Apoio Aéreo Aproximado na Operação Enduring Freedom


Após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 todo os EUA foi mobilizado para descobrir quem eram os terroristas, onde treinavam, onde viviam e quem os mantinha para serem caçados. O Presidente Bush deixou claro que iria atacar não só os terroristas, mas também os paises que apóiam os terroristas. O foco das atenções da reação era o Afeganistão conhecido como um centro de treinamento do Al Qaeda. Os membros da al Qaeda pensavam estar seguros cercados nas montanhas e protegidos por fanáticos do Talibã.

Os EUA já atacou o al Qaeda (a base - a fundação) em Zhawar Kili no Afeganistão em 1998 com mísseis cruise como resposta ao ataque a embaixada americana no Quênia, mas para matar terroristas só seria eficiente com tropas em terra. Os EUA já tinha pensado em invadir o Afeganistão para pegar Osama Bin Ladden antes, mas sem provas do ataque ao contratorpedeiro USS Colle isso não foi permitido.

 

A al Qaeda foi fundada por Osama Bin Ladden no inicio década de 80 para apoiar a guerra no Afeganistão contra soviéticos. Foi estimado que 175-250 mil Mujahedeen vindos2 de vários países lutaram no Afeganistão anualmente e metade eram sauditas. Depois o foco do Jihad passou a ser os EUA. O al Qaeda atuou na Somália e clamam a responsabilidade pela morte de 18 americanos em na batalha de Mogadicio.

 

O planejamento da invasão do Afeganistão foi iniciado pensando-se em realizar incursões de helicópteros contra o Afeganistão a partir do Paquistão. O Paquistão não queria apoiar a operação e demoraria a concentrar a força necessária. Os EUA queriam iniciar as ações rapidamente. Logo foi pensado em usar o Poder Aéreo e Forças de Operações Especiais apoiando tropas locais anti-talibã. O país estava em guerra civil desde 1996 e os inimigos do Talibã controlavam cerca de 20% do país principalmente o norte. A Aliança do Norte era o maior de todos com cerca de 15 mil tropas. O líder Massoud foi até assassinado dois dias antes de 11 de setembro devido a sua importância e já esperando a reação americana.

Então o primeiro passo após os ataques de 11 de setembro de 2001 foi enviar equipes de Forças Especiais para atuar com forças locais no Afeganistão preparando as ações convencionais futuras. Logo viram que as equipes de Forças Especiais e as forças locais estavam derrotando o Talibã sozinhos e virou o esforço principal. Inicialmente as Forças Especiais não confiavam que as milícias iriam aproveitar o efeito dos ataques aéreos e pensavam em enviar 50 mil tropas para o local, mas o sucesso foi espetacular. As tropas do Talibã ficaram desmoralizadas e as cidades foram caindo uma atrás da outra. Contra o al Qaeda não funcionou e só quem os apoiava.

Ao estudarem o que aconteceu viram que a tática principal era usar os controladores aéreos avançados em terra para direcionando ataques contra forças terrestre do inimigo. Logo viram que era uma arma secreta desconhecida que tinham chamados de TACP (Tactical Air Control Partie). Os TACP depois também mostraram ser importantes para derrotar Saddam Hussein no Iraque.

O outro lado da história era as operações de CAS ligadas diretamente a ação dos TACP. A importância dos TACP demorou a aparecer pois após a Guerra do Golfo em 1991, cada serviço, USAF e US Army, tinha sua idéia própria sobre como seria a guerra ideal e o CAS não fazia parte de nenhum dos dois.

A USAF também era dominada por pilotos caça ou bombardeiros e os dois odeiam o CAS. O US Army gostava do CAS, mas ao mesmo tempo considerava tudo da USAF errado e queria fazer o serviço sozinha com os seus helicópteros. A prioridade do CAS era baixo na USAF. Era considerado um uso pouco custo-efetivo do Poder Aéreo. Usavam graduados para cumprir a função de TACP pois não davam importância.

No USMC é usado o termo FAC (Forward Air Controller) para os pilotos atuando em terra, enquanto a USAF agora usa o termo ALO (Air Liaision Officer). Os graduados são os ROMAD (operador de Rádio, Mecânico e motorista) e apóiam o FAC. Agora os ROMAD fazem a maior parte das tarefas do FAC e são chamados de TACP. O ALO é usados mais para ligação e apoiando o Posto de Comando.

Os ROMAD atuam com as tropas em terra em toda a carreira enquanto o ALO atua por um ou dois tour ou no máximo dois anos. O resultado é que os ROMAD aprenderam o significado da guerra terrestre muito bem, saber se mover e sobreviver, conhecem o pessoal do US Army, e sabem como o Poder Aéreo pode influenciar o combate.

O TACP operam pelo menos em dupla com um mais antigo e experiente e um novato aprendendo e apoiando. Os membros com certificado para controlar ataques são chamado de TAC (Tactical Air Controller), e outros Enlisted TAC (ETAC). TACP virou o nome genérico para o pessoal trabalhando com CAS.

Os pilotos não gostam de atuar como ALO sendo considerado um desvio da carreira e vivem para lutar no ar. O mesmo vale para os TACP que não são considerados bem vindos por serem da USAF. São controlados pela USAF e não pelo US Army o que irrita os oficiais em terra. Um comandante de Brigada pode controlar um ofensiva com apoio de artilharia e blindados em meia hora, mas não tem poder para pedir CAS assim tão rápido. Até saídas planejadas podem ser desviadas na última hora.

A carreira dos ROMAD é difícil devido ao equipamento de comunicações e computadores que operam incluindo a capacidade de reparos. Para sobreviver tem que saber o trabalho dos soldados. Para fazer seu trabalho principal tem que conhecer os equipamentos e tropas amigas e inimigas. Para apoiar ações tem que conhecer as armas e aeronaves próprias, defesas aéreas inimigas, e controle do espaço aéreo entre outras funções. Geralmente os sargentos se especializam em uma área, mas os ROMAD têm que conhecer todos.


As ODA tinham trazido designadores laser SOFLAM Laser Target Designators (LTDs) com eles, a fim de direcionar os ataques aéreos. Os TACP também usaram lança-granadas M-203 com fumaça para marcar alvos.


Mais uma missão de ataque no Afeganistão. Os SOF TACP usavam rádios multibanda digital AN/PRC-117F parcialmente visível a esquerda. 


Um CTT da USAF operando no Afeganistão.


Um operador da CIA atuando como FAC no Afeganistão. A direita está o designador laser SOFLAM no tripé.

Comando & Controle

As Forças Especiais atuam em segundo plano nas batalhas aéreas e terrestres e nas negociações, mas na Operação Enduring Freedom, a reação americana no exterior, foram o esforço principal. O sistema de Comando & Controle das Forças Especiais foi exigido ao extremo com os comandantes atuando em nível do teatro.

O C2 do CAS era pedir, planejar, controlar e tomar decisões sobre o apoio. O mais difícil era dividir as saídas entre várias unidades lutando ao mesmo tempo. Existia o TACS/AAGS (Army Air-Ground System) para integrar o CAS, mas foi criado para apoiar uma campanha convencional. A estrutura física do TACS/AAGS não foi enviada por não ter uma estrutura convencional do US Army no teatro. As partes importantes do TACS/AAGS ficaram faltando e as Forças Especiais tiveram que improvisar.

O primeiro passo foi criar a Task Force Dagger em um local secreto (no Usbequistão). As equipes de Forças Especiais estavam fazendo papel de TACP com pessoal de vários escalões. Os pedidos de CAS vão para a célula TACP a nível Batalhão, Brigada ou Divisão, e depois são enviadas para o centro nervoso, o ASOC, que coordena todo o CAS no Corpo e as vezes no Teatro. Cada célula tem centenas homens treinados para apoiar as operações de CAS e outros sistemas. Todos os níveis se reduziu ao Posto de Comando da TF Dagger operados por tropas de Forças Especiais do US Army que conheciam o sistema TACS/AAGS. As equipes de ALO e ETAC ajudaram depois. Criaram uma célula de designação de alvos e uma célula de apoio de fogo sem terem experiência no trabalho. A célula de apoio fogo era formado por quatro tropas comandadas por um sargento formado como CTT. No total eram seis homens comandando o que seria o nível de Corpo de Exército.

Planejar o número de saídas necessárias era outro problema. Um problema seria necessitar de todas as saídas de uma vez em emergências o que poderia ocorrer. Com um sistema de C2 podiam concentrar em um local com mais alvos, ou esforço principal ou secundário. O ASOC anuncia quem teria ou não CAS, ou as más notícias. Para as Forças Especiais só tem CAS em emergência (XCAS) e seria outra regra, então pedem direto para o ASOC.

O CAOC (Combined Air Operations Center), ou AOC, controla todas as operações de reabastecimento em voo, transporte, reconhecimento e caças. O CAOC pega o que tiver para apoiar as emergências das Forças Especiais, desprezado a guerra convencional. Só com Forças Especiais operando em terra o problema era faltar CAS sendo um sério risco. Então as Forças Especiais passaram a pedir CAS diretamente para o ASOC.

O BCD foi usado para ligar o ASOC e o CAOC para integrar o CAS na campanha aérea e aconselhar o CAOC na necessidade do US Army. O CAOC não estão acostumados com o papel das Forças Especiais. Para complicar, quem trabalha com as Forças Especiais precisa de acesso especial as operações secretas e o pessoal do CAOC não tinham este acesso.

O CAOC tinha um grupo para coordenar as Forças Especiais chamado de Special Operations Liasion Element (SOLE). Eram apenas dois homens e tinham conhecimento limitado em guerra convencional. Na operação Enduring Freedom a função do SOLE foi substituído pela TF Dagger. Os pedidos de CAS das Forças Especiais iam para a TF Dagger e depois para o SOLE. Então o SOLE atuou como um ASOC com dois sargentos e um oficial sem experiência na função. Foi apelidado de "stick note ASOC". Os homens no SOLE iam de um lado para outro do CAOC com noticias como "a equipe Tiger 21 precisa de CAS", "o Cobra 13 precisa de aeronaves", "este pessoal está em contato com o inimigo", etc, de forma totalmente desorganizada. Chamaram um oficial do USMC com experiência para atuar como Combat Control Officer. Criaram um chat MIRC com o SIPRNET para facilitar comunicação pois não tinham contato de rádio com a TF Dagger.

Ninguém no CAOC entendia de CAS e um ETAC ajudou. Não entendiam que uma equipe em terra não podia dizer com 12 horas de antecedência que seriam atacados. Enviar saídas era complicado. Aeronave com bombas JDAM não encontravam equipes com equipamentos necessários para determinar as coordenas do alvo ou outra aeronave com bombas Paveway encontrava equipes sem os designadores laser em terra. Então o pessoal do CAOC orientava sobre o que as equipes tinham.

Guerra no Ar

Durante a Operação Enduring Freedom os principais meios de ataque aéreo contra os terroristas no Afeganistão seriam a aviação embarcada e bombardeiros da USAF devido as distâncias na região. Os bombardeiros precisariam de cobertura de caças na região e os Naes providenciariam. Os C-17 apoiando missões humanitárias também precisariam de escolta. Os EUA precisariam do Paquistão para basear seus helicópteros de busca e salvamente de combate (CSAR). As operações não seriam iniciadas sem CSAR. As bases de helicópteros no Paquistão também apoiariam as Forças de Operações Especiais.

O Tadjiquistão e o Uzbequistão ofereceram bases para as Forças de Operações Especiais, helicópteros CSAR, apoio logístico e aeronaves de reabastecimento em vôo (REVO), mas não para os caças F-15 e F-16. O CAOC tinha sido recém mudado para a base aérea de Prince Sultan Air Base (PSAB) na Arábia Saudita e já controlava pacotes no sul do Iraque há 10 anos sendo bem experiente em operações na região.

