MISSÕES OFENSIVAS - APOIO AÉREO APROXIMADO



As aeronaves de ataque são usadas para aplicação de forças e superioridade aérea. As missões de ataque incluem três tipos de objetivos diferentes (conceitos da OTAN). Se o objetivo é atacar ou neutralizar a capacidade do inimigo de produzir ou sustentar suas forças militares ou sua capacidade de usá-las, a missão é chamada de Ataque Estratégico. Se o objetivo é destruir, atrasar ou atrapalhar as forças existentes longe da frente de batalha, sem coordenação com o Exército, a operação é de Interdição Aérea (Air Interdiction - AI). Se o objetivo é apoiar operações ofensivas ou defensivas em conjunto com forças amigas (Exército ou Marinha) em contato com forças inimigas, a missão é de Apoio Aéreo Aproximado (Ap Ae Aprx) (Close Air Support - CAS)

O ataque estratégico engloba a essência do poder aéreo: a capacidade de atacar diretamente o inimigo e a sua capacidade de se preparar, sem apoio de forças de superfície. O ataque estratégico sempre compreende os meios mais diretos para forçar o inimigo a parar de lutar ou evitar lutar. Como o ataque estratégico teoricamente não pára, o resultado proposto de fazer o inimigo se render é visto como inevitável. A realidade é sempre mais complexa e o ataque estratégico não pode garantir que será este o resultado.

A interdição aérea (AI) é definida como as operações aéreas conduzidas para destruir, neutralizar ou atrasar a capacidade do inimigo antes de serem usadas contra forças amigas. Alvos típicos, e de alto valor, são o escalão de retaguarda do inimigo, estradas e pontes, produção de petróleo e derivados, indústrias químicas, centros de comando e depósitos de suprimento. O reconhecimento armado é um tipo de IA contra área ao invés de alvo específico.

Os Apoio Aéreo Ofensivo (OAS - Offensive Air Support) são todas operações aéreas planejadas focadas contra alvos em contato direto ou indireto com tropas em terra. A interdição aérea do campo de batalha  (Battlefield Air Interdiction - BAI) é uma tarefa relacionada com interdição aérea. Se as forças inimigas estão muito próximas a entrar em contato com forças amigas, o ataque coordenado contra estas forças se chama BAI. O objetivo do BAI é cortar o comando e apoio as tropas e diminuir sua capacidade e vontade de lutar.

O Apoio Aéreo Aproximado (chamado de CAS para simplificar) são as operações aéreas contra alvos inimigos na superfície que estão em contato com forças amigas e precisam de integração detalhada de cada missão com estas forças. A proximidade das forças amigas com o alvo significa todo cuidado deve ser tomado para evitar fogo amigo. O CAS favorecer as operações de forças em terra e no mar, e inclui aproximado, imediato, indireto, pré-planejado e apoio aéreo tático.

A diferença dentre CAS e AI está relacionada com a fase terminal do ataque. No CAS um Controlador Aéreo Avançado (FAC) em terra ou ar faz controle preciso, direto ou indireto, localizado próximo do alvo para identificar corretamente e assegurar que toras amigas não serão atingidas. O BAI não tem este controle. O CAS e BAI devem ser coordenadas para sincronizar operações aéreas e terrestres, reconhecimento positivo dos alvos e controle do espaço aéreo.

O Apoio Aéreo Aproximado (CAS em inglês) é uma das três missões de ataque junto com a interdição de longo alcance e interdição do campo de batalha. O CAS é uma missão de alta demanda em um conflito convencional quando tropas amigas estão em contato direto com o inimigo.

O conceito de CAS é bem semelhante em vários países. São operações de ataque próximo as tropas com coordenação com as mesmas e outros sistemas de apoio de fogo. É uma missão antiga derivada do reconhecimento aéreo. A definição de CAS da USAF de 1948 cita: "a ação aérea contra alvos hostis que se encontram próximos às forças aliadas e que exigem uma integração detalhada de cada missão aérea com o fogo e o deslocamento dessas forças." Estas ações aéreas agora também incluem as operações de helicópteros e veículos aéreos não tripulados: "ação aérea de aeronaves de asa fixa e rotativa contra alvos hostis na proximidade das forças amigas e que exigem a integração detalhada de cada missão aérea com o fogo e a manobra dessas forças."

O CAS atua na linha de frente de batalha (FEBA ou FLOT na OTAN) indo até a linha de coordenação do apoio de fogo (Fire Support Coordination Line - FSCL). O CAS leva barragem de bombas coordenada para apoiar as tropas. Tem o objetivo de infringir danos e manter o inimigo de "cabeça baixa", atuando como uma artilharia aérea de reação rápida. Permite as tropas amigas manobrarem, flanquear, avançar contra posições avançadas e retirar. O CAS pode ser usado para abrir passagem para as próprias forças durante um avanço, ajudar as tropas a manter a própria posição durante ataques inimigos, aliviarem a pressão criado pelas tropas inimigas, e frear o avanço inimigo ou impedir manobras durante retiradas.

Uma função do CAS pode ser aumentar o poder de fogo terrestre funcionando praticamente como artilharia aérea ou pelo menos o efeito. Nesta função têm até algumas vantagens como o tamanho das armas usadas, surpresa e alcance. Pode ser intermitente, continuo ou de emergência, disperso ou concentrado. Um bom exemplo de ataque intermitente pode ser os ataques a frente do avanço das tropas na Guerra do Golfo em 1991. O uso continua pode ser com operações em apoio ao USMC e tropas pára-quedistas compensando a falta de blindados e artilharia orgânica.

O CAS pode ser usado para abrir passagem para as próprias forças durante um avanço, ajudar as tropas a manter a própria posição durante ataques inimigos, aliviar a pressão criado pelas tropas inimigas, e frear o avanço inimigo ou impedir manobras durante retiradas.

