Operação Anaconda

Após os combates em Tora Bora as tropas americanas passaram a procurar outras concentrações inimigas. A TF K-Bar, recém chega com os SEALS, Forças Especiais estrangeiras e o 2 SOG (Special Operation Group), iniciaram incursões contra as tropas do TAQ. A estratégia dos afegãos era lutar e depois negociar. Os americanos citam que dava tempo para fugirem. Acabaram se agrupando nas cavernas ao sul no vale Shah-i-Kot a 16 milhas de Tora Bora e 60 milhas ao sul de Gardez. Já após a tomada de Cabul havia muitas informações sobre veículos indo em direção a Gardez. Não foram atacados devido ao risco de atingirem civis. Após a queda de Kandahar, militantes do al Qaeda vindos de outras nações voltaram para casa. Outros ficaram nas regiões montanhosas nos dois lados da fronteira do Afeganistão e Paquistão. A informação veio da equipe Texas 14 atuando com forças locais fazendo reconhecimento no fim de janeiro. Foram alertados de grande concentração de forças do TAQ no local e voltaram.

Em fevereiro inciaram plano para lidar com ameaça local que virou a Operação Anaconda. A área em Gardez estava coberta por simpatizantes do Talibã. As operações no vale Shah-i-Kot iniciaram com operações de Forças Especiais da TF Bowie no inicio de fevereiro. Havia várias TF vigiando a área de 70 milhas quadradas no local. Havia conexão com os que escaparam para a fronteira com o Paquistão. As equipes americanas criaram zonas de engajamento, cortaram rotas de escape e as atacariam as rotas com aeronaves. As equipes atacariam por cinco dias e se aproximariam do local. No dia nove de fevereiro foi indicado que havia até mil tropas na região do vale Shahi Kot.

Planejamento das Operações em Terra

Com o país tomado as forças do TAQ se dispersaram. As operações de varredura viraram rotina. A Operação Anaconda seria uma grande varredura. Iniciou como uma operação de Forças Especiais e virou uma operação convencional de larga escala. Os planos da operação iniciaram sem inteligência detalhada como estava previsto pelas equipes de Forças Especiais.

O plano inicial previa o uso de três forças afegãs atuando com as equipes de Forças Especiais da TF Dagger para cercar a área. Depois as equipes de reconhecimento foram posicionadas para bloqueio com ajuda de CAS. O próximo passo seria manobrar as TF das Forças Especiais e pedir CAS se necessário. Seria um combate não linear. As forças viriam do oeste e do sul. As montanhas ao norte seriam um bloqueio natural. As forças afegãs bloqueariam o leste e o oeste.

Depois passaram a considerar o uso de tropas convencionais para garantir o sucesso. Em Tora Bora o inimigo fugiu após o assalto inicial e os simpatizantes ajudavam. Então as milícias atacariam e os americanos passariam a fazer o bloqueio para evitar a fuga. O problema é que os que ainda lutavam eram os “casca grossa” e possivelmente manteriam a posição. Se fugissem se reuniriam depois para uma nova luta. Se não pudessem fugir lutavam como o diabo.

No meio de fevereiro eram seis equipes ODA de 12 tropas, três elementos de comando de Forças Especiais, duas de Forças Especiais, uma Brigada infantaria, e as tropas locais (ANA - Afghan National Army). O conjunto de forças virou a TF Mountain.

Os plano era usar a TF Hammer e a TF Anvil formadas por milícias locais controlados pelas ODA 394, 372 e 594. Eram apoiados por tropas do AFO e SARS. A TF Hammer entraria no vale e empurraria as tropas do TAQ enquanto a TF Anvil selaria as saídas. Outras equipes de Forças Especiais selariam o cordão chamando CAS contras as forças do TAQ fugindo.

As forças afegãs atacariam no norte e no sul até o objetivo Remington na parte inferior do vale. O objetivo Remington era um vale com 5x10km com três vilas (Shir Khan Kheyl, Babulkhel e Marzak). A força TF Anvil, também de tropas afegãos, estariam nas rotas de escape no norte e no sul do vale.

As forças convencionais da TF Rakkasan, formadas por tropas da Terceira Brigada da 101 Airborne Division (Air Assault) e 10 Divisão de Montanha, fariam o primeiro grande assalto aéreo apoiados pelos CH-47 e Apache em pontos de bloqueio no leste. Atuariam mais nas vilas enquanto a CIA estimava que as tropas do TAQ estavam mais nos picos.

As tropas da 10 Divisão de Montanha foram as mais usadas na operação. A Divisão foi enviada para o Uzbequistão para proteger as bases americanas no país. Não deslocou para o Afeganistão para não demonstrar que era uma invasão. Nem levaram seus TACP. A 101 Airborne Division também enviou tropas mais para segurança de bases e aeroportos.

Os AC-130 apoiariam as operações vigiando pontos de fuga. Foram enviados 24 TACP para apoiar as operações de CAS. Queriam cobertura de CAS por 24 horas por dia com aeronaves e bombardeiros voando acima das tropas.

As forças convencionais ainda não tinham sido envidas para o o Teatro nem a infra-estrutura para apoiá-las. O comando era formado por um General de Divisão com staff incompleto comandando uma missão de nível Brigada, Forças Especiais de vários paises e forças afegãs de seis milícias cada uma comandada por uma equipe ODA. Entre os dias 2 a 16 de março eram 1.411 tropas e Forças Especiais de seis nações fazendo a missão de limpeza no vale.

O esquema manobra da Operação Anaconda era isolar e cercar o vale seguido de um ataque convergente para destruir as forças locais. Eram três anéis concêntricos para cercar as rotas de escape antes do ataque principal.

Um dia antes da operação 600 tropas afegãs da TF Anvil moveria para as rotas de fuga no anel externo se movendo de Khowst e Orgun por 35 km no eixo Iron com 300 tropas. As tropas locais poderiam determinar quem era amigo e inimigo e empurrariam para as armadilhas.

No dia D, a TF Mountain faria um assalto aéreo no anel interno em posições de bloqueio no leste do vale. A TF Hammer seria a força principal com 260 Forças Especiais e tropas da AMF atacando ao redor do sul da "baleia" (objetivo Ginger) e dentro do vale sendo o esforço principal. Sairiam de Gardez avançando por 25 km no eixo Stell. Depois se dividiriam entre os eixos Brass e Cooper. Uma força menor com elementos ao norte do TF Hammer atacariam pelo eixo Brass até a linha Emerald esperando ataques aéreos no alvo antes de avançar até a posição de bloqueio no norte do vale.

Os meios de reconhecimento aéreo ainda vigiariam outras rotas de fuga e atacariam pelo ar. O Global Hawk já tinha sido usado para detectar acampamentos, posições e animais do al Qaeda. Não pode voar na Operação Anaconda, mas com ele poderiam detectar uma pessoa sentada em uma pedra e chamar ataque aéreo. Em Tora Bora detectavam as entradas das cavernas que virando DMPI para bombardeiros. Na Anaconda detectavam choke point e ficariam em posição até o contato.

Esperavam que a operação durasse menos de uma semana. O primeiro erro foi estimar o inimigo de 168 tropas a até mil. Depois estimaram a presença de 150 a 200 membros incluindo HVT. A opinião variava bastante. A experiência mostrava que as estimativas eram sempre exageradas e esperavam o mesmo no local. Se a estimativa era 200 a 2 mil geralmente era menos de 200. Eram guerrilheiros e não se concentravam ou não tinham ordem de batalha. As operações tipo martelo e bigorna funcionam bem contra uma força pequena, mas força maior em posições defensivas em local vantajoso forçaria outro tipo de operação.

O segundo erro foi não incluir o componente aéreo no planejamento. Os planejadores iriam considerar o número de saídas de CAS conforme a estimativa de tropas inimigas no local. A coordenação foi mal feita assim como as comunicações.


Esquema de manobras da Operação Anaconda.


Planejamento Aéreo

Esperavam a realização de 60 saídas de CAS por dia, mas a coordenação seria improvisada por não ter um ASOC no local. O espaço aéreo era muito pequeno. Haveria B-52 voando alto, B-1B voando mais baixo, Predatores em algum lugar, P-3 fazendo vigilância, helicópteros voando bem baixo, caças rápidos e aeronaves de reabastecimento entrando e saindo. Os AC-130 voariam a noite controlados pelas Forças Especiais.

Nas operações de CAS as aeronaves chegando na área de operação do Corpo contata o ASOC e são empilhadas até serem chamadas. Durante a operação Enduring Freedom não havia um ASOC para coordenar as operações de CAS e funcionou bem sem um. O CAS era controlado por vários Air Control Elements (ACE) em vários SOF Task Force Fire Support Cells das Forças Especiais como a TF Dagger. O CAOC no Kuwait queria um ASOC para ter consciência da situação no local. O CAOC coordenava com o Special Operations Liaison Element (SOLE) e os ACE. O ACE era operado por indivíduos dos Special Tactics Squadrons (STS) ou Air Support Operations Squadrons (ASOS). Eram poucas saídas de CAS em uma grande área e não parecia ter problema de conflito de trafego aéreo.

Havia caças no ar ou B-1B em órbita. Os pedidos de CAS eram passado do SOLE para um E-3 em órbita que chamava as aeronaves em alerta aéreo. Apenas os TACP e os membros das equipes ODA pediam CAS. As tropas do 5 SOF eram bem treinadas em pedir CAS enquanto outras como os Seals não sabiam pedir CAS pedindo mais o apoio do AC-130 para CAS.

Os TACP precisando de CAS chamavam o ACE que chama seu SOLE no CAOC. Raramente precisavam priorizar pois eram sempre menos pedido de CAS que o o número de saídas disponíveis. As operações no Afeganistão não era um combate linear e sim a atuação de várias grupos atuando separados. A operação estava mais para interdição aérea controlada em terra do que uma missão de CAS real. Se fosse CAS seria na frente das tropas da Aliança do Norte com as tropas amigas bem atrás. As batalhas eram em áreas bem separadas e não havia risco de colisão.

A hierarquia foi diminuída podendo o TACP se comunicar direto com o CAOC e era bem efetivo. O CAOC então atuava como um ASOC. O pessoal do ASOC foi dividido para atuar como um ACE. Os AWACS faziam controle de trafego para evitar colisão.

Entre o fim das operações em janeiro até a operação Anaconda o foco era pedidos esporádicos de Forças Especiais e geralmente de AC-130. As bombas JDAM eram usadas para fechar cavernas. As Forças Especiais gostavam mesmo era da eficiência do AC-130.

Foi questionada a criação de um ASOC em Bagram, mas o CAOC preferia atuar como sendo um ASOC. Tinha a capacidade de banda de comunicação para isso o que não estaria disponível no ASOC. No planejamento da Operação Anaconda tudo mudou mostrando a necessidade de um ASOC no local para apoiar uma operação mais convencional. Uma célula foi formada em 20 fevereiro para apoiar a Operação Anaconda, mas não podia se comunicar diretamente com os caças devido a distância. Usavam os sistemas do CAOC para retransmitir e era ineficiente. O CAOC ainda controlava as operações de REVO, saídas navais e outras forças para completar as tarefas.

No planejamento da Operação Anaconda queriam atacar primeiro os alvos fixos. Costumam ser alvo de alto valor, mas eram poucos. Seriam entradas de caverna, mas queriam saber se seria útil atacar antes das operações. Então passaram a procurar locais onde as metralhadoras pesadas poderiam ser instaladas e algumas entradas de cavernas. Foram escolhidos sete alvos fixos incluindo duas entradas de cavernas e uma linha de montanha que ameaçaria a zona de pouso de helicópteros. Apenas os ataques contra as cavernas foram autorizados com ataques com bombas BLU-118 termobáricas disparadas pelos F-15E.

Quando a 10 Divisão de Montanha chegou foi criado rapidamente outra célula de coordenação em Kandahar. O mau tempo até permitiu mais dois dias para treinar procedimentos e não foi possível preparar um plano de operações de CAS. Junto com a célula da TF Dagger dividiram o Afeganistão em dois. Nenhuma das células atuava com um comandante em terra o que era um dos princípios do CAS. A célula também coordenaria outras missões como AWACS, JSTARS, REVO e os ataques em si.

O apoio de transporte aéreo também foi mal planejado. Teria que transportar até 1.000 tropas até o local e depois levar munição, evacuar feridos e levar outros equipamentos. O combustível em Bagram já era critico sem as operações dos C-130. A partir do dia 20 de fevereiro passaram a usar os C-17 para levar o combustível para os tanques de borracha na base. Os C-17 reabasteciam acima nos KC-135 e descia para descarregar o combustível dos seus tanques.

Ações na Anaconda

A preparação para a Operação Anaconda iniciou no fim de fevereiro com equipes da TF K-BAR fazendo reconhecimento, preparando posição e posicionando forças afegãs. Logo infiltraram três equipes de reconhecimento, dois do CAG e um do DEVGRU, em postos de observação na região ao redor do vale. A equipe do DEVGRU, código MAKO 31, encontrou uma posição de metralhadora 12,7mm onde deveria criar o seu posto de observação. Foi um dos primeiros sinais da presença de tropas do TAQ no local. Estariam a 5-7 km dos pontos de observação de bloqueio e poderiam chamar CAS se necessário. As equipes seriam os olhos e ouvidos nas serras ao redor do objetivo durante a operação.

No dia primeiro de março a TF Anvil moveu para as posições externas de bloqueio sem incidentes. A preparação americana foi observada e não conseguiram surpresa. No dia 2 de março começaram os problemas com os caminhões atolando no caminho.

Os AC-130 reconheceram a área de pouso na noite de 1-2 de março de 2002 para detectar e atacar atividade inimiga, mas não encontraram nada. Outro AC-130 não detectou nada na região de avanço das tropas afegãs. Foram seguidos dos ataques dos F-15E contra as entradas de caverna com apenas seis bombas. Os ataques não foram informados para as equipes de reconhecimento no local e pensaram que estavam sendo atacados e anunciaram no rádio. A reação foi parar os ataques.

Com poucos ataques aéreos de preparação as tropas do comandante afegão, o General Zia, viram poucas bombas atingir posições na "baleia". Esperavam uma chuva de bombas e o moral começou a baixar. Depois viram apenas uma missão de CAS de um Apache.

A operação iniciou na manhã do dia 2 de março e logo tiveram a primeira vitória. Um garoto viu as tropas chegando e denunciou onde o TAQ guardava munição. Em troca não queria ver sua casa bombardeada.

Logo depois a TF Hammer teve o avanço atrasado por acidentes com o comboio. Depois foram atacados por fogo amigo pensando que era morteiros enquanto estavam a 5 km do objetivo. Foram confundidos com tropas inimigas pelo Mako 31 e foram atacados pelo ar. um americano morto e três feridos. O AC-130 estava com um erro de navegação de 5 milhas. Os tripulantes compararam a posição com o mapa, mas era similar das tropas amigas. Foram um americano morto (um TACP do US Army), dois afegãos mortos e 12 feridos. Com apenas 40 tropas sobrando e outra metade posta fora de ação não se movimentaram. A evacuação aeromédica e a espera de reforços atrasou o movimento. Todos assumiram como fogo inimigo e se protegeram. O General Zia decidiu tirar as suas forças da luta e demorou a voltar.

O acidente de fogo amigo só foi descoberto após o fim das operações durante a reconstrução. Estavam em duas redes de rádio diferentes. Viram que um comboio estava sendo atacado e ao mesmo tempo um AC-130 notificou que estava atacando um comboio.

O assalto aéreo da TF Rakkasan iniciou assim mesmo na parte baixa do vale Shah-i-Kot com uma Companhia. Foi seguida de um segundo batalhão desta vez da 10 de Montanha em três outros pontos de bloqueio mais ao sul.

O assalto aéreo seria na posição de bloqueio Ginger. Os CH-47 foram atacados logo ao sobrevoar Marzak. Os Apaches foram na frente para suprimir fogo na zona de pouso. O bombardeamento da serra ao leste do vale nas fases iniciais já tinha preparado o assalto. Todos os CH-47 pousaram (uma fonte cita apenas dois), mas com fogo intenso na inserção. Oito Apaches fariam a escolta, mas só cinco decolaram. Logo foram atingidos e voltaram para a base com problemas não podendo voltar mais.

As tropas desembarcaram, com os pelotões 1 e 2 indo para os pontos de bloqueio Ginger e Heather respectivamente, e foram logo "pinned down" pelas tropas nos morros acima. Pousaram bem próximo de posição da al Qaeda e foram atacados por toda a manhã. Esperavam pouca resistência e muitos prisioneiros, mas se viram logo sob fogo e sem CAS. Os pedidos CAS iniciaram furiosamente. As tropas foram logo engajadas por morteiro e metralhadora e ficaram paralisadas. Os Apaches de escolta foram todos atingidos. Logo foi estimado que havia 750 a 1000 tropas no local. Os pedidos de CAS foram aumentando e o único morteiro 120mm ficou logo sem munição.

Na primeira onda de helicópteros havia um ETAC do 20 ASOS. Depois do pouso as tropas logo se organizaram e inciaram a marcha. Logo viram contato nas montanhas a direita que começou a atirar com RPG e metralhadoras e foi quando tudo começou. Todos os soldados americanos correram e deixaram as mochilas para trás. Responderam com fogo e os contatos fugiram. O ETAC tentou contatar os Apache, mas ninguém respondia nos canais.

As tropas do TAQ voltaram a atirar e os americanos não conseguiram pegar as mochilas devido ao tiroteio intenso. O ETAC ficou no meio do tiroteio e conseguiram chamar o Apache para cobrir. Dois dos seis Apaches cobrindo a missão decolaram. O Ataque dos Apaches desviou os disparos do TAQ em sua direção e o ETAC conseguiu fugir. Se escondeu em uma grande cratera em posição protegida chamada de "tigela" junto com o resto das tropas (86 no total). Os Apaches ficaram bem danificados, se retiraram e não puderam voltar novamente no dia.

O ETAC tentou chamar o ASOC ou CAOC, mas a posição não permitia. Finalmente conseguiu contatar uma aeronave de reabastecimento que retransmitiu as mensagem.

A primeira aeronave a trabalhar alvos foi um B-52 código Blade com 28 bombas Mk82. A posição do morteiro foi determinada localização a 500 metros distância da "tigela". O B-52 fariam disparos em fila na linha de montanha a leste da posição com todas as bombas em 10 minutos. O bombardeio fez a terra tremer, mas logo o inimigo estava atacando de uma posição alta em vantagem.

A próxima ajuda de CAS foi um par de F-15E armado com bombas GBU-10 e GBU-12. Da "tigela" era difícil determinar as coordenadas dos alvos. Algumas aeronaves voavam bem baixo para identificar a posição. O ETAC avançou para a cordilheira para tentar melhor posição e logo foi atacado de vários lados tendo que se esconder novamente na "tigela".

As tropas do Al Qaeda eram muitos bons com seus morteiros. A base dos morteiros foram bem cimentadas na terra em posições pré-selecionadas e podiam retirar e mover o tubo para as cavernas rapidamente após dispararem. As posições e áreas de tiros já tinham sido plotadas e podiam disparar rapidamente com precisão. Podia ser preparado novamente sem a demorada zerada. Sempre que os caças se aproximavam simplesmente tiravam o tubo e se escondiam. Depois voltavam para atirar rapidamente.

A noite conseguiram chamar helicópteros de EVAM e chegou para atirar ao redor. As tropas do TAQ passaram a atirar do sul com uma metralhadora pesada movida para o local. O helicóptero também detectou várias posições de morteiros e tropas tentando atacar pelo leste da posição.

Durante 18 horas o inimigo tentou flanquer e tomar posição. Todos foram recuperados. No total foram 25 feridos na Companhia sendo quatro seriamente. A noite conseguiram dominar campo de batalha graças ao uso de NVG. Algumas horas após o dia amanhecer toda a Companhia foi retirada de helicópteros.

A demanda de CAS foi alta pois não havia artilharia orgânica. O terreno também atrapalhou a inserção artilharia e seria impossível usar radares contrabateria. Sempre pensaram que não precisariam de artilharia ou que fariam falta. Só estavam equipados com morteiros e metralhadoras contra posições bem defendidas ficando sem muita capacidade de retornar fogo. O CAS e os Apache destruíram maioria dos morteiros primeiros dois dias. Um morteiro disparou sobre as tropas da 10a Divisão de Montanha por dois dias até ser atacado pelos F-16. As tropas não confiavam muito no CAS. Chamavam primeiro os morteiro, depois artilharia, Apache e depois o CAS.

O plano de CAS não foi preparado sem previsão o que deixaria resposta mais lenta. Não planejavam atacar as cavernas pois queiram mais era capturar e examinar locais. Com 30 pontos de contato nas 24 horas iniciais o sistema de controle engarrafou. A demora de disparo das armas guiadas para atingir alvos era de 26 minutos a horas. Os caças ficavam empilhados acima.

Sem artilharia e com o CAS mal planejado as ações dos Apaches eram o melhor meio disponível. Os morteiros levados acabaram rápido com a munição. No final o CAS foi considerado efetivo em evitar que o inimigo fizesse fogo sustentado. Os cinco Apaches foram bem atingido e no fim do dia apenas um ainda conseguia voar.

Os pedidos CAS duraram todo dia. A primeira missão de CAS foi de um B-52 atacando um prédio em Marzak com uma JDAM. A vila de Marzak era fonte de disparos e um UAV viu muitos inimigos e nenhum civil no local. Logo foi atacada pelo ar. Depois outro atacou com fila de bombas tropas em campo aberto.

Foram quatro saídas de B-1B no dia. Um B-1B disparou 19 JDAM em 10 alvos em seu "vul" de duas horas. A noite os AC-130 voltaram.  A noite os AC-130 voaram três órbitas atacando alvos com canhões de 40mm e 105mm e passando alvos para outras aeronaves. Um AC-130 apoiando uma missão EVAM detectou uma posição de morteiro atacando os helicópteros e destruiu a posição.

O AC-130 mostrou ser muito efetivo para CAS, mas era grande e lento tendo que voar baixo em um círculo lento para ser uma plataforma estável de tiro. Virava um alvo fácil de dia então operava só a noite sendo sua única defesa. Serviu como meio para manter o inimigo dentro das cavernas o que mudou maré da batalha. Simplesmente matava tudo que via. Os TACP indicavam as posições das cavernas e o AC-130 matava quem aparecia.

Nas primeiras 24 horas foram disparadas 177 bombas JDAM ou GBU-12 sendo 162 em CAS imediato (XCAS). A média foi de uma a cada 10 minutos. O pico foi ao entardecer entre as 13 e 18 horas com 64 disparos. Dois B-52 dispararam uma fila de 27 Mk82 duas vezes em XCAS. Dois F/A-18 metralharam uma posição do TAQ em três passadas disparando 400 tiros.

Com inimigo sendo mais numeroso e preparado que o esperado o cenário passou a ser o pior esperado ou uma defesa em profundidade. As tropas nos bloqueios mais ao sul foram movidas para reforçar as tropas mais ao norte assim como as Forças Especiais foram reposicionadas. Logo perceberam que as forças do TAQ locais eram maiores e havia tropas estrangeiras no local. As tropas retiradas de Takur Gar levaria a problemas depois quando retornassem.

Segundo Dia

Outras unidades moveram para posição no primeiro dia e como em Ginger nem todas atingiram o objetivo. A saída das forças do General Zia deixou um buraco no plano original. Sem força direcionadora as forças de bloqueio se tornavam inúteis. Então as forças de bloqueio se moveriam para o vale e varreriam o inimigo.

As Forças Especiais iriam para os pontos altos para atuar como observadores chamar CAS para atacar os grupos de inimigos fugindo. Viraram a força bloqueio sem ter tropas suficientes. No plano original seriam Postos de Observação coletando inteligência. O CAS era prioridade para tropas em terra.

A reserva logo acionadas na forma do Batalhão 1-87 da 101 Airborne incluindo um TACP. Uma Companhia foi infiltrado no norte da Companhia Charlie do 1-87 que foi infiltrada um dia antes. A recepção foi similar. A 30 segundos da LZ um helicóptero voltou danificado. Viram morteiros caindo na LZ e viram que era uma "hot LZ". Voltaram para Bagram e oito horas depois foram inseridos a meia noite em outra LZ mais ao norte. Tiveram que marchar 15 km varrendo o lado oeste do vale até o 1/3 sul do vale onde tomaram sua posição de bloqueio. Foram 20 horas de varredura sem contato. O objetivo eram reforçar o avanço, evitando perder o momento. Os afegãos mostraram que não avançariam mais.

A noite o PC do batalhão foi atacado com o inimigo chegando a cerca de 300 metros. Chamaram CAS com nove linhas e um B-52 disparou duas JDAM próximas e a batalha parou. Quatro horas depois o Comandante do Batalhão anunciou que tinha até 300 inimigos mais ao sul do vale e que queria CAS. Logo apareceram mais de 10 caças de todos os tipos. O problema é que estavam atrás de um morro e os alvos não podiam ser vistos pelo TACP. Pediram um FAC(A) para conferir se eram hostis. Por sorte as primeiras aeronaves a apareceram eram A-10 e logo anunciou que eram inimigos se concentrando para um ataque. O líder era qualificado como FAC(A) e passou a missão de ataque para os caça e funcionou.

Então um Predator apareceu, entrou na faixa de rádio UHF e passou as coordenadas de alvos no vale. Ao mesmo tempo chegavam aeronaves A-10, F-14, F/A-18, e B-52. A noite só o Predator e o A-10 operaram. O TACP confirmava o alvo com o comandante batalhão que dizia se era um alvo bom ou ruim e autorizava ataque. A área acabou limpa de inimigos.

As Forças Especiais continuaram a ser infiltradas e exfiltrado do vale. Uma equipe foi detectada e pediram exfiltração 20 minutos depois.  


Um F/A-18 em uma missão de CAS durante a operação Anaconda. A aeronave está armada com uma JDAM e uma Paveway.


Imagem do vale de Shah-i-Kot. A operação terminou no dia 16 de março sem a presença de tropas do TAQ no local.


Uma operação de CAS durante a ação.


Um TACP chamando CAS durante a ação.

Terceiro Dia

No terceiro dia, 4 de março, passaram a estimar a presença de 400-500 tropas inimigas no local. As equipes de Forças Especiais usados para cobrir o vale e passos nas montanhas onde o inimigo podia entrar e fugir viram que as tropas do TAQ entravam e saiam facilmente. As equipes de Forças Especiais conseguiram entrar em posição e até chamar ataques aéreos.

O objetivo Ginger foi varrido de norte a sul pelos ataques aéreos na manhã de 4 de março. Um Predator detectou tropas em uma ravina no objetivo Ginger e chamou os ataques aéreos. Os ataques dos A-10, F/A-18 e AC-130 mataram 200-300 combatentes no local.

A reação americana foi enviar mais um Batalhão para o vale e atacar os picos com ajuda dos helicópteros Apaches. Outro batalhão desembarcou no norte do vale e avançou até as tropas no vale limpando a área. O apoio de CAS foi dado por 16 Apaches, cinco Cobra e vários A-10 da USAF.

Os A-10 foram deslocados para próximo da ação para atuar nas operações de CAS e FAC(A). No primeiro ataque um A-10 passou a 300 metros de um AC-130 e depois viu um F/A-18 disparar armas abaixo dele. Logo viram que tinham que atuar mais como FAC(A).  

A operação foi planejada para durar 72 horas, mas durou 2 semanas. Esperavam que as tropas locais fugissem como ocorreu em Tora Bora. Na pior das hipóteses tentariam defender as vilas locais. Esperavam que evitassem situações onde o CAS seria possível. O plano de bigorna e martelo logo entrou em colapso ao encontrarem resistência intensa.

O moral do inimigo foi subestimado. As forças do TAQ foram esmagadas na fase inicial da OEF, mas continuaram com o moral alto. No Afeganistão fugir era o mesmo que se preparar para outra luta. Eram tropas experientes incluindo veteranos chechênos, e estavam bem armados com morteiros, metralhadoras pesadas e fuzis de snipers. Estavam em posições bem camufladas, com boas provisões e boas comunicações. Tinham até óculos de visão noturna de última geração.

Foi observado três anéis de defesa do TAQ no local. O mais externo era para segura com forças leves. O segundo anel era formado por chechênos e usbeques armados com metralhadores, enquanto o anel interno era formado por tropas do Al Qaeda “casca grossa” com morteiros, sniper e até mísseis Stinger. Uma linha de resistência feita em uma série de trilhas na parte sul do vale próximo a Marzak parou o avanço de tropas americanas e afegãos em direção a "baleeira". As tropas locais estavam mais preparados para subir as montanhas locais que os ocidentais. Sem colete blindado e excesso de munição, estocados em caches locais, tinham mais mobilidade e estavam bem familiarizados com o terreno. 

Nos três primeiros dias o inimigo teve grandes perdas, mas não parou de lutar.  Outro problema era a luta contra os americanos angariando simpatizantes locais e no Paquistão. Não pensaram que os homens vivendo no local poderia se juntar ao inimigo.

As forças do TAQ ainda atacava em condições favoráveis e passaram a atuar em pequenos grupos. Saiam das cavernas, disparavam morteiros e metralhadoras e se escondiam quando as aeronaves apareciam. Um TACP logo mudou a situação. Percebeu que os ataques eram leves e pensou em colocar o CAS no local onde pensava que os ataques estavam vindo. A idéia só pausava os ataques. Percebeu depois que os ataques vinham do lado oeste do vale ou de Takur Ghar. Atacaram o pico por 4-5 dias. Toda vez que eram atacados chamavam CAS e pensavam ter destruído a posição de morteiros. Pediu para enviar aeronave para fazer reconhecimento na área com seus casulos FLIR e armado com LGB. O pedido foi aceito.

Em uma hora um par de F-16 chegou e indicou para os pilotos onde olhar, como sendo um bunker ou deposito de suprimentos e tentar procurar. Os pilotos fizeram quatro passadas, atingindo vários alvos sem resultado. Então o ala parece ter percebido um bunker. Disparou uma Paveway e a montanha explodiu com secundarias por mais de dois dias. Depois as tropas do TAQ saíram dos bunker e começaram a atacar pesadamente e não mais esporadicamente. Havia tiros de metralhadoras pesadas e morteiros em todos os lugares. Não fugiram mais com os pedidos de CAS lutando até serem mortos ou ficarem sem munição. O combate durou três horas. Os helicópteros Apaches também vieram ajudar.

Foi ultimo ataque pesado do inimigo no local e  as tropas americanas passaram a perseguir e procurar o restante. As operações de CAS também cessaram. Geralmente era chamar a aviação para vigiar a frente do avanço ou os Cobra de dia e explodir caches e armas. A operação durou mais uma semana.

O foco das atenções passou para a montanha Takur Ghar quando os Seals foram inseridos no local e atacados. A posição tinha 360 graus de visão do vale e ficava logo acima do Objetivo Ginger.

Takur Ghar

A retirara de tropas e equipes de Forças Especiais do Objetivo Ginger na primeira noite deixou a posição desguarnecida. Ginger estava logo abaixo da montanha chamada Takur Ghar, um pico de 10.500 pés que dominava a parte sul do local com excelente vista até Marzak, uma milha ao sul. Retomar a posição era essencial para atingir Ginger. Takur Ghar seria um bom Ponto de Observação com visão de 360 graus do vale com visibilidade de 15 milhas em bom tempo sendo um ótimo local para apoiar CAS tipo I (com talk-on). O inimigo tinha a mesma impressão. Era um pico coberto de neve que dava boa camuflagem e dificultava o reconhecimento aéreo. Só tinha um HLZ sendo fácil de defender.

No dia 3 de março foi planejado a inserção de duas equipes de reconhecimento do DEVGRU na região (Mako 30 e Mako 21) apoiados por CTT na noite do dia 3/4 de março. Dois MH-47E da TF Brown infiltrariam as equipes. O Razor 04 deslocaria as tropas para próximo do objetivo Ginger e o Razor 03 infiltraria no Takur Ghar para criar um Posto de Observação. As duas aeronaves operariam juntas para o caso de emergência com uma apoiando a outra. Depois as duas voltariam.

A Mako 30 pousaria em Takur Ghar com apoio de um AC-130 que não viu atividade no pico. Foram orientados a pousar a 1.300 metros do pico devido a descoberta de uma possível posição do TAQ pelo Mako 31, mas o conselho parece ter sido ignorado.

O plano original previa a inserção de uma equipe de reconhecimento da Força Delta. O comandante mudou e também mudou os planos e decidiu enviar os Seals. Os Deltas estudaram o local e evitariam a infiltração dentro do alvo. O TAQ podia conhecer os planos e as táticas e a infiltração e preparar emboscadas. Já os SEALS queriam evitar subir morros e o plano então mudou para inserção direto no topo. Outras equipes de reconhecimento entraram de veículo e subiram a pé. De helicóptero era bem mais perigoso. Outro fator que levou ao pouso no local foi o pouco tempo restante de tempo noturno para poderem subir e criar o Posto de Observação sem serem avistados.

Um ataque também evitou que um AC-130 pudesse vigiar o local. Outro AC-130 chegou e liberou a HLZ, mas seis minutos antes da inserção foi chamado para outra missão. O reconhecimento falhou em detectar dois bunker camuflados próximo a grande parede.

Durante a infiltração o piloto viu uma metralhadora DShK no pico, o que era comum no Afeganistão, e outro tripulante viu homens se escondendo em uma margem. O líder dos Seals deveria ter conhecimento que deveria abortar a missão, mas resolveu tomar o local sabendo que não teria CAS.

Antes da inserção em Takur Ghar os Seals no Razor 03 logo se prepararam para uma saída rápida. As 03h00min a rampa traseira do MH-47 foi baixada e as tropas estavam prontas para sair enquanto o helicóptero se aproximava da HLZ. A equipe estava na traseira pronta para sair. Um membro da tripulação sinalizaria a hora de sair. Quando bem próximo do solo a aeronave foi atacada e logo atingida por tiros de metralhadora 12,7mm e RPG. Com o TAQ iniciando a emboscada o fogo inimigo atingiu o helicóptero que perdeu o sistema elétrico incluindo os rádios. Os pilotos logo decolaram e iniciaram as manobras evasivas. Um Seal caiu na rampa traseira e não perceberam. Outro tripulante também caiu, mas ficou preso pelo “rabo do macaco” e depois foi trazido para dentro pelos outros membros. A queda foi de até 3 metros na neve.

O Seal (Robert) logo ligou seu estrobo IR, mas já tinha sido avistado pelo TAQ. Revidou com sua M249 sendo atingido na troca de tiro. Após 30 minutos ficou fraco até para disparar sua arma devido aos ferimentos. Foi encontrado depois com um disparo de pistola na cabeça. Os ferimentos mostraram grande perda de sangue. O Seal estava equipado com um rádio, mas o plano rápido não permitiu usar direto com o AWACS.

Ao saber do ocorrido o Posto de Comando mandou um Predator para a área para monitorar. Viram um pouco da luta e viram o Seal sendo arrastado para um grupo de arvores e podia estar vivo. A imagem de vídeo o mostra disparando com a pistola próximo do inimigo e depois foi visto sendo arrastado. As 04h27min um corpo foi visto deixado para trás por tropas que foram para um bunker. Permaneceu no local e resfriou.

O Razor 03 fez um pousou de emergência 7 km ao norte de Takur Ghar. O Razor 04 inseriu a sua equipe as 3 horas e foi para o local de pouso do Razor 03 chegando 30 minutos depois. Depois todos voltaram para uma FARP em Gardez. Os Seals queriam logo ir atrás do amigo, mas o MH-47 estava pesado para voltar a Takur Ghar. Sabiam que havia chechenos no local e eram torturadores extremos com mortes cruéis. O Seal podia estar nas mãos de alguns.

Tropas da 101 Aeromóvel próximas fora identificadas como inimigas e quase foram atacadas por um AC-130. Podiam ter defendido o helicóptero que pousou em emergência e a tripulação permitindo que os SEALS fossem atrás do regate no pico.

No Posto de Comando, após verem o vídeo do Predator, decidiram enviar uma equipe de QRF formado por Rangers exatamente para reagir a situações como esta. Demoraria para preparar e ainda estariam a 1 hora de voo do local. Em Gardez os pilotos e Seals iniciaram os planos de resgate. Outras SOF queriam ser a QRF, mas os SEALS tomaram a frente. O Razor 04 decolou com cinco SEALS e um CTT.

O Razor 04 com os Seals foram para o local sem saber que uma QRF estava a caminho. O piloto do Razor 04 viu uma metralhadora disparando e pediu para a Minigun retornar fogo. O piloto fez um flare e os detritos mascararam o pouso. As 05h00min pousaram no mesmo local anterior do Razor 03 e no meio de fogo intenso os Seals desceram da traseira do helicóptero que logo decolou. O Razor 04 permaneceu em órbita até o combustível acabar. As tropas do TAQ estavam em posições bem preparadas. 

Os Seals se dividiram em duas equipes de três para buscar Robert. Ao se aproximarem de rochas e árvores o CTT engajou dois membros do TAQ matando imediatamente. Um bunker próximo logo disparou e o CTT foi ferido. As equipes logo foram atacadasO Spectre voando acima não pode ajudar devido a curta distância de engajamento. Outro Seal ficou ferido seguido de outro logo depois. Depois queb de três direções. raram contato com o CTT mortalmente ferido. No "lanço" descerem a montanha por 800 metros sendo perseguidos. O AC-130 código Grim 32 ajudou na retirada com os Seals em contato por rádio dando informações.

A imagem de um Predator mostra os SEALS lançando granadas de fumaça para quebrar o contato enquanto outro disparava de dentro do bunkers. Podem ter confundido o corpo do CTT com Robert e não foi conferido.

A QRF era chamada de TF Red com os Rangers da Companhia A do 1 Batalhão. Foram logo alertados as 05h15min sobre um helicóptero que caiu no vale. As informações eram pouquíssimas. Devido a limitação de peso apenas um "chalk" (10 Rangers) e quatro Parajumpers (PJ) iriam na missão. Depois foi ordenado o envido de dois "chalk" com menos PJ.

Só havia 21 MH-47E na TF Browm e estavam sendo muito utilizados nas missões. O Razor 01 levava nove Ranger e um ETAC, três PJ e a tripulação. O Razor 02 levava 13 Rangers. O After Action Report mostra 10 Rangers, um ETAC, um CCT e um PJ no Razor 01 enquanto o Razor 02 levava 10 Ranger e um ETAC. Foram de Bagram para Gardez que ficava a 15 minutos de voo. Chegaram a Takur Ghar as 06h15min já de dia. O pouso foi no mesmo local anterior com o Razor 02 esperando longe após circularem o pico por três vezes.

O Razor 01 pousou sem saber da ameaça e logo foi atacado enquanto pairava a 15 pés de altura. As Forças de Operações Especiais respondiam ao US Centcom e não ao comando local e por isso não sabiam da situação no local. Não tiveram apoio de CAS pois o AC-130 de cobertura teve que ir embora pois já era dia. Os artilheiros nas Minigum responderam ao fogo e um artilheiro logo morto e outros feridos. Depois de atingido o helicóptero caiu. Três foram mortos ao saírem da rampa incluindo o artilheiro traseiro e outros feridos ao serem engajados de três lados. Outros tripulantes também foram feridos incluindo os dois pilotos. Um membro do TAQ foi morto próximo a rampa. Tudo ocorreu em segundos. Com muitos feridos tiveram que manter a posição.

Em menos de três horas já eram seis soldados mortos. No vídeo do Predator os membros do TAQ estavam a 50 metros de distância movendo de posição e engajando. A maioria estava acima dos morros. Outro grupo disparou da posição 2 horas e outro de 8 horas do MH-47. Os outros Ranger saíram e se espalharam na proteção de pedras próximas. Cinco Ranger e um ETAC encararam a ameaça no lado direito. Era o mesmo local onde os SEALS atacaram anteriormente. Os membros do TAQ lançaram granadas ferindo três Rangers que foram salvos pela blindagem de Kevlar. O ETAC coordenou o CAS nas posições detectas.

O CAS em Danger Close conseguiu manter o inimigo de cabeça baixa até os Rangers chegarem. Os sobreviventes foram atacados de várias direções, mas tinham pontos fortes. Três tentaram atacar a posição inimiga, mas logo viram que era um bunker e voltaram. Então passaram a chamar CAS. Os Seals em Takur Ghar estavam equipadas com armas que não podiam atingir os morteiros que os atacavam. Pediram CAS que chegou 1 hora depois.

