Tank Plinking

Uma inovação na Guerra do Golfo foram as operações de "tank plinking" e mostrou pela primeira vez que o Poder Aéreo podia ser realmente efetivo a noite. "Tank Plinking" era o termo dado aos pilotos para a prática de usar munição guiada para destruir artilharia, blindados, carros combate e outros alvos de ponto no campo de batalha. Foi o major Cliff Smith, piloto de F-111, que chamou a missão de Tank Plinking. O general Schwarzkopf proibiu usar a palavra nas ATO e mudaram para tank busting, tank popping, tank slam dunk, pave slam dunk, etc.

Foi o General Norman Schwarzkopf que idealizou o plano para incapacitar 50% do Exército Iraquiano antes da invasão do Iraque por terra em 1991. O ataque contra as forças em campo antes da campanha terrestre foi considerado ataque estratégico com um novo nome: Degrade Enemy Army.O plano previa ataques com os F-111F, A-6E, F-15E, F/A-18, AV-8B, A-10 e F-16 contra as posições iraquianas no Kuwait e sul do Iraque.

Os F-111F da 48 TFW, baseados em Taif, foram chamados para disparar bombas Paveway contra blindados a noite. Queriam usar as bombas em cacho CBU-87 contra blindados, mas não funcionaria contra alvos espaçados e enterrados. Os pilotos sugeriam usar as GBU-12 guiada a laser. O F-111 não foi planejado como tank killer, mas faria a missão. Vários anos antes da Guerra do Golfo, os pilotos de F-111 testaram o disparo das bombas Paveway a 20 mil pés na Espanha e perceberam que era fácil acertar um alvo fixo, mesmo se for pequeno.

Durante a preparação da ação, na operação Night Camel em dezembro de 1990, para testar os planos e a capacidade dos F-111 de localizar movimentos veículos a noite com o Pave Tack, os alvos quentes pareceriam como pegos pontos brancos na tela do Pave Tack. Os pilotos perceberam que podiam detectar facilmente os carros de combate no deserto a partir de média altitude com o casulo Pave Tack mesmo se estivessem enterrados.

O FLIR do casulo Pave Tack mostrou ser sensível para detectar a diferença de temperatura entre o solo e os blindados enterrados. O solo tinha razão de resfriamento diferente entre a parte removida e a não removida em torno dos blindados. O metal resfriava mais lentamente que o terreno ao redor sendo fácil distinguir o contraste com o FLIR. Como a areia esfriava mais rápido que o metal, era mais fácil detectar blindados ao anoitecer e o padrão circular das trincheiras. Depois a diferença temperatura diminuía e ficava mais difícil detectar. Depois voltava a diferença de temperatura ao amanhecer com o metal se aquecendo mais rápido. Os blindados eram detectados a 5-8 km e depois vistos com detalhes com o zoom do FLIR.

Os primeiros ataques foram realizados na noite de 5/6 de fevereiro contra posições da Divisão Medina no norte da fronteira do Kwait. Dois F-111F dispararam oito GBU-12 destruindo cinco posições de barricadas e quatro carros de combate e uma peça artilharia destruída. Os comandantes viram os vídeos e logo ordenaram a retirada dos F-111F das operações estratégicas e passaram para os ataques contra alvos no KTO. Nas missões subseqüentes foram 90% de acerto com um total de 920 blindados confirmados.

Os Carros de combate eram difíceis de destruir e eram bem menores que os abrigos reforçados de aeronaves (HAS) que os F-111F vinham atacando anteriormente. Antes os blindados eram considerados imunes a bombardeiros e ataques aéreos. Os pilotos da 48 TFW não acreditavam na capacidade, mas depois viraram entusiastas assim como seus comandantes. Aparentemente, a Paveway parecia ser uma arma para alvos caros e lucrativos, mas a experiência mostrava que podia ser usada contra alvos do dia a dia pois era muito custo efetiva.

As táticas de tank plinking consistiam em voar órbitas "Waggon Wheel" contra blindados enterrados na areia do deserto. A tática era usar um ou dois pares de F-111F armados com quatro GBU-12 cada. Os alvos eram atingidos verticalmente pelas GBU-12 com a explosão secundária sempre observada e gravadas pelo Pave Tack. As aeronaves voavam entre 15-20 mil pés nas missões e eram auxiliadas pelos JSTARS.

Os comandantes em terra queriam que atacassem a artilharia e não os blindados e atacaram os dois sem prioridade. Na noite seguinte, de 6/7 de fevereiro, lançaram 44 F-111F que dispararam 140 GBU-12 contra os blindados da Guarda Republicana. No dia 7 de fevereiro atacaram outros alvos e voltaram na noite de 8/9 atacando a Guarda Republicana e tropas na fronteira. Na quarta semana da guerra, 73% das saídas dos F-111F foram contra forças em terra.

O esforço concentrado iniciou no dia 11 de fevereiro contra duas Divisões. Em quatro semanas foram metade das saídas de F-111F. Os iraquianos não previram serem atacados assim. A maior perda foi na noite de 13-14 de fevereiro, com 132 kill de 184 bombas Paveway disparadas. Os iraquianos perdiam o equivalente a dois batalhões de tanques por noite. Os operadores de sistemas (WSO) ficaram bons em discernir os alvos intactos dos já atacados.


Blindados espalhados pelo KTO. Pela cor parecem ter sido atacados pelo ar. A falta de crateras ao redor sugere que foram atingidos diretamente como feito pelas operações de tank plinking. A área estava cheia de barricadas com blindados, munição, artilharia antiaérea, artilharia em todo o local. A Guarda Republicana colocava barricada em tudo. Estavam espaçados a cada 400 metros e o "carpet bomb" não funcionaria. Viam as marcas das bombas dos B-52 sem atingir nada. Então tinha que atacar um de cada vez. A reação foi enterrar os blindados para tentar camuflar.

A GBU-12 era a arma preferida para "tank plinking". A GBU-12 mostrou ser suficiente até se errar o alvo, inutilizando o blindado com um acerto próximo. Antes do conflito, a GBU-12 era considerada fraca para atacar bunkers e blindados, mas mostraram ser extremamente adequadas para atacar blindados. O uso de bombas guiadas a laser contra carros de combate não foi antecipado antes da guerra no planejamento, mas já tinha sido usado de dia no Vietnã nesta função. Na verdade nenhum dos dois lados esperavam esta capacidade.

As Paveway destruíram mais de 100 carros de combate no Vietnã, apesar da maioria ter sido destruído por bombas Mk82 a baixa altitude. No Golfo, a Paveway foi considerada indesejável para a função inicialmente. O manual cita fazer disparo baixo contra blindados usando os A-10 e Apache com mísseis Maverick e Hellfire, por serem armas dedicadas e especializados. As outras armas com capacidade anti-blindados eram o canhão e as bombas em cacho.

Cada F-111F levava até oito GBU-12 nas missões. Em uma ocasião, 12 aeronaves F-111F destruíram 77 blindados. Em 9 de fevereiro, em um ataque noturno concentrado, 40 F-111F destruíram mais de 100 blindados. Uma tripulação conseguiu 31 kills. Cerca de 2/3 da frota de F-111F foi desviada para a missão e os pilotos não reclamaram por ser mais fácil e menos arriscada. Foi até estudado instalar as GBU-12 e GBU-10 nos B-52G com os F-111F designando os alvos, mas a guerra acabou antes e também os alvos.

Os F-111F do 48 TFW voaram 665 missões com 1.804 saídas em 23 dias nas missões de tank plinking, destruindo 920 veículos blindados iraquianos, de um total de 6.100 destruídos durante a guerra. Os F-111F dispararam cerca de 1.800 bombas guiadas no KTO. Os F-15E destruíram ou danificaram cerca de mil blindados com as GBU-12 em 949 saídas ou o mesmo número do A-10 equipados com o míssil Maverick, bem mais caros e menos potente. Foram destruídos cerca de 150 blindados por noite com as GBU-12.

O avaliação de danos de batalha (BDA) das GBU-12 no KTO também era um problema. Era difícil ver peças de T-72 espalhados nas imagens de fotografias de reconhecimento aéreo. Apesar do FLIR do Pave Tack poder distinguir até os alvos atacados dos ainda não atacados, o vídeo não dava para determinar se eram carros de combate, artilharia autopropulsada ou caminhão e erros próximos eram apagado pelo borrão da explosão. Exames depois da guerra mostraram que 35% a 45% dos acertos próximos destruíram ou imobilizaram blindados, sem considerar 15-20% que atingiu bem longe devido a vários erros de pontaria, vento etc. Avaliar 100 a 120 kill toda noite passou a ser difícil, mas impressionou os iraquianos.

O CEP da GBU-12 era igual ao raio letal da arma contra blindado em campo aberto. Contra carros de combate em barricada poderia ser no máximo 50% de letalidade. Mesmo assim, consideravam o disparo de três GBU-12 para cada carro de combate como um bom resultado.

Os resultados do tank plinking também puderam ser visto pelas tropas em terra. Na fase terrestre do conflito os tripulantes de blindados iraquianos ficavam escondidos em trincheiras. Quanto atingidos pelos tanques da coalizão pensaram ser ataque aéreo e continuavam escondidos. Quando percebiam o engano já era tarde.

A reação do Iraque as armas guiadas foi usar muita fumaça e geradores de fumaça para esconder os alvos. Era parte do plano de despistamento. Nas pontes podiam atrapalhar o ataque e a avaliação de danos de batalha depois do ataque. Alguns alvos tinham 10 gerados de fumaça. A fumaça preta em um alvo deu a sensação que o alvo estava danifico e não estava. Os pilotos citam que observaram poucos alvos falsos.

Os F-111F foram os primeiros a realizar tank plinking, mas não foram os únicos. Após os testes com o F-111F, incluíram outras aeronaves e armas na missão como o A-10 com o canhão GBU-8 Avenger e mísseis Maverick. Os A-6E do USMC e F-15E também fizeram "tank plinking" no fim do conflito, atacando mais a oeste, destruindo em média 30 blindados ou peças de artilharia por noite. Os A-6E Intruder dispararam apenas 216 bombas GBU-12 no conflito. Os F-15E iniciaram as missões de "tank plinking" no dia 11 de fevereiro.

Os A-10 fizeram tank plinking, mas usando os mísseis Maverick. Atuavam aos pares com uma voando baixo, com os instrumentos com as luzes apagadas e o piloto só vendo a tela do sensor de imagem infravermelha do míssil Maverick. O Ala voava mais atrás e acima e era os olhos do Líder. Depois trocavam de posição. A assinatura IR dos blindados era bem maior que o ambiente ao redor que esfriava mais rápido. Dois esquadrões de A-10 foram designados para fazer esta tarefa a noite.

Os F-15E receberam seis casulos LANTIRN de designação de alvos ainda no teatro e foram integrados em combate. Foram usados para disparar 1.700 bombas GBU-12. O F-15E levava até oito bombas GBU-12D.

No meio da guerra, anunciaram aos pilotos de F-15E que fariam tank plinking. Seis dos 12 casulos LANTIRN usados nas operações de caça aos Scud foram passados para apoiar as missões de tank plinking, permitindo que o F-15E fizesse buddy laser para outros F-15E e A-6E. No total foram 664 saídas em 23 dias.

Seria uma missão rápida de 90 minutos, sem reabastecimento em voo, sem ameaça de mísseis SAM como nos alvos a oeste do Iraque. Os F-15E voariam aos pares sendo um com casulo de designação LANTIRN e outro apenas com bombas guiada a laser GBU-12. Cada aeronave levaria oito bombas. O trabalho diminuiu assim como a coordenação com o reabastecimento em voo, supressão de defesas e guerra eletrônica. Era uma missão com pouca ameaça e rápida. Foi um alivio para os pilotos e ficaram satisfeitos em cooperar diretamente com as tropas em terra.

A ameaça de SAM no KTO era mais de mísseis portáteis. Então voavam a 20 mil pés para anular a ameaça. Do alto podiam ver os A-10 lançando flares e trabalhando abaixo. As aeronaves equipadas com o LANTIRN disparavam primeiro e depois iluminava alvos para o ala. As velhas bombas Paveway I foram apelidadas de "slam guidance" pois quando tinha que ir para um lado ia para o outro. Se o laser ficasse ligado todo o tempo gasta toda a energia da bomba e caia antes do alvo. Então o designador laser só era ligado nos 15 segundos finais ou 25% do tempo de queda final.

Na primeira missão foram 16 alvos atingidos. As vezes viam explosão secundárias e a torre do blindado voando. Após os F-15E iniciarem as operações de tank plinking enviaram o E-8 JSTARS (pronuncia jay-stars). Voavam a noite próximo do Kuwait e localizavam alvos com seu potente radar.

No inicio, os F-15E não conseguiram coordenar com o JSTARS. Ao perceberam as informação que precisavam ficou mais fácil. Os F-15E indo para o Kuwait contatavam o JSTARS e recebiam as coordenadas do alvo. Depois descreviam "estrada norte sul com intersecção leste-oeste. Tem uma grande construção de metal no canto noroeste. Tem sei dotes de posição artilharia". A imagem parece bem com a vista pelos radares do JSTARS e o radar APG-70 do F-15E. O WSO desenha no papel e depois olha no radar. O problema era o rádio ruim do JSTARS, cheio de estática.

Para o JSTARS, a prioridade era a artilharia iraquiana. O US Army temiam mais a artilharia e não os blindados. Queriam os blindados intactos para atacarem por terra, mas os blindados eram muito fáceis de encontrar e fáceis de aparecer radar ao serem enterrados pela metade.

Os resultados foram muito bons. Em uma missão, dois F-1E com 16 bombas trouxeram um vídeo de 16 alvos destruídos. Os kills variavam de 13 para 16 a 16 para 16 por dupla, mas podia ser abrigo vazio, com engodo ou caminhão. O efeito moral no inimigo também contava pois a cada 2 minutos algo explodia ao redor e não viam nada pois os caças estavam voando a 20 mil pés (cerca de 7 mil metros).

Os alvos móveis eram os "movers", na linguagem dos caçadores. Eram alvos sempre atacados e o JSTARS sempre indicava. As vezes eram comboios. Atacavam o primeiro e parava o comboio. Viam as tropas correrem e eram espertos. A primeira vez que esta tática de atacar primeiro e o último veículo de um comboio foi realizado na estrada da Palestina nablus-beisan pela RAF em 21 de setembro de 1918. Os pilotos gostavam de rever os vídeos da missão. Os vídeos mostrados nos noticiários da TV eram sempre do F-117 que ganhava o crédito.

A limitação era a capacidade do FLIR do LANTIRN, projetado para detectar e identificar alvos grandes, como pontes, em ataques a baixa altitude. Na missão de tank plinking estavam no alcance máximo e contra alvos bem pequenos. Com o tempo, os tripulantes passaram a distinguir tipos de veículos (blindado e não blindado) e cita se era artilharia, mas continuava sendo impreciso. Os iraquianos tinham que recarregar as baterias dos blindados a cada 4 horas e ligavam o motor. Então criavam um corpo quente no fundo frio. No fim os iraquianos aprenderam a deixar o motor desligados para diminui a emissão. Passaram a esquentar com fogo os veículos destruídos e outros decoys para distrair. 


Interdição dos Scud

A caça aos mísseis balísticos Scud era parte da campanha de Interdição Aérea, mas também podendo ser considerado um alvo estratégico. A capacidade dos Scud era bem conhecida pelos iraquianos e usaram desde o começo da guerra.

O Scud não tinha utilidade contra alvos de alto valor então usaram como meio político contra a coesão da coalizão. Dispararam contra Israel para que reagissem e os árabes se voltassem contra Israel. Soldados árabes comemoravam quando os Scud atingiam Israel. Com os Scud sendo disparados contra Israel tinham que caçar para evitar que Israel entrasse na guerra.

Na guerra das cidades contra o Irã em 1986, os iraquianos dispararam 189 mísseis Scuds na versão local al Hussein. Os mísseis foram disparados em oito semanas. O alcance desta versão dobrou de 300 km para 600 km, mas com a carga de 800 kg diminuindo para 180kg. O combustível aumentou em uma tonelada. O CEP era de 2 km e com pouco poder explosivo tinha pouca utilidade tática, sendo usado mais como arma de terror. Em 1988, foi testado a versão al-Abbas dois metros mais longo com alcance de 800 km e melhor precisão.

A caçada aos Scud teve duas fases. A primeira se baseava nas missões iniciais planejadas contra alvos fixos, instalações de apoio e áreas de armazenamento. A segunda foi a "Scud Hunt" após os primeiros disparos contra Israel e a Arábia Saudita. Os caças tinham que localizar os lançadores móveis e depois atacar.

A primeira missão foi lançada na noite de 18 de janeiro com três AC-130H. Nas duas noites seguintes mais saídas de AC-130 foram lançadas. Na noite de 21 de janeiro, um AC-130 engajou sites Scud e foi atacado por mísseis SA-7 e artilharia antiaérea. Escapou e foi enviado para outro site suspeito. Na rota foi engajado por um radar de alerta e depois por disparo de mísseis SA-8. Evadiu o míssil, mas a aeronave teve estresse estrutural na manobra. Na próxima noite, um AC-130 realizou a última saída com este tipo de aeronave dentro do Iraque.

O esforço passou para os caças. Cerca de 25% das saídas de F-15E, 7% de A-10, 22% de F-16 com LANTIRN e 8% de F-111F foram dedicadas a caça aos Scud. Os F-117 e B-52 da USAF, os A-6 e F/A-18 da US Navy, e os Tornado GR1 da RAF as vezes participavam das operações. O objetivo era colocar as aeronaves em órbitas acima de locais de disparos conhecidos. A detecção, localização e inicio do ataque era feito por vários meios.

Outros componentes eram os mísseis Patriot para defender a Arábia Saudita e depois Israel. Outra medida tomada foram o envio de patrulhas de forças especiais do SAS e SBS britânicos e Forças Especiais nos locais de operação dos Scud. Fariam reconhecimento do local e indicariam alvos para os caças.

Depois de lançados e traqueados, os dados da posição de disparo era passado para as aeronaves que fariam detecção visual. Era pouco eficiente e passaram a ter ajuda do SAS e Deltas que chamavam os A-10. As forças especiais em terra tiveram crédito de 21 lançadores Scud-B destruídos. As equipes de forças especiais faziam vigilância nas estradas e davam alerta.

O desafio era detectar os lançadores móveis rapidamente. Depois era usar as aeronaves para detectar e atacar os lançadores móveis e meios de apoio. O terceiro era atingir o alvo depois de detectado. Os lançadores de Scud não se moviam bem no deserto. Ficaram próximos das estradas e eram poucas. As barracas aquecidas dos beduínos e caminhões tanque com assinatura infravermelha igual aos Scud pagaram o preço. Os beduínos usam tendas de 30 pés e era mesmo tamanho do Scud. Então escondiam nas tendas, mas faziam um círculo e com muitos veículos ao redor. As vezes com artilharia  antiaérea. Então podiam diferenciar de acampamentos de beduínos e atacavam.

O uso dos Scuds pelos iraquianos foi considerado competente, usando bem as técnicas de camuflagem, ocultação e segurança de comunicações. Os iraquianos usavam muito pouco o rádio para apoiar as operações dos Scud então os cabos de comunicações por fibra ótica eram alvos ideais. Os satélites DPS detectaram 88 disparos de mísseis Scud e determinava as coordenadas. Os pilotos até observavam alguns disparos a noite, mas não podiam atacar sem localizar os lançadores. O FLIR tinha dificuldade de determinar a diferença entre o lançador TEL e veículos de apoio como caminhões tanques.

Inicialmente esperavam procurar os Scud em uma grande área. Nos primeiros dias perceberam o padrão de disparo no alcance máximo, ou 600 km, com este padrão continuando durante a campanha aérea. Conhecendo os alvos atacados continuamente como Haifa, Tel Aviv, Riad e Dhahran, podiam definir a área de lançamento. O reconhecimento por satélite detectou os pontos de disparo antes da guerra e coincidia com os locais de disparos reais. Para os iraquianos, facilitava o disparo mais rápido usando o mesmo padrão conhecido. Então colocaram patrulhas de combate aéreo (CAP) nos locais prováveis 24 horas por dia.

Para disparar o Scud é necessário saber a coordenada correta do local. Demora de 45 a 60 minutos para alinhar o sistema inercial do míssil assim que for ereto. Também tem que ser reabastecido e aquecido, o que demora 3 horas. Depois leva 15 minutos para sair de posição. Se escondiam embaixo de pontes, viadutos, túneis, cavernas e armazéns.

Como a maior ameaça era o Irã, a maioria as estações relacionada com o disparo dos Scud ficavam no leste. Contra Israel as instalações estava mais relacionadas com abrigos nas rodovias para auxiliar o deslocamento dos lançadores móveis. Eram difíceis de encontrar pelo ar. Era mais fácil mover e esconder na região ao sul com cidades e vegetação e por isso dispararam mais contra a Arábia Saudita. No deserto a oeste, seria mais difícil se mover e esconder. 

A média disparo de Scuds foi cinco por dia no inicio depois caiu para 1 e depois quase zero. Os Scud teve efeito, mas limitada pois queriam acabar com a ameaça mais rápido.

Os iraquianos preferiam disparar os Scud de sites fixos o que facilitaria o trabalho. Passando para os lançadores móveis iria lembrar as ações dos Scud soviéticos da Europa central. O disparo duraria horas para o lançador TEL disparar e com assinatura de rádio distinta para localização. Os iraquianos mudaram os procedimentos de disparo dos lançadores móveis. A assinatura de rádio foi cortada e semearam a área com lançadores falsos. Alguns de alta fidelidade. Mesmo com uso de JSTARS e equipes de forças especiais seria difícil encontrar os lançadores enquanto preparavam o disparo. Um problema era ligar todos meios anti-Scud como um meio único.

Outra tática era CAP Scud para detectar o disparo e atacar a posição dos lançadores antes de deixar o local. O problema foi a capacidade dos sensores de detectar e identificar os veículos. Antes da guerra a missão foi testada na operação "Touted Gleen" com um lançador real Scud-B. O resultado não foi bom e o Scud podia sair de posição em minutos.

Perceberam que apenas patrulhando o local poderiam atacar os lançadores antes de fugir. A estratégia passou para a interdição do transporte do armazenamento até o lançador e dissuadir o lançamento. Mesmo assim era difícil. No dia 9 de fevereiro, dois F-15E viram o disparo de um Scud e não conseguiram encontrar o lançador.

A noite as CAP eram realizadas pelos F-15E com LANTIRN no setor oeste e os F-16 com LANTIRN de navegação no leste. Eram apoiados pelos JSTARS. As de F-15E eram avisadas que um Scud acabou de disparar na área, mas era um dado insuficiente para apontar os sensores. Em 24 ocasiões, o disparo foi observado e em apenas oito permitiu apontar e atacar.

Cerca de dez A-10 baseados em Al Jouf foram usados de dia em reconhecimento armado e reconhecimento de estrada nas duas áreas com apoio de binóculos. Se não encontrassem alvos nas CAP atacavam alvos secundários. As CAP eram voadas a 12 a 15 mil pés, incluindo a noite, acima da artilharia antiaérea. Os A-10 estavam equipados com o míssil Maverick IR modelo AGM-65D.

A partir do dia 19 de fevereiro, os B-52 passaram a levar bombas em cacho CBU-58 para táticas supressivas nos box de disparo até o fim da guerra. O B-52 chegava ao local e disparava em intervalos regulares enquanto ficava na estação. Disparava do alto e as submunições se espalhavam em uma grande área. Esperavam que os ataques intimidassem as operações dos Scud. Estes ataques liberaram cinco CAP de F-15E para outros alvos e foi considerado efetivo.

A inteligência descobriu posições de sites fixos de lançamento Scud que foram logo atacados. As bases dos Scud foram atacados como no dia 23 e 24 de janeiro por vários pacotes. O maior problemas foram os lançadores móveis. Podiam ser até 200 lançadores e havia vários decoy comprados e fabricados localmente. Depois da guerra estimado 36 lançadores móveis destruídos.

