Combate
BVR na FAB
No dia 30 de agosto de 2006. Um elemento de F-5EM (agora chamado
de Mike na FAB) do 1º/14º GAV revoa com o Barão (KC-130)
e, em silêncio de rádio, sobe para o nível 300, para
realizar uma Patrulha Aérea de Combate, ao sul do estado de Goiás,
próximo à fronteira do estado de Mato Grosso do Sul. Mal
inicia a espera GPA, o Guardião (R-99A), em missão AWACS
na área, informa aos Pampas um plote na antena norte, a 157 milhas.
Um rápido check cruzado entre os F-5 e o R-99 para verificar
a situação tática, e o Guardião paga um
vetor de interceptação aos bicudos. Em poucos minutos,
os inimigos brotam no display do radar Fiar Grifo do F-5EM, que, a partir
daí, começam a impor uma arena BVR aos oponentes. Informada
pelos AWACS francês (E-3F) da presença inoportuna dos Pampas,
a escolta do ataque (dois Mirage 2000N e dois A-4AR), composta por quatro
Mirage 2000C, começa a jammear, sem sucesso, o radar dos F-5, enquanto
assumem uma postura defensiva. A tentativa de interferência frustrada
só auxilia o radar italiano a travar os alvos.
Com uma posição tática privilegiada, fruto
do planejamento antecipado com o R-99, os F-5EM do 1º/14º GAV
engajam e, em seguida, abatem dois Mirage 2000C e um Mirage 2000N com
mísseis Derby. Sob um cenário tático desfavorável,
o comboio de ataque evade sob orientação do E-3F, visando
sua autopreservação. Os F-5EM, então assumem uma
postura defensiva e iniciam o regresso, efetuando outro REVO antes do
pouso em Campo Grande (MS). Missão cumprida!" (Revista Força
Aérea nº45 pág. 36)
Nesta
operação os F-5EM do 1º/14º GAV estavam agindo
como "agressores", mas o mais surpreendente neste combate aéreo
é que nenhum sensor francês detectou as emissões
dos F-5EM, ou o lançamento dos mísseis ou a presença
do R-99A. Agora a FAB usa o quarteto - F-5M, míssil BVR Derby,
R-99A e o datalink. Os pilotos do 1º/14º GAV também
aproveitaram
o treinamento dado por Israel para massacrar os caças do pais "azul".
Outra medida para acelerar o treinamento foi um simulador de vôo da aeronave
de caça F-5EM para simular operações aéreas
em ambiente BVR. O simulador incorporou os dados do Derby ao sistema
para que os pilotos testassem e aperfeiçoassem as táticas
para operações em ambiente BVR.
Durante
os exercícios CRUZEX 2006 foram citados disparos contra alvos
a 80km de distância. Este alcance é bem maior que o citado
pelo fabricante e várias vezes acima da zona sem escapatória
de um míssil do tamanho do Derby. Por outro lado, se for disparado
a Mach 1.4 em uma altitude de 12 mil metros o míssil até dobra
o alcance. Outra explicação possível pode ter sido
o uso de um software que aumenta a zona sem escapatória do míssil
para passar dados falsos para os países que participaram do exercícios
e não terem noção da capacidade real do míssil.
A distancia de engajamento sugere que o método de identificação
positiva dos alvos foi o gerenciamento de batalha, considerando que todas
as aeronaves "do outro lado" eram inimigas e que não havia nenhuma
aeronave inimiga na área.
Um F-5EM equipado com um míssil
Derby. O míssil da foto é de exercício. Foram recebidos
em agosto de 2006 emprestados para teste pela Rafael. Os mísseis
foram integrados em uma semana na aeronave para participar da Cruzex.
Estes mísseis serão substituídos a partir de março/abril
de 2007 pelo lote oficial de 38 mísseis comprados pela FAB. Nas
missões de treinamento o F-5EM voa sem os mísseis pois a
interface é feita pelo lançador e não precisa do míssil.
Assim a FAB voa missões de combate BVR diariamente. Com o F-5E a
FAB estava condicionada a arena de combate aproximado a até 10km,
com táticas de interceptação por trás e regras
de engajamento condicionas a tiro com canhão e mísseis ar-ar
de curto alcance. Agora o combate começa a mais de 200km e os pilotos
sempre voam com radar ligado devido as novas capacidades.
Após décadas de atraso, ainda voando com tecnologia
da década de 70 e até da Segunda Guerra Mundial, a FAB
entra no Século XXI com suas aeronaves no estado de arte como o
F-5EM e o R-99, junto com sistemas como datalink, mísseis ar-ar
de longo alcance, casulos de designação de alvos e de proteção
eletrônica. No caso do F-5EM a capacidade tem limitações
devido a idade da aeronave e por ser um caça leve. O quarteto
F-5EM, míssil
Derby, R-99A e o datalink deram uma capacidade que poucos países
no mundo possuem.
O Derby nem podia ser disparado pelo F-5EM
durante a Cruzex pois não fez homologação, algo
que deve ocorrer ainda em 2007, com campanha real feita na Barreira do
Inferno. A previsão é que os F-5EM cheguem ao final de
2007 operacionais com o Derby, DASH, NVG, Skyshield, Litening e talvez
com o Python 5.
Além do novo radar e mísseis,
os pilotos citam as novas capacidades do datalink que permite diminuir
a comunicação com o ala ao mínimo possível.
Tudo que for necessário é mostrado no display tático
inclusive o estado de combustível, armas e quem o radar está
traqueando.
A compra de quatro
casulos Litening III para a frota de F-5EM foi uma grande melhoria da capacidade
ar-ar destas aeronaves, principalmente na arena BVR como a capacidade
de identificar alvos a longa distância. A capacidade de
detecção e acompanhamento já existe na forma
do R-99 AWACS e do radar Griffo do F-5EM.
O Litening tem modos ar-ar capazes de detectar,
acompanhar e identificar alvos a longa distância de
dia e a noite, apontado pelo radar ou de forma autônoma.
O FLIR pode ser usado como um IRST atuando de forma passiva e recebendo
dados do RWR e do datalink para saber onde olhar. O FLIR atua a noite
na detecção e identificação e a camera
de TV pode fazer identificação e acompanhamento de
dia a uma distância maior. Os dois sensores tem capacidade de
fazer analise de incursão contra formações voando
muito próxima. O FLIR pode dar alerta de disparo de míssil
do alvo acompanhado e fazer avaliação e confirmação
da vitória. O laser pode ser usado para dar a distância
do alvo para disparo de mísseis e do canhão. Em
combate aproximado o laser tem uma maior precisão que o radar
e pode não alertar o inimigo se não tiver um sistema
de alerta laser já que os alerta radar já são
de uso freqüente. Se for potente o laser pode até ser
usado para cegar o inimigo no ar e também em terra como as defesas
antiaéreas.
F-2000
Em 2005 a FAB anunciou a compra de 12 caças Mirage 2000C/B
de segunda mão da Força Aérea Francesa equipados
com o radar Thomson-CSF RDI Series J2. O armamento incluído no
pacote inclui 10 mísseis Matra Super 530D (mais 4 de treinamento)
e 22 mísseis Matra Magic 2 (mais 6 de treinamento). As aeronaves
serão entregues até 2008 e junto com o Super 530D e o treinamento
dados pelos franceses os pilotos do GDA passaram a ter acesso a mais tecnologia
e táticas da OTAN de combate aéreo a longa distancia, mas
com mísseis semi-ativos, uma geração atrás
do Derby.
Uma das táticas ensinadas aos pilotos da FAB é o
encadeamento, quando, na arena BVR, o míssil de longo alcance erra,
e o combate passa para o combate com mísseis de curto alcance e/ou
canhões. Outra é o "retournement" com uma manobra de 9 g's
para fugir rápido se o alerta radar mostra que o caça está
sendo iluminado. Em combate de longo alcance um caça também
tem que ser muito manobrável para fugir e voltar rápido
para atacar. Uma outra técnica ensinada aos pilotos é que
no combate BVR não se pilota e gerencia ao mesmo tempo. Primeiro
pilota e depois gerencia. Os treinos na França mostraram que um
míssil BVR e um radar potênte dá muita confiança
ao piloto durante os combates, em relação ao Mirage III. Os
controladores em terra também terão que ser treinados nas novas
táticas e capacidades das novas aeronaves (mísseis, radar,
alerta radar, chaff etc).
O Mirage 2000 introduziu na FAB a tecnologia de Fly-By-Wire (FBW)
e a capacidade de puxar 9 g´s em manobras. O FBW limita os comandos
do piloto e a aeronave só faz o que pode fazer. Isto evita que
o piloto exceda as capacidades da aeronave e perda o controle. Isto é
importante pois o piloto não tem mais que pensar em pilotar a aeronave
e passa a se preocupar em gerenciar a parte tática ou o lado de
fora da aeronave. Os pilotos de Mirage III ficam inserido no ciclo de pilotagem,
tendo que saber a configuração da aeronave, quantos g's pode
puxar e o limite do ângulo de ataque. A missão é mais
um item na cabeça do piloto. Com o F-2000 (como o Mirage 2000 é
chamado na FAB) os comandos de vôo trabalham para o piloto que concentra
na missão.