Existem várias diferenças entre as missões de CAS, AI e ataque estratégico. Em relação a distância, o CAS é feito próximo as tropas, enquanto a AI é feito atrás das linhas e o ataque estratégico é feito no coração do inimigo, além do alcance do Exército que o defende.

Os alvos do CAS são as tropas inimigas na frente de batalha enquanto os alvos do AI são o sistema de logística, transporte e comunicações que permitem que as forças manobrem e lutar. O ataque estratégico são realizados contra centros industriais que irão manter as tropas em campo. O efeito do CAS é imediato e localizado enquanto o AI afeta uma grande área no teatro de operações e demora a ser sentido. O ataque estratégico atinge uma grande área e demora ainda mais a ter resultado, até mesmo anos, na frente de batalha.

O espectro de operações aéreas contra alvos em terra varia desde o uso só de tropas em terra sem apoio aéreo, uso só de aeronaves no ar contra alvos em terra e operações conjuntas. Do ponto de vista do comandante em terra a melhor contribuição das forças no ar é engajar o inimigo antes de entrarem em contato com as próprias forças fazendo Interdição Aérea. Do ponto de vista das forças no ar a melhor contribuição das forças em terra é fixar o inimigo para ataque pelo ar.

Podem ser alvos planejadas na rota do avanço das tropas já planejado, mas geralmente são ações pontuais a pedido das tropas em terra. Neste último caso o tempo de reação é importante. As missões de IA são planejadas com poucos dias de antecedência enquanto no ataque estratégico até anos antes da guerra iniciar. Quando as tropas chamam apoio da artilharia pode durar até 10 minutos a chegar. No CAS pode durar até mais. As tropas consideram necessário ser capaz de chamar caças com bombas burras. Dentro do Iraque tropa de Forças de Operações Especiais em missões de reconhecimento foram detectadas e cercadas durante a Guerra do Golfo. O CAS feito pelos F-16 conseguiu salva-los.

A coordenação com as tropas em terra tem que ser intenso no CAS, é pouco necessário no AI e ainda menor no ataque estratégico. O CAS é uma tarefa que precisa de rapidez e precisão na pontaria direcionada pelo controlador aéreo avançado (FAC). O piloto de uma aeronave em missão de CAS está sempre arriscado a atingir as tropas amigas. A necessidade de coordenação e precisão no disparo é alta. A primeira lição do piloto de CAS é que a precisão está mais ligada com identificação e localização do alvo. Para o piloto de caça velocidade é vida. Para as tropas em terra a lentidão é precisão. É necessário um compromisso destas duas variáveis.

O comando e controle das missões de CAS varia com a distancia. No exército é feito a até 30-40 km na FSCL controlam todos os meios de apoio de fogo. A Força Aérea controla além da FSCL, mas as missões ainda estão relacionadas com as operações em terra.

A relação de apoio e ser apoiado com as tropas em terra podem variar de intensidade. O CAS pode ser uma forma de complemento, partindo do principio que as forças terrestres têm um papel principal no combate. As aeronaves atuariam mais até nas operações de AI. Um bom exemplo foi a blitzkrieg alemã da Segunda Guerra Mundial. A doutrina "Air Land Battle" era outro com as aeronaves táticas concentrando seus ataques no Segundo e Terceiro Escalão do Pacto de Varsóvia na Europa. O CAS pode concentrar poder de fogo que pode ser usado para apoiar pequenas unidades em terra. O CAS aumenta e até substitui a Artilharia de Campanha. A aviação do USMC faz muito CAS e o US Army usa mais nas operações de assalto aéreo e aeromóveis onde a artilharia e blindados estão em pequena quantidade. As tropas móveis levam pouca artilharia orgânica e por isso precisa de muito CAS. 

As forças em terra e no ar podem atuar como uma parceria com os dois tendo características complementares. As aeronaves táticas são ideais contra tropas concentradas. Se estão dispersas ficam vulneráveis as forças em terra. Na Operação Iraq Freedom os EUA usaram este conceito atacando a Divisão Medina da Guarda Republicana que protegia Bagdá. A unidade ficou paralisada pelos ataques aéreos e o USMC conseguir avançar. Em Kosovo as aeronaves táticas atacaram só alvos em terra e fracassaram sem ter ajuda das forças terrestres.

Com as operações centrando nas aeronaves táticas é possível ter grande letalidade com poucas baixas. Neste caso estão fazendo Ataque Direto. As forças terrestres apóiam ou não estão operando no teatro. As operações diferem da AI pois o local não está relacionado com onde e quando as forças terrestres irão operar. Pode ser barrar uma invasão inimiga. As operações recentes no Afeganistão e Iraque usaram equipes de Forças de Operações Especiais para designar alvos para o poder aéreo fazendo apenas apoio. Na Tempestade do Deserto as forças em terra manobraram preparando a invasão e forçaram o inimigo a se reposicionar e facilitando o ataque pelo ar.

Atacando apenas alvos estratégicos e fazendo o inimigo se render o Poder Aéreo está no extremo oposto operando sem nenhum apoio das forças em terra. Era um conceito apreciado após a Segunda Guerra Mundial e alguns teóricos ainda defendem. Foi usada em parte na Tempestade do Deserto. No Kosovo houve um debate sobre atacar tropas ou alvos estratégico, mas no fim atacaram os dois. O medo de uma invasão foi terrestre considerado mais influente, mas o ataque estratégico parece ter tido mais influencia que as operações em Kosovo do tipo CAS. As tropas em terra podem ser os únicos alvos legítimos em alguns conflitos. Atacar alvos militares é moral e legalmente aceitável. 

O CAS e AI não deixarão as forças terrestres obsoletas, pois elas tarefas únicas como capturar e controlar território, encontrar itens e pessoal de alto valor, inteligência humana, operações psicológicas, policiamento e forçar a paz.  


Uma equipe de Forças Especiais apoiada FAC da USAF designando um alvo no Iraque. As explosões são visíveis no fundo.

