CAS na Tunísia  -1942-1943 

A operação Torch, a invasão americana no norte da África, levou a conquista de todo o norte da África e posterior campanha na Itália. Os princípios de Comando e Controle (C2) e doutrina CAS desenvolvida nesta campanha virou a base para as operações posteriores.

Até a década de 30 o Army Air Corp (AAC) estava ligado diretamente ao apoio ao Exército. Com novas aeronaves como o B-15 e B-17 passaram a ter papel mais estratégico. Depois com o B-24 e B-29 deixou a AAC na frente em termos de alcance, carga e proteção em relação a outros países. A AAC virou Army Air Force (AAF) e o resultado foi o pouco desenvolvimento do CAS até 1941 antes dos EUA entrarem na guerra. O plano inicial na Segunda Guerra Mundial era atacar a Alemanha com bombardeiros com o plano AWPD-1. Atacariam pontos chaves em massa e também havia alvos intermediários. 

O US Army tinha controle da força aérea, mas a RAF não era controlada pelo exército. A Royal Navy e a artilharia tinham seus próprios aviões. A RAF tinha um comando de caças para proteger as ilhas, um comando de bombardeiro para missões ofensivas, e o comando costeiro tinha baixa prioridade apoiando a Royal Navy na batalha do Atlântico. O exército estava acostumado a lutar sem muito apoio da RAF. A ameaça de invasão iniciou mudanças nesta mentalidade e a entrada dos EUA na guerra reforçou esta necessidade. Antes a RAF nem dava cobertura de caças nas operações. Criaram um comando de cooperação para isso. Usaram a experiência da Líbia onde os bombardeios em massa apoiavam o avanço atacando alvos importantes. Na invasão da Tunísia a prática era praticamente nula entre as unidades. A experiência que existia era a derrota para tropas apoiadas por aeronaves. 

Os países consideravam que para defender as tropas amigas tem que destruir a aviação inimiga. A missão da superioridade aérea então era o emprego ideal para apoiar as forças em terra também sendo a prioridade. Atacar a logística e retaguarda inimiga era a próxima prioridade. Os aviadores achavam que fazer patrulhas de combate aéreo é menos custo-efetivo ao invés de atacar. 

Como superioridade aérea era prioridade, primeiro tinham que construir uma linha de radar para apoiar as operações. O segundo passo era construir bases aéreas com capacidade qualquer tempo capacidade. O terceiro passo era a cadeia logística. 

Em 1942 foi criado na USAF o AGCP (Air-Ground Cooperation Parties) operando em nível de Divisão ou Exército. Quando uma esquadrilha de ataque está a 5 minutos de vôo do posto de comando divisional o líder da esquadrilha checa com o AGCP. O alvo é marcado pela artilharia em um padrão pré-combinado, para evitar que o inimigo repita o padrão em outro local. Se próximo a tropas amigas o AGCP indicava a direção do ataque para minimizar o risco de fogo amigo. A artilharia de fumaça é usada para marcar alvos ou ponto geográfico próximo do alvo. 

A 20a Força Aérea foi criada para operar no norte da África na operação Torch. Não treinaram junto antes com o Exército. Na invasão o Eixo logo invadiu a Tunísia e construiu aeródromos com capacidade de operar em qualquer tempo. Esta capacidade permitia terem superioridade aérea na Tunísia. O local era chuvoso e os aeródromos atrapalharam os Aliados a conseguir superioridade aérea por serem inadequados. Só havia no local cinco bases qualquer tempo e até o fim da campanha nove mil engenheiros construíram mais de 100 bases adicionais. 

A corrida para tomar a Tunísia levou a gastos inúteis de equipamento. Nem as forças terrestres ou aéreas tinham coordenação ou sabiam o que estava acontecendo. O Comando e Controle eram péssimos. Em uma ocasião um General inglês pediu para a USAAF atacar uma base aérea do Eixo. Os americanos responderam que seus esquadrões de bombardeiros leves não sobreviveriam em um ataque diurno. A RAF respondeu com seus Bisley e nenhum retornou. O meio de comunicação era o sistema telefônico local bem arcaico construído pelos franceses. Na batalha de Alam el Halfa entre 19 de agosto a 6 de setembro de 1942 o Poder Aéreo maciço parou o ataque terrestre do Eixo. 

Logo iniciaram a estratégia de usar o Poder Aéreo para diminuir a capacidade Eixo com ataque aéreos e depois avançar por terra de forma coordenada com CAS. O comandante americano Spaatz, também favorecia atacar a Luftwaffe em terra para primeiro conquistar a superioridade aérea, depois fazer interdição e depois passar para o CAS. Na discussão com esquadrões de caça foi sugerido só usar o P-40 com superioridade de 3 por 1. Os A-20 e P-39 sofriam grandes perdas sem escoltas. Também queriam evitar ataques alemães nas ofensivas e as CAP deveria durar pelo menos 48 horas. Havia o argumento que poderia ser desperdício manter caças na defensiva e não fazendo interdição antes dos reforços inimigos chegarem na frente de batalha. A ameaça dos bombardeiros de mergulho tinha efeito moral muito efetivo nas tropas aliadas e as CAP foram mantidos

O Poder Aéreo tem flexibilidade de poder concentrar para atacar um alvo e depois outro bem distante. Comandado por tropas em terra o Poder Aéreo perde esta flexibilidade de atacar em larga escala. Por isso o general Montgomery concluiu que um Posto de Comando aéreo e terrestres deveriam ficar juntos. 

Em março o 242 Group foi direcionado para atacar o Eixo em terra desviando contra tropas em terra. O resultado foi aparecer apenas cinco aeronaves durante o ataque a linha Mareth. Na batalha usaram caças e bombardeiros durante o avanço a frente do avanço e além do alcance da artilharia com muito sucesso. Os alemães fugindo foram atacados com 200 veículos sendo destruídos. 

Os britânicos foram os primeiros a colocar um rádio em um carro de combate para apoiar o avanço na África do Norte. Os FAC britânicos eram chamados de Mobile Fighter Controllers. Em março de 1943 na batalha de El Hamma no norte da África, fizeram apoio aéreo aproximado maciço para quebrar a linha Mareth para o 8o Exército britânico. Os FAC estavam em carros de combate e guiavam as aeronaves de ataque. Com sucesso também foi usado em Salermo em maio de 1943. 

