CAS na Segunda Guerra Mundial

Na Segunda Guerra Mundial foi observado três tipos de CAS. Podia ser um esforço concentrado contra um ponto importante no avanço, cobertura de longo prazo para as tropas e ações pontuais de CAS com pedido pelas tropas.

Na Segunda Guerra Mundial a Alemanha só concentrou no CAS após as operações contra bases aéreas, interdição aérea (AI) e ataque estratégico. Sempre foi o padrão como já iniciado na época. Até os pilotos preferem fazer AI do que CAS por ser mais fácil.
Já na Segunda Guerra Mundial a guerra aérea passou a ser planejada em fases praticamente sequenciais: superioridade aérea, interdição aérea e apoio aéreo aproximado. Para realizar simultaneamente as três fases é preciso uma força com quantidade e qualidade ou atuar contra um inimigo bem fraco.

A maioria dos países na Segunda Guerra Mundial iniciou suas operações aéreas sem doutrina, treinamento ou pilotos sem experiência em combate. O resultado foi o caos. A mentalidade da linha Magnot evitava desenvolver novas doutrinas entre as Forças Armadas. Pensaram em uma guerra estática e não de movimento. Os alemães saíram na frente com a blitzkrieg e mesmo assim com temores.

CAS na Alemanha

A cooperação ar-terra no campo de batalha nunca foi fácil de orquestrar. No inicio da guerra em 1939 a Luftwaffe ainda não tinha métodos satisfatórios para auxiliar o exército (Heer) nas operações de apoio aéreo. Os comandantes da Luftwaffe também não achavam que seria o melhor meio de empregar o Poder Aéreo. A imagem da época era de Panzers, infantaria e Stukas operando de forma cooperativa contra a horda de tropas do tipo da Primeira Guerra Mundial que fugia durante o avanço alemão.

Já na Primeira Guerra Mundial os alemães haviam percebido que para realizar CAS era necessário boa comunicações e superioridade aérea, mas no ressurgimento da Luftwaffe as prioridades eram:

1 - força bombardeiros estratégicos
2 - força de caça para superioridade aérea e,
3 - artilharia antiaérea para defender as industria de bombardeiros inimigos.

As missões de CAS era considerado importante, mas sem prioridade nenhuma.

Durante a invasão da Polônia o único esquadrão dedicado a CAS era um esquadrão de caças obsoletos Hs123 que não podiam realizar outra missão. A prioridade na invasão da Polônia era atacar a força aérea polonesa em terra como ditado pela doutrina. Apenas no quarto dia após a invasão que a Luftwffe passou ajudar as unidades blindadas atuando na retaguarda polonesa, mas estas missões eram minoria. A maioria das missões era de Interdição Aérea.

As equipes em terra eram formadas por quatro equipes do Destacamento 2 com blindados com rádios para acompanhar as unidades Panzer. Uma força com três esquadrões de Stuka, um de CAS, um de BF110 e um de reconhecimento formavam um grupo especializado em ataque. Com o colapso rápido do exército polonês a operação não serviu bem como laboratório para as operações de CAS. Com a movimentação rápido das tropas foi difícil manter a coordenação. Para marcar a posição das próprias tropas era preciso consciência da situação total. Em uma situação fluida era preciso identificar precisamente as tropa amigas e inimigas para atacar as formações e evitar fogo amigo. Contra alvos fixos no avanço como fortificações foi fácil coordenar. Os danos matérias não impressionavam ao contrario dos danos morais no inimigo com resultado geral muito bom.
 
O primeiro alvo dos Stuka na Polônia era a ponte ferroviária de Dirshau que ligava as duas Alemanhas no corredor polonês. Os alvos seria as instalações usadas para explodir a ponte que seria usada pelos poloneses. Os pilotos fizeram reconhecimento passando pelo local de trem. No dia 1 de setembro a missão foi cumprida, mas o trem blindado atrasou e não chegou a tempo para tomar a ponte que foi explodida depois por outros meios. Os primeiros ataques dos Stukas foram contra bases aéreas e forças navais. Depois fizeram CAS na blitzkrieg. Havia mais de 350 aeronaves de reconhecimento com rádio no teatro de operações. Chamavam os Stuka para atacar posições, defesas, pontes no caminho da fuga, etc.

Os Schlachtgruppen eram grupos de aeronaves de ataque (não de bombardeiros de mergulho) que teriam entre suas missões realizar apoio aéreo aproximado. O piloto Adolf Galland ficou responsável por formar cinco grupos de ataque (Staffeln - com 12 aeronaves). Hitler queria 40 grupos de caça, bombardeiro de mergulho e bombardeiro durante a criação da Luftwaffe.

A primeira ação dos Schlachtgruppen foi contra um posto de comando na fronteira da Polônia. Foram 39 aeronaves Hs123 atacando o alvo. O comandante Hichthoffen viu o ataque de uma colina próxima. As aeronaves lançaram quatro bombas de 50kg cada um e depois metralharam a reação em terra. Continuaram a atacar alvos barrando o avanço polonês com sucesso. Por ter curto alcance as aeronaves tivera que acompanhar as tropas em bases aéreas capturadas.

Em um contra-ataque polonês, os Hs123 do esquadrão II.(Schl)/IL2 usaram uma arma descoberta na Espanha que era usar o barulho intenso de suas aeronaves para assustar tropas avançando nas estradas. Voavam bem baixo e metralhavam as tropas que fugiam em pânico. Os Stuka e Me109 também ajudaram parando o avanço. Pontes e veículos destruídos barraram o avanço polonês que depois foram cercados e capturados enquanto fugiam (cerca de 170 mil tropas). O esquadrão II.(Schl)/IL2 de Hs123 teve baixas de 25% na campanha.


Os controladores aéreos alemães eram os Fliegerverbindungsoffiziere, ou Flivos. Eram os Oficiais de Ligação da Luftwaffe, atuando do quartel general até nível de Divisão. Eram eles que apoiavas as blitzkrieg ligando as tropas em terra com as forças no ar. Foram úteis aos aliados pois suas notificações de ordem de batalha pelo Enigma era fácil de quebrar e ajudou na inteligência aliada.

Na invasão dos paises baixos a Luftwaffe atuaria inicialmente para obter superioridade aérea colocando a força aérea aliadas na defensiva. O Exército poderia atuar sem se preocupar com ações pelo ar do inimigo. A Luftwaffe também lançaria pára-quedistas e realizariam alguns ataques. Algumas missões de CAS seriam usadas em locais críticos de passagem. No inicio os Stuka atacariam instalações aéreas inimigas e não fariam CAS. 

Alvos fortificados foram atacados apenas depois de conseguirem superioridade aérea. No norte o alvo principal era o forte de Eben-Emael que cobria três pontes de sua posição. O II.(Schl)/IL2 apoiaria o assalto de planadores e treinaram antes juntos. Uma equipe pousaria dentro do forte enquanto os Stukas atacaram as defesas externas. Já os Hs123 tinham que chegar junto nos outros três alvos. Se chegassem antes alertariam e se chegassem depois não poderiam dar apoio. O treino conjunto anterior ajudou. No fim do dia as pontes estavam tomadas e os blindados puderam passar. As pontes foram logo defendidas pela artilharia antiaérea e patrulhas de combate aéreo pois eram alvos valiosos e foram atacadas intensamente. Um dos alvos dos Stuka no ataque ao forte de Eben-Emael era o Posto de Comando de onde sairia a ordem para destruir as pontes próximas. Este Posto de Comando foi atacado por quatro aeronaves e não conseguiu enviar as ordens.

Os Stuka tentaram se comunicar com unidades blindadas sem sucesso. Tiveram que criar uma linha de avanço. A linha de avanço era difícil de seguir. Os Panzers avançavam rápido e ficavam na situação de parar e perder oportunidades importante ou avançar e ficar sob risco de fogo amigo. As marcas não era garantir que a aviação iria ver. O colapso rápido da França que evitou problemas de coordenação. O esforços de oficiais do Exercido e Luftwaffe de se organizarem informalmente, desprezando a cadeia de comando, foi vital para o sucesso. 