As primeiras aeronaves no local foram dois F-15E armados com bombas GBU-12. Os bunkers estavam muito próximos para usar bombas então fizeram passadas com canhão que mostrou ser eficiente para suprimir o inimigo e logo estavam sem munição. Os pilotos dos F-15E não tinham treinamento para isso. O canhão Vulcan era uma arma ar-ar de reserva e não treinavam para ataque com ele. O A-10 poderia voar mais lento e baixo para metralhar. Os pilotos treinam muito para isso e com um canhão adequado.

Um par de F-15E ficou no local das 04h05min a 07h30min. Logo foi desviado para apoiar o resgate. Disparam duas GBU-12 contra a posição de morteiro que foi atingido com a segunda bomba. Depois foi desviado para fazer REVO e foi chamado um B-52. Tiveram que ser desviados pelo TAC devido a presença de aeronaves amigas na área.

O F-15E voltou e disparou 11 bombas na "Whale". O TACP contatou e direcionou para a metralhadora em direção ao sul. O TACP corrigiu a direção e metralhou as 07h20min. A terceira corrida foi as 07h21min em cima das tropas al Qaeda e outra as 07h23min. Cada F-15E disparou 80 a 180 PGU-28 por rajada. O segundo F-15E metralhou quatro vezes das 07h43min as 07h46min, 07h48min e 07h50min para supressão. Os F-15E pararam o ataque devido presença de um Predator na área. Voltaram e dispararam a última GBU-12.

Dois F-16CG chegaram e metralharam as 08h07min e o segundo a 08h10min, com toda a munição gasta mais distante do alvo. Outro fez um passe as 08h24min e outro a 08h26min. Passaram a planejar “caminhar” bombas até o alvo. Disparam primeiro a uma distância segura e depois iam se aproximando. Na terceira passada já tinham atingido o bunker. As 09h29min dispararam a última a 200 metros do helicóptero derrubado. Os F-16 voltaram com suas GBU-12. As 08h41min um B-52 disparou bombas JDAM em um Posto de Comando e outra em um posto de morteiro na serra.

O Razor 02 voltou para Gardez as 06h25min. Depois retornou a Takur Ghar para inserir o resto da QRF em um local próximo mas 2 mil pés abaixo e 900 pés a leste. Era por volta de 8:30. A subida dos 10 Rangers e um Seal demorou duas horas. Tiveram que escalar a montanha com 1 metro de neve e em terreno rochoso. Foram autorizados a jogarem as placas de Kevlar fora. A subida era de 45 a 70 graus e ainda foram atacados por morteiros e as vezes por disparos esporádicos. Ao subirem foram de encontro com os Seals que desceram. Ao chegarem ao pico as 10h30min foram para o Chinook derrubado. Tentaram tomar a posição inimiga, mas era um bunker e pediram CAS. O bunker foi depois atingido por um Predator da CIA com um Hellfire.

Com mais caças chegando, junto com os dados dos caças, passaram a planejar ataques por terra. Após a corrida de CAS os Rangers assaltaram os bunkers com duas metralhadoras fazendo supressão. Sete Ranger atacaram. Uma bomba de 225 kg atingiu o local e espalhou detritos em todos. Eram duas equipes apoiando uma a outra enquanto avançavam, fora a supressão das duas M240. As 11h15min o topo estava sob controle sendo tomado facilmente sem baixas graças ao CAS. Encontraram americanos e outros 40-50 tropas do TAQ mortos.

Depois da ação criaram um ponto de coleta de feridos e pediram extração, mas tiveram medo de mandar helicópteros para o local. Mesmo precisando de EVAM imediato esperaram a noite chegar. Logo depois do pedido de EVAM foram atacados por duas direções. Atacaram ao redor e o tiroteio parou.

As tropas no local ainda foram atacados a distância esporadicamente for fogo de sniper e morteiros. Membros do TAQ continuaram disparando de uma serra a 400 metros de distância atrás do helicóptero derrubado. Os feridos foram logo levados para as rochas próximas. O CTT chamou CAS e o inimigo foi silenciado. Viram 70 membros do TAQ se aproximando, mas não se aproximaram muito. Eram grupos de 4-5 homens tentando retomar a posição. Os Rangers foram engajados por tropas do al Qaeda tentando retomar a posição. As tropas do SARS em um Posto de Observação próximo chamou CAS para engajar estas tropas.

Dois americanos foram feridos na luta. Um morreu depois devido a perda de sangue depois de ser mantido vivo por 10 horas e antes do EVAM chegar. Os Parajumpers (PJ) foram autorizados a levar bolsas de sangue poucos dias antes o que salvou vários feridos.

As 20h15min quatro helicóptero do SOAR chegaram e extraíram as tropas. O AC-130 disparou para manter o TAQ longe. O primeiro Chinook pousou do lado errado atrasando a missão. Trinta e oito americanos foram extraídos as 20h45min após 18 horas de combates. O primeiro helicóptero levou quatro feridos graves e os sete mortos no segundo helicóptero.

Foram cerca de 30 saídas de CAS durante o resgate até extração. As bombas caíram de 100 metros a no máximo 300 metros das tropas americanas. Usavam o helicóptero derrubado como referência para marcar os alvos.


Imagem de Takur Ghar logo após os combates.
Os F-15E chamados para apoiar tiverarm que usar o canhão. O canhão era tão preciso quanto as bombas guiadas a laser que levava (GBU-12), mas a probabilidade de causar dano colateral seria mínimo.


Arte de como teria sido os combates em Takur Ghar após a queda do Razor 01.


Imagens reias de Takur Ghar mostrando imagens do Predator, fotos do local e dos ataques aéreos.O vídeo do predator pode ser visto no site http://www.msnbc.msn.com/id/13233811/
 O Predator operava baixo fornecendo boas imagens de vídeo. O problema foi o Comando fixar no vídeo afetando prioridades. Cobravam o avanço das tropas e queriam comandar as operações de pequenas unidades.

Quarto Dia

No dia 5 de março os elementos da TF Rakassan moveram do ponto de bloqueio Diane até Ginger. Foram levados mais reforços de helicópteros incluindo seis morteiros de 81mm e dois de 120mm. Tropas do al Qaeda próximos ao objetivo Ginger em pickups foram detectadas por um Predator. O TACP em terra não podiam ver. Um A-10 marcou o local com foguete de fumaça para referencia do Predator. A noite foram dispararam bombas Mk82 nos alvos. Depois um A-10 atuou como FAC(A) apoiando dois F/A-18 com Mk82 contra tropas em campo aberto. Depois os A-10 metralharam e foram embora. Foram mais dois ataques com outros dois pares A-10. Havia cerca de 200 a 300 tropas em campo aberto. De dia havia corpos incontáveis graças ao efeito das bombas Mk82 com espoletas Airburst.

No dia 6 de março enviaram um radar de contrabateria. Um B-52 atacou a "baleeira" com bombas Mk82 e CBU-103. As Forças Especiais direcionaram os AC-130 contra caches de munição.

No dia 7 de março o mau tempo diminuiu as ações aéreas. Com as bombas JDAM puderam manter a pressão contra alvos pré-planejados.

A fase final foi a tomada do objetivo Ginger (ou a baleia) por tropas afegãs lideradas pelas equipes ODA indo pelo norte. No dia 8 de março as força afegãs reforçadas iniciaram o avanço em direção ao objetivo Ginger. O vale foi varrido até a cidade de Marzak incluindo o apoio de blindados. Dois A-10 voavam acima de um AC-130 aproveitando seus sensores que foi usado como FAC(A). Foram seguidos de ataques de F-15E, B-52 e F-16 incluindo mergulhos para metralhar alvos encontrados.

O ataque contra o objetivo Ginger no dia 9 de março foi atrasado pelo mau tempo. Dessa vez estavam mais bem preparados e com os olhos de olho no alvo já esperando ação. O CAS foi intenso no dia 9 com 327 bombas disparadas e outras 340 no dia 10.

Os helicópteros de ataque, caças, bombardeiros e AC-130 fizeram fogo de barragem entre as 17:45 a 19 horas local (durou 75 minutos):
17:00: B-52 atacaram a "Rat Line"
17:45-18:03: os F/A-18s atacaram alvos pré-planejados com bombas Mk82, GBU-12 e GBU-31 como fogo de preparação ( “prep fires")
17:45: AH-1 atacaram a "baleeira"
18:45: B-52 neutralizaram a "Rat Line"
18:30: B-1 dispararam bombas JDAM em XCAS
18:50: Dois AH-64 destruíram alvos inimigos no objetivo Ginger
19:00: Dois A-10  destruíram alvos inimigos no objetivo Ginger

Os AH-1 Cobras ajudaram com dois CH-53E apoiando com combustível criando uma FARP. Ao acabar o combustível decolavam para fazer um HAR (Helicopter Aerial Refueling) com os KC-130 acima e voltaram para repassar o combustível para os Cobra.

As tropas iniciaram o assalto as 18:57. Pela manhã começaram a receber fogo de sniper. Pediram CAS e os F-16 que responderam ao chamado suprimiram os alvos. O objetivo foi a tomado do alvo no fim do dia 10 de março. As Forças Especiais em postos de vigilância não viram mais sinais de inimigos no local. As forças continuaram a fazer reconhecimento na área. As tropas da TF Rakkasan conseguiram limpar 130 cavernas e 40 casas.

As tropas foram substituídas no dia 12 de março por novas tropas da 10a Divisão de Montanha que continuaram a limpeza até o sul do vale. A TF Commando com tropas americanas e canadense foram enviadas no dia 14 de março para realizar novas exploração do local. A operação terminou no dia 19 de março.

No dia 17 de março, a TF 11 em Bagram recebeu uma imagem de um Predator acompanhando três caminhões indo do sul do vale para o Paquistão de dia. A Força de Reação Rápida (QRF) com tropas do CAG e DEVGRU junto com os SBS enviados em três helicópteros MH-47 apoiados por Rangers de segurança em dois MH-60G. A missão era interceptar forças do TAQ para destruir ou capturar inimigos. Em uma missão diurna o risco seria bem maior. Os SEALS pediram para tirar as janelas dos helicópteros para poderem atirar com as suas armas. Poderiam ajudar se a Minigun lateral travar.

O comboio tinha três caminhões trafegando em um leito de rio seco funcionando como estrada com um quarto caminhão mais atrás a 3 km. O primeiro helicóptero pousou 20 pés a frente do primeiro caminhão após uma curva fechada. As regras de engajamento citavam que só seria permitido disparar se alguém apontar armas ou atacar primeiro.

Os passageiros dos caminhões apontaram suas armas enquanto saiam dos veículos e a Minigun logo disparou no primeiro veículo. Os SEALS também ajudaram. Os outros Chinook se posicionaram para engajar seus respectivos veículos. Os passageiros saíram dos veículos e tentaram se esconder. Um Chinook viu o último caminhão voltar e tentou cortar. Uma mulher saiu e mostrou uma criança. Então voltaram para posição inicial a frente.

Um Chinook pouso em cima de um morro próximo para facilitar o posicionamento de sua equipe de SEALS enquanto as tropas limpavam o matando 16 tropas do TAQ e capturando dois prisioneiros feridos em poucos minutos. Eram todos estrangeiros incluindo um com roupa de mulher e outro com cinto de explosivos. Encontraram fuzis M4 e granadas perdidas em Takun Ghar e um GPS. Os MH-47 fizeram um reabastecimento em vôo em um MC-130P e voltaram com as tropas para base sofrendo apenas pequenos danos.

CAS no Anaconda

De 2.000 tropas que atuaram na operação foram 11 mortos, incluindo oito operadores de Forças Especiais mortos, e 80 feridos incluindo soldados afegãos. Sete mortos foram no resgate em Takur Ghar no dia 4 de março. A maioria dos ferimentos nos soldados americanos foi nas extremidades do corpo com a blindagem protegendo o tronco na maioria dos casos. 

Os americanos venceram no final, mas graças ao grande poder aéreo disponível. No inicio não havia um plano, não integrado, vetado, treinado ou preparado, mas no final causaram muitas baixas no TAQ, mas ainda não varreram a área do inimigo. O senso geral foi de falha em vários níveis. Na USAF levou a melhoria na preparação dos TACP.

Inicialmente o US Army planejou só usar os helicópteros AH-64 Apache para Apoio Aéreo Aproximado. Não haveria apoio de artilharia devido ao terreno e as distâncias. Os esquadrões da USAF e US Navy nem saibam da operação desta escala. Só desconfiaram após o US Army pedir para realizar vários vôos de reconhecimento com o F-14/TARPS. A USAF só foi notificada da operação cinco dias antes e sem um sistema para gerenciar e integrar os pedidos de CAS.

A operação foi planejada para iniciar no dia 28 de fevereiro, mas o mau tempo forçou o adiamento para 2 de março. Levou dois dias para os esquadrões de caça saberem o que estava acontecendo em terra como determinar as posições das tropas amigas.

As aeronaves de ataque tiveram que correr o risco de colisão trafegando entre as órbitas e dentro do envelope da artilharia antiaérea e mísseis SAM portáteis que foram disparados. Os caças da US Navy e USAF metralharam alvos várias vezes.

Os primeiros caças A-10 a chegar no local durante o inicio das operações vieram do Kuwait. Não sabiam onde estava as tropas amigas e ninguém controlava o trafego aéreo no local. A ameaça de colisão era maior que a ameaça da artilharia antiaérea. Logo viram um AC-130 passar próximo, um F/A-18 passar por cima e depois bombas JDAM por baixo durante a ação. Os pilotos de A-10 passaram a atuar como FAC(A) o que foi importante para evitar colisões no ar atuando como "guarda de trânsito".

Os FAC(A) tiveram papel importante na Operação Anaconda. Antes cada Kill Box de 30x30 milhas tinha um FAC(A). Sem um plano prévio os FAC(A) tiveram que tomar a frente e organizar as operações no ar. Os caças checam com o "bossman" no AWACS e repassa para depois passar a frequência de rádio dos FAC(A). Os FAC(A) geralmente faziam controle de trafego aéreo lateral ou vertical. Podiam atuar com duas esquadrilhas/divisões no local. A primeira divisão checa e outra espera a 45 minutos atrás e se alternam entre o alvo e o REVO para manter sempre 2-4 aeronaves sobre o alvo. Geralmente era um par de F-14 e um par de F/A-18. Os F/A-18 estavam equipados com as bombas JDAM e mísseis LMAV e os F-14 com bombas Paveway e bombas burras dando flexibilidade para escolher armas e "casar" com os alvos. Os B-52 voaram cinco missões por dia durante a operação.

Um EP-3E com um membro das Forças Especiais usou os sensores da aeronave para detectar posições de morteiros e passava as coordenadas para os FAC(A) nos F-14. A descrição era bem detalhada. Também havia um Predator e um B-1B no local. O EP-3 ficava bem alto e fora do vale enquanto o Predator bem baixo a 3 mil metros. Os B-1B podiam marcar as posições com as JDAM.

Após os contatos inicias com os TACP ou OA-10 os caças iniciaram as respostas as chamadas de CAS imediato. Foi estimado a presença de 35 TACP em terra durante a operação além das equipes de reconhecimento das Forças de Operações Especiais. Era cinco vezes mais que o esperado em uma área equivalente de uma frente do Exercito. No final da operação já eram 42 TACP e ETAC junto com 1.500 tropas.

A área de operação tinha 8x8 milhas, mas os TACP estavam operando em uma área de 3x5,6 milhas o que tornou difícil o controle do tráfego aéreo. No ar as aeronaves estavam funilizadas e com várias indicações de quase erro enquanto outros iniciavam o mergulho no alvo.

Os TACP usavam GPS e telemetro laser para determinar a posição dos alvos, mas um problema foram alguns TACP sem equipamento para gerar as coordenadas do alvo. As falhas mais comuns eram quebrar a busca ou ataque por falta de combustível, não ser liberado pois havia aeronaves na área, ou ser proibido de atacar devido a presença ambos ou devido as regras de engajamento.

Os TACP consideraram o CAS eficiente e devastador. O padrão de atuação dos TACP durante a operação era controlar vários pedidos de CAS em um curto período de tempo depois ficar sem operar por muito tempo. 

Entre os dias 3 de março a 16 de março foi uma média de 60 saídas de CAS por dia. Foram disparadas uma média de 235 bombas por dia com um total de 3.500 disparadas durante a operação. As Mk82 e GBU-31 foram as armas mais usadas. 47% eram guiadas e 53% eram não guiadas. Os B-52 disparam 1.600 Mk82. Com espoleta airburst as Mk83 tiveram um ótimo desempenho para tropas em campo aberto e operando os morteiros.