O motor também dá uma relação peso:potencia
não disponível nos caças da FAB e com FADEC o piloto
não precisa se preocupar no uso da manete de potência como
no FBW. A carga de trabalho é zero. O Mirage III precisava de muito
cuidado nos controles dos motores.
Além do F-5EM e o F-2000 a FAB está preparada ou
adquirindo novas tecnologias e capacidades para aprimorar suas táticas
de combate no cenário BVR.
Os R-99A e modernos radares móveis em terra são
fundamentais para o gerenciamento da batalha aérea. A capacidade
do R-99A já foi demonstrada nos exercícios recentes conseguindo
detectar alvos sem que suas emissões sejam detectadas. Foi a primeira
aeronave da FAB equipada com um radar de varredura eletrônica.
Enquanto os radares do Mirage III e F-5E tinham alcance limitados,
os radares do F-5EM e do F-2000 são radares modernos que permitem
que as aeronaves operem de forma autônoma e com capacidade de detectar
e atacar alvos voando baixo (look down/shoot down). Junto com os óculos
de visão noturna os novos radares irão facilitar os combates
noturnos. Os
radares dos novos F-5EM não são famosos pelo alcance, mas
o radar RDI do F-2000 tem um alcance maior que permite usar táticas
de mini-AWACS, apesar da falta de um datalink ser uma grande desvantagem
ao operar junto com os F-5EM.
Os casulos
Skyshield que serão recebidos pelos F-5EM darão capacidade
de cegar os radares em terra e dos caças inimigos ajudando a conseguir
um nível de surpresa durante os combates BVR enquanto os novos
casulos Litening poderão ser usados para identificação
visual a longa distância no cenário BVR.
Ainda no campo de guerra eletrônica os F-5EM e Mirage 2000
não tem equipamento de auto-proteção além
dos chaff e flares. O F-5EM os leva em pouca quantidade (30 chaff e 15 flares)
e a experiência mostra que deveriam estar disponíveis em grande
quantidade (10 vezes mais). Um sistema de auto-proteção de
custo relativamente baixo são os despistadores rebocados como o
X-Guard da Rafael. Por outro lado agora a FAB tem todos seus caças
a jato equipados com alerta radar o que ajuda a evitar ataques surpresa
e facilitando a evasão de mísseis guiados por radar.
Os R-99B tem capacidade de vigilância eletrônica que
permite fazer escuta das comunicações inimigas além
de auxiliar na localização. A capacidade de interferência
nestas comunicações é desconhecida. Já os F-5EM,
além dos A-29A e A-1M, terão rádios com proteção eletrônica
por salto de freqüência do tipo SECOS e criptografia. O uso
de datalinks irá diminuir a necessidade de comunicações
por voz dando poucas chances do inimigo explorar falhas.
Para aumentar a persistência de combate todos os caças
da FAB agora serão equipada para fazer reabastecimento em vôo.
Os Mirage III não tinham esta capacidade enquanto os F-2000 já
vem com o probe instalado. Todos os F-5EM agora terão esta capacidade.
A frota da FAB é bem numerosa em termos de América
do Sul e permite conseguir superioridade numérica. A FAB já
treina táticas de pacote de ataque que ajuda nas táticas
para conseguir massa no local da batalha.
O Derby é um míssil considerado limitado, mas está
dentro do tamanho suportado pelo F-5EM e com preço acessível.
Já o Super 530 do F-2000 foi adquirido em pouca quantidade e com
capacidade realmente limitada. Pelo menos serve para ser usado em táticas
de "iluminação a seco" para forçar o inimigo a ficar
na defensiva. Com a vinda de novos mísseis de curto alcance de última
geração os F-5EM ficarão em pé de igualdade
com qualquer caça atual na arena de curto alcance e com a vantagem
de ser um caça muito pequeno.
Uma
arma que está fazendo falta na FAB são mísseis SAM
de médio/longo alcance para permitir criar táticas de "missile
trap". Os canhões antiaéreos do EB e os mísseis Igla
são praticamente inúteis na função.
Em termos de treinamento a FAB ainda voa relativamente pouco.
Os esquadrões da FAB agora são multifuncionais realizando
missões na arena ar-ar e ar-solo com as modernizações
do F-5EM multiplicando estas capacidades. A experiência mostra que,
enquanto as aeronaves são multifuncionais, os pilotos não
são. A formação de pilotos especializados em combate
aéreo é um fator que contribui para o sucesso no combate aéreo.