Os ataques destruíram a força aérea belga e holandesa em terra. No norte da França os ataques contra bases aéreas não tiveram muito sucesso, mas colocou os franceses na defensiva e nunca se recuperaram. Na batalha do Meuse, por terem superioridade aérea, os alemães conseguiram cegar os franceses que ficaram sem reconhecimento aéreo. Os Stukas destruíram fortificações e puderam criar brechas. Sem reservas os franceses não puderam reagir. Os Stukas atacavam em linha com um esquadrão inteiro contra o mesmo alvo. O resultado era devastador. 

Uma lição importante foi a superioridade aérea e a escolta para os Stuka. No primeiro combate aéreo da campanha 60 Stukas foram atacados por seis Hurricanes e os pontos fracos logo apareceram: velocidade, blindagem e armas defensivas inadequadas. As aeronaves formaram um círculo defensivo (que admite inferioridade), mas perderam seis aeronaves. Em uma ocasião um esquadrão inteiro foi derrubado por caças franceses sem perdas. Após alguns Hs123 serem facilmente derrubados também passaram a ter escoltas de caças. Isso se repetiu depois na batalha da Inglaterra. Os informes dos pilotos do que viam em terra era importante para criar um quadro geral da campanha.Os aliados não tinham doutrina para CAS e não ajudaram nada a não ser em raras ocasiões e foi efetivo. 

O ataque na Bélgica e Holanda tinha como objetivo de direcionar as forças da França e Reino Unido para o norte. O ataque principal seria mais ao centro com blindados depois indo para o canal. O flanco norte era apenas para despistar o ataque mais intenso mais ao sul nas Ardenas. Na invasão da França em maio de 1940 a principal barreira ao avanço eram os rios e canais que tinham que ser tomados e ultrapassados para a blitzkrieg tomar forma. No avanço na França Os Stukas fizeram CAS a frente das tropas. Os esquadrões avançavam com as tropas em bases aéreas tomadas. A queda da França durou seis semanas.

Em uma ocasião uma coluna francesa com 40 blindados foi atacada continuamente pelo ar enquanto ia para a base dos Hs123 em Cambrai. Os Hs123 e Me109 conseguiram parar o avanço até iniciarem o recuo. Os Stukas de Richthofen fizeram o mesmo em outro local. A vitória na França foi reconhecida como centrada no poder de fogo de 10 Divisões Panzer (10% da força total) e Hitler logo ordenou dobrar o número destas unidades. A produção de blindados subiu de 120 para 800 por mês, mas foi mantido baixo devido a dificuldades técnicas. 

O esquadrão II.(Schl)/IL2 deveria ser convertido para os Stuka depois do conflito pois o projeto Hs129 não deu bons resultados, mas receberam caças Me109E. O Me110 também foi usado para metralhar alvos em terra com sucesso e era um esquadrão experimental de ataque. Virou esquadrão de caça-bombardeiro e mudaram o treinamento. 

Na França, as ações anti-partisans eram apoiada por três Eisantzkommando com aeronaves leves e as vezes com os Me109. Outra força era o  Sonderstaffeln, com aviões leves Ar66 apoiando tropas em terra. As vezes com apoio dos Me109 e Ju87. As aeronaves faziam reconhecimento e ataque.

Depois da França duas campanhas antes da Operação Barbarrosa foram a batalha da Inglaterra e a invasão dos Bálcãs. Na primeira não foi usado o CAS e na segunda foi igual a França e sem importância. 

Na Inglaterra os alvos principais eram a frota de contratorpedeiros no porto que poderiam barrar a invasão anfíbia da Inglaterra. Os próximos alvos seriam bases aéreas. Depois apoiaram tropas como artilharia aérea. No dia 13 de agosto iniciaram os ataques contra bases aéreas da fase II. Os alvos incluía cadeia de radar CH (Chain Home). Na primeira semana não conseguiram atingir o objetivo de afastar os britânicos das bases avançadas. 

Os alvos de curto alcance eram atacados pelos Stukas com escolta de Bf109E e os alvos de longo alcance com escoltas dos Bf110. As perdas nos esquadrões de com Bf109 eram menores comparadas com os Stuka. A baixa de Stuka era menor ainda com escolta em grande quantidade podendo atacar sem serem molestados. Os Stukas gostavam de dia claro para poder mergulhar de bem alto. Os Stuka atacavam com o sol pelas costas, mas os caças também. Quando mergulhavam sendo perseguidos por caças não usavam freios de mergulho. Os caças mergulhavam mais rápido e tinham que sair do mergulho antes. As perdas na Inglaterra mostraram que Stuka não estavam preparados para atuar contra inimigo mais determinado e equipado o que não ocorria na Espanha, Polônia, Noruega e França. As perdas aumentaram progressivamente e a fama deixou de ser boa.


Imagem de um dos fortes em Meuse mostrando o efeito dos ataques concentrados dos Stukas. A região ao redor está livre de crateras.

Os Schlachtgruppen atacaram o sul da Inglaterra incluindo bases aéreas, refinarias de petróleo, estradas de ferro, portos e navios no porto. No primeiro ataque contra a Inglaterra sofreram muitas baixas devido a grande intensidade da artilharia antiaérea. Estavam escoltados por caças Me109. Em seis meses realizaram missões de ataque, mas não era missões de CAS. Esperaram fazer CAS na invasão alemã que nunca ocorreu.

Após o fim da batalha da Inglaterra, o esquadrão II.(Schl)/IL2 só tinha 11 caças Me109E, mas a estratégia passou para a frente leste e receberam mais de 30 novas aeronaves. Outro Staffeln foi formado com o 10.(Schl)/IL2 com os Hs123 que voltou a operar. Os esquadrões apoiaram o avanço das tropas, inicialmente contra bases aéreas, atacando qualquer resistência a frente. Inicialmente operavam nos Bálcãs mas o avanço atrapalhou as operações pois as bases aéreas ficaram bem longe em Creta.

A invasão da Inglaterra acabou tendo que ser cancelada pois os resultados não foram adequados. As perdas em aeronaves levaram a redução do tamanho da Luftwaffe até iniciar a operação Barbarrossa. As perdas foram maiores que a capacidade de reposição durante as batalhas anteriores.

Esquadrões de reconhecimento aéreo aproximado foram adicionados a cada Divisão Panzer e para cada Corpo Panzer. Oficiais de ligação aéreo foram adicionados a cada Divisão. Destacamentos de sinaleiros com quatro rádios acompanhavam as tropas em veículos blindados. Operavam em áreas críticas com muita mobilidade. Permitiram que a Luftwaffe conversaria com o oficial de ligação em terra durante um avanço rápido. As transmissões interceptadas foram decifradas pelos britânicos fornecendo material para perceber como operavam.

O primeiro ano de operação dos Stuka foi primoroso contra a Polônia e França. O nome em si já causava pânico. Um mergulho quase vertical fazia as tropas mais disciplinadas fugir e o barulho das sirenas no trem de pouso era aterrorizante. Foi só passarem a cruzar o canal da Mancha que a história começou a mudar. A guerra no norte da África deu nova vida pois o inimigo era menos denso e sem rede de radar. O primeiro grupo para ajudar Mussolini chegou na Sicília em janeiro de 1941 atacando navios entre Sicília e norte da África. No dia 26 de fevereiro de 1941 foi realizado o primeiro ataque a ilha de Malta. Cada piloto detectou na foto o abrigo de aeronave que atacaria nas bases aéreas da ilha. Voaram em linha para atacar em sequência. 

O norte da África era o local ideal para as aeronaves anti-carro. Dois grupos, ou 60 Stukas, foram enviados para o Norte da África. O objetivo era amaciar as tropas inimigas antes de contra ofensiva e cortar as linhas de comunicações no mar. 

Em Trobuk a artilharia antiaérea mudou as suas tática. Ao invés de concentrar a altitude das explosivas, espalharam por grande comprimento forçando os Stukas a furar a defesa por mais tempo. Os pilotos até mergulhavam fora da barragem e desciam mais na horizontal. A artilharia antiaérea reagiu atirando mais na horizontal.