Os NAes realizavam grandes círculos na costa do Paquistão na preparação da invasão. As aeronaves do USS Enterprise e USS Carl Vinson no norte do oceano Índico fariam superioridade aérea e atacariam alvos fixos. Depois apoiariam as Forças de Operações Especiais. As poucas aeronaves táticas da USAF na região eram os F-15E baseados no Kuwait e F-16 no Qatar.

No dia 21 de setembro os NAes já estavam prontos para atacar, mas esperaram a USAF posicionar suas aeronaves AWACS e REVO na região, além das bases de helicópteros CSAR e Operações Especiais no Paquistão. O resultado foi um atrasado até 7 de outubro. A operação Enduring Freedom (OEF) logo virou uma campanha centrada no Poder Aéreo e não um simples ataque retaliatório.

Havia três esquadrões de caças F-14 Tomcats no local com 33 aeronaves no total. O Tomcat já tinha demonstrado sua capacidade de ataque de precisão nas operações Desert Fox e Allied Force. O alcance mostrou ser muito útil. O casulo de ataque LANTIRN LTS equipado com GPS/INS tinha capacidade de mostrar o ponto de pontaria para armas não guiadas continuamente.

O F-14D era muito capaz com dois pares de olhos, grande alcance, ótimos rádios incluindo o datalink JTIDS, casulo LTS, e pode passar imagens digitalizada para o navio por datalink. O JTIDS ajudava a controlar o trafego aérea, sem usar rádio ou radar, e achar aeronaves de reabastecimento em voo. Com o LTS podiam atacar alvos enquanto voava a 40 mil pés e bem acima do alcance da artilharia antiaérea e mísseis MANPADS.

Antes do inicio das operações os F-14 voaram muitas missões de reconhecimento com o casulo de reconhecimento TARPS para coleta de informações. Os EUA tinham poucas imagens de alvos de interesse como bases aéreas e posições de mísseis SAM e artilharia antiaérea. Os EA-6B Prowler iam junto para coletar inteligência da reação afegã. Com pouco REVO disponível não puderam ir mais ao norte. Os Tomcat eram acompanhados dos S-3 Viking até a fronteira com o Afeganistão e faziam REVO. Depois os S-3 eram substituídos na fronteira por outros S-3 que chegam depois para reabastecer os Tomcat e Prowler na volta. Os Tomcat voavam a média altitude e tiravam fotos sem ter aviso no RWR. Parecia que os afegãos nem sabiam da sua presença. Os filmes eram digitalizados e distribuídos para os serviços de inteligência dos NAes e CAOC. A Inteligência nos NAes tem especialistas nos paises da região onde operam e todos viraram especialistas em Afeganistão.

As Forças de Operações Especiais gostaram das imagens feitas pelos Tomcat e foram usadas para identificar alvos, vigiar cidades e posições militares. Havia cerca de 50 caças Mig-21 e Su-22 no país, mas não eram considerados uma ameaça. As baterias de mísseis SAM eram uma ameaça duvidosa devido ao treino e prontidão. A maior ameaça era a artilharia antiaérea e mísseis portáteis (MANPADS) em locais altos como no Afeganistão soviético.

Com as aeronaves REVO da USAF chegando os Tomcat passaram a fazer patrulhas de combate aéreo (CAP) na fronteira do Paquistão como o Afeganistão. Os Tomcat decolavam e recebiam 3 mil libras de combustível dos S-3. Na fronteira com o Afeganistão recebiam mais 3 mil libras dos KC-10 e faziam CAP por 5 horas. Ficavam nas CAP até o combustível atingir 8 mil libras e recebiam mais 12 mil libras para voltar para o CAP. No fim recebiam 10 mil libras e voltavam para o NAe. A estação ficava no sul do Afeganistão. Os AWACS e aeronaves REVO orbitariam na fronteira do Paquistão e Afeganistão. Uma vez uma CAP foi direcionada para um Mig-21 no, mas só atacariam se a aeronave se aproximasse.

Os F-14 também fizeram escolta para aeronaves de inteligência eletrônica RC-135 e EP-3. Depois fizeram ataque em "espelho" para testar o alcance e REVO das aeronaves se preparando para as futuras missões de ataque.

Os pilotos de F-15E que se preparam para ir para a OEF sabiam que precisariam de ajuda dos FAC e treinaram muito antes. Os F-15E operavam com os F-16. Os F-16 tinham rádios VHF que os F-15E não tem e facilitou conversar com o controle de trafego aéreo. Os F-15E usavam mais o UHF mais usado para contatar o AWACS e FAC. A carga do F-15E geralmente era de 12 bombas GBU-12 mas podiam levar também as bombas Mk-82.

No dia 7 de outubro foi iniciado o ataque com 15 bombardeiros da USAF, 25 caças embarcados e 50 mísseis Tomahawk. Os primeiros alvos eram ameaças as aeronaves como bases aéreas e posições de defesa aérea. Foram realizados ataques simultâneos no leste e oeste do Afeganistão.

Devido as limitações de combustível os Hornet atacaram alvos próximos ao Paquistão como a base aérea em Kandahar enquanto os F-14 atacavam alvos mais no centro e mais a oeste do país.

Um pacote liderado por dois F-14 era constituído por mais dois F/A-18, um EA-6B e dois B-1B e atacaria a base aérea em Cabul. Os F-14 voaram na frente protegendo contra os Migs. Os pilotos afegãos não voavam a noite, mas era uma precaução. As regras de engajamento permitiam que o Tomcat atacasse tudo que estivesse voando a frente, pois eram os primeiros no local e não havia aeronaves americanas no local. Só precisavam ficar checando as posições das aeronaves amigas no pacote. Os Tomcat também atacariam posições de mísseis SA-3 junto com os Tomahawk. Os F/A-18 atacariam com um míssil SLAM cada. O REVO foi feito com um KC-135 a 500 milhas de Cabul. A sonda do KC-135 estava vazando e as aeronaves receberam 3 mil libras de combustível ao invés de 8 mil como planejado. O KC-135 também voltou para base e não teriam REVO na volta.

Os pilotos dos Tomcat viram as posições dos mísseis SA-3 sendo atingidas pelos Tomahawk com o NVG. Depois foi o ataque com os SLAM. Depois atacaram com duas GBU-12 cada que erraram os alvos. Os Tomcat foram depois para Jalalabad para apoiar os B-1B que voavam 35 km atrás. Na volta a nova aeronave de REVO estava 400 milhas mais ao sul. As aeronaves passaram para o padrão ótimo de consumo voando a 40 mil pés.

Outra dupla de F-14 escoltou os B-1B contra a Base Aérea de Herat e depois atacaram instalações de comunicações em Farah com as suas bombas Paveway. Os alvos estavam próximos da fronteira com o Irã.

Chegando na base os Tomcat viram um Mig-21 em alerta na pista com o LANTIRN LTS e decidiram atacar com uma Paveway. Logo depois a pista foi atingida pelas bombas dos B-1B. Os Tomcat depois atacaram o alvo em Farah mais ao sul. O alvo estava no meio da cidade e sobrevoaram o alvo para identificação positiva. A missão durou oito horas.

Para pousar os Tomcat precisavam de um mínimo de combustível de 2.800 libras de dia e 3.800 libras a noite. O "bring back" resultava em quatro GBU-12 de dia ou três a noite. O resto da carga tinha que ser alijada. O Hornet voavam com as JDAM. O Tomcat pode levar duas GBU-24, mas pousa só com uma e por isso só levava uma por ser cara demais para alijar.

Outro pacote liderado pelos F-14 também atacou posições de mísseis SA-3 em Cabul. Como no pacote anterior, o alvo foi atacado primeiro pelos mísseis Tomahawk. Outro par de Tomcat atacou uma entrada de caverna de uma base do al Qaeda em Kandahar. O pacote usou a mesma rota do pacote anterior, ou seja, atacaria um centro de gravidade inimigo, com limitação de altitude do casulo para 25 mil pés, com pacote mínimo, e fizeram um reataque pré-planejado, na mesma rota. Era tudo que se diz para não fazer nos manuais.

Os estágios iniciais eram para atritar a artilharia antiaérea, mísseis SAM e deixar as bases aéreas inoperáveis. A ameaça da artilharia antiaérea e MANPADS continuou, mas a altitude protegia os caças. O CAOC queria todos os caças afegãos no solo atingido e os pilotos não gostavam pois sabiam que não voavam há anos. As defesas aéreas eram poucas e nenhum jato alijou tanque externo em manobras evasivas. Os MANPADS foram disparados, mas sempre fora do envelope. A artilharia antiaérea também era sempre mais a baixa altitude. As tentativas de defesa só piorava a situação do Talibã que era logo atacado.

Os F-14 logo estavam escoltando os C-17 lançando ajuda humanitária. Era para apoiar a guerra psicológica e deixar bem claro que os EUA estavam atacando o Talibã e al Qaeda e não os afegãos. Os Tomcat usavam o radar para encontrar os C-17 chegando. Depois voavam órbitas em "8" acima das aeronaves voando a média e baixa altitude a 400km/h lançando panfletos e comida. Os Tomcat acompanhavam as aeronaves com o FLIR apontado para baixo.

Os primeiros alvos fixos atacados foram instalações militares, campos de treinamento, cavernas e depósitos de suprimentos. Em poucos dias a lista de alvos fixos acabou e o foco das ações mudou de superioridade aérea para apoio as tropas em terra e "Time Sensitive Target" (TST). O território afegão foi dividido em 30 zonas de engajamento chamados de "kill box". Na fase terrestre precisariam de caças 24 horas por dia no país. Os NAes se concentraram em cobrir períodos de 12 horas cada um.

Atacar alvos TST era outro tipo de missão. Era pessoal do Talibã e al Qaeda fugindo em veículos. Precisavam de identificação positiva do alvo e estimativa de dano colateral. O F-14 foi escolhido pois o casulo LTS era bem melhor que o Nite Hawk em cidades. Os alvos eram identificados por operadores da CIA, mas a aprovação durava horas. Os Predator da CIA já voavam no local desde o ano 2000 a partir do Uzbequistão.

Havia um S-3B para cada par de aeronaves nas missões TST. Os S-3 eram lançados 15 minutos antes e eram encontradas a 100-150 milhas de distancia. Cada aeronave passava 4 mil libras de combustível para cada caça na fronteira com o Paquistão e voltava.

Os pilotos pediam para as aeronaves REVO desacelerar e descer e não faziam isso, forçando a usar o pós-combustor o que podia gastar mais combustível do que recebia. Os pilotos gostavam mais das aeronaves da RAF pois desciam e desaceleravam. Carregados e voando alto a resposta dos turbofan era ruim acima de 25 mil pés.

Um dos primeiros alvos das Forças Especiais, atacado no dia 19 de outubro, foi a base de Mullah Ommar, líder do Talibã, próximo a Kandahar. O pacote incluía helicópteros de assalto, helicópteros de ataque, dois AC-130 e aeronaves para apoio aéreo aproximado (CAS) e FAC(A) em órbitas próximas. De uma base no USS Kitty Hawk saiu o grupo aéreo e 23 STS. A equipe ODA 555 seriam inseridas a noite com apoio dos helicópteros e AC-130. Os caças cobririam ameaças ao redor do local de operações.

Havia vários TACP em terra em Forças Especiais qualificados como FAC na equipe. Os F-14 atuando como FAC(A) dariam cobertura e forneceriam uma visão geral da situação. Blindados Shilka atacaram de fora da base e os FAC(A) viram o AC-130 destruí-lo rapidamente. Foram vários pedidos de FAC em terra, mas o FAC(A) só atacava alvos bem descritos. Um dos alvos foi uma torre de vigilância atacada com um Maverick Laser (LMAV) disparado de um Hornet. O LMAV era bom nesta situação pois sobe depois do disparo e não vai para a área do alvo se perder o designador laser. Outras torres também foram destruídas da mesma forma. Outras tropas vindas de fora também foram atacadas pelos helicópteros de ataque, AC-130 e caças. O F-14 FAC(A) estava equipada com bombas em cacho CEM e não disparou na missão. Depois disparou em alvo fixo sendo as duas únicas CBU disparadas na guerra. As Forças Especiais terminaram o trabalho e voltara para os helicópteros.