Os controladores de caça também deverá ser treinados
em novas táticas e nas novas capacidades das aeronaves e mísseis.
Um F-2000C
da FAB armado com o Super 530.
Ameaças Locais
A entrada
em serviço de mísseis ar-ar de curto alcance de última
geração na América do Sul também é um
estimulo para a entrada em operação de mísseis BVR. O cenário da América
do Sul já viu a introdução de mísseis BVR
e mísseis de curto alcance de última geração.
O Peru foi o primeiro país da região a introduzir mísseis
BVR com os Super 530 dos seus Mirage 2000P seguido do R-27 com os MiG-29S
em 1996 e o R-77 com os MiG-29SE desde 1998. O Chile irá receber o
Derby para equipar seus F-16 e F-5E Tiger III. Segundo os registros do SIPRI,
a Venezuela comprou 150 R-73 e 100 R-77 para armar seus Su-30MKV. O Equador é um forte
candidato para equipar seus Kfir C.10 com o Derby.
No caso de mísseis de curto alcance o Python 4 já
está operacional nos F-5E Tiger III do Chile, com os F-16A da
Venezuela e com os Kfir C.10 do Equador. O Python 5 deverá equipar
o F-16 do Chile. O Peru recebeu o R-73 que equipa seus MiG-29S/SE
e também deverá equipar os Su-30MKK da Venezuela. A FAB
deve colocar a mira montada no capacete DASH em operação
em março de 2007 e os pilotos já treinam com o DASH no simulador.
Um míssil ar-ar de curto alcance de última geração
deve ser escolhido pela FAB ainda em 2007 para operar junto com o DASH
e provavelmente será o Python 5. A noite os pilotos irão
usar óculos de visão noturna. No futuro os F-5EM devem receber
o A-Darter por volta de 2015. Em 2007 foi anunciado na LAAD o desenvolvimento
da versão MAA-1B do Piranha com características de mísseis
ar-ar de Quarta Geração. O míssil deve entrar em
operação em 2009 devendo ser adquirido em quantidades significativas
devido ao custo relativamente baixo comparado com mísseis da mesma
geração.
Um Python 4 nas asas
de um Kfir C.10 equatoriano. A FAB deve adquirir o Python 4/5 para armar
seus F-5EM. O Python 4 já está em uso nos F-5E Tiger III chilenos
e nos F-16 venezuelanos.
O MAA-1B deve ser
um dos futuros mísseis de combate aéreo da FAB. O míssil
deve entrar em operação em 2009.
Programa FX-2
Em 2006 foi anunciado que a FAB vai reiniciar o Programa FX. Agora
parece que a FAB vai adquirir a aeronave direto do comprador e sem abrir
concorrência. Parece que os preferidos são caças bimotores
como o Su-35 russo e o Rafale francês. O Su-35 tem o problema de
não ser usado pela Força Aérea Russa (mas o motor, armas
e aviônicos sim e em outras aeronaves) enquanto o Rafale tem um
preço bem amargo apesar dos valores mais recentes serem bem menos
salgados que os concorrentes (Eurofighter, F-15 e JAS-39 Gripen).
A experiência em combate BVR (treinamento e exercícios
obviamente) com o F-5EM deve influenciar em muito os requisitos da nova
aeronave. Os pilotos com esta experiência, como acontece com os
estrangeiros, certamente vão pedir um caça com um radar
e mísseis com o maior alcance possível. Os outros requisitos
são manobrabilidade, persistência de combate (alcance e
quantidade de mísseis), guerra eletrônica e aviônicos
de última geração.
Em combate aéreo a aeronave deve ser adequada para realizar
missões de interceptação, superioridade aérea
e escolta. Para realizar missões de interceptação
o novo FX precisa ter capacidade de acelerar e subir rápido, bom
raio de ação para boa cobertura e bons sensores de detecção.
Para realizar superioridade aérea precisa de capacidade BVR,
grande manobrabilidade, persistência de combate, boas armas de
curto alcance, capacidade de reabastecer e rearmar rápido e resistência
de combate. Para realizar superioridade aérea em território
inimigo deve ter bons sistemas de auto-proteção para se
proteger também de mísseis SAM. Para realizar escolta
precisa de boas ECM para se defender de mísseis SAM, bom alcance
para acompanhar os pacotes de ataque, bons sensores pois pode não
ter apoio externo. Os F-5 ainda serão
bons com combate aéreo aproximado se receberem um míssil
de quinta geração como o Python 5.
