.
  P-29 - O SUPER TUCANO DE PATRULHA MARÍTIMA
.

 

 

A EMBRAER está comercializando o A-29 Super Tucano como aeronave de ataque leve, reconhecimento armado e treinamento tático. A missão de reconhecimento armado inclui a missão de patrulha costeira.

Os P-95 Bandeirulha são usados pela FAB para patrulha costeira desde 1977. Os P-95 foram modernizados em 2008 e devem operar até o fim de 2030. Um possível candidato a sua substituição poderia ser uma versão do A-29 Super Tucano com sensores adequados. É o objetivo deste artigo coletar dados sobre a viabilidade do A-29 para realizar missões de patrulha costeira.

Aeronave de baixa tecnologia é o termo usado para uma aeronave robusta, barata e fácil de manter (e não uma aeronave ultrapassada) e que pode ter alguma tecnologia integrada, mas não tecnologia de ponta. Para operações costeiras de baixa intensidade, é necessário ter sensores de vigilância que operem de dia e de noite, contra ameaças pouco armadas, e em uma aeronave de custo acessível. Esta é uma das possíveis classificações do P-29, uma versão especializada do A-29 para patrulha costeira.

O P-29 seria baseado em uma versão biposto do EMB-314 Super Tucano, conhecido como A-29B na FAB. A aeronave é armada com as duas metralhadores M3 no calibre 12,7mm, e poderia receber sensores radar e FLIR, combustível extra para operar em patrulhas de longa duração e adaptações para operar sobre a água.


Fotomontagem do P-29 com o radar RDR-1500 usado no 
PC-12 EAGLE.

MISSÕES

As missões de patrulha marítima são classificadas como sendo de curto, médio e longo alcance. O A-29 cobre as missões de curto alcance. Os SC-295 pode cobrir parte das operações de médio alcance enquanto os P-3AM e até o KC-390 cobrem as missões de longo alcance.

Os cenários onde vai operar podem ser de baixa, média e grande intensidade. O A-29 opera nos cenários de baixa ameaça e pode realizar parte dos cenários de média intensidade. As missões de alta intensidade seriam realizadas principalmente pelos P-3AM, R-99, A-1M, F-5EM e F-39.

São vários os exemplos de aeronaves de ataque leve que realizam ou foram propostas para a missão de patrulha costeira. Os A-29 da República Dominicana combatem o trafego de drogas no ar e passaram a transportar mais pelo mar. O A-29 também passou a usar a torreta FLIR para detectar as lanchas rápidas usada pelo tráfego. Chega a esperar por três horas acima do alvo até lanchas patrulha chegarem no local.

O A-29 concorreu no programa LARA (Light Attack Aircraft Program) da USAF que incluía a missão de apoio aéreo marítimo (Maritime Air Support). O AT-6 Wolverine, concorrente direto do A-29, é anunciado com como tendo a missão de "Combat Maritme Patrol".

Várias marinhas usam aeronaves leves ou de ataque para patrulha costeira. Os O2-A Skymaster II e PC-7 da marinha do Chile fazem patrulha costeira. Cobrem distância até 80km da praia com os Bandeirulhas cobrindo entre 80 e 320km A Polônia usava os jatos Iskra para patrulha marítima. Seria o mesmo que a FAB usasse o Xavante. O Irã usa os Su-25 biposto para patrulha costeira no Golfo Pérsico. Foi um jato MB.339 que detectou o desembarque britânico em San Carlos durante a guerra das Malvinas). Estava fazendo uma missão de patrulha costeira. Durante a Guerra do Vietnã, os A-1 Skyraider na operação Market Time faziam patrulha costeira contra juncos fazendo infiltração na costa do Vietnã do Sul. Dois P-3 Orion foram derrubados por armas leves durante a Market Time. Em 1972 eram os A-7 Corsair que faziam patrulha costeira noturna no Vietnã. Se encontrassem algum alvo no radar usavam flares para iluminar o local e atacar. A Suécia operava com os helicópteros HKP 4 para patrulha costeira e incluía a guerra anti-submarina.