Omar não foi encontrado mas coletaram documentos. Na retirada foram atacados e retornaram fogo. Um AC-130 apoiou. Na tentativa de infiltração uma equipe de Reconhecimento Especial seria inseria com a técnica "stay-behind" (esquecida), mas foi frustrada com o contra-ataque.

Imagens dos bombardeiros no Afeganistão. Os pilotos desdenhavam o trabalho de "tank plinking", atacar alvos pequenos como tropas e peças artilharia, até esta guerra. Foram treinados para atacar alvos estratégicos de alto valor mas que não existiam no Afeganistão. Tiveram que atacar jeeps, cabanas e vilas, que pareciam alvos civis, mas que as equipes de Forças Especiais citam que tinham tropas do TAQ. Para facilitar o trabalho cortaram o ciclo de 72 horas de designação de alvos da ATO para 12 horas. O pais foi dividido em 30 Kill Box para os pilotos esperarem por alvos.


Missões dos FAC(A)

O uso de FAC(A) foi outra adaptação no conflito. Nem sempre estavam disponíveis e eram um par de olhos a mais procurando alvos. Em terra os TACP tinham que chegar bem perto do inimigo para fazer identificação positiva e os pilotos podiam fazer o mesmo do alto. Podem ir a lugares onde o TACP não pode e informam o TACP. Também verificam se não havia tropas amigas no local. Se os alvos forem de interesse atacam. O FAC(A) pode marcar alvos com foguetes e ajudar a orientar as aeronaves, mas o disparo é sempre controlado pelo TACP.

O esquadrão VF-41 tinha oito pilotos de Tomcat qualificados como FAC(A). Eram necessários para conversar com os agentes da CIA e Forças de Operações Especiais em terra e ligar com aeronaves de ataque e observar a área do alvo ao redor. A US Navy só usa aeronaves biposto para FAC(A). A distância forçava o uso do F-14 que estava bem equipado para realizar as missões de FAC(A) e foi usado para missões TST. Os FAC(A) voam com Ala para proteção que podia ser um F-14 ou F/A-18. Se o FAC(A) desce a 15 mil pés o Ala olha ao redor dando cobertura enquanto o FAC(A) foca a atenção no alvo.

O F-14 era ótimo para FAC(A) e mostrou também ser bom para missões menos especializadas de Strike Coordination And Reconnaissance - SCAR. A maioria das missões dos FAC(A) foi até de SCAR que não precisa de FAC(A) qualificado. Eram quatro tripulações FAC(A) por esquadrão (piloto e RIO) nos esquadrões da US Navy. Eram tão importantes que os kill box sem FAC(A) eram logo fechados quando saiam para o REVO.

Nas missões SCAR os FAC(A) faziam identificação positiva do alvo (PID) para os Hornet atacarem apoiando com o casulo LTS. Sem o LTS os Hornet teriam que voar mais baixo para identificação positiva com o Nite hawk menos potente. O Tomcat também tinha um bom display com tela grande para melhorar a definição. A designação FAC(A) é usada apenas quando as tropas estão em contato e controlando caças. Para SCAR é usado mais tática de kill box sendo controlado por um AWACS dizendo para qual kill box ir. Na SCAR eram enviados um par de F-14 e um Prowler sendo ajudados por dois ou quatro caças que pode ser os F-14, F/A-8, F-15E ou F-16.

Os F-14 atuando como FAC(A) eram equipados com quatro bombas GBU-12 (chamado de "quadbomber") e as escoltas com duas GBU-16 (dualbomber). Cinco aeronaves em cada esquadrão eram designadas para atuar como plataforma FAC(A). Os dedicados para ataque eram sempre armados com duas bombas. Mais para o fim das operações os F-14 passaram a levar duas bombas burras e duas Paveway para poder alijar as bombas burras e poder pousar nos NAes. Passaram a usar bombas burras para reconhecimento pelo fogo e marcar alvos para as Paveway.

Um FAC(A) apoiou o disparo de 16 mísseis Maverick Laser e algumas Paveway. Foram tantos ataques que esqueceu que não disparou um das quatro GBU-12 que levava. Os FAC(A) gostavam dos Maverick Laser pois podiam ver facilmente o disparo, os Hornet logo iam embora, e podiam mudar de alvo rapidamente com o míssil ainda em vôo pois sempre atingia o alvo com grande precisão. As Paveway não tinham toda esta flexibilidade.

A maioria dos esquadrões do USMC não se importavam de ter suas bombas designadas por outras aeronaves. Já a maioria dos pilotos da US Navy queria sempre designar suas próprias bombas. Alguns pilotos acham inaceitável outro piloto apontar suas próprias armas. Os pilotos dos Marines sempre levavam um rastreador laser LST para apoiar a missão.  

No dia 5 de novembro um F-14 disparou o canhão contra um alvo em terra em Mazar-e-Sharif pela primeira vez. Atacaram alvos e voltavam para base quando a posição das Forças Especiais foi atacada por tropas a cavalos e veículos. Os F-14 voltaram e pediram autorização para mergulhar. Logo descarregaram os canhões permitindo a retração das tropas.

Na batalha de Tarin Kowt um F-14 atuando como FAC(A) controlou 30 ataques de bombas Paveway, Mk83 e canhão. O FAC(A) teve que metralhar pois os caças estavam 10 minutos de distância e já tinha disparado as próprias bombas. As aeronaves REVO se aproximaram para auxiliar. Uma equipe das Forças especiais estava ameaçada por cerca de 40 veículos indo para a cidade e o apoio aéreo as salvou.

Um AC-130 também marcou um alvo com tiro de fumaça de 105mm para caças atacarem uma entrada de caverna. Fez isso a distância do local. As tropas saíram da caverna como formigas e foram atacadas depois com bombas guiadas a laser controladas pelo F-14 FAC(A).

Depois do fim da operação em terra e rendição do Talibã os Tomcat passaram a usar o casulo LTS para acompanhar as Forças Especiais "limpando" as cidades.

O conflito no Afeganistão foi a primeira vez que os B-52H realizaram missões de CAS atuando junto com os FAC em terra. Na primeira missão de CAS dos B-52 era um ataque em massa e fez várias passadas com alvos múltiplos. Nos dois primeiros dias foram seis saídas de B-52 e seis de B-1B. Depois foram quatro saídas sustentadas de cada aeronave. No fim de outubro chegaram mais dois B-52H e o número de saídas chegou a 10 por dia apoiando as missões de XCAS (on-call CAS). O armamento era 12 bombas JDAM ou 16 WMCD externamente e 27 Mk-82 internamente. Os alvos eram passados por comunicação por satélite. Primeiro atacavam alvos pré-planejados e depois os alvos de oportunidade. 

Os bombardeiros saiam da base de Diego Garcia no oceano Índico para voar por 5 horas sobre o Afeganistão sem alvo pré-determinado. Os alvos eram passados pelo FAC por satélite para o CAOC e depois para o B-52. O Predator passou a posição de alguns alvos. No local usavam o rádio ARC-210 para falar com o FAC em terra. Em missões que voavam acima do FAC tinham que voar 30 milhas e voltar 180 graus para poder disparar as JDAM.

Sem muitos alvos os F-15E tiveram que fazer mais CAS. Operavam junto com F-16 que tinham rádio UHF para falar com ATC. Falam com AWACS e TACP na frequência VHF. Ficavam em órbitas diferentes, mas usavam o mesmo REVO. Em semanas os alvos fixos acabaram e passou a concentrar em alvos de oportunidade.

As GBU-12 eram as armas preferidas para CAS por ser barata e não caia antes do alvo como as outras Paveway maiores. O dano colateral era menor causando menos problema se falhar no guiamento. O laser do TACP designando alvos tinha que ser sincronizado com a frequência do sensor laser das bombas. Exemplo de códigos eram 1511, 1522, 1533 e 1544. O F-15E podia levar nove GBU-12 normalmente. Em uma ocasião um F-15E atacou um comboio em uma ponte com o canhão Vulcan pois precisavam da ponte intacta.

Os pilotos dizem que nunca iluminados por radar e nunca alijaram os tanque externos, tática comum em manobras evasivas. Se tentavam atacar com SA-7 era sempre fora do alcance a mais de 2.500 metros, mas quem disparava acabava sendo atacado.

Os F-15E fizeram reconhecimento nos vales com o casulo LANTIRN apoiando os TACP em terra. As operações de CAS noturnas eram frequente pois o TAQ achava seguro atacar a noite. A missão mais longa durou 15 horas com 12 reabastecimentos em voo. Cada revo permitia 60-90 minutos na estação. As saídas duravam em média 6 a 9 horas.

Para atacar inimigos entrincheirados as bombas de 900 kg não eram suficientes. Então atacavam as fortificações com espoleta airburst para deixar os inimigos surdos, sangrando os ouvidos, narizes e olhos, e tão abalados que logo saiam dos abrigos. Depois chamavam um novo ataque para atacar as tropas espalhadas.

OEF

Quando o Talibã se recusou a entregar o líder terrorista Osama Bin Laden e destruir os campos terrorista a guerra no Afeganistão se tornou certa. Logo foi sugerido bombardear o país para a idade da pedra, mas seria uma vingança vazia. Os afegão já eram uma civilização atrasada e não sofreriam tanto. Uma invasão convencional por terra logo parecia ser a melhor opção. O problema era o histórico de invasões na região com todos os invasores sendo derrotados. As memórias do Afeganistão soviético e do Vietnã logo colocaram a proposta em estudos.

Passaram a estudar o uso de tribos e coalizões rebeldes ao Talibã como a Aliança do Norte. O plano era ajudar o inimigos do Talibã a derrubá-los. O plano seria executado por equipes de Forças Especiais. As equipes de Forças Especiais tiveram muito pouco tempo para treinar e se  preparar para a missão. O objetivo era fazer uma inserção de helicópteros, contatarem forças locais, coordenar as atividades em uma série de ofensivas e levar o Poder Aéreo até as forças inimigas, e mudar o governo local. Atingiram todos os objetivos e bem mais rápido que o esperado.

Os lideres locais a serem contatados eram Abdur Rashid Dostum, Mullah Daoud e Fahim Khan. Cada um seria uma base para outras operações antes do inverno chegar. Para evitar favorecer as equipes ODA (A-Team) foram divididas igualmente entre as facções pois também eram rivais. Algumas equipes tinham que esperar a inserção de outras para evitar discórdia.

Primeiro as equipes ODA seriam inseridas nas áreas de Mazar-e Sharif e Bagram-Cabul seguida das regiões de Konduz e Taloqan. Depois iriam para Kandahar que era o centro do governo Talibã. Depois focariam nas montanhas de Tora Bora. Era esperado espalhar inimigo cada vez mais pelo país.

No dia 7 de outubro foram iniciados os ataques aéreos, mas os planos não foram revelados. Era a "fase aérea" tradicional de uma campanha para conquistar a superioridade aérea e degradar as defesas inimigas e o sistema de Comando & Controle para ajudar a "fase dois". Depois foi anunciado a presença de equipes de Forças Especiais em terra, mas nada de tropas se deslocando ou preparando a invasão. Parecia que estavam querendo vencer a guerra pelo ar com a demora dos ataques aéreos.

O objetivo inicial era conseguir bases operacionais fora do pais e próximo o suficiente para infiltrar as equipes. A limitação foi de bases locais. No Irã não seria possível e o Paquistão não aceitou. O Uzbequistão tinha bases inadequadas. O resultado foi a necessidade de muito apoio de reabastecimento aéreo. As aeronaves embarcadas realizavam 3-4 reabastecimentos em vôo e mesmo assim com pouco tempo para operarem no Afeganistão. Os países vizinhos gostaram da reação americana pois todos estavam tendo problemas com as ameaças terroristas.