Com o alcance dos Scud sendo conhecido podiam determinar "launch box". Havia dois Kill Box para caçar Scud, um entre H2 e H3, na cidade de Ar Rutbah, a 65 km da fronteira da Jordânia e outro no sul ao redor de Tallil, disparando contra a Arábia Saudita. Os locais de disparo foram estimado a uma distância de 600 km de Israel e da Arábia Saudita. Os F-15E voavam CAP nesses box. Os JSTARS localizavam alvos móveis e direcionavam as CAP.

Os F-15E foram o principal meio para caçar Scud a noite com seu radar com modos SAR e com o casulo LANTIRN. No inicio pensavam que caças A-10 e F-15E em alerta seria o suficiente. Usavam outros meios, como os O AC-130 usados inicialmente, mas a quase perda de uma aeronave levou a sua retirada. O piloto forçou muito aeronave depois de um ataque que teve que ser reformada.

Metade da frota de F-15E, com o o esquadrão Chiefs, foi dedicada para caçar os Scuds nas ScudCAP. Metade dos Rocketer, ou 12 aeronaves, atacavam alvos no KTO e o resto fazia interdição de longo alcance.

Os F-15E foram designados para caçar os Scud a noite pois o radar dos F-16 e F-111 era pior, apesar dos  LANTIRN serem poucos. Os A-10 e F-16 caçariam os Scud de dia.

Na primeira noite, foram lançados 16 F-15E contra quatro alvos fixos, com quatro bombas cada, com os quatro alvos destruídos. Com estes ótimos resultados os F-15E esperavam passaram o resto da guerra atacando alvos de ponto difíceis de detectar e atacar. Na verdade foram ordenados a enviar duplas, sendo uma com o LANTIRN, para vigiar estradas a procura de Scuds, chamado Scud Patrol.

O conceito era lançar duas aeronaves, uma com 12 bombas burras, ao anoitecer. Fariam reabastecimento em voo e iriam para região entre H2 e al Qaim. Voariam uma orbita a média altitude. Uma aeronave lançaria bomba burra em intervalos de 5,10,15 ou 20 minutos. O efeito desejado era semelhante a incomodação de artilharia, tentando intimidar o preparo do lançamento.

Havia 383 locais previamente preparados para disparo. Podiam disparar as bombas não usadas após as ScudCAP. O radar APG-70 era usado para detectar os trilhos de metal ao redor dos sites. 

Se encontrassem alvos atacariam com as Paveway. Se vissem disparo de Scud, teoricamente, mergulhariam atrás do lançador. Ficariam em patrulha por uma hora e depois outra dupla substituiria e voltariam para REVO. Então poderiam lançar 6 bombas por hora para duas patrulhas. Deveria durar toda noite mas falhas em aeronave e falta REVO não permitia. Mesmo assim os disparos de mísseis Scud caiu para zero após patrulha iniciar.

Israel vigiava o local com radar e gostava de ver as patrulhas. Se faltava patrulha, Israel reclamava. Então virou missão política. Os pilotos não gostaram da missão por ser chata. assaram a atacar alvos após missão, mas eram alvos já atacados varias vezes antes. Dois sargentos especialistas de Inteligência do esquadrão passaram a a analisar fotos de satélite do local e descobrir alvos de valor. Foram autorizados e passaram os alvos para os pilotos. Então atacavam bunkers e não só disparavam bombas aleatoriamente.

O problema era ter mais missões que pilotos. O corpo mostrava sinais de fadiga, mas queriam lutar e não descansar e ficar pensando na família. Duas tripulações confessaram cochilar em um voo após cruzar a fronteira na volta, um por 45 minutos. Separados em altitude e distância e com piloto automático não foi problema.

Os pilotos do esquadrão Rocketer foram checados no LANTIRN após10 dias e o monopólio dos Chiefs acabou. Com 16 LANTIRN no teatro, e nenhum nos EUA, sendo todos enviados direito da fabrica para o local. Metade foi para cada esquadrão de F-15E. A qualificação era voar contra alvo o local sem disparo e realizar várias passadas em vários alvos, em quatro saídas. O LANTIRN era considerado fácil de usar.

Os F-15E eram apoiados por tropas em terra do SAS e Delta Force. Os Tornados GR.1A com sensores IR faziam busca no local. O JSTARS era outra fonte importante de dados. Passava dados com coordenadas mas a área era de 13km2 e tinha que ser varrida com o FLIR ou radar para refinar a pontaria.

Havia sempre quatro F-15E em patrulha, mais oito esperando. Se não atacassem, depois do vul de 4 horas, iam para um alvo secundário relacionada com os Scud. A patrulha era na área de lançamento provável.

No leste, eram usados quatro F-16 com LANTIRN de navegação e oito de reserva. Ao mesmo tempo, os Scud Box também eram cobertos por duplas de A-10 com 12 outros em alerta podendo chegar em 1 hora. 

Os planejadores da USAF queiram usar o A-10 para caçar os Scud de dia pois o F-16 tinha pouca autonomia. A autonomia do A-10 era melhor e mostrou ser o melhor para caçar os Scud de dia. Tinha boa autonomia, carga de bombas e bom alcance.

O primeiro A-10 enviado para caçar Scud recebeu a ordem no meio de outra missão. Nem sabia como era o Scud e nem tinha mapa do local. As vezes tinham coordenadas do ASOC (talvez vindo do E-8 JSTARS). No segundo dia atacaram um alvo falso, e dois lançadores sem míssil. Com mau tempo, viram 8 lançadores próximos. Atacou um e depois metralharam. A noticia do ataque acabou acalmando Israel. Os A-10 ficaram famosos no Estado Maior.

Usaram uma base avançada (FOL) em Al Jouf que virou base anti-Scud com 10 A-10 baseados no local. Antes era apenas uma pista e base de apoio de operações especiais. No terceiro dia o mau tempo diminuiu as operações. As missões chegava a durar 10 horas, com vários reabastecimento em voo. Se não recebe alvo durante a patrulha anti Scud, atacavam alvos fixos ou de oportunidade na volta.

Os EUA não tem dados para medir a efetividade da campanha anti Scud. No geral, a caçada foi considerada ineficiente em temos de lançadores móveis TEL destruídos, mas o efeito nos disparos foi considerado bom. As estatísticas eram melhor que contra o Irã mesmo tendo mais mísseis e lançadores. Os disparos diminuíram com o passar da guerra. Apenas 18 lançadores TEL foram destruídos pela aviação e mais nove pelas equipes de forças especiais. Depois parece que eram decoy ou caminhões tanque com a mesma assinatura do TEL ou até outros objetos com assinatura de Scud.

No inicio de 1988, o Iraque lançou 180 Scud contra o Irã causando mais de 2 mil baixas. No Golfo dispararam metade, cerca de 86, mas com bem menos baixas. Os mísseis Patriot podem ter funcionado, mais o sistema de alerta e a disponibilidade de abrigos. 

Os Scuds foram considerados a arma mais efetiva do Iraque devido ao efeito psicológico. Foram 49 disparos nos primeiros 10 dias e 39 nos outros 30 dias. Conseguiu bom efeito psicológico atingido bases americanas e quase atingiu o navio anfíbio USS Tarawa no porto. Poderia ter sido uma grande propaganda se atingisse o navio.

A caça aos Scud desviou caças que poderiam ter ação mais produtiva em outras missões. Até o fim da guerra, a caçada aos Scud desviou 20% das saídas dos F-15E, 2% de A-10, 4% de F-16, 3% de F-111, além de outros B-52 e US Navy e Tornados. Os caças F-16, A-10, F-15E tornados e A-6E voaram 2.493 saídas contra os Scud.


Comando & Controle

Antes a doutrina e planejamento dos EUA focava na defesa contra uma invasão da Europa, Oriente Médio ou invasão da Coréia do Sul pela Coréia do Norte. Esperavam serem superados em número em terra e estariam na defensiva. Foi com esta estrutura de emprego que foram para Arábia Saudita, com os mesmos procedimentos de C2, táticas e estrutura de força para impedir o avanço de forças. Avançar contra um inimigo era pouco familiar.

