Helmet Mounted Display/Sight - HMD/S



Desde a instalação de metralhadoras nos caças na Primeira Guerra Mundial, os pilotos têm que apontar o nariz da aeronave em direção ao alvo e evitar que o inimigo faça o mesmo. A dinâmica do combate aéreo requer que o piloto supere o inimigo com manobras. Aeronaves mais rápidas e ágeis são necessárias para engajar e vencer o inimigo. As armas mudaram das metralhadoras para os mísseis, mas os princípios do combate aéreo continuaram os mesmos.

Mas o que acontece se um piloto vê o inimigo do lado, acima ou abaixo? Os olhos podem varrer todo o céu, mas as armas só atiram para frente. Alinhar um disparo significa manobrar para colocar o inimigo na frente da aeronave.

Agora este cenário está mudando. Está ocorrendo uma mudança de paradigma no combate aéreo. O ponto de referência para apontar armas não é mais o nariz da aeronave e sim o capacete do piloto.

Esta mudança se deve a dois equipamentos. O primeiro é o mostrador e/ou mira montada no capacete (Helmet Mounted Display - HMD/ Helmet Mounted Sight - HMS) que coloca uma mira no capacete, permitindo que o piloto aponte armas para onde estiver olhando.

Outra mudança são os novos mísseis "off-boresight" que respondem a esta capacidade como o R-73, Python 4, MICA, AIM-9X, ASRAAM, A-Darter e IRIS-T. Estes mísseis podem engajar alvos bem fora da direção da aeronave que não precisa mais manobrar violentamente para engajar o inimigo.

Durante um combate aproximado o primeiro caça que tenta escapar daria chance de disparo por trás. Com um míssil de quarta geração apontado por um HMD/HMS as oportunidades de disparo são multiplicadas. Com a tecnologia atual não é mais necessário apontar o nariz da aeronave para o adversário e qualquer caça no campo de visão do piloto pode ser engajado.


HMD/HMS

O HMD/HMS é um meio eletro-ótico compacto, montado no capacete, usado para projetar dados ou cenas diretamente no campo de visão do  piloto. O HMD/HMS permite ver o ambiente externo simultaneamente com informações de vôo e outros dados.

Combinado com um rastreador de cabeça/capacete, as imagens mudam com a mudança da cabeça do piloto. O HMD/HMS pode apontar o radar, sensores de mísseis e outros sensores. O rastreador permite que o computador de missão saiba onde o piloto está olhando para apontar armas até o alvo, e o computador pode ajudar o piloto a encontrar e identificar alvos no ar e em terra.

Assim que o alvo está no alcance o piloto pode ver o alvo através do HMD/HMS. A posição relativa da aeronave para o inimigo não é critica, mas as implicações táticas são significativas

Quando o míssil tranca no alvo, o piloto recebe sinais de áudio e visual, e aperta o gatilho. O HMD/HMS dá maior chance de vencer o adversário em apenas alguns segundos, ao conseguir disparar um míssil. As vantagens dos segundos extras podem salvar um piloto.

A consciência do piloto é melhorada por não precisar olhar no painel em um ambiente dinâmico e multialvo sem manobrar a aeronave agressivamente. O HMD/S permite disparar além da linha de visada do HUD, ou dentro do campo que o piloto vê a frente.

As aeronaves atuais têm que ser extremamente ágeis para o combate de curto e longo alcance. No combate de longo alcance é preferível identificar alvos a mais de 100km antes de entrar na zona letal dos mísseis inimigos. O HMD/HMS permite responder rápido para identificar alvos e o piloto pode mover a cabeça sem perder a imagem ou dados.

A propulsão e manobrabilidade eram os objetivos principais das pesquisas para melhorar o desempenho dos caças. O resultado é que os pilotos têm que suportar manobras de até 12 G´s que podem fazê-lo desmaiar. Com o HMD/HMS o piloto continua nos 9G's suportáveis, mas o míssil puxa 50 G´s em direção ao alvo. Este sistema supera as capacidades física e mental do homem (visual, coordenação olho-cabeça-mão, habilidade de decisão e tempo de resposta) que passa para o hardware e software especializado.