No fim de outubro e iniciou de novembro começou a entrada de muitas equipes de Forças Especiais. Entre elas havia membros dos SOF TACP. No Afeganistão um SOF T ACP foi adicionado em cada equipe de 12 tropas das Forças Especiais (Destacamento A). Estes FAC terrestres controlaram 85% dos ataques aéreos na operação Enduring Freedom. Os SOF TACP era um programa iniciado em 1994 para dar treinamento de Operações Especiais para as equipes de TACP poderem atuar junto com outras Forças de Operações Especiais. Fariam apoio as missões de CAS de emergência e no Afeganistão teria a função de ligar com as tropas aliadas, chegar próximo do inimigo e chamar ataque aéreo.

As armas das equipes de Forças Especiais eram leves e a principal arma era o CAS. As equipes de Forças Especiais tinham treinamento para chamar CAS, mas os SOF TACP eram especialistas no assunto. Os SOF TACP também podem estabelecer zona de pouso e controlar trafego aéreo.

Os SOF TACT existiam a sete anos, mas a função principal era treinar outras Forças Especiais a chamar CAS e não para apoiar as missões das Forças Especiais. Na Operação Enduring Freedom tiveram que apoiar. As forças especiais da USAF eram mais para apoiar e tecnicamente orientados. Podem infiltrar na área do alvo com mesmas técnicas como HALO e assalto de helicópteros, mas não tem treinamento cultural.

Na OEF as tropas em terra foram usadas para apoiar as operações aéreas e não o contrário, com as forças no ar apoiando as operações em terra.  Atuando bem próximos do inimigo diminuiriam o risco de dano colateral e facilitaria a avaliação de danos de batalha. Evitaria fogo amigo conhecendo as posições amigas evitando problemas políticos. Fariam reconhecimento das posições de tropas mais fortes.

A fase de ataques estratégicos foi bem rápida e logo a campanha virou a guerra dos FAC (Forward Air Controller - controlador aéreo avançado). As Forças de Operações Especiais da USAF não são "puxadores de gatilho" como os das outras forças. Trabalham mais escondidos, abaixo do radar, como os Pararescueman, Meteorologistas de combate e Controladores Aéreos de Combate (CTT).

Atuando junto com a Aliança do Norte as Forças Especiais forçavam o inimigo a revelar sua localização pela força e eram forçadas a manobrar, acabavam se expondo em lugar aberto. A tarefa da força de manobra passou a ser encontrar o inimigo, localizar e encontrar os pontos mais vulneráveis, observar, separar civis de militares que escondiam o alvo real. O Talibã foi logo foi colocado na defensiva. Ao se movimentarem ou dispararem suas armas, as posições eram destruídas após serem identificadas.

Foi uma repetição do conceito de operação soviética de sistema de reconhecimento e ataque. Este novo conceito suplementa e até substituia as teorias militares tradicionais que enfatizam o controle do terreno como sendo o nível mais crítico na guerra. O elemento chave não seria a plataforma ou localização física, mas a capacidade de obter informações do alvo e passar para os meios de ataque de precisão.

Os SOF TACP infiltravam na região, detectava alvos e controlavam os ataques. Sabiam as capacidades dos mísseis SAM, treinaram para apoiar missões de apoio aéreo e sabiam escolher as armas para cada alvo. Os SOF TACP se moviam entre vários postos de observação furtivamente e contatavam os alvos. Os alvos eram comboios, concentrações de tropas, centros de comando e posições artilharia antiaérea. Usavam designadores lasers portáteis e determinavam as coordenadas dos alvos com auxilio do GPS.

Depois faziam um plano de ataque e toda noite preparavam uma lista de 5 a 20 alvos sugeridos e transmitidos para o centro de comando. Quase todos eram aceitos. Também podiam receber coordenadas de alvos para conferir. Um FAC cita ter indicado cerca de 500 alvos durante a operação.

Ouvindo os membros do TAQ conversando no rádio podiam saber a efetividade das munições guiadas. As transmissões mostravam que nem sabiam o que estava acontecendo. A reação do inimigo foi se esconderam mais, criarem alvos falsos e bem camuflados.

Os SOF TACP se moviam a cavalo e os suprimentos eram limitados. Usavam laptop para upload e download dos dados de inteligência. O GPS era crucial. Com muitos eletrônicos tiveram que usar muitas baterias. As vezes indicavam as coordenadas dos alvos logo após receberem os suprimentos de baterias por pára-quedas. A coordenação geral não foi considerada boa.

A capacidade dos SOF TACP das Forças Especiais variava de local. Em Kandahar eram considerados bons e em Mazar-e-Sharif e Bagran eram considerados ruins. Descrevia o alvo como viam em terra, demorando muito, ao invés de imaginar como seria do alto. O problema era a demora e a autonomia das aeronaves. Os Hornet sofria mais. Os FAC(A) nos Tomcat tomavam a frente e chamavam os Hornet do REVO quando estava tudo resolvido. O problema se devia mais a presença das Forças Especiais que também realizavam a função de controlador aéreo pois os SOF TACP eram poucos e não podiam estar em todos os lugares ou atuar o tempo todo. As Forças Especiais não usavam muita terminologia técnica. Era na base do "ei, precisamos de bombas aqui".

Forças Especiais

O Comando Central Americano (CENTCOM) tinha quatro Forças Tarefas (TF) principais no local: a CJSOF, Mountain, CT e Civil. A Combined Joint SOF (CJSOF) era formada pela TF Dagger no norte, TF K-BAR no sul e a TF Sword.

A TF Dagger (apelido da Joint Special Operations Task Force North) era formado com pessoal do 5th Special Forces Group (Airborne) apoiada por aeronaves do 160 SOAR. A função era inser equipes ODA no norte atuando com a Aliança do Norte. Eram apoiados por JTAC/CTT e atuavam com agentes da CIA já no local. Algumas equipes faziam Ação Direta e outras eram apoiadas pelos Parajumper (PJ). As tropas de reação rápida (QRF - Quick Reaction Force) eram tropas da 10 Divisão de Montanha baseadas em Karshi Kandabad. A TF Dagger foi a responsável pelas operações iniciais no Afeganistão.

A TF K-Bar era formado pelos Seal Team 2, 3 e 8 e por equipes do 3 SFG. Os pelotões com 16 Seals faziam Ação Direta e SSE. Com quatro homens faziam Reconhecimento Especial (SR). Também atuavam com o KSK alemão, JTF-2 do Canadá e NZSAS da Nova Zelândia. A TF chegou a ter 2.700 tropas. A TF K-Bar cobria a região sul focando na destruição do al Qaeda no local. Eram apoiados por outras aeronaves incluindo NAes. A infantaria foi adicionada com a TF 58 do USMC. As equipes CSAR eram formadas por dois MH-53, duas equipes de PJ, uma QRF com um pelotão de SEALS e uma equipe CTT.

A TF Sword era uma força hunter-killer contra alvos de alto valor (HVT) do al Qaeda e Talibã. Foi estruturada ao redor do DEVGRU, Combat Aplicaton Group (Delta) e SMU (Special Mission Unit) sendo apoiados por Rangers e pelas informações da Grey Fox, NSA e CIA. Os Deltas eram chamados sempre de TF Green, os Rangers de TF Red, o DEVGRU de TF Blue, o Grey Rox de TF Orange e o SOAR de TF Brown. O DEVGRU eram o Seal Team 6 que passou a ter capacidade contra-terrorismo. O Grey Fox era uma unidade de inteligência mais secreta apoiando o SMU com IMINT, SIGINT e ELINT. O SBS era uma unidade estrangeira do TF Sword.

A TF Mountain era formada pela TF 64 do SARS, TF 58 com o15th MEU e que depois foi substituído pela TF Rakkasan com tropas da 101 Divisão Aeromóvel e 10 Divisão de Montanha, e pela TF Jacana com 1.700 tropas dos 45 Commando britânico.

A TF Bowie era mais focada em missões de inteligência com um centro de interrogatório em Bagram. Atuava com outras equipes e com a TF Sword, formando a equipe AFO (Advance Force Operations), preparando o campo de batalha com reconhecimento e inteligência, como futuramente na operação Anaconda.

A primeira equipe americana a ir para o Afeganistão foi equipe Jawbreaker da CIA entrando no país 15 dias após 11 de setembro. Oito membros da SAD (Special Activities Division) saíram do Cazaquistão até o vale de Panjshir em um Mi-17 da CIA no dia 26 de setembro de madrugada. Contataram os comandantes locais para preparar listas de suprimentos, armas e comunicações para equipar suas tropas.

A função da CIA era criar uma rede de comunicações para coletar inteligência. Outras funções era facilitar a inserção de outras equipes de Forças Especiais designando zonas de pouso, preparar locais de moradia, avaliar alvos para ataque aéreo, iniciar uma capacidade CSAR local e fazer avaliação de danos de batalha. Logo criaram um centro de operações e comunicações. Iniciaram a coleta de informações com apoio de GPS para mapear as posições amigas e inimigas.

Os agentes da CIA adaptaram uma pista de pouso para receber aeronaves maiores e prepararam o terreno para a entrada de novas equipes ODA. Tinham até sua própria força aérea com dois helicópteros Mi-17 e dois An-32. Eram modelos já conhecidos no local e chamariam menos atenção. Os caças foram proibidos de engajar helicópteros por isso. Mesmo assim foram quase engajados em algumas ocasiões.


A CIA mantinha contato com a Aliança do Norte durante anos ajudando na campanha contra os Talibãs.
Pensavam que se pudessem derrotar o Talibã no norte, o sul iria seguir os americanos. Primeiro tinham que entrar em acordo com os líderes locais.
Levaram o equivalente a três milhões de dólares em dinheiro local para comprar apoio. O primeiro líder contatado logo recebeu US$ 500 mil dólares e a promessa de receber muito mais.

Os planos iniciais se baseavam na inserção de 200 operadores das Forças Especiais das equipes ODA (A-Team) para iniciar e manter o avanço junto com a guerrilha local. As Forças Especiais tinham que criar inicialmente uma relação com as tropas em terra e precisaram de dinheiro para isso pois logo viram que estavam lidando mais com mercenários do que com soldados. As primeiras equipes da TF Dagger foram inseridas após duas semanas de ataques aéreos. A ODA 555 em Bagram e a ODA 595 em Dari-a-Souf.

Frente em Mazar-e Sharif

A primeira cidade a cair no Afeganistão foi Mazar-e Sharif no norte. O objetivo era tomar as bases aéreas locais para apoiar as missões de ressuprimento, reforço e futuras operações. No norte a ODA 595 de 12 homens era comandada pelo Capitão Nash e ligaram com a equipe Jawbreaker da CIA. Atuariam na região ao redor de Mazar-e Sharif, no vale Dari-a-Souf, 110km ao sul da cidade, atuando com as tropas do General Dostum e seus dois mil homens. A inserção foi realizada na noite do dia 19 de outubro em mau tempo e a escolta de dois AH-60 DAP tiveram que voltar. O vôo durou duas horas, incluindo reabastecimento em vôo, em mau tempo, no meio das montanhas, por um MH-47 do SOAR.

Os membros da equipe ODA 595 logo inciaram a avaliação da situação preparando uma ofensiva. A base onde ficaram logo foi defendida por 30 tropas locais. Dostum andava com mais 20 seguranças. A equipe 595 logo se separou em dois times. Com as forças amigas e inimigas muito dispersas tinham que se dividir formando as equipes Alfa e Bravo. Uma equipe ficou para preparar a base e outra foi fazer reconhecimento. A equipe Alfa foi com Dostum e a Bravo cobria a área ao redor vale Dari-a-Souf cortando possíveis reforços.

A Alfa foi até a frente de batalha. A mobilidade foi fornecida pelas forças locais incluindo mulas e cavalos. No terreno local era o melhor meio para se moverem e não tinham treino adequado. A equipe Alpha foi até o norte nas montanhas em Keshendeh Bala com Dostum para atacar Mazar-e Sharif. Por duas semanas avaliaram e direcionaram ataques aéreos contra o TAQ (Talibã e Al Qaeda).