Algumas operações eram concentradas contra bases aéreas e as vezes até alvos navais no mar e portos, mas poucas contra alvos em terra. A superioridade aérea era um dos objetivos. No inicio de 1943 foram 14 ataques contra bases aéreas na Sardenha, 16 na Sicília e 13 na Tunísia, destruindo 180 aeronaves, o que atrapalhou seu apoio as operações ofensivas do Eixo e cobrirem suas linhas de comunicações. No fim de 1942 o Eixo realizava 40 ataques contra comboios no Mediterrâneo. Em janeiro de 1943 eram 12-20 por dia e em abril eram seis. Os ataques aliados forçaram ficar na defensiva protegendo suas bases aéreas, comboios e linhas de comunicações. No fim de abril foram todas retiradas para a Sicília e Itália para tentar sobreviver. Os ataques contra bases aéreas chegavam a ser até 50% de todas as saídas. 

Em abril havia 3.241 aeronaves aliada contra 1.800 alemães e italianos, mas as aeronaves em prontidão era em uma razão de 3 por 1. Outros fatores influenciavam com a qualidade das aeronaves, treinamento, pilotos, tripulações de terra e lideres, sistema de C2, inteligência, logística, estratégia e táticas. Os Aliados tinham o B-17 e B-24, mas o Eixo tinha bombardeiros de mergulho e melhores caças. A guerra em três frentes divida as forças alemães e as diluía.

Na invasão da África do Norte havia poucas bases aéreas disponíveis e as missões de CAS podiam demorar. Passaram a levar engenheiros com tropas para preparar as bases avançadas. No fim de 1943 preparavam pistas próximas a frente em menos de 24 horas e a base ficava pronta em cinco dias. Nas missões ar-ar os caças precisavam de pista de 3.500 pés, mas com duas bombas era necessário uma pista de 5 mil pés e maior ainda com os bombardeiros médios. Para criar uma pista de cinco mil pés gastavam 750 toneladas de placas de metal que tinha que ser transportada de navio até próximo ao local e depois de caminhão.

O resultado final da campanha da Tunísia foi o manual FM100-20 como lição da guerra. Citava prioridades, superioridade aérea, interdição aérea e apoio aéreo aproximado e arranjos C2. Uma lição importante foi a capacidade de atuar em massa com controle centralizado.

CAS na Sicília e Itália - 1943-1945

A guerra na Itália foi frustrante em terra, mas com sucesso em termos de campanha aérea. Um dos motivos foi conquistar a superioridade aérea logo no inicio das operações. O esforço aéreo foi concentrado em CAS e AI e desenvolveram novas técnicas. A RAF logo percebeu que precisaria da cooperação entre as forças para derrotar os alemães. Os americanos foram mais lentos para conseguir esta cooperação, mesmo que a força aérea fizesse parte do Exército, mas devido a pouca experiência anterior. 

A guerra na Itália teve cinco fases: Sicília, sul da Itália no outono, ações lentas na costa do Adriático até Roma, parada nos Apeninos no inverno, e preparo para a ofensiva de abril de 1945. A campanha teve cinco desembarques anfíbios e várias ofensivas. Havia um milhão de tropas de cada lado com um milhão de baixas no total durante 22 meses. O avanço foi lento com o inimigo só se retirando quando estivesse muito superado. A Itália era um teatro secundário com a operação Overlord sendo prioritário e a Itália recebendo as sobras.

No meio do ano de 1943 a guerra mudou para o lado dos aliados que iniciaram com vitórias no Pacifico, na frente russa e agora no norte da África. A batalha do Atlântico também foi vencida. No dia 10 de julho o Reino Unido e os EUA desembarcaram na Sicília. O ataque foi precedido de ataques as bases aéreas e linhas de comunicações. No desembarque fizeram patrulha de combate aéreo e isolaram o campo de batalha. Não tiveram sucesso em evitar a evacuação das tropas na Sicília devido a artilharia antiaérea e a falta de capacidade noturna, mas capturaram muitos equipamentos pesados incluindo 1.200 aeronaves. 

Os caças atuavam apoiados por um Fighter Control Center (FCC) e um Forward Fighter Control (FFC) para apoiar as operações de CAS. O primeiro foi instalado em navios e o segundo com rádio ou radar em terra. O sistema não funcionou devido a inexperiência, superlotação e comunicações ruins. Cinco FFC desembarcaram, mas as montanhas atrapalharam seus radares. Os dois primeiros dias do desembarque não tiveram missões de CAS. Depois os A-36 e Spitfire iniciaram as operações de CAS, mas eram ineficazes. Geralmente atacava veículos próximos a frente de batalha. Outros problemas foi a distância da base e a falta de treino em CAS. O problema da distância foi resolvido operando a partir de bases na Sicília.

Era fácil usar caças para CAP, mas para CAS era outra história. Perceberam que tinham que usar todos os meios disponíveis durante as fases criticas do assalto anfíbio incluindo as forças de bombardeiros estratégicos. Os controladores aéreos avançados atuaram em Jeeps e outros veículos como experimento. Os aliados logo construíram pistas de pouso nas praias para apoiar seus caças, mas estavam sob fogo de artilharia nos primeiros dias. Depois construíram pistas próximas a frente avançando. 

Na primavera de 1944 o sistema de C2, controladores aéreos avançados, armas e aeronaves só precisavam refinar as operações. O pedido de apoio aéreo vinha do Exército, mas o comandante aéreo tático tomava a decisão final. Havia missões de CAS planejado e as do tipo "on call". O posto de comando aéreo decidia qual seria respondida e conferia com o PC do Exército. Depois tomavam uma decisão conjunta conforme o plano e a situação geral. 

As missões eram distribuídas pelos esquadrões. Antes da missão os pilotos eram brifados pela inteligência como em outras missões. As missões "on call" eram iniciadas com chamados de rádio. O pedido vai para o PC conjunto, mas o PC exército monitora e pode barrar. O PC aéreo pode desaprovar também. As missões aceitas são passadas para os esquadrões com pilotos em alerta. O objetivo era chegar no alvo em 1 hora e meia e conseguiam. Havia a possibilidade de desviar aeronaves de outras missões pré-planejadas e menos importantes. 