Nas outras campanhas os alvos estavam próximos e se o Stuka errasse encontraria outro do lado. No deserto era fácil encontrar alvo, mas estavam bem dispersos. Se errassem não atingiria outro alvo. Medo das tropas diminuiu e a fama do Stuka decaiu. As tropas até disparavam contra ao contrario dos outros conflitos. Com superioridade aérea era mais difícil atacar. Poucas tropas tiveram mais de 2-3 ataques de Stukas no conflito. Após Trobuk no fim de 1942, os Stuka passaram a ter papel secundário devido as perdas, falta de superioridade aérea e uso dos caça-bombardeiros no seu lugar. Quando atacados alijavam as bombas e entravam em circulo defensivo. 

Em El Alamein os Stuka já tinham perdido a fama. Era mais arma de terror local e não funcionava contra tropas treinadas e decididas. Os Aliados passaram a monitorar o rádio e conheciam seus códigos (Vespa e Isar) para trocar mensagem com as escoltas e enviavam caças atrás aumentando muito as perdas. Episódios de alijar bombas e fugir ficaram frequentes. Atingiram até tropas amigas. Passaram até a ser atacados em terra e depois vieram ataques do LRDG. A guerra na Tunísia foi a guerra dos caça bombardeiros. Os Bf109 e Fw190 podiam escolher entre fugir ou, se forçado, podiam se defender. Os Stuka não tinham estas opções.

Apenas no fim de 1942 que Rommel teve apoio dos Schlachtgruppen. O I./SchlG 2 tinha três Staffeln de Me109F e um de He129. Depois foi reforçado com mais um de He129. A primeira ação dos He129 foi em El Adem ao sul de Tobruk quando destruíram 12 carros de combate britânicos. A areia logo forçou a saírem de operação até um filtro de ar adequado chegar. Logo evacuaram para a Itália. Os Bf109 se deram melhor e apoiaram a retirada alemã incluindo fazendo ataques contra bases aéreas e não só contra colunas de veículos e blindados. As perdas eram altas por estarem em menor numero e logo a disponibilidade baixou. Um novo Staffeln de Hs129 logo chegou para reforçar, mas também com grandes perdas. As linhas de comunicações aliadas estavam bem esticadas e passou a ser um bom alvo. Os Staffeln operaram até a rendição o Afrika Korps e foram retirados para outros teatros de operação como o leste e Itália sendo convertidos para o Fw190.

Contra a Iugoslávia era esperado um ataque vindo da Áustria e Hungria para passar pelas planícies da Croácia onde seria a região ideal para a guerra blindada. Porém, os alemães atacaram pelas montanhas no sul com a fronteira com a Bulgária. Foi a mesma surpresa tática usada na França avançando pelas "impenetráveis" montanhas das Ardenhas. Os Stukas atacaram fortificações nas estradas nas montanhas no caminho do avanço. Foram 40km de avanço do primeiro dia.

A invasão de Creta, na Operação Merkur, iniciou duas semanas antes com ataques de amaciamento feito pelos Stukas. No dia da invasão os Stukas concentraram os ataques nas zonas de lançamento dos pára-quedistas. O objetivo era manter o inimigo de cabeça baixa. O inimigo logo passou a fugir para o sul nas montanhas e foram atacados pelo ar pelos Stukas. Atuaram por tempo limitado pois depois partiriam para invasão da Rússia.

Após o fim da campanha na Africa os Stukas ali baseados foram para a Itália. Reagiram a invasão da Sicília com grandes perdas. O único sucesso foi contra o contratorpedeiro Maddox afundado na invasão. Tiveram boa atuação contra a invasão britânica das ilhas de Dodecanese e depois voltaram para a frente Leste e participaram em operações anti-partisans nos Bálcãs. Contra o avanço aliado na Itália operavam a noite para poder sobreviver. Atuavam geralmente em lua cheia. Os alvos eram bases aéreas, concentrações de tropas, comboios e posições de artilharia. Em 1945 voavam muito pouco pois o combustível era raro e foram substituídos por FW190.

A fama do Stuka veio das duas campanhas blitzkrieg na Polônia e França. Contra a Inglaterra as falhas apareceram ficando sem velocidade e o poder defensivo contra um inimigo determinado. Foi retirado de ação no meio da campanha e só atacou a noite depois. Passou a atuar em outros cenários como no inicio da campanha no norte da África, Bálcãs, Creta e missões anti-navio no Mediterrâneo. No fim a campanha no Mediterrâneo também eram apenas duas dúzias operando apenas a noite. A terceira campanha com sucesso foi na frente leste, depois parou de operar com o inimigo conseguindo superioridade aérea ficando relegado a operações noturnas. O Stuka teve vida nova no papel anti-carro com canhões de 37mm atuando de dia em pequeno número.

A operação Barbarrosa foi a última blitzkrieg e a mais ambiciosa. Foi iniciada em 22 de junho de 1941. Na época a força de Stuka estava dividido na França e Mediterrâneo e o número total de Stukas na operação foi menor que nas campanhas anteriores. Na primeira campanha foi contado 301 aeronaves contra 183 Stukas no Leste. Os Stuka aturam na frente central apoiando as Divisões Panzer. 

Nos movimentos iniciais, os Bf109 derrubaram 325 aeronaves soviéticos e foram responsáveis pela maioria dos 1.500 destruídos em terra, seja metralhando ou lançando bombas SD2 de 2kg. No primeiro dia foram apenas dois Stukas perdidos e um danificado em uma frente de 270km. No dia seguinte os Stukas passaram a fazer CAS para as tropas avançando e BAI na retaguarda do inimigo. No flanco sul um alvo importante foi a fortaleza de Brest-Litovsk onde a artilharia não podia afetar as paredes e chamaram os Stukas. Foram quase 100 ataques no dia 29 de junho com bombas de 600kg e ainda ficou de pé. Chamaram os Ju88 com bombas Satan de 1800kg e cidadela caiu.

Após o ataque de surpresa contra os russos foi iniciado um avanço progressivo. Os russos tinham profundidade estratégica para absorver o avanço alemão, com tempo para repor as perdas em tropas e armas. A produção de aeronaves soviética estava fora do alcance da Luftwaffe. A distância dificultou a logística e diluiu as tropas ficando com baixa densidade no teatro de operações. A Luftwaffe passou a ter problemas de falta de combustível. Era fácil conseguir superioridade aérea, mas não podia mais estar em todos os lugares. As tropas deixaram de marcar sua posição com sinais pois os russos apareciam e atacavam. As perdas eram sempre altas e piorou tendo que apoiar também as operações na África. 

Hitler esperava uma campanha rápida contra as despreparadas tropas russas. Com os atrasos nas operações, principalmente devido as operações no Báltico, o inverno chegou. As tropas não estavam equipadas com roupas, abrigos e nem veículos com lubrificantes adequados. As operações aéreas foram atrapalhadas pelo mau tempo. As tropas logo passaram para a defensiva no fim de 1941.

Com o avanço até o centro da Rússia o problema passou a ser o tamanho da frente a ser coberta. Os Stukas passaram de artilharia aérea para "brigada de bombeiros" atuando em ofensivas, reação a contra-ofensivas e ataques locais. O Stuka eram muito eficientes como força de reação rápida contra contra-ataques russos, quebrando o momento. Outro uso era atacar posições cercadas ou bolsões. No dia 13 de maio de 1942, em Kharkov, a ofensiva russa foi parada graças a ação dos Stukas. Atacaram sucessivamente as hordas de blindados soviéticos no seu papel de "brigada de incêndio". 

Operando próximo a frente os Stukas faziam várias saídas por dia para CAS. Contra a fortaleza de Sevastopol foram oito saídas por dias estando a 20 minutos de vôo da base. Os Stukas ajudavam as tropas cercadas lançando fardos de mantimentos e munições. Aproveitava a precisão também nesta missão. Os grupos tinham um Staffeln de reconhecimento sendo que inicialmente eram o Do17 e depois receberam os Bf110. 