Os F/A-18 da US Navy usaram o casulo ATFLIR e o radar para fazer vigilância marítima no Golfo Pérsico na operação Sea Dragon, mas sem engajar insurgentes.

Taiwan chegou a estudar uma versão do seu jato de treinamento AT-3 para patrulha marítima. A aeronave iria receber um radar AGP-66T, sistemas de guerra eletrônica e mísseis anti-navio. A aeronave também seria usada para apoio aéreo aproximado. A Textron testou o jato Scorpion, concorrente do A-29, nas missões de patrulha costeira. A Tailândia estudou comprar o A-10B para combater piratas no mar armado com mísseis Penguin e Harpoon.

Durante a Segunda Guerra Mundial também foram usados monomotores para patrulha costeira. A FAB usou os T-6D Texan para patrulha costeira na Segunda Guerra Mundial. A Royal Navy usava os biplanos Swordfish usado contra as torpedeiras alemãs no canal da mancha durante a noite. O 5th Emergency Rescue Squadron equipado com os caças P-47 fazia busca e salvamento no mar do norte. Não era o mais adequado em termos de autonomia, mas a capacidade de sobrevivência contra os caças alemães é o que interessava.

Um T-28 Trojan atacando um junco na costa do Vietnã do Sul. O Vietnã do Norte enviava sortimentos principalmente pela trilha Ho-Chi-Min, mas também usavam barcos menores para infiltração pela costa.

A Sikorsky propôs o Coastal Patrol Blackhawk baseado no SH-60. A autonomia, velocidade e alcance é muito inferior ao P-29.


Outros paises usam aeronaves monomotoras para patrulha marítima e até mais sofisticadas que o P-29. A Suécia usava uma versão do caça Viggen chamado SH-37 equipado com um radar de visada lateral (SLAR) para reconhecimento no mar Báltico. Obviamente os suecos consideravam que em um conflito existiria interceptadores inimigos operando no local e uma aeronave lenta teria pouca capacidade de sobrevivência. As aeronaves de patrulhas geralmente só operam quando existe superioridade aérea.

 

ALCANCE

Os dados de alcance e autonomia do A-29 são próximos do P-95. O P-95 tem alcance máximo de 3.250km enquanto A-29 tem um alcance máximo de 2.850km. Algumas fontes citam que o A-29 chega a ter uma autonomia de mais de 8 horas com três tanques externos. Os dados também são de condições ideais. Os dados do Beach King Air B200 citam que a versão de patrulha marítima tem um raio de ação de 1.800km operando a média altitude e que cai para 1.250km voando a baixa altitude (diminuição de 30%).

O King Air B200 com dois motores de 850hp consome 400 litros por hora a 75% de potência. Com apenas um motor e com um pouco menos de potência, o A-29 deve gastar um pouco menos. A EMBRAER cita uma autonomia de 3,4 horas com o combustível interno, mas pode ser a versão monoposto com 1.080 litros de combustível interno. O consumo de combustível seria de cerca de 320 litros por minuto.

O P-95 tem uma velocidade de cruzeiro de cerca de 350km/h contra 520km/h do A-29. O A-29 chega mais rápido até a área de patrulha e compensa a autonomia menor. A velocidade de cruzeiro é um requisito importante pois cada uma das três bases que opera o P-95 cobre 2 a 3 mil km de costa. Um trajeto de 1.000 km até o local de patrulha na costa demora cerca de 2 horas para o A-29 e 3 horas para o P-95. A vantagem diminui nas distancias menores.

Em uma operação de busca e salvamento real na costa, os Bandeirulhas faziam 5 vôos diários de 4 horas de duração. Os P-95 Bandeirulhas operados pela Argentina durante a guerra das Malvinas realizaram 39 missões e voaram 206 horas. A média foi de 5 horas por missão. A distancia da base de Rio Galegos até o leste das ilhas era de 780km. O P-95 leva pelo menos 4 horas na fase de translado de ida e volta até a ilha. A aeronave operava bem baixo durante a patrulha e subