Planejamento da Operação OIF

Os motivos da invasão do Iraque eram a projeção do poder americano pelo mundo, acesso as reservas petróleo, causar a desestabilização e queda de um inimigo declarado de Israel, e criar bases contra outras ameaças na região como a Síria e o Irã. O ataque de 9 de setembro foi a catalise da implementação do plano.

Após a Tempestade no Deserto em 1991, as operações militares foram mais aéreas e finalmente o US Army passou a ter chances de mostrar sua capacidade na invasão do Iraque. Queriam até mostrar que podiam vencer sem a ajuda do Poder Aéreo.

Depois da Operação Enduring Freedom (OEF) o Secretário de Defesa americano pediu aos militares um novo plano para uma invasão do Iraque. O plano da época era o OPLAN 1003-98, para uma invasão do Kuwait, atualizado depois da Operação Desert Fox em 1998, com base nas idéias da Operação Desert Storm. O OPLAN 1003 usaria muitas tropas, com uma preparação longa e vários ataques aéreos antes do avanço em terra. O plano não considerava as capacidades das tropas atuais, disponibilidade de armas guiadas e novas tecnologias de Comando & Controle, além das lições da OEF. A operação OEF mostrou que as equipes de Forças Especiais designando alvos para armas guiadas podiam substituir grandes quantidades de tropas convencionais.

O objetivo inicial era diminuir o número de tropas de 500 mil para 400 mil tropas, mas ainda era muito. As tropas Iraque eram bem mais fracas que em 1991 enquanto as tropas americanas estavam muito mais potentes. As força iraquianas ainda cerca de 10 vezes mais potentes que as do Afeganistão. Os sistemas eram mais sofisticados e estavam funcionando. Os alvos estratégicos eram milhares. A Guarda Republicana caiu de 10 Divisões para seis. Eram bem armadas e manejadas sendo quatro Divisões pesadas com T-72.

A inteligência tinha que considerar as bases no local, preparação, áreas de sobrevôo, descolamento, logística, sustentação, C2, e inteligência. Podia ser plano otimista com todos os paises vizinhos ajudando incluindo com tropas. Os ataques seriam simultâneos em várias frentes, no ar e as Forças Especiais ajudando. O caso moderado seria com pouco apoio com um seria ataque mais seqüencial e convencional com ataque pelo ar e depois por terra. O pior caso seria só com apoio do Kuwait e com navios no Golfo Pérsico com as operações todas sequencial. Os americanos queriam um ataque simultâneo a partir do Kuwait, Jordânia e Turquia.

Para concentrar as forças na região em segredo acostumariam os iraquianos com aumento e depois uma suposta "contração". Podiam mover equipamento antes e pré-posicionar. Depois só levavam as tropas com equipamento pessoal. O treinamento constante seria outra forma de preparar o local. Os NAes podiam estar próximos e em pouco tempo se concentrar no Golfo Pérsico.

O Plano foi logo dividido em fase 1 de preparação; Fase 2 de preparação do campo de batalha (shape the battlespace); Fase 3 de operações decisivas; e Fase 4 de operações pós-hostilidade. A Fase 4 duraria mais tempo.

O novo plano foi chamado OPLAN 1003V sendo uma adaptação do antigo iniciado a partir de janeiro de 2002. Ataques aéreos contra as Defesas Aéreas Iraquianas começaram a aumentar e inciaram "spikes" de transporte de suprimentos e unidades para o local. As tropas iam treinar no Kuwait e se acostumavam em chegar, preparar, deslocar e lutar em grandes formações. Criou proficiência em lutar no deserto. A rotação feita por dez anos até aclimatou com o local. 

Esperavam levar 160 mil tropas para o local na Turquia e Kuwait, e Forças Especiais na Jordânia e Arábia Saudita. Esperavam operar com pelo menos uma Divisão blindada reforçada, um Regimento de Cavalaria Blindado, uma MEF dos fuzileiros e meios aéreos.

A Fase II de ataque aéreo deveria durar três semanas onde usariam muitas armas guiadas. A Fase III duraria até 135 dias dependendo da época do ano e táticas defensivas usadas pelos iraquianos. Também estudaram comprimir a campanha aérea para ser simultânea com a campanha terrestre. Nesse caso as tropas ainda estariam indo para o Teatro de Operações se ocorresse.

Devido ao sucesso da finta da 1 Divisão Blindada na Operação Desert Storm, pensaram que táticas semelhantes funcionaria novamente. A inteligência iraquiana era mais focada em ameaças internas e não em combate o que ajudaria.

O próximo passo foi comprimir a Fase 1 para 3 de 225 dias, incluindo três meses de construção de força, seis semanas de ataque aéreo e operações de Forças Especiais incluindo tomar os campos de petróleo no sul e 90 dias de combate em terra. A melhor época para a invasão era o inicio do ano. O treinamento dos iraquianos iniciava depois e a meteorologia era relativamente boa.

Pensaram na idéia de "cinco frentes" com ataques do Kuwait e Turquia, as Forças Especiais ocupando as áreas de operações dos Scuds no deserto a oeste, uma frente de Operações Psicológicas, e fogo operacional contra Bagdá e Guarda Republicana.

A partir de março de 2002 os comandantes de várias forças começaram a se reunir para planejar a operação. Não queriam uma campanha aérea, terrestre, de Forças Especiais etc. Queriam uma campanha única. O plano vazou na imprensa e foi criticado.

Passaram a pensar em planos 45-90-90 sendo 45 dias de deslocamento, 90 de ataques aéreos e 90 de ações em terra. Outro era levar tropas rapidamente de avião, com duas semanas de campanha aérea. Eram conceitos básicos com variações.

O conceito básico virou um ataque em cinco frentes. As Forças Especiais atuariam contra os Scud no deserto, outras Forças Especiais e uma Divisão avançaria pelo norte, duas frentes atacariam Bagdá pelo sul e fariam Operações Psicológicas. Concentrariam em cinco pontos ao invés de um ataque espalhado convencional lento. No Afeganistão foi um avanço rápido e da mesma forma colocariam as forças dentro do Iraque rapidamente para os iraquianos não poderem reagir. Se os iraquianos manobrassem seriam alvos da artilharia e ataques aéreos.

Esperavam que a Guarda Republicana usasse táticas defensivas soviéticas de "anéis de aço" se entrincheirando ao redor de Bagdá. Seria difícil dispersar dos ataques aéreos rapidamente e se dispersassem ficariam mais fracas contra as forças terrestres.

O V Corpo treinou na Europa para testar a logística, e como seria o avanço em estradas pavimentadas com vários níveis de resistência inimiga, qual seria a velocidade e alcance. O mesmo foi calculado para os iraquianos sobre com poderiam avançar sob ataque aéreo. Foram feitos jogos de guerras virtuais e reais.

Simularam a Fase 3 da guerra no computador por vários dias com Batalhões e Brigadas da 3 Divisão de Infantaria e 1 MEF e até os ataques os TLAM e pacotes ataque dos NAes. Perceberam problemas de banda de comunicação, ordens mal interpretadas, questões de distância e tempo, e outros, mas validou o plano. A ofensiva seria de duas frentes no sul com cada rota tendo vários eixos.

O US Army atacariam a oeste do Rio Eufrates em um arco vindo do Kuwait até Bagdá. A 1 MEF, dividido em RCT, seguiria a rede de estradas no rio Tigre mais a leste. Depois se ligariam para atacar Bagdá onde atacariam a Guarda Republicana. A 4 Divisão de Infantaria avançariam para o sul a partir da Turquia. O Reino Unido isolaria Basra e tomaria os campos petróleo no sul. As Forças Especiais atuariam no deserto a oeste. A Arábia Saudita não quis apoiar como na Operação Desert Storm e apoiaria apenas as operações Forças Especiais e CSAR no deserto a oeste.

No papel era um ataque contra forças superiores. Geralmente era necessário ter superioridade de 3 contra 1 no ataque contra tropas na defensiva. No século 21 a força vinha do poder de fogo e não do número de tropas ou blindados. O efeito da massa aumenta com velocidade e o avanço rápido seria outra arma.

As linhas de comunicações seriam longas e expostas por mais de 500 km do Kuwait até Bagdá, mas objetivo era destruir a vontade de lutar dos iraquianos. Um ataque meticuloso, lento, grande e baseado no atrito poderia destruir o inimigo e com as linhas de comunicações bem protegidas, mas o tempo para a operação daria vantagens para Saddam como destruir a infra-estrutura de água e combustível, lançar mísseis contra vizinhos e usar armas de destruição em massa contra as tropas.

O próximo plano era baseado na velocidade resultado no 5-11-16-125 com cinco dias para posicionar as tropas com a ponte aérea, 11 dias para preparar as forças, 16 dias de operações aéreas e Forças Especiais contra alvos chaves e 125 dias de combate em terra.

As tropas em terra usaram o treinamento nas missões Intrinsic Action e Eager Mace para mudar as tropas no Kuwait e treinar no deserto se preparando e ambientando. Tiveram tempo para estudar o inimigo. A 3 Divisão de Infantaria era uma unidade mecanizada com unidades blindadas e artilharia com experiência de treinamento no Kuwait. Os meios adicionais como MLRS e Apaches não iriam alertar os iraquianos.

Na terceira semana de março eram 292 mil tropas na região sendo 170 mil do componente terrestre. O novo governo da Turquia negou a passagem da 4 Divisão de Infantaria para o Iraque, mas podiam sobrevoar o país. A 4 Divisão de Infantaria estava embarcada em 37 navios no Mediterrâneo e podia ser descarregada em 10 dias. Se negado iriam para o Kuwait sendo um reforço de mais 15 mil tropas para o componente terrestre.

Estratégia do Avanço

O avanço no Iraque foi feito por um Corpo de Exército com duas Divisões, mas apenas uma Divisão ficava na liderança e com apenas uma Brigada na frente.

A 3a Divisão Infantaria (mec) com 9 mil tropas avançou 500km em três dias no leste do rio Eufrates com resistência leve. Já na primeira semana de abril estava em Bagdá. A 101 Airborne e uma Brigada da 82 Airborne seguiam atrás da 3 Divisão de Infantaria cobrindo as linhas de comunicações. A 4 Divisão de Infantaria na Turquia, bem digitalizada, foi para o Kuwait de navio em um mês mas chegou após Bagdá cair. A oeste do US Army estava a 1 MEF enquanto a TF Tarawa foi para An Naisiria.

As forças do Iraque foram avaliadas em 300 mil tropas contra duas Divisões pesadas avançando. A resistência real era esperada em Bagdá contra a Guarda Republicana. A inferioridade americana era 3x1. O treinamento e a falta de peças de reposição das armas iraquianas compensariam. A velocidade e o poder americanos seriam a chave da vitória. Quanto mais rápido chegassem Bagdá mais fácil o regime entraria em colapso. O maior desafio era a Guarda Republicana e as forças especiais iraquianas e não o exército.

O equipamento do US Army pronto no Kuwait eram 247 M-1, 264 M-2, 54 Paladin 60 rebocados, 18 MLRS, 151 Apache, 52 Kiowa, 178 UH-60 e 62 CH-47.

O objetivo central da Campanha terrestre era tomar Bagdá, ou cortar a cabeça da serpente. Enviaram duas enormes colunas a partir do Kuwait. O esforço principal era um gancho pela esquerda do V Corpo indo em uma direção inesperada onde as defesas eram mais leves. A segunda coluna seria a 1 MEF centrada na 1 Marine Divison.

O V Corpo era o esforço principal com o gancho pela esquerda em Bagdá, indo pelo deserto em uma área pouca povoada. A 1 Marine Divison, como elemento apoio, em Rodovia principal, Rota 1 e secundária Rota 7. Usavam manobra para evitar Divisões iraquianas.

O V Corpo do US Army formou a leste atacando em um eixo 60 a 100km do USMC. O 1 MEF atacaria mais próximo a fronteira com o Irã, com os britânicos a direita. Desembarcariam em al Faw e depois iriam até Basra.

A estratégia do avanço se baseava no controle do ponto de ataque para surpreender continuamente o inimigo e confrontar com eventos múltiplos que o deixam em choque. Era uma estratégia já usada por Napoleão, na blitzkrieg alemã e pelo General Bradley na Normandia. Também cortariam os meios de comunicações e logística pare evitar comandarem suas tropas. Iriam evitar parte das tropas inimigas e então rapidamente destruir as unidades em contato, minando o moral do inimigo.

Usaram fintas de manobras entre os rios e evitando forças em Nasiriyah e Samawaah, e assim a 3 Divisão de Infantaria foram pelo deserto no oeste do rio Eufrates até o passo de Karbala a 50 milhas de Bagdá. Atacariam o flanco da Guarda Republicana na frente da cidade, surpreendendo o comando iraquiano. Viria antes do esperado e de direção não esperada.

No Dia 20 de março foi iniciada três campanha integradas. Norte, e oeste Iraque com Forças Especiais para neutralizar a possibilidade de ataque com mísseis Scud até Israel. Evitariam Curdos de lançar sua própria ofensiva, e logo atacaram base de Ansar Al-Islam e Zaraqawi grupo do Al Qaeda. No sul os Seals fizeram incursões na Península Faw seguido de desembarque em Umm Qasr para tomar a cidade de Basra.

Manter a surpresa e a iniciativa significava manter a linha do rio, cobrindo as linhas de comunicações do V Corpo até o Kuwait e ocultando o avanço das tropas no deserto a oeste. No dia 23 de março o V Corpo já estava próximo a Karbala. Em quatro dias atravessaram 260 milhas.

O USMC atacou Basra e depois cruzou o Rio Eurfrates em Nasiriah movendo na região central da Mesopotâmia até Bagdá, com finta em direção a Diwanita antes de virar para oeste na Rodovia 27 para tomar Bagdá pelo sudeste.

Com os turcos não permitindo o avanço pelo norte enviaram a 4 Divisão de Infantaria para o sul pelo canal de Suez chegando no fim da campanha. Era a Divisão com mais tecnologia do US Army e não pode operar na campanha.

No norte e Oeste as Forças Especiais operavam em segredo. A combinação de Forças Especiais e armas guiadas causaram um furacão nas capacidades iraquianas. As IADS foro logo desintegrada e puderam focar nos ataques a Guarda Republicana.


Estratégia geral do avanço americano e como foi executado. A 3 Divisão de Infantaria liderou o V Corpo no deserto a oeste indo para Najaf, Karbala e depois Bagdá. 1 MEF foi direto pelo centro até Naisiria e al Kut. Os britânicos foram para Basra com a 1 Divisão Blindada. Na Turquia haveria uma invasão pela 4 Divisão de Infantaria mas foi cancelada pois os turcos não deixaram. Então foi só com o uso de Forças Especiais.

O Lado Iraquiano

Saddam não esperava um ataque por terra com o objetivo de derrubá-lo. Entre as ameaças esperadas a coalizão estava em terceiro lugar. O maior medo era uma possível revolta dos xiitas seguida de outra guerra contra o Irã. As unidades do Exército Regular estavam mais concentradas no sul e mais próximos a fronteira do Irã e não contra o Kuwait. Esperava até que a França e a Rússia impedissem o ataque americano com diplomacia.

Nem esperava que os americanos fossem encarar uma luta dura. Após perder 18 tropas na Somália, uma perda insignificante para os Iraquianos, e a falha em derrubá-lo em 1991, esperava que os EUA nunca tentariam chegar na "fortaleza Bagdá". No máximo esperava que tomassem o sul do Iraque e deixariam o regime sobreviver. Esperava até que teriam problemas com os xiitas e se retirariam.

Saddam e seus comandantes contavam até com a "superioridade" dos guerreiros iraquianos sobre os americanos. Só precisavam de um campo de batalha que negasse a tecnologia americana e as cidades eram o lugar perfeito. Saddam deu até copias do livro "Black Hawk Down" para todos os comandantes.

Desde a Operação Desert Storm que planejavam uma defesa. Não pararia os ataques mas tentaria tornar caro. Meses antes da invasão Saddam apresentou outro plano no fim de 2002. Era um plano tolamente impraticável. O anterior era baseado em uma defesa em profundidade e a retirada em fase com aumento da pressão americana. Agora passaram a focar na defesa de Bagdá.

Bagdá ficaria no centro com quatro anéis de defesa. Um anel central era seguido de outro 10 km a frente, depois outro a 7 km e o último para as forças de reconhecimento. Era um plano simplista como "a Divisão Hamurabi defende o norte, Medina o sul, Al Nida o leste e as Forças Especiais da Guarda Republicana o oeste". Fariam uma retirada simultaneamente com a chegada dos americanos para o próximo circulo. No final lutariam até a morte.

O plano não considerou a geografia como rios, pântanos e canais que não existiam no plano. Não contava que as unidades se retraindo seriam atacadas pelo ar e terra. Para ter sucesso precisaria de muita coordenação entre as unidades e treino para os comandantes entenderem o conceito. Os comandantes nem puderam levar cópias dos planos ou tomar notas. Na prática nem poderiam coordenar o plano por si mesmos. Os Generais nem podiam se encontrar com o risco de serem suspeitos de tentar um golpe.

As Divisões iraquianas só moviam pequenas unidades ao comando do seu comandante. Como um todo só se movimentavam com comando de Saddam. Em combate não poderiam aproveitar a vantagem ou preparar boas defesas. Os subordinados não podiam nem dar sugestões.

As sanções militares eram outro problema. As forças iraquianas eram cerca de três vezes maiores em tropas, mas por 12 anos os iraquianos não puderam comprar novas armas ou peças de reposição. Nem tinham como treinar adequadamente. O Exército regular tinha apenas uma fração do poder de combate.  As armas pesadas diminuiu pela metade em relação a guerra do Golfo de 1991, mas a disponibilidade despencou. Estavam mais concentradas no sul entre os rios Tigres e Eufrates, mais para o lado da fronteira com o Irã.