Com a chegada do verão de 1942, Hitler iniciou a ofensiva no sul para tomar campos de petróleo. Agora Stalin não estava mais preocupado em manter território. e as tropas não mais se entrincheiravam e se deixavam cercar. Fugiam para perder território por tempo já pensando em longo prazo. Hitler pensou que a vitória seria rápida e acabou decidindo dividir a ofensiva em duas direções e enfraquecendo as forças. 

As missões de CAS mostraram ser importantes para vencer várias batalhas, mas não era suficiente para resolver os problemas estratégicos dos recursos disponíveis pelos russos. As missões de CAS funcionaram melhor que na França mas ainda com problemas como não saber onde havia tropas amigas ou onde seria o avanço e não chamavam CAS mesmo que disponível.

A tática dos Stukas eram vários mergulhando de várias direções para confundir as defesas. Chegavam em fila, separados por até 2 km, circulam o local determinando seus alvos e atacavam. Depois podiam voltar para metralhar. Os pilotos dos Stukas perceberam que boa parte dos poder das bombas era perdida ao explodirem depois de penetrarem na terra. Criaram uma extensão para a espoleta de 60cm que foi chamado de Dinorstable (os atuais Daisy Cutter) devido ao nome do criador. Com este meio a bomba explodia 30 cm acima da terra sendo mais efetiva. Os Stuka não disparava bombas grandes a menos de 1000 metros ou pode ser atingido pelos próprios fragmentos. As menores eram disparadas a  300 metros ou até menos. Para evitar a artilharia antiaérea no caminho e no alvo mudavam constantemente de direção e altitude (chamavam de flak waltz). Uma tática contra a artilharia antiaérea era o mergulho "spinner spiral" para atrapalhar a pontaria dos artilheiros. 

Em Stalingrado, as operações de CAS eram difíceis, mesmo com mapas de larga escala, com posições bem delimitadas,  contato do líder com tropas em terra por rádio, circulando muitas vezes o alvo, bem marcado com fumaça, e ainda assim ocorria fogo amigo. 

Os Stuka era bem preciso nos ataques, mas sem boa proteção. A artilharia antiaérea russa aumentou assim como as perdas. As vezes os únicos meios disponíveis eram os bombardeiros e eram inadequados para missão, sendo usados mais devido as distâncias. Os pilotos nem eram treinados para a missão de apoio aéreo aproximado. A produção alemã priorizava os bombardeiros e não aeronaves adequadas para realizar CAS. O desempenho do Ju-87 Stuka enfatizou o bombardeio mergulho e todos os bombardeiros alemães deveriam ter um pouco desta capacidade o que atrapalhou o desenvolvimento de bombardeiros estratégicos. As missões de BAI passou a ser tarefa dos bombardeiros táticos pois os caças tinham curto alcance. O He111 passou a receber metralhadoras para metralhar a baixa altitude. Os alemães nem tinham um projeto dedicado em 1941 para substituir os Stuka. O substituto acabou sendo uma variante dos FW190 que dominou os esquadrões Schlacht nos dois anos finais da guerra e preencheu a demandas. Chegaram na mudança das marés para os alem aos. 

Um piloto calculou que perdiam um piloto e aeronave para cada blindado russo destruído. Era custo-ineficiente o uso de aeronaves na missão. Os pilotos logo estavam cansados, as aeronaves sem proteção e sem superioridade aérea. As missões de CAS mostraram ser boas contra alvos fixos. Contra tropas se movendo era difícil operar e não havia coordenação adequada. 

Após a ofensiva soviética iniciar os Stukas passaram a ter papel defensivo atacando concentrações tropas, pontes e centros de comunicações. Mas o papel principal era atacar blindados passando de artilharia aérea para  artilheiros anti-carro aéreo. 

O surgimento de novos carros de combate como o T-34 e KV1 russos diminuiu a efetividade das aeronaves CAS da Luftwaffe. Mesmo os canhões de 30mm eram pouco efetivos a não ser em ataques traseiros. Os russos estavam produzindo muitos blindados e passaram a pensar em resposta alternativa pelo ar sendo testado em 1942 com várias aeronaves. Os Stuka com canhão 37mm formaram os grupos Kommando. Não podiam mergulhar e tinham que atacar a baixa altitude. A artilharia antiaérea mostrou ser intensa na primeira missão na frente em Kuban e passaram a ter escolta de supressão de outros Stukas.


Dois Stukas atacando alvos na frente russa. A imagem no centro mostra dois blindados saindo da estrada tentando atacar. As bombas lançadas por outros Stukas estão atingindo seus alvos como mostrado pelas explosões.


Tropas da SS apoiados por um carro de combate Tiger avançam em um terreno preparado pelos ataques dos Stukas como mostra o padrão de bombas na frente do avanço.


O centro operação virou a operação Zitadelle, iniciada em 5 de julho de 1943 em Kursk, sendo uma das últimas grande batalhas da Luftwaffe. Eram 2.700 carros de combate alemães contra 3.600 russos, apoiadas por 2.000 aeronaves alemães concentradas sendo 350 Stukas. A ameaça russa era alta com três mil aeronaves no local incluindo os novos caças LA-5 e Yak-9. 

A operação Zitadell deveria iniciar com um ataque contra bases aéreas, como nas bitizkrieg, mas não foi feito. Iniciaria com ataques contra alvos em terra para abrir buracos nas defesas. Os Fw190 atacariam tropas e artilharia. Os Hs129 usaram táticas de manter esquadrões atacando colunas avançando em sequência, para manter o esforço constante, como feito antes pelos Hs123. Os FW190 davam cobertura. Em uma hora uma coluna russa sofreu 50 baixas e o resto dos blindados fugiu. Uma fonte cita que a Luftwaffe como responsável por destruir metade dos carros de combate em Kurks. Pela primeira vez na historia a aviação conseguiu parar e destruir uma brigada blindada sem apoio de tropas em terra. A batalha em Kursk falhou e os soviéticos iniciaram uma ofensiva com 61 Corpo de Exercito, do Báltico até o Cáucaso colocando os alemães na defensiva. Os alemães estavam agora superados em numero no ar e os FW190 eram forçados a alijar cargas e entrar em combate aéreo, sem poder apoiar suas tropas. A ofensiva logo foi parada pelos soviéticos que iniciaram contra ofensiva no dia 12 julho. Piorou com desembarque na Sicília e tiveram que redeslocar as tropas. A operação foi logo cancelada sob o risco de serem cercados. No final da batalha os alemães perderam 500 mil tropas, 1.500 caros de combate e e 3.700 aeronaves.

No dia 5 e 6 outubro de 1943, dois contratorpedeiros russos atacaram navios alemães fugindo Criméia. Os Stuka atacaram e os afundaram mostrando sua capacidade anti-navio, mas sem oposição aéreo do inimigo. Foram quatro ataques até todos os navios serem afundados. Nas operações em terra mostrou um desempenho diferente pois não podiam mais atacar blindados sem superioridade aérea pois os russos já dominavam céus. O próximo passo foram os Schlant iniciada em 1943 com os Fw190. O Fw190 atacava e podia permanecer no local  para atacar caças, ao contrario do Stuka que tinha que fugir rápido. O maior Ás dos Schalant tinha 116 kill. O piloto Egbert Jaekel considerava rápido e que podia fugir. Ele mesmo conseguiu 12 kill com o Stuka, mas na sua 938a missão viram caças russos e ao invés de fugir foi atrás. Derrubou um La-5, mas foi logo derrubado a baixa altitude sem chances de saltar. Os Stuka depois passaram a fazer parte da força Schlant.

Além dos Stukas, os grupos de ataque terrestre (Schlacht) também participaram da invasão da Rússia. Antes da invasão da Rússia o grupo II.(Schl)/IL2 estava baseado no norte da Polônia com 39 Me109E e 22 Hs123. Fazia parte do VIII. Fliegerkorps comandando por Von Richthofen. A força apoiaria quatro Divisões Blindadas e três Mecanizadas. Fariam blitzkrieg que iniciaria com a obtenção da superioridade aérea, principalmente com ataque contra bases aéreas.
 
