que mergulhou. O Eagle estava a 8 mil pés acima da pista. A artilharia antiaérea não atirava para não atingir também o MiG por engano. Bigum viu o piloto pousar abaixo e o Sparrow atingiu próximo da asa esquerda do Foxbat ao lado da pista enquanto taxiava.

A tática do F-15 contra os MiG-25 voando alto e rápido era ejetar os tanques extras e subir para 40 mil pés. Depois faz "G zero" (descarrega a aeronave) em mergulho para diminuir o arrasto induzido para acelerar até uma velocidade de Mach 1.7. Depois sobe em uma inclinação de 20-30 graus e alinha a mira do AIM-7 e dispara os quatro mísseis. Já no combate visual a identificação visual do MiG-25 era importante por ser bem parecido com o F-14 e o F-15. Podia ser diferenciado facilmente por ter dois cabides em cada asa. No combate a longa distância podia ser identificado pelo padrão de vôo a grande velocidade a grande altitude.

No dia 6 de fevereiro, esquadrilha Zerex com dois F-15C derrubaram quatro caças com dois para o Capitão Thomas N. Dietz e dois pelo Tenente Robert Hehenmann di 53 TFS. Dietz e Hehemann voando sempre juntos. Já tinham engajado MiG-25 em Bagdá sem sucesso. Os dois voavam uma BARCAP quando o AWACS indicou contato a 100 km a noroeste de Zerex, ao norte de Bagdá, baixo a mil pés, indo para o leste a 300 knots. O número 2 e 4 estavam indo para o REVO.

Os bandidos viraram 10-15 graus a esquerda voando para o leste até a fronteira. A Zerex voou mais para a direita para cortar e a 35 milhas viram alvos múltiplos a 40 milhas pegaram alvos múltiplos voando bem próximos. Sanitizaram ao redor com o AWACS fazendo ID. Depois cruzaram os contatos no radar para ter certeza que estavam vendo a mesma coisa.

Gigs pegou o grupo de Su-25 mais ao norte indo para o leste e Vegas o grupo de MiG-21 indo para o sul. Os Eagle estavam a 33 mil pés e descendo a 50 milhas do alvo. Trancaram e dispararam. Os dois mísseis de Vegas voaram separados por 100 metros. Os Sparrow não atingiram o alvo. Vegas rolou por trás e disparou um Sidewinder uncaged a 2 milhas em cada alvo. Pareciam que os mísseis estavam em formação disparados com dois segundos de intervalo. A atingiram seus alvos e não viu os pilotos saltarem. Olhou ao redor e viu uma aeronave apontada para seu Eagle a sua esquerda em posição de disparo do canhão. Depois viu que estava pegando fogo já sem canopy. Mais a esquerda viu outro já pegando fogo em terra.

Gigs trancou no alvo mais do norte enquanto Vegas passou por baixo para pegar os mais ao sul. Gigs não usou o radar. Disparou um míssil em um alvo e foi para o outro apontando nariz. Disparou a 1 milhas a 490knots. Quando ia disparar o segundo míssil viu o alvo explodir pois era o alvo do Vegas. Virou para o outro alvo e viu caindo no deserto. Foi para outro alvo e atingiu. Os alvos de Gigs eram Su-25 e os de Dietz MiG-21. Do primeiro disparo até o último cair foram 15 segundos. Os iraquianos não reagiram nem lançaram contramedidas. A única defesa dos caças iraquianos era voar bem baixo.

No dia seguinte, 7 de fevereiro, dois F-15 em em BARCAP derrubaram quatro Su-22 Fitter por trás enquanto fugiam para o Irã. No dia 13 de fevereiro, com a superioridade aérea garantida, os pacotes nem tinham mais escolta no Kuwait. Os EF-111 e F-4G voavam em orbitas jameando ou procurando sites de mísseis SAM. Eram poucas áreas fora de Bagdá que precisava de supressão de defesas.

O campo de batalha sobre o Kuwait não tinha CAP de F-15 e os F-16 fariam a proteção. Em algumas ocasiões os mísseis Sidewinder foram disparados sem querer pois os pilotos passavam para o modo ar-ar após disparar suas bombas, mas mantinham o gatilho apertado devido a tensão e disparavam sem querer. O risco de fogo amigo era alto. Antes da guerra o Brigadeiro Glosson ordenou que os pilotos de F-16 não procurassem um kill pois seu objetivo era lançar bombas. A missão seria dos F-15.

Alguns pilotos iraquianos fugindo para o Irã tiveram a conversa no rádio escutada. Dois foram derrubados ao retrair o trem de pouso. Depois pararam de anunciar no rádio e fugiam para o Irã com o pós combustor ligado.

No total os Eagle derrubaram 34 aeronaves sendo 16 pelo 58 TFS, 11 pelo 53 TFS, cinco pelo 525 TFS, um pelo 32 TFS e um pelo 71 TFS. Dois Mirages foram derrubados pelos Eagle sauditas com um total de 36 kill para os Eagle sendo 24 a longa distância contra inimigos que nunca foram avistados. Depois do cessar fogo mais duas aeronaves foram derrubados.

Outras aeronaves derrubaram mais cinco aeronaves sendo dois para o F/A-18, um para o F-14 e dois para os A-10 atingindo um total de 41 kills no ar. Outras 81 aeronaves iraquianas foram destruídas em terra e 20 capturados no sul do Iraque e Kuwait. Os iraquianos conseguiram apenas um Kill.

Os F-15 não usaram o canhão Vulcan. Dois A-10 conseguiram derrubar um helicóptero cada voando baixo, onde eram até mais fácil de serem detectados devido a poeira levantada ou sombra. Foram derrubados com o canhão Avenger de 30mm. Os pilotos de F-15 reclamaram que eram serviço deles e os pilotos de A-10 responderam com a proposta de fazer cobertura de caça a grande altitude enquanto os F-15 atacavam alvos no solo.

No dia 6 de fevereiro, um piloto de A-10, Capitão Robert Swain, estavam em uma missão de interdição no Kwait em um Kill Box a oeste da base aérea de Ali Al Salem. Estava subindo e viu dois alvos lentos abaixo. "padlocou" nos alvos e pediu cobertura para mergulhar. Tentou trancar com o AIM-9 e não conseguia. Teve que metralhar e atacou três vezes até atingir. Não havia cobertura AWACS no local para dar o alerta.

No dia 15 de fevereiro, o piloto de A-10, Capitão Todd Sheehy, foi chamado pelo AWACS para avaliar um contato lento e baixo. Estava a 27 milhas de distancia. O A-10 mergulho e disparou a 10 mil pés. O ala viu que acertou. Mergulhou e novamente a 9 mil pés derrubando o helicóptero.

Em dezembro de 1990 a Força Aérea Iraquiana voou uma média de 235 saídas por dia. Na primeira semana de guerra foi uma média de 30 a 40 saídas. Na segunda semana os iraquianos não voavam mais saídas de combate. Na semana final de janeiro foi média de 20 saídas iraquianas incluindo fugindo para Irã. Depois em fevereiro nenhum voo.

Depois da guerra os caças voando sobre o Iraque não podiam atacar os helicópteros iraquianos, autorizados a voar, e os pilotos ficavam doidos para conseguir um kill durante estes encontros. Os F-14 apareciam e viam que todos estavam querendo o kill. Os AWACS chamava no rádio "Tow F1, 20 miles south of Pizza - bulsseye" e todos podiam ir para o local loucos por um kill e o risco de  fratricídio era alto.