A Guarda Republicana estava a toda força canibalizando o Exército regular. Ninguém dava noticia ruins para Saddam que pensava que estavam todos prontos para guerra. Saddam pediu para criarem lições sobre a Operação Desert Storm. Era a oportunidade e falarem a verdade, mas passaram dados óbvios. Sabiam quando o ataque viria (anunciado na CNN com um ultimato), citaram que dispersaram as tropas para os mísseis nucleares Pershing não atingirem com grande resultado (não foi deslocado e ainda enfraqueceu as tropas contra forças convencionais).

Novos Meios de C2

No JOC, Joint Operation Center, em Camp Doha no Kuwait, o comandante do CENTCOM podia ver as tropas amigas avançando com os dados passados pelo Blue Force Tracker (BFT). As unidades aparecem como quadrados azuis na tela. Podia dar zoom até o nível de equipe em Bradley. A posição das tropas era atualizada continuamente.

A tela das forças inimigas (Red Force) era similar. A Red Force Traker usavam outros meios para determinar a posição como vídeo de UAV, aeronaves de reconhecimento de grande altitude U-2 e até satélites. O radar SAR de vários meios como o JSTARS e UAV Predator e Global Hawk era outro meio importante. Sensores de escuta eletrônica cobriam as bandas de radar, celular e rádios. A inteligência humana (HUMINT) era adicionada na fase final. Era a melhor visão do inimigo que qualquer comandante já pode ter. Demorava horas para atualizar, mas funcionava. A Red Force e Blue Force poderiam ser mostradas em tela única ou telas lado a lado.

As Red Forces eram atacadas por artilharia, ar e helicópteros. Os dados de Predator e Global Hawk iam para o componente aéreo e terra simultaneamente. Os alvos podiam ser atacados por qualquer um.

As telas do centro de comando do JOC podiam mostrar vídeos das câmeras do Predator. Na primeira noite viram as torres de vigilância da fronteira sendo atacadas. Seriam atacados por 24 TLAM após o ultimado de 48 horas terminar. Junto seriam 16 TLAM disparados contra centros de C2 em Bagdá. Depois viram que o alvo era reforçado e usariam também dois F-117 contra um alvo bem defendido em Bagdá.

O Blue Force Tracker (BFT) instalado nos veículos avançando usa satélite de comunicações e GPS para anunciar a posição de unidades amigas. Podia ser mostrados em uma tela digital em um posto de comando. O posto de comando da Divisão coordena os fogos e observa o avanço. A maioria dos dados era por rádio de voz e era difícil mostrar na tela então os mapa em papel ainda foram usados pois pode ser atualizados rapidamente. O posto de comando da Divisão tem uma tem ala de inteligência mostrando as imagens de vídeo dos UAV e a ala planejamento tem um oficial de ligação de outra unidades. A outra ala cuida da logística e outras tendas são de comunicações e do DASC. O hardware do BFT também apóia o Sipernet, uma internet secreta com vários chatroom.

Os veículos com BFT levam transponders que transmitia a localização do veiculo e recebiam a localização de outros veículos similares. Era mostrado em uma tela no veículo e podia passar mensagem de texto. Todos viam o quadro geral do comando superior podendo monitorar o campo de batalha a nível de Companhia. Podem adicionar ícones vermelhos do inimigo, mas demora a atualizar. O BFT ajudava a diminuir fratricídio como efeito colateral desejável. Podiam ver os contatos a distancia e olhando para a tela saber se eram amigas. Como defeito era a incapacidade de receber imagem detalhadas ou outros produtos de banda larga. Também não espalha inteligência, mas podiam enviar e-mail pedindo apoio logístico. Com muitas unidades logadas ficava lento.

O BFT operava com satélite ao invés de rádios LOS. Os satélites de comunicações são usados mais para informações estratégicas enquanto as unidades em terra não operam muito distantes usando mais rádios de linha de visada, mas a capacidade extra mostrou ser útil depois comas unidades avançando bem distantes entre si.


BFT mostrando a área do aeroporto internacional de Bagdá no fim da campanha.

Os UAV Hunter e Pionner mostraram ser úteis para passar informações de alvos. O USMC e US Army queriam que acompanhassem as unidades avançando. Queriam substituir os helicópteros de reconhecimento a baixa altitude e até lançar suprimentos para a tropas.

Na frente do USMC um P-3 com sensores óticos potentes voava acima e via tudo de longo com o zoom. Os comandantes podiam ir a bordo para acompanhar a batalha.

Ações Aéreas Iniciais

A operação Iraq Freedom iniciou muito tempo antes com os vôos nas zonas de exclusão no sul e norte do Iraque (Operation Southern Watch - OSW e Operation Northern Watch - ONW). Na operação ONW e OSW os EUA queria evitar vôos para proteger curdos no norte e xiitas no sul, mas não preveniu ações por terra. Logo passou a ser missões de monitoramento local. Após a Operação Desert Fox em dezembro de 1998 os ataque contra as Defesas Aéreas iraquiana passou a ser metódica. O sistema de Comando & Controle já estava bem desmantelado em 2003. Os pilotos já estavam familiarizados com os alvos em uma grande campanha.

Entre março de 2000 a março de 2001, as aeronaves americanas voaram cerca de 10 mil saídas e foram engajados 500 vezes pela artilharia antiaérea ou mísseis SAM. A resposta foram 38 RO (Response Option) após janeiro de 2001. As RO incluíam alvos nas bases aéreas iraquianas.

Nos três primeiros meses de 2002 foram 4 mil saídas de caças no Iraque e foram atacados 52 vezes sendo o dobro do ano anterior. Usavam as RO para degradar as IADS.

No fim da OSW começou a ter RO planejada com relação com a invasão. Os vôos da OSW ajudou nas operações, no reconhecimento e familiarização do terreno. Nos FAM (vôos de familiarização) também eram realizados ataques de familiarização (SFAM ) para reconhecer o local e testar proficiência. A aeronave não levava armas e simulava ataques, mostrando presença e treinando táticas de disparo de armas.

No fim das operações OSW as aeronaves faziam mais defesa aérea e escolta para apoiar as aeronaves de reconhecimento e vigilância o U-2 e o UAV Predator, preparando a invasão. Os alvos finais eram sistemas de Comando&Controle, centros de comunicações e cabos de repetição. Os sistemas C2 eram importantes para atrapalhar a coordenação da Força Aérea Iraquiana. Foram realizadas cerca de 150 saídas por dia no centro do Iraque e fora das zonas de exclusão.

Os pontos dos cabos de repetição eram visíveis no deserto e forçaria os iraquianos a usar rádio e celular que eram mais fáceis de jamear. Apenas na fase de preparação, na OSW, os esquadrões de F-16 Block 40 lançaram 84 bombas JDAM. No fim levaram até tropas na fronteiras para reconhecimento. Na OSW, os F/A-18 do USMC já tinha sido substituídos pelos A-10 para realizar a mesma missão de apoiar CSAR, mas com mais capacidade.

As forças americanas não fizeram preparação do campo de batalha antes da invasão como foi feito na Guerra do Golfo em 1991 e o mau tempo não permitiu realizar esta tarefa depois. No inicio fizeram mais Apoio Aéreo Aproximado e não ataques contra alvos fixos como esperado.

O plano previa um avanço muito rápido e que preocupava muitos comandantes. Uma piada é que seria chamado de "shook and awww-shit" com as tropas espalhadas.

No dia 23 de março começaram a voar as ordens fragmentarias e eram 80% de preparação e 20% para Apoio Aéreo Aproximado (CAS).

  Frente do US Army

O V Corpo de Exército americano era formado pela 3 Divisão de Infantaria, 4 Divisão de Infantaria, 82 Airborne, 101 Airborne, 3-7 CAV, Forças Especiais e forças de apoio. Sete batalhões da reserva e Guarda Nacional protegiam as baterias de mísseis Patriots e sites de suprimentos no sul. Seis foram para o norte combater e proteger as linhas de comunicações.Enquanto na Operação Desert Storm foram usadas várias Divisões, na OIF foi apensa uma Divisão e virou a guerra dos Coronéis.

As Divisões Pesadas avançariam na frente e atrás viria a 82 Airborne e a 101 Airborne protegendo as linhas de comunicações e limpando os bolsões de resistência. A função inicial da 82 Airborne era reforçar os sucessos se o Regime entrasse em colapso no inicio das operações podendo ir direto para Bagdá pelo ar. Era uma Brigada com três batalhões. Depois foi usada para proteger as Linhas de Comunicações.

Plano original da 3 Divisão de Infantaria era avançar entre os rios Eufrates e Tigre pela Rodovia 1, em uma rota inadequada para os blindados. O plano mudou meses antes após exercícios simulados na Alemanha e nos treinos no deserto que mostrou que podiam se mover pelo deserto. Foram pelo deserto a oeste dos dois rios no flanco esquerdo com muito espaço de manobra e sem o congestionamento esperado na Rodovia 1. A logística foi feita com menos de 70% dos veículos necessários para apoiar uma Divisão e ainda tinha que apoiar em parte os fuzileiros. Os blindados receberam racks adicionais para levar água e mantimentos.

A 3 Divisão de Infantaria era formada por três Brigadas. As Brigadas foram chamadas de BCT (Brigade Combat Team) com a adição de apoio extra. Os Batalhões foram chamados de Task Force (TF) ao receberem forças blindadas. As Companhias mistas eram chamadas de Team. Na 3-7 CAV as "Team" eram chamadas de "troop" ou esquadrão no Batalhão.

A 2 BCT (Brigade Combat Team) seria o foco da luta da 3 Divisão de Infantaria. A TF 1-64 AR, Desert Rogues, era a liderança por serem unidades blindadas e estava na região antes da TF 4-64 AR. A TF 3-15 IN de infantaria blindada iria na frente na travessia da fronteira. A TF 1-64 tinha três Companhias: Cobra, Wild Bunch e Charlie Rock. Os dois primeiros vão na frente e fixam o inimigo enquanto a Cobra terminava o ataque. A TF1-64 também recebeu uma Companhia de Engenharia, uma equipe de TACP da USAF e uma equipe de ANGLICO dos fuzileiros. Eram quase 100 blindados de esteira e outra quantidade semelhante de veículos de rodas.

No avanço inicial a 2 BCT foi dividida em dois elementos: Heavy Metal e Rock'n Roll. A Heavy Metal seriam as forças blindadas com 70 M1 e 60 M-2 além de vários M-113. Iriam direto para Samawah (objetivo Martin) pela Estrada 10. A Rock 'n Roll seriam os veículos sobre roda da Brigada e iriam para os sul nas rotas navegáveis pela Estrada 11. Se encontrariam no objetivo Martin. No total eram mais de 2000 veículos. A força adicional era a TF Wadi com engenheiros para limpar estradas e o Team Fix com os mecânicos.

Não esperavam contato intenso nas duas rotas. Os combates aumentariam em Karbala a 60 milhas ao sul Bagdá e esperavam contato em Najaf. No total seriam percorridos 300 milhas no deserto. Até o objetivo Martin seria 24 horas de viagem a toda velocidade. O problema era o combustível, comida e água. Todos deveriam levar no mínimo cinco dias de comida, combustível e água. Alguns levavam até para 10 dias. O maior problema ainda era a rota com poucas estradas, sujas, cheias de leitos de rios secos. 

Ultimato

A decisão de iniciar a OIF foi feita no dia 16 de março. No dia 17 de março o Presidente Bush deu um ultimado de 48 horas para Saddam e seus filhos saírem do país ou iniciariam uma reação militar. A TV mostrava que atacariam pelo ar semanas antes da invasão por terra como feito na Operação Desert Storm. Já a tropas esperavam dois dias de ataques aéreos contra as tropas iraquianas, mas não ocorreu. O nome da campanha aérea era Shock and Awe. Dois meses antes tinham planejado 16 dias de ataques diários para "formar o campo de batalha" (shape de battlespace) antes da invasão por terra. Agora já estariam no Iraque quando a campanha aérea começasse. 

Os SEALs e britânicos entraram no Iraque e viram alguns campos queimando. Os vídeos dos Predator confirmaram. Então tiveram que acelerar a invasão da MEF adiantada em 24 horas. Com os campos de petróleo sendo incendiados adiantaram o G-day por um dia e só teve um dia de campanha aérea. As 08h30min da tarde do dia 20 a operação foi iniciada. O reconhecimento de estradas e campo minados iniciaria as 20 horas do dia 20 março. As 22 horas os Seals tomaria plataformas de petróleo no Golfo. O avanço em terra iniciou as 6 da manhã do dia 21.

No dia 20 as tropas ficaram sabendo que o presidente decidiu que o plano Hybrid 1003V OPLAN seria chamado de Operação Iraq Freedom. Oficialmente o objetivo era liberar 26 milhões de iraquianos e evitar que armas de destruição em massa caíssem nas mãos de terroristas.

A campanha aérea acabou acelerada depois de informações indicarem um encontro de Saddam e seus filhos. Seria o melhor meio de cortar a cabeça da serpente. A campanha aérea também não protegeu os campos petróleo do Kuwait em 1991.

No primeiro dia quatro navios e dois submarinos dispararam mísseis Tomahawk. Dois F-117 dispararam duas armas guiadas cada contra o local de encontro de Saddam. Alvos eram liderança do regime indicado pela CIA. A tentativa de matar Saddam deixou o plano logo absoleto. O Batalhão de assalto nem se posicionou e já foi ordenado a avançar. O Dia A ficou igual ao Dia G.

A noite as tropas ouviram os Tomahawk indo para Bagdá. Foram vários por vários minutos. Os iraquianos retaliaram com mísseis Scud. Foram três disparados. Um Scud interceptado acima das tropas fez dois barulhos. O primeiro foi quando foi atingido por um míssil Patriot e depois quando caiu. Foram dois interceptados e outro quase atingiu o Posto de Comando do comandante dos USMC. Os planos estratégicos incluíam levar baterias anti-mísseis balísticos THAAD e PAC-3 para Israel e Arábia Sauditas para proteger contra os mísseis Scud.

O ataque inicial contra Bagdá foi uma onda de mais de 300 TLAM em 46 minutos seguido das aeronaves lideradas pelos F-117 e B-2. Um pacote de F-15E suprimiu as defesas e as aeronaves invisíveis atacaram depois.

Foi planejado o disparo de 800 mísseis Tomahawk (TLAM) e 3.000 saídas de aeronaves táticas nas primeiras 48 horas, mas na prática foram disparados 320 TLAM e realizadas apenas 802 saídas de ataque, mais para decapitação e contra centros de C2 e comunicações. Os ataques de decapitação foram realizados com 40 Tomahawk (TLAM) e dois F-117 no dia 19 de março. Os TLAM atacaram 45 alvos fixos na primeira noite. Os TLAM disparados de navios e os CALCM disparados dos B-52 foram disparados para atingir seus alvos antes dos caças chegarem a Bagdá.

Os B-52H dispararam 153 mísseis cruise CALCM no inicio do conflito. Depois atuaram com os TACP/ETAC do US Army e FAC do USMC em missões de CAS. Entre os alvos estavam uma coluna de blindados atacada com bombas WMCD e controlado pelo JSTAR. Com o casulo Litening II puderam disparar suas próprias bombas guiadas a laser GBU-12 e também buscaram alvos.

A retaliação iraquiana foi na forma de mísseis Ababil-1000. Foram detectados dois segundos depois de disparados por um Destroier AEGIS no golfo, o USS Higgins, operando na costa do Kuwait. Um PAC-3 derrubou. Os mísseis estavam indo para a posição da 101 Airborne no Kuwait. Havia 32 baterias PAC3 no  Kuwait, Barein, Qatar, Arábia Saudita e Jordânia. 14 segundos conseguiram solução de tiro e dispararam. Os F-16 foram logo caçar as baterias de mísseis. Depois foram mais quatro mísseis e dois destruídos pelo PAC-3 e dois que iriam cair no deserto não foram engajados. Duas horas depois os caças localizaram e atacaram dois lançadores móveis. Foram disparados 17 mísseis sendo cinco no primeiro dia.

Os pilotos da US Navy esperavam voar três vezes por dia, mas só voaram uma vez. As IADS e bases aéreas foram atacadas logo nos dois primeiros dias com TLAM e JDAM para deixá-las inoperáveis. Foram mais alvos atacados nas primeiras 48 horas que na operação Desert Storm com menos aeronaves. Alvos como pontes, purificação de água, centrais elétricas e de telefonia ficaram intocados pois seriam usados depois da invasão.

Na primeira noite dois F/A-18 lançaram dois SLAM-ER junto com os TLAM. Os F/A-18 com HARM atrasaram e não apoiaram os Tomcat com as JDAM operando na SuperMEZ em Bagdá. Um pacote chamado OBS tinha 68 aeronaves para atacar 91 alvos perto e dentro de Bagdá. O pacote era formado por 20 Hornet, oito F-14, 10 EA-6B Prowler, oito F-15E, sete F-117, três B-2, oito F-16CJ e quatro Tornado GR4. Os alvos eram a liderança local, centros de Comando & Controle, armas ofensiva e defesas aéreas. O uso de uma grande força tinha como objetivo saturar as defesas. O pacote foi precedido de um ataque de mísseis TLAM.

Foi difícil detectar a invasão pois os postos de observação iraquianos na fronteira foram atacados por Forças Especiais e aeronaves táticas. Cerca de 12 Postos de Observação do Iraque foram atacados por 450 disparos de artilharia de 155mm. Dez foram obliterados e os outros destruídos pelos helicópteros Apache. Em 1991 foi feito a mesma medida com os postos sendo destruídos por 155 projéteis Cooperhead.