O ataque em pinça em Minsk levou o II.(Schl)/IL2 a atacar tudo que se movia dentro do bolsão. No fim de setembro foram reforçar a fronte central contra Moscou. Estavam baseados em Kalinin e estavam no centro do contra ataque soviético. Como em Cambrai decolaram para proteger sua base. Em ataques sucessivos manterão a pressão por quatro dias até o inimigo fugir. A chegada do inverno forçou o termino das operações e a contra-ofensiva acabou com o II.(Schl)/IL2 devido as perdas pesadas. O esquadrão foi reconstruído na Alemanha logo depois e virou o I.SchlG 1 e 2. O esquadrão ainda atuou com os Hs123 que mostrou ser ideal na neve com baixa visibilidade. Também receberam o Hs129, mas com novo motor, mas ainda mais lento e com menor alcance que o Stuka. Por outro lado era mais bem blindado e armado e equipou dois Staffeln atuando como "tank killer".

Em 1942 a diretiva de Hitler eram os postos de petróleo no sul do Cáucaso. O SchlG 1 foi deslocado para a região da Criméia. A primeira missão foi retomar a base de Grammatikovo. Os Stukas atacaram tropas seguidamente enquanto o SchlG 1 fez apoio aéreo profundo atacando linhas férreas e estradas. A reação russa dessa vez não foi desorganizada e desmoralizada como antes e até armas leves foram disparadas e as perdas foram relativamente altas. O contra-ataque alemão também se assustou pois não estavam acostumados a um ataque blindado e era apenas um ataque de "spoil" da contra-ofensiva principal. Acabou virando uma das grandes batalhas de carros de combate da guerra e os novos Hs129 do 3./SchlG 1 mostraram seu valor ajudando a repulsar o ataque. Agora os alemães estavam operando longe de casa enquanto os russos bem perto e em massa. Em junho o esquadrão foi transferido para Kursk. Apoiariam quatro dias de ofensiva para tentar cercar os russos. Os primeiros alvos do SchlG 1 foram posições de artilharia e depois metralharam tropas antes de voltar para base. Longe da cadeia logística e com uma grande frente passaram a ter problemas. Até o SchlG 1 passou a ter que voar suas próprias missões de reconhecimento. A escolta de caça passou a ser luxo e os Me109E carregados de bomba eram considerados alvos mais fáceis que os Me109F. O Me110 mostrou inadequado como caça de longo alcance e escolta e logo passou para ataque terrestre. A ofensiva falhou.

O SchlG 1 participou da ofensiva inicial contra Stalingrado. A fumaça da cidade chamava os caças russos que agora também incluía caças P-40. A artilharia antiaérea também era pesada e toda missão no local era difícil. A cidade em ruína e a proximidade não permitia a realização de missões de CAS. As vezes o inimigo e amigos estavam no mesmo prédio em andares diferentes.
 
O caça FW190 logo foi considerado para equipar o SchlG 1. O Me109 era ruim em pistas de terra devido ao trem pouso estreito enquanto o FW190 era largo, já operava como caça-bombardeiro contra a Inglaterra, seria melhor em capacidade e operava melhor a média altitude, onde o SchlG 1 vivia. Também era mais resistente com motor radial menos susceptível que tinha o do Me109 e seu radiador. Cada um dos três Staffeln voou para a Polônia de cada vez para fazer a conversão que foi completada em abril de 1943.

Em julho de 1942, Richthofen propôs reabrir a produção do Hs123 de tão indispensável que se tornou. A linha já estava sucateada e era impossível. As aeronaves restantes continuaram operando por vários anos após serem considerados obsoletos. A resposta contra os carros de combate russos foi o Hs129. Outra tentativa foi uma unidade para testar armas pesadas em várias aeronaves como o Ju87, BF110 e Ju-88 com canhão de 37mm. Com o Stuka foi sucesso ao contrário dos outros. Em junho de 1943 foi criado dois esquadrões de caça-carros, o StGs 1 e 2 com os novos Sstuka e mostrou ser muito efetivo.


Schlacht

Em outubro de 1943 foi formado um grande comando de ataque alemão chamado Schlacht para substituir a força de Stuka. Era uma unidade maior devido ao crescimento da força de aeronaves de ataque. Os esquadrões seriam formados por caças Fw190 projetado para operar na linha de frente com poucos recursos. Os Fw190 já tinham sido testados na batalha da Inglaterra como caça bombardeiros, fazendo ataques "tip-and-run". Os primeiros eram pouco blindados e podiam atacar alvos pouco defendidos. Para realizar operações de CAS precisavam de mais blindagem. O Fw190G recebeu blindagem no motor e cabina, novos cabides nas asas e fuselagem. A força passou a incluir forças de Stuka logo depois. Algumas unidades anti-carro ficaram de fora pois fariam parte de outra unidade que não foi formada até janeiro de 1945. 

Todas as unidades de ataque deveriam converter para o Fw190 mas demorou até 1944 para os primeiros esquadrões serem convertidos. O SG 4 atuou na Itália realizando 80-90 saídas por dia contra as linhas de comunicações, artilharia e bases aéreas aliadas em vôos de quatro aeronaves. Em Anzio tiveram poucas baixas por terem escoltas de caças. Atacavam em mergulho de 65 graus como os Stuka para sobreviver a artilharia antiaérea atingindo até 800km/h. Sem efeito adequado faziam ataques tipo "tip and run" contra a cabeça de praia e navios. Depois de Anzio passaram a fazer mais missões de caça e sem treinamento adequado as baixas foram mais altas. Os esquadrões já nem levantavam vôo para atacar bombardeiros atacando suas bases e eram geralmente escoltados por esquadrões de caça. No leste até que conseguiam kills facilmente contra os russos mal treinados e por terem pilotos experientes ou ex caçadores nos esquadrões. O NSGr9 que atuou na Itália fazia ataques noturnos e foi equipado com o Ju87. 

A força Schlacht passou a ser reconhecida como entidade separada e logo tomou lugar dos Stuka como força tática primária. Os Ju87 foram substituídos pelos FW190 de ataque. A força passou a ter capacidade de preparar operações de larga escala iniciando em maio de 1944, mas as ofensivas no leste, oeste e sul forçaram a ficarem na defensiva.
 
No leste os Fw190 cobriam áreas onde não havia tropas em terra. Pela manhã faziam reconhecimento armado para encontrar alvos. Como conheciam bem sua área de operação sabiam onde estavam os russos e se mudaram de posição. Sabiam onde estiveram a noite e onde apareceriam pela manhã. Se encontrarem colunsa avançando atacavam veículos de suprimentos e paravam o avanço. Em contato com tropas a prioridade era atacar os blindados. Geralmente operavam em esquadrilhas, mas contra alvos grandes eram várias esquadrilhas ao mesmo tempo. Voavam a dois mil metros acima do alcance efetivo da artilharia antiaérea. A tática contra blindados era atacar bem baixo a 300MPH (480km/h) a 10 metros. A bomba era disparada quando o alvo some no motor. A bomba e 250kg atinge direto ou ricocheteia no chão e atinge. A espoleta de atraso de 1 segundo dava tempo para sair da área. Depois atacavam alvos com metralhadoras se encontrasse algum. O Panzerblitz era um foguete anti-carro mais poderoso usado pelos Fw190 que entrou em serviço no fim de 1944, mas foi pouco produzido. 

Na ofensiva soviética os Fw190 chegavam a voar até oito saídas por dia com média de meia hora pois o inimigo estava sempre próximo das bases aéreas. A artilharia antiaérea era o maior problema e raramente encontravam caças russos. 

As operações dos Schlacht reiniciaram na França após a invasão Aliada. Sem superioridade aérea as perdas foram grandes. Um esquadrão de 12 Ju87 enviado do centro da França apenas um voltou. O III.SG.4 foi retirado após duas semanas de operação sofrendo 25% de perdas. Logo passou para a frente leste. 