No caso do Su-35 as vantagem são a persistência de
combate devido a grande autonomia e grande quantidade de mísseis.
Se a versão do motor escolhida for a AL-41 pode se considerar
a capacidade de supercruzeiro na persistência de combate. Os russos já oferecem
seus caças com opção de usar radares de varredura
eletrônica ativa (Zhuk-A) enquanto os concorrentes
usam varredura eletrônica passiva ou convencional. A versão
de dois lugares terão ótima capacidade para serem usadas
como mini-AWACS junto com o radar de varredura eletrônica ativa e
ainda mantém a capacidade de combate completa. As opções de
armamento do Flanker são bem variadas em termos de alcance e
não tem muito limite de tamanho. Se vier com um bom sistema de
guerra eletrônica poderá preencher todos os requisitos
de interceptação, escolta e superioridade aérea.
O lado ruim do Flanker é o conceito de manutenção
considerado inferior ao ocidental, apesar dos russos estarem mudando e
se aproximando das capacidades dos caças ocidentais neste quesito.
Se a FAB cobrar a integração de aviônicos do padrão
BR (usados no A-29 e F-5EM) os custos e disponibilidade não serão
mais problemas.
O Rafale tem a vantagem de ser um projeto mais recente com custos
de operação provavelmente inferiores ao Flanker. Os aviônicos
são no estado de arte com um radar de varredura eletrônica
passiva, IRST e sistemas de interferência eletrônica avançados.
As opções de mísseis BVR são relativamente
poucas com o MICA EM e IR e o Meteor. Para diminuir os custos de aquisição
a FAB pode pedir a exclusão do IRST (OSF) e dos sistemas de guerra
eletrônica sofisticados.
As táticas de combate aéreo descritas anteriormente
sugerem que as armas do novo FX devem ser bem variadas. Os mísseis
de terceira geração como o MAA-1 Piranha ainda poderão
ser usadas para alguns cenários como aeronaves de segunda linha
e alvos pegos de surpresa. Em alerta em tempo de paz não é
necessário voar com muitos mísseis devido a ameaça
esperada. Estes mísseis ainda não estão obsoletos
e são baratos. O futuro míssil de combate aéreo será
o A-Darter a não ser que seja cancelado assim como o MAA-1B.
Os mísseis de médio alcance devem ser bem variados,
com guiamento por radar ativo, infravermelho e até semi-ativo
para permitir a criação de várias táticas.
Se for possível até com guiamento por radar passivo. Devem
estar disponíveis em grande quantidade.
Os mísseis de longo alcance são caros e são
realmente pouco usados. O Meteor, a futura versão Ramjet do R-77
e o R-37M devem ser as únicas opções no futuro, além
do AIM-120D se for disponibilizado pelos EUA. No caso do R-37M apenas
o Flanker poderá ser capaz de disparar. Pelo menos uma aeronave
em um elemento ou esquadrilha deve levar mísseis de longo alcance
por serem usados apenas nas fases iniciais do combate aéreo.
O novo FX deve ser capaz de levar todos estes mísseis citados
e em grande quantidade para conseguir vencer no cenário BVR. A
configuração vai depender da função da aeronave.
Alguns vão ser usados como mini-AWACS, outros serão alas apenas
para apoiar, outros serão os snipers para engajar a longa distância
e outros serão otimizados para combate aproximado. O objetivo é
criar incerteza nos pilotos adversários.
O Rafale não
participou da primeira concorrência do Programa FX por ter um custo
muito alto. Agora a Dassault baixou o preço para ficar competitivo
com o governo francês assumindo os custos do desenvolvimento da
aeronave.
A nova versão
do Flanker será o Su-35BM que deve voar ainda em 2007. A nova aeronave
não receberá canards, terão asas com novas superfícies
de sustentação, estabilizadores menores e será duas
toneladas mais leve com o uso de materiais compostos na estrutura e aviônicos
mais leves. O IRST pode ser usado como alerta de disparo de mísseis
no setor frontal. Mesmo se tiver tecnologia ultrapassada pode detectar
o calor do motor dos mísseis facilmente. A foto acima é
da versão Su-27SMK que usa os aviônicos desenvolvidos para
o Su-35BM.
Atualizado em 15 de
novembro de 2007
Voltar ao Sistemas
de Armas
2007 ©Sistemas
de Armas
Site criado
e mantido por Fábio Castro
Fórum - Dê a sua opinião
sobre os assuntos mostrados no Sistemas de Armas
Assine a lista para receber informações
sobre atualizações e participar das discussões
enviando um email
em branco para sistemasarmas-subscribe@yahoogrupos.com.br