O treino anterior no deserto do Kuwait ajudou e as tropas já estavam familiarizados com o deslocamento no terreno desértico. Mesmo assim os primeiros estágios foram um pesadelo. Em poucas horas centenas de veículos estavam atolados na areia. Eram cerca de 10 mil veículos. As forças de combate avançavam deixando os veículos de apoio para trás. As pás para escavar era a maior tecnologia usada no inicio do avanço. Veículos começaram a rebocar outros que estragaram.

Sabiam quanto um carro de combate M-1 gastava de combustível, mas não sabiam quanto uma grande formação de M-1 gastava. Um M-1 gastava 65 galões por hora, parado ou se movendo. Não sabiam calcular para uma grande unidade em todas as situações. Esperavam que a primeira unidade avançando parasse para reabastecer antes da última iniciar o movimento. A velocidade máxima era de 80 km/h, mas em formação era máximo de 50 km/h.

A travessia da fronteira foi em formação em fila na noite de 20 para 21 de março. Passar fronteira foi como em Guadacanal. Chegaram na praia e não tinha inimigos. No avanço da Companhia Cobra na frente o primeiro M1 da colina varria a frente e os outros alternam a direita e esquerda na coluna. Não esperavam contato após a travessia da fronteira. Os Postos de Observação iraquianos seriam atacados pela artilharia. No caminho viram ferro velho de blindados destruídos em 1991. Alguns pareciam em boas condições. Até o objetivo Martin seriam dois reabastecimentos. A rota Hurricane passou pela vila Rudhaim e viraram no local até a rota Sixer. A rota Tornado com a Rock 'n Roll foi em um terreno de estrada. Foram poucos contatos até com civis até o objetivo Martin. Na viagem tiveram vários M-1 parados com defeito que ficaram para trás, devido ao calor e desgaste. O M-1 é potente e preciso, mas se tem problemas pode durar minutos ou dias até descobrir onde está o defeito dependendo da experiência da tripulação.

A 3 BCT foi direto para a base aérea de Tallil. No sudoeste a 2 BCT foi para Samawah a 200 milhas de distância. A 1 Brigada (1 BCT - Brigade Combat Team) avançou na frente até a base aérea de Jalilbah ao sul da base aérea de Tallil. A 2 Brigada (2 BCT) passaria a frente depois pois tomariam vários objetivos no meio do caminho até Bagdá e depois a 1 Brigada (1 BCT) novamente ultrapassaria. A 1 Brigada tinha como objetivo principal tomar a base aérea abandonada de Jalibah, já cheia de estragos da primeira Guerra do Golfo. A 3-7 CAV tomariam um posto de observação e tropas com TACP avançariam depois para o norte até bombardear a base aérea. Na base formariam uma FARP antes de irem para o oeste.

O TACP atuando no TOC com o comandante da 1 Brigada iria na frente pois gostava de ir com o comandante do Batalhão na frente. O comandante deixou bem claro ao TACP que não queria sacrificar vidas se tinha CAS acima. No avanço nem pararam para reabastecer e rearmar indo direto para a base aérea. Ao chegarem na base primeiro chegaram os helicópteros de ataque depois os transporte. Já no primeiro dia dormiram no local e prepararam para o avanço no dia seguinte.

Tallil

O primeiro teste em combate da 3 Divisão de Infantaria foi no dia 21 de março na base aérea de Tallil a oeste de An Nasiriyah. A base seria usada como base logística primária e depois como base aérea e antes da invasão terminar já estavam operando caças no local. Após tomar Tallil a 3 Brigada passaria a ter tarefas de apoio até chegar a Bagdá.

A 3 BCT avançou até o Assault Position (AP) BARROW no dia 21 a noite. Ficava fora de Nasiriyah a 100 milhas de distância do local. As unidades foram ordenadas a atacar já antes da meia noite. Fariam uma zona de segurança com tropas de reconhecimento e também fariam reconhecimento na base aérea de Tallil que ficava a sudeste de Nasiriyah com a TF 1-30 IN. Objetivo seria atacado pela artilharia da 1-10 FA (Field Artillery). A TF 2-69 AR contornaria para tomar as pontes no objetivo Clay onde havia equipes de Forças Especiais inseridas desde o primeiro dia vigiando as pontes na Rodovia 1. Depois atacariam a base que também era o Posto de Comando da 11 Divisão de Infantaria iraquiana no Objetivo Liberty com a TF 1-5 IN. No mesmo ataque tomaria uma ponte no rio Eufrates na Rodovia 1 como parte do plano de engodo tentando induzir os iraquianos a pensar que o avanço seria no lado leste do Rio Eufrates.

Antes chegar a Barrow já foram ordenados a irem direto para o alvo. Seis apaches foram na frente fazendo reconhecimento. Destruíram seis BMP no sul da ponte e um ponto de emboscada de infantaria. Um sistema SA-6, dois carros de combate foram destruídos e depois foram atacados por MANDPADS sem serem atingidos, mas um piloto foi ferido por armas leves.

O avanço iniciou as 14 horas e com contato 25 minutos depois com tropas plantando minas na Rodovia 1. As 15:40 h a TF 2-60 AR avançou para o objetivo Clay e foram atacados pela artilharia iraquiana. A noite tomaram o objetivo Clay.

O Objetivo Liberty foi atacada a noite pela TF 1-15 IN dia 22 de março. Foi atacada pela artilharia e depois por CAS. A artilharia iraquiana parecia disparar em alvos pré-planejados. Não eram flexíveis em mudar de alvos e não concentravam. Os iraquianos moveram blindados para local que foram avistados nos sensores de imagem térmica. Cinco M-1 atacaram e em 2 minutos terminaram o serviço além de destruir outros veículos. Os A-10 fizeram um escudo protetor na TF 1-15. Atacaram a infantaria e um par de bombas caiu bem perto das tropas amigas.

O TACP operando com a TF 1-15 IN apoiou a operação. Tomaram o local e foram atacados no dia seguinte. A artilharia iraquiana atacou e foi logo calada por fogo de contra-bateria. Quatro A-10 chegaram para ajudar após serem chamados pelo TACP. O primeiro mergulho e já matou mais de 25 em um prédio. Dispararam as 16 Mk82 e todos gastaram a munição do canhão. Cinco construções e depois pequenos prédios foram atacados incluindo com os mísseis Maverick.


Assalto da 3 BCT em Tallil e vizinhanças.

Samawah (22 a 24 de março)

O objetivo do V Corpo em Samawah era conter as forças inimigas na cidade para a 3 Divisão de Infantaria avançar no lado oeste do rio Eufrates até o objetivo Raiders e Rams em An Najaf.

No avanço para As Samawah a 1 BCT não esperavam resistência e até esperavam as boas vindas da população. A 3-7 CAV avançou na frente circulando a base aérea de Tallil para ir direto para Samawah no objetivo Chatam. Sua missão era tomar uma ponte no rio Eufrates duas milhas a oeste de Samawah no Objetivo Saber e uma ponte de canal 3 milhas ao norte do rio no Objetivo Pistol. Depois de tomadas enviariam tropas para tomar mais duas pontes dentro da cidade no objetivo Gatlin. Objetivo foi reconhecido no dia 21 de março pelos OH-58D voando 200 km a frente do avanço.

A 3-7 CAV era uma unidade de reconhecimento avançando na frente e encobrindo o  movimento da 3 Divisão de Infantaria para manter o inimigo confuso em relação a localização e planos do avanço. A 3-7 CAV não era parte das Brigadas da 3 Divisão de Infantaria. Foi projetada para operar independentemente a frente ou dando cobertura a Divisão. Tinha mais poder de fogo que a média dos Batalhões. Estava equipava com blindados M-1 e M-2, artilharia dedicada e helicópteros Kiowa armados. Não tinha infantaria pois não lutaria nas cidades.

A 3-7 CAV cruzariam o rio em Samawah para encobrir a posição real da 1 BCT e o resto da 3 Divisão de Infantaria. Dentro do plano geral usariam a 3-7 CAV para cruzar o rio Eufrates e continuar a atacar no lado leste do rio até o objetivo Saints ao sul de Bagdá. Do objetivo Saints lançariam as Thunder Run em Bagdá. O objetivo da manobra era convencer os iraquianos que a 3 Divisão de Infantaria iria pelo lado leste do Eufrates enquanto na verdade a maior parte iria pelo deserto a oeste até no norte de Karbala. No leste do Eufrates a 3-7CAV atacariam a Divisão Medina e o resto da Guarda Republicana enquanto a 3 Divisão de Infantaria avançaria sem resistência. Então teriam prioridade para conseguir apoio de MLRS e CAS.

Esperavam que Samawah se rendesse facilmente e fariam paradas militares ao serem recebidos. Esperavam contato com uma Brigada mal treinada na cidade e milícias e armas leves. Esperavam que os xiitas se revoltassem e matassem o pessoal do regime na cidade. O primeiro contato foi na realidade sangrento. Foram logo atacados pesadamente por fedains e incluía artilharia pesada. O fedains se vestiam como civis e usavam civis para se proteger. A 3 Divisão de Infantaria logo foi informada sobre como seria a ameaça no caminho.

No objetivo Pistol contataram Forças Especiais que indicaram que não havia tropas na ponte e nem estava preparada para ser demolida.

O ETAC da 3-7 CAV atuando no TOC avançou na frente junto com três M-2 e dois M-1 de uma HKT (Hunter Killer Team - com M-1 e M-3) e foram atacados por civis armados que atacavam em ondas suicidas. O mau tempo atrapalhou a travessia de dia, mas a noite melhorou. No dia seguinte os ataques intensificaram. Foram atacados por morteiros o dia todo. Uma área com tropas iraquianas foi atacada pelo ar por um par de A-10. O ETAC controlou o ataque e a Inteligência designou o local provável. Encontraram mais de 400 mortos ao redor da posição dos blindados do outro lado da ponte.

Um Kiowa avançou abaixo dos bancos do rio para identificar alvos. Foi atacado por RPG e o Kiowa de apoio atacou o local na cidade com foguetes e parou o ataque. Era uma tática pré-planejada de usar um helicóptero para atrair fogo para o outro atacar.

O próximo ataque aéreo foi contra o quartel do partido Baath na cidade no dia 23 de março. Operadores da CIA contataram as tropas e indicaram a posição do Quartel dos fedains. Um Kiowa foi enviado para conferir e depois receberam permissão para atacar. Dispararam mísseis Hellfire para terem certeza que estavam indicando o alvo correto e depois os F-15E dispararam três JDAM. Os pilotos dos F-15E conseguiram identificação positiva do alvo graças ao ataque do Kiowa confirmando que viram a marca. A artilharia iraquiana atacou a posição do ETAC enquanto designavam o alvo. A prioridade passou a ser silenciar a artilharia. Nem tinham inteligência sobre presença de artilharia pesada no local. Sem radar de contra-bateria não podia duelar com a artilharia como a que silenciou a artilharia em Tallil. Usaram seus helicópteros Kiowa para encontrar e depois atacar com foguetes.

Dois A-10 chegaram voando a 5 mil pés. O TACP estava brifando os pilotos quando um míssil SAM foi disparado da cidade. O TACP gritou no rádio “SAM launch” e o míssil errou antes dos pilotos iniciarem as manobras defensivas. Outro par de A-10 chegou e dispararam mais 16 bombas Mk-82 na cidade e dois Maverick na ADA (Air Defense Artilhery) disparando do lado do rio.

Um Scud foi disparado do centro da cidade. Planejaram atacar o site com mísseis ATACAMS e as tropas tiveram de sair do caminho das posições na cidade. O ataque foi depois cancelado três horas depois. Não disparariam no centro da cidade pois causariam muitas baixas civis.

A 3-7 CAV não conseguiam passar pelas pontes devido a resistência do outro lado. Parecia ser resistência nível Divisão. Resolveram ir para a próxima posição de passagem em An Najaf no dia 24 de março. A ponte a ser capturada estava 18 milhas ao norte. Foram a noite com a coluna sendo emboscada três vezes em áreas pouco povoadas.

As 21:30 ocorreu um grande tiroteio dos dois lados da estrada. O comandante pediu o TACP para chamar CAS. Dois A-10 acima atacaram o lado leste da estrada com o TACP indicando o local com um laser pointer. Os A-10 metralharam a área com o canhão e os iraquianos pararam logo de atirar. Depois atacaram o lado oeste com oito bombas Mk82 e foguetes de fósforo branco que caíram a 700m de distância das tropas americanas.

Uma hora depois ocorreu uma nova emboscada. Novamente foram atacados dos dois lados da estrada pesadamente com armas leves e morteiros. Chamaram o ASOC e em poucos minutos chegaram dois A-10. Estavam armados com oito bombas Mk82, foguetes e a carga completa do canhão - era a carga padrão dos A-10. O flanco esquerdo da coluna foi neutralizado pelos Bradley e os A-10 se concentraram no lado direito em uma linha de palmeiras no rio. O TACP iluminou novamente com o apontador laser. Os A-10 atacaram primeiro com o canhão e depois descarregaram as bombas.

Depois de esperar, vendo os incêndios no local, começaram a sentir o vento e anúncios no rádio da chegada de uma tempestade de areia. Logo a visibilidade era de cinco metros ou menos.


Ataque da 3-7 CAV em Samawah.

A 1 BCT usaria a Rodovia 8 e 28 para ir até Bagdá e não esperavam atraso na rota. Pensaram que seria uma marcha tática de estrada até o contato com a Guarda Republicana próximo a Bagdá. Em Kindr entraram em contato e não era um chockpoint importante. Eram cerca de 30 fedains na cidade e deram muito trabalho.

A TF 3-69 foi para a Rodovia 28 contornando a luta em Samawah. Pararam no sul da cidade para reabastecer e foram logo atacados. A companhia bravo blindada da TF 2-7 IN perdeu o caminho e foi direto para Samawah. Pensaram que seria um novo "Black Hawk Down" pois blindados na cidade era o pesadelo de todo comandante. Foram ordenados a voltar no meio da cidade, mas era difícil virar. Estavam cercados de tropas, mas as RPG só deixavam marcas escuras na blindagem. Como não engajavam tropas os iraquianos se concentravam e logo foram varridas quando os blindados iniciaram os disparos das suas metralhadoras.

Unidades na Rodovia 8 sendo atacadas foi uma surpresa. A ordem passou a ser proteger as linhas de comunicações. A TF 2-69 vigiaria 250 milhas de linhas de comunicações tentando proteger dos fedains. A melhora tática era entrincheirar e esperar a reação inimiga. A batalha das linhas de comunicações estava iniciando. As Divisões 82 e a 101 aliviaram a TF 2-69 uma semana depois. Um Batalhão da 82 Airborne tomou lugar das tropas da 3 BCT em Tallil que depois avançou.

A TF 1-5 IN foi direcionada para Samawah para ajudar a 3-7 CAV. A finta no lado leste do Eufrates com a 3-7 CAV tinha sido cancelada. Não esperavam resistência no caminho e não tinham como dar apoio logístico a 3-7 CAV do outro lado do rio com tanta resistência.

A Companhia com o comandante se movia ao redor da cidade para observar e era atacada, mas estavam já preparados para ataques após a experiência em Tallil. Dividiram a cidade em oito zonas de engajamento. Atacavam uma e esperavam a reação que era logo destruída. Moviam de uma zona para outra. Tentavam parecer que estavam procurando um lugar para entrar na cidade e por isso reagiam. A tempestade de areia logo chegou e atrapalhou os planos. A 82 Airborne substituiu a 1-15 IN. Enquanto isso a 1 BCT e 2 BCT já estavam 150 milhas ao norte.

O resultado das ações indicou a Saddam que estavam vencendo pois os americanos não conseguiam "tomar as cidades". Pararam de tentar um cessar fogo com os diplomatas russos e franceses pensando que estavam derrotando os americanos.


Proteção das linhas de comunicações feito pelas Divisões 82 e 101.

Objetivo Rams (22 a 23 de março)

A 2 BCT chegou próximo a Samawah antes da 3-7 CAV. Foram ultrapassados e a 3-7 CAV foi para Samawah. O próximo passo da 2 BCT era o objetivo Rams. Era apenas um pedaço de deserto ao sul de Najaf, mas a cidade tinha uma população de 400 mil pessoas. Saddam desviou a irrigação local após se insurgirem em 1991 e a região virou um pedaço de poeira. O Objetivo Rams seria uma base logística e Posto de Comando do V Corpo para apoiar a corrida final até Bagdá. Depois apoiaria as operações dos Apache da 11 Attack Helicopter Regiment (11 AHR).

Antes da operação foi calculado que as unidades precisariam reabastecer a cada 100 km ou cinco vezes até Bagdá. Gastariam 2 milhões de galões de combustível por dia e precisariam de um centro logístico no meio do caminho e talvez uma pausa. Armazenar logística na frente seria uma forma de diminuir o tamanho da linha de comunicação. Na Primeira Guerra Mundial os aliados gastaram 40 milhões de galões em quatro anos de guerra e agora esperavam gastar 20 milhões até o 20 dia de combate. No dia D na Normandia foram gastos 7,5 milhões até o dia D+21.


Objetivos ao redor de Najaf.

A 2 BCT saiu do objetivo Martin as 10 da manhã do dia 22 de março em direção ao objetivo Rams, 35 milhas a frente e preparariam o assalto da 1 Brigada na cidade. Não esperavam resistência avançando em coluna pela Rodovia 28.

A TF 1-64 foi envida para tomar o Objetivo Rams sem ter contato com as forças de reconhecimento a frente. Cada Companhia da TF teve uma missão: a torre de rádio, fábrica cimento no Checkpoint 274 e a margem até o Checkpoint 278. Uma Companhia de infantaria limparia a torre e a fábrica.