O I./SKG 10 voava a noite e com mais sorte, incluía kill noturnos com seus Fw190. Foram 3 mil saídas em um mês com 20 perdas, mas era a guerra em terra que determinaria o resultado. Logo foram retirados da França e passou a fazer parte de um Nschthschlacht e virou o NSGr 20. No dia 17 de dezembro de 1944 apoiaram um assalto aéreo a 11 km ao norte de Malmedy na Bélgica. As aeronaves marcariam a zona de lançamento para os Ju52 lançarem pára-quedistas como parte da batalha de Bulge. Os pára-quedistas segurariam uma estrada para o avanço dos blindados. A rota e a zona de lançamento foi marcada corretamente as 03h30minh, mas o mau tempo resultou em apenas 100 pára-quedistas de 870 caindo no local certo e mesmo assim distantes. 

A noite as aeronaves atacavam em vagas de 10 aeronaves, com um total de 50, com flares para marcar a área para a ataques indiscriminados contra as posições aliadas. Foi assim só no inicio e depois só com poucas aeronaves. Vários grupos apoiariam o avanço incluindo os Fw190 com foguetes anti-carro. Depois o SG4 participou da operação Bodenplate contra bases aéreas.
 
Durante o avanço aliado na Alemanha as operações de ataque continuaram apenas a noite ou mau tempo para escapar das CAP aliadas. Nos ataques contra colunas nas estradas os piloto novatos foram instruídos para atacar em zig-zag cortando a estrada constantemente. Usariam as arvores para proteção e fariam rajadas curtas.O objetivo era diminuir a reação da artilharia antiaérea pois evitariam atirar por entre as arvores com medo de ricochetes e explosão prematura, diminuindo o risco de baixa. 

Nos últimos seis meses só conseguiam atacar alvos a noite contra os Aliados na frente ocidental. Formaram esquadrões de ataque noturno para isso. Voavam para o alvo a 300m. Próximos do alvo subiam para 2.500 metros. O piloto alertava as tropas (Flivos) em terra que estavam chegando. O oficial de ligação marcava alvo com flares. O Fw190 mergulhavam no alvo e voltavam para a base a 300 metros. Sem tropa em terra para marcar alvos voavam na lateral e mergulhavam quando alvo sumia nas asas.  

Enquanto na Normandia eram 18 Divisões aliadas em uma frente de 80 km, na frente central leste indo para Berlim eram 13 Corpos de Exércitos em uma frente de 480km. Havia três Schlachtgruppen com os Fw190 no setor central e eram poucos para contrapor tal força. As perdas foram altas sem ter superioridade aérea. Com os aliados usando bombardeiros como "carpete bomber" na Normandia, Goering ordenou o mesmo com seus He177 quadrimotor, mas para baixa altitude contra blindados. Na primeira missão metade de 24 foi derrubado.


Caças-bombardeiros Fw190 do SG77 voltando para base com cabides vazios.

Hs129

O Hs123 mostrou ser inadequado para atacar blindados, veículos e tropas na sua participação na Espanha. Tinha pouca blindagem, era pouco armado, lento e vulnerável. Isso resultou na necessidade de uma aeronave de ataque blindada (schlachtflugzeug). Em abril de 1937 foram iniciados estudos de uma aeronave de atraque bimotora armada com canhão de 20 mm, metralhadoras e bombas. A aeronave voaria baixo no campo de batalha onde a superioridade aérea foi conquistada. Por isso não precisaria de metralhador traseiro e ao mesmo tempo diminuir o peso total aumentando a carga. A blindagem seria colocada em torno do piloto e motores. A aeronave atuaria em bases aéreas improvisadas na frente de batalha.

O Hs129 venceu a concorrência sendo um pouco melhor e com 2/3 do custo do segundo colocado. A fuselagem triangular dava inclinação para a blindagem, mas com pouco espaço interno. A visibilidade para baixo era ótima, mas no geral era ruim. A mira foi até colocada do lado de fora. O motor disponível era fraco. Foi amado com dois canhões 20 mm e duas metralha 7,62mm. O Hs129B com motor Gnome de 700hp teve melhor desempenho e com novas melhorias foi aceito para serviço. Outras melhorias foram na visibilidade, aerodinâmica e manobrabilidade. Podia receber casulos de canhões de 30 mm sob a fuselagem e outras armas como bombas, metralhadoras e tanques auxiliares. Depois ainda recebeu um canhão de 37 mm com 12 tiros em casulos com os dos Stukas e atacavam a blindagem lateral e traseira dos carros de combate russos. A ênfase no armamento anti-carro era para contrapor a superioridade numérica dos blindados russos e nem tanto para CAS.

Aeronaves equivalentes como o Stuka e IL-2 tinham metralhador traseiro, mas consideram que o peso a mais era pior e sem melhoria na sobrevivência. A maioria foi derrubado pela artilharia antiaérea. A manobrabilidade era outra defesa. A blindagem protegia contra a artilharia antiaérea e pousos forçados. Os dois motores ajudavam a voltar para casa apesar de ficar difícil de pilotar.

Os planos eram a entrega de até 1.128 aeronaves até março de 1945. Cerca de 75% foram perdido em combate, acidentes ou abandonados em fugas de bases aéreas. No total foram construídos 1.267 entre maio de 1939 a setembro de 1944.

Os Hs129B-2 com canhão de 37 mm tiveram sucesso na missão anti-carro, mas no inicio de 1944 queriam nova arma contra blindados mais resistentes russos e tentaram o canhão PaK 40L de 75mm. Os testes mostraram que não atrapalhava o vôo. Nos testes contra blindados capturados mostrou que podia penetrar todos os carros de combate russos. O canhão levava 16 tiros podendo disparar 3-4 por passada. O casulo podia ser alijado em emergência. As outras armas foram retiradas. Esta versão Hs129B-3 teve apenas 23 aeronaves produzidas.
Foi proposto uma versão com motor italiano Delta de 1.200Hp designado Hs129C-1. Recebeu mais dois canhões 30mm debaixo da fuselagem e duas metralhadoras apontadas para trás e miradas por espelhos.

Os Hs129 iniciaram suas operações em maio de 1942 na frente russa. Iniciaram ataques contra tropas, colunas motorizadas, fortificações e posições de artilharia. No avanço russo formaram grandes unidades para atacar concentrado contra a ofensivas soviéticas. Em Kursk havia 60 Hs129 e chegavam a barrar colunas blindadas sem perdas junto com os FW190, mas em três semanas eram 48 perdas. Depois os russos ganharam iniciativa no resto do conflito. Na África em uma semana estavam com problemas de filtro devido areia. Mostraram ser eficientes contra blindados, mas foram retirados do local. As aeronaves que chegaram depois teriam problemas devido a falta de superioridade aérea. Atacavam bem baixo para conseguir surpresa e geralmente com sucesso.


Imagem de um ataque de um Hs129 contra uma coluna aliada na Tunísia.

Missões Noturnas

Foram os russos que iniciaram o uso de aeronaves leves para ataques noturnos de incomodação. As aeronaves voavam baixo, até com o motor desligado para ficar "invisível", e jogavam granadas e bombas leves nas tropas e posições inimigas. Os ataques lembravam muito os da Primeira Guerra Mundial com o efeito psicológico sendo muito maior que o material. Os ataques atrapalhavam sono e as tropas não sabiam se seriam atacadas ou quando. Usavam até pilotos mulheres com biplanos e atacavam preferencialmente rodovias. Os ataques tinham vários apelidos de cada lado. Os alemães levaram cerca de um ano para copiar estas táticas iniciando em outubro de 1942 com o Behelfskampfstaffeln (esquadrão de bombardeiro auxiliar). Estes esquadrões usavam biplanos de treinamento como o Arado Ar 66 ou aeronaves de ligação como o Fw 58. Logo foram formados vários Staffeln do tipo em varias frentes. O nome mudou para o mais adequado Storkampfstaffeln (esquadros de bombardeiro de incomodação). Em 1943 já eram 17 esquadrões chegando a usar mais de 10 tipos de aeronaves e até bombardeiros desgastados. As vezes eram vários tipos no mesmo esquadrão. As operações dependiam do tempo podendo ser varias na mesma noite em caso de lua cheia. As tropas em terra citam que o inimigo era menos ativo quando as Storkampf estavam no ar. As vezes eram direcionados para certos alvos como comboios e podiam apoiar grandes operações. Os alemães instalaram um "tail screamer" nas bombas SC50 de 50 kg para fazer barulho ao caírem nos ataques noturnos para aumentar ainda mais o terror.