A equipe Bravo, também se moveu com cavalos e evitou que forças locais fossem para o norte para reforçar a cidade atuando até 7 de novembro no sul nas montanhas de Alma Tak para atacar no vale de Darya Suf. A dificuldade do terreno montanhoso evitou levaram qualquer tipo de veículo e mesmo os helicópteros não podiam voar alto carregados.

O comandante americano propôs iniciar logo o bombardeiro aéreo, mas Dostum não queria deixar os americanos se aproximarem a menos de 8km da frente por ter medo de perder o apoio americano se sofrerem baixas. Tiveram que chamar CAS  a mais de 8km do alvo. Destruíram cerca de 65 veículos, 12 postos de comando e vários bunkers de munição.

Em um posto de observação nas cidades de Cobaki e Oimatan inciaram as chamadas de CAS. No dia 20 de outubro a ODA 595 guiou a primeira JDAM disparada por um B-52H. A JDAM foi projetada para atacar alvos estratégicos, mas logo foi usadas para CAS sem ter sido planejada para isso.

Em 18 horas destruíram 12 blindados e 12 veículos. A resposta do Talibã foi reforçar suas tropas levando reservas para o local, mas se tornaram novos alvos. Já no primeiro ataque Dostum ficou impressionado com capacidade do SOF TACP fazer uma aeronave aparecer e lançar bombas com precisão. Para melhorar a pontaria os americanos pediram para se aproximar mais dos alvos. No dia 5 de novembro já convenceram Dostum e foram para frente de batalha.

No inicio atacariam a 12 km do alvo e era possível, mas com muito risco de dano colateral. As Forças Especiais tinham que se aproximar e o objetivo era chegar a 1 km do alvo e encontrar primeiro os Postos de Comando. Avançaram por um leito de rio para evitar os campos minados. A área era populosa devido ao rio. Depois de anos de combate o Talibã tinha vários bunker para defender suas posições.

Chegando a Omulton, a equipe ODA fez reconhecimento por três dias até encontrar os Postos de Comando. Os Mulá Fazil e Rezat eram dois alvos e estariam nos bunker a noite. Foram seis JDAM disparada contra o complexo de bunker disparadas por um B-52, da era Vietnã, contra um alvo não convencional. O ataque matou Mulá Rezat, secretario de defesa, e 150 de suas tropas. As tropas de Dostum invadiram o local e pegaram um dos chefes que falou pelo rádio para suas tropas se renderem e que os americanos estavam no local. Em duas horas se renderem e tomaram a cidade de Bai Beche. Logo tomaram cidade a frente e em sete dias estavam em Mazar-e Sharif.

A equipe ODA 595 reforçada pelos SOF TACP era pequena e podia ser atacada. Eram dependentes do Poder Aéreo para se defender e foi o que aconteceu em uma ocasião. Um F/A-18 chegou e fez o inimigo fugir. Depois um B-52 atacou as posições inimigas e puderam voltar para o local de reconhecimento. Os bombardeiros voltaram para atacar os bunkers com as JDAM.

No dia 6 de novembro um contra-ataque que quase tomou a posição de três membros da ODA 595. Foram salvos pelo CAS. Próximo da cidade um desfiladeiro entre a estrada barrava o avanço. Um blindado e dois canhões defendiam a passagem. Os TACP pediram CAS e logo um par de F/A-18 chegaram metralhando o local e atacando com bombas JDAM destruindo as armas e bunkers. Ao ver um coluna de veículos avançando depois do ataque o TACP enviou a posição de um "bomber box" para um B-52 disparar 27 bombas Mk82. Cinco caminhões foram destruídos e o inimigo recuou seguido das tropas de Dostum avançando.


No dia 5 de novembro o avanço ODA 595 parou na cidade de Bai Beche. A falta de coordenação fez o ataque de cavalaria avançar antes do ataque das JDAM. Pouco após quatro JDAM caírem no meio da posição inimiga os cavalos chegaram e atravessaram a fumaça. O inimigo se rendeu logo depois devido ao efeito das JDAM e ao verem inimigos na sua retaguarda.

Com os sucessos iniciais dos ataques aéreos Dostum pode avançar até o noroeste no vale Balkh. Os suprimentos ainda eram limitados para sustentar uma ofensiva e o avanço era difícil. Os suprimentos eram enviados por aeronaves da USAF incluindo comida de cavalo.

A cidade de Qala Jangi na periferia de Mazar-e Sharif era o próximo alvo. Na cidade souberam que havia 600 tropas do Talibã na escola feminina de Sultan Razzia. Era um prédio de três andares no centro da cidade em uma área populosa. As tropas do TAQ tinham a intenção de não se render e lutariam até a morte. Um dos comandantes de Dostum morou na cidade e decidiu levar o SOF TACP até próximo do local para ver melhor o alvo. Foram cinco homens em uma pick-up sem serem molestados. Do teto do prédio de cinco andares onde estavam dava para ver o alvo. O TACP usou um binóculos e o SOFLAM para examinar o alvo. Os mapas disponíveis não permitiam determinar as coordenadas para disparar as JDAM e não tinham um local na cidade com coordenadas conhecidas. O alvo era importante e estava em um local com risco de danos colaterais exigindo dados precisos.

Ao pedir ataque aéreo logo chegaram dois F/A-18 com bombas JDAM e pediram para marcar o alvo com laser para determinarem coordenadas. O Hornet não conseguiram ver o laser e o SOF TACP teve que direcionar os pilotos visualmente até o alvo. A presença das aeronaves logo alertou o Talibã que parecia saber que aeronaves acima significavam tropas inimigas próximas. O primeiro Hornet atingiu em cheio e o egundo não conseguiu disparar com as bombas ficando presas. O SOF TACP estava a 340 metros do alvo que virou um ninho de vespas enfurecidas. O primeiro caça disparou suas três últimas bombas de uma vez só e o alvo foi nivelado. Depois só encontraram 80 sobreviventes que fugiram pelas casas ao redor e foram atacados pela população com apenas 13 sobrevivendo. Depois as tropas de Dostum tomaram a cidade e só fizeram missões de busca ao redor sem precisar de CAS.

No dia 3 de novembro a ODA 595 foi reforçada com a chegada de um elemento de Comando ODC 53 com um Coronel e outras sete tropas para ligar com Dostum. No dia 4 de novembro a equipe ODA 534 chegou em Darya-e Balk, 40 km a oeste de Darya Suf, e ligou com as forças de Mohammed Atta.

A equipe ODC coordenaria o avanço dos comandantes Dostum, Mohammed Atta e Mohaqqeq. O objetivo final era cercar Mazar-e Sharif. Cada comandante recebeu um telefone Inmarsat para falar com os outros comandantes e Coronel. O Coronel também tinha uma linha direta com as equipes ODA que apoiavam cada comandante.

As três equipes (ODA 595 e 534 e ODC 53) trabalharam muito ajudando as tropas da Aliança do Norte apesar das três facções rivais concordarem em cooperar e aceitaram o comando de Dostum. Todas as facções não tinham experiência na condução de ofensivas de larga escala tendo apenas experiência em ações de pequenas unidades.

Sem uniformes para distinguir as forças e evitar fogo amigo a tarefa foi dada para as equipes ODA que se dividiram em células de três homens para apoiar o máximo de comandantes em terra e informar sobre o progresso da batalha.

No dia 9 de novembro as tropas da Aliança do Norte já estavam no passo de Tangi 40 km ao sul de Mazar-e Sharif sendo o último obstáculo natural até a cidade e o último ponto de resistência do TAQ até a cidade. A ODA criou um Posto de Observação no local e engajaram as defesa no norte do passo. O inimigo acabou retraindo para Mazar-e Sharif depois de entrar em colapso devido aos ataques e abandonaram suas trincheiras. Logo as informações da derrota chegavam a Mazar-e Sharif  e várias tropas do TAQ fugiram para Konduz. A rota de fuga já estava cordada por outras equipes ODA.

O ataque a Mazar-e Sharif foi realizado em conjunto com as equipes ODA 534 e 555. O ataque iniciou no dia 9 de novembro contra os arredores nas estradas. No dia 10 de novembro a ODA 555 chamou 25 ataques matando 2.200 tropas e destruindo 29 blindados e seis postos de comando.

No dia 10 de novembro a cidade foi tomada. Foi a primeira vitória americana e aumentou o moral das tropas. A cidade foi usada como ponto forte e base aérea no local. A queda da cidade mostrou que guerra seria curta.

A estratégia americana mostrou ser correta ao misturar equipes de Forças Especiais com os SOF TACP e forças locais. As novas tecnologias também mostraram importante como as JDAM, os rádios por satélites e apontadores e designadores laser. O reconhecimento também melhorou como o uso de UAVs. As operações de SIGINT (reconhecimento eletrônico) ajudou na localização da posição de rádios e determinar a ordem de batalha inimiga.

Outras equipes ODA foram inseridas depois do sucesso inicial. No dia 23 de outubro a ODA 585 foi inserida próxima a Konduz, no dia 2 de novembro a ODA 553 foi inserida em Bamian, e a ODA 534 no vale Dari-a-Balck, com todas atuando com chefes tribais no local. As ODA 586 e 594 entraram no dia 8 de novembro em Konduz e Panjshir para operar coordenados com a ODA 555.

A Operação Enduring Freedom não seria uma guerra convencional. Foram usadas 27 equipes de Forças Especiais para facilitar a comunicação contatando 27 tribos diferentes. Todos teriam que ser coordenados juntos, sem uma frente de combate facilmente distinguível. Algumas facções eram inimigas e as Forças Especiais tinha que manter olho no Talibã e as vezes em outras facções do lado.


As equipes ODA atuaram inicialmente em cinco locais. Depois da queda do Talibã os combates foram concentrados em Tora Bora e no Vale Shai Kowt.


Membros da ODA 555 se movendo em burros. Tiveram que pedir celas civis para substituir as de madeiro usadas no local. As equipes ODA tinham três missões no afeganistão: sincronizar as forças desorganizadas de várias etnias, iniciar a resistência no norte e no sul; e designar alvos para os caças. A ODA era comandanta por um capitão e outro oficial atuava como segundo no comando. Os outros operadores eram sargentos. A ODA primeiro treinava as tropas locais com capacidade defensiva e depois para terem capacidade ofensiva.


Equipe ODA atuando a oeste de Konduz em novembro de 2001.

O conceito operacional criado tinha três peças. Uma peça eram as equipes de Forças Especiais procurando alvos para a lista da campanha estratégica. Os alvos eram centros de comunicações, centros de comando, logística e bases militares. Não era o esforço principal ou seria como criar um buraco dentro buraco pois o país já estava devastado pelos conflitos anteriores. A segunda peça era ligar as Forças Especiais com as facções no local. Os SOF TACP e as Forças Especiais tinham as habilidades juntas para isso. Uma ligava com as facções e a outra controlava as operações de CAS.

A Aliança Norte estava combatendo o Talibã há anos e geralmente com empate e qualquer aumento de poder levaria a vitória. Durante a Guerra Civil anterior os combates eram no estilo da guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial. As posições do Talibã ficavam de um lado, sendo bem marcadas nas montanhas, e a da Aliança do Norte no outro lado. A frente no norte mudava constantemente devido aos líderes grupais mudando de lado e não devido aos combates.

O uso do Poder Aéreo levou a novas situações com as tropas do TAQ tendo que se dispersar para sobreviver. Dispersas ficavam mais vulneráveis em terra, e novamente vulnerável ao Poder Aéreo. O resultado foi inimigo ficar no dilema de se concentrava para enfrentar ou dispersavam. O resultado final foi não precisarem do deslocamento de forças convencional para vencer o TAQ.

A terceira peça era o conceito "SOF-CAS" com as equipes checando as áreas de atividade inimigas, chamado de "chutando o anthill". Com muitos civis e aliados no meio era difícil identificar as tropas inimigas. Se tinha intenção ou ação hostil, ai sim eram engajadas pelo ar.