Não esperavam combate no objetivo Rams. Seria uma área para reabastecer, rearmar, organizar e continuar até os objetivos Spartan e Raiders. Depois atacariam Karbala. Os Iraquianos construíram uma pequena pista pouso em Rams e os americanos não saibam. Esperavam um assalto aeromóvel ou pára-quedista no local e posicionaram tropas no local. Por outro lado também não esperavam enfrentar blindados.

Encontraram caminhões com civis que dispararam armas leves, mas na verdade eram fedains. Como as tropas a frente tinham a missão de ligar com Forças Especiais em um caminhão branco pensaram em evitar fogo amigo, mas na verdade estavam escondidos bem longe.

Houve contato na fábrica de cimento com 15 tropas. Os disparos de metralhadoras dos M-1 e M-2 eram tão intensos que apareciam poucos e nem miravam. Disparar os RPG ficou mais difícil ainda disparando por cima de proteção sem mirar. O resto da campanha foi assim e só atingiam os americanos com sorte disparando a mais de 400m de distância. Para os gunner dos blindados foi como no treinamento disparando contra alvos pop-up. Os iraquianos logo se renderam.

Os Fedains em pick-ups armadas logo atacaram. Os M-1 e M2 atacaram a maioria dos iraquianos que desembarcaram com a metralhadora coaxial. O TACP pediu CAS.

O local onde as tropas se esconderam foi atacado pela artilharia e CAS. O FSO primeiro chamou a artilharia e depois o TACP atacou com os A-10 que atacaram com quatro bombas. A rede de trincheira onde os iraquianos se esconderam foi logo tomado pelos blindados.

O reforço iraquiano chegou em caminhões e logo foram detectados pelas mira TIS dos M-1 que viram soldados armados na traseira. Um caminhão foi o primeiro alvo da munição HEAT da Companhia Cobra. Em minutos 15 veículos foram destruídos em sucessão. As tropas desembarcaram e tomaram posição lutando como não era esperado. Estavam se aproximando e as tripulações usaram até os fuzis M-4 e pistolas para se defender.

Soldados capturados disseram que foram com um General para o local. Os oficiais depois colocavam círculos indicando onde lutariam até a morte. Depois os oficiais fugiam para Najaf.

Com a noite chegando os iraquianos atacaram no escuro pensando serem invisíveis pois não sabiam da capacidade do NVG e imagem térmica do TIS. A noite matavam fedains e quem estava do lado se escondida por alguns minutos e depois continuava. Americanos ficaram enervados pois pensava que era truque e seriam atacados por trás. Os iraquianos simplesmente não entendiam que os americanos podiam ver a noite. Demoraram a perceberam o erro e não apareciam mais.

O combustível logo começou a acabar. Com problemas de baterias alguns blindados não puderam operar sem ligar o motor. Tiveram que rodar as Companhias a frente para economizar combustível. Os pelotões foram enviados a retaguarda para reabastecer. As tropas viram artilharia antiaérea disparada em Najaf, mas eram foguetes que cairam próximo.

Enquanto esperavam a noite passar viam alvos no TIS a até 3 km na estrada para Najaf. Não podiam determinar se era civil, tropas armadas, preparando emboscadas ou plantando minas. No dia seguinte a avaliação de danos mostrou 15 veículos e 150 mortos ao redor do objetivo Ram.

Prisioneiros capturados foram interrogados. Citam que alguém viu um pára-quedista e pensaram que encontrariam tropas leves no local e blindados. Alguns oficiais colocaram tropas em posições e depois fugiram para Najaf. A maioria eram milícias de outros locais pagos para lutar ali.

Na manhã do dia 23 a TF 4-64 logo iniciou o avanço até a posição da Companhia Cobra no Objetivo Ram indo pela Rodovia 28. A Cobra pode descansar e relaxar, mas não podiam relaxar muito. Najaf estava visível a poucas milhas a noroestes. Construções a 900 m a oeste bloqueavam a visão e seria um ótimo local para um ataque surpresa. Logo enviaram um pelotão para varrer o local. Os três M-1 enviados foram logo atacados por fogo pesado. Dispararam HEAT e a metralhadora coaxial. Ao sair da estrada logo atolaram em um pântano.

Os civis iraquianos se aproximaram e passaram dados das tropas locais. Desconfiaram mas depois descobriam que era verdade. Civis aparecendo podiam ser espiões determinando a posição, ou tropas preparando ataque de artilharia. Foram pegar mortos e pareciam saber muito bem onde estavam.

A noite o trem logístico chegou com as luzes acessas podendo serem vistos a milhas e milhas no longo comboio. Talvez queriam se mover mais rápido. Uma QRF foi criada e procuraram um site SAM no local e posição de morteiros incomodando a logística.

A resistência local levou a repensarem o papel de base logística. A 1 BCT passou no local após tomado e passaram a frente no avanço da 3 Divisão de Infantaria.

No dia 24 de março um grupo de Forças Especiais apareceu pedindo ajuda pois a outra metade da equipe podia estar comprometida em uma mina vigiando o passo de Karbala. Pediam CAS para ajudar. Os operadores se comunicavam e anunciaram que atacavam o inimigo e não tropas amigas.

Os operadores detectaram uma coluna iraquiana com pelo menos 40 veículos. Os A-10 que chegaram depois dos veículos fugirem viram entrarem em uma área cercada. Atacaram o último veículo a entrar com um míssil Maverick e trancaram os outros veículos dentro. Viram um tanque de combustível de borracha semi-enterrado. Atacaram e a explosão foi bem grande. As tropas americanas estavam a 22 km e viram a explosão.

O software Falcon View permitia ver imagens de satélite com definição de 1 metro. O TACP em Rams usou o software para ver a região indicada pelas Forças Especiais. Era um software ainda não testado para determinar coordenadas para bombas JDAM . No software viram um bunker de munição e indicaram as coordenadas para ataque com a JDAM. Acertou em cheio criando uma grande explosão. Então o software foi testado em combate com sucesso. Foram 22 missões checadas com 10 horas diretas de controle de CAS. A área onde estavam os veículos foi "nivelado". Um Predator depois vigiou se havia tropas no local.

Havia um lançador de mísseis Roland próximo do posto de observação das Forças Especiais. Disparavam nas aeronaves e levou três dias para atacarem o lançador pois estava próximo a estação de tratamento de água em local proibido de atacar.

The Escarpment (23 a 24 de março)

A 1 BCT avançaria para o objetivo Raider no noroeste de Najaf onde rearmaria e repararia antes de correr para Bagdá. A 1 BCT estava bem espalhada com parte da logística ainda em Tallil, outros engarrafados e outros lutando contra os Fedain.

Na rota até o norte havia três chockepoint naturais: o "escarpment" em Najaf, o paço de Karbala entre cidade e lago a oeste com 3-4 milhas de largura, e depois havia um grande vale em tigela ao norte de Karbala onde era esperado muita resistência.

Em An Najaf havia uma grande serra apelidada de “the escarpment”. Era uma boa posição defensiva contra blindados com 100 metros de altura e centenas de quilômetros de comprimento. No local havia cavernas naturais e criadas para esconder tropas. Indo direto para Najaf virou um chokepoint natural.

A rota seria usada no avanço e depois como MSR (Main Service Route). A estrada local limitava a manobra a uma coluna e era o local ideal para uma embocada contra tropas e apoio logístico. As opções era passar dentro de Najaf ou pelo desfiladeiro norte da cidade. Não queria atacar a cidade sagrada xiita e não tinham opção.

A TF 3-69 avançou enquanto a 1-41 FA criou uma barragem de fumaça. Atiraram o dia inteiro contra posições enquanto avançavam. No "escarpment" usaram muito CAS contra os alvos detectados. Os caças logo anunciaram blindados indo em direção ao escarpment. Como os alvos estavam acima da visão e do lado oposto, os TACP tiveram que controlar indiretamente com controle Tipo 2 quando os pilotos dos caças descreve o que vê e o TACP determina se os critérios de segurança foram satisfeitos e autorizava o ataque.  

O local foi capturado, mas os iraquianos já estavam preparados. Tinham mirado a artilharia para disparar no local por ser uma posição bem conhecida e onde esperavam encontrar americanos. Usaram artilharia de 122 mm ou 152 mm. O radar de contra-bateria não podia determinar a  posição devido a altura da serra, mas estivavam a direção provável sendo no oeste.

O TACP raciocinou com se os iraquianos fossem treinados pelos russos e estimou a posição. Os locais foram passados para os caças que logo encontraram as peças de artilharia que foram logo silenciadas. Outros Kill Box foram atacados por blindados.

Em Najaf as pick-ups armadas dos fedains atacavam os americanos de longe. Podiam ser detectados de longe pela poeira que levantavam no deserto. O TACP passou as coordenadas prováveis para os A-10 que encontrou o grupo. O A-10 atacou com danos em metade das 10 pick-ups detectadas.


Vista do "escarpamet" em Karbala. 

Najaf (25 a 28 de março)

Após a resistência em An Nasiriyah e As Samawah, especialmente de fedains, a 3 Divisão de Infantaria decidiu isolar An Najaf para evitar a chegada de reforços vindo de fora. Era fácil no lado oeste do Eufrates pois venciam neste lado do rio. Duas pontes, uma em Kilf no noroeste e outra em Abu Sukhayr no sudeste ligavam a cidade a região mais populosa e mais bem defendida de todo Iraque. Parecia um cenário como Stalingrado. Para cortar reforços tinham que passar pelas duas pontes para cortar An Najaf do leste também.

Foi o local das lutas mais desesperadas da guerra. O mau tempo ainda piorou a operação. Quando chegaram em Kilf a tempestade de areia chegou. As operações aéreas pararam pois atingiu também as bases aéreas.

A 3-7 CAV saiu de Samawah em 24 de março. Estava fora do alcance do rádio e recebeu a próxima coordenada do alvo pelo Blue Force Tracker na forma de mensagem de texto. O superior queria que usassem uma rota já tomada pelas outras tropas, mas o comandante da 3-7 CAV usou uma rota direta ao longo do Eufrates e fazia sentido pois tinha missão de esconder do inimigo a intenção da Divisão principal. Assim continuaria a confundir inimigo.

A missão seria se posicionar para um ataque a leste de Najaf. Colocaria uma cobertura a leste de Najaf para bloquear reforços para dentro ou serem evacuadas para fora enquanto o resto da 3 Divisão de Infantaria iria para o passo de Karbala. Seria a mesma missão que a 3 BCT estava fazendo no sul. O objetivo era induzir os iraquianos a pensar que o ataque seria pela Rodovia 1 e 8.

A Troop A (Apache) da 3-7 CAV lideraria) A B Troop (Bonecrusher) iria atrás seguido de uma bateria de artilharia bateria. O trem logístico sairia depois escoltado pela C Troop (Crazyhorse). Queriam chegar ao objetivo antes do fim do dia 24 de março para descansar.

A Apache foi emboscada em um pequeno vilarejo dos dois lados por toda uma colina de 4 km. A coluna já estava com os blindados com as torres alternadas a direita e esquerda. Os A-10 acima foram logo acionados pelo TACP. A distância dos ataques era muito curta, mentos de 300 metros na maioria. O TACP pediu para o comandante assumir a responsabilidade pelo fogo amigo.

No primeiro mergulho os A-10 lançaram flares para marcar a área pois era noite. Voavam muito baixo. No segundo dispararam foguetes. No terceiro metralharam com o canhão. No quarto mergulho dispararam bombas Mk-82 bem próximos das tropas e a concussão atingiu a coluna de blindados. Os iraquianos pararam de atirar com as arvores ao redor pegando fogo.

Depois o resto da coluna 25 milhas atrás pode prosseguir. Foram avisados pelo Blue Force Tracker, por estarem fora do alcance do rádio, para não prosseguir, mas não viram a mensagem e foram assim mesmo. O caminho era difícil e uma ponte caiu com um M-1 passando. Tiveram que ir por uma rota alternativa. Na manobra para mudar de direção mais blindados e caminhões atolaram. O Trem de 200 veículos entrou na zona de emboscada e os iraquianos já tinham se reorganizados.

A coluna que avançou na frente após a ponte que caiu em outra emboscada pelos fedains a uma distancia muito curta. Os A-10 novamente ajudaram e dessa vez tão próximo que sentiram o calor das explosões. Os reforços de fedains chegavam continuamente em caminhões civis. Pareciam desconhecer a capacidade americana de enxergar a noite. Após duas horas pararam com a chegada da manhã.

Com tantos problemas não iriam mais para objetivo Floyd e sim para objetivo Rams. Com Rams sendo atacado novamente foram ordenados para Floyd a sudeste de Najaf.

A 2 BCT limpou o objetivo Rams. A inteligência indicou que estavam reforçando Najaf com mais fedains indo para cidade. Estavam atacando fora da cidade. Rams estava a apenas algumas milhas da cidade e já cheio de suprimentos do V Corpo.

Najaf já era um problema em si por ser bem grande e não podia ser contida por uma única TF. Esperavam apoio dos xiitas, mas não aconteceu. As ruas eram estreitas e seriam armadilhas para os blindados. Isolariam a cidade até a chegada da 101 Airborne que tomaria a cidade. Tomar e contornar era muito arriscado.

A 1 BCT foi ordenada a tomar as pontes em Al Kifl pelo norte. Iriam para o objetivo Spartan no norte da cidade. A TF 1-64 vigiaria Rams no oeste.

A 3-7 CAV tomaria a ponte de Abu Sukhayr iniciando em 25 de março. Depois de tomar a ponte isolariam a cidade no sul e leste e depois tentariam uma finta indo para o norte entre os rios. A 3-7 CAV seguraria duas pontes ao sul de Najaf no objetivo Floyd e objetivo Jenkins. A 3-7 CAV já estava em contato por dois dias e cansados. A B troop lideraria e tomaria a passagem para passar para o leste de Najaf. A A Troop ultrapassaria e continuaria a atacar ao norte da ponte no noroeste de Najaf. Com a C troop chegando a B avançaria para o centro da zona para baquear as saídas da cidade. A chegada da tempestade de areia atrapalhou tudo. Não teriam apoio de helicópteros e ficaram até sem visão térmica. Tiveram que avançar com muito cuidado.

A Companhia Bone Crusher (B troop) tomou a ponte com resistência. Os iraquianos não conseguiram explodir as pontes antes de serem tomadas. A Companhia Apache passou primeiro seguidos dos TACP nos M-113. A Companhia Crazy seguiu atrás.


Manobras da 3 BCT para cercar Najaf. 

Encontraram explosivos na ponte sem ter sido detonados. A Companhia Apache avançou 2 milhas sem problema até chegar ao objetivo Floyd onde encontraram fedain. Era o iniciou de uma viagem de 20 milhas e encontraram posições defensivas no caminho constantemente por três horas. A visibilidade era de até 15 metros devido a tempestade de areia e tudo ficou alaranjado. Foram atacados e virou um caos. Explosões caiam próximo e não sabiam o que era. Os iraquianos pareciam estar em todo lugar nas estradas escondidos pela tempestade. Talvez a tempestade tenha salvo os americanos também.

A B troop vindo depois encontraria pouca resistência, mas logo dois M-1 e um M-2 estavam bem danificados. Recuaram uma milha e os MLRS atacou a posições a frente onde foram emboscados.

A C troop esperava ficar em um lugar calmo, mas os fedains queriam a ponte de volta. Foram atacados por ondas de tropas, veículos suicidas e dois blindados em seis horas. Foram atacados de todas as direções e o mau tempo ajudava o inimigo.

A Crazyhorse manteve a ponte com 189 homens. Os iraquianos sabiam a importância da ponte e atacaram. Logo estavam cercados como as outras Companhias a frente. Os iraquianos vinham de todas as direções, saiam de caminhões e disparavam. Os americanos ficaram sem munição e pegaram as armas iraquianas dos iraquianos mortos. Parecia um ataque randômico, mas não parava de chegar. Com a chuva caindo piorou mais ainda a situação. As tropas não viam nada, estavam com frio, molhados, enlameados, famintos e cansados. Tudo que podia dar errado acontece.

Os rádios por satélite dos TACP ajudaram a salvar a 3-7 CAV. As comunicações entre as Companhia Crazy e Apache foi perdido com o rádio FM. Os TACP usaram o rádio de satélite para ligar as unidades. Os Comandantes podia usar seus rádios por satélite para se comunicar com a Divisão, mas não com os escalões abaixo. Os TACP usaram a sua rede de  rádio de pedido aéreo do ASOC com autorização para os Comandantes de Companhia usarem. Logo indicaram a tática defensiva a ser usada.

O JSTARS também ajudou podendo ver entre a tempestade. Puderam ver colunas de reforço chegando tentando aproveitar a tempestade. O apoio do JSTARS foi chamado pela inteligência de “actionable intelligence” – podiam atacar pelo ar baseado nas imagens do JSTARS.

O MLRS foi disparado bem próximo das tropas. Deveria ser mais de 2 km mas caia a menos de 1km. Não destruiu todos os veículos detectados. Direcionaram um B-1B no alvo para atacar com as JDAM. As bombas guiadas JDAM ajudaram ainda mais. Foi projetada contra alvos fixos, mas mostrou ser uma arma de apoio aéreo qualquer tempo.

O JTARS logo detectou uma formação de 40 blindados pois podia distinguir os veículos blindados dos veículos de esteiras. Depois dos ataques das tropas com RPG ou caminhões com combustível agora seria com blindados. Os blindados vinham do flanco norte e leste em direção ao sul.

Os TACP logo atacaram. Primeiro foi com um B-1B armado com 28 bombas JDAM. Os blindados indo para a Crazy usavam uma estrada secundária a Rodovia escondendo seus movimentos, mas sabiam onde estavam. O TACP mapeou as coordenadas na estrada para um ataque em fila de bombas com 3 km de comprimento. O TAC na Divisão checou a coordenadas para as JDAM. Foram dois ataques repetidos cada uma com metade da carga do B-1B. O segundo foi mais ao sul no limites da cidade.