CAS na Rússia - 1941 a 1945

O alemães e russos usavam mais o Poder Aéreo como artilharia aérea e não consideravam muito o uso estratégico como bombardeiros de longo alcance. Usavam a aviação para apoiar as operações no campo de batalha. Os aliados até apoiavam as operações na russa com suas missões estratégicas e os partisans atrás das linhas ajudavam cortando as linhas de comunicações nazistas.
 
Na frente de batalha o comandante em terra comandava suas forças aéreas disponíveis. Era lógico visto o uso dado ao poder aéreo. Stalin não gostou da experiência dos bombardeiros na Espanha e preferia as operações de armas combinadas. A doutrina citava obter superioridade aérea e o uso de CAS para o poder aéreo. Na década de 30 até que gostavam da teoria de Doueth de atacar e aterrorizar cidades e centros industriais inimigos com bombardeiros pesados. A doutrina citava usar o Poder Aéreo para atacar alvos que não podem ser neutralizados por artilharia e infantaria. Para isso precisavam de superioridade aérea e os caças eram prioridade. A aviação de longo alcance russa era um braço independente do exército que só controlava a aviação frontal. A defesa aérea (PVO) defendida o país e havia uma força aérea naval para apoiar as operações navais.
 
Os dois lados aprenderam na Espanha que a aviação tinha mais utilidade apoiando as tropas que operando independentemente. Nas batalhas contra o Japão na Manchúria, o Gen Zhukov queria que as tropas e a aviação planejassem e operassem juntos com grupos de reconhecimento especiais. As táticas incluíam atacar a retaguarda inimiga para atrapalhar os reforços e o sistema logístico. Era um exemplo de como seriam as operações futuras da Rússia.

Os expurgos de Stalin acabou com 80% dos oficiais e 3/4 dos pilotos e até as fabricas foram prejudicadas. Isso influenciou em muito o desempenho ruim contra a Finlândia e no inicio da guerra patriótica. Os russos superavam em muito finlandeses, mas o desempenho foi péssimo.
 
Na operação Barbarrossa a qualidade dos alemães era bem superior aos russos. Os Me109 eram bem superiores aos caças I-15 e I-16 russos. Os que sobreviviam e decolavam nos ataques iniciais eram logo derrubados. Até o Stuka era moderno em 1941. Os bombardeiros alemães voaram 6 missões por dia enquanto os caças e bombardeiros de mergulho até oito saídas. Foram 66 aeródromos atacados e 1.500 aeronaves russas destruídas. O número varia muito, mas até os russos reconhecem que as perdas foram catastróficas. A artilharia antiaérea era ineficiente, os pilotos mal treinados, o sistema de comando e controle não funcionava e as aeronaves eram inferiores. Tudo contribuiu para a derrota, mas destruindo as aeronaves no solo sobraram pilotos para as novas aeronaves. 

Os alemães não conseguiam superioridade aérea em todo fronte devido a falta de aeronaves. Os soviéticos tentaram por seis meses reconquistar a superioridade aérea. Os ataques em profundidade de interdição contra a Alemanha geralmente falhavam. Os bombardeiros sem escolta eram facilmente derrubados pela artilharia antiaérea e pelos caças.
 
Com a superioridade aérea ganha a Luftwaffe pode passar a maior parte da forças para missões de CAS apoiando o avanço. Cerca de 60% das saídas eram de CAS. Os russos passaram a trocar terreno por tempo. As chuvas logo atrapalharam as estradas e as bases ficaram encharcadas. Com o inverno russo estavam mais bem adaptados para operações aéreas que os alemães. Entre 15 de novembro e 5 de dezembro de 1941 os russos voaram 15 mil saídas contra 3.500 da Luftwaffe.

A contra ofensiva soviética em Moscou iniciou no dia 5 de dezembro. Os russos concentraram 1.200 aeronaves enquanto Hitler retirava as suas para apoiar a frente no Mediterrâneo. Os russos conseguiram superioridade aérea com o dobro de aeronaves alemãs. Logo perceberam que tinham que operar com um comando central e aviação centralizada como a aviação estratégica e mostrou ser eficiente. Também sentiram falta de reservas estratégicas para apoiar frentes com problemas quando necessário, movendo de uma para outra. Logo criaram regimentos de reserva. 

Sem aviação dedicada para CAS todos os esquadrões passaram a realizar a missão. As vezes com grande custo como no caso dos bombardeiros. Os IL-2 era apenas 2% do total de aeronaves e não fez diferença em 1941. Virou a principal aeronave de ataque com 35 mil construídos na guerra. Logo mostrou ser superior ao Stuka para CAS. Os alemães responderam com o Henschel-129 que não respondeu as expectativas e foi pouco produzido. Os caças também foram usados para CAS. Eram armados e treinados para atacar a até 30 km além frente de batalha. Os La-5 conseguiram responder ao Me-109 nos combates aéreos. Os russos logo aprenderam que para ter sucesso em terra precisavam de superioridade aérea. A recuperação soviética com reconstrução e treinamento foi tão espetacular quanto a derrota inicial. No cerco ao exercito alemão conseguiram atacar a Luftwaffe em terra graças a ação dos IL-2. Um ataque contra a base aérea de Salsk destruiu 72 aeronaves em terra no dia 9 de janeiro de 1943.
 
Sem aeronaves de transporte suficiente a Luftwaffe não conseguiu apoiar o exercito alemão cercado. Depois de Kursk os alemães foram colocados na defensiva. Foi uma grande batalha de blindados e caças. Os russos usaram o rádio para apoiar missões de CAS em terra. Os bombardeiros russos operavam em grande formação mais fácil de defender diminuindo as baixas. Os caças alemães eram superior mas o número russo contrabalançou. Depois de Kursk ficou fácil conseguir superioridade aérea no campo de batalha para os russos. Os russos conseguiam fechar a frente inteira (onde opera uma Divisão) com aeronaves. Passaram a ter apoio de radares e faziam interceptação controlada pelo radar. A área de operação foi expandida para apoiar as operações de interdição e não só de CAS. Uma tática russa era cercar as tropas alemães com unidades móveis e depois atacar por ar com bombardeiro maciço o que foi muito usado em 1944 e 1945.
 
Os russos perceberam que os Stuka era vulnerável saindo do mergulho e colocaram um metralhador traseiro nos seus IL-2. Os caças realizaram 46% de suas missões como CAS. Operavam na frente de batalha e não iam muito longe. Atacavam formações inimigas e seus reforços próximos da linha de frente. Eram simplesmente um substituto da artilharia. As forças eram muito concentradas nesta região e viraram alvos lucrativos. Com os caças realizando metade das missões como ataque logo pensaram em um projeto de caça multifuncional. Desenvolveram o Yak-9B operando a partir de 1944. A tática era atacar alvos em terra, cobrir ataques dos Sturmovik e bombardeiros, metralhar os alvos, deixando uma reserva para a escolta na volta. Levava uma bomba de 400kg em um pequeno compartimento interno. Contra bases aéreas atacava as defesas primeiro em mergulho e depois mergulhava para metralhar. Os pilotos do IL-2 eram mal treinados em táticas de formação complicadas por não terem muito tempo para treino. A manobrabilidade dos caças acabou dando mais vantagem que a blindagem do IL-2 contra defesas em terra. Os caças também alternavam o papel de ataque e cobertura com as grandes formações usadas no fim do conflito.
 
Os russos fizeram uma estimativa do número de aeronaves para isolar o campo de batalha. Um esquadrão poderia infligir danos suficientes para desorganizar um batalhão por uma hora. Um regimento de caças faria o mesmo contra um regimento de infantaria, e uma esquadrilha poderia parar uma bateria de artilharia com seis canhões. A altitude de ataque era de 2-3 mil metros inicialmente baixando para 600 a 1000 metros contra colunas de veículos no fim do conflito quando eram os alvos principais. Duas Divisões de caça apoiavam um Exército de carros de combate. Fizeram ofensiva aérea concentrando esforço contra um alvo para assalto terrestre e bloqueio aéreo interditando a retaguarda como em Stalingrado. 