Embora o CAS seja considerado a aplicação menos eficaz das forças aeroespaciais, pode ser a mais crítica para assegurar o sucesso ou a sobrevivência das forças de superfície. As missões de CAS podem ser poucas no total, mas prioritárias quando necessárias e competem com missões estratégicas. Podem ser realizadas por praticamente qualquer aeronave que leve armas ar-solo, mas é uma missão de piloto treinado para a tarefa. De 42 mil saídas de ataque aéreo na Guerra do Golfo, 23.400 foram contra tropas (AI) e apenas 2.600 foram de CAS nos quatro últimos dias da guerra (6% do total). Na Guerra da Coréia, 13% das saídas diárias eram de CAS (96 saídas por dia). No USMC era cerca de 36% das saídas. Em junho de 1953 houve um pico de missões CAS e ainda era menos de 50% de todas as saídas.

Na Guerra do Vietnã o CAS foi mais intenso devido as peculiaridades do conflito. Era realizado CAS ofensivo e defensivo. As aeronaves designadas para a missão ficavam esperando próximas do campo de batalha (push CAS). Se não eram chamadas eram substituídas por outras aeronaves e jogavam suas bombas em alvos pré-planejados.

Na Operação Iraq Freedom, logo depois do ataque aos alvos estratégico, a aviação passou a realizar missões CAS em apoio a invasão. A coalizão voava 300 saídas por dia e 80% era para CAS. A coalizão realizou missões CAS e AI em quantidade muito maior que nos conflitos anteriores. Em mais de 30 mil missões, 19.898 foram de ataque e destas mais de 15 mil eram de CAS. Antes o CAS tinha baixa prioridade, bem abaixo das operações de superioridade aérea e interdição. Primeiro devido ao ambiente permissivo. Depois pela organização do sistema de inteligência e a experiência da operação Anaconda no Afeganistão. As condições políticas do Iraque não permita destruir a infra-estrutura como pontes.

As missões CAS e AI foram misturados em Killbox Interdiction - Close Air Support (KICAS). Uma aeronave chegando no local seria vetorada pelo E-3 ou E-2 para um 'kill box' de 30x30km aproximadamente. Todos no "kill box" eram controlados por um FAC no ar, ou menos frequente em terra.

As missões AI são bem mais frequentes que as de CAS. A maioria das missões de CAS estão fora do contato com o inimigo. Desde a Segunda Guerra Mundial que os caças fazem reconhecimento armado num setor a frente das tropas e bem distante da linha de frente. No USMC são consideradas missões de CAS todas as saídas com alvos a até 5 milhas da tropa.

O CAS sempre tende a declinar em importância em tempo de paz. No Afeganistão foi a principal missão na primeira fase. Na operação Anaconda (Afeganistão - 2001) a sequência de apoio as tropas era: morteiros, artilharia, helicópteros Apache e apoio aéreo. As tropas tinham CAS disponível, mas não planejavam usar. Se usavam o CAS então algo muito ruim tinha acontecido.

Uma das consequências das diferenças entre as missões de CAS, AI e ataque estratégico foi o tipo de aeronave usada. As aeronaves de CAS tinham que ser leve e ágil. As missões de AI eram realizadas por bombardeiros médio. As aeronaves de ataque estratégico eram bombardeiros pesados. Já na Segunda Guerra Mundial estes requisitos passaram a se misturar com os P-38 fazendo ataques contra Ploesti em 1944, o que seria um ataque estratégico, contra alvos a longa distância e os bombardeiros apoiavam o avanço das tropas. No Vietnã o B-52 fazia CAS enquanto os F-4 atacavam alvos estratégicos, mais devido a capacidade de sobrevivência das defesas. As armas guiadas tornaram as grandes formações de bombardeiros desnecessárias para atacar grandes alvos.

A capacidade das novas aeronaves aumentou consideravelmente nas missões de CAS. Na Segunda Guerra Mundial a capacidade já era tanta que ter Superioridade Aérea era primordial para ter sucesso. Ainda havia limitação meteorologia e os blindados eram difíceis de atingir. As aeronaves tinham que se aproximar do alvo e as perdas eram altas. Ainda assim eram várias saídas por cada acerto.

A agora é mais fácil atacar a noite do que de dia, fora do envelope das armas inimigas em terra, com alta precisão, falando-se em alvos por saída. Os sistemas de C2 são eficientes com os ataques ficando cada vez mais reativos, rápidos e efetivos. A capacidade das aeronaves táticas de destruir as forças em terra cresce mais rápida que a capacidade das forças terrestres de se defender e se esconder. A letalidade das aeronaves táticas cresceu mais rápido que a letalidade das armas terrestres contra outras forças terrestres. Ainda existem problemas alvos furtivos ou em terreno urbano ou complexo.

A IA ficou agora mais efetiva evitando ter que fazer CAS depois. As armas guiadas e sensores FLIR e NVG permitem atacar a noite, qualquer tempo e próximo as tropas.

As aeronave atuando em missões de CAS devem ser capazes de realizar as seguintes missões:

- Apoio de fogo contra posições inimigas de defesa aérea. As defesas antiaéreas é um alvo prioritário sempre. Geralmente acompanha os blindados. As próximas prioridades são as forças de combate seguido das forças logísticas.

- Anti-carro. As missões anti-carro são importantes por ser um alvo tão importante assim como a artilharia. Os blindados são caros e fáceis de detectar, mas dependendo do armamento disponível é difícil de serem atacados pelo ar.

- Reconhecimento armado no campo de batalha. No reconhecimento armado não se tem informações dos alvos na área. As armas têm que ser flexíveis para todos os tipos de alvos que podem ser encontrados.

- Interceptação e destruição de helicópteros e UAVs. Podem ser encontrados na área de operações. No Golfo os A-10 conseguiram dois kill contra helicópteros que foram encontrados próximos. Voam baixo assim como as aeronaves de CAS. Outra função das aeronaves de CAS pode ser fazer patrulhas de combate aéreo acima das tropas caso sejam aeronaves multifuncionais e estejam equipadas com armas adequadas

- Reconhecimento tático.

História

Inicialmente era considerado que o Poder Aéreo seria mais efetivo atacando o inimigo em profundidade, nas fontes de poder, com ênfase na campanha estratégica. Os alvos eram a liderança, comunicações, indústrias, energia e sistema de transporte. Atacar tropas era considerado menos efetivo apesar da AI ser letal em certas circunstancias. O CAS só seria usado em situações extremas. Os pilotos não queriam ser uma artilharia aérea apoiando pequenos escalões ao invés de concentrar força contra alvos importantes. Mesmo assim as missões de CAS foram realizadas, com apoio de algumas pessoas importantes e se desenvolveu.

Historicamente a primeira força aérea a se estruturar seriamente sobre a batalha aero-terrestre foi a Luftwaffe com o Ju87 Stuka antes da Segunda Guerra Mundial. Era uma aeronave de grande precisão, mas de curto alcance. Atuou bem nas primeiras fazes da Segunda Guerra Mundial atacando alvos identificados pelas tropas em terra no avanço. O Stuka é considerado a primeira aeronave verdadeira para CAS. Entre as técnicas iniciadas pelos alemães incluía o uso FAC em terra chamando ataques contra alvos oferecendo resistência ou difíceis de ultrapassar por colunas blindadas e infantaria.

Nas estratégias tipo blitzkrieg é necessário o uso de blindados junto com apoio das forças no ar. A força principal da Luftwaffe eram os bombardeiros táticos bimotores para atacar a retaguarda do campo de batalha, linhas de comunicações e outros alvos táticos e foram usados bem neste papel. Falharam contra a Inglaterra que era uma guerra mais estratégica onde os bimotores He111 e Do-17 eram mais adequados para AI.

As outras forças aéreas se viram mais atuando no papel estratégico e sem estruturação para CAS e AI. O RAF fazia CAS com seus caças Typhoon, Hurricanes e Spitfires enquanto o US Army usava os P-38, P-39, P-40, P-47 e P-51. Inicialmente eram usados para superioridade aérea e depois passaram a atuar em missões de CAS com restrição de carga e eram vulneráveis a artilharia antiaérea. A Rússia estruturou suas forças de CAS e AI nas aeronaves IL-2, Pe-2 e Tu-2.

As missões de CAS e AI datam da Primeira Guerra Mundial. Eram bem exemplificadas pelas missões de "trench strafing" e "ground strafing" (CAS e AI). Os Aliados usavam o caça S.E. 5a e Sopwith Camel modificados com bombas que atacavam o segundo escalão a até 30 km, ou mais, atrás da frente de batalha. Os alemães imitaram e depois foram seguidos por outros paises.


CAS na Primeira Guerra Mundial


O interesse no uso da aviação na guerra estava relacionado com seu uso para reconhecimento e observação do campo de batalha. Já em 1908 se previu a luta para controle do ar para ter vantagem no reconhecimento do campo de batalha. Em 1893, Zeppelin informou o Estado Maior alemão que poderia usar seus dirigíveis para atacar fortificações e tropas. Antes da Primeira Guerra Mundial as aeronaves já tinham sido testados com metralhadoras, foguetes, bombas e miras.

As primeiras bombas lançadas de aeronaves foram na guerra entre a Turquia e a Itália entre 1911 e 1912. Pilotos italianos lançaram três bombas nos Turcos no dia primeiro de novembro de 1911. Depois foi nos Bálcãs em 1912 a 1913 e novamente por iniciativa dos pilotos. Na guerra contra o Marrocos a França usou a aviação em cooperação com tropas em terra pela primeira vez.

Já na Primeira Guerra Mundial os comandantes terrestres perceberam que as aeronaves com tripulantes com olhos no alvo ajudavam em várias tarefas. Observadores aéreos com rádio podiam ajudar as forças a localizar o inimigo, marcar alvos para aeronaves e artilharia, e ajudar a destruir por si mesmo.

O uso do avião para coleta de informação foi a primeira arma da aviação sendo assim usado na primeira fase da guerra. Os comandantes ficavam na retaguarda e precisavam de boa inteligência. A França já usou balões, desde Napoleão, para reconhecimento e controle da artilharia. Também foram os primeiros a usar aeronaves na Primeira Guerra Mundial. O observador anotava as informações e colocava em um mapa depois. Os dados foram usados para fazer mapas. Os erros de informações eram muitos. Não sabiam determinar direito o tamanho de unidade, mas mesmo com problemas era melhor que outros meios. O uso da fotografia ajudou. As comunicações eram ruins e ainda usavam garrafas para passar mensagens escritas. Já as tropa em terra usavam flares e setas para marcar posição e alvos e se comunicar com as aeronaves acima.

A guerra de trincheiras mostrou que as aeronaves de observação eram ideais para controlar a artilharia. Os alemães tinham 14 unidades só para esta missão e todos equipados com rádio. Queriam até que toda Divisão tivesse uma unidade própria. No fim de 1916 eram 45 de 81 unidades aéreas só para reconhecimento e observação de artilharia. As aeronaves também informavam o quanto as próprias tropas avançaram.  

Os alvos lucrativos encontrado não eram atacados e os pilotos foram encorajados a levar armas como granadas, mas os alvos logo acabaram. Foram os pilotos que tiveram a iniciativa que atacar alvos inimigos. Depois foram encorajados.Os caças logo apareceram para engajar as aeronaves de reconhecimento e as armas leves só ameaçavam a até  mil metros de altura. Os rádios eram ruins e os pilotos preferiam escrever mensagens e lançar para tropas em terra. Sinais visuais também foram usados com sucesso relativo.  