O sistema de comando e controle das operações ofensivas no KTO era baseado no Tactical Air Control System (TACS) comandado pelo General Horner. O TACS era responsável pelo planejamento, direção e controle das operações aerotáticas e coordenar as operações das aeronaves com outros serviços e forças aliadas.

O TACC (Tactical Air Control Center), a parte executiva do TACS, ajudava apoiando as operações aéreas. Suas funções são a capacidade de mudar a tarefa das aeronaves em vôo para melhor aplicação do Poder Aéreo; garantir o controle aéreo das aeronaves de ataque e REVO para garantir REVO eficiente pré e pós ataque; controlar o espaço aéreo e controle de trafego aéreo evitando colisão; identificar e acompanhar as aeronaves inimigas para direcionar a interceptação.

Os elementos do TACS são o E-8 JSTARS, RC-135 Rivet Joint, C-130 ABCCC, E-3 AWACS, controladores aéreos no ar, TACP em terra, ASOC, TACC, meios de inteligência, Comando Geral, unidades nos esquadrões, CRC e ligação com outros serviços, além de sistemas de comunicações. Os elementos aéreos do TACS eram o AWACS, JSTARS, ABCCC, Rivet Joint e FAC(A). A combinação TACP, ASOC e ABCCC tem o objetivo de facilitar as comunicações terra-ar durante operações até do nível batalhão até o Quartel General. No inicio da Operação Desert Storm, os Compass Call, três ASOC, dois CRC e dois JSTARS, além de 124 equipes de TACP estavam disponíveis de um total de 184.

O TACS usa dois tipos de comunicações: voz e digital. Os datalinks digitais usam dois tipos de display, um com quadro geral e outro mostrando dados filtrados do primeiro. Com o datalink, duas plataformas trocam display e não dados. As comunicações por voz foi feita por rádios Have Quick com salto frequência. Como os sauditas não tinham o Have Quick inicialmente tinham o risco de serem escutados e jameados no caso de uma invasão iraquiana. Ligar várias organizações também foi complicado com várias agências, países e serviços atuando junto.

O TACP (Tactical Air Control Party) consiste em um piloto tático operando em terra com as tropas, um Tactical Air Command e especialistas de controle, pessoal de comunicações e técnicos para apoiar a força em terra. O TACP é subordinado ao ASOC e desloca em terra com as tropas no nível de Divisão, Brigada ou Batalhão. A função do TACP é aconselhar e apoiar o comandante em terra, pedir e coordenar apoio aerotático imediato e pré-planejado. Envia pedidos de CAS do comandante em terra para o ASOC e pode dar visão geral da situação em terra para as forças aéreas e direcionar ataques contra unidades inimigas evitando fratricídio.

A história dos TACP consistem em problemas de comunicações, veículos com defeito, como conseguir comida e abrigo e se manter seco e aquecido. Os veículos usados não eram blindados, os rádios caiam nos veículos em movimento e nem tinham energia suficiente. Mas estavam equipados com GPS e podiam coordenar com o AWACS, ABCCC e Fast FAC.

Na época, já consideravam que o GPS, faixas de cor laranja, sinais de espelho, FAC dedicado e TACP não garantia que evitaria fogo amigo. A identificação de forças amigas a noite sempre foi um problema. Então não faziam FAC noturno e todos os ataques foram feitos a 5 km da frente de batalha ou mais.

O FAC, em terra ou ar, é uma extensão do TACP e desempenha o controle de ataque para missões de CAS e age como uma Tactical Air Coordinator. Opera próximo do inimigo e ajuda os caças a identificar as forças amigas e inimigas.

O ASOC (Air Support Operation Center) é o centro especializado em executar os planos, direção e controla do esforço aéreo nas tarefas de CAS. No USMC é o DASC. Fica no Posto de Comando do exército, geralmente a nível de Corpo, junto com o centro de operações táticas (TOC). Pode ter um ASOC em cada Corpo e cada um reporta para o TACC. O ASOC é controlado pelo TACC. O TACC permite autoridade para programar missões de FAC em apoio a manobras em terra, como nos batalhões.

O CRC (Control and Reporting Center) é um dos três elementos que podem controlar aeronaves na área. O CRC é uma estação em terra que usa um radar ou apoio do AWACS para controlar o trafego aéreo. Ao receber pedido para CAS do ASCO, o CRC direciona as aeronaves de CAS na área de controle para onde são necessárias ou passa o controle para outra parte do TACC como o ABCCC e FAC. Se o CRC não tem meios então pede apoio para o AWACS ou TACC. O CRC também é responsável pela defesa aérea na área. O CRC pode operar combinado ou separado do AWACS. O AWACS geralmente controla o espaço aéreo também no território inimigo. O CRC atua mais em território amigo e um pode passar alvo para o outro.

O ABCCC (Airborne Battlefield Command & Control Center) fica baseado em uma aeronave EC-130E. Como o CRC, o ABCCC direciona aeronaves para apoiar pedidos de CAS do ASOC. O ABCCC atua como um TACC ou ASOC voador levando um Battlefield Coordination Element (BCE) podendo realizar todas as funções do TACC de forma independente.

Os controladores no ABCC direcionam aeronaves FAC, vôos de carga, e aeronaves de ataque contra alvos em terra. Controlam aeronaves na área monitorando e mantendo as comunicações com as aeronaves na área. Também pode controlar outras aeronaves e não só de ataque. O ABCCC troca dados com o AWACS e Rivet Joint para ter consciência situacional da área.

O ABCCC tem autoridade para reagir as mudanças na situação em terra controlando aeronaves na área. A mobilidade permite acompanhar a situação em terra e voando alto não fica limitado pelas comunicações.

O ABCCC iniciou a operação completa no Golfo em nove de setembro de 1990 com um esquadrão. Cada esquadrão de ABCCC tem seis aeronaves e 12 cápsulas de comunicações podendo manter uma aeronave no ar o tempo todo. Os operadores usam as ATO para planejar as ações. No fim de agosto passaram a controlar aeronaves nos exercícios de larga escala voando 600 saídas CAS por dia para testar o conceito de operação. Tiveram que se adaptar para coordenar com outros países. Em dezembro as aeronaves de ataque iniciaram exercícios noturnos contra formações do US Army para treinar identificação de alvos e procedimentos de comando e controle. Na primeira semana de janeiro de 1991 foi realizado outro grande exercito de três dias se preparando para o inicio das ações aéreas.

Passaram a levar um oficial de ligação do USMC para ligar com o DASC. O ABCCC voando na órbita no leste levava um oficial de ligação do USMC. O USMC não gostavam do sistema de Kill Box pois tinham seu próprio sistema. O DASC controlava os Kill Box a frente dos USMC.

Durante a guerra aérea, o ASOC ativava e desativava os Kill Box e o ABCCC liberava o "push CAS" nos Kill Box ativados. O ABCCC também mudava as operações de interdição para CAS e vice-versa.

As tripulações dos ABCCC aturariam como policiais de transito e coleta de informações. Checam com as aeronaves indo para os Kill Box e coletavam dados dos caças saindo sobre condições dos alvos. No dia 3 de fevereiro, os killer scout começaram a trabalhar com o ABCCC. Dois voariam sobre as divisões iraquianas selecionando alvos e passando para o ABCCC. O ABCCC transmitia os dados para aeronaves chegando e depois pegavam a informações das aeronaves saindo da área do alvo após os ataques.

O AWACS levava um Airborne Command Element (ACE) com ligação direta ao Comando Geral. Era equivalente ao ABCCC controlando as operações ar-ar. Tinha capacidade de detecção e controle enquanto o ABCCC só controla. Os dados eram passados para o TACS por datalink e troca dados com o Rivet Joint, ABCCC, TACC e E-2. Também apóia as operações de REVO antes e depois das missões.

Foram deslocados 11 AWACS e 15 tripulações para a Arábia Saudita, e mais três AWACS e cinco tripulações para a Turquia. O trabalho era baseado nas ATO. A ATO informatizada permitia prever quais aeronaves chegariam na zona de patrulha. Alguns membros representam o AWACS na célula de planejamento.