A tática defensiva favorita era um circulo. Iam para o combate em formações de quatro em fila. Mergulhavam, atacavam até duas vezes e voltavam para o circulo defensivo. O ataque em mergulho mudou o CEP de 200 para 18 metros. 

Nas operações contra os japoneses os pilotos russos logo perceberam que a metralhadora de 7,62mm estava obsoleta contra os bombardeiros e adotaram o calibre 12,7mm. Ao perceberem que usavam canhões no Me-109 passaram a consideraram uma armas mais potentes. O caça Pe-2 bimotor logo virou bombardeiro de mergulho. No fim da guerra os IL-2 faziam "caça livre" com um par voando atrás das linhas em busca de alvos para atacar.

Em agosto de 1943 códigos de sinais, fumaça, painéis e rádio foram padronizados para auxiliar as comunicações terra-ar. Os radares RUS-1 e RUS-2 com alcance de até 100 km auxiliavam a defesa aérea. Passavam mensagem de rádio por postos de comando na frente e retaguarda da frente além de postos de comando auxiliares. Os kill por número de saídas aumentaram muito com este apoio, mas também está relacionado com melhores aeronaves e pilotos ruins do lado da Alemanha. No fim da guerra a inteligência na frente de batalha melhorou e puderam planejar mais detalhadamente os ataques. 

Os russos construíram 8.545 pistas de pouso durante a guerra sendo que 5.531 eram pistas de terra construídas em dois ou três dias e sem apoio de pessoal especializado. Os batalhões de reparos móveis e batalhões de reparo de base se moviam até 10 vezes por mês para acompanhar o avanço dos esquadrões de caça.

Sturmovik

A aeronave de assalto Sturmovik, apelido do IL-2, era a principal arma de CAS dos russos. Foi usada desde a invasão alemã em 1942. Os alemães chamavam de "morte negra". Mais de 36 mil construídos pelos russos até depois do fim da guerra.

Na guerra civil espanhola as aeronaves russas faziam mais bombardeio e metralhamento a baixa altitude. A função da aviação tática era apoiar o exército com reconhecimento, CAS e ataque. O requerimento de aeronave dedicada iniciou em 1928 para uma aeronave lenta e blindada. O resultado foi ruim pois a blindagem era muita para a pequena potência dos protótipos apresentados. 

Em 1936 foi iniciado outro projeto para uma aeronave multifuncional para assalto, bombardeiro, reconhecimento e escolta. Venceu o R-10. Na mesma época a Ilyushin iniciou o projeto de seu "tanque voador" com blindagem para proteger o motor, combustível e tripulante. A blindagem, variando de 4 a 8 mm de espessura, seria parte da fuselagem e não uma adição. 

O protótipo voou em 1939. O armamento inicial eram quatro metralhadoras 7,62mm e quatro compartimentos internos para bombas de 100kg além de cabides nas asas para bombas e foguetes. Foi considerado lento, com curto alcance, pouco armado e com pouca visibilidade para frente. A impressão geral foi boa e os problemas foram logo resolvidos com motor mais potentes, dois canhões de 23 mm com 300 tiros e virou um caça monoposto. Apenas as aeronaves do líder levavam rádios para se comunicar com o posto de comando e os Alas seguia com comandos de voz. Apenas em 1941 os soviéticos iniciaram o uso de FAC para guiar aeronaves com rádio em missões de CAS. 

Com o inicio da guerra a única unidade estava em treinamento e não estava preparada para o combate. O treinamento com armas foi em combate e com grandes perdas em combate. O desempenho foi considerado bom incluindo a resistência a danos. Os alemães não esperavam e mostram ser capazes de lidar com os blindados alemães.

A tática principal dos Sturmovik era a formação em "serpentina/circulo" para atacar colunas de blindados em marcha e "circulo" ou "8" contra concentrações de tropas. O "circulo" era contra blindados em avanço ou dispersos no terreno. A principal era o circulo. No "circulo livre" eram mais livres para atacar apenas mantendo o sentido e direção. Atacavam blindados em circulo fazendo 3-4 passadas até melhorar a pontaria. Faziam manobras evasivas frequentemente e atacavam qualquer artilharia antiaérea que aparecia com prioridade. Em caso de ataque de caças inimigo o circulo livre virava circulo fechado para defesa mutua e sem parar o ataque aos alvos em terra. 

Os IL-2 navais usavam a tática "sapo" para atacar navios. Aproximavam do alvo a 30m  e a 400kmh disparavam as bombas ao mesmo tempo que subiam. Uma das quatro bombas geralmente atingia o alvo.

Os IL-2 voavam baixo e no máximo a seis mil pés. Raramente voavam acima de 1000m. Os ataques eram geralmente em mergulho armados com canhões, metralhadoras, bombas e foguetes. Os IL2 atacavam trens, ferrovias e pátios ferroviários. Bases aéreas eram alvos populares do IL2. Uma arma introduzida em 1943 foi a bomba em cacho PTAB usada com sucesso contra blindados. Os foguetes eram usados para atacar colunas cerradas ou concentrações tropas devido a dispersão. O canhão podia penetrar 25 mm de blindagem a 400 metros. 

A experiência em combate logo mostrou que a blindagem traseira era pouca e foi reforçada. O problema mais grave foi falta de proteção por trás. Os alemães logo perceberam que era fácil atacar por trás. Os projetistas sempre pensaram que o melhor seria ter um metralhador, mas Stalin queria um bombardeiro e trocou por combustível e alcance. Stalin inicialmente queria um bombardeiro monoposto para atacar a retaguarda inimiga e não como caça de assalto.Os próprios esquadrões iniciaram as mudanças instalando um metralhador traseiro. 

A guerra mostrou a vulnerabilidade e as tripulações reclamavam das altas perdas. Era fácil atacar por trás. Em 1942 os IL2 vieram de fábrica com torreta a partir de outubro. Na primeira missão derrubaram sete Bf109 pois os pilotos não sabiam da ameaça. O metralhador também avisava sobre ameaça e manobras evasivas. Alguns artilheiros se tornaram azes, mas com a blindagem inadequada as mortes dos artilheiros era de 7 para cada piloto morto. 

A tática alemã passou a ser atacar em arco pequeno atrás da aeronave para silenciar o artilheiro ou destruir a cauda. Depois viraram alvos fáceis. Instalaram lança-granadas com pára-quedas para explodir a cerca de 100 metros atrás da trilha de vôo para desestimular ataques. Mudaram táticas defensivas voando em V a baixa altitude para aumentar o poder de fogo defensivo e faziam circulo defensivo cobrindo um ao outro com metralhadora traseira e canhões traseiros. 

O IL-2 era manobrável, mas a maioria dos pilotos não aproveitava a capacidade devido a falta de treinamento. Um piloto conseguiu quatro kills contra os Bf109 em uma missão.


Caça-bombardeiros IL-2 atacando uma coluna blindada alemã.

No inicio voavam sem escolta de caças na maioria das missões. Um IL2 era perdido a cada 30 saídas. No inicio as perdas eram mais altas por voarem sem escolta de caças. As perdas eram altas e o treinamento era muito pouco sendo a causa principal. Geralmente treinavam 10 horas e iam direto para o combate. As táticas eram simples com mergulho raso e era um alvo fácil para artilharia antiaérea desse modo. No inicio os pilotos ganhavam medalha de "herói da União Soviética" após 10 saídas, mas poucos ganhavam. Na segunda metade do conflito já era necessário 100 saídas para ganhar a medalha. 

IL-2 participação importante em Kursk. no dia 7 julho 43 foram 70 tanques destruídos em 20 minutos. Em quatro horas, um assalto da 17 Divisão Panzer  teve 240 de seus 300 blindados destruídos pelos Sturmovick. no final da batalha perderam 500 mil tropas, 1.500 caros de combate e e 3.700 aeronaves. O IL-2 participou da guerra da Coréia que mostrou que não era páreo para caças a jato e substituídos pelo MiG-15. 

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