Outra forma de diminuir tempo resposta era usar um controlador aéreo avançado (FAC) em terra. Os FAC apoiavam o avanço de uma Divisão chamando os caças para atacar posições de metralhadora, canhões e formações de blindados. Geralmente era previsto os vôos de esquadrões para apoiar o avanço. O alvo era marcado com artilharia com projéteis de fumaça. O tempo de resposta podia durar 10 minutos. Os FAC também usavam aeronaves L5 guiando aeronaves até o alvo e ligando com o FAC em terra. 

As técnicas dos FAC foram desenvolvidas e refinadas com os Rover. Os Rover iniciaram com os britânicos no norte da África. Os americanos usaram em Salermo. Apenas no fim de 1943 a USAAF usou intensivamente sendo chamados de Rover Joe. Os britânicos chamavam de Rover David e Rover Paddy que foi o piloto caça que idealizou e outro que desenvolveu a idéia. 

A técnica dos Rover era simples. Um piloto caça e um oficial do Exército toma posição na frente de batalha em um local adequado como no alto de uma montanha. O rádio ficava no outro lado protegido. Usavam um telefone para se comunicar com a equipe de rádio e de observação. Os Rover tinham mapas e fotos do terreno onde vão operar. Quando as forças em avanço encontravam um alvo causando problemas chamavam o Rover. Se o comando central aceitasse o alvo o Rover passava a controlar até quatro caças (seis no RAF) circulando acima e longe do alcance da artilharia antiaérea. O procedimento era chamado de "cab rank", chegando na área em intervalos d 30 minutos. Tinham alvos alternativos se não receberem ordem de ataque após 20 minutos de espera. O Rover guia os caças até alvo com ajuda de mapas, coordenadas, fotos e características do terreno. O alvo era marcado com fumaça de artilharia. Descrevia o alvo, indicava a posição de tropas inimigas e amigas e as defesas antiaéreas no local. As bombas chegaram a 1 km das tropas amigas. Operavam em local planejado para ter apoio aéreo e não seguiam uma unidade. Usavam mapas ou artilharia com munição de fumaça para marcar os alvos. A USAF escolheu pilotos experientes e não aceitava tropa em terra para comandar pilotos.

As equipes de Rover americanas usavam nove tropas com dois caminhões e três Jeeps enquanto os britânicos tinham seis tropas e um ou dois blindados. Depois os Rover Joe passaram a ser formados por dois controladores aéreos avançados, um oficial de ligação e 15 tropas para apoiar como motoristas, operadores de rádio, cozinheiro e mecânico. As equipes Rover foram logo reconhecidas como importantes e elevavam o moral das tropas além de baixar o moral do inimigo. Entrevistas com prisioneiros confirmaram esta informação. O problema dos Rover era a dificuldade de treinar as equipes e funcionavam bem em cenário estático e eram inadequados em cenário fluido. Os pilotos ficavam duas semanas operando nos Rover Joe e era fácil atuar em frente estática.


Uma equipe Rover Joe operando próximo a Bolonha nos estágios finais da campanha na Itália.

Outra mudança foi nas aeronaves e armamentos usados. Os americanos testaram os A-36, P-38 e P-40. Os dois primeiros mostram ser mais vulneráveis a artilharia antiaérea. O P-40N era mais resistente apesar de mais lento. Em 1944 o P-47 tomou a frente nas missões CAS e mostrou ser a aeronave ideal. Era rápido, bom no mergulho e tinha o dobro do raio de ação em relação ao P-40. O único problema foi a visibilidade pior nos metralhamentos. Nos mergulhos iniciava a 6-8 mil pés a 25-40 graus disparando a 2,5 mil pés. 

Os britânicos inicialmente usaram os A-36 depois substituído pelo P-51, P-40 e Spitfire. O mais numeroso era o Spitifire. O Spitifire IX era considerado inadequado com pouca carga e curto alcance, levando 250kg a um raio de 180km. Era menos estável no mergulho. Os estudos de 1944 mantiveram o uso do P-40 e substituiu o Spitfire com o P-51. 

Em 1944 o problema era diminuir o tempo de resposta e determinar o tamanho da necessidade o CAS para o Exército. O primeiro problema foi resolvido como o Rover. O segundo problema era a prioridade das missões de CAP e AI. Os bombardeiros eram usados mais para preceder um ataque anfíbio ou situações criticas de defesa como em Salermo. 

As perdas aliadas eram mais devido a artilharia antiaérea e perdiam mais de 200 aeronaves por mês. A presença da Luftwaffe na Itália era muito pequena, com problemas de combustível e foi retirada para defender a Alemanha. Outro problema era a "bomb safety line" que ficava 1.000 pés a frente das tropas amigas, mas geralmente era baseada em características do terreno. Em situações fluidas os pilotos voavam em angulo e não em paralelo a "bomb safety line". Os soldados criaram painéis florescentes bem eficientes para mostrar sua posição. As marcas nos veículos não eram a prova de falhas e a fumaça vermelha era considerada ideal pelos pilotos.

Em maio de 1944 os Aliados tentaram passar pela linha Gustav indo para Roma. Eram 23 Divisões de cada lado. O avanço iniciado após a tomada de Roma desacelerou devido ao estresse nas linhas de suprimento mais longas dos Aliados. A maioria das missões nesta fase foi de AI mas incluiu várias de CAS. O desempenho dos FAC foi muito bom como o direcionando de nove missões de CAS na linha gótica no monte Trocchio em um único dia.

No avanço na linha Rimili na frente canadense foram realizados 132 missões de CAS contra as posições inimigas de frente para a retaguarda. Sem sucesso, no dia seguinte foram ataques a cada 5 minutos na frente para a retaguarda com bombas e metralhadoras. O meio da montanha foi marcada com granadas de fumaça vermelha para marcar a linha de bombardeiro e as tropas avançaram enquanto os bombardeiros metralharam além da marca de fumaça. A linha foi logo ultrapassada. Foi o maior esforço concentrado do tipo na Itália.

No fim de 1944 os britânicos testaram a variante Rover Frank com o objetivo de vencer as baterias de artilharia inimigas. Os ataques planejados não tinham sucessos pois as baterias mudavam de posição frequentemente. Com os Rover Frank os pilotos eram contatados ainda no ar para saber se a bateria estava ativa. Se não brifava sobre novo alvo em outro lugar do mesmo tipo. O resultado foi favorável com a diminuição dos ataques de artilharia.

Os Rover sempre ficavam com problemas para encontrar locais para ver a frente de batalha. O problema foi resolvido com os Horsefly. As operações iniciaram com o avanço contra Roma com aeronave L-5 voando próximo a frente com piloto e observador do Exército. Os Horsefly mantinham contato com os FAC em terra, mas era a aeronave que controlava os ataques. Os britânicos não gostavam, mas os americanos perceberam que era melhor contra alvos móveis. Os pilotos operavam com segurança acima de 6 mil pés e a até 5 milhas atrás das linhas, mas precisavam de superioridade aérea.


Um L-5 acompanhando caças P-40 até o alvo. O L-5 era vulnerável a artilharia antiaérea e caças e era difícil de ver pelos próprios caças. Mas dava a mesma visão dos caças no ataque, podia ver alvos não vistos do solo, localizava unidades amigas a frente e tinha efeito supressivo no inimigo.

Outra técnica usada na Itália no dia 12 de novembro de 1944 foi a blitz com três ataques programados de 24 aeronaves a cada uma hora em cada área no lado do avanço de uma Brigada a 1 km a frente de linha de marcação da fumaça. O resultado foi bom e os ataques foram repetidos. No primeiro ataque o resultado foi um avanço de 2 km tomando 106 prisioneiros com 13 feridos. A técnica foi chamada de Timothy e passou a ser feita no resto da campanha apoiando as brigadas britânicas. A coordenação era importante tendo que informar o local de avanço, alvo e cronometragem da missão. Era preciso a presença do Rover que tinha que dar permissão para o ataque. A missão pode virar bombardeiro de área, mas mostrou efetiva em várias ocasiões. 

Outra técnica era Pineapple para atacar alvos lucrativos descobertos por aeronaves de reconhecimento. A aeronave de reconhecimento passa a posição por rádio para o centro de coordenação de ataque. Os alvos eram passadas para aeronaves em alerta pineapple. A aeronave de reconhecimento ajudava a encontrar o  alvo e pode até liderar o ataque. O Rover pode ajudar indicando um local para encontro das aeronaves. A variação pineapple sundae era com uma formação esperando em local pré-determinando até a aeronave de reconhecimento encontrar um alvo.

Os americanos usaram técnicas de análise operacional ajudo no CAS. Uma equipe britânica avaliava os resultados dos ataques. Por exemplo, viram que apenas com um acerto de direto de 88 mm ou 20 mm podiam danificar seriamente as aeronaves táticas. A barragem de 40 mm podia danificar a até 8 mil pés. Foi sugerido blindagem ao redor do canopi podendo diminuir as perdas consideravelmente. Outro estudo dos ataques contra a artilharia antiaérea mostrou que apenas uma bateria era atingida para cada 12 missões (72 saídas de Spitfire) e apenas um de dois ataques (12 saídas) atingia uma bomba cada a 12 metros da bateria. Calcularam que para cada 500 saídas de aeronaves táticas, 60-90 tropas e 200-300 feridos seriam salvos. Custaria 2,6 pilotos por missão, 0,3 feridos, 4,5 aeronaves perdidas em 500 saídas. 

A inteligência ajudada ao decifrar o sistema de código Ultra alemão e assim os aliados sabiam como acompanhar as atividades aéreas inimigas a tempo.

Na ofensiva de abril de 1945 usaram blindados e carros de contato nos "Armored Column Cover" para dar mobilidade aos FAC. Está tática deu grande mobilidade na França. Os FAC operando de blindados mantinham contato com caças acima que atacavam alvos no caminho do avanço. Era como um substituto da artilharia a frente. Na Itália usavam dois blindados M-4 Sherman separados em até 100 metros. Um com FAC e dois operadores controlava as aeronaves e o outro apoiava, ligando com o posto de comando, e outras unidades ao redor.  

Os britânicos usavam dois semi-lagartas nos carros de contato dos seus Rover. No dia 17 de julho de 1944 os britânicos iniciaram o novo sistema de CAS chamado "Visual Control Post", ou sistema "Cab Rank", dirigindo patrulhas contra alvos próximos as tropas. O VCP ia em um blindado com um FAC dirigindo os caças Typhoon. Usavam mapas de referencia e marcavam alvos com fumaça. 

Na época as missões relacionada com apoio ao Exército eram chamas de "offensive sweeps" ou "ground attack". As missões de CAS reais eram difíceis de separar das outras. Em Roma eram chamadas de "fighter-bomber" e "strafing and sweep". A missão era dada a um grupo de caças e as saídas para uma aeronave.

CAS na França - 1944

As operações de CAS na Normandia contribuíram com uma efetividade não vista antes. O CAS apoiou o desembarque, em uma frente estática e móvel, as tentativas de avanço, perseguição, cerco e travessias de rios. 

A 9a Força Aérea era a responsável pelas operações nos EUA. Os bombardeiros pesados as vezes eram usados para apoiar as tropas e incluía caças de longo alcance da 8a Força Aérea. 

O responsável britânico pelo CAS observou diretamente a aviação na África do Norte e não só as notificações das operações. Ele defendia o CAS indo contra mentalidade de colega britânicos e americanos. Não tinha habilidade política ou personalidade vencedora para desarmar as hostilidades encontradas no alto comando. Pior ainda era não ter aliados as suas idéias. A relação com a contraparte no exército já costumava ser boa para os defensores do CAS nos EUA e Reino Unido. 

A experiência no Mediterrâneo fez os aliados adotarem os caça-bombardeiros como arma preferida para CAS. Inicialmente usaram o bimotor A-20 e Blenhein. Os caças eram usados mais na defensiva na retaguarda e frente de combate. Ofensivamente faziam escolta e as vezes metralhavam alvos em terra. As missões de ataque eram secundarias. A Luftwaffe usava bombardeiros de mergulho com sucesso, mas os aliados achavam lentos e vulneráveis a artilharia antiaérea e caças. 