No fim da guerra o uso de aeronaves armadas já era maciço como na ofensiva britânica de agosto 1918 apoiada por 1.800 aeronaves em um plano bem elaborado. As táticas incluía fazer barulho para esconder o motor dos carros de combate, atacar depósitos de munição e ferrovias na retaguarda sendo considerado missões de interdição.

Em 1915 foi iniciado as patrulhas de contato de infantaria servindo de meio de comunicações para as patrulha avançadas. As aeronaves seguiam o progresso da batalha. As comunicações com terra podiam ter sido cortadas e as aeronaves faziam a ligação. Em 1916 os dois lados já usavam esta tática. Os piloto identificavam as unidades inimigas para reportar a retaguarda. Criaram códigos podendo enviar mensagens como "não posso avançar" e "envie apoio de artilharia". Podiam identificar as tropas pela cor do uniforme pois os alemães usavam cinza, a França azul claro e os americanos e britânicos caqui. Podiam lançar mensagem indicando a posição do inimigo e até atacavam.

Os "trench fligths" britânicos apareceram em julho de 1916 realizando missões de reconhecimento aproximado e ataque. Nenhum foi atacado no primeiro dia e parece que as tropas nem deram atenção. As vezes se escondiam. O efeito era mais moral do que físico. Os ataques eram realizados randomicamente e sem efeito na batalha. Logo foi observado que as missões de apoio aéreo aproximado tinha a função de elevar o moral das tropas amigas e baixar a do inimigo, mesmo com pouco poder destrutivo disponível na época. A lição do impacto psicológico do apoio aéreo foi uma das lições da Primeira Guerra Mundial.

As missões de apoio aéreo eram realizadas logo a frente das tropas e até 35 km atrás das linhas. As baixas nas aeronaves de apoio aéreo aproximado eram altas por se aproximar muito dos alvos e por serem frágeis e lentas. Eram de dois tipos e as missões além do alcance da artilharia também eram importantes. As aeronaves eram considerada melhores para obter surpresa pois a artilharia podia ser detectada se concentrando na retaguarda e fazendo ajuste de tiro.

Em Flanders havia nove aeronaves para cada Divisão alemã que faziam reconhecimento e cobertura para incomodar o inimigo. Eram as equipes Schlachatstaffeln (esquadrões de batalha). No fim da guerra eram 38 esquadrões treinados para metralhar a baixa altitude. Os alemães logo iniciaram o uso de blindagem em suas aeronaves para proteção nos ataques a baixa altitude.

Em 1918 os britânicos usaram os caças Camel para acompanhar o avanço blindado atacando canhões anti-carro alemães. Cobriam setores de avanço determinados. Outros atacaram até cidade antes do assalto da infantaria. Os alemães criaram unidades de reconhecimento de seis aeronaves que também podiam atacar. Logo viram que voar em formação ajudava no poder de fogo e defesa mútua. Criaram táticas elaboradas de ataque bem eficientes. Se concentravam em setores chaves e não em todos quando possível. O ataque a baixa altitude e aproximado era muito mais efetivo.Os grupos avançavam junto com a infantaria contra o objetivo. Podia ser ondas de ataques contra o mesmo objetivo apoiando o avanço com vários grupos. O ataque não podia ser cedo para não denunciar a direção do ataque e nem demorar para não perder o efeito.

Um estudo mostrou que a simples ameaça de metralhadoras no ar era tão amedrontador quanto um ataque real de artilharia. A aeronave era um inimigo visível e pessoal, ao contrario da artilharia, apresento ameaça real as tropas, e assegurando que tropas amigas estavam protegidas. As aeronaves em formação cerrada eram mais intimidadoras que operando sozinhas. Era mais amedrontador quanto maior fosse o enxame. A ênfase eram mais no efeito psicológico e até atrasou o desenvolvimento de armas adequadas. As bombas pesavam cerca de 5 kg e as metralhadoras de calibre .30 não danificavam fortificações. O efeito era menor ainda contra artilharia que era o alvo principal. O alvo também era pequeno e as tropas tinham algum tipo de cobertura. As tropas estava bem protegidas contra a artilharia e automaticamente contra a aviação.

As tropas logo desenvolveram táticas como contramedidas ao efeito psicológico. Ensinar as tropas a operar junto com a aviação também ajudava. A artilharia antiaérea logo se multiplicou na frente. Em outubro de 1918 os americanos mantinham uma patrulha de combate aérea na frente com perdas de 10x1 ao seu favor. Eram 7 a 9 aeronaves voando entre 200 a 800 metros acima das tropas na frente de combate. As perdas no ar eram altas. Em Cambrai a média era 30% de baixas nos esquadrões por dia

Voando baixo a camuflagem ajudava a não ser detectado do alto. Com metralhadora traseira ajudava muito em perseguição. Já pensado em blindar partes importantes das aeronaves logo no começo das operações. No fim de 1917 os britânicos proporão o programa E.F que desenvolveu um "trench-fighter" dedicado. Foram várias propostas como o Sopwith T.F. 2 Salamander com duas metralhadoras para frente e duas para baixo com pequeno angulo sendo basicamente um Camel modificado com 640lb de blindagem ao redor piloto. A França e a Alemanha criaram seus projetos semelhantes.

Na teoria e na prática, em 1918, havia dois tipos de aeronaves, as que atuavam contra objetivos no fronte, ou "crust", e os que atacavam alvos a até 35km atrás da frente. A doutrina da época favoreciam os ataques contra a retaguarda pois podiam ter alvos de valor e menos protegidos como reforços marchando. Na frente eram fortificações bem protegidas, difíceis de acertar e destruir. Os pilotos podiam até confundir com tropas amigas. Os alvos na retaguarda também estavam além do alcance da artilharia e só eram alcançados pela aviação.