O JSTARS confirmou que a coluna de blindados se afastou depois do ataque. Confirmou danos em vários veículos e alguns fugiram para a área populosa. Não podiam atacar a área povoada devido as regras de engajamento.

Outros T-72 estavam a cerca de 600 metros da Companhia Crazy na ponte. Tropas de reconhecimento descobriram a posição. Não atacaram tentando deixar se agruparem para outro ataque pelo ar. No ataque as tropas puderam sentir a explosão de tão próximas. O TACP coordenou os ataques passando as coordenadas e conferindo se não criaria fogo amigo. A noite não foram incomodados a não ser por civis agradecendo. 

A noite tiveram um novo alerta de um comboio com cerca de 100 veículos indo em direção a ponte. Logo prepararam as JDAM para atacar. Os iraquianos não chegaram e a  3-7 CAV foram substituídas na manhã seguinte pela TF 1-64. Todas as tropas voltaram para o outro lado da ponte sem baixas. 

Pela manhã seguinte tiveram que remuniciar. Pela manhã só apareceram civis sem criar problemas e a noite reiniciou os ataques. Veículos incendiados e destruídos viraram um bloqueio adicional. Um B-1 disparou bobmas JDAM a frente e a noite acabou. Pela manhã encontraram 314 mortos no setor a frente. Ao redor do setor eram centenas de corpos. Alguns estavam muito próximos das tropas.

O M-2 mostrou ser o melhor blindado para defesa devido ao volume de fogo. A munição de 25mm dos Bradley quase acabou. O M-1 ficou inútil em uma luta tão próxima. Não atiravam em veículos civis e antes disparavam tiros de advertência. Sem munição as tropas pegaram os AK-47 e foram centenas. Os americanos não tiveram baixas. A disciplina permitiu a vitória pois não entraram em pânico.

Al Kifl

A reação em Najaf não era esperada. Esperavam ficar seguros no Objetivo Rams, mas eram ataques frequentes de fedain a partir de Najaf. A munição até começou a acabar. A reação era foi cercar Najaf.

Na noite do dia 25 de março foi decidido atacar Al Kifl e tomar as pontes na Rodovia 8 vindo de Bagdá até Najaf e criar um ponto de bloqueio para isolar Najaf. Não deixariam as tropas entrarem e nem fugir da 3-7 CAV.

As forças de defesa aérea reforçaram as unidades de infantaria assim como as unidades de reconhecimento unidades. Os Bradley Linebaker e Avengers eram ideais para bloqueio. Sem ameaça aérea podiam ter outra função. As forças pesadas descansariam enquanto isso e uma Companhia da TF 3-69 seria usada como força de reação rápida.

As unidades de defesa aérea levaram duas horas para chegar até Kifl, mas ondas de iraquianos com RPG pararam o avanço. A força de reação rápida foi acionada e ligou com as tropas pela manhã. Foram atacados pesadamente e recuaram para uma posição de tiro de longa distância.

Levou três horas para os M-1 chegarem nas pontes. As tropas de defesa aérea cobriram o lado sul e uma Companhia da TF 3-69 cobriu o norte. A ponte estava pouco defendida e um pelotão de M-1 passou para tomar o outro lado. A ponte explodiu durante travessia sem cair. Três M-1 do outro lado ficaram presos sem poder voltar. A tempestade de areia chegou e a visibilidade com o sensor de imagem térmica tinha alcance máximo de 200 metros.

Reforços foram pedidos. Engenheiros tiraram fotos digitais da ponte e enviaram para os EUA por satélite para análise de especialistas para avaliar a possibilidade de passar blindados. Depois de uma hora receberam a informação que foi considerada segura. Os explosivos foram retirados da ponte. Parece que planejaram explodir a ponte enquanto as tropas a atravessavam.

Com a ponte transitável logo os M-1 voltaram e foram substituídos pela infantaria. A TF 2-69 logo chegou para substituir com uma Companhia. A noite os iraquianos atacaram chegando bem perto continuamente. Pela manhã foi o contra-ataque principal tentando retomar a ponte. Uma coluna com 20 veículos foi atacado por artilharia e CAS sendo aniquilada.

Não tinham TACP pois não esperavam um ataque tão intenso. O TACP chegou algumas horas depois. O TACP estava a 17 km distância e foi junto com o Comandante de M-113 junto com outro M-1. Os caças chegando anunciaram ter visto vários veículos se agrupando 30 km ao norte. Atacaram seis e voltaram por falta de combustível. Logo a tempestade de areia chegou.

Capturaram um Coronel iraquiano que disse que cerca de 300-400 tropas estavam vindo para retomara ponte. Dois F-15E com GBU-12 atacou os veículos indo em direção ao local.

Os americanos foram contra-atacados o tempo todo da cidade a frente da ponte. O M-113 deu pane no motor e só o rádio PRC113 podia ser usado para falar com os caças. Por 21 horas foram atacados continuamente por tropas e morteiros. Havia quatro blindados M-2 do outro lado e os Bradley do lado oeste cobriam o resto como a estrada em overwatch.

A TF 3-69 ficou presa em um canto da cidade de Kifl. O JSTARS alertou sobre uma coluna de 25 veículos na Rodovia saindo de Al Hillah em direção a Kilf. Tinham que fazer identificação positiva da coluna, mas devido a tempestade de areia e uma visibilidade de 10 metros seria impossível. Não poderiam disparar as JDAM sem identificação positiva.

O JSTARS detectou "Doppler Shift" em 21 dos veículos da coluna indicando que eram blindados de esteira. Quando liberado o ataque estavam em uma interseção em Y na estrad. Se entrassem a direita iriam para Kilf. A esquerda iriam em direção a 3-7 CAV. Um par de F-15E estava de CAP acima armados com 24 bombas GBU-12 mas a tempestade de areia não permitia o disparo de armas guiadas a laser então foram disparadas balisticamente baseados em coordenadas (grid) do software Falcon View. As bombas foram disparadas em linha iniciando na intercessão. 10 minutos depois o JSTARS não detectou mais movimento na área. Dois dias depois as tropas US Army no local detectaram 19 carros de combate e transportes de tropas e outros dois veículos abandonados.

Depois outro comboio com 10 veículos foi detectado em indo em direção a TF 3-69. Foi atacado com JDAM disparadas pelos B-52. As coordenadas foram indicadas pelo Falcon View com poucos clicks no laptop para determinar as coordenadas.

As 7 da noite a companhia da TF 2-69 chegou para substituir as forças locais. As forças invadiram a cidade e avançaram 10 km. Era o que os iraquianos queriam tentando repetir o fracasso americano na Somália. Os iraquianos não sabiam é do efeito do M-1. Do outro lado da cidade encontraram um comboio. Como os iraquianos eram mal treinados não deram muito trabalho.

O JSTAR alertou de outro comboio de mais de 100 veículos indo para a posição, mas a maioria dos alertas eram incorretos. Os M-1 criaram um "kill-sack" a frente com as tropas em posição sobrepostas e engenheiros destruíram a estrada para atrapalhar o avanço. Os iraquianos chegaram com a tempestade acabando. Os M-1 puderam enxergar mais longe e batiam os iraquianos facilmente. As tropas foram depois substituídas por Batalhão da 101 Airborne.

As batalhas para evitar que as duas pontes fossem explodidas acabou virando uma batalha de sobrevivência. A TF 3-69 e a 3-7 CAV foram substituídos por tropas da 3 BCT quando a tempestade já tinha passado e a cidade de Kilf foi tomada. Os combates em Kifll aliviaram a 3-7 CAV no sul e protegeram o objetivo Rams. Junto com outras fintas conseguiram manter a Guarda Republicana guardando Rodovia 8 no outro lado do rio Eufrates enquanto avançavam pelo oeste.

Na 2 BCT o combate se intensificou enquanto se aproximavam do checkpoint Charlie no dia 26 de março. Um soldado foi atingido e salvo pelo colete blindado. Um ônibus abalroou um Bradley que saiu ileso.

A TF 1-64 defendia Rams enquanto a 2 BCT descansava, rearmava e reabastecia no Objetivo Spartans 30 milhas ao norte. Usava táticas de atacar e retirar para manter os fedains longe. A 1 BCT, fora as unidades lutando em Kifl, estava em posição próximas a 2 BCT no objetivo Raiders.

A TF 1-64 logo foi notificada que a 3-7 CAV estava sendo engajada e quase sem munição. Iriam resgatá-la enquanto a 2-70 AR vigiaria Rams. Foram direito até o sul de Najaf e tomaram três pontes no Eufrates. Esperavam contato com a 3-7 CAV em uma delas.

O tempo estava ruim devido a tempestade de areia. Cinco minutos após saírem do ponto de partida já foram atacados por tropas com armas leves e RPG. Na cidade foram atacados de todos os lados enquanto avançavam. A partir daquele momento a guerra teria este padrão de colunas sendo atacada enquanto avançavam. Foram para o Checkpoitn Charlie ao sudeste de Najaf. No local foram atacados de perto no local devido a tempestade. Os fedains atacavam do meio de grupo de mulheres. A TF 1-64 AR ficou em posição do CP Charlie até o Objetivo Floyd por três dias em ataque constante o que aliviou a 3-7 CAV. Após três dias a TF 1-64 foi substituída pela 1 Brigada da 101 Airborne que teve o papel de isolar e atacar Najaf.

A TF 3-15 e a TF 4-64 atacaram pelo sul e sudeste de Najaf para pensar que cruzariam o Eufrates por ali. O plano era parar 2-3 dias ao sul de Karbala para preparar o campo de batalha e diminuir a ameaça iraquiana. As aeronaves táticas, helicópteros, MLRS e artilharia atingiriam o inimigo incluindo a Guarda Republicana no lado leste do Eufrates. A noite as tropas viram a artilharia antiaérea iraquiana tentando atacar as traçantes dos MLRS.

A Inteligência falhou pois lutavam em locais onde esperavam não encontrar ameaça e não ocorreu rendição em massa. O inimigo não era como nos jogos de guerra e sim como guerrilha, suicidas e terroristas usando táticas não convencionais. Atiraram de trás de civis, usavam ambulância para levar armas e disparar, se escondiam em igrejas escolas e usavam bombas suicidas.

As tropas americanas se preparam para grande luta, mas só encontraram grupos de soldados e a guerrilha fedain. Os ataques iraquianos eram em pequenos grupos. Atiravam sem causar muitos danos e logo eram atacados armas de fogo direto e eram fixados. Depois a posição era atacara por morteiros, artilharia ou pelo ar.

As forças inimigas costumam ter modos preferidos de lutar. A Coréia do Norte e China iniciaram ataques em massa e depois passaram para guerra de trincheira. Os Vietcongues eram habilidosos com minas e sapadores passando por arame farpado. As tropas do Vietnã do Norte eram mortais com morteiros e bunker com metralhadora com cobertura mútua. Na Somália eram enxames de tropas com AK-47 e RPG. 

Os iraquianos estavam muito mal treinados. Esperam os americanos se aproximarem e tentavam uma ação suicida resistindo e atraindo resposta desastrosa. Saiam de montes de lixo atirando sem mirar e eram pulverizados. Não sabiam como preparar posições defensivas ou trincheiras. Dirigiam pick-ups armadas direto até os fuzileiros. Alguns tropas eram estrangeiras, algumas tropas do exército reagupavam e poucos atuavam efetivamente. A maioria fugia. Os iraquianos abandonaram seus veículos e blindados em duas ondas. A primeira foi no inicio dos ataques aéreos e depois quando as tropas chegavam próximas.

Os iraquianos disparavam mais com fuzis AK e lança-granadas RPG. Eram armas bem fáceis de usar e estavam disponíveis abundantemente. Tentaram repetir os combates na Somália. Os RPG tinham alcance de 300m com precisão, mas eram disparos a quase 2km como morteiros. As forças organizadas que reagiram foram a exceção. Eram basicamente uma força paramilitar sem organização central e não podiam defender uma cidade.

No Vietnã os americanos atacavam tropas entrincheiradas com avanço a pé enquanto outra tropa apoiava. Com as perdas costumavam ser altas. Passaram a recuar e chamar artilharia ou apoio aéreo. No Iraque, com apoio da artilharia podiam avançar em campo aberto pois os iraquianos atiravam mal. Não usavam a metralhadora e nem tinham campos de tiro. Não tinham coesão nem disciplina de tiro. Geralmente eram tiros ocasionais de RPG, sniper, e poucos morteiros. O sucesso estava relacionado com a surpresa. Atingiam com RPG só disparando muitos contra veículos estacionados.

As cidades facilitavam a deserção e as forças regulares e a Guarda Republicana evitavam estes locais. Era o melhor local para emboscadas, mas mesmo assim não tinham capacidade de liderança e táticas para aproveitar as oportunidades.

No avanço do USMC perceberam três tipos de guerra - contra tropas convencionais relutantes a lutar; resistência do regime como defensores Saddam e guerreiros estrangeiros; e o medo de carros bombas vindo de todos que se aproximavam.

Momentos Difíceis 

A teoria do "shock and awe" implica em usar a tecnologia junto com menos tropas resultando ainda em maior poder de fogo. O avanço relâmpago seria a chave para o sucesso. Na prática a "Shock and Awe" era mais propaganda que realidade. Os jornalistas mostraram que quase se deram mal em várias ocasiões.

No dia 28 de março, a 3 Divisão de Infantaria chegou na metade do caminho até Bagdá. As noticias nos EUA era de um desastre aparente. O USMC estavam parados em Nasiriah após sofrerem perdas no local. Outras noticias eram de uma unidade de manutenção que se perdeu e foi atacada. Outras noticias eram do 11 AHR com um Apache derrubado por um fazendeiro e o resto danificado. Estavam atacando a Divisão Medina em uma missão de busca e destruição. As Brigadas paradas eram um pedido para serem atacadas pela artilharia ou armas QBN. Queriam avançar e atacar rápido Karbala.

Os ataques dos fedains foi uma surpresa. Era um combate bem diferente dos jogos de guerra e não sabiam como lutavam. A impressão é que não tinham como contrapor. Os inimigos eram pick-ups e caminhões com metralhadores contra blindados. O resultado era previsível. Não era o inimigo esperado, mas também não dava medo. Os fedains passaram a ser um grande problema nas linhas de comunicações. A MEF estava com o mesmo problema na rodovia 1 e 7. O trem logístico não estava conseguindo acompanhar as RCTs.

Ao mesmo tempo tiveram uma parada logística coincidindo com a tempestade de areia. Analistas militares começaram a questionar os planos americanos dizendo que eram uma força pequena para a ação. Deveriam esperar a 1 Divisão Blindada e a a 4 Divisão de Infantaria chegarem.

Os iraquianos notificavam aos superiores que estavam vencendo e estavam prestes a destruir o inimigo. Apenas os comandantes da 1 MEU e a 3 Divisão de Infantaria estavam otimistas.

As defesas de Saddam foram postas em camadas cada vez mais intensas se aproximando de Bagdá. Em Najaf começaram a imaginar o que esperavam depois. As linhas de suprimentos estavam estressadas e vulneráveis, soldados foram capturados, com a operação arriscada a se tornar um fracasso. A operação foi criticada por ter forças consideradas pequenas e não poderiam sustentar o momento, os suprimentos não poderiam atingir a frente, e não poderiam controlar território.

O US Army cita que a pausa de 25 a 30 de março foi planejada. Consolidariam território, linhas suprimentos, se reequipariam, e preparariam para a próxima corrida. A tempestade de areia também influenciou. Aproveitaram para "pular carniça" das tropas protegendo cruzamento do Eufrates e com 101 Airborne substituída para poder atacar Bagdá. Como as linhas de comunicações de 500 km passou a ser atacada por fedains foi protegida pela 82 Airborne e 2 Armored Cavalary. A superioridade aérea permitiu que as Forças Especiais atuando com os Curdos tomassem Mosul e Kirkuk. Ataques de helicópteros e artilharia brutalizaram a Guarda Republicana a frente de Bagdá. As forças terrestres estavam espalhadas e difusas, mas ainda tinham a iniciativa graças a agilidade e o poder de fogo das unidades aéreas e terrestres.

A 3 Divisão de Infantaria avançou tão rápido que foi vitima do próprio sucesso. Com linhas de comunicações esticadas ficou difícil manter os suprimentos de combustível, munição, comida e água. Tomaram posição defensiva e esperaram os suprimentos. Os ataques dos fedain complicaram a logística e a tempestade de areia deixou mais difícil.

A missão da 3 Divisão de Infantaria era não ficar “atolada” no caminho até Bagdá. Deveria ser o avanço sustentado mais rápido da história. As tropas passaram a ser consideradas insuficientes para a missão. Pensaram que deveriam levar uma Divisão pesada em cada frente mas usavam mais o Poder Aéreo.

Os americanos esperavam passar pela fronteira e pelo território xiita sem oposição, e depois esmagar a Guarda Republicana em Bagdá. Não esperavam uma resistência fanática durante o caminho. A deserção em massa que ocorreu na Operação Desert Storm não se repetiu como previsto. Com Bagdá se aproximando cada vez mais aumentaram os ataques suicidas dos fedains. As unidades ficaram "black" sem munição contra os ataques incessantes das pick-ups.

Os fedain se vestiam como civis. Podiam ser snipers atirando a distancia do teto de escola, igreja ou hospital. Disparavam RPG e metralhadoras de pick-ups, mas não de blindados. Usavam táticas como levantar bandeira branca e depois atirar, usavam a proteção de civis, veículos suicidas e forçavam civis a lutar ameaçando suas famílias.

Em Najaf um carro bomba matou quatro soldados da 3 Divisão de Infantaria e depois desse episódio passaram a disparar em civis nos checkpoints no meio da tempestade de areia com medo de ameaça semelhante.


Imagem da tempestade de areia.

Os fedains gostavam de pickups armadas, chamadas technicals, com as palavras dos somalis que usaram contra americanos em 1993. Funcionava contra os Humvee, mas contra blindados não seriam efetivas. Tentaram repetir a tática dos somalis sem sucesso. Os helicópteros também destruíam as pick-ups antes de atingirem os comboios.

As tropas perceberam que com o blindado Stryker teriam mais baixas que com o M-1 no avanço. Os Kills a mais de 2 km no deserto seria a exceção no combate, principalmente contra insurgentes. Dispararam mais o fuzil M-4 e a pistola M-9 que o esperado devido a distância do inimigo. Os comandantes de blindados precisaram treinar mais no disparo da M-2 e M-4. A munição mais usada também foi o calibre 7,62mm da metralhadora coaxial M-240. A reação rápida era importante contra a infantaria e equipes RPG. O tempo máximo era de 10 segundos até disparar um RPG e fugir na multidão.

Após a revolta xiita no sul em 1991, Saddam criou uma força de segurança em 1994, os fedains Saddam, para evitar novas ações semelhantes. Depois virou uma força de defesa contra ameaças externas e também era o Exército particular do regime. Eram uma força paramilitar para atuar em operações de contra insurgência, ação direta e vigilância. Podia atuar como reserva do Exército regular em caso de levante. Fariam defesa interna e externa de forma não convencional. Os membros também estavam envolvidos em crimes e faziam terrorismo para regime dentro do Iraque.

Os fedains tinham prioridade de equipamento assim como a Guarda Republicana. Treinavam com armas leves e táticas de pequenas unidades. Recebiam armas especiais com silenciadores e sabotagem. Depois passaram a receber helicópteros armados, UAVs, e barcos especiais para operar no Golfo Pérsico.

Durante a invasão a maioria desertou. Os que ficaram eram guerreiros fanáticos suicidas, mas estavam mal preparados e eram mortos facilmente avançando contra os blindados. Seus comandantes civis não deixaram lutarem adequadamente.

Os iraquianos tentaram forçar combates nas cidades, mas só ocorreu em Bagdá. Os iraquianos já aprenderam em 1991 que enterrar tanques não era bom contra os M-1 e a aviação. Então esconderam nas cidades.

Os iraquianos esperavam que os americanos atacassem todas as cidades ao longo do rio Eufrates para não deixar suas linhas de comunicações abertas aos ataques de tropas iraquianos operando destas cidades. As noticias de luta intensa ao redor destas cidades ao sul reforçou esta concepção. As noticias de sucesso deram a impressão que o iraquianos estavam vencendo. Já os canais políticos davam notícias ruins. Como ainda controlavam as cidades principais então recebiam noticias boas de outro lado. Pensavam que os americanos se retiravam devido as grandes perdas. Os americanos até capturaram documentos dizendo que a 11 Divisão de Infantaria iraquiana rechaçou o ataque americano a base aérea de Tallil.

Depois os iraquianos começaram a perceber que os americanos evitavam entrar nas cidades e apenas capturaram pontos de entrada e saídas das cidades. Também perceberam que atacavam em vários locais ao mesmo tempo para diluir os esforço iraquiano e confundir as tropas, retirando após perdas.

Um general iraquiano em cima de um hospital em Samawah viu blindados cobrindo a passagem dos caminhões escoltados por oito helicópteros no dia 28 de março. Logo deduziu que a força principal já estava bem mais a frente. Seu informe não chegou aos superiores no dia seguinte. Quando o quadro geral ficou claro já era tarde para reagir. A 3 Divisão de Infantaria já estava ao norte de Najaf e a 82 Airborne já tinha tomado o lugar para defender as linhas de comunicações. Junto com a 101 Airborne entrariam nas cidades.

Outras cidades logo caíram com os políticos e fedains fugindo. As comunicações foram cortadas e Bagdá perdeu controle dos subordinados. Apenas os fedains se sacrificavam mas com pouco impacto na guerra. A finta e o desvio das cidades conseguiu enganar Saddam.

Desde o inicio do conflito a USAF caçou os iraquianos procurando unidades militares vulneráveis aos ataques aéreos. Com o KICAS e SCAR conseguiram algum sucesso. O Corps Shaping também ajudava. As forças iraquianas dispersas é que atrapalhavam. Com a tempestade de areia ficou mais fácil pois começaram a se mover tentando aproveitar a "cobertura", mas ficou foi mais fácil de caçar pelo ar devido aos radares dos UAVs e JSTARS. Depois continuaram a se mover e facilitou. Encontrar um blindado parado é uma coisa, mas se movendo era outra. Formações grandes eram bem mais fáceis de encontrar que os pequenos comboios.

Até entrarem em Bagdá ainda procuravam as unidades principais. As aeronaves atacavam como enxames com as táticas SCAR. Encontravam a posição de uma unidade, notificaram no rádio e o ASOC coordenava os ataques até a eliminação da unidade. A tempestade então ajudou mais do que atrapalhou. No fim a 3 Divisão de Infantaria estava em uma boa posição para continuar e os iraquianos em pior posição contra a armada aérea.

Na pausa as operações aéreas fizeram "corp shaping" no campo de batalha que gerou a batalha dos "Five Simultaneous Attacks". A 2 BCT faria uma finta contra Al Hindiyah no Eufrates, 37 milhas acima de An Najaf. Apoiariam o movimento da 3 Divisão de Infantaria mais para o norte. Unidades da 101 Airborne fariam reconhecimento armado no Lago do Leite para enganar Al Hillah, e um assalto para conter Najaf, enquanto a 82 Airborne moveria para conter As Samawah.

A finta em Hindiyah confundiria mais para atrapalhar o ataque no passo de Karbala. Indicaria a intenção do ataque pela Rodovia 1. A Divisão Medina operava próximo e poderia responder com artilharia, mas também seria bom pois os radares contra-bateria Firefinder estavam preparados.

A 101 Airborne faria uma finta em Kifl até Hillah, atacando até Najaf, enquanto fazia reconhecimento amado no oeste. A 82 Airborne limparia Samawah. O ataque iniciaria no dia 30 de março com o objetivo de saturar o comando supremo iraquiano. Depois da guerra os Generais iraquianos citam que nem souberam dos ataques. Simplesmente não era possível sobrecarregar um sistema de comando que nem sabia que estava sendo atacado.

O ataque em Hindiyah virou o Objetivo Murray atacado pela 2 BCT. Virou uma missão da TF 4-64 AR com a TF 1-64 na reserva. Para mostrar que era um ataque real, duas Companhias atravessariam as pontes. Depois foi ordenado ficar apenas no lado oeste da ponte e apenas chamariam as forças. Na ponte foram atacados. Encontraram tropas da Divisão Nabucodonossor que conseguiu mover 350 km sem ser detectada. Depois estas unidades seriam atacadas pela 2 BCT e destruídas. A artilharia disparou 20 missões contra-bateria e chamou 30 missões CAS e Interdição para apoiar o engajamento. Foi o primeiro contato com a Guarda Republicana.

No dia 31 de Março os Apaches fizeram missões de reconhecimento armado no sul do lago Razzaza como parte dos "cinco ataques". Decolaram pela manhã e repetiram no dia seguinte.


Plano de ataque dos "cinco ataques".

Karbala (1 de abril)

O próximo movimento era atravessar o passo de Karbala. O passo de Karbala era o segundo grande chock-point no caminho e era a maior preocupação dos comandantes no avanço. Tinha apenas alguns quilômetros de largura entre as cidades de Karbala e o Lago Razzaza.

Seria um local perigoso pois só poderiam avançar em fila única até chegar ao sul de Bagdá. Toda a 3 Divisão de Infantaria passaria pelo local em duas estradas ruins durante dois dias sendo um alvo perfeito para a artilharia iraquiana. Seria difícil parar com tropas terrestres, mas também era o local ideal, ou pelo menos poderiam atrasar o avanço. A maior ameaça ainda eram as armas de destruição em massa. Se os iraquianos fossem usar seria o local ideal com alvos mais lucrativos.

O esquema de manobra era usar a 3 BCT para isolar Karbala pelo leste e a 1 BCT pelo oeste e tomar as pontes na Rodovia 28. Depois avançariam até o objetivo Charger no norte de Karbala onde encontrariam o resto da Divisão Medina. A 1 BCT tomaria o Objetivo Peach que seria o ponto real de cruzamento. A 2 BCT avançaria do objetivo Murray e seguiria a 1 BCT e cruzaria rio Eufrates no OBjetivo Peach e tomaria objetivo Saints na interseção da Rodovia 1 e 8 que estava 15km ao sul do centro de Bagdá.

O passo de Karbala era "terreno chave" também para os iraquianos e a defenderiam com a Divisão Medina e outras unidades da Guarda Republicana que vieram reforçar. A 14 Divisão de Infantaria iraquiana foi deslocada para o local, mas o comandante escondeu sua posição e não foi movida.

Pela manhã elementos na frente já tinham passado pelo passo sem perdas. Fintas foram feitas em An Nasiriyah, As Samawah, Abu Sukharyr, Kilf e Al Hindiyah dificultando que os iraquianos percebessem qual seria o caminho real. Os ataques aéreos também ajudaram evitando que manobrassem. As fintas forçavam os iraquianos a se mover e facilitava os ataques aéreos. Forçariam a manter muitas forças em muitos locais diluindo o poder e assim os americanos teriam menos resistência no avanço.

A 1 BCT avançou com a TF 3-69 na direita e a TF 3-7 na esquerda para isolar o lado oeste. Os iraquiano atacaram com artilharia do leste e chamaram CAS para atacar além de foguetes e DIVARTY para contra-bateria silenciando os canhões iraquianos. O CAS também identificou uma coluna blindada vindo do norte da cidade para cortar o avanço e a destruiu.

O avanço da 3 BCT foi com preparação de artilharia maciça. Atacaram todas as posições de artilharia plotadas pelo radar contra-bateria. A TF 2-69 avançou durante a preparação a noite. Viram os foguetes das munições de artilharia DPICM passando acima e submunição do MLRS explodindo. O avanço foi preparado com a artilharia atacando cada interseção estrada a frente da TF 2-69. As interseções era o local preferido dos ataques dos fedains.

A coluna avançando foi atacada durante todo o trajeto nos dois lados da estrada. A vegetação aumentava durante o avanço pois estavam saindo do deserto. Vários veículos foram atingidos pelas RPG, mas sem perdas. A atingiram posições próximas a cidade e atacaram a noite. Depois foram aliviados pela 101 Airborne que teria a missão de vigiar a cidade.

O ataque na falha foi sem resistência pesada, mas foi lento por ter muitos obstáculos. Havia várias minas de minério vazias no local. A noite era bem mais difícil e piorava com as colunas avançando em formação. Na estrada havia um bloqueio de estrada com dois BMP. O TACP mandou os caças atacar com duas Paveway. Procuraram estradas mais a leste da cidade e encontraram.

Os F-15E acompanharam o avanço a noite toda fazendo 6-7 REVOs para dar "top cover". Dispararam armas em outro local não sendo necessárias para apoiar as tropas, mas metralharam as tropas encontradas.


Plano do V Corpo para atravessar Karbala.

Objetivo Peach (2 de abril)

O próximo passo seria procurar um local para criar uma cabeça de ponte no Rio Eufrates. Era o terceiro choke point logo a frente no objetivo Peach, código das pontes para o cruzamento principal. O objetivo Peach era a ponte de al-Qa`id. Era a última chance dos iraquianos tentarem desacelerar o avanço fora de Bagdá. Os iraquianos já planejavam explodir a ponte se suspeitassem que os americanos fossem usar. Apenas um lado da ponte foi destruído.

O cruzamento de rio é uma das fases mais críticas de qualquer campanha. Escolheram um ponto próximo a Musayyih. A cidade era tão pequena que nem era mostrada no mapa, mas tinha boas pontes. Depois de passarem por Karbala os caças logo passaram a vigiar o objetivo Peach chegando em minutos. Encontraram muita artilharia antiaérea, alguns caminhões e bunkers de munição.

Na manhã de 1 de abril a 1 BCT saiu do passo de Karbala e consolidou no lado de fora. A 1 Brigada passou pelo paço de Karbala e virou um pouco para a direita até Musayyib. A distância de Karbala até o local era de 25 milhas. Se espalharam no deserto e descansariam um dia antes de atravessar as pontes no rio Eufrates. Sem resistência iriam avançar já a tarde sem descansar muito. Iriam para o objetivo Peach.

A TF 3-69 avançou na frente. Os americanos já tinham se tornado veteranos. As tropas apenas anunciavam contato e destruíram tudo que encontravam e avançavam. A conversa no rádio tinha o padrão de "target spotted, engaged, destroyed". O contato de algumas Companhias na verdade era toda a 14 Brigada da Divisão Medina. Os iraquianos não conseguiram reagir aos ataques rápidos americanos e pareciam ser unidades mais fracas ou pouco numerosas.

O General Hamdani comandava a Divisão Medina em um Posto de Comando no norte de Karbala. Enviou o Primeiro Regimento da 14 Brigada para contra-atacar. A formação alinhada foi rapidamente pega pelos sensores americanos. Antes de ir para a área de reunião foi atacada e toda destruída pelo ar. 


Ataque ao Objetivo Peach.

O padrão de outras pontes atacadas era encontrar explosivos ligados por fio com o responsável escondido em uma construção próxima. Então a alguns quilômetros da ponte dispararam uma barragem de artilharia nos arredores seguida por bombas JDAM nas construções ao redor.

Como a ponte de Kifl foi explodida com um blindado tentando passar tentariam tomar a ponte com um assalto pelo rio. A TF 2-7 IN, com um Pelotão blindados, iria na frente. Os blindados apoiaram do outro lado. O ETAC da TF 2-7 foi na frente com 20 veículos Humvee e blindados. Fariam "close fight air" no local. Não encontraram oposição e tomaram a ponte sem resistência. A segunda ponte tinha tropas iraquianas e foi atacada com o canhão dos caças para evitar que a explodissem e funcionou. Os iraquianos só conseguiram criar um buraco em uma das pontes.

A ponte foi tomada com um assalto diurno com botes Zodiac. Sem motores tiveram que usar remos. Foram atacados do outro lado e com a artilharia caindo ao redor e não sabiam remar corretamente. Logo cortaram os fios de explosivos na ponte.

Depois de tomada enviaram a TF 3-69 para cruzar para o outro lado do rio. Uma Companhia avançou na ponte e foi para a direita e outra para a esquerda para defenderem o outro lado. A TF 3-7 IN avançou e encontrou BMPs escondidos. Foram logo atacados e destruídos. Logo apareceram 30 blindados BMP e T-72. Os M-1 e M-2 estavam acompanhando as tropas e logo abriram fogo. Os M-1 atacavam os T-72 e os M-2 atacavam os BMP. No avanço viam posições de luta com uniformes no chão. Havia centenas de foxhole no local, com uniformes e capacetes. Nas próximas cidades as tropas que abandonaram as posições estavam acenando para os americanos.

As tropas americanas saíram do deserto e logo estavam cercados de vegetação espessa próximo ao rio. Gostaram no começo, mas logo perceberam que era apenas mais locais para o inimigo se esconder. As estradas estavam cheias de caches de munição no caminho. A artilharia antiaérea apontava para o chão no modo superfície. Os iraquianos apareciam de todos os lados em veículos e atirando, mas eram alvos fáceis.  O CAS ficou evitando que mais iraquianos chegassem pelas estradas.

Os iraquianos reagiram mandando contra-ataques do norte e sul contra as pontes. Os TACP no local tiveram que se defender em combate aproximado. As operações de "corps shaping" foi logo iniciada.

A 10 Brigada da Divisão Medina estavam no local. Era uma unidade de reconhecimento blindada de nível Pelotão ou Companhia. Os americanos criaram posições defensivas e foram atacadas por várias unidades. A Divisão Al-Nida da Guarda Republicana e a 16 Divisão de Infantaria apoiaria defendendo o flanco oeste. Atacariam o objetivo Peach, mas foi cancelado quando descobriram que já tinha sido tomada. Então fariam uma nova linha defensiva no norte da cabeça de ponte junto com a Divisão Nabucodonossor. Com as noticias que a ponte não tinha sido destruída iniciaram um contra-ataque de madrugada. Se moveram lentamente pois não tinham visão noturna. Foram logo detectados e atacados pelo ar. O Estado Maior da Divisão Medina sofreu perdas pesadas. Apenas um ataque foi ordenado e mesmo assim foi facilmente contido. Pela manhã foram atacados pelo ar. O comandante da Divisão Medina, o General Hamdani, viu que só tinha veículos destruídos ao redor pela manhã.

Os americanos tinham criado uma barragem de artilharia e um Kill Box próximo foi atacado intensamente, onde esperavam contra-ataques. A 10 Brigada passou exatamente nas coordenadas da artilharia e pelo Kill Box.

O apoio aéreo ajudou a barrar a coluna avançando. A luta foi até as 5 da manhã tendo iniciado as 3 da manhã. A estrada a frente virou um "mar de corpos". Se os iraquianos enviassem mais uma Brigada, além das duas, pegariam os americanos com pouca ou até sem munição. A 2 BCT logo ultrapassou a 3 BCT e tomou a frente para atacar o resto da Medina. Depois ainda atacariam o aeroporto Internacional de Bagdá. Os americanos capturaram a ponte e criaram outras pontes flutuantes no rio.

Os helicópteros Apaches cobriam as forças em overwatch. Também destruíram mais de 40 blindados na operação.  

Objetivo Saints (3-5 de abril)

Enquanto a 3 BCT vigiava o passo de Karbala a 2 BCT avançou para o norte para a periferia de Bagdá onde viraria para a Rodovia 1 e 8 no objetivo Saints. A 1 BCT foi para o Aeroporto Internacional de Bagdá.