As operações da RAF na França em 1940 mostraram que os bombardeiros leves eram veneráveis a artilharia antiaérea e caças quando voavam baixo nas operações de CAS. Tiveram que ter escolta pesada para atacar bases aéreas e linhas de comunicações. Os caças passaram a ser usados cada vez mais para ataque na Líbia como o Hurricane que recebeu cabides para armas. Na RAF passaram a usar Hurricanes com bombas para atacar alvos na França e Bélgica. Logo os caça-bombardeiros se tornaram a arma principal nas missões de CAS na RAF. O Typhoon logo mostrou ser ideal para CAS com grande carga de bombas, foguetes e canhões. O Hawk Typhoon mostrou ser uma plataforma estável para canhão principalmente em mergulho leve pois não vibrava. Em mergulho alto ganhava velocidade rápido causando muita turbulência como nos outros caças da época. Em 25 de outubro de 1943 passou a operar com oito foguetes estabilidade até melhorou. Virou uma das armas mais potentes da guerra. Depois podiam ser lançado em pares dobrando a carga. 

Os americanos seguiram a mesma linha. No iniciou com os A-20 no norte da África com os P-39 fazendo reconhecimento e as vezes metralhavam alvos. Os P-40 fariam reconhecimento e CAP. A experiência fez parar com o uso dos A-20 e os caças tomaram a frente no CAS. Os bombardeiros passaram a atacar bases aéreas e alvos na retaguarda. O P-40 recebeu bombas, mas o P-39 era difícil de adaptar e por isso só metralhava. Os americanos na Inglaterra usavam os P-51, P-47 e P-38. Os P-51 tinham um bom alcance mas o motor era vulnerável nos ataques devido a posição do radiador. Operou em missões de reconhecimento e reconhecimento armado na retaguarda mais do que no CAS. O P-38 foi pouco usado para CAS , mas era relativamente silencioso e bom para ataques de surpresa voando baixo. A silhueta também era boa em certos cenários onde a artilharia antiaérea podia atacar as próprias aeronaves. O P-47 era considerado o melhor caça-bombardeiro para CAS. Era resistente, com boa carga e alcance. As aeronaves com radiador eram fáceis de serem danificadas e só sobravam 10 minutos de vôo. O P-47 tinha motor radial e não tinha este problema. O problema era o grande consumo de combustível. A maioria das missões era com bombas de 500 libras. Era preferido para missões de reconhecimento armado e alerta CAS. Inicialmente não usavam muitos foguetes ao contrario dos Typhoon da RAF.


Ações dos Typhoon contra blindados alemães em Falaise.

A prioridade aliada era obter a superioridade aérea para deixar o Exército operar sossegado sem ameaças no ar. A segunda prioridade era AI evitando as reservar alemães chegarem na frente de batalha assim como suprimentos para evitar fortalecer as tropas com o objetivo final de manter a superioridade numérica prevista e qualitativa. Depois vinha o CAS e era difícil de realizar. Os alvos eram bem pequenos e dispersos. O risco de fogo amigo era alto e era difícil coordenar com as tropas em terra. As tropas americanas na Normandia tinham rádios VHF para conversar com os caças no desembarque. Ficavam no PC da brigada, mas não estava autorizado a mandar caças parar de atacar tropas amiga, mais por medo de passar a controlar o ataque e descentralizar as operações. A maior parte do CAS era pré-planejado. Havia um esquadrão em alerta no ar em cada praia americana para atacar alvos indo em direção a praia. Os britânicos também tinham o mesmo problema. Os FAC atuavam como parte do ASP (Air Support Partie) e não tinham rádio para se comunicarem com o centro de comando na Inglaterra.

Os assaltos anfíbios iniciais como os da Normandia são as operações militares mais perigosas já existentes. Era um ataque frontal sem pouca possibilidade de manobra. Mesmo com o inimigo enganado sobre o local certo do desembarque ainda enfrentaram armas de fogo direto e artilharia operando com cobertura. Uma grande falha resultaria em um recuo para o mar. Na praia usam navios para trazer reforços enquanto o inimigo usava estradas e ferrovias e os alemães eram eficientes no contra-ataque. 

O apoio de fogo naval e os ataques aéreos deveriam incapacitar os defensores destruindo armas e comunicações, mas o resultado pode não ser o esperado. As defesas locais estavam bem dispersas em profundidade com apoio mutuo. O objetivo central era atacar as posições de artilharia mais ameaçadoras, manter o inimigo de cabeça baixa até o último momento do desembarque, e mudar para alvos mais a retaguarda logo depois. Era necessário precisão, continuidade e capacidade de mudar de alvo rapidamente. 

Os bombardeiros da RAF atacaram 10 baterias costeiras não esperando destruir ou matar, mas apenas atrapalhar e desorientar. O ataque terminaria pouco antes de iniciar as missões de apoio de fogo naval. A Oitava Força Aérea americana não conseguiu atacar devido ao mau tempo. Os danos finais foram leves. Os bombardeiros médios atacaram a praia de Utah com mais sucesso atacando a média altitude (7 mil pés). Os caça-bombardeiros se concentraram em missões de interdição para parar os contra-ataques. Uma parte estava em alerta para missões de CAS. Foram apenas 30 pedidos de CAS no Dia D sendo considerado pouco. As comunicações ruins podem ser o motivo principal. Poucos FAC/ASP conseguiram desembarcar e poucos Jeeps sobreviveram com rádios. Alguns caças foram chamados por VHF não autorizado e atacaram alvos sem ser considerado. Os bombardeiros conseguiram manter as baterias de artilharia suprimidas, mas as missões de CAS mostraram mais sucesso em fazer parar a atividade da artilharia contra as praias.

Nos dias seguintes as ASP chamavam apoio imediato para o posto de comando divisional. Podiam chamar CAS em alerta ou realizando reconhecimento armado. A Divisão raramente cancelava os pedidos. Os ASP (FAC) fazia "talk on" e marcavam o alvo com artilharia de fumaça. Os FAC estavam distribuídos com uma equipe por Divisão de Infantaria e 2-3 por Divisão blindada. A RAF só atuavam bem com CAS pré- planejado e não funcionou bem com alerta no ar.