No fim da guerra, a guerra de movimento expôs mais alvos nas estradas. A frente nem dava para distinguir e os ataques a retaguarda foram favorecidos. Em 25 de março de 1918, uma coluna alemã perdeu 3 oficiais e 135 tropas em uma passada única de metralha mento que durou segundos. Em outras ocasiões conseguiram parar tropas preparando ofensivas ou cruzando rios fora do alcance da artilharia.

Uma das lições foi que o comando centralizado permite concentrar a aviação em pontos críticos na frente. Também mostrou que com uma frente pouco familiar para os pilotos era difícil fazer CAS. O efeito do CAS na Primeira Guerra Mundial foi mais psicológico que material devido a tecnologia da época. A reação do metralhamento foi a artilharia antiaérea, treinamento das tropas em terra para reagir e caças em patrulhas aéreas. As baixas foram altas e diminuíram de interesse na missão logo depois do fim do conflito.

Período entre Entre Guerras

As missões de apoio aéreo atuais se originaram no período entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial. O USMC usou suas aeronaves para apoio aéreo na Nicarágua em 1927. Os pilotos chegaram a pousar em estradas próximo as tropas para obter informações dos alvos e atacar. As tropas em terra testaram uso de sinais e painéis para se comunicarem com o piloto até o rádio aparecer. As aeronaves do USMC realizaram muito apoio aéreo aproximado sendo usados como artilharia aérea, escoltava colunas e comboio e detectava e atacava emboscadas inimigas. Também realizaram evacuação médica e ressuprimento.

Depois da Primeira Guerra Mundial a aviação foi usada como controle aéreo para manter colônias calmas. Isso foi feito pela França e Espanha. A RAF usou muito como intimidação. As armas da época eram adequadas para este cenário.

As lições da Primeira Guerra Mundial era que força aérea tinha pelo menos duas missões fundamentais: conquistar a superioridade aérea e apoiar as forças em terra. Os alemães distinguiram o apoio direto e indireto e os termos diferem de um pais para outro.

As doutrinas apontavam vantagem de atacar a retaguarda pois na frente de batalha, como na Primeira Guerra Mundial, seria protegida e resultaria em pouco efeito. Os russo também pensavam assim. 

A altitude segura contra a artilharia antiaérea era acima de 10 mil pés. O índice de acerto das bombas era de 2% contra um alvo do tamanho de um campo de futebol nos testes a esta altitude com o uso de bombardeiros. Logo viram que os bombardeiros a média altitude não serviam para CAS.

Foi calculado que seria necessário 20 a 25 toneladas de bombas para neutralizar um setor de 1 km2. Com cada bombardeiro levando meia tonelada seria necessário centenas para neutralizar um setor de 3-4 km de frente para o assalto de uma Divisão. A artilharia faria um trabalho bem melhor em vários dias, mas a aviação seria melhor para surpresa pois a artilharia levaria dias para se preparar e a ofensiva teria mais chances de ser detectada.

Os caças sempre mostraram ser bons para CAS. A maioria das aeronaves usadas era de caça mesmo. O problema era treinamento adequado e precisavam armar com bombas. Queriam metralhadora apontada para trás na época. Geralmente o CAS era uma tarefa secundaria e já discutiu-se usar aeronaves e pilotos dedicados. Vários países criaram estas unidades especializadas ou forças de assalto.

Com a melhoria do desempenho das aeronave logo iniciou um problema: o processo de descobrir alvo, compatibilizar com aeronave e identificar se tornou lento e impreciso. O problema de apoio aéreo imediato e fogo amigo mostrou a necessidade de um sistema de controle tático adequado. Em 1940, um pedido de CAS na França durava entre seis ou oito horas e era muito hierarquizado. 

Década de 30

Nesta época os treinamentos mostravam que a precisão a baixa altitude era boa, e também para lançar agentes químicos e cortina de fumaça. Também pensavam que com o vôo a baixa altitude não precisariam de superioridade aérea, principalmente em incursões rápidas. Os russos pensavam que seus IL2 Sturmovik não precisariam de escoltas podendo contar apenas com uma boa camuflagem e vôo baixo. Evitar locais planos seria uma boa tática. Também daria certa proteção contra a artilharia antiaérea diminuindo o tempo de exposição. Testes com bombardeiros de mergulho mostrou que tinham uma grande precisão e a Luftwaffe logo desenvolveu o Ju-87 Stuka.

As táticas dos Shturmovik implicava em reconhecimento prévio para detectar alvos e chamar 6-12 aeronaves para o ataque. Os Shturmovik depois vão para um ponto espera. O líder reconhece o alvo para comandar o ataque. Se não voltar por ter sido derrubado o segundo no comando reinicia o reconhecimento. O ataque era feito com aeronaves voado alto com bombas e outra voando baixo atacando com metralhadoras. Pode ser em duas direções para confundir as defesas no local ou um lança cortina de fumaça no alvo e outro atacava a fumaça.

Os projetos de "trench fighter" de aeronave blindada para metralhar a baixa altitude logo saiu de moda. O motor radial foi logo preferido. Já na Primeira Guerra Mundial era comum voltarem sem um cilindro e com motor com radiador era ruim e podiam ser pego com tiro único de sorte. Novas tecnologias que surgiram foi o trem de pouso retrátil, aeronaves de carga alar alta e difícil de pilotar, projetos mais rápidos e freio aerodinâmico.

Foram vários projetos da década para CAS. O único com sucesso foi o IL-2 Shturmovik russo de 1937 que tinha 750kg de blindagem. No fim da década de 30 surgiram os bimotores de alto desempenho, com grande alcance e carga. A capacidade de ataque terrestre uniu com os bombardeiros leves. Eram os bombardeiros de assalto como o Breguet 691 e o FW 189. Também se discutia o uso de aeronave multifuncional com um modelo único para reconhecimento e observação, ataque leve e bombardeiro leve como o PZL Karas polonês e o T.C. 35 suíço. Vários paises se equiparam com aeronaves leves de reconhecimento como o R-5sh russo, o L-5 americano e o Ki-51 japonês. Tinham capacidade STOL e podiam ser encontrados até nos esquadrões de ataque para reconhecimento.