No objetivo Saints a 2 BCT desceria para atingir a Divisão Medina por trás. A TF 1-15 IN tomaria o objetivo Saints fazendo bloqueio no local. A TF 1-64 AR atacaria pela Rodovia 8 a 2 Brigada da Divisão Medina. A TF 4-64 avançaria pela Rodovia 1 até encontrar a 10 Brigada da Divisão Medina.

A 2 BCT teve que passar pelo leste de Karbala para evitar o congestionamento no passo. Era uma área não reconhecida antes. O caminho estava cheio de canais, pântanos e palmeiras. Em uma estrada próxima a Karbala logo foram engajados. Tiveram que voltar para passar pelo passo de Karbala de qualquer forma. Chegaram no objetivo Saints as 13 horas. A estrada estava cheia de com tropas, blindados, artilharia antiaérea e artilharia, mas não era uma defesa coerente.

A TF 1-64 atacou na Rodovia 1 e a TF 4-64 na Rodovia 8. A TF 4-64 foi logo foi emboscada por uma Companhia motorizada entrincheirada. Foram 10 BMP destruídos em poucos minutos. Por 15 minutos avançaram até o combustível começar a preocupar. Tiveram que voltar para rearmar e reabastecer e continuariam no dia seguinte. A TF 1-64 atrasou e retorno pois a Companhia Charlie estava combatendo em Mahmudiyah. No dia seguinte foram mais longe. Destruíram blindados, artilharia no caminho e a maioria já estava abandonada.


Ataque ao objetivo Saints.

No avanço subsequente, a TF 1-64 foi atacada em uma área de subúrbio de todos os lados. O E-BALO tinha aeronaves A-10 acima que metralharam os dois lados da estrada. A luta durou 13 horas até chegarem no objetivo Saints até a noite chegar. Chegando a uma interseção na Rodovia 8 e 1 e criaram um bloqueio de estrada.

A 2 BCT era apoiada por ANGLICO do USMC. Foram para o sul atacar a Divisão Medina em Mahmudiyah. Eram bolsões de resistência sendo limpos para evitar que os americanos fossem pegos por trás em Bagdá. A 2 Brigada também tinha Marines controlando o CAS como parte do Naval Gunfire Liasion Company do 22 MEB. Eram parte do 2 ANGLICO apoiando a 3 Divisão de Infantaria com dois Supporting Arms Liaison Teams (SALT) trabalhavam nos Postos de Comando coordenando o apoio aéreo e dois Firepower Control Team (FCT) controlando os ataques aéreos . Os FCT encontravam alvos e passavam para o SALT.  

O avanço ocorreu no dia 3 de abril. A cidade foi atacada com uma Companhia blindada e um pelotão de infantaria blindado com 14 M-1 e um Bradley.

Antes as tropas treinaram para caçar blindados no deserto, a cerca de 1.500 metros, mas não treinaram em cidades pois seria o local ideal para as equipes anti-carro. As tropas blindadas estavam pouco treinados em combate em localidade e não havia nenhum na Companhia com blindados. Pouco treinaram antes, mas como infantaria. O combate anterior foi na Segunda Guerra Mundial. No Vietnã, em Hue, eram blindados contra infantaria.

Nas estradas até o local foram atacados de longe por fogo leve. Responderam com fogo "industrial". Se era um veículo um único tiro dava conta. Como encontravam muitos caminhões e bunkers o canhão dispara mais com a munição HEAT. A SABOT era usada mais contra blindados. Não perdiam tempo trocando munição se encontrassem blindados e a HEAT dava conta do mesmo jeito.

Um encontro dentro da cidade foi contra um T-72 a oito metros de distância. A rua era tão apertada que o T-72 não podia girar a torre. O artilheiro do M-1 não conseguia ver o alvo pois era bem maior na mira e só via um pedaço de metal no zoom 3x. Nem sabiam se podiam atirar naquela distância. Tiveram que dar ré dispararam e foram atingidos por detritos.

Um T-72 atingido com SABOT a curta distância teve a torre lançada a 300 metros distância em cima de um prédio de três andares. Sete T-72  foram destruídos junto com dois BMP na cidade. Dois a distância muito curta em apenas cinco minutos. Antes só treinaram reação rápida a 1-2 km e menos era considerado perigoso. Nunca treinaram disparo próximo antes e nem havia dados em manuais. Pela orientação dos blindados iraquianos esperavam ataque pelo norte vindo da Rodovia 8, mas atacaram pelo oeste rodeando a cidade e depois atacaram pelo sul evitando as rotas principais.

Depois da batalha em Mahmudiyah pela manhã os dois Pelotões foram para o sul para atacar o resto da Divisão Medina. Destruíram seis BMP e várias peças de artilharia antiaérea. Ao sul da cidade encontraram peças de artilharia, caminhões com munição e suprimentos espalhados na estrada. Os blindados na frente da coluna avançando atiravam nos caches de armas e munições e os que vinham atrás pegavam as explosões secundárias. No total contaram 10 blindados, 15 caminhões, 30 peças de artilharia além de tropas e munições. Depois voltaram por Mahmudiyah.

No avanço o blindado com ANGLICO foi emboscado e atingido duas vezes por tiros de 30 mm. O artilheiro ficou ferido e a mira danificada, mas a metralhadora ainda funcionava. Estavam debaixo de uma ponte que foi atingida por RPGs. Chamara CAS para destruir sete T-72, seis BMP, seis caminhões e um site SAM. Não encontraram a Divisão Medina que tinha sido atacada desde o inicio com o "corps shaping".

Objetivo Montgomery (3-7 de abril)

Após serem substituídos no Objetivo Floyd a 3-7 CAV foi para Objetivo Rams para descansar e rearmar. Depois foi enviada para cobrir o flanco oeste e norte no Objetivo Montgomery, uma interseção entre as Rodovias 1 e 10, com a 1 BCT indo para o Aeroporto Internacional de Bagdá e a 2 BCT indo até Saints. A ameaça agora não seria mais as milícias ou forças paramilitares e sim a Guarda Republicana.


Esperavam que duas semanas de ataque de CAS, helicópteros e artilharia teriam drenado as forças iraquianas na região. Chegaram no local com contato mínimo e depois foi crescendo atraindo iraquianos. Avançaram sem seus helicópteros não tendo olhos a frente. Na Rodovia 1 engajaram tropas dos dois lados além de pick-ups armadas. Por 10 milhas foram contatos constantes. A Apache foi na Rodovia e a Crazyhorse foi pela lateral se espalhando em uma frente de 15 milhas.

Próximo a uma serra foram atacados por artilharia antiaérea e artilharia em modo direito. Os M-1 atacaram as posições com canhões e cessaram fogo. Em Montgomery ocuparam posição defensiva pois passariam a noite no local. A Bonecrusher estavam 10 km atrás da Apache e foram para o lado leste para cobrir a 1 BCT enquanto atacavam o Aeroporto Internacional de Bagdá.

No cruzamento foram logo engajados por carros de combate T-72 e depois foram chegando tropas em veículos. A noite foram atacados por tropas com roupas civis e caminhões suicidas tentando abalroar os blindados. O combate durou 15 horas. As 3 da manhã do dia 4 de abril foram atacado por uma coluna blindada indo para o Aeroporto Internacional de Bagdá. Eram três T-72 e dois blindados movendo a frente. Pareciam que pensavam estar invisíveis a noite. Mesmo com o primeiro blindado da coluna explodindo os outros continuaram. A coluna logo foi despachada. Outras colunas blindadas aparecem a noite e foram todas despachados. Depois os encontros foram mais esparsos. Um prisioneiro indicou que eram da 15 Brigada Mecanizada da Divisão Hamurabi que estavam dois dias antes em Tikrit.

A Rodovia 1 que defendiam estava infestada de cadáveres a frente. Uma unidade de guerra psicológica anunciou em uma vila próxima para levarem mortos. A população veio e só deixaram os estrangeiros. Em uma hora pegaram todos os cadáveres.

No fim do dia um par de F-15E viu um Batalhão blindado duas milhas a nordeste do checkpoint. Mandariam F-16, A-10 e Tornados atacar a posição seguida da 1-9 FA antes da A/3-7 CAV avançar para confirmar a destruição. Enviaram a Companhia Apache por estar mais próxima. Enviaram apenas sete M-1 e cinco M-2.

Primeiro vieram dois Tornados e depois os A-10, mas as tropas em terra não viram explosão secundárias no local. Antes de avançar pediram uma barragem de artilharia na área. Ai sim viram explosão secundária mas não com esperavam. Teria que ser pelo menos 12 T-72 explodindo. Pouco depois viram blindados disparando do lado pela direita da Rodovia e não ao norte como notificado. Era uma kill zone preparado pelo batalhão iraquiano. Foram atacados por T-72, BMP e artilharia em fogo direto a 800-1000 metros e estavam em campo aberto. Responderam ao fogo e em 15 minutos alquilaram o inimigo e voltaram para Montgomery. Ainda pediram MLRS para garantir a destruição do que tivesse sobrado além de 52 tiros de 155mm. Destruiriam mais de quatro vezes o seu número de blindados inimigos sendo 30 T-72.

No dia seguinte a 3 BCT avançaria pela posição da 3-7 CAV até o Objetivo Titans. Foi a última batalha da 3-7 CAV na guerra. Depois foram para o Objetivo Saints para a 2 BCT focar nas Thunder Run.

No dia 4 de abril a 3 Divisão de Infantaria passou quase toda no passo de Karbala. Foram notificados que a Divisão Nabucodonossor estava vindo de Mosul e Al-Nida vindo do oeste para a trilha da 3 Divisão de Infantaria. Estavam na direção contraria dos fuzileiros. Na verdade era uma ordem de Saddam para simular uma ameaça fantasma vindo da Jordânia.

Um comandante visitando a Divisão Adnan viu os ataques aéreos enquanto se moviam no campo aberto. Viu um Batalhão blindado ser dizimado. Os ataques aéreos criavam muito medo nos soldados. A Al-Nida nunca engajou tropas o que sugere o efeito psicológico de fogo de precisão.

Os panfletos ajudavam e fazia os soldados pensarem que estavam na mira de sniper. Mesmo atingindo decoy os caças táticos mostravam que eram poderosos. Primeiro pareciam ter enganado os americanos, mas depois as tropas iraquianas fugiam. Não viam que os americanos estavam sendo enganados, mas destruição sistemática das suas posições mostrava o que estava sendo preparado.

Objetivo Lions (4-5 de abril)

Na frente da 3 Divisão de Infantaria estava o Aeroporto Internacional de Bagdá (objetivo Lions) e teriam que tomar o local. Inicialmente pensaram em usar a 101 Airborne fazendo um assalto aéreo no local. O terreno local parecia mais uma selva então pensavam que seria uma armadilha para os blindados. Como já tinham visto suas tropas dominar a luta em combate aproximado decidiram por um avanço por terra.

O ataque seria na manhã seguinte pela 1 BCT e descansariam o resto do dia no Objetivo Peach. A TF 3-69 lideraria o assalto. Avançariam a noite com movimento para contato, sem reconhecimento do local e nenhuma inteligência sobre o inimigo no local. Atacariam em coluna devido ao terreno.


Ataque ao Aeroporto Internacional de Bagdá.

Chamaram os FAC(A) para coordenar os ataques aéreos contra alvos em profundidade no local. O TACP pediu pelo rádio se tinha algum piloto qualificado na função acima e um F-14 respondeu. O TACP avançou até o aeroporto para preparar o local. Atingiram blindados, peças de artilharia antiaérea S60, sites SAM e outras casamatas.

Depois de prepararem o local avançaram a noite, mas foram emboscados. A noite atacavam a resistência no caminho e avançavam rapidamente sem perder tempo com a resistência no avanço. A 1-41 FA de artilharia seguia atrás e foi emboscada durante uma missão de tiro. Na batalha sofreram sete das nove baixas da unidade na guerra.

No Aeroporto não avançaram pelo portão principal, mas criaram buracos no muro. Com a TF 3-69 chegando no perímetro do aeroporto se depararam com um muro de concreto de 10 pés de altura. Um M-1 explodiu uma passagem. Estavam no sul e criaram uma linha de tiro. A artilharia e o CAS estavam cobrindo a entrada e por isso não foram vistos. Do outro lado estava cercado de artilharia antiaérea em grande quantidade disparadas em no modo fogo direto. Também havia cerca de 600 tropas. Os blindados eram poucos. Os F/A-18 ajudaram com as JDAM atacando bunkers com o TACP passando as coordenadas dos alvos. O CAS durou pouco devido a entrada de tropas amigas no local.

Os bunkers no local tiveram que ser tomados pois os iraquianos resistiam.  A 101 Airborne chegou depois para ajudar com a TF 2-7 IN. Fariam posição de bloqueio no "four corner". Estavam próximos de T-72 e não viram a noite. Um M-2 foi logo destruído por um T-72 que foi atacado depois por um Javelin. A mochila do lado de fora salvou o blindado. Três outros T-72 foram vistos ao sul e também foram atacados por mísseis Javelin. Uma patrulha foi atacada por trás por um T-72. Se esconderam em um leito seco de rio e outros americanos que fugiram pediram ajuda. Um M-1 rebocando outra ajudou e engajou mesmo rebocando.

Objetivo Titans (4-8 de abril)

Enquanto a TF 1-64 preparava a primeira Thunder Run, a 3 BCT estava sendo substituída pela 101 Airborne em Karbala e avançou para o objetivo Peach para preparar seu próximo movimento.

Na manhã do dia 5 de abril deslocaram 40 milhas ao norte ligando com a 3-7 CAV no Objetivo Montgomery. Depois avançaram mais 45 milhas até o norte de Bagdá no Objetivo Titans. O local tinha três pontes por onde os iraquianos poderiam receber reforços do norte e era a única rota de escape da Guarda Republicana. As pontes se tornaram o Objetivo Monty, Rommel e Patton.


Contra-ataque iraquiano ao objetivo Titans.

A TF 2-69 AR foi na frente seguida da TF 1-15 IN. O avanço iniciou as 04h00min da manhã. Após ultrapassar a 3-7 CAV iniciaram contato já 300 metros a frente. Nas próximas 60 horas estariam em contato constante. Não pararam para acabar com a resistência no caminho. Atrás vinha a artilharia da 1-10 FA. Os Paladin eram protegidos por blindagem, mas os veículos de apoio e comando não. Os A-10 apoiaram o avanço atacando a lateral da formação. Após o objetivo Custer passaram a encontrar blindados e até baterias de artilharia. O CAS atacava a frente e a artilharia a esquerda da coluna. Os A-10, F-15E e F-16 informavam o que encontrariam a frente.

Atacando do norte conseguiram certa surpresa pois os iraquianos não esperavam ataque desta direção. O objetivo estava bem espalhado e as tropas ficaram diluídas. Os iraquianos queriam as pontes de volta. A ponte no objetivo Monty foi destruída por um ataque aéreo para não ter que ser defendida. O alto comando mandou destruir Monty e os F-16 fizeram o trabalho.

Na noite de 7 de abril os iraquianos montaram um contra-ataque no objetivo Titans. Devia ser um local calmo, mas virou o combate urbano mais intenso da guerra.

Os iraquianos primeiro atacaram com artilharia os objetivos Rommel e Monty. A 1-10 FA respondia com contra-bateria. Depois da barragem de artilharia os iraquianos atacaram com carros de combate, BMP e infantaria com ondas sucessivas. As tropas em Rommel viram as formações indo para o objetivo Monty e engajaram e avisaram. O CAS e a artilharia atacaram.

O objetivo Rommel tinha 10 M-1 e 14 M-2 para defender. O contra-ataque iniciou com  a infantaria e os T-72 logo apareceram e os CAS deu conta. Os morteiros foram atacados por fogo de contra-bateria. Todos os contra-ataques foram anulados. A artilharia antiaérea causava problemas para os A-10. Um ataque ao sul eliminou 40 caminhões com peças de artilharia antiaérea na traseira. Na primeira noite foram mais de 40 saídas de CAS para apoiar. O designador laser dos Bradley BFSV foi usado para designar alvos. Os ataques foram contínuos durante a noite e pela manhã intensificou. Viram até uma unidade de pontes do outro lado as seis da manhã.

A ameaça começou a crescer tanto que tiveram que pedir Final Protective Fires (FPF) o que significa que as tropas estão quase sendo derrotadas. Quando é feito um pedido FPF todas as unidades de artilharia no alcance param suas missões e passavam a atacar as coordenadas de FPF. O comandante cria uma linha defensiva ao redor da posição. A 1-10 FA já tinha uma missão preparada para o caso. Foram 30 minutos de fogo continuo. Chamaram mais CAS contra assalto final na ponte. A 1-10 FA ainda disparou contra dois T-72 em fogo direto que estavam escondidos no canal. A 1-10 FA disparou 2.300 tiros de todo os tipos sendo metade disparado no FPF pedido no objetivo Rommel.

Os ataques de RPG eram em massa do outro lado das construções. A artilharia amansava por algumas horas. As pás dos buldozer criavam barricada para dar certa proteção para os blindados contra as RPG. Um M-1 foi ordenado cruzar a ponte para investigar. Os iraquianos começaram a explodir a ponte e o M-1 logo fugiu. Depois de dois dias de luta os iraquianos desistiram. O próximo passo seria a Thunder Run até o centro de Bagdá.

Thunder Runs 1 (5 de abril)

Após a tomada do aeroporto, a 2 BCT tomou o Objetivo Saints. Com a Divisão Medina destruída a 3 Divisão de Infantaria podia avançar sobre Bagdá. Era esperado que a luta seria sangrenta rua por rua com muitas baixas de soldados e civis. Mogadicio ainda estava na memória dos soldados e não queriam ver as mesmas imagens.