O sucesso do F-15C Eagle pode ser explicado pela doutrina, tecnologia e fatores locais. Entre as novas tecnologias foram o novo radar, o Enhanced ID (EID), o E-3 AWACS, o RC-135 Rivet Joint e armas para subjugar sem muita ameaça do inimigo. Os EUA conseguiram uma razão de vitórias de 36 a 0 mais devido a falta de vontade de lutar dos iraquianos.

Entre os fatores locais que levaram ao sucesso do F-15 foi prever que a maioria dos engajamentos seria a leste de Bagdá e favoreceria o esquadrão 1o TFW de Langley destinado a operar naquele local. Na verdade a maioria dos engajamentos foi a oeste favorecendo o 58o TFS de Bitiburg. Com a fuga dos iraquianos para o Irã o 1o TFW seriam mais favorecidos ainda, mas na verdade estavam fazendo BARCAP mais ao norte, com razão de saída diminuída e só tiveram um kill em toda a guerra.

As esquadrilhas do 58o TFS eram comandadas por capitães e majores com os tenentes como alas enquanto as esquadrilhas do 1o TFW eram todas lideradas pelo comandante do Esquadrão. O comandante do 58o TFS sempre acompanhava os vôos mas como número 4 ou número 8 e não impondo a hierarquia. Dava oportunidade para os membros do esquadrão aprender, crescer e aplicar o que aprenderam. Os alas passaram a ter chances de atirar, mudando a doutrina antiga de só os pilotos experientes atacando. Todas as habilidades foram usadas e não só para derrubar, mas para ajudar na vitória, acabando com o adágio de que ala é para ver e não ouvir. Um major muito experiente do 1o TFW ficou só com a função de planejar a missão do comandante Esquadrão. O 58o TFS também tinha muitos graduados da Escola de Armas de Caças (FWS) e Red Flag, podiam voar mais a noite, e com pilotos capazes de resolver rápido problemas complexos e aprendiam com os erros rápido. No fim os pilotos do 58 TFS dominaram os céus do Iraque com 17 das 36 vitórias no total.


Um Sparrow sendo disparado a longa distância por um F-15D contra um alvo voando alto. O drone alvo pode ser visto na foto devido a trilha de condensação (contrail). 

Instant Thunder

A campanha aérea na Guerra do Golfo foi chamada de Instant Thunder. Era o oposto da Rolling Thunder do Vietnã. A Rolling Thunder era uma operação com escalada gradual com o inimigo tendo tempo de se adaptar. A Instant Thunder não teria esta escalada devido a concentração. Estimaram que com poder suficiente podiam realizar uma campanha aérea planejada em 5-6 dias contra 48 alvos identificados inicialmente. Eram alvos interdependentes que desabilitaria a força inimiga como um todo. Os alvos incluíam a liderança, comunicações, C2, sistema elétrico, produção de petróleo. Todos estavam relacionados com o efeito imediato. A campanha foi criada pela equipe Checkmate com cerca de 50 oficiais e civis. Em 10 dias prepararam a operação para tirar Saddam do Kuwait. Os alvos estratégicos cresceram de 48 para 127 e depois para 178. Em dezembro de 1990 já eram 238 e em janeiro de 1991 já eram 350. 

Logo observaram que eram otimistas e não consideraram atacar as forças em terra. A US Navy foi menos original sugerindo dividir o teatro de operações em Route Packages como no Vietnã ou atacar as defesas aéreas como no Vietnã.

As diretivas gerais do plano foi logo determinada:
- Destruir as capacidades do Iraque de fazer guerra
- Conquistar e manter a superioridade aérea
- Cortar as linhas de comunicações até o Kuwait
- Destruir as armas de destruição em massa do Iraque
- Destruir a Guarda Republicana
- Liberar o Kuwait

Então foi criado uma campanha de quatro fases:
- Fase I - ataque estratégico contra alvos políticos e liderança.
- Fase II - para obter superioridade aérea. Seria realizada junto com a fase I
- Fase III - preparar o campo de batalha
- Fase IV - ofensiva terrestre apoiando as tropas

As fases da guerra iniciaram juntas e continuaram juntas. Apenas o esforço mudava para cada fase. Os planos incluíam destruir o Exército do Iraque para evitar ajudar a manter Saddam no poder. As Regras de Engajamento era limitar as baixas civis e as próprias baixas.

A Inteligência citava que a capacidade militar era grande, mas fatores políticos e culturais impediriam usar toda a capacidade. A campanha aérea confirmou estas avaliações e facilitou a estratégia de degradar as defesas aéreas ao invés de destruir e facilitou dispersar os próprios meios como as aeronaves equipadas com bombas guiadas a laser.

A inteligência e o planejamento precisavam saber os locais de tomada de decisões e como se comunicava com as unidades e bases. O objetivo era atingir os pontos chaves para desabilitar o sistema rapidamente.

Operar com os F-111 e A-6 sobre Bagdá seriam perigoso e usariam apenas os F-117. O Brigadeiro Glosson voou no F-15 contra os F-117 durante um exercício Red Flag e confiava na capacidade de sobrevivência da aeronave. Os F-117 atacariam dois alvos de cada vez com bombas Paveway de 900kg. Em áreas menos defendidas seriam usados os F-111F e F-15E. Os mísseis cruise CALCM também estava previstos para ataques em locais com defesas alta intensidade enquanto a US Navy usaria o Tomahawk. A US Navy atacaria alvos mais ao sul e no Kuwait para depender menos de reabastecimento em voo. O mesmo ocorreria com os caças do USMC operando na Arábia Saudita. No inicio eram 84 alvos e no fim do ano chegou a cerca de 500.

O planejamento começava com plano de ataque geral (Master Attack Plan) de poucas páginas de onde saiam as ATO (Air Task Order) bem numerosas de onde seria difícil ter visão geral da ação.

O plano incluía aceitar o principio de conquistar a superioridade aérea primeiro. Depois planejaram o conceito de emprego de pacotes de forças como requerimento no planejamento de missão. Depois mudaram o conceito de efeito no alvo. Antes tentavam 100% de destruição do alvo, mas queriam apenas parcial para conseguir efeito. O uso de armas de precisão permitia implementar o conceito. Nivelar uma instalação de pesquisa nuclear não mudaria a vontade de lutar do inimigo, mas o ataque contra os centros de comando sim. O efeito foi enfatizado e os planejadores passaram a se concentrar não nos alvos, mas em táticas, operações e pontos estratégicos como os centros de gravidades, Depois buscavam as conexões entre os alvos, e depois atingiriam os objetivos políticos. Com as armas de precisão tinham capacidade de atacar um escritório em um prédio ao invés de todos os prédios ao redor. Efeito também implica em atacar muitos alvos em pouco tempo ou então atacar poucos com muita destruição e deixar outros intactos. Empregariam o mínimo de armas contra o máximo de alvos possível em pouco tempo.

A ameaça de armas químicas era grande pois podiam ameaçar Israel e Riad. Os mísseis Patriot ainda não tinham mostrado capacidade de derrubar os Scud. O Iraque enfatizava a defesa e por isso investia muito em artilharia o que preocupava as forças terrestres. Os comandantes queriam ataque concentrados contra os blindados para acabar com capacidade ofensiva futura. A Guarda Republicana era outro alvo por ser braço político e para ofensivas e contra ofensivas na fase terrestre. Os comandantes do Exército queriam atacar estes alvos desde o inicio. Na fase três foi planejado destruir metade da capacidade terrestre das tropas iraquianas em um mês.

As IADS Iraquianas (Integrated Air Defense System)

A prática iraquiana seguia a doutrina Soviética de se defender com mísseis SAM e não com caças. Os caças ajudariam se necessário. Era a experiência que tiveram contra o Irã. Os mísseis SAM guiados por radar ficavam ao redor de cidades e instalações militares atuando contra ameaças a média e grande altitude. A artilharia antiaérea e os mísseis portáteis cuidavam das ameaças a baixa altitude, além da força de caças que tinha papel defensivo e ofensivo.