As metralhadoras eram efetivas na Primeira Guerra Mundial em aeronaves lentas. Uma aeronave voando a 240MPH disparando 300 tiros por minuto atingiria o alvo a cada 20 metros. Com aeronaves mais rápidas precisavam aumentar a quantidade de armas ou a razão de tiro o que foi feito. 

Outro problema era a depressão das armas. Com um ângulo de 5 graus para baixo podiam atacar na horizontal e o metralhador traseiro também, mas era inútil no combate ar-ar.

As primeira bombas pesavam cerca de 5kg, sendo fragmentadas, com mil fragmentos, e raio letal de menos 15 metros. Criaram projetos ainda melhores pois a pontaria era ruim e a saturação seria a solução. A metralhadora e as bombas eram ideais contra alvos leves, mas não destruíam canhões e muito menos carros de combate como era esperado no futuro. Armas melhores logo foram necessárias contra alvos duros. No fim da década de 30 as metralhadoras já tinham calibre com mais de 12 mm e o canhão logo surgiu para armas as aeronaves de caça. No fim da década de 30 usavam até no calibre de 37mm e eram efetivos contra a blindagem da época. Os russos iniciaram o uso de foguetes no IL2. O uso de agentes químicos seria usado para interdição de área, mas precisa de tempo bom. A fumaça era usada para marcar alvos ou mascarar ações.

Outro item importante nas aeronaves de CAS era o rádio. Foi uma grande inovação entre as guerras, mas ainda usavam sinais nas comunicações ar-terra. Os problemas eram o alcance, o peso e a confiabilidade. Voar baixo diminuía ainda mais o alcance. Pilotos em aeronaves monoposto achavam difícil manipular e pilotar ao mesmo tempo. Os pilotos não gostavam e queriam deixar de usar e levar armas no lugar sendo a mentalidade da época. Na Rússia as aeronaves de reconhecimento detectavam alvos e depois pousavam nas bases de IL2 e guiavam até o alvo devido a falta de rádios.

Na década de 30 ocorreram várias pequenas guerra onde o poder aéreo foi usado. Na guerra contra a Etiópia no fim de 1934 os italianos atuaram com dúzias de aeronaves sem nenhuma ameaça. Realizaram vários tipos de missões, de apoio aéreo até ressuprimento. A maioria da batalhas era em local plano e foi fácil apoiar suas tropas. Em uma ocasião os italianos pegara 7 mil tropas atravessando um rio e foi estimado que mataram cerca de três mil. Um oficial russo atuando com os etíopes cita que aviões conseguiram evitar que comessem ou se aquecessem para evitarem fogueiras e não serem detectados.

Na guerra do Japão contra a China é difícil avaliar a atuação da aviação. Os japoneses faziam muito reconhecimento e eram armados para intervir nas batalhas. A China não reagia aos ataques.

A guerra civil espanhola teve lições mais ricas. Os dois lados atuaram com esforço aéreo semelhante e foi palco para o pouco material moderno ser testando antes da Segunda Guerra Mundial pela Alemanha, Itália e Rússia. Na batalha de Guadalajara em março de 1937 foi detectado um comboio com mil veículos e duas Divisões nacionalistas pela aviação russa voluntária. Em dois ataques, 115 aeronaves dispararam 500 bombas e 20 mil tiros. O comboio se dispersou e os ataques subsequentes evitaram que se reagrupassem. Foi considerado uma vitória pela aviação sem atuação com as forças em terra.

A aviação foi usada como substituto da artilharia. Podia atacar do lado de montanha não acessível pela própria artilharia, preparava ataques de infantaria, mas era difícil coordenar. Novamente perceberam o impacto psicológico dos ataques aéreos nas tropas inimigas. Os bombardeiros tinham que ser escoltados e depois os caças voltavam e metralhavam os alvos. Tiveram que desenvolver uma doutrina provisória para funcionar. Isso influenciou o uso de pilotos de caça atuando como controladores aéreos avançados na frente de combate. Berlim não se interessou pelo assunto e era igual a Primeira Guerra Mundial. Usavam faixas brancas nas tropas ou faixas para identificar tropas. Um problema foi a infantaria não seguir o avanço ou atacar as posições inimigas após o ataque aéreo. O uso de oficiais de ligação na frente de batalha resolveu o problema com o uso do rádio. Foi a primeira vez que o rádio foi usado para chamar apoio aéreo.

As táticas usadas eram simples como a carrossel/cadeia. As aeronaves entram no alvo em fila a 200 metros de distancia um do outro e a 800-1500 metros de separação em altitude. Mergulhavam no alvo metralhando e disparando bombas antes de sair do mergulho. Eram seguido dos outras membros da esquadrilha. Depois já preparavam a volta para duas a quatro passadas formando uma cadeia ou carrossel. Os alemães colocavam o comandante da unidade que apoiava a batalha na frente de combate para apoiar com rádio suas aeronaves.

O uso de caças adaptados para ataque mostrou ser um sucesso devido a velocidade, manobrabilidade e poder de fogo, comparado com aeronaves biplanos dedicados. Em termos de armas foram poucas inovações. 

Três biplanos de ataque Hs123 foram levados pelos alemães para a Espanha em 1937. A aeronave mostrou ser instável para ter boa precisão nos ataques, mas era resistente. Receberam mais três aeronaves e passara a fazer ataque a baixa altitude com sucesso. Seis caças He51 também foram levado para a Espanha junto com bombardeiros Ju-52. Deveriam ser o caça padrão alemão mas logo mostrou ser um fracasso. Mostrou ser inferior aos caças franceses e russos operando no local apesar das vitórias iniciais. Os alemães tentaram vencer com superioridade numérica mas os russo enviaram seus caças para contrapor também com número. Acabou sendo a melhor contribuição para forçar o deslocamento caças novos e mudar para novas aeronaves. O Me109 chegou como substituto e conseguiu conquistar a superioridade aérea. Logo iniciaram as táticas de formação "finger four" que deu vantagem inicial aos caças alemães até ser copiado por outras forças aéreas. Nesta formação o Ala cobre o Líder e todos cobrem o espaço do céu para dar cobertura mutua.

As táticas usadas pelos alemães eram simples. As aeronaves faziam um reconhecimento rápido sobre o alvo para ver se havia alguma artilharia antiaérea, mergulhavam sobre o alvo, disparavam as armas, subiam e reagrupava para ir embora. Iam para o alvo em linha com as aeronaves de trás voando mais alto e para a direita. Chegavam circulando o alvo cada vez mais cerrado. Eram várias passadas até o combustível ou armas acabarem. Na fase de guerra em movimento tiveram mais chances de atacar alvos menos defendidos como comboios.

No dia 20 de fevereiro de 1938 um carro de combate leve foi destruído por caça He51 com seis bombas de 10kg. Eram blindados leves e os caças tinham que disparar em formação para ter efeito. Os alemães testaram o lançamento de galão de óleo com efeito semelhante as bombas Napalm.

Três Stuka atuaram na Espanha. A precisão não era como desejada, mas geralmente era quase erro em ataques de precisão contra pontes, trilhos e outro chockpoints. Depois foram substituídos por outros cinco Stukas que tiveram pouco a fazer depois devido ao bom desempenho dos anteriores. mostrou ter boa capacidade de sobrevivência contra alvos bem defendidos e era bem preciso comparado com o bombardeiro horizontal. A falta de oposição aérea e artilharia antiaérea na maioria dos alvos era a falha na experiência.

O primeiro ataque em mergulho foi realizado em 14 março de 1918 com um S.E.5a Scout com cabide de bombas no centro da fuselagem. A aeronave atacou uma barca com munição em um rio em Saint Quentin. Foi a primeira e única missão do tipo e depois só realizaram metralhamento. Foram realizados treinos depois da Primeira Guerra, mas consideraram que as perdas em aeronaves e pilotos nos treinos seriam pior que os ganhos em guerra. A US Navy e o USMC investiram na idéia para atingir alvos móveis no mar.

Uma subsidiária sueca da Junker investiu no conceito de bombardeiros de mergulho com o K-47 testado em campo de treino clandestino alemão na URSS. O Japão se interessou na idéia e com a ajuda da Heinkel desenvolveu o He50D que serviu de base para o Aichi D1A. O Hs123 foi o próximo passo com capacidade dupla de ataque e caça. Acabou sendo usado só para ataque e CAS. O Ju87 estava em desenvolvimento desde 1933. Com desempenho adequado foi encomendado pela Alemanha. No inicio da Segunda Guerra Mundial 346 em operação.

Os alemães e russos tiveram bom aprendizado em apoio aéreo neste conflito. A Blitzkrieg usou muito apoio aéreo no lugar da artilharia antes do avanço das tropas. Logo perceberam que o apoio aéreo podia ser usado para diminuir o moral do inimigo e diminuir suas defesas. Os EUA aprenderiam a mesma lição durante a Segunda Guerra Mundial.

EUA - 1918 a 1942

No fim da Primeira Guerra Mundial os EUA realizaram ataques contra tropas concentradas em estradas. Isso levou a criação de esquadrões especializados, mas a guerra terminou antes de entrarem em operação. Depois tentaram criar caças blindados sem sucesso e ficaram apenas com um esquadrão de DH4 para treinamento. Só podia levar metralhadora ou bombas devido ao peso.

A doutrina após a Primeira Guerra Mundial falava muito em apoio junto com o Exército. Depois mudou e pensavam que a frente de batalha teria poucas tropas e uma grande retaguarda. Pensavam mais em atuar na interdição do campo de batalha, além do alcance da artilharia, ou só em emergência próximo as tropas. As missões de apoio aéreo seria uma missão especial. A doutrina de Interdição Aérea tornou-se logo popular. A doutrina da época até separava caça, bombardeiro, ataque e observação. O USMC já se concentrava mais no apoio aéreo das suas tropas. A atuação do USMC na Nicarágua viu o uso de aeronaves para ataque pois não tinham artilharia. Atacaram bem perto das tropas, faziam escolta de colunas e comboios e detectavam emboscadas.

Para ajudar na superioridade aérea estudaram o uso das aeronaves de ataque uso contra bases aéreas e aeronaves em terra ou usar caças para neutralizar a artilharia antes dos bombardeiros chegarem. Um tática era atacar uma trilha onde um blindados passaria e criar crateras. Quando o blindado desacelerava para passar era metralhado e bombardeado. A doutrina não citava o uso de escoltas pois não daria tempo dos interceptadores decolarem e interceptar devido a velocidade. Usavam a velocidade para obter surpresa e pensaram em abafar o som das aeronaves. Queriam substituir aeronaves de ataque por caças, que defendia o uso de metralhador traseiro e mais blindagem. Em 1937 a USAAF testou o bimotor A-18 para atacar alvos a longa distância. Depois o A-20 também como bombardeiro leve.

Com a guerra na Europa iniciando o Corpo Aéreo do Exército logo queria usar bombardeiros de mergulho e comprou dois esquadrões de aeronaves navais SDB chamados de A-24. Logo organizaram unidades especializadas em CAS.

Os britânicos tinham o Close Support Bomber Control para apoiar as operações de CAS e ficava no Corpo de Exército. A unidade avaliava pedidos de CAS. Unidades avançadas eram os tentáculos. O sistema foi testado depois nos EUA e mostrou que era difícil designar alvos e geralmente não eram alvos lucrativos. Virou a base para o sistema americano.

Próxima Parte: CAS na Segunda Guerra Mundial 


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