No dia 3 de abril decidiram enviar blindados dentro de Bagdá devido ao sucesso da 1 BCT contra o aeroporto Bagdá e da 2 BCT em Mahmudiyah. A 3 Divisão de Infantaria chegou rápida em Bagdá e poderia ter assustado, mas não podiam esperar as defesas se prepararem. A Guarda Republicana tinha sido derrotada, mas Saddam continuava no poder. Os iraquianos lutavam individualmente ou em pequenos grupos. Não havia coordenação e a falta de ataques de artilharia era um bom exemplo. Queriam aproveitar o sucesso.

Na tarde do dia 4 de abril, a 3 Divisão de Infantaria estava controlando o Aeroporto Internacional de Bagdá. Só faltava enviar uma Brigada para o Objetivo Titans e chutar a porta por trás. Não queriam ir longe para evitar lutas sangrentas na cidade. Faziam apenas incursões para tomar objetivos. O raids continuariam até o regime entrar em colapso. Um coronel iraquiano capturado disse que as notícias diziam que os americanos estavam a mais de 350 km de distância e com milhares de baixas. Simplesmente estava dirigindo na direção dos americanos pensando que estava seguro.


Thunder Run I.

A MEF no leste do rio Tigre e a 3 BCT no noroeste cortavam as saídas vigiando Karbala e moveu para o lado oeste de Bagdá e ao redor da cidade para isolar pelo norte. A 1 BCT ficava no oeste no aeroporto e a 2 BCT no sul. O próximo passo era sondar as defesas na cidade. Ao invés de enviarem a infantaria para reconhecimento enviaram uma força blindada de reconhecimento. O comandante iria mostrar que podiam se movimentar onde quisessem na cidade.

A Doutrina fala para os carros de combates ficam fora das cidades e são usados como apoio de fogo para a infantaria para limpar quarteirão casa a casa. São chamados, atacam e voltam para uma posição segura. Os combates em Grozny na Chechênia mostraram que os blindados poderiam ficar em desvantagem na luta urbana enquanto antes davam vantagem no avanço no deserto. As RPG disparadas do alto dos prédios pegariam os blindados no seu ponto fraco, e os mísseis SAM deixaria os helicópteros e caças mais vulneráveis. Voando alto seriam inúteis causando muito estrago.

No dia 4 de abril pela manhã foi decidido que iriam na manhã seguinte. Com o sucesso do primeiro avanço até o aeroporto resolveram enviar a 2 BCT pelo centro da cidade. Poderia ser outra batalha como a da 3-7 CAV em Najaf. O avanço seria chamado de Thunder Run. Uma Thunder Run é uma unidade de blindados ou infantaria mecanizada se movendo a grande velocidade em área urbana. Os Generais chamavam incursão ou reconhecimento armado. Uma incursão era uma missão de curta duração para um propósito especifico. No caso da Thunder Run seria um movimento para contato para determinar a disposição, força e vontade de lutar do inimigo.

As tropas chamaram de Thunder Run devido ao termo usado no Vietnã para designar as missões de combate diárias de segurança das rotas de suprimentos. Podia ser uma missão de Companhia até nível Brigada. O objetivo é pegar o inimigo desprevenido e superar com poder de fogo. Na prática é um reconhecimento pelo fogo. Queriam que a Thunder Run desabilitasse as defesas na cidade e evitasse confrontos demorados.

A ordem da 3 Divisão de Infantaria foi passada para a 2 BCT que ordenou a TF 1-64 AR para conduzir a missão de mostra de força na rodovia 8 de Saints até o Aeroporto de Bagdá (objetivo Lions).

A TF 1-64 foi escolhida por ser toda blindada com um total de 700 soldados. Não levariam veiculo de rodas por não terem armamento nem blindagem adequados. Usaram 29 M-1 e 14 M-2 e outros blindados como o M-113. Iriam até o norte pela Rodovia 8 e depois virariam para oeste na Rodovia 1 e ligaria com a 1 BCT no aeroporto. Seria uma corrida de 10 milhas no centro de Bagdá e não tomaria terreno. Seria uma missão "shoot-and-scoot" para sondar as defesas e coletar Inteligência.

O comandante da TF 1-64 ficou preocupado pois não tinha informações suficientes e achava que deveria ser uma missão para toda a Brigada. Nem esperava esse tipo de missão. Se preocupavam com falhas mecânicas devido ao desgaste dos blindados até o local. Todos os blindados estavam com um ou dois problemas mecânicos. Se um quebrar o ala deveria rebocar para fora da área de perigo. O resto do pelotão daria segurança no local enquanto o resto da coluna ultrapassava.

Os pelotões na frente era o Wild Bunch, Rock e Cobra. Os Bradley iam mais a frente pois sustentavam fogo com o canhão de 25 mm contra 5-6 segundos para o M-1 recarregar. Os Engenheiros nos M-113 ficavam entre as colunas para atuar como força de reação rápida. Vigiariam os atiradores no alto dos prédios. Na partida testaram as armas e iniciaram o reconhecimento pelo fogo atirando em bunker, posições de luta e veículos militares. Quanto mais ao norte maior era o retorno do fogo.

A Companhia de Engenharia enviou um pelotão. A traseira dos M-113 tinham 4-5 soldados que recebem metralhadoras SAW e M-240 de outras unidades. Então um M-113 podia atacar 5-6 alvos incluindo a metralhadora M2 ou Mk19 atirando e era bem mais que os M-1 e M-2. Os M-113 da Engenharia já mostraram seu poder em Najaf onde atacaram os segundos e terceiros andares das casas enquanto os M-1 e M-2 tinham problemas em contato próximo.

O avanço iniciou as 06h30min do dia 5 abril. O caminho tinha 25 km e foram atacados já na saída por artilharia, RPG e armas leves de todos os lados. As tropas no caminho eram infantaria leve ou pick-ups armadas. Não usavam táticas ou eram inteligentes, mas eram corajosos. O comandante da TF chegou a jogar caixas de munição em iraquianos próximo após ficar sem munição na pistola e fuzil. Eram tantos que conseguiriam causar baixas nos americanos mais cedo ou mais tarde. Os civis não sabiam que os americanos chegaram e tinham que dar tiros de alerta pois não sabiam se eram amigos ou inimigos.

No avanço um M-1 foi atingido no motor e pegou fogo 20 minutos depois de iniciado o avanço e 6 km a frente. Parecia ser uma arma bem mais potente que um RPG que o atingiu como um canhão sem-recuo ou ATGM. Apagaram o incêndio, mas voltava pois a gasolina estava vazando. Depois de 20 minutos abandoaram o blindado mas tiraram tudo de útil. Colocaram fogo e atacaram com SABOT e depois com dois Maverick e uma JDAM. Depois ainda voltaram para pegar o blindado alguns dias depois. A parada permitiu que o inimigo concentrasse e todos foram despachados com as metralhadoras coaxiais.

Outro Abrams bateu a torreta e ficou sem força hidráulica. A torre girava sem controle. Uma hora após iniciado um Comandante de Blindado foi morto quando seu M-2 foi atingido em cheio por um RPG. Os Bradleys foram atingidos varias vezes por RPG e sobreviveram, com vários feridos.

O JSTARS e UAVs vigiavam o avanço acima. O comandante da 3 Divisão de Infantaria acompanhava tudo do Aeroporto Internacional de Bagdá com o vídeo do UAV. Da tela viu os iraquianos colocando barricadas a frente e atrás da coluna. Esperavam ter que sair para resgatar a TF 1-64. Viam centenas de tropas indo em direção a coluna. As pausas permitiam que os iraquianos se concentrassem. A sobrevivência dependeria de resposta de fogo intensa. Os alvos eram passados para os veículos de trás e eram logo destruídos.

A Thunder Run foi apoiada por caças A-10 F/A-18 e F-14 acima. Um F-14 atuou como FAC(A) para controlar o trafego aéreo enquanto os TACP coordenavam com a artilharia. Depois chegaram os F-15E. Avançaram sempre com um par de caças acima. Foram chegando os Tornados GR4 e Harrier GR7 também. Foram mais de 60 aeronaves controladas no dia pelo TACP a frente.

Os TACP seriam usados para controlar o CAS no avanço enquanto lutavam pela própria vida. O caminho podia estar infestado de tropas, mas não acreditavam mais na inteligência que recebiam. O avanço iria pela Rodovia 8 então nenhum CAS atacaria a Rodovia 8. Também atacariam a mais de 500 metros da lateral da Rodovia. O objetivo era usar o CAS para atacar os alvos antes de chegarem na Rodovia 8.

Na maioria dos casos TACP não viam os alvos. Só viam as aeronaves e as tropas amigas. Os caças viam veículos e pick-ups indo em direção a Rodovia e atacavam pelo ar. Os pilotos viam disparos saindo dos veículos e atacavam. A resistência aumento chegando no aeroporto pois esperavam que saíssem de lá e não chegassem.

Os TACP tiveram que se defender com armas leves nos seus M-113. Ficavam com uma mão no rádio e outro na arma. As vezes os tiroteios era tão intenso que baixavam a cabeça e pedia as aeronave para atacar qualquer coisa vista fora do comboio.

A viagem durou 2 horas e 20 minutos e os blindados entraram no Aeroporto Internacional de Bagdá cheios de impactos de RPG. Vários blindados estavam queimados e com fumaça. A TF 1-64 teve um morto e dois feridos. Foi o único morto da TF na campanha e era bem menos que o esperado. Os dois feridos graves levados de EVAM de helicóptero no meio da cidade. Os informes foram de 3.500 mortos ou feridos iraquianos no primeiro Thunder Run.

A TF 1-64 retornou depois para o objetivo Saints em uma rota segura quatro horas após chegar no objetivo Lions. Depois esperaram o próximo dia, 6 de abril, mas a ação mudou para a 3 BCT que faria a próxima corrida. Viriam do leste através do flanco norte da cidade e sul pela Rodovia 1 a partir de uma ponte no Objetivo Monty, mas também foi cancelado.

Vídeo da Thunder Run I feito pela TF 1-64

 

Thunder Run II

A primeira Thunder Run foi transformada em derrota pela mídia. Para a 3 Divisão de Infantaria era uma prova de conceito. O próximo passo seria ficar uma noite em Bagdá. O problema seria criar outra Somália com as TF indo longe e ficarem cercadas sem poder receber ajuda.

Na noite de 5 de abril o Comandante da 3 Divisão de Infantaria decidiu realizar uma nova Thunder Run no dia 7 de abril. No dia 6 de abril informaram o novo ataque a 2 BCT. A ordem era para ir até um cruzamento, no objetivo Moe, e voltar, mas o comandante da 2 BCT decidiu ficar, talvez a noite, e até permanentemente. Ficar parecia mais fácil que repetir as incursões. Um subalterno ainda tinha poder de modificar um plano se entender bem qual é o objetivo e o objetivo era deixar o Regime de Saddam sem importância. Então o Comandante da 2 BCT decidiu ir mais longe dependendo das condições. Queria ir até o centro da cidade e até permanecer a noite. Não queria mais repetir estas missões. Parecia mais fácil ficar do que repetir as Thunder Run.

Após a primeira Thunder Run os iraquianos começaram a criar bloqueios de estrada nas interseções, minar as estradas, e criar obstáculos que foram detectados pelos UAVs. Então decidiu virar para o leste e ir para o centro da cidade indo para o “distrito do regime” onde ficavam vários prédios governo. Seria uma mostra de força entrando e saindo do local. O comandante tinha uma equipe da Fox News e queria mostrar os palácios de Saddam com um M-1 na frente. O Comandante da 3 Divisão de Infantaria só ficou sabendo ao ver o ícone do BFT virando.

No plano original um Batalhão iria na frente e abriria as linhas de comunicações para apoiar depois. Depois o resto da Brigada iria para o centro de Bagdá. Devido a falta de todas as unidades da 2 BCT em Saints o primeiro Batalhão iria para os palácios e o resto limparia as linhas de comunicações e tomaria as intersecções na rota. Os alvos seriam passados para quem vinha atrás e não parariam para nada incluindo para pegar os veículos danificados.

O esquema de manobra passou a usar a TF 1-64 AR para avançar até o objetivo Diane, na tumba do soldado desconhecido. A TF 2-64 seguiria atrás e tomaria dois palácios de Saddam no Rio Tigre no objetivo Woody. A TF 3-15 IN iria mais atrás vigiando as linhas de comunicações. A 3-15 IN se dividiria nos objetivos Curley, Larry e Moe (intercessões de estradas).

Já sabiam que um enxame de iraquianos apareceria para atacar as forças estacionadas. Então avançariam e não parariam na frente. As forças vindo atrás atacariam os alvos identificados. A 3-15 enviaria uma Companhia para cada uma das três interseções. No local preparariam obstáculos para proteger as laterais e as rampas dos blindados.

A TF 1-64 AR entraria no centro de Bagdá e viraria para a direita com a TF 4-64 atrás. A TF 1-64 iria até Zawra Park onde Saddam vistoriava suas tropas e a TF 4-64 seguiria até o palácio presidencial.

O maior problema era o consumo do M-1 que gasta 56 galões por hora parado ou andando podendo operar por 8-10 horas. O caminho foi dividido em dois permitindo retornar ao objetivo Saints se necessário. O ponto de decisão seria de 4 horas. Outro problema era o reabastecimento e rearmamento se decidissem ficar no centro de Bagdá. Decidiram levar o pacote R2 (rearm e refuel) para a cidade mesmo não sendo blindados. Os engenheiros iriam nos M-113 que eram penetrados facilmente pelos RPG e até por metralhadora pesada na lateral.

Se resolvessem ficar no local teriam postura defensiva e desligariam os blindados para economizar combustível. Para evitar repetir baixas todos avançariam dentro dos blindados. Ninguém estaria do lado de fora dos blindados. As escotilhas dos blindados estariam abertas apenas parcialmente para melhorar a visão.


Thunder Run II.

Na manhã do dia 7 de abril iniciaram o avanço até o centro de Bagdá. Os iraquianos colocaram um campo minado de 400 metros de profundidade, mas eram minas jogadas na estrada. Os engenheiros chamados simplesmente empurraram para o lado.

Na frente foi a Companhia Alpha da TF 1-64 AR cobrindo as tropas de Engenharia da Companhia Delta da 10 EN junto com os Scouts da TF. O primeiro contato foi feito 11 minutos depois do avanço iniciar com o mesmo padrão da Thunder Run anterior. O combate diminuiu chegando no objetivo MOE. As tropas chegando nos objetivos criaram pontos de bloqueio nas posições e continuaram a atacar os contra-ataques de 10-20 tropas iraquianas. Quando vinham de veículos geralmente eram carros bombas suicidas. A resistência foi menor na passagem da TF 2-64. Os viadutos eram locais preferidos para ataques dos iraquianos e então atacaram os locais com artilharia com projeteis usando espoleta airbust antes dos americanos passarem.

O avanço ocorreu como planejado e as 10h30min da manhã a 2 BCT estava no meio de Bagdá. Aos chegarem no objetivo as tropas seguraram a posição. Conseguiram munição e suprimentos e decidiram ficar pois a resistência era desorganizada. A ameaça era de fogo esporádico de sniper, morteiro e RPG sempre inefetivo.

Um morteiro atacando as tropas teve sua distância determinada pelo ângulo de chegada. A direção e o angulo foi determinado pela munição que não detonou que ficou presa no solo. Determinaram que estava disparando no alcance máximo a 2 km. No mapa viram um quartel no local. Atacaram com MLRS e o morteiro parou de atirar.

As tropas chamavam artilharia, CAS e suprimentos. O TOC (Tactical Operation Center) coordenava tudo junto com a TF 3-15 IN em um quartel iraquiano abandonado no objetivo Saints. Foi atingido por míssil Ababil bem no meio. Foram cinco mortos e 17 feridos além de 22 veículos destruídos. Os equipamentos de comunicações foram destruídos e o TOC ficou fora de operação. O comandante 2 BCT e seu Estado Maior assumiram as operações até o TOC voltar pensando que eram morteiros ou artilharia. Com os equipamentos que sobraram criaram outro TOC 45 minutos depois e 300 metros distante.

O Tactical Operation Center (TOC) "pulava carniça" com as unidades avançando segundo a Doutrina. Para funcionar bem tem que estar parado e ao mesmo tempo avançando se movendo em partes. Cada staff com um veiculo. Nos treinamentos não era problema devido as distâncias curtas, mas tendo que pular 300 km era um problema. Então criaram vários TOC com membros de cada staff em um mesmo veículo. Até o metralhador do veiculo deu lugar a um membro do staff e até os comandantes foram treinados em operar rádios. Eram mesmo os oficiais que trocavam as comunicações.

No dia seguinte a operação já estava praticamente terminando e começaram a iniciar a fase IV de reconstrução e manutenção da paz. Na manhã do dia 8 de abril bem mais calma. A noite não aconteceu nada de diferente. Um A-10 acordou todos disparando próximo as tropas. As tropas começaram a deixar de usar capacete e colete para fazer manutenção. As tripulações começaram a sair dos blindados pois era um lugar degradável de ficar, cheio de maçanetas, relógios, apertado, com cheiro de de fluido hidráulico e suor, com os tripulantes sempre se coçando. Só olhavam o GPS e TIS por horas e já estavam a 22 dias vivendo no lugar, comendo e dormindo.

Ao mesmo tempo o USMC cruzava o Rio Tigre em Numaniyag indo pela Rodovia 6. Passaram pela divisão Bagdá e Al-Nida. No dia 9 atingiram o círculo de Firdos e derrubaram a estatua de Saddam. No diaa14 de abril as operações foram declaradas terminadas.

Próxima Parte: Frente do USMC e operações das Forças Especiais


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