Os mísseis SAM eram de várias fontes e a variedade era um ponto fraco. Eram muitos, mas não protegiam todo o Iraque. Faziam defesa de ponto sendo as áreas críticas para a sobrevivência do regime. Outro ponto fraco era a cobertura voltada para o leste e oeste enquanto para o sul era pouca. O sistema tinha um bom tamanho para as ameaças locais, mas ainda era pouco contra a coalizão.

O Iraque tinha a maioria das defesas em torno de Bagdá. Era até maior que a encontrada em Hanói durante a Guerra do Vietnã. Eram 160 lançadores de mísseis SA-2, 140 de SA-3 e vários lançadores móveis SA-6/7/8/9/14 e cerca de 100 Roland. No total eram 16 mil mísseis SAM. Antes da guerra a coalizão detectou entre 1.300 a 1.700 emissores de radares SAM, artilharia antiaérea e radar de alerta.

O SA-2 foi projetado contra o B-52 e não era problema para os caças. Cobria os alvos voando alto enquanto os SA-3 cobria os alvos voando a média e baixa altitude. Os lançadores móveis SA-6 protegiam as unidades manobrando. Na guerra contra Irã os SA-6 foram usados para proteger pontos chaves e depois voltaram para a Guarda Republicana.

Os lançadores móveis SA-8 também protegiam unidades de manobra. O alcance dos mísseis era de 6 milhas contra alvos voando baixo. Os Roland foram projetados para proteger unidades no terreno. O Iraque comprou 30 Roland I com capacidade de tempo bom e 100 Roland II com capacidade qualquer tempo. Outros sistemas móveis eram o SA-9 e SA-13 guiados por calor operando com unidades terrestres. As tropas também tinham cerca de 3 mil mísseis portáteis SA-7 e SA-14. O Iraque tinha cinco baterias HAWK capturadas do Kuwait, mas não souberam usar.

O Iraque tinha mais 8 mil peças de artilharia antiaérea sendo 4 mil só em Bagdá. Eram 970 sites de artilharia antiaérea sendo 4 mil com calibre maior que 23mm. A grande maioria não tinha controle por radar. A artilharia antiaérea leve de 14,5mm a 23 mm era usado mais para fogo de barragem. A maioria tinha espoleta de tempo usada mais para cobrir setores. As peças leves podiam ser colocadas acima de prédios. Com um sistema de Comando & Controle simples recebiam ordens de disparar e cessar a barragem. Também tinham aviso de ataque chegando. Contra a coalizão forçou os caças a voar alto e diminuiu a precisão dos ataques. Outra tática era usar os mísseis SAM para forçar os caças a voar baixo no envelope  da artilharia antiaérea e por isso atuavam juntas.


A IADS iraquiana tinha cerca de 500 radares em 100 sites. O desenho acima mostra o alcance dos radares contra aeronaves voando baixo e alto (20 mil pés). O desenho também mostra as áreas protegidas por mísseis SAM.

O KARI era o sistema de Comando & Controle (C2) computadorizado iraquiano, indicando alvos para os mísseis SAM e caças. O KARI foi construído pela Thompson CSF francesa sendo o sistema nervoso de uma rede formada por radares de alerta, 24 Centros de Operação, mais de uma centena de posto de controle e notificação, links de comunicação etc. O projeto foi iniciado no fim de 1974 e completado em 1987.    

O centro de comando era o ADOC (Air Defense Operations Center) em Bagdá. O ADOC centralizava as informações dos SOC e controlava cinco centros de comando de setores de defesa aérea SOC (Sector Operations Center) sendo que um foi formado no Kuwait. Cada SOC era ligado a no máximo seis IOC (Interceptor Operations Center) e cada IOC era o centro de ligação de centros de radar e observação visual. Todos os centros estavam instalados em casamatas subterrâneas. O sistema também tinha um sistema de guerra eletrônica para detectar, localizar e interferir nas comunicações inimigas.

O gerenciamento de batalha era feito no SOC que tinha informações suficientes para controlar seu setor. Escolhiam o melhor sistema para engajar como caças ou quantidade de mísseis para disparar. As decisões eram passadas para o IOC para engajamento com apoio de radar de controle de caças (GCI), mísseis SAM ou artilharia antiaérea. As informações dos IOCs iram para as bases aéreas, faziam controle de caças, sites de SAM e artilharia antiaérea. O IOC tinha visão geral da sua área com dados de até seis radares e postos de notificação. Os postos de observação davam alerta aural e até visual. Os IOCs eram eficientes, mas vulneráveis a saturação.

A conectividade redundante era o ponto forte do KARI. Todos os nós eram ligados por linhas terrestres ou comunicação de rádio para comunicação por voz e dados. As comunicações terrestres incluíam linhas de fibra ótica. Os iraquianos sabiam da vulnerabilidade das transmissões de rádio por experiência dos soviéticos. Então usaram a rede fibra ótica, mas também com a rede de rádio para redundância. A telefonia civil era usada como reserva para redundância.


KARI significa irak em francês ao contrário. A função do IOC era controlar os caças e designar alvos para as baterias de mísseis SAM. Durante a guerra usaram poucos caças e mais os mísseis SAM. As baterias de mísseis SAM não estavam disperso e sim concentrados em áreas densas de alto valor como as cidades de Mosul, Kirkuk, H3, Bagdá, Basra etc. A maior parte do espaço aéreo do Iraque não estava coberto por mísseis SAM.

O KARI foi planejada para contrapor incursões modestas de Israel no oeste e do Irã no leste. Não foi planejado para ataques no norte e sul de larga escala como os aplicados pela coalizão. Como a operação Desert Shield foi uma "sitzkrieg foi possível mudar as defesas para o sentido norte-sul ao invés de leste-oeste.

Ataque Contra as IADS

A prioridade dos ataques iniciais era conquistar a superioridade aérea neutralizando a IADS. A IADS tinha que ser neutralizada para ataques subsequentes poderem atuar sem sofrer perdas a exemplo dos F-117.

O esforço central era negar aos comandantes iraquianos a capacidade de entender o que estava acontecendo ao redor e comandar suas forças. As forças da coalizão teriam que cegar os radares, atrapalhar as comunicações, negar o controle de interceptadores e destruir os sistemas de mísseis SAM. A varredura caças engajaria os caças no ar. Os ataques as bases aéreas negaria o uso das pistas e de retaliar, forçando a se defender se escondendo em abrigos reforçados de aeronaves (HAS) que depois os HAS seriam destruídos.

Com os nós desconexos os iraquianos ficariam bem menos eficientes e esperavam até que não atuariam sozinhos. Atacariam do centro para a periferia. Com um ataque intenso nem teriam tempo para se adaptar. Com o C2 destruído teriam que atuar individualmente e não estavam preparados.

O plano de supressão dos mísseis SAM guiados por radar tinha duas medidas principais. A primeira era atacar o KARI fisicamente. A destruição do C2 não permitiria coordenar as defesas e os interceptadores e seria pelo menos degradada. Dos 55 alvos do primeiro dia apenas dois não era do KARI.

A segunda medida era a supressão com os mísseis HARM disparados dos F-4G, F/A-18 e EA-6B. O objetivo era convencer os operadores dos mísseis que ligar seu radar os deixaria expostos a ataque de mísseis imediatamente. No ar queriam mostrar para os pilotos que decolar seria mortal. O resultado final esperado era poder voar a média e grande altitude no Iraque impunemente.