As tropas da Aliança do Norte protegiam, transportavam e alimentavam as equipes americanas. Na execução da missão eram as Forças Especiais que davam proteção chamando CAS. As Forças Especiais iam para uma posição avançada e bombardeavam o inimigo até se renderem. As baixas amigas foram bem leves.

Em terra as Forças Especiais eram uma boa equipe de luta. Em caso de contato com o inimigo a tática principal era "disengajament and evasion". Se o inimigo for mais forte ainda podiam chamar CAS em emergência (XCAS). O pior cenário foi ao norte de Konduz. A vila de Barouc estava com o Talibã concentrado no local. Eram quase mil guerrilheiros fugindo de Konduz após os ataques na cidade. Estavam atacando a população local e uma equipe de Forças Especiais foi enviada, talvez para atacar o perímetro. Eram cinco homens com dois americanos e três membros da Aliança do Norte. A equipe tinha uma boa rota de fuga. Após os primeiros ataques as tropas do Talibã se dispersaram e foram procurar quem estava designado alvos. A equipe logo chamou XCAS. Estavam a três km de distância do inimigo. O vale afunilaria as tropas que eram mais de 100, e os B-52 enviados atacaria em 30 minutos. O TACP passou os limites do "box" para atacar e logo estavam sendo atacados do lado e cortados na rota de fuga. Quando as bombas caíram puderam fugir e nem voltaram para ver o resultado.

A capacidade de guerra não convencional das ODA mostrou ser decisiva. As Forças Especiais tiveram que organizar, treinar, dar apoio logístico e até moral para as tropas locais. O moral era importante pois os afegãos só tinha lealdade ao grupo local ou étnico. Os afegãos já tinham um passado de se juntar e depois se digladiarem. Todos desconfiavam de Dostum.

Não havia uma organização local com os comandantes locais podendo mudar de lado frequentemente. Geralmente iam para o lado com maiores chances de vencer. As vezes não funcionava como aconteceu em Akopruk com os afegãos mudando de lado no meio da luta e depois atacando os novos amigos.

Durante a batalha final em Mazar-e Sharif Dostum os aliados americanos se comunicada com amigos e inimigos com um telefone por satélite marítimo internacional com energia fornecida por carros ou painéis solares. Era uma tradição local negociar com o inimigo. Podiam conseguir até a lealdade e que mudassem de lado. No Afeganistão é considerado honroso esperar um soldado rendido abdicar da condição e mudar de lealdade. Os estrangeiros não mudavam de lado então os afegãos passaram a matar árabes e paquistaneses após mudarem de lado. Homens bombas no meio mataram vários aliados.

O treinamento das tropas afegãs foi importante. Não tinham capacidade nem para ler mapas. Até as tropas que pareciam mais organizadas não tinham treino adequado. Os equipamentos e munição também eram inadequados. Mesmo assim foram poucos dias para treinar e organizar. Se possível primeiro davam treinamento em táticas defensivas e depois em táticas ofensivas. As equipes ODA geralmente chegavam e iam logo para a frente de batalha.

Talocan

Após a queda de Mazar-e Sharif as tropas sobreviventes fugiram para Konduz se tornando o último ponto forte no norte. O General Muhammad Daud comandava as tropas da Aliança do Norte no local e logo foram contatados pela equipe ODA 586 em 8 de novembro. A equipe ODA foi levada para o local em um Mi-8 Hip da CIA. Junto com as tropas de Daud atacariam Konduz pelo sudeste em direção a Talocan.

A equipe entrou em contato com as forças locais para apoiar com conselhos ajudando na parte terrestre da guerra. O General Daud não aceitou a ajuda dizendo que podiam dar conta do TAQ sozinho, mesmo sem ataque aéreo, com o machismo típico do local. Na manhã seguinte ao contato os membros da ODA 586 foram levados ao fronte. Logo viram que estavam iniciando uma ofensiva e não foram avisados. Os T-55 de Daud estavam sendo atingidos por blindados inimigos do outro lado e pediram ajuda. O SOF TACP (Texas 11) chamou o ASOC para pedir CAS. Como não sabiam da ofensiva de Daud não havia saídas planejadas. A saída demoraria cerca de 4 horas para chegar ou pelo amanhecer. As tropas quebraram contato antes.

Na manhã seguinte outra ofensiva foi realizada e novamente Daud não aceitou ajuda. O SOF TACP disse que as aeronaves viriam assim mesmo e eles evitariam que bombardeassem as tropas amigas. Na estrada para Konduz foram emboscados em uma passagem entre as montanhas. Os veículos logo começaram a voltar. Não podiam sair da estrada devido as minas, mas logo virou o caos e se espalharam no vale. Ao voltarem a Talocan Daud pediu aos americanos para atacar pelo ar as forças que os atacaram.

Daud apontou no mapa onde atacar, mas o SOF TACP tinha que ver o alvo para evitarem baixas civis. Ao chegarem no local viram forças do TAQ se juntando para um contra-ataque. Vieram duas duplas de F/A-18 e causaram um bom estrago. Na segunda dupla o inimigo estava bem espalhado. Logo as tropas puderam avançar até o local da emboscada e novamente Daud mandou bombardear posições no mapa que não podiam ser visualizados. Os SOF TACP subiram uma serra de onde controlaram o ataque no dia anterior e repeliram outro contra-ataque com CAS.

No dia seguinte conseguiram permissão para operar na frente de batalha. Subiram uma montanha e logo foram atacados por uma metralhadora DSHk vindo de baixo e ficaram presos na posição. O SOF TACP logo montou a antena de satélite e chamou o ASOC para pedir CAS imediato. O ASOC mandou chamar KMART (código do CAOC) que enviou um B-52 em 10 minutos.

O SOF TACP atacou com ajuda do B-52 e destruiu a cadeia montanha do outro lado com bombas Mk82 com precisão. A metralhadora silenciou mas as tropas em uma vila próxima continuou atirando e o vale abaixo estava cheio de tropas do TAQ. As tropas inimigas próximas a 350 metros não podiam ser atacadas pelo B-52, mas também não podiam subir sem serem atacadas.  

Logo chegaram caças e foram empilhados, com os bombardeiros ao norte e os caças ao sul. Chegaram vários caças como F-14, F-15E, F/A-18 e mais B-1B, todos ao mesmo tempo. Os ataques aéreos iniciaram as 6:00 da manhã e terminou as 13:30h. O SOF TACP parou devido ao cansaço e a fumaça no vale. Pouco tempo depois um comandante de Daud pegou o rádio e começou a falar. O tradutor ficou agitado e disse que estava conversando com o Talibã que usava a mesma frequência. Estavam querendo trocar os americanos por dinheiro. Nem podiam ter falado que havia americanos no local denunciando a posição. Logo foram atacados por um blindado de um colina do outro lado e os caças demorariam mais de uma hora para voltar, mas o blindado logo ficou sem munição. Chegou um caminhão e trouxe munição, mas logo acabou novamente. Depois chegaram os caças e destruíram o blindado.  

Na volta para Talocan, Daud estava impressionado com a atuação e mudou de atitude. Os SOF TACP passaram a ir na frente e conseguiam toda a ajuda que pedissem. Nos próximos oito dias continuou atacando alvos no mesmo vale de várias posições. Os 12 membros da ODA 586 se dividiram em três equipes. Cada dia uma equipe estaria em posição avançada, uma segundo descansava e o terceiro preparava as operações. Assim podiam manter as ações continuas dia e noite.  

Os dois SOF TACP que operavam com a equipe ODA 586 ajudavam a localizar alvos, determinar as coordenadas, acompanhar e iluminar alvos. A equipe tinha dois designadores e telemetros laser SOFLAM. Determinavam a azimute e distância de duas posições para conferir as coordenadas. Depois conferiam se era onde o alvo estava no mapa onde determinariam a elevação do alvo. Um SOF TACP tinha treinamento de sniper e nas ocasiões que estava cercado matava alguns inimigos com seu fuzil sniper nos intervalos enquanto chamava os ataques aéreos.

No terceiro dia as tropas do Talibã começaram a se render o que ajudou a obter inteligência do inimigo. Conseguiram a localização do Posto de Comando e chamaram um ataque no local no quarto dia. O ataque espalhou as tropas que foram aniquiladas pelos B-52. Com Daud parando sua ofensiva o Talibã conseguiu se entrincheirar e diminuindo os alvos.

A oeste de Konduz o General Dostum estava chegando e teve que se reposicionar. Dostum iniciou uma negociação e a ação parou. Os dois SOF TACP ajudaram com uma "mostra de força” e enviaram a mensagem que a aeronave atacaria.  

No dia 22 de novembro estavam a 2/3 da distância até Konduz com apenas um vale a frente. Daud iniciou uma ofensiva e os alvos logo apareceram. Um B-52 com bombas em cacho iniciou os ataques as tropas em campo aberto. Com a eficiência dos bombardeiros as tropas logo entraram em colapso e Daud pode tomar a cidade. Dostum ainda estava negociando do outro lado quando soube. Konduz caiu após 11 dias de ataques aéreos desmoralizantes até a rendição em 23 de novembro. Contaram a destruição de 12 blindados, 51 caminhões, 44 bunker e vários veículos com cerca de 2 mil baixas. Depois a missão dos SOF TACP foi passar a avaliar pistas de pouso, montar hospital, limpar cavernas e fazer ajuda humanitária.

 

Frente em Cabul

As
cidades passaram a cair em sucessão depois da tomad
a de Mazar-3 Sharif. No dia 13 de novembro Cabul foi capturada com a ajuda da equipe ODA 555 atuando junto com as tropas do General Khan.

Na noite de 19 para 20 de outubro, simultaneamente com a inserção em Mazar-e Sharif, a equipe ODA 555 foi inserida por dois MH-53J cada um levando seis membros. O mau tampo já atrapalhou duas vezes as tentativas de inserção. Os dois MH-53J pousaram no lugar errado e separados várias milhas e por uma pequena montanha na planície de Shamali no vale de Panjshir. Cada soldado levanva 135 kg de carga. Foram recebidos por agentes da CIA, mas não sabiam inicialmente se eram hostis ou amigos.

Estavam 50 milhas ao norte da capital Cabul em uma frente de combate estática por cinco anos. O Talibã não podia penetrar os campos minados na base de Bagram nem atacar o vale de Panjshir. Era o ponto forte do comandante Massoud e agora estavam apoiando o General Fahim Khan e Bismullah Khan.

Logo na manhã seguinte os operadores da ODA 555 estavam procurando alvos para os ataques aéreos ao redor da base aérea de Bagram. Sem ajuda de binóculos já podiam ver mais de 50 alvos como blindados, artilharia, tropas, postos de comando, veículos e bunkers. A equipe avançada reportou para o TACP na torre de Bagram mil metros atrás. Logo pediram equipamento para chamar CAS como binóculos, designador laser e GPS.

O primeiro alvo era uma peça de artilharia antiaérea acima de um posto de comando. A supressão de defesas era a primeira tarefa. A equipe direcionou caças F/A-18 para atacar. As forças do TAQ correram quando o alvo explodiu. Uma hora depois o TAQ respondeu atacando a torre com artilharia, mas os operadores continuaram a designar alvos para CAS por mais sete horas até o fim do dia.

As forças do TAQ tiveram que se espalhar nas trincheiras. Em uma semana, a ODA 555 em Bagram e a ODA 595 em Mazar-e Sharif, tinham toda a USAF e a US Navy para atacar seus alvos. Eram caças F-15E, F/A-18, F-14, B-52, B-1B e AC-130. As tropas do TAQ eram alvos fáceis ao virem de Kabul de caminhão.

No dia primeiro de novembro, os membros da ODA 555 em um prédio a sudeste de Bagram foram atacados. Pediram ajuda pelo rádio e na próxima hora 45 bombas caíram de 300 a 1000 metros ao redor e conseguiram repelir o ataque.

Entre os dias 21 de outubro a 14 de novembro controlaram operações continuas de CAS no local. O Comando & Controle do TAQ foi degradado e perderam centenas de tropas nas trincheiras.