Um Helmet Mounted Visual/Audio Display (HMVAD) foi acoplado ao X-31 (Número 2) em outubro de 1993 para testes. Era baseado em um capacete Viper da GEC-Marconi (atual BAe System). Foi testado antes no F-14 para validação e custou US$ 15 mil. O objetivo do HMVAD era dar consciência da situação fora da cabina e simular um HMS para o piloto em manobras de grande ângulo de ataque. O Viper usa simbologia projetada no visor por um CRT monocular. Também incluiu o sistema de rastreamente da cabeça Polhemus. O X-31, assim como outros projetos como o F-16 VISTA, mostrou que o HMD é muito mais importante que a supermanobrabilidade durante o combate aéreo. O TVC só funciona a menos de 500km/h, onde um piloto não se quer estar. O Viper também foi testado no F-16 VISTA e F/A-18 HTV.


Os novos mísseis de alta manobrabilidade exigem que o piloto seja capaz de adquirir alvos rapidamente. Mostrar dados de vôo ao piloto continuamente pode ser decisivo em combate.

Testes mostraram que HMD/HMS auxiliando o piloto podem ver outra aeronave a maior distância que um piloto sem este sistema. Isto possibilita explorar toda a capacidade do sensor infravermelho do míssil. Com um HMS simples o piloto estaria tentando contato visual enquanto com o HMD o piloto seria auxiliado pelo radar. O sensor IR acopla em alvos que olho não consegue ver a distância. Os testes com o Topsight no Mirrage 2000 mostrou permitia que o piloto tivesse o dobro do alcance de detecção visual.

Sem ter que olhar para dentro da cabina a carga de trabalho também diminui. Durante manobras defensivas é necessário checar a velocidade e altitude constantemente. Com o HUD o piloto tem que olhar para dentro da aeronave podendo perder o alvo de vista. Com o HMD os dados são mostrados continuamente.
O HMD pode mostrar dados como posição do oponente mais ameaçador ou estado das armas. Permite que o piloto use grandes ângulos de disparo das armas modernas sem manobrar a aeronave e gastar energia.

O programa americano Enemy Launch Acceptability Region (ELAR) era um experimento para mostrar se o inimigo está em condições de lançar mísseis. Os dados foram mostrados no HMD e HUD. Um sistema amigo mostra se o próprio míssil está dentro do envelope do alvo.

Os sensores dos mísseis modernos podem ser apontados pelo movimento da cabeça do piloto, aumentando a probabilidade de disparo dramaticamente. Destruindo o inimigo primeiro, automaticamente aumenta a capacidade de sobrevivência, junto com a redução da carga de trabalho em situação de ameaça.


Histórico

O HUD (Head-Up Display) represento o primeiro passo que permite que pilotos apontem canhão e mísseis, usando sistema de visada independente de visão do painel de instrumento. O HUD mostra dados para armas e para dados de vôo.

O aparecimento de mísseis de quarta geração (high off boresight - HOBS) não podem ser toda sua capacidade usada pelo HUD. Agora tem que ter a pontaria independente do HUD e acoplado na cabeça do piloto com uma mira.

A metralhadora iniciou as táticas de apontar aeronave para o alvo depois de conseguir uma posição vantajosa. A agilidade da aeronave era chave do sucesso. Com HMD e armas HOBS a referencia passou a ser o capacete do piloto. Enquanto pode acompanhar com a tela na viseira, a posição da aeronave em relação ao inimigo deixou de ser critica. As táticas agora também mudaram. As cargas g´s e supermanobrabilidade passaram a ser priorizadas nos mísseis que não tem os limites fisiológicos do ser humano.

Os EUA trabalham com HMS em caças desde o meio da década de 70. Um sensor de posição mecânico da Sperry e sensor ótico de posição da Honeywell foi desenvolvido entre 1965 a 1967 e usado  nos helicópteros UH-1 e AH-1G em 1967 e se tornou padrão no Cobra e AC-130.

A segunda geração de HMS entrou em operação em 1969 com o Mc Donnell Douglas VTAS (Visual Target Acquisition System) usado no F-4N/J da US Navy para apontar o míssil AIM-9G/H. Cerca de 400 F-4 foram equipados com o VTAS e usados no Vietnã. O VTAS foi retirado de serviço junto com os F-4. A África do Sul instalou um HMS em seus caças em 1971 para apontar os seus mísseis ar-ar.