Os pacotes SEAD contra Bagdá eram complexos. Iniciou com os ataques de F-117 seguido dos Tomahawk, drones BQM-74 e interferência dos EF-111 e EA-6B. A primeira ação visível foi o impacto das bombas dos F-117. Foi seguida da visão de varredura de caças nas telas dos radares e explosões dos Tomahawk. Depois vieram os BQM-74 simulando aeronaves para estimular os radares a ligarem. Foram seguidos de dois pacotes com apoio de interferência se aproximando da capital. Ao invés de atacar os pacotes dispararam mísseis HARM preventivamente contra os radares ligados. As táticas israelenses usadas o Vale de Bekka em 1982 foram consideradas. O problema era adaptar contra uma quantidade maior, com maior complexidade, extensão, número e distâncias.

No total foram 630 saídas contra o KARI sendo metade na primeira semana e 1/4 eram os A-10 atacando postos de notificação em áreas remotas nos primeiros dias. O bombardeio com armas guiadas contra bunkers era função dos F-117 atacando os SOC e IOC mais no inicio da campanha aérea.

Nos primeiros dois dias os A-10 e F-117 cegaram e paralisaram o sistema. Depois manteriam inefetivo para realizar a coordenação e usando mais armas não guiadas como a artilharia antiaérea e mísseis sem guiamento.

No inicio consideravam causar "dano funcional' atingindo os SOC com duas GBU-27 de F-117 e só atacavam novamente se tivessem evidencias que estava operando novamente. O objetivo era economizar as saídas do F-117 permitindo cobrir mais alvos nas três primeiras noites com 30 ataques contra o KARI. O SOC em Tallil não teve sua porção operacional atingida, mas foi abandonado provavelmente por medo de novo ataque. O objetivo foi atingido com dois ataques nos dois primeiros dias e três bombas. Outros elementos KARI foram mantidos operacionais a qualquer custo. O SOC em Kirkuk só saiu do ar por alguns poucos dias. Já o sistema de comunicações foi mais difícil de recuperar e foi atacado continuamente.

Seis elementos foram usados para negar o uso da IADS: vigilância eletrônica, táticas de engodo, supressão de defesas, interferência eletrônica, lançadores de mísseis HARM, e aeronaves procurando mísseis SAM no Kuwait.

Os RC-135 e EP-3 foram usados para vigilância eletrônica (ELINT) para determinar a ordem de batalha eletrônica iraquiana e determinar o padrão de atuação das defesas nos seis meses antes de iniciar as operações. A IADS iraquiana era densa e sofisticada. Eram equipamentos novos e velhos coordenados com o KARI. A organização foi determinada pelos RC-135, TR-1/U-2 e os EP-3 voando na fronteira. Os franceses ajudaram com informações pois instalaram o sistema. As operações de ELINT foram mantidas continuamente. A hora do ataque, 3 da manhã, era a hora onde estavam mais fracos e virou a hora do ataque inicial. 

O engodo tático (tactical deception) iniciou em setembro de 1990. Era uma escalada de operações para desensibilizar as defesas com o aumento das saídas progressivamente na fronteira. Os caças da coalizão voavam nas mesmas orbitas regularmente. Os operadores de radar ficaram acostumados com o grande número de contatos no radar como as CAP, órbitas REVO, AWACS e aeronaves nos treinos nas áreas bem próximas a fronteira. A coalizão estava acostumando os operadores de radar iraquianos a ver aeronaves de reabastecimento, AWACS, Rivet Joint e patrulha de combate aéreo em padrões previsíveis na fronteira. Treinaram táticas LFE (Large Force Employment) com vários tipos de aeronave e em grande quantidade e as saídas incluíam aparecer na cobertura dos radares iraquianos. Lançavam os F-117 em direção a fronteira e antes retraiam o refletor radar e voaram paralelo a fronteira. Bagdá citava que invadiam o espaço aéreo o que sugere que não viam a direção correta.

O treinamento para a guerra iniciou em setembro com pacotes de 12 aeronaves. Em novembro já eram exercícios de uma semana com 2 mil saídas, dia sim e dia não, para as grandes operações. Na noite do dia 16 nem notaram a diferença. Na noite do dia 17 de janeiro, dia do começa das operações, os iraquianos viram o mesmo padrão anterior e não notaram nada de diferente. As aeronaves de ataque ficaram ao sul e fora da linha de visada dos radares de alerta iraquianos antes de irem para o norte. A maioria penetrou a baixa altitude. O ataque incluía os caças F-117 e mísseis cruise TLAM contra os SOC e estações de energia elétrica. Quando a energia voltasse os céus estaria saturado de alvos.

Uma missão no dia primeiro de dezembro de 1990 foi levar as aeronaves armadas até armar as bombas. Usavam os rádios sem codificação. O objetivo era tentar determinar se a inteligência iraquiana era sofisticada o suficiente para perceber a iminência de um ataque e iniciar a reação. Os satélites espiões e as aeronaves Rivet Joint vigiariam e não detectaram nenhuma reação.

O ataque iniciou contra os SOC, sites alerta radar e nós de C2 além das missões de supressão e despistamento. As operações de bombardeiro foram coordenadas com as saídas de supressão. Os pacotes tinham escolta de aeronaves de supressão, interferência e lançadores de mísseis HARM (anti-radar). No Kuwait os "roving bands" de sam-killer e jammer para diminuir os mísseis SAM na área.

Com os mísseis HARM podiam atacar os radares e com pouco esforço acabar com a capacidade de acompanhar alvos e a fazer pontaria para mísseis SAM. O primeiro ataque de caças contra a capital seria com o disparo de mísseis HARM contra as defesas. Até a ameaça dos mísseis HARM poderia ser suficiente para suprimir as defesas sem precisa atacar todos os sites de mísseis SAM. Sem a ameaça de mísseis SAM poderiam operar a média altitude com poucas perdas.

O plano inicial era atacar a IADS do sul para o norte e depois passou para um ataque já no centro com os F-117. Foi o F-117 que permitiu realizar ataque contra alvos bem defendidos sem a necessidade de grandes forças de apoio e antes da superioridade aérea ser conseguida. As armas guiadas garantiam capacidade de atingir alvos chaves rapidamente sendo que antes seriam necessário muitas saídas. Foram atacados muitos alvos chaves logo nas primeiras horas. Conseguiram superioridade aérea, paralisaram a liderança, o C2 e evitaram o uso de armas ofensivas como os mísseis Scud. Os ataques subsequentes foram realizados contra ameaças bem mais reduzida.

O plano geral iniciaria com um ataque surpresa dos F-117 e F-15E e mísseis cruise, apoiados pelos EF-111B e EA-6B. Os F-117 atacariam os nós chaves da defesa enquanto os TLAM atacaria centros energia elétrica apoiando as defesas aéreas e forçar o uso de sistemas de reserva. Adicionalmente atacaram centro de liderança, C2 e comunicações para conter um possível ataque contra Israel

Quando os iraquianos ligassem novamente a energia elétrica seriam saturados com pacotes SEAD, interferidores, drones e mísseis HARM. O ataque seria seguido de mais F-117. Os iraquianos experimentariam o ataque de bombas de aeronaves invisíveis alternando com ondas de caças e drones que não disparavam bombas. Tudo enquanto os centros de C2 e comunicações estavam sendo atacados. O objetivo era causar confusão em massa na defesa aérea o que permitiria as aeronaves realizando os ataques seguintes tivessem mais segurança.

Os F-15E atacariam sites de mísseis Scud no oeste. Seriam seguidos de caças F-14 e F-15 para atacar os caças iraquianos que respondessem aos ataques iniciais. O pacote anti-Scud era formado por 22 caças F-15E e três EF-111. Atacaram com bombas burras e em cacho enquanto os EF-111 jameavam os radares que ameaçassem o pacote. Ao voltarem para o sul iniciou uma varredura de caças com 24 caças F-15 e F-14 onde esperavam que os iraquianos lançariam seus caças. Foi uma reação bem menor que o esperado, mas conseguiram derrubar quatro caças iraquianos.


Primeira Noite

Na noite do dia 17 de janeiro os iraquianos viram o padrão geral de sempre nos radares. Todas as aeronaves de ataque reabasteceram ao sul da linha de visada dos radares. Os primeiros a cruzar a fronteira foram os F-117. O primeiro alvo foi o IOC no sul do Iraque nove minutos antes da hora H. Era o centro primário da defesa central e controlava os caças na região. Se posto fora de ação facilitaria a passagem dos F-15E e EF-111 para caçar Scud em H2.

O segundo grupo seria a Task Force Normandy com três helicópteros MH-53J Pave Low III e nove AH-64 Apache que atacariam dois sites radar 21 minutos antes hora H para os F-15E e EF-111 indo em direção a bases fixas de mísseis Scuds terem uma zona cega na cobertura dos radares. Ao mesmo tempo equipes de Forças Especiais colocariam beacons no norte da fronteira para auxiliar as aeronaves entrando e saindo do Iraque. Um site deu alarme e logo Bagdá estava com artilharia antiaérea disparando antes da hora H.

Para maximizar o choque outros F-117 atacariam oito centros de defesa aérea desde o posto de comando central em Bagdá até o IOC. Também atacaram dois bunkers de comando. Outro alvo foi uma central telefônica.

Pouco antes dos ataques dos F-117, 22 mísseis TLAM atingiriam seus alvos que eram centrais elétricas e alvos de liderança como o partido de Saddam.

Na hora H+40 minutos foi iniciado o ataque do pacote SEAD contra H3, Kuwait e Bagdá. Foi iniciado quando esperavam que os iraquianos religassem as defesas apos a energia passasse para os geradores de reserva. Encontrariam centenas de contatos que iriam saturar o KARI. Usariam drones, interferência e os F-4G Wild Weasel.
Ao mesmo tempo os B-52 e Tornado GR-1 atacaram as bases aéreas de dispersão no sul.

A terceira onda de F-117 seguiria o pacote SEAD e os ataques as bases aéreas. Os alvos eram a liderança e centros de comunicações. Também foram iniciado os pacotes convencionais contra mísseis Scud, QBR e comunicações.

Os ataques dos primeiros dias não destruíram as IADS nem muitas bases de mísseis SAM, mas o efeito moral fez os operadores desligarem o radar ou ficar com medo. Com o radar desligado o efeito era tão bom quanto destruído. O SOC de Tallil foi atingido três fezes em dois dias. Podia continuar operando, mas foi abandonado com medo de novos ataques. Na segunda semana o KARI estava bem debilitado. Foi ordenado que as órbitas REVO fossem feitas no Iraque para os F-117 atingir alvos em Mosul.

O Ponto de Vista Iraquiano

O fim da Guerra Fria acabou com a maioria das ameaças sérias. Mesmo tecnicamente inferiores os soviéticos sabiam aplicar a guerra de manobras e outras áreas operacionais. A superioridade numérica faria diferença contra a qualidade ocidental. As táticas de saturação são as favoritas dos soviéticos e funcionariam bem contra caças armados com mísseis com guiamento semi-ativo.

Em 1990 o Iraque tinha uma força terrestre impressionante com 1 milhão tropas, equipamento moderno com 5 mil Carros de Combate, 8 mil blindados e 3.300 peças de artilharia. As IADS eram multicamada apoiada por mais de 700 caças. O Iraque usou armas químicas contra os Curdos e estava desenvolvendo armas nucleares sendo uma grande ameaça para a Coalizão.

A maioria dos pilotos iraquianos eram escolhidos pela lealdade ao partido e não pela habilidade. Os pilotos mal faziam manobras evasivas durante os combates. A vontade de lutar era pequena. A melhor tática era fugir se engajados. Um piloto de F-14 cita que perseguiu um MiG-29 por 350km até ter que voltar por ficar sem combustível. Fica até difícil considerar que as vitórias se trataram da superioridade dos mísseis BVR. Os iraquianos até que podiam conseguir superioridade numérica local, mas voavam sozinhos ou em dupla e usavam táticas básicas.
O pensamento dos pilotos ainda estava na década de 70 e não acompanharam a evolução da Guerra Aérea. Os treinos de combate aéreo eram apenas 1x1 e acima de 1.500 metros. A qualidade das aeronaves e mísseis SAM até que melhoraram.

Uma consequência da tirania de Saddam era a centralização do sistema de Comando & Controle (C2) criada para apoiar a estrutura política com pouca iniciativa nos escalões inferiores. A maioria do equipamento era de má qualidade e o treinamento inadequado. Saddam não tinha nenhuma experiência militar, mas assumiu o comando, se deu o papel de Marechal e vestia uniforme militar. Seus parentes foram colocados em posições chave e com um sistema político paralelo nas unidades militares. A sobrevivência do regime era a prioridade do governo e das forças armadas.

Por motivos políticos, para Saddam Hussein se preservar contra ataques da sua própria Força Aérea, como ocorrido no passado, os melhores pilotos iraquianos de ataque só tinham experiência em atacar curdos sem defesa. Foram os primeiros a atacar Irã em 1980 com falha total. Para manter a dominação os pilotos só agiam com controle estrito de terra, sem iniciativa nenhuma. Saddam controlava todos os níveis de planejamento e execução das operações militares. Na prática a Força Aérea existia mais para deferência e não para combate ofensivo.

O profissionalismo e competência eram secundários. Com o medo de serem acusados de deslealdade não reclamavam das opiniões de Saddam. Eram os membros do partido que subiam no ranking e não por mérito ou capacidade. A vontade de lutar dos pilotos era duvidosa em termos de apoiar Saddam Hussein.

A principal defesa das tropas iraquianas eram os mísseis SAM e artilharia antiaérea que atiravam em tudo que se aproximava.
Por terem dificuldade de coordenar a interceptação e mísseis SAM os iraquianos criaram zonas de tiro livre em alguns locais como em Bagdá. O resultado foram altas perdas para as próprias forças na guerra contra o Irã.

Os Iraquianos criam uma boa cobertura antiaéreas nas suas tropas durante o conflito contra o Irã. Atiravam em tudo que se aproximava e o resultado foi altas perdas para as próprias forças. Na Guerra do Golfo os pilotos iraquianos esperavam ser derrubados por amigo ou inimigo.

A relação com os vizinhos era outra consideração importante. O ataque a usina nuclear de Osirak levou a dispersão do programa nuclear. A experiência contra Irã levou a investir mais em defesa aérea e força aérea para contrapor a ameaça do leste. Então eram duas frentes e a capital seria o terceiro. A principal fonte de informações era um mainframe no Ministério da Defesa de onde podia comandar as operações até o nível de Brigada. Foi comprado após a experiência contra o Irã.

Os iraquianos estavam preparados para conter pequenas formações de ataque de Israel e não os grandes pacotes de ataque da coalizão. Antes do conflito no Golfo os iraquianos estudaram as operações na Líbia em 1986 e as operações israelenses contra a Síria em 1982. Esperavam muita interferência eletrônica e ataques pesados contra as centrais de comunicações, comandos e linhas de comunicações. Logo passaram a descentralizar a defesa aérea. Foram estudados os possíveis eixos de ataque inimigos e era esperado que atuassem sem pausas em ataque a baixa e média altitude. Os iraquianos teriam que ficar totalmente na defensiva ante a superioridade esmagadora da coalizão. Os caças teriam atuação limitada e preparam as defesa em terra. A doutrina iraquiana era mais voltada para ataque tático que combate ar-ar. Tiveram que treinar os MiG-29 contra os Su-24 simulando inimigos voando baixo.

Táticas Contra o Irã

A decisão de invadir o Irã estava relacionada com a fraqueza das tropas iranianas após o expurgo local. Outro motivo é ser um rival local. Como o petróleo iraniano ficava próximo a sua fronteira podia melhorar a economia iraquiana. Saddam queria transformar o Iraque em um líder local e em um grande produtor de petróleo. Como Stalin, considerava a competência militar igual a independência política e liquidou todos os seus bons comandantes. Os que sobem na hierarquia eram os que concordam com tudo que Saddam dizia.

Após a invasão do Irã logo perderam o território ganho. No ar foram poucos ganhos e logo os iranianos estavam na defensiva. Esquadrões inteiros se recusavam a lutar. Os Iranianos estavam mais preparados para atacar os iraquianos. Os iraquianos tiveram que dispersar a aviação no Kuwait, Jordânia, Arábia Saudita e Omã. Tiveram sorte pois o Irã também tinha seus problemas como lideres religiosos forçando suas tropas a ataque suicidas em massa. O conflito logo virou uma guerra de atrito típico da Primeira Guerra Mundial. O Irã passou a buscar a derrubada de Saddam que reagiu atacando as fontes de petróleo e terminais petrolíferos sem sucessos. Depois passaram a disparar mísseis Scud um no outro.

A função primária das forças aéreas dos dois lados era evitar ataques estratégicos. O objetivo não era a capacidade defensiva, mas mostrar que podiam causar danos ao inimigo. O resultado é um comportamento diferente de uma organização equipada para atacar e conquistar a superioridade aérea. Então iniciou a construção de bases reforçadas, aumento das forças em terra e de caças e a dispersão no país.

A capacidade da Força Aérea Iraquiana estava mais relacionada com o resultado da guerra contra o Irã. Reconheciam suas deficiências e tentaram melhor com novos sistemas. Ao tentar destruir a força aérea do Irã no primeiro dia encontraram os caças protegidos por abrigos reforçados HAS. Então iniciaram seu próprio sistema de HAS e a modernização de 24 bases e 30 campos de dispersão. Era suficiente para proteger toda sua força aérea. As bases também seriam difíceis de atacar com múltiplas pistas de taxiamento e pouso. Investiram em equipamento de reparo rápido. Em 1990 eram 96 bases, 65 com superfície permanente. Metade das pistas tinha mais de 2.500 metros e sete com 3.600 metros ou mais.

Os ataques iniciais do Irã contra Bagdá forçou a desenvolver sua defesa aérea e a comprar novos caças. A prioridade ainda era a aviação de ataque. Os interceptadores estavam dispersos, mas a maioria ficava ao redor de Bagdá. Os MiG-21 eram obsoletos, mas podiam  adicionar massa aos engajamentos. Eram usados para defesa de ponto. Os melhores pilotos iram para Mirage F1, mas eram usados mais para operações ofensivas. Os caças não tinham muita autonomia pois eram inúteis sem apoio de uma IADS. Sem ela ficavam limitados. A função do piloto era basicamente disparar as armas. O comando centralizado identificada os alvos, manobra e posicionava a aeronave. Os pilotos não precisavam de caças com boa visibilidade, alcance, autonomia, ou capacidade autônoma de detecção, identificação ou acompanhamento no sistema centralizado russo.

Contra o Irã os pilotos erraram muito no inicio, mas aprenderam e melhoraram as táticas depois. Mesmo assim estavam pouco preparados contra a coalizão. Na guerra contra o Irã, os Iraquianos podiam manter um ritmo de operação de 150 saídas por dia e no fim da guerra era de 240 saídas por dia. Saiu o sistema russo e iniciou o uso de sistemas ocidentais.

Nas batalhas aéreas os dois lados mostraram incompetência. Os dois lados superestimavam o outro e tinham medo dos mísseis inimigos. Os engajamentos não tinham muitas manobras agressivas. Os pilotos iraquianos disparavam a longa distância em alta velocidade e fugiam para a base. Os iraquianos evitavam os combates. Se trancados por radares logo iniciavam evasivas e fugiam. Mesmo em vantagem fugiam. Os pilotos não reagiam a ataques aéreos contra as cidades pois tinham dificuldade de diferenciar amigos de inimigos. Os comandantes eram punidos se perdessem aeronaves sem considerar o sucesso na missão o que intimidava a iniciativa. 

Os dois lados evitavam os combates aéreos dois lados com medo de perder aeronaves. O Iraque parece ter subutilizado sua força realizando 400 mil saídas em oito anos. A média era uma saída por aeronave a cada três dias podendo chegar a 1 por dia. As lições indicavam que se dariam bem contra a coalizão pensando terem capacidades que não tinham.

O Iraque iniciou a ofensiva e depois foi para a defensiva para tentar negociar os ganhos, mas o Irã respondeu com suas próprias ofensivas. Para forçar a negociar o Iraque passou a atacar as cidades e alvos econômicos do Irã com ênfase na exportação de petróleo. Para diminuir as perdas os ataques aéreos eram realizados a grande altitude e pouco eficientes.

Com muitas perdas os iraquianos compraram aeronaves mais sofisticadas, mas os pilotos tiveram mais dificuldade com os novos equipamentos. Estavam mal treinados nas fases avançadas do combate ar-ar. Não costumavam olhar para fora da cabina nos combate e só confiavam nos instrumentos. Cerca de 80% dos pilotos treinados no França no Mirage F1 foram desclassificados. Os russos aceitavam todos, mas o treinamento era bem inferior. Com a ênfase nas missões de ataque os melhores pilotos foram para a aviação de ataque.

A IADS foi falha contra o Irã. Com muitos radares, mísseis SAM e artilharia antiaérea os caças iranianos ainda conseguia penetrar no Iraque impunemente durante toda a guerra. Voavam baixo como ensinado pelos americanos. Estavam mais limitados pela logística e outros problemas internos que pela IADS iraquiana, como os pilotos presos e a falta de peças de reposição.

Em 1986 os iraquianos iniciaram planos para tomar a iniciativa. Aumentaram as forças da Guarda Republicana, escalaram os ataques estratégicos e prepararam um ataque por terra. Compraram mais aeronaves e melhores, construíram novas bases e usaram sistemas de reconhecimento mais modernos. As táticas melhoraram com o apoio francês como as táticas de ataque a baixa altitude e o uso de armas guiadas.

As dívidas do Iraque com os seus vizinhos aumentaram para apoiar a guerra. Em 1988 o Iraque iniciou uma ofensiva e reconquistou os territórios perdidos no sul. Os EUA ajudou com informações das posições iranianas. Logo conseguiram o cessar fogo.  No fim da guerra estava atolados em dividas e os ganhos com o petróleo apenas pagava as dividas. O aparato policial conseguiu manter o povo calado e apoiar a guerra.

Armas que não precisam de táticas foram bem usadas como os mísseis Scud na "guerra das cidades". O primeiro disparo foi em junho de 1985 e depois de fevereiro a abril de 1988. No total foram disparados 200 mísseis com 2 mil baixas no Irã com bom efeito político.

No fim da guerra, com a quantidade de pilotos iranianos treinados nos EUA diminuindo, assim como a frota, o Iraque conseguiu passar para a ofensiva, conseguindo superioridade aérea no campo de batalha podendo atacar as posições iranianas.

Em terra as tropas da engenharia mostraram competência para criar fortificações, camuflar posição e construir posições falsas. No final não se adaptavam, não tomavam a iniciativa e as tropas estavam mal preparadas para a função.

Algumas missões foram de alta qualidade como o ataque contra o terminal de Kharj com defesa de alta intensidade. O ataque contra a ilha de Larak foi realizada com o apoio de reabastecimento aérea dos Mirage F1 por outros Mirage F1 voando contra um alvo a 2.000 km da base. Mesmo assim o planejamento foi demorado, usaram poucos meios e ainda pousaram no Kuwait. Eram poucas operações do tipo e pouco decisivas.

Contra a Coalizão

As estratégias e táticas usadas pelos iraquianos contra o Irã não preparou contra a coalizão. A fúria dos ataques destruiu a estrutura, mas também o que conheciam sobre o Poder Aéreo. As aeronaves furtivas penetraram Bagdá impunemente. Com as armas guiadas atingiam qualquer alvo com uma precisão não experimentada pelos iraquianos. Os pilotos da coalizão sem experiência de combate derrotaram os veteranos iraquianos. Saddam esperava uma guerra aérea curta entrando logo para a guerra terrestre que seria decisiva.

Contra os EUA, Saddam não temia o Poder Aéreo. Citava que nunca determinou o resultado de um conflito antes. Achava que só os combates em terra seriam determinantes. Apostava que causaria muitas baixas e desintegraria a coalizão que recuaria. Os militares nem reagiram a ameaça de invasão da coalizão seriamente nem tomaram todas as medidas contra um ataque da Coalizão. A maior fraqueza era o desconhecimento do mundo externo. Os  militares não deixavam as noticias negativas chegarem a Saddam. Saddam por si já era ignorante em assuntos militares e a guerra contra o Irã não corrigiu. Estava cercado de incompetentes militares e se não fossem não tinham coragem de dizer a verdade. A segurança de Saddam e a sobrevivência do regime consistia em politizar os militares para evitar um golpe. A promoção era dada para a lealdade.

Saddam não esperava um ataque citando que o medo de perdas como no Vietnã. Só quando a ação em terra iniciou que Saddam percebeu que estava errado. Nem esperava que o Poder Aéreo teria tanto efeito. Os iraquianos também esperavam serem dominados no céu. Esperavam grandes perdas no ar para a coalizão se iniciassem no ar e forçaria um ataque terrestre com grandes perdas dois lados.

O objetivo de Saddam era manter o Kuwait, evitar ser humilhado se perdesse o Kuwait, e manter o controle do Exército se perder o Kuwait. Manter suas forças seria mais importante para sobreviver depois da guerra.

As táticas aéreas usadas contra a coalizão eram de três tipos. O primeiro esforço foi tentar modificar as próprias táticas, equipamentos e procedimentos operacionais. O segundo esforço era proteger as forças alto valor e material. O terceiro esforço era mover a batalha para a propaganda para forçar a coalizão e levar a modificar seus planos.

O esforço para cegar os radares iraquianos foi efetivo. A reação iraquiana foi usar desvios, equipamentos não danificados e manter a capacidade limitada de defesa aérea. Colocaram fios de telefone entre as estações. Os observadores em terra passaram a ser a fonte mais importante pois era um sistema bem rudimentar. Os radares do Roland e SA-8 funcionavam por até 15 segundos. Talvez para determinar a altitude dos caças para passar dados para a artilharia antiaérea. A noite usavam flares para ajudar a artilharia antiaérea a ver as aeronaves.

Depois de iniciada a guerra passaram a usar decoys. Os Scud eram escondidos debaixo de viadutos. Disparavam e escondiam em menos de 5 segundos. Após perceberam que os SOC não eram impregnáveis levaram os equipamentos para locais seguros. Até a munição e armas foram retiradas de instalações e enterradas. No Kuwait o comando foi disperso, mas com os ataques iniciando passaram a ser camuflados, enterrados e cobertos com redes de camuflagem.

A reação foi se esconder nos abrigos reforçados HAS. Com os HAS sendo atacados, a reação foi sair das bases, dispersar e camuflar. Contra o Irã fugiam para o norte fora do alcance dos iranianos. Com a coalizão operando na Turquia não tinham esta opção então fugiram para o Irã.

Era estimado que havia apenas 20 pilotos bons o suficiente para contrapor as forças da coalizão no ar e outros 20 contra as forças em terra. Em uma força de 500 pilotos seriam apenas 50 bons. O pensamento dos pilotos iranianos ainda estava na década de 70 e não acompanharam a evolução do combate aéreo.

A melhor arma Saddam eram os mísseis Scud. Podia envolver Israel no conflito e separar a coalizão. Os EUA também pensavam assim e fizeram um grande esforço para caçar os Scuds. Quando o primeiro Scud caiu em Israel um oficial no Posto de Comando viu oficiais da Arábia Saudita comemorando.


Zonas de Exclusão Aérea

Depois da Guerra do Golfo o Iraque tentou trocar seus MiG-21 e MiG-23 por caças Su-27 e seus MiG-25 pelos MiG-31, mas o embargo após 1990 não deixou que isso acontecesse. O Iraque já tinha tentado comprar o Su-27 em 1985, mas só conseguiu um pequeno lote de MiG-29. Em 1989 testaram o Su-27 e MiG-31, mas novamente não conseguiram comprar. Tentaram até comprar uma versão de ataque do Mirage 2000 sem sucesso. Caso contrário a história dos combates aéreos na Guerra do Golfo poderia ter sido muito mais rica.

Apesar da semelhança o MiG-25 e MiG-31 são duas aeronaves bem diferentes e com requisitos também diferentes. Enquanto o MiG-25 foi projetado para interceptação supersônica a grande altitude, o MiG-31 foi pensado como interceptador subsônico de longo alcance contra alvos voando baixo como o B-1, B-52 e mísseis cruise e, devido ao alcance, escolta de aeronaves de patrulha marítima. Devido aos requisitos foi a primeira aeronave russa com capacidade “look down/shoot down” e radar de varredura eletrônica. O Su-27 cumpre estes requerimentos no cenário iraquiano e ainda é muito melhor no combate aproximado que seria mais importante devido as ameaças, mas o MiG-31 permitiria atacar alvos a longa distância com o míssil R-33. Esta capacidade é muito conhecida pelos iraquianos na forma da ameaça dos AIM-54 Phoenix disparados pelos F-14 iranianos. Talvez fosse a capacidade que queriam.

Após o conflito no Iraque a USAF continuou a sobrevoar o país em zonas de exclusão aérea no norte e no sul do Iraque até a invasão em 2003. O objetivo era evitar ataques contra os Curdos no norte e Sunitas no sul. Os F-15 patrulhavam junto com os F-4G para supressão de defesas e aeronaves ataque F-16, F-15E, Jaguar e Tornados.

Um WIC (Weapon Instructor Course) ficava no CAOC em Riad para apoiar as operações dos F-15. O WIC ajudava a resolver problemas táticos complexos.

O AWACS coordenava o esforço do pacote e a proteção do F-15 e retransmite as instruções do CAOC, tarefas para comandante missão para outra aeronaves, vigiava o espaço aéreo e dava alerta sobre intrusos.

As ATOs eram dois pacotes por dia com até 50 aeronaves. De seis a oito eram F-15 e podia chegar a 12. Duas ou três duplas de F-15 não eram suficientes para cobrir todo o sul do Iraque. Os F-4G estavam sempre juntos ou atrás dos F-15. Atuam bem junto para proteger o pacote. Na estação atuam em pares com um em vigiado enquanto o outro ia para o REVO. Os voos na zona de exclusão eram considerados bem chatos. A artilharia era uma ameaça até 15 mil pés, mas voavam acima de 20 mil. Bastava serem trancados por um radar de guiamento de míssil SAM ou artilharia antiaérea que seria iniciada uma RO. O ataque podia ser no próprio local que trancou ou um site conhecido.

Para proteger os comboios de caminhões e aeronaves de transporte levando ajuda humanitário para os curdos enviaram primeiro os F-16. Após perderem uma interceptação chamaram os F-15. Eram 6-8 F-15 baseados na Turquia sendo lançados em duplas a cada 2-3 horas. Faziam um REVO e vão dar vigiadas com o radar nas bases iraquianas e citam "clear" para as outras forças entrarem. O vul era de 1 hora e iram para o REVO novamente. Enquanto estão no REVO os F-16 atuam como escolta. Depois chegava a segundo dupla e substituía a primeira já a 3 horas no ar.

As vezes os iraquianos testava as defesas e a reação, observando as táticas, ao entrarem ou irem em direção as zonas de exclusão aérea. A maior ameaça seria o MiG-25 voando a Mach 2,5 indo em direção a um AWACS ou KC. Se o F-15 sair para protegê-los vai deixar falhas na cobertura do pacote. O U2 era outro meio de alto valor a ser protegido. Voa alto e lento e os F-15 acompanhando ficavam 10 horas no ar sendo 8,5 só na escolta.

O Iraque não tinha padrão de atacar em massa. As principais bases aéreas iraquianas estavam sempre sob vigilância radar. Se lançassem algum ataque em massa as aeronaves aliadas podiam fugir e chamar reforço rápido. Quando mandavam um MiG-25 a Mach 2.5 contra uma aeronave de alto valor como um AWACS, os F-15 tinham que reagir rápido e deixavam falhas nas coberturas das patrulhas de combate aéreo (CAP). Na teoria era possível usar o MiG-25 para abrir espaço para outros atacarem. Só o F-15 tinha combustível e capacidade BVR para anular esta capacidade iraquiana.

Um tática usada frequentemente pelos iraquianos era o "honey trap" ou SAMbush. Os MiGs decolavam, invadiam a zona de exclusão, e voltavam mas não voltavam para a base e sim para sites de mísseis SAM. O objetivo era fazer os Eagle persegui-los e entrarem no alcance dos mísseis ou na na zona de engajamento da artilharia antiaérea (GEZ - Gun Engagement Zone). Esta armadilha pode ser prevista se o MiG não voltar para o mesma base que decolou.

Durantes as patrulhas os E-3 retransmitiam as comunicações entre o CAOC e o comandante de missão no ar. Rotas seguras permitem que uma aeronave danificada ou sem IFF operando possa voar sem ser derrubada por caças amigos. Quem voa fora destes corredores é logo interceptada e identificada visualmente por um par de F-15. Em uma ocasião um E-3 continuou criando a trilha de vôo de uma aeronave que pousou e mostrou como intruso voando baixo. A confusão foi geral até descobrirem que era um alerta falso.

Durantes as patrulhas nas zonas de exclusão ocorreram vários combates aéreos com encontros que resultaram em combate a longa distância.

Em 27 de dezembro de 1991 um MiG-25 iraquiano cruzou a zona de exclusão indo em direção a uma esquadrilha de Eagle antes de fugir para o norte. No fim do dia vários caças iraquianos cruzaram a zona de exclusão ficando fora do alcance dos mísseis americanos. Um MiG-25 foi longe e foi cercado por uma esquadrilha de F-16. Após serem autorizados a disparar um F-16 pilotado pelo TC Gary North disparou um míssil destruindo o MiG. Foi o primeiro kill de um F-16 da USAF e o primeiro com um AIM-120 AMRAAM.


O primeiro kill do AMRAAM foi na zona de exclusão no Iraque.

Em 16 de janeiro de 1993 um F-16C da 52a TFW F-16C disparou um AIM-120A contra um MiG-23 iraquiano. O MiG estava a curta distância e no limite da NEZ e não foi atingido.

Em 18 de janeiro de 1993, um pacote de ataque composto de dez F-15E, quatro F-16, quatro Tornado GR1 e quatorze aeronaves de apoio atacaram centros de defesa aérea em Najaf, Samawah e Talil no Iraque. Estes alvos já tinham sido atacados no dia 13, mas o mau tempo atrapalhou. Durante o ataque um F-15C engajou um MiG-25 abaixo do paralelo 32 com um AIM-120 disparado a 25 milhas e um AIM-7 a curta distância. Os dois mísseis erraram o alvo.

Após  a Operação Desert Fox Saddam mandou baterias de mísseis SAM e artilharia antiaérea para as zonas de exclusão e passou a enviar caças mais frequentemente. O Iraque usava dois vôos diários de Airbus A320 para mascarar o deslocamento de caças entre Bagdá e Basra. Os caças voavam bem próximo do Airbus para não serem detectados.

No dia 5 de janeiro de 1999, na operação Southern Watch, logo depois da operação Desert Fox, dois F-15C e quatro F-14 enfrentaram uma força de 13 MiGs e Mirage F-1 iraquianos. Foram vários disparos BVR, mas sem acerto. Um caça iraquiano caiu perto da base por falta de combustível.

Nesta batalha, um F-15C do 1o FW disparou pelo menos dois AIM-120C contra um MiG-25PD iraquiano a longa distância que conseguiu fugir a alta velocidade. Os caças iraquianos ligaram o radar dando indicação de ataque iminente. No mesmo engajamento, outro F-15C disparou mais dois AIM-120C e três AIM-7M contra um MiG-25PD a longa distância que também fugiu em alta velocidade.


Outra fonte cita o disparo de um Sparrow e três AMRAAM neste engajamento e outra fonte cita seis mísseis disparados e três MiG-25PD derrubados, de um total de 12 MiGs na batalha, outros três foram derrubados por outros caças, sem especificar por qual míssil.

Cerca de 15 minutos depois e a 100km de distância, outro F-14D disparou um AIM-54C contra um dos MiG, mas também errou o alvo. Outra fonte cita mais um AIM-54C foi disparado contra outro MiG-25PD. Os disparos foram todos a longa distância e os MiGs fugiram logo após o disparo. Neste dia, 13-15 caças iraquianos tentaram violar a zona de exclusão em oito incursões, possivelmente para levar os caças da USAF a voarem sobre baterias de mísseis SAM iraquianos.

No dia 9 de setembro de 1999 um engajamento contra dois MiG-23 vindo para o sul a partir de Al Taqaddum, um F-14 disparou um AIM-54 e o MiG fugiu assim que viu o disparo do Phoenix. O míssil mergulhou no alvo sem acertar. O ala viu o líder indo para o norte e disparou um Phoenix. Não estava equipado com o JTIDS e não sabia o que estava acontecendo nem que foi liberado para lançar armas. Não estava usando a freqüência de rádio segura do JTIDS.

As operações na zona de exclusão eram para mostrar presença e força sendo péssimas para o treinamento dos pilotos. Estavam sempre em posição defensiva com o inimigo tendo a iniciativa. O treino local era ruim e perdiam a prontidão. Só ficavam bons em evadir o Safire (surface-to-air-fire). Ao voltarem para os EUA os pilotos reiniciavam o treinamento do inicio.


Próxima Parte: Allied Force e Raptor

Atualizado em 20 de Dezembro de 2010


Voltar ao Sistemas de Armas


2007-2010 ©Sistemas de Armas
Site criado e mantido por Fábio Castro

 
     Opinião

  Fórum -  Dê a sua opinião sobre os assuntos mostrados no Sistemas de Armas
  Assine a lista para receber informações sobre atualizações e participar das discussões enviando um email
  em branco para
sistemasarmas-subscribe@yahoogrupos.com.br