O ataque a cidade foi lançado no dia 13 de novembro e logo perceberam que o inimigo estava bem enfraquecido e foi derrubado rapidamente. Na primeira noite já tinham atingido a maior parte dos objetivos e pela manhã já tinham tomado a cidade sem oposição. Os Pashtum eram uma minoria da população afegã e entrar na capital com uma minoria podia levar a guerra civil. Tentaram formar um governo coalizão antes. As tropas remanescentes do Talibã e Al Qaeda retraíram para Kandarar e Tora Bora.

O trabalho da ODA 555 virou padrão para as tropas inseridas no final de outubro. A ODA 553 foi inserida na região central em Bamin, a ODA 585 em Konduz e a 595 em Dara-e Suf. Por 18 dias estas quatro equipes, mais 15 tropas nível batalhão (equipe ODC), ou 78 operadores no total, eram toda a presença de Forças Especiais no Afeganistão. As equipes se dividiram em equipes menores de três tropas e se contatavam por rádio de satélite.

Frente em Kandahar

Depois do sucesso no norte do Afeganistão o próximo passo era tomar a cidade de Kandahar no sul. O local estava bem distante das tropas da Aliança do Norte e os aliados no local eram da etnia Pashtuns e não Tajik/Usbeks como no norte. Duas equipes ODA foram infiltradas na região pelo norte e pelo sul da cidade.

A equipe ODA 574 foi infiltrada em uma vale de 40x50 milhas chamado Tarin Kout em 14 de novembro junto com o futuro presidente Hamid Karzai, tido como pró ocidental. A infiltração foi feita por quatro helicópteros MH-60K. Um CTT aumentou a capacidade dos dois especialistas em comunicação da equipe.

As forças atacando ao sul em Kandahar não estavam guerreando contra o Talibã e tiveram que ser treinadas, equipadas e organizadas. A equipe ODA logo passou a treinar e equipar as tropas locais. Incluía levar dinheiro que era o lubrificante que precisavam. Tudo era enviado de pára-quedas em termos de horas e não dias depois de pedido. No inicio eram apenas 35 milicianos. Enquanto Karzai liderava as forças exiladas no Paquistão outro líder local chamado Agha Sharzai que atuava contra o Talibã se junto a rebelião após a chegada dos americanos.

Quando a força cresceu para 200 tropas iniciaram o avanço e entraram na cidade no vale em 16 de novembro. Alguns cidadãos de uma pequena vila no vale enforcaram o líder local. O Talibã logo tentou tomar a cidade avançando em veículos. Eram 500 tropas em 80 veículos avançando. Prisioneiros capturados depois citaram que iriam matar alguns cidadãos locais para servir como exemplo. A informação do avanço do TAQ veio a noite e logo prepararam as posições defensivas. O CTT contatou o SOLE para informar do ataque e foi avisado que os caças estariam no ar pela manhã.

Pela manhã os membros da ODA 574 foram para uma colina cobrindo o vale junto com 40 soldados. Logo apareceu o comboio no passo. Contataram um FAC(A) acima ao verem o comboio saindo do passa a 10 milhas a frente da posição. O CTT iluminou um caminhão levando um canhão antiaéreo com o com laser que depois foi atacado por um F/A-18.

Após o primeiro ataque os veículos pararam por alguns segundos e reiniciaram a marcha. Dois designadores laser foram usados para designar os outros alvos. Após cerca de cinco veículos serem destruídos a coluna avançando parou novamente. Neste momento as tropas de segurança viram o tamanho do comboio e fugiram. Os americanos tiveram que ir junto para Tarin Kot. Na cidade pegaram quatro veículos e foram para os limites da cidade nas posições defensivas. Depois foram mais para o sul e viram as tropas do TAQ na serra onde estavam designando alvos anteriormente. Foram para outro pequeno morrote e atacaram a serra a oito milhas de distância.

Os veículos espalhados foram atacados um após o outro. Logo tiveram noticias que a cidade estava sendo atacada do leste. A defesa da cidade era formada por 50 tropas no sul da cidade e outros 50 ficaram de reserva com Karzai. Com o comboio ainda sendo atacado voltaram para o passo. Ao mesmo tempo o TAQ cessou o ataque no leste da cidade. Foram cerca de 30 veículos destruídos no vale. Outros comboios foram interditados e em poucas semanas mais de 30 veículos carregando tropas TAQ foram atacados em outros locais.

No dia 20 de novembro as forças de Karzai chegaram a 800 tropas. Karzai queria tempo para organizar a resistência e usava o telefone para mudar o lado dos lideres locais. Karzai queria concentrar as forças no local e tentar a rendição de Kandahar.

No dia 2 de dezembro iniciaram o movimento para o sul em Sayd Alim Kalay. O primeiro movimento foi a 30 milhas até Damana, 25 milhas ao norte de Kandahar.

A equipe ODA foi dividida em duas com seis membros indo com 100 tropas até a frente de batalha e a outra metade ficando com Karzai. O avanço foi um reconhecimento em força. Com apoio de óculos de visão noturna avançaram também a noite. Iniciaram o avanço no dia 30 de novembro ficando várias hora a frente do corpo principal. O primeiro chock point era uma ponte no rio Arghandab. Ao chegarem em uma serra com vista para a ponte logo foram engajados. Estavam a 200 metros das casas na cidade. A 400 metros estava uma fortificação no meio da cidade. Os membros da ODA atacaram as tropas no local com fuzil e as tropas do TAQ no local fugiram após um ser atingido. Depois dispararam em janelas nas casas de onde vieram os tiros.

A noite o TAQ chegou na ponte com mais tropas enquanto os membros da ODA estavam em posições defensivas. Algumas tropas amigas logo fugiram. Usaram o NVG e laser para designar alvos para um AC-130. As tropas do TAQ que sobreviveram ao ataque do AC-130 fugiram pela manhã. Ao tentarem cruzar a ponte os membros da ODA foram novamente atacados com um ferido que foi depois evacuado. O fogo inimigo logo parou com a chegada do CAS. Na mesma noite chegou o Posto de Comando das Forças Especiais com uma equipe ODC e tomou a frente no comando das operações.  

No dia 5 de dezembro ocorreu um episódio de fogo amigo quase matando Karzai e matando 3 membros do ODA, ferindo cinco e 20 tropas aliadas quando a posição foi atingida por uma bomba JDAM. O comandante da equipe ODA 574 estava contatando um FAC(A) em um F/A-18D quando acabou a bateria do GPS. O SOF-TACP não estava acostumado com o receptor de GPS PLGR. Trocou a bateria e depois mostrou a própria posição e não percebeu na hora que não era mais as coordenadas do alvo que tinha calculado. O B-52 pediu confirmação das coordenadas pois a posição mudou. O código de rádio de fogo amigo é "check fire" três fezes. Caso ocorram as tropas em terra chamam no rádio em canal adequado e os AWACS espalhava para as aeronaves. Logo todas param de atacar para evitar novo fogo amigo até o local do erro ser identificado.

Depois foram apoiados pela ODA 570 e ODA 524 enviados em um MH-53 que também fizeram Evacuação Médica e substituindo os mortos e feridos. As forças avançando até Kandahar criaram uma base de tiro no vilarejo de Mullah Omar. Foi fácil entrar na cidade com resistência leve. A cidade se rendeu no dia seguinte e as ODA 570 e 524 continuaram com Karzai.

O SOF TACP atuando no local era Sean Minyon que foi enviado para substituir dois CTT feridos e não teve uma preparação profunda indo direto para o local. Foi inserido de MH-53 e não havia ninguém esperando. Chegou quando Karzay estava parado ao redor de Kandahar. No dia seguinte já estava ajudando com apoio de CAS no avanço. O objetivo era tomar uma ponte para cruzar um rio ao norte da cidade. A operação durou dois dias. Na primeira noite chamaram aeronaves CAS. Chegaram de dia com seis duplas de Hornet apoiados por um FAC(A) em um F-14. No terceiro dia foram mais Hornets e F-14. Com o atrito as forças do TAQ na ponte logo se renderam a Karzai.


As equipes ODA com 12 tropas mais 1-2 CTT do 720 Special Tacticas Group. No sul a Texas 12 apoiou Karzai com centenas de milícias e bem mais fracas. As equipes atuando no norte tinha código Tiger. Tinham cavalos e infantaria enquanto o Talibã usava carros de combate e artilharia. O apoio do CAS logo fez a diferença demolindo as trincheiras do TAQ. Dostum atuava com a Tiger 2. O uso de barba grande é sinal de maturidade no Afeganistão. As roupas locais ajuda a misturar com população. No fim de 2002 ordens superiores mandou padronizar com o uniforme tradicional. A obediencia variava conforme a distância de oficiais e fotógrafos.

Operações no Sul de Kandahar

No dia 18 de novembro a equipe ODA 583 foi infiltrada e se ligou com o General Agha Sharzai. As forças locais estavam em inferioridade numérica e em posição vulnerável. As 800 tropas locais logo foram apoiadas pela equipe ODA com comida e armas. Outro SOF TACP (Texas 17) ajudou Sharzai no leste.

No dia 21 de novembro Sharzai tinha enviado o irmão para um encontro com Talibã para negociar a rendição e poder passar no vale. Foram atacados com três feridos. Então as forças contornaram o vale pelo norte.

No dia 22 de novembro um comboio com 100 veículos partiu até Takht-e Pol chegando em dois dias sem oposição. Na cidade enviaram uma delegação para negociar a rendição. A equipe ODA enviou tropas para preparar as missões de CAS em uma serra próxima. O TAQ logo emboscou a força de segurança de Sharzai. A equipe ODA chamou CAS para quebrar a emboscada e as forças amigas puderam se retirar. O TAQ começou a cercar as forças e o CAS novamente repeliu o ataque.

Na manhã do dia 24 de novembro entraram na cidade com pouca resistência pois as tropas do TAQ tinham fugido. De um checkpoint mais ao norte da cidade podia ver o aeroporto em Kandahar. Chegando na posição foram atacados por fogo indireto e da posição atacavam as imediações com CAS com os ataques diários ajudando a tomar a cidade.

Com forças menores usaram CAS para amaciar a resistência local. As tropas do TAQ passaram a se mover para o sul, mas foram intimidadas por tropas do USMC em Camp Rhino, 35 milhas ao sul de Kandahar que chegaram em 25 de novembro.

No inicio de dezembro Sharzai posicionou as suas tropas para atacar o aeroporto. Foram sondados por tropas do TAQ que foram repelidos com CAS. No dia 7 de dezembro foi feito um assalto ao aeroporto sem resistência e logo foram informados que o Talibã havia evacuado a cidade. Depois entraram na cidade até o local onde Sharzai morava quando era governador da cidade.

Foram 49 dias entre a primeira inserção em 19 de outubro até a queda Kandahar em 6 de dezembro. Com a queda de Kandahar o conflito foi considerado terminado. Era previsto que o conflito duraria muito, mas a capacidade das equipes de Forças Especiais, Poder Aéreo, e forças locais derrotou as previsões em semanas e mostrou a importância do CAS no campo de batalha.

No total foram enviados 316 membros das Forças Especiais ou 18 equipes ODA (A team), quatro unidades nível companhia (ODB) e três comandos nível de batalhão (ODC). Todos estavam reportando ao JSOTF na base aérea de Khanabad no Uzbequistão, 100 milhas ao norte da fronteira do Afeganistão. Quase todas as equipes estavam acompanhadas por um ou dois operadores da CIA e SOF TACP da USAF para guiar as aeronaves de ataque. A campanha teve poucas baixas amigas contra milhares de baixas inimigas.

Operações de Outras Forças de Operações Especiais

No inicio das operações no Afeganistão, já na noite de 19 a 20 outubro, foi realizado um assalto aéreo com 199 Rangers do batalhão 3/75 e com equipes do 23 Special Tactics Squadron (STS) em Kandahar lançados de quatro MC-130 Combat Talon. Foi o primeiro salto dos Rangers desde o Panamá. Seria uma incursão rápida ao contrário dos saltos no Panamá e Granada e os Rangers não seriam seguidos de forças para aliviar. 