O primeiro país a ter capacidade de apontar mísseis ar-ar de curto alcance de Quarta Geração foram os russos com seu Arsenal Zh-3YM-1 Schchel-3U no meio da década de 80. A mira é acoplada nos capacetes série ZSh-5. Era uma mira simples que passa dados básicos de engajamento para os mísseis Vympel R-73.

O R-73 tem capacidade de engajar alvos a 45-60 graus fora da linha de visada além de ter supermanobrabilidade. Este tipo de engajamento passou a ser conhecido como “High off-boresight” e permite ganhar vantagem que antes era só disparo para frente. O Schchel-3U também era usado para apontar o radar e IRST do MiG-29 e Su-27.

A capacidade do HMS russo passou a ser conhecido após a queda do muro de Berlim quando um esquadrão da Luftwaffe (Jagdgeschweders 73 - JAG 73) passou completo com seus MiG-29 para o lado ocidental. Isto permitiu testar toda a capacidade dos caças russos. Os MiG-29 mostraram grande capacidade de combate aproximado em relação a manobrabilidade e capacidade do R-73 comparados com o AIM-9L/M apontados pelo radar. O grande campo de lançamento permitia muito mais capacidade de disparo e podia lançar seus mísseis muito antes. Estes engajamentos resultaram em estudo da USAF que usou o F-15 e revalidou os resultados.


Os pilotos menos treinados podem ter vantagem com o uso de HMD. O MiG-29 com R-73 permitia as pilotos mal treinados do Pacto de Varsóvia terem superioridade sobre os pilotos da OTAN muito mais bem treinado. A resposta ocidental foi tardia com o ASRAAM que atrasou ainda mais quando foi cancelado. A única resposta foi o Python 4 apontado pelo HMS DASH de Israel que equipa seus F-15 e F-16. Os HMD agora viraram item obrigatório nos aças de Quarta Geração junto com os mísseis HOBS.


O HMS russo Arsenal Zh-3YM-1 Schchel-3U é usado por cerca de 30 países. O Schchel-3U foi oferecido para programas de modernização do MiG-21, MiG-23 e MiG-27.


Detalhes do funcionamento do Arsenal Zh-3YM-1 Schchel-3U. O HMS russo é usado para designação de alvos para o sistema de controle de armas para ataque a alvos aéreos e de superfície e detecção de ponto de referência para atualização do sistema de navegação.


A Rússia mostrou no MAKS 2003 o seu Helmet Mounted Target and Indication System (HMTIS) para caças e helicópteros. O protótipo do seu HMD de terceira geração poderá ser usado no MiG-29, Su-27 e Mi-8/17.


O caça-bombardeiro FBC-1 chinês terá um HMS similar ao russo.

Os sulafricanos foram os primeiros a criar um HMS. Os russos conseguiram um capacete e copiaram.



Reação Ocidental

De repente, verificou-se que os russos eram capazes não somente de atirar com sucesso contra aviões mais ágeis, mas de acertar alvos que passassem para o quadrante traseiro, num combate frente a frente. Nesse caso, o míssil disparado adquiria o alvo no cruzamento entre os caças e descrevia uma curva, perseguindo o inimigo atrás do MiG

Os russos foram seguidos por Isral que melhorou em muito o sistema russo. A Elbit israelense projetou um mostrador montado no capacete DASH que apontava o míssil Rafael Python 4 que entrou em serviço em 1993. O DASH já era usado para disparar o Python 3. O Python 4 pode ser disparado com um ângulo off-boresight de até 90 graus. O R-73 tinha capacidade médio off-boresight.

Com um HMD o piloto concentra do lado de fora da cabina e fica menos dependente do HUD e instrumentos na cabine. Um estudo da Elbit mostra que DASH dá uma vantagem de 3 contra 1, com duas aeronaves equipadas com o AIM-9L Sidewinder ou equivalente. Com mísseis de quarta ou quinta geração a vantagem sobe para 9 contra 1.

A propaganda da Elbit diz que o DASH, quando usado com mísseis de quarta geração de curto alcance, dá ao piloto 90% de chance de vencer um combate aproximado, enquanto seu rival com sistemas convencionais tem no máximo 10% de chances de vitória. Em 2001, os F-16 e F-15 israelenses equipados com o DASH / Python 3/4 foram testado em combates simulados contra os F/A-18 da US Navy equipados com o AIM-9M. Os caças israelenses venceram 220 de 240 engajamentos e perderam 20.

Israel colocou um HMD em serviço devido a ameaça dos mísseis russos. Os EUA e Europeus foram mais reticentes estudando a ergonomia e aspectos de desempenho do HMD e também por não terem mísseis que aproveitassem esta capacidade.

Os EUA não tiveram esta capacidade por duas décadas. Se Israel tivesse exportado o DASH e Python 4 eles estariam em sérias desvantagens. A contramedida passou a ser atacar a distância maior e evitar o combate aproximado. A primeira reação americana foi dar prioridade ao combate a longa distância com o míssil AMRAAM.

Os mísseis de curto alcance se tornaram muito perigosos e haverá menos combate aproximado se todos tiverem esta capacidade. Se você está disparando, então também será atingido. Um "furball" de caças com muitos engajamentos em um espaço pequeno será coisa do passado. A tendência é não se repetir mais os engajamentos de alto "g", bom para treinar mas não para pôr em prática.

Com as armas atuais os caças estão ficando no mesmo nível no combate aproximado. Um F-5 ou MiG-21 equipados com novos mísseis e HMD agora podem vencer um F-22A no 1x1 na arena visual. No combate visual todos morrem na mesma razão. No início da década de 80, nos testes Top Gun, o F-14 já eram derrubado rotineiramente pelos F-5 Agressor.

A OTAN iniciou o projeto do míssil ar-ar de curto alcance de quarta geração ASRAAM multinacional antes da entrada em serviço do R-73. O ASRAAM foi cancelado em 1989. Deste projeto surgiu o IRIS-T europeu e o AIM-9X americano. Os britânicos continuaram com o ASRAAM.

Os americanos iniciaram os testes com vários HMD/HMS como projetos europeus e desenvolveram o JHMCS junto com o AIM-9X. O AIM-9X é considerado um míssil de quinta geração por ter capacidade quase além do alcance visual (NBVR) e pode realizar manobras de 80 G´s. Os EUA testaram mais de duas dúzias de modelos de HMD para usar com o AIM-9X.

Os britânicos estavam estudando um HMD para o Eurofighter. O DERA britânico, atual QinetiQ, conduz estudos de HMD para substituir o HUD e passou a estudar a capacidade de apontar armas. A Suécia estudava o ODEN para equipar o Gripen. A África do Sul usava um HMD local para apontar seus mísseis V-3C U-Darter.

As tecnologia futuras que estão sendo estudadas são projeção direto na retina com tecnologia de lata definição e acompanhamento do olho, sentindo direção do olho relativo a cabeça. Sistemas de som tridimensional podem aumentar a qualidade das informações e já está disponível no Rafale. O piloto sabe de onde vem a ameaça pelo som. Os comandos de voz poderão substituir o HOTAS.


O HMS/D pode ser usado para apontar sensores de mísseis e outros sensores da aeronave como o radar.


Exemplo de um engajamento HOBS (high off-boresight). O piloto detecta o alvo a duas horas alto e designa com o HMD. Os dados são usados para apontar o sensor do míssil (um Python 4). O míssil é disparado sem que o piloto tenha que manobrar a aeronave.


Características dos HMS/HMD

O primeiro HMS aparecem fim década de 70 para apontar mísseis ar-ar de Segunda Geração. A limitação era a mira e a tecnologia de mísseis da época. Os HMS não tiveram sucesso, para serem ressuscitados com o aparecimento mísseis de Quarta Geração. Mas o HMS foi substituído pelos HMD mais capazes que devem ser padrão futuro dos caças.

A ideia do HMS é usar o olho piloto para apontar sensores de mísseis e diminuir o tempo para trancar no alvo. Não era um requerimento importante no caso dos mísseis de Segunda e Terceira Geração pois os radares dos caças tinham modos "dogfight" para adquirir e designar alvos rapidamente. O sensor do míssil era apontado pela antena do radar. Se o radar trancar no alvo o sensor do míssil trancava logo depois.

Com o aparecimento do primeiro míssil de Quarta Geração, o R-73 russo, e logo depois o Python 4 israelense, logo foi observado que o maior angulo HOBS, maior que 60 graus, exigiria um sensor para aproveitar esta capacidade e o radar não era mais adequado pois não podiam ser apontado alem desse angulo. Os radares cobriam tinham pouco espaço e eram lentos. Logo os HMS/HMD voltaram a se tornar necessários.

A idéia de usar uma mira no capacete para apontar armas e sensores é simples, mas implementar é complicado. As questões a considerar são:

- Precisão: erro angular da linha de visada
- Razão de mudança: velocidade máxima que o piloto pode virar a cabeça
- Field Of Regard - FOR: alcance angular que pode ser medido
- Peso e balanço: peso do capacete, centro de gravidade, cansaço do piloto em G e segurança na ejeção.
- Características óticas: foco no infinito, calibração e simbologia
- Robustez: deve agüentar o uso diário
- Segurança: desconexão em caso de ejeção
- Flexibilidade: deve ser usado para outros propósitos, assim como a simbologia e imagem, como mostrar dados dos sistemas de alerta de mísseis e apontar sensores e auxiliar na navegação e vôo em formação
- Custo: do capacete e eletrônicos e interação com a aeronave e armas

O HMS/HMD, junto com o capacete, não pode exceder 2kg pois a força "g” irá dificultar o movimento. O centro de gravidade não pode ir para frente para não forçar o pescoço do piloto e atrapalhar a ejeção. Capacetes pesados podem ser usado nos helicópteros que não puxam muitos g's, mas nos caças terão limite de peso.

Um HMS/HMD deve ser preciso para apontar, com um limite de 1 grau, ainda insuficiente para tiro com canhão. Os HMS da década de 80 tinham problemas de vibração em manobras de alto "g'' que fazia o sensor míssil se mover exageradamente. Os atuais têm melhor ergonomia e estabilidade, sendo preparados de acordo com a cabeça de cada piloto. Existem outras fontes de erro como alvo móvel, movimento do capacete no cockpit e erros de refração da luz no cockpit.   

Outro problema é a necessidade de manter os olhos sempre alinhados com a mira, e a combinação de movimento dos olhos e cabeça para acompanhar objetos tem que ser reaprendida. O piloto tem que aprender a ver "apenas com cabeça" e não com a movimentação dos olhos. Como aponta míssil com o capacete, a musculatura da cabeça também tem que ser ser fortalecida.

Um sensor de posição deve medir a elevação, azimute e rotação da cabeça relativo a aeronave com a precisão necessária. A tecnologia ótica e eletromagnética são as mais usadas. Os sensores óticos usam sensor IR no capacete ou cabina e com sensores na cabina (ou capacete). A limitação é FOR e sensibilidade a luz do sol. O ocidente usa sensores eletromagnéticos e explora a física basica de mudança do campo eletromagnético. O problema dos sensores eletromagnético é a cobertura e o FOR.

Os monóculos óticos são o sistemas mais simples e foram usados no VTAS mira circular aplicada no capacete. Ficava sempre fora de foco que estava no alvo inimigo. A mira se move em alto G criando um erro angular. O VTAS II usa o princípio das mira óticas da Segunda Guerra Mundial, mostrando um retículo colimado focado no infinito. É mais pesado, mas resolve o problema de foco. O próximo passo foi colocar um HUD com CTR na década de 90 se tornando um HMD (Helmet Mounted Display) que mostra simbologia de dados de vôo e do sensor ou míssil. O HMD pode mostrar dados do radar e RWR para indicar posição do alvo fora do limite visual. Os mais avançados mostram  imagem de FLIR ou NVG no capacete.

A simbologia, quando projetada diretamente no visor, deve evitar distorção na área esférica. A tecnologia atual usa 80% de transparência no visor. A simbologia também deve ter alguma padronização, mas muda até de piloto para piloto. As pesquisas britânicas concluíram que "menos é melhor" durante o combate aéreo e ser for necessário muitos dados é melhor usar o HUD ou HDD.

O HMS/HMD também trabalha bem em cenários ar-superfície. O tempo para apontar um sensor IR ou FLIR com um HMD/HMS é 6-8 vezes menor contra alvo de oportunidade comparado com as telas da cabina. Os cursores no HMD/HMS indicam a direção do alvo para o sensor assim que está a vista. Também pode ser usado para atualizar o sistema de navegação inercial ao indicar um alvo com posição geográfica conhecida.

Segundo os franceses existem três gerações de HMD/HMS de acordo com o campo de visão. A primeira geração são os HMS, como o russo Schchel-3U, com um campo de visão de 3,5 a 6 graus e não mostram dados. São usados para aquisição de alvos fora da linha de visada do HUD.

A segunda geração são os HMD monoculares com campo de visão de 20 graus, com possibilidade de chegar a 40 graus. Eles adicionam capacidade de auxiliar a percepção espacial para evitar desorientação com simbologia, dados de aquisção de alvos e para navegação. Podem ser auxiliados por intensificadores de imagem (NVG) para vôo noturno. Como exemplos temos o HMSS do Jaguar e o JHMCS americano.

A terceira geração tem mostradores binoculares e campo de visão de 40x40, podendo ser usado para mostrar imagens digitais, como imagem IR, e operar a noite. Todos tem proteção laser embutida. Como exemplos temos o Cobra/Striker do Typhoon e Gripen.

A Quarta Geração seria o HMD do F-35 que substitui completamente o HUD. A imagem é criada por LCD com grande FOV e fusão de sensores.

Segundo as pesquisas da Força Aérea Holandesa, o HMD não deve substituir todos os HUD a médio prazo pois são missão dependente e ameaça dependente, só sendo necessário em uma minoria de missões. Algumas pesquisas mostraram que o FLIR, NVG e HMS pode ser suficiente.

Alguns países preferem o uso de duas versões: uma monocular para uso diurno e mas com alta potência (brilho); e outro binocular noturno com baixa potência. A noite o piloto não engaja manobras agressivas e por longo tempo e o HMD pode ser mais pesado.


Descrição do funcionamento de um HMS. Adam Marshall estudou o conceito de usar um capacete como plataforma de controle de tiro em 1916. Albert Bacon Pratt patenteou o Integrated Gun Helmet, ou o primeiro HMS. O conceito VCS (Visually Coupled Systems) foi inventado pelos americanos. Os VCS são meios montados na cabeça para o piloto obter informações de alvos ou simbologia de vôo em seu capacete através de todo campo de visão fora da cabina. O VCS usa rastreadores da cabeça/capacete para determinar a linha de visada e colimar o mostrador no capacete para apresentar referencias da cabeça e simbologia externas e imagens para o piloto.O VCS é um subsistema que integra as habilidades motoras e visuais do operador com a máquina que ele controla. O operador busca, encontra e acompanha objetos de interesse. A linha de visada é medida e usada para apontar sensores ou armas em direção ao objeto. As informações das armas e sensores são mostrados na interface para melhorar as tarefas. Em outras palavras, o piloto olha para o alvo e os sensores e armas apontam automaticamente para o alvo. Simultaneamente, verifica se estão realmente acompanhando o alvo.


Descrição do funcionamento de um HMD.
O mostrador montado no capacete é um conceito desenvolvido pelo pesquisador britânico Gordon Nash que estudou métodos de mostrar informações para os pilotos na década de 50.


Simbologia simples indicando a direção da ameaça, acompanhamento e tracamento de armas de um HMD monocular da Pilkington Optronics (agora Thales).


Outro exemplo de simbologia da Pilkington Optronics mostrando dados de vôo e estado das armas.


Um HUD típico tem campo de visão de 2-3% de uma esfera. O campo de visão de um HMD/HMS é ilimitado a não ser pela fuselagem. Durante um combate aéreo, a velocidade é a palavra chave. Uma olhada na cabine pode ser a diferença entre a vida e a morte. A primeira resposta foi o HUD, mas com um campo de visão muito pequena. O HUD (Head-up Display) apareceu no Harrier e Buccaneer britânicos no início de da década de 60. O HUD substituiu a mira colimadora refletora que apareceu no final da década de 30. O HUD permite que o pilote concentre-se na visão a frente e ao mesmo tempo ver símbolos e dados de aquisição de alvo e navegação. Os tubos de raios catódicos (CRT) apareceram já na Segunda Guerra Mundial para mostrar imagem do radar. Os Light Emiting Diodes (LED) apareceram na década de 60. Com o CRT vários instrumentos passaram a serem embutidos em um único como o indicador de situação horizontal (HSI) que combina bússola, bússola digital, DME, ILS e outros.

Próxima Parte: DASH

Atualizado em 14 de Setembro de 2007


 

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