A situação no ar melhorou nos dias seguintes no avanço para o interior. No dia 18 de julho foram 40% das missões para CAS nas tropas americanas e 30% nas britânicas, 20% de CAP e 10% de interdição de ferrovias e rodovias. Foram 52 pedidos de CAS. As missões canceladas foram devido ao mau tempo, falta de aeronaves ou alvos inadequados. O atraso médio era de 2-6 horas chegando uma vez a 9 horas. 

No Dia D os caças britânicos Typhoon fariam "tank buster" pois os blindados aliados não podiam deter os carros de combate Tiger alemães. No primeiro dia já estavam operando em bases improvisadas na França. A artilharia alemã fez voltarem para a Inglaterra. Depois fizeram AI com os Spitfire e Mustang como escolta. No no fim da guerra atacaram alvos a noite com Napalm apoiados por radar e ajudaram o SAS françes lançando fardos de suprimentos. 

O desempenho geral do CAS foi difícil de avaliar. Geralmente atingiam alvos e as vezes tropas amigas. Os ataques geralmente pareciam ineficazes, mas os prisioneiros sempre citam diminuição do moral e as linhas de comunicações cortadas. O treino dos pilotos com experiência no Mediterrâneo ajudou mas só treinavam com rádio VHF com as tropas dois meses antes do desembarque. O treino de ataque inicialmente era inadequado. Os treinos com Brigada e Divisão foram poucos. 

Outro problema era a meteorologia no local. O tempo sobre o alvo podia ser bom, mas na decolagem podia impedir que partissem. Nuvens no alvo abaixo de 12 mil pés os deixavam expostos a artilharia antiaérea de médio alcance e a 3 mil pés a artilharia antiaérea leve. A identificação dos alvos era outro problema. Os alemães se camuflavam bem e eram difíceis de ver. Só era fácil de identificar se movendo de dia. No deserto no norte de África os pilotos ficavam mais tempo tentando descobrir onde estavam voando devido a falta de características do terreno. Na Normandia eram muitas características e todas parecidas. 

Os alvos de oportunidade eram preferencialmente atacados com caças em alerta no ar, pelos "Armerd Columns Cover" e por aeronaves fazendo reconhecimento armado desviados. Os FAC eram pilotos que completavam seu turno no ar, mas eram limitados a atuar por 90 dias pois outros voltavam direto para os EUA e os que continuavam em terra se sentiam em desvantagem. Em alguns ocasiões o FAC em terra mostrou ser um alvo valoroso para o inimigo. Um FAC ferido foi substituído e que logo foi morto. 

As tropas em terra usavam painéis de fumaça e flares para marcar sua posição. Os painéis eram considerados mais efetivos. Dependida da disciplina de uso pois algumas unidades só mostravam quando estavam na retaguarda e o piloto pode pensar que tudo a frente era inimigo. O treino da artilharia antiaérea amiga se mostrou inadequado pois tendia a disparar em tudo que voava. A "bomb line" era difícil de reconhecer no bocaage. Era mais difícil ainda ao perder a linearidade em operações fluidas. A regra era determinar como local onde as tropas estariam em duas horas. 

A Operação Cobra teve operações CAS mais eficientes e inclui o uso de bombardeiros. O avanço virou uma guerra de movimento forçando os alemães para fora de suas posições e em locais abertos como estradas onde eram bem mais vulneráveis.

A RAF era mais adepta a CAS com bombardeiros devido a experiência com bombardeiros noturnos com treino melhor e melhor apoio de sistemas de navegação eletrônica. Os alvos estavam longe da frente neste caso. Outros alvos eram os flancos de operações como a Breakthrough e Cobra. A espoleta dos bombardeiros maciço era outro problema. Espoleta de contato era adequado contra alvos leves e produzia poucas crateras. As espoletas de atraso eram mais eficientes contra fortificações, mas causava muitos obstáculos. O fogo amigo dos bombardeiros teve causas diversas.
Bombardeiros atingidos pela artilharia antiaérea liberava suas bombas e outros os seguiam, podia ser falha de mecanismos, erro na identificação da fumaça no solo de outras tropas.  

Na operação Breakthrough cada coluna blindada tinha um blindado com rádio VHF e um FAC na frente. Cada coluna receberia quatro esquadrilhas por dia para apoiar seu avanço. As colunas foram chamadas de "Armored Column Cover". O sucesso foi instantâneo. Os comandantes consideraram o sistema mais efetivo para as operações de CAS. Os britânicos e canadenses logo copiaram com seus Scout Car e com aeronaves CAS em alerta no ar como já testado no Mediterrâneo, mas não na vanguarda do avanço. 

Na operação Cobra o CAS ficou importante para 9a Força Aérea. Foram 79% das missões sendo que as outras 21% foram para CAP e varredura de caça. Na operação Dragoon, a invasão anfíbia do sul da França, também usaram muito o apoio dos Rover. Sem muitos alvos liberavam as aeronaves para fazer reconhecimento armado. Também usaram os Horsefly que voavam até 35 km a frente tropas pois ficaram seguros com a superioridade aérea garantida.

O sucesso das operações de CAS dependia diretamente da distâncias das bases aéreas estando relacionado com o tempo resposta, peso do apoio e autonomia na área do alvo. A força aérea tática tinha que ser móvel. Tinham que construir bases aéreas rapidamente e reconstruir as bases inimigas que foram capturadas. A falta de bases aéreas seria um problema grave se a Luftwaffe não tivesse diminuído as suas operações. As bases de caça-bombardeiros tinha que ter pistas de 5 mil pés e o as placas de PSP era bem mais pesado que o asfalto ou outros matérias chegando a pesar 750 toneladas. Mesmo as bases aéreas capturadas precisam de reforço pois as aeronaves americanas eram bem mais pesadas e faziam mais pressão no solo. Os alemães demoliam as estruturas nas bases ao fugir mas era impossível danificar a pista. 

Na invasão esperavam um grande esforço da Luftwaffe, mas não foi como esperado que se limitava a incomodar as aeronaves de observação do US Army e a proteger as linhas de comunicações contra operações de reconhecimento armado. As vezes atacavam e fugiam pela manhã e nunca interferiram nas missões de CAS. Apenas forçou a manter as CAP e mesma assim as perdas eram acima de 20% ao mês para os esquadrões de caças para a artilharia antiaérea. As perdas nas missões de caça-bombardeiros chegavam a 1% por saída. A 9a Força Aérea era 20% de missões para CAS com perdas de 1,02% por saídas.