Os AWACS faziam sempre três órbitas avançadas fazendo vigilância para as patrulhas de combate aéreo em alerta. Os AWACS monitoravam as aeronaves da coalizão entrando e saindo do espaço aéreo inimigo, vigiavam aeronaves HVA e auxiliavam as operações CSAR e operações especiais. Simplificando, o AWACS tinha a função de conter ataques inimigos e evitar fratricídio.

As tripulações eram um controlador para os HVA, um para REVO, dois para controlar os pacotes, um para operações defensivas e outro para operações ofensivas, um para cada aeronave na zona de cobertura radar e um comandante de missão. Levavam oficial de ligação com os E-2 da USAF nas órbitas no leste e oeste. Um AWACS reserva leva um Airborne Command Element (ACE) que toma o comando se o contato com o TACC fosse perdido.

Com a superioridade aérea garantida rapidamente, ficou mais fácil o trabalho dos controladores no AWACS. Depois usaram o sistema de Kill Box para controlar o espaço aéreo. Além da FSCL os caças operavam nos kill zones, depois chamadas de Kill Box. Os caças no Kill Box eram controlados pelos AWACS, e as vezes pelos ABCCC ou JSTARS. Depois era passado para o ABCCC ou JSTARS para controle e designação de alvos.

O Rivet Joint não era oficialmente parte do TACS. Fazia coleta de inteligência eletrônica voando o mais próximo da ameaça possível. Os dados de alvos em terra eram passados para o TACS para depois serem passados para as aeronaves de ataque.

O JSTARS também não era ligado oficialmente ao TACS. O JSTARS vigia a superfície em tempo quase real e tem capacidade de designar alvos em profundidade para ataque por terra ou ar. O JSTARS detecta, localiza e acompanha alvos como lançadores de mísseis, comboios, cruzamento de rios, depósitos logísticos e áreas de reunião e passa os dados para comandantes em terra e ar.

O JSTARS ainda estava em teste quando deslocou para a Arábia Saudita em 1991. O objetivo do programa JSTARS era coordenar ataques contra o segundo escalão do Pacto na frente da OTAN na Europa. Era uma combinação de aeronave Boeing 707; um radar avançado; mostradores na cabine; sistemas de comunicações de voz e dados seguros; e estação em terra no US Army.

O JSTARS só foi deslocado após realizar exercícios com sucesso na Europa entre setembro e outubro de 1990. Mostrou a capacidade de busca de alvos móveis em grande área em tempo quase real, conduzir busca em tempo real em pequena área, e mostrar dados para construir um mapa da situação. O deslocamento custaria US$1 milhão por dia. Informaram as tropas e comandantes locais da capacidade pois não conheciam.

O conceito de emprego consiste em atualizar a localização de alvos de interdição enquanto aeronaves entram no kill zone. O AWACS passa as aeronaves para o JSTARS para refinar a coordenação. Nas missões de CAS, o JSTARS passa alvos coordenando com o CAS.

O JSTARS roubou o show. As imagens eram um ótimo indicador de alvos. A imagem do radar era gravada, combinada e corrida sequencialmente, e o efeito era mágico. Mostrava forças deslocadas, espalhadas e depois reagrupadas. Mostrava onde estava o inimigo e o que fazia.

O JSTARS iniciou suas operações em 14 de janeiro voando órbitas randômicas. Detectava alvos móveis na área e o modo SAR ampliava a imagem para detectar alvos estacionários. Encontrando alvos e depois contatavam caças, ABCCC ou TACC. Os comandantes em terra logo queriam cobertura a frente de suas tropas e tiveram que priorizar. Antes estavam procurando Scud o que irritavam os comandantes em terra.

O radar funcionava bem contra as tropas iraquianas. As fotos passadas para as unidades eram difíceis de interpretar. Os interpretes não percebiam que dados dinâmicos indicavam onde tropas estariam e não onde estavam. O JSTARS ajudou da batalha de Khafji e na fuga iraquiana Kuwait. Foram 49 saídas em 535 horas de voo. Dois E-8 detectaram mais de mil alvos e controlaram mais de 750 saídas de ataque.

Kill Box

Na guerra do Golfo em 1991, o problema de aquisição de alvos era o contrário do Vietnã. O terreno desértico sem proteção no Kuwait era ideal para o Poder Aéreo atuar. Havia poucas montanhas no norte do Kuwait, os rios estavam secos e havia poucas cidades. No deserto plano os alvos eram muito fáceis de encontrar. Não havia falta de alvos e estavam bem marcados com barricada de areia ao redor (dava uma boa proteção em caso de acerto próximo), mas era difícil distinguir veiculo destruído dos ainda intactos. Alvos já destruídos passaram a ser atacados mais uma ou duas vezes. Os iraquianos até colocavam fogo em blindados já destruído para confundir.
 
Para resolver o problema das características monótonas do deserto, sem pontos de referência, o terreno foi dividido com o sistema de "Kill Zones", depois chamadas de "Kill Box". Os Kill Box eram nada mais que uma série de grid de referência com designação alfanumérica.

O zoneamento com os Kill Box era uma idéia bem antiga. Os Kill Box eram delimitados por latitude e longitude. Era meia latitude e meia longitude ou 30x30 milhas de lado. Depois eram novamente divididos em quatro quadrantes cada um com 15 milhas de lado. O quadrante AF6NE seria fácil de ver no mapa. O “A” fica na referência superior e o número seis na lateral. Depois NE seria noroeste do Kill Box.

O tamanho e localização dos Kill Box foram determinados pelo mapa de defesa aérea Arábia Saudita aproveitando os Kill Box já descritos. O KTO ia do sul do paralelo 31 e leste na longitude 45. Havia alvos estratégicos e os relacionados com as tropas ou alvos móveis.


Kill Box no KTO. A área sombreada são os limites dos Kill Box. O Kuwait foi dividido em "Kill Box" para facilitar as operações aéreas. As operações aéreas próximas da linha de frente (FSCL) eram de apoio aéreo aproximado (CAS). As missões além da FSCL eram de interdição do campo de batalha (BAI).
 

 

AE-7 

AF-7 

AG-7

AE-6 

AF-6 

AG-6 

AE-5 

AF-5 

AG-5 

Exemplo de codificação dos Kill Box.

 

AF-6

Northwest

  AF-6

Northeast

AF-6


Southwest

      AF-6


Southeast

Cada Kill Box tinha 30 por 30 milhas, e novamente era dividido em quatro quadrantes de 15 x 15 milhas. Os quadrantes menores eram renomeados sudeste, nordeste, noroeste e sudoeste como na imagem acima.


Mapa de um piloto de Harrier com a área de operação ao sul do KTO. Havia 12 divisões iraquianas no local. Os pilotos apelidavam os Kill Box como Army Barracs, Golf Camp e Pentagon. Eram fáceis de reconhecer do alto. O local tinha 35 por 70 milhas sendo que era possível ver o mar a partir da fronteira oeste. Chegavam no local voando alto e voltavam mais baixo para evitar colisão.


Mapa o KTO usado por um piloto de F-16. Os pilotos gostavam da versão em preto e branco pois era mais fácil de ver a noite.

 

BAI dos A-10

As missões BAI (Battlefield Air Interdiction- Interdição Aérea do Campo de Batalha) dos A-10 era receber coordenadas e sem fotos do alvo. Atuavam em um Kill Box de 30x30 milhas onde um FAC(A) ajudava como um OA-10 operando sozinho. Voando mesmo Kill Box continuamente, os FAC(A) conheciam tudo. Sabiam se os iraquianos moviam um barril no lugar.

Na chegada, os A-10 contatava o ABCCC (fala A.B-triple C) e autentica o contatos com códigos secretos. O ABCCC coleta informações dos de FAC(A) e caças sobre alvos e ameaças e passa tarefas para os caças chegando com o padrão de nove linhas. Os pilotos escrevem os dados no canopy como IP, distância do IP até alvo, elevação, descreve, coordenadas, amigos, egresso se atingido ou ejetar, outros.

Os alvos são nomeados e dado prioridade pelas tropas terrestres. A prioridade estava relacionada com a distância da linha de frente. Quanto maior a distância mais importante seria o alvo. A maior era artilharia pois tinha maior alcance e quantidade que a artilharia aliada. Os blindados vinha depois. Como acreditavam que as tropas dariam conta dos blindados, eram considerados alvos secundários.

Os alvos de artilharia tinham formato de "V" apontado para o sul, em conjuntos de 5 ou 6 canhões, geralmente seis. Havia um posto de comando próximo ou atrás. Eram chamados de "puppy-paws" após vistos em combate. Estavam mais concentrados em 3 Kill Box na fronteira.

A tática em cenário de alta intensidade é voar baixo, entre 100 a 500 pés. Garante surpresa sem ser visto pelo radar. Faz "pop up", dispara e foge baixo. Usa mascaramento do terreno e tem que estudar os mapas antes para determinar a melhor rota para conseguir mascaramento. Na Arábia Saudita era tudo plano e não havia onde se esconder. Como a poeira era um pó, qualquer vento levantava a poeira e atrapalhava a visibilidade, que chegava a no máximo a 5 km.

Então passou para média altitude, e uma questão era o teto. Foi consideraram o alcance do ZSU-23-4. Os ventos altos limitariam e o teto foi determinado em 15 mil pés. O A-10 iria disparar em mergulho entre 45 a 60 graus, sairia do mergulho entre 10 mil pés com piso de 8 mil pés. No caso de tropas em contato, descem bem mais baixo.

Atuariam em duplas com um cobrindo o outro durante os ataques. Do alto os alvos eram fáceis de encontrar no deserto, mas difíceis de identificar. Desciam a 8 mil pés e usavam binóculos, mas tremiam, tinham pouco zoom e cansavam a visão. Uma medida defensiva era lançar Chaff e Flares defensivos nos mergulhos. Os A-10 dispararam 335 mil Chaff e 108 mil Flares defensivos.

Entravam a 20 mil pés, com os A-10 custando a subir carregado. Na área do alvo desciam a 15 mil pés, com disparo a 10 mil pés e piso a 8 mil pés. No mergulho o outro cobre, dando alerta de artilharia antiaérea e inicia as manobras evasivas. A função do Ala é cobrir six do líder, mas nos ataques alternam a função.


Uma tática usada pelos A-10 era o "circulo de hogs". Era uma tática para ataque do ar e defesa mútua. Com ataques sucessivos em um circuito.

As táticas variavam de um piloto para outro. Alguns preferem atacar com o sol pelas costas para conseguir surpresa. Outros com o sol na frente para ter proteção contra mísseis portáteis ao sair do alvo. Após disparar fazem brake para esquerda ou direita. O vento podia ser de frente, de trás ou lateral.

Disparavam as seis bombas mk82 ou CBU primeiro  para diminuir o arrasto. Sempre em mergulho de 45 graus. As Mk82 estavam sempre equipadas com espoleta airburst e procuravam explosão secundária ao atingirem o alvo. Alguns voltavam e metralhavam o alvo. Passaram a procurar cachês de munição próximas do alvo. Causava uma grande explosão. Depois das bombas usavam o míssil Maverick contra blindados. O líder ataca e o ala cobre. Depois invertem a posição. São quatro disparos no total. O casulo triplo do míssil Maverick não foi usado pois era pouco confiável. Os blindados ficavam em barricadas de onde subia, disparava e escondia novamente. As barricadas estavam alinhadas em posição defensiva e era fácil de ver de cima.

Se tem poucas artilharia antiaérea no local faziam metralhamento depois de disparar os mísseis. Na Europa fariam pop pup com canhão a 4 mil pés e disparavam no alvo de frente. No KTO o ataque era por cima e era mais fácil contra a blindagem frágil mergulhando no alvo.

Os veteranos diziam que o KTO era mais perigoso que o Vietnã. Para detectar a artilharia antiaérea voavam a 12 mil pés. Os artilheiros indisciplinado disparavam e eram detectados. O mal tempo atrapalhou com teto 6 a 8 mil pés. Alguns atacavam pelos buracos na nuvens e com o "pull out" bem baixo. A artilharia antiaérea podia detectar os caças facilmente com a nuvem acima facilitando ver a silueta da aeronave.

A ameaça de mísseis SAM durou pouco devido aos F-4G de supressão de defesas. Geralmente tinham um strobe no alerta radar, com os iraquianos ligando o radar para ver quem esta lá fora e tranca. dispara balístico com poucas chances de acertar.

Os A-10 fariam 3 saídas por piloto no KTO por dia. Reabasteciam e rearmavam em na base avançada de Al Jouf. O turnaround durava 30 minutos em terra. O piloto não sai da cabina, se alimentando e urinando na cabina, com o motor ligado. Decolavam de 14 em 14 minutos continuamente da base.

No dia 11 de fevereiro, os A-10 foram ordenados a ir para além dos Kill Box no KTO, já bem surrados. Os alvos eram 3 divisões blindadas da Guarda Republicana. Estavam entre 75 a 125 milhas da fronteira. Novamente o alvo principal era a artilharia no local e os carros de combate M1 Abrams dariam conta dos T-72. Atacariam a Divisão Tawakalna que estava mais ao sul. Teriam 5-6 dias para planejar e receberam fotos de RF-4 e satélite de reconhecimento. Planejaram ataques de oito A-10, ao invés de duplas, em seis ondas. Cada grupo atacaria em um local onde seria de uma esquadrilha. Atacariam de 10 em 10 minutos, 3 vezes por dia por 3 dias. Partiriam de uma base avançada indo e voltando para reabastecer e rearmar.

O primeiro alvo foi uma bateria de SA-6 e SA-2 juntos. Atacariam o radar, centro de comando e lançadores.  A terceira onda já viu o alvo a 60 milhas cheio de fumaça. Após três passadas não conseguiam ver nada. No dia seguinte só atacaram com esquadrilha de quatro aeronaves. A reação dos iraquianos foi cavar mais fundo e criar mais alvos falsos.

No ataque a Divisão Medida, no dia 15 de fevereiro, foram lançados oito MANPADS derrubando dois A-10 e com danos pesados em um A-10. O SA-16 não emitia fumaça e era difícil de ver. Antes não abriam fogo contra as aeronaves. Nas duas semanas anteriores, foram três danificados e nas duas subsequentes seis mais danificados e um derrubado. Depois desse ataque os A-10 não mais foram mais ao norte ficando restritos a até 35 km da fronteira do Kuwait e passaram a voar mais alto. Os ataques dos F-111F nas missões de tank plinking compensariam a perda da capacidade A-10 com os Maverick.

No dia primeiro de fevereiro mandaram os A-10 fazer reconhecimento armado bem baixo. Foram quatro A-10 voando a 4 mil pés. Mergulhavam para passar bem rápido e subir rápido. Os veteranos preferiam fazer curvas em S. Viram muita coisa quando voavam bem baixo, mas muita artilharia antiaérea atirou e era mais intensa nas passadas seguintes. No 17o dia, um A-10 foi derrubado ao mergulhar no alvo. O piloto foi capturado, mas não viram.

Um A-10 procurando radares de alerta reconstruído desviou devido ao mau tempo e viu uma base iraquiana. Havia 40 bunkers sofisticados e 10 simples no local. Foi chamado de "home depot", ao norte da estrada entre Bagdá e Amã/Jordânia. Na volta de uma "Scud hunter" dispararam suas armas no local. Um Maverick atingiu uma porta aberta de um bunker criando uma grande explosão vista a 150km de distância. Descobriram varias outras bases semelhantes sendo uma com 500 abrigos. Foram nomeadas. No fim das missões iam para "hicksville", um depósito de munição entre Ramadi e a fronteira da Síria. Outras chamadas de "east TAC" e "west TAC" (nome de dois stands de tiro em Nellis) e "the villas", um depósito de munição ao norte de home depot. Depois passaram a atacar primeiro as bases com as bombas nas missão para diminuir o peso e o arrasto das armas.

Devido as baixas, foi decidido não fazer mais interdição aérea profunda com os A-10, a não ser para caçar Scud. Não fariam mais metralhamento e só atacariam com os Maverick a longa distancia. Os pilotos gostavam do canhão pois atingiam a maioria dos alvos com ele. Só usariam o canhão depois em operação de apoio aéreo, busca e salvamento e tropas em contato. Os alvos seriam passados por OA-10 voando entre 4-7 mil pés.

Um comboio de reabastecimento de forças especiais foi atacado pelos iraquianos. Chamaram os A-10 para ajudar. O controlador aéreo em terra marcou o alvo com um laser e foi visto pelo sensor Pave Penny que indicava os alvos no HUD. Os três A-10 de três órbitas mergulhavam sucessivamente. O Pave Panny ajudava os  pilotos de A-10 a atacar alvos em terra caso o rádio esteja jammeados pois nem precisa de comunicação.

 

Joint Task Force "Proven Force"  

A coalizão atuou no norte do Iraque a partir da Turquia e Reino Unido. Havia 18 caças F-111E e 36 caças F-16 baseados em Incirlik, além de oito B-52 no Reino Unido, com apoio de supressão de defesas dos F-4G, F-16CJ e EF-111, e C-130 Compass Call . Os RC-135 operavam na Grécia para ELINT, e os E-3 e F-15C para escolta. Os KC-135 apoiavam com REVO. No norte havia os tinham pacotes próprios sem apoio do CENTAF. Os ataques no norte iniciaram segundo dia para distrair defesas e manter as tropas no local. Voavam cerca de 50-60 saídas ataque por dia, mas não tinham apoio de meios furtivo nem bombas guiadas a laser.

A divisão do Iraque em norte e sul lembrava o Vietnã, com a US Navy e USAF atacando áreas nas Route Pack. Os comandantes não gostavam e as ATO era para evitar isso. A exceção foi a Proven Force da USAFE na Europa. Fazia parte da estratégia geral, mas sem coordenação. Tiveram que usar seis RF-4C para reconhecimento pois não tinham prioridade no acesso as foto de satélites.

No norte só tinha a fase I e II, sem a campanha de interdição e CAS. Só atacariam tropas no norte se começassem a se mover par o sul. Nem a Guarda Republicana foi atacada no norte e apoiou ações de Saddam contra os Curdos.

As forças no norte não tinham capacidade de atacar centros de defesa aérea, a não ser do norte até o sul. Tiveram que ser ajudados pelos F-117 para atacar o SOC em Kirkuk. Não tinham capacidade de disparar armas de precisão, como as Paveway, e nem esperavam que a Turquia liberaria os ataques. Só esperavam usar força CSAR. Queriam levar forças especiais com laser para designar alvos e pediram apoio dos F-4E de Clark nas Filipinas. Chegaram antes do fim da guerra, mas não os casulos Pave Spike.

Três F-111E equipados com receptor GPS atuaram como pathfinder, aumentando a precisão em 100%. As armas guiadas disponíveis eram apenas os mísseis HARM, Shrike e Maverick dos F-4G e F-16. Os Maverick foram usados contra sites SAM, aeronaves em terra e geradores elétricos, mas gastaram apenas 55 mísseis por serem poucos alvos. Os alvos principais eram os centros de pesquisas militares ao norte de Mosul.

A refinaria de Bayji era um alvo importante, a 180 km ao sul de Mosul. O ataque iniciou com seis mísseis Tomahawk no dia 22 de janeiro. Nos dias 7, 8 e 9 de fevereiro, 24 Tornados IDS da RAF com 100 bombas e oito Paveway atacaram o local. No dia 8 de fevereiro, seis B-52 com 300 bombas de 750lb também atacaram. Depois o local foi atacado apenas por aeronaves do norte. No dia 9 foram 20 F-16, depois 16 F-16 manhã e seis F-111E ao anoitecer. Foram quase 100 de 900kg.

A instalação militar de Taji, no norte de Bagdá, foi atacada pelos F-117 e depois ajudados pelo norte. Era um grande centro de reparos e armazenamento. Nas duas semanas finais da guerra, foram 13 pacotes no norte com 140 saídas de F-111 e F-16. Era um alvo favorito dos B-52 por ser um ótimo alvo de área. Foram 70 ataques com 3 mil bombas disparadas.


BDA -
Battle
Damage Assessment

O atrito nas forças terrestres era considerado um pré-requisito para o sucesso da campanha terrestre, mas os ataques contra as forças terrestres foram feito sem metodologia por nunca ter sido feito antes e não tinham meios para avaliar os resultados. As saídas do B-52 nem podiam ser avaliadas. Não fariam "body count" por motivos políticos.

O BDA era um problema para avaliar. Queriam 50% destruição e não podiam ter certeza. A camuflagem e alvos falsos dificultavam a BDA e atacavam várias duas vezes ou mais o mesmo alvo. Eram várias agências fazendo a avaliação. As fotos dos RF-4C e satélites de reconhecimento eram inconclusivos. Um kill era aceito com visualização de explosão secundária ou incêndio. O resto não foi considerado ou provável. Destruir carros de combate era apenas um critério. O principal indicador era o número de saídas, sendo o preferido pelos comandantes. Nas primeiras duas semanas foram realizadas 300 saídas de F-16 e 24 de B-52, mas só calcularam saídas de A-10 para BDA.

Os pilotos não gostavam da BDA e não sabiam o resultado do seu trabalho. Só sabiam que atingiam alvos em todo lugar. Durante os ataques, os FastFAC. Apenas o vídeo gravado do FLIR do F-15E, F-111 e A-6E podiam ser úteis para BDA. De 239 impactos de Paveway foram observados 106 (44%) destruindo ou danificaram blindados e outros 40 (17%) com possível dano. Os ataques incluíam comboios de caminhões, depósitos de munição e rede de suprimentos. Uma avaliação no KTO depois da guerra encontrou 163 blindados atacados sendo que 28 foram atingidos pelo ar.

A arma mais efetiva foi a Paveway destruindo cerca de 50% dos alvos atacados. Os oficiais da inteligência analisando o BDA viam erros de 5-10 pés para as bombas guiadas contra uma média de 500 pés com as bombas burras. Os Maverick foi outra arma importante, com mais de cinco mil mísseis disparados. O Maverick era bem preciso e foi considerado um grande sucesso. Mesmo assim, cada acerto considerava 1/3 de armas destruídas. Já as bombas burras destruíram relativamente poucos alvos, com 5% das tropas atingidas até iniciar a invasão. A maior parte do atrito veio das armas guiadas, mas em cerca de 21 mil strikes a maioria foi com armas burras.

As poucas baixas da coalizão é um bom indicador da eficiência dos ataques aéreos ou a única forma de comparar seria atacar por terra sem ter tido a campanha aérea.

A opinião sobre os ataques variava até dentro das unidades avançando em terra. Um Comandante de Brigada não viu indicação de eficiência dos ataques antes da campanha terrestre, mas viram muitos comboios de estrada destruídos e caminhões. Já o G3 viu muita indicação da eficiência, seja pela destruição ou deserção de blindados. Os maiores danos foram nas tropas regulares. A Guarda Republicana estava mais bem protegida, escondida e dispersa em uma área maior.

A interrogação dos prisioneiros de guerra era a melhor evidência e mesmo assim era ambíguo. Os oficiais capturados na fronteira citam o moral baixo ainda antes do conflito pois não acreditavam na causa. A maioria dos prisioneiros estava em posição avançada e na Guarda Republicana foram poucos oficiais capturados. O efeito das Paveway mostrou que os americanos tinham tecnologia muito mais avançada enquanto antes os prisioneiros acreditavam que eram os iraquianos que estavam bem equipados.

No final, as estimativas de danos eram bem consistentes, mas os danos morais não podiam ser medidos, mas eram previsíveis. A contagem de veículos destruídos não garantia que o Iraque lutaria bem ou se lutaria. Os fatores psicológicos não podiam ser medidos e  precisavam dos documentos iraquianos. Resultou na validação da campanha terrestre.


O E-8 JSTARS era uma aeronave radar capaz de detectar alvos móveis em terra.


Voltar ao Sistemas de Armas


2009-2013 ©Sistemas de Armas

Site criado e mantido por Fábio Castro


     Opinião

  Fórum -  Dê a sua opinião sobre os assuntos mostrados no Sistemas de Armas
  Assine a lista para receber informações sobre atualizações e participar das discussões enviando um email
  em branco para sistemasarmas-subscribe@yahoogrupos.com.br