Nas primeiras 72 horas foram 751 bombas disparadas, 495 de precisão e 256 Mk82. Um total de 674 foram disparadas em missão de XCAS e o resto contra alvos pré-planejados. Os bombardeiros dispararam filas de 15 bombas Mk82 cinco vezes no dia 3 de março. Os AC-130 fizeram nove saídas.

O tempo de resposta tinha que ser rápido devido ao tipo de ameaça, mas as JDAM levavam pelo menos 10 minutos para preparar até atirar. Eram gastos cerca de 10 minutos para reposicionar a aeronave e entrar as coordenadas o alvo sendo muito tempo para quem estava sendo atacado em terra.

Durante a operação a aviação tática só atacou no local e outras missões no país foram canceladas. As saídas foram mais que suficiente, mas a limitação foi a falta de controle e o pequeno tamanho da área. Os TACP em terra ficaram satisfeitos com o que conseguiram.

As saídas durante a operação eram de CAS imediato (XCAS) ou contra alvos pré-planejados com o DMPI passado pelo Comando Conjunto. Os caças no final dos "vul" que não recebiam alvo para CAS iam atacar alvos pré-planejados. Inicialmente foi mais XCAS com os alvos pré-planejados aumentando com inimigo diminuindo. No final foi 60% XCAS e 40% pré-planejado.

Para comprar em 1991, dia 25 de fevereiro, foram realizados 140 saídas de CAS e interdição contra a Divisão Tawakalna e a 12a Divisão Blindada no Kill Box AE6 n no norte do Kuwait. Foi o maior número de saída em um Kill Box durante a operação Desert Storm. A área de operação da Anaconda era 1/16 de um Kill Box normal.

As táticas de zonas de engajamento e alvos pré-planejados funcionaram bem. Eram fechados se entrasse tropas amigas no local. Havia 3 mil DMPI na área. Depois do XCAS os caças podiam atacar alguns deles se sobrasse bombas. Os ataques mantinham o inimigo de cabeça baixa. A ATO ativava e desativava as zonas de engajamento antes das saídas.

Uma grande falha foi não atacar 65 alvos pré-planejados simultaneamente antes do inicio da operação. Seria um bom fogo de preparação e não traria problemas depois com as tropas afegãs.

Os AC-130 operaram bem com as equipes de Forças Especiais e as tropas convencionais. A autonomia, sensores, precisão e consciência da situação era bem vinda. Voando a grande altitude para compensar o terreno elevado do local tiveram que usar mais o canhão 105 mm e só podia operar a noite.  Resultou em um requerimento de uma aeronave artilhada que voe de dia e menos vulnerável. Provavelmente será armada com armas stand-off.

Os helicópteros Apaches fizeram falta e foram logo preparados e transportados de C-17 dos EUA até o local. O USMC enviou os AH-1 Cobra e CH-53 para Bagram vindos de navios anfíbios no Oceano Indico. Passaram a se preparar para apoiar um luta demorada precisando de mais apoio logístico principalmente munição.

O uso do UAV tem um problema potencial da imagem mostrada ser considerada o quadro geral (big picture). Na verdade é visão microscópica dos eventos em uma pequena área em um dado momento. O UAV também leva ao desejo de resolver os problemas que aparecem na tela com urgência. As tropas chamaram de “Predator Crack” devido ao vício da qualidade das imagens enviadas pelo UAV mais usado. Resulta em problemas se o observador perde a visão do que acontece em outros locais. As tropas voltando a Bagram viam as tropas na base festejando perante as imagens do Predator. Unindo a visão estreita com a impressão que está tendo a visão total e o poder de decisão irão influenciar os eventos baseados na visão. Isso pode levar a confrontos com outros observadores sobre o que deve e quando ser feito.

Já na guerra civil americana os Generais reclamavam de políticos querendo microgerenciar a guerra, nos dois lados, baseados em uma tecnologia maravilhosa da época – o telegrafo. No Vietnã o problema eram os comandantes em helicópteros voando acima do campo de batalha tentando gerenciar a batalha conforme o que viam do seu ponto de vantagem. O Predator foi a ultima versão aparecendo na Operação Anaconda.

No fim da tarde do primeiro dia um Predator detectou pequenos caminhões desembarcando tropas e material em uma região ao redor da área de combate. Foi ordenado um ataque imediato mesmo não sabendo a natureza das tropas ou material. Os F-16 enviados não conseguiram ver o caminhão na ravina. Com tropas em contato na mesma hora a missão acabou atrapalhando os pedidos de CAS. As tropas teriam que se retirar se atacadas pois a missão durou mais de 4 horas. A missão era de Interdição e o que tinham de fazer era CAS. O comandante em terra reclamou devido a demora da resposta, mas no CAS tinham as coordenadas do inimigo e respondiam em 10 minutos. A falha em destruir o caminhão levou os comandantes aéreos de heróis a bode expiatórios.

A USAF considerada usar caças para matar tropas inimigas em caso de tropas em contato como sendo ineficiente. A Interdição Aérea era considerada mais custo-eficiente por destruir mais inimigos na missão antes de chegaram na frente. O US Army preferia o apoio as tropas sendo atacadas enquanto os caças iam atrás de alvos lucrativos.

Depois aconteceu novamente no dia seguinte. Outro caminhão apareceu e foi dada uma nova ordem de atacar. O caminhão não tinha carga na traseira e talvez três pessoas na cabine.

Perceberam que as Forças Especiais estavam mal treinados para chamar CAS. Era como chamar artilharia e os pilotos reclamaram. Podiam usar método de "nove linhas". O equipamento não era integrado e era difícil determinar algumas coordenadas dando margem a erro. Eram vários sistemas unidos como um só. Erros de angulo e elevação mais os erros da arma dava muita imprecisão. Só transmitira dados com voz e o caça tinha que estar voando acima para receber devido as montanhas. Um sistema automático podia ter mais alcance e economizaria tempo.

Ações Posteriores

Depois da Operação Anaconda a ação em terra ficou mais esparsa. O dia a dia dos TACP no Afeganistão passou a ser detalhes de segurança, patrulha de reconhecimento, coleta de informações, tentativas de capturar HVP, formar o exército local e outra tarefas. Os SOF TACP e convencionais continuaram a atuar. Geralmente eram outro membro da equipe, chutando portas e "limpando" cômodos, ou ajudando os sargentos médicos a tratar doenças nas vilas. As vezes tinham que usar suas capacidades primárias de chamar CAS.

Para conquistar o apoio e a confiança dos moradores locais a melhor arma era dar apoio não militar. Em poucas horas após chegarem em uma vila criavam uma clínica. Podiam tratar desde doenças básicas até os feridos em um combate local. Os TACP convencionais que foram sem treinamento para o Afeganistão tiveram que aprender no local a operar com as Forças Especiais. Incluia aprender a dar cuidados médicos.

Os combates locais mostraram que os TACP treinavam pouco com armas. Foram planejados para apoiar o exército e por isso não precisariam muito se defender. No Afeganistão mostrou que precisariam e muito. Atuando com uma equipe pequena tinham que saber usar qualquer arma como faziam as Forças Especiais incluindo morteiros e metralhadores.

Os FAC(A) continuaram atuando frequentemente com os TACP em terra e apoiando os B-1 e B-52 voando acima. O CAOC queria sempre um FAC(A) no ar continuamente. Os F-14 voaram a noite e os A-10 atuando na base aérea de Bagran de dia. Em janeiro de 2002 os AV-8B Harrier do USMC passaram a operar em bases no país. Em janeiro as regras de engajamento também mudaram e todas as aeronaves tiveram que receber um casulo FLIR para identificação positiva dos alvos incluindo os B-52.

Além do B-1 e B-52 os FAC(A) também passaram a apoiar os F/A-18D e A-10 baseados na base aérea de Manas no Kirquistão, os P-3C em Omã, e os F-15E e F-16 em al Udeit. Os caças passaram a fazer mais mostra de força com passagem baixa do que disparo de armas.

As equipes de Forças Especiais eram difíceis de serem acompanhadas pelos FAC(A) no terreno montanhoso. As vezes tinham que subir os picos para se comunicar com os caças. Os caça podiam perder o contato fácil se ir para o lado errado da montanha. Os pilotos raramente viam as tropas em terra com binóculos ou casulos FLIR. Mesmo sem muita visualização ajudavam a varrer a área a frente das tropas por conhecer a posição geral.


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