O tamanho das forças para CAS variava. Para apoiar as "Armored column Cover" e alerta aéreo eram quatro aeronaves chegando a cada 30-40 minutos na área de encontro. Outras frentes chegavam a usar um esquadrão inteiro. 

Em rota para o alvo os caças voavam acima de 8 mil pés para evitar a artilharia antiaérea leve. Variava em 7 a 10 mil pés para atrapalhar a mira dos artilheiros. Podiam dispersar em caso de artilharia antiaérea pesada e usar a potencia extra para sair rápido da área. Na área do alvo chegavam em fila em uma direção de 90 graus em direção ao ataque antes de mergulhar. O mergulho era feito preferencialmente de frente ou contra o vento para diminuir a deflexão e com o sol nas costas para atrapalhar a artilharia antiaérea. O mergulho era em um angulo de 45 a 60 graus. As técnicas eram individuais. O disparo era geralmente entre 2 a 3 mil pés com saída a 1000 pés. A recuperação do mergulho geralmente era feito em subida em curva para ganhar altitude rápido. Com presença de artilharia antiaérea podem acelerar a baixa altitude com manobras evasivas. A artilharia antiaérea causou mais da metade das perdas nas missões de CAS. 

As táticas contra a artilharia antiaérea incluem usar a artilharia de campanha contra posições inimigas conhecidas pouco antes do ataque. Com força de ataque maior uma parte pode ser usada para suprimir a artilharia antiaérea com o uma esquadrilha. As posições de metralhadas eram geralmente novamente tripuladas e voltavam a operar. 

O ataque nivelado era usado contra alvos de área onde não precisavam de muita precisão. Não era feito onde havia artilharia antiaérea era feito a 3 a 5 mil pés. Disparavam a 30 graus para evitar que a bomba saltasse ao atingir o alvo. Os caças depois aceleravam a toda e subiam para a melhor altitude de segurança. Para ter surpresa atacavam a baixa altitude com metralhadoras. Chegavam a 500 pés não atacando muito chato ou alto. Muito alto iniciariam o ataque rápido e terminariam rápido. Mais plano tendem a focar nos obstáculos e podem não atingir o alvo. Alvos sem artilharia antiaérea podem ser atacados com muito cuidado e a única ameaça seriam armas leves. 

Foi difícil saber o resultado das missões de CAS pois eram várias armas ao mesmo tempo contra o mesmo alvo. Os comandantes que trabalharam com as "Armored Column Cover" acharam superior a outros meios. A necessidade de aeronaves era grande incluindo o CAP. Todos concordam que as missões de CAS visível aumenta o moral das próprias tropas. Outro resultado visível foi diminuir em muito a artilharia de campanha inimiga. Mostrou ser mais efetivo contra alvos leves concentrados e mostrou ser menos efetivo contra tropas dispersas e entrincheiradas, em posições reforçadas, ou contra blindados dispersos e camuflados. A destruição física até ficou menos importante que o efeito no moral, atrapalhar as comunicações, coesão e organização do inimigo durante e após os ataques. 

As missões de CAS inadequadas estavam mais relacionadas com a distância das bases aéreas. Ataque inefetivos estava mais relacionados com a descrição insuficiente do alvo ou falha em marcar o alvo. Outro problema era a falha em seguir um ataque aéreo pelas tropas em terra aproveitando o efeito sobre o alvo. As vezes avançavam antes do ataque e eram atingidos mas estava mais relacionado com uso de bombardeiros. 

Os alemães consideraram o apoio de fogo naval mais eficaz que o CAS no inicio das operações. No geral o dano do CAS era mais importante. A maior parte dos movimentos alemães foi atrapalhado pelo AI. Quanto unidades se aproximavam da frente eram assediadas pelas aeronaves fazendo reconhecimento armado. A área de operação chegava a 150-200km atrás da frente sendo dominada pela AI. A 20km eram intensamente atacados.

Os caça-bombardeiros atacavam tudo que se moviam e até pequenas unidades. Unidades detectadas eram logo atacadas e inclui a artilharia. Uma unidade cita que até motocicletas e soldados isolados foram atacados. Os alemães foram forçados a se mover apenas a noite. 

O efeito do bombardeiro de saturação também diminuía a moral o inimigo e até em tropas profissionais. O efeito era até maior que os ataques de caça-bombardeiros, apesar de não chegarem a fugir ou debandar. Facilitava tomar as posições e aumentava a razão de rendição. 

As operações de CAS foram pouco eficientes nas batalhas no Bocage quando foram usadas mais para AI. Foi mais efetivo na guerra de movimento onde era fácil pegar os alemães se movendo. As Armored Column Cover mostrou ser o mais eficiente. Na batalha da França o CAS virou um componente regular das forças combinadas americanas.

 XIX TAC

Após o Dia D o Terceiro Exército americano avançaria até a fronteira alemã no fim de agosto de 1944. Seriam apoiados pelo ar pelo XIX TAC (Comando Aéreo Tático) que faria defesa aérea, CAS e AI. Antes faziam escolta de bombardeiros de longo alcance e depois passaram a criar técnicas para selar túneis, derrubar pontes, cortar ferrovias e descarrilar trens. Atacavam em vários ângulos, de mergulho até metralhamento na horizontal. Saíram de bases na Inglaterra para bases aéreas na França acompanhando as tropas.

No dia 5 de agosto Patton mandou a aviação parar de destruir pontes pois iria usar depois no avanço. Antes era para atrapalhar os movimentos alemães para isolar o campo de batalha. Agora permitiam escapar e antes era evitar que entrassem, mas o avanço próprio também seria mais fluido.

A segunda prioridade era atacar pontos fortes no avanço como colinas. Foi planejado ataques de P-47 por 1-2 dias contra ninhos metralhadoras e fortificações. O problema foi encontrar estes pontos fortes. Teria que ser durante missão pois não sabiam onde estavam e eram criados de uma hora para outra.

Para apoiar o avanço foi usado o reconhecimento armado e o Armoured Column-Cooperation. No reconhecimento armado atacavam tudo atrás das linhas indo ou entrando em direção ao campo de batalha. A linha de bombardeiro mudava de hora em hora com os mapas na coxa dos pilotos sendo mudados em tempo real. 

O 3o Exército avançava em três colunas na Bretanha. Cada um com um Armoured Column-Cooperation. Iam abrindo o avanço e os caças passaram a cobrir também os flancos das colunas. Durante o avanço em Sant Lô, entre 10-14 Blindados de cada Divisão foram equipados com os mesmos rádios VHF dos caças. Durante o avanço das colunas blindadas ficavam 4-8 caças voando acima, prontos para atacar quando pedido ou dando alerta de posições e tropas inimigas a frente. Só voltavam para base quando chegavam novos caças. As esquadrilhas voavam acima por uma hora e eram substituídas por outras.Obstáculos e posições inimigas que levavam horas para serem ultrapassados agora eram eliminados em minutos. Outra função era indicar a posição das posições e tropas avançadas Aliadas para o Quartel General.também. Os veículos receberam uma grande estrela branca e painéis amarelos para marcar  posição e ajudar na identificação. Os caças da Luftwaffe raramente apareciam e pois as esquadrilhas também faziam CAP. Deixavam até ir a 50km a frente para fazer reconhecimento armado mas ainda ligados aos Armoured Column-Cooperation. Os alemães reagiram entrando na frequência de rádio dos aliados, usando código, e tentando desviar as esquadrilhas para longe ou para armadilhas. Os Aliados reagiram usando termos de autenticação que desmascarava os alemães.

ACC líder chegando checava com líder saindo e FAC em terra. Os alvos a serem atacados também eram passados para a nova esquadrilha. As esquadrilhas operavam mais a frente a até 50km do avanço procurando possíveis alvos no avanço futuro. Estes alvos eram atacados e notificados para o ACC. Os alemães eram bons em camuflagem, mas após 15-20 missões os pilotos podiam perceber irregularidades da camuflagem na estrada e denunciar a posição. A quantidade de aeronaves dependia do inimigo esperado sendo 8 a 12. As armas variavam sendo que mais ao sul levavam menos bombas pois os encontro ar-ar eram mais frequentes. Voavam a 3.500 pés e os P-51 sofriam com a artilharia antiaérea leve nesta altitude por ser maior nas concentrações de tropas. 

As tropas avançaram até 35 km por dia, com o poder aéreo protegendo flancos, e graças ao poder aéreo que mantinha a Luftwaffe longe e devastava tudo a frente. 

O XIX TAC tinha três grupos de P-47 e dois apoiariam o avanço. O terceiro grupo só faria AI a frente do avanço. Depois juntaram mais dois grupos de P-47 e um de P-51 no dia 5 agosto. No dia 7 de agosto eram nove grupos de caças no XIX TAC. Os esquadrões tinham 12 aeronaves e cada grupo podia enviar 72 saídas por dia. Gastavam um dia de manutenção para cada 7-10 dias operando. Só podiam voar duas missões com 12 aeronaves considerando o fluxo de reposição. Os esquadrões de aeródromo apoiavam os esquadrões se deslocando. Em bases avançadas os caças podiam chegar e logo operar até seus pessoal de terra chegar. As CAP de Mustang protegia a retaguarda, mas os alemãs só atacavam a noite. Logo vieram os Black Windows para a tarefa de defesa aérea noturna. O Posto de Comando do TAC se movia com o avanço das tropas.

Na segunda fase do avanço, entre 7 a 12 de agosto, eram cinco missões: CAP, AI, CAS, cobrir o flanco em Loire e atacar concentrações de tropas. Foi a primeira fez que um flanco de um avanço terrestre foi guardado por aeronaves. Depois passado para uma pequena força terrestre. Vigiariam se as tropas no local se concentrariam para atravessar o rio e atacar. Vigiavam estradas e ferrovias e os ataques aéreos dissuadiam a travessias. As aeronaves de reconhecimento, voando aos pares para proteção mútua, traziam fotos das posições inimigas. Informavam sobre o movimento de tropas mostrando ser bem úteis protegendo os flancos do avanço. 

Os ataques as bases aéreas alemãs no sul forçou a ficarem na defensiva. Inicialmente os alemães só atacavam em grupos de 20-40 e com surpresa e superioridade local. Depois foi raro. Os pilotos alemães eram na maioria novatos mal treinados e nem sabiam fazer evasivas direito. Mesmo em inferioridade a USAF vencia. 

O CAS parava avanços de blindados, canhões e artilharia ferroviário, fortificações em casas, posições de morteiros etc. Tropas alemães cercadas em Falaise ficaram sem suprimentos e tiverem que se render pois as linhas de suprimentos foram cortadas. Veículos e blindados se concentraram em cidades e foram sistematicamente atacados pelo ar. As aeronaves passaram a lançar panfletos com coordenas para onde poderiam se render. No dia 18 de agosto os alemães tentaram aproveitar o mau tempo para fugir, mas os P-47 voaram baixo e pegaram os alemães em áreas congestionadas. Os primeiros caças logo chamaram mais para continuar a carnificina. 

Em um mês o XIX TAC voou 12.292 saídas de caça-bombardeiro com 144 baixas. Foram 552 missões de reconhecimento sendo 329 de reconhecimento tático, 258 fotográfico e 12 fotográfico noturna.

A munição API (perfurante incendiaria) dos P-47 mostrou ser melhor nos metralhamentos contra veículos, blindados e locomotivas que o misto de duas API, duas incendiarias e uma traçadora. A metralhadora 12,7mm podiam incendiar blindados atacando por trás. Também foi boa no combate aéreo. Os foguetes mostraram serem bons contra blindados, posições artilharia e trens. As bombas eram na maioria de 500lb com espoleta de contato. Contra ferrovias eram equipadas com espoleta de atraso de 8-11 segundos e disparadas com o método "skip bomb" nas bancadas. Com espoleta de atraso de 12 horas podiam ser usadas para evitar movimento a noite nas ferrovias. Depois foi feito também nos canais. As bombas de Napalm eram muito boas para ataques a baixa altitude sem danificar a aeronaves e era disparada sem auxilio da mira. Contra casamatas tinha bom efeito no sistema de ventilação. Contra a artilharia as peças ficavam inutilizadas pelo calor.

Próxima Parte: CAS na Segunda Guerra Mundial - Pacífico


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