A operação foi iniciada com a preparação por precursores do US Army. O alvo era uma pista (Desert Landing Strip - DLS) a sudeste de Kandahar chamada de objetivo Rhino. O objetivo da missão era conduzir um salto de combate noturno para tomar a pista, destruir forças do TAQ no local, coletar inteligência, formar um ponto de envio de feridos, criar um ponto de reabastecimento e rearmamento de helicópteros (FARP) que fariam incursões adicionais na área, e avaliar a capacidade de operações aéreos na pista local. A ultima missão estava relacionada com os planos de deslocar tropas do USMC futuramente para o local o que ocorreu no dia 25 de novembro com o local passando a se chamar Camp Rhino.

O salto ocorreu as 18:45 hora zulu (local) com as aeronaves voando a 800 pés.  No salto apenas um inimigo apareceu e logo foi morto por soldados da Companhia C. O alvo tinha quatro objetivos: Tin, Iron, Cooper e Cobalt. O objetivo Tin foi atacado por um B-1B com JDAM seguido de um AC-130 Spectre. Viram nove tropas correndo do local. Dentro encontraram 11 mortos. No objetivo Iron não foram vistos alvos pelos Spectre e o objetivo Copper não foi identificado pelo ar e por isso não foi atacado. O objetivo Cobalt foi depois atacado.

 

Os objetivos Tin e Iron seriam tomados pela Companhia A. Um sniper foi usado para aumentar o poder da unidade. Uma unidade de guerra psicológica foi usada para convencer as tropas locais a se render. Usaram alto falantes nos prédios do objetivo Cobalt. Os Rangers fizeram busca nos prédios a procura de documentos. Em 14 minutos limparam o acampamento local. Logo depois um MC-130 pousou com uma equipe médica e tratou dois feridos no salto. Seis minutos depois chegaram os helicópteros do SOAR em outros MC-130 e reabasteceram para realizar suas missões. As equipes do STS avaliaram a pista para determinar a capacidade de operar aeronaves maiores. Enquanto isso o AC-130 atacou veículos e pessoal se movendo em direção a área.

 

Os Rangers voltaram nos MC-130 que levaram armas e combustível para os helicópteros. A ação foi a primeira força de grande tamanho operando no local. A missão durou 5 horas e 24 minutos com poucos feridos. A imagem do assalto aéreo foi gravada e transmitida pela TV para mostrar a capacidade americana de operar em qualquer lugar e a qualquer hora no Afeganistão.

 

Ao mesmo tempo em que a operação no objetivo Rhino ocorria outro elemento menor de 26 Rangers da Companhia B do 3/75 e dois STS fizeram um salto e assalto aéreo em outra pista em apoio ao assalto ao objetivo Rhino. Seria um plano de contingência para apoiar o objetivo Rhino caso fosse necessário. Poderia ser até um resgate dos companheiros. Um MH-60K caiu no pouso com dois Ranger mortos.

No dia 13 de novembro os Rangers do 3/75 fizeram um segundo salto ao sul de Kandahar no objetivo Bastogne. A operação foi apoiada por oito TACP e CTTs do 24 STS. O objetivo era criar uma FARP para os MC-130 que desembarcaram helicópteros AH-6J do SOAR. Atacaram alvos do TAQ na cidade e a equipe retornou.

O salto foi feito por 32 Ranger com um salto as 18 horas. O salto foi feito a 800 pés sem apoio de precursores com o apoio do GPS sendo considerado suficiente. Antes as tropas ficavam espalhadas e demoravam a se reunir. Com o uso de GPS portáteis, um por grupo de combate de 4-5 soldados, a reunião durou 45 minutos. Geralmente dura cerca de 30 minutos a 3 horas para reconstituir as unidades após um salto de combate.

 

Os STS lançaram luzes IR na pista as 19:15 Zulu, uma hora e 15 minutos após o salto. Um MC-130 pousou com dois helicópteros AH-6 e uma FARP. As 19:30Z outro MC-130 pousou com a mesma carga. Quatro helicópteros e duas FARP foram preparadas em menos de 15 minutos e com os helicópteros em rota para os alvos. Os dois MC-130 logo decolaram. As 21:00Z os AH-6 voltaram para reabastecer e rearmar para outra incursão. Uma hora e 22 minutos depois os MC-130 voltaram e retornaram com as cargas e os Rangers decolando as 23:34Z.

 

Os Ranger atuaram em duas operações de combate: o assalto ao objetivo Rhino em 19 de outubro e a ação como força de reação rápida (QRF) em Takur Ghar em 3-4 de março de 2002. Os Ranger também fizeram Long Range Combat Patrol nos Desert Mobility Vehicle (DMV). As operações incluíam ressuprimento aéreo. O objetivo era bloquear o TAQ. Outra tarefa eram ações combinadas em profundidade para os helicópteros operarem, reabastecer e rearmar em locais preparados pelos Rangers. A maioria das missões eram de curta duração.

 

A Operação Relentless Strike foi outra operação dos Ranger para criar uma FARP para apoiar os AH-6. Dessa vez a infiltração foi com veículos DMV. Os Ranger da Companhia A atuaram como os LRDG no deserto no Norte da África na Segunda Guerra Mundial. O objetivo era encontrar um DLS para o pouso dos MC-130 e criar uma FARP e outras operações no local.

 

A infiltração foi a noite até a DLS Anzio na noite do dia 16 para 17 de novembro com seis DMV inseridos pelos MC-130 com 48 Ranger e STS. Eram oito tropas por veículo. As áreas para operações subsequentes foram reconhecidas. A patrulha foi feita como tática de patrulha a pé com os veículos fazendo paradas para ouvir, bounding overwatch (vigilância sem salto), e confirmaram o segundo DLS. Ao garantir que não havia inimigo na área foram para o local pré-determinado chamado DLS Bulge. No Bulge os Ranger tomaram a área enquanto os CTTs avaliavam as dimensões e obstáculos para o pouso dos MC-130.

 

No dia 18 foi feito um pouso na DSL as 16 horas com as aeronaves trazendo helicópteros, uma FARP e suprimentos para os Rangers. Durante a missão, pilotos e Ranger notaram foguetes a distância. No dia seguinte foram notificados que era uma chuva de meteoros. Os helicópteros fizeram dois ataques. Depois partiram e os Rangers apagaram os traços da sua permanência. A mesma missão foi conduzida na noite posterior e foi a última. No dia 19 toda a TF foi embarcada nas aeronaves e saiu da área.

 

A capacidade de inserção e criação de FARP mostrou a nova capacidade dor Rangers. A infiltração de pára-quedas ou pouso aeromóvel com ou sem veículos mostro que podem operar com impunidade em qualquer lugar.

No dia 25 de novembro começou a ser criada a base avançada (FOB) Rhino em Kandahar. Três Seal em uma missão de reconhecimento foram atacados por engano por um CH-53 sem baixas. O artilheiro logo entrou na lista de procurados da equipe junto com Bin Laden e outros terroristas. A 15 MEU desembarcou um batalhão reforçado depois seguido por tropas do SARS.

Operações Britânicas

As primeiras tropas britânicos foram o Esquadrão A e G do 22 regimento SAS. Os esquadrões tinham acabado de receber treinamento no deserto de Omã. Logo iniciaram a Operação Determine para reconhecimento no nordeste do Afeganistão. Sem contato com o TAQ voltaram para o Reino Unido.

No dia 10 de novembro o Esquadrão C do SBS, com apoio de equipes do esquadrão Z e X, operaram a partir de Bagram no vale de Shait e Kot com Dostum. Criaram a força de apoio SFSG para atuar em operações mais convencionai e apoio com os Ranger.

Na Operação Trend as tropas do SAS foram enviados para tomar instalações de apoio com cerca de 100 membros al Qaeda que ficava 250 milhas a sudeste de Kandahar. O local era protegido por trincheiras e bunkers. As tropas do SAS eram treinadas em operações noturnas, mas devido a falta de helicópteros seria uma operação diurna, não fariam CTR (Close Target Recce) ou posto de observação para coletar informações sobre o alvo. As tropas teriam apenas uma hora de CAS, mas era a única opção de fazer uma missão de ação direta. Foi o primeiro salto HALO em tempo de guerra do SAS. A operação iniciou com uma patrulha de oito homens para testar o solo de uma pista de pouso próxima para pouso de C-130. As Equipes A e G saíram com 8 DPV e dois veículos logísticos dos aviões além de oito motos. As motos cobriam a frente e flancos do comboio. O comboio foi para uma FUP (Forming Up Point) e se separaram em duas colunas. A força assalto principal (MAF) foi formada pelo Esquadrão A e a base de apoio de fogo (FSB) pelo Esquadrão G. A FSB foi criada mais devido a falta de CAS e artilharia e usariam metralhadoras de 12,7mm, mísseis Milan, morteiros de 81mm e fuzil Barret para ataque de precisão. As tropas usaram mísseis Javelin como arma precisão e o sensor térmico do CLU para observação.

O ataque iniciou com o CAS atacando a instalação principal da base. As tropas avançaram até as trincheiras e desembarcaram próximo ao alvo. Um bunker foi atacado por uma JDAM disparado de um F/A-18. Os caças depois metralharam a posição e quase atingiram os veículos do SAS. O FSB se juntou ao assalto depois. Foram dois feridos e vários outros salvos pelos coletes blindados e capacetes. Depois de quatro horas os feridos foram evacuados por um MH-47 e depois voltara para ser pegos novamente pelos C-130 da RAF.

Tora Bora

Após a queda de Cabul as tropas do Talibã e Al Qaeda foram para Jalalabad, próximo as montanhas de Tora Bora. Tora Bora era uma rede de caverna criada pelos mujahadeen contra os soviéticos que ficavam próximas a fronteira com o Paquistão. O local já estava preparado com fortificações e estoque de munições para uma luta prolongada. Junto com o terreno difícil parecia ser um alvo difícil.

Foi preparado um ataque ao local com apoio da ODA 572 da TF Dagger e milícias locais leais. Eram quase três mil milicianos pagos pela CIA, mas com chefes rivais para cercar o local. Na época as equipes ODA atuando com as milícias tinha sido um sucesso, mas queriam apoio dos Rangers para cortar as saídas. Foi negado pois faltaria helicópteros. As forças locais eram desorganizadas, a maioria facções mutuamente hostis e todos desconfiados dos americanos, mas com poucas tropas disponíveis não tinham alternativas. O Lider local Hazrat Ali coordenaria os ataques as cavernas. Na época havia apenas forças do USMC em Camp Rhino e uma Companhia da 10 Divisão de Montanha em Bahgram.

Uma equipe criou um Posto de Observação próximo ao cânion. Estava acompanhado de forças locais e iniciaram os ataques aéreos. O movimento foi lento e difícil. A altitude dificultava a movimentação e o terreno forçou irem a pé. Por vários dias atacavam e avançavam lentamente. A noite o inimigo acendia fogueiras para se aquecer e eram atacados pelos AC-130. Os americanos avançavam a noite e de dia recuavam, mas geralmente ganhando terreno, por oito dias. Poucos inimigos foram capturados com a maioria lutando até a morte e outros fugindo para o Paquistão.

No dia 12 de dezembro o chefe local iniciou conversações com a al Qaeda para conseguir a rendição, mas sem informar aos americanos. A noite cerca de mil membros do TAQ escaparam para o Paquistão aproveitando a trégua. Havia rumores de milícia apoiando o TAQ e pagamento de propina para o chefe das milícias. No dia 17 a batalha tinha terminado com centenas de mortos e 60 capturados. Outros 300 membros do TAQ foram presos na fronteira. A equipe ODA 561 chegou no dia 20 de dezembro para ajudar a fazer exploração do local.

Depois do fim das operações contra o Talibã a missão das equipes ODA foi formar um exército local sendo uma missão típica das Forças Especiais. A guerrilha local residual ainda continuou e foi tarefa da 101 Divisão Aeromóvel enfrentar, além da ajuda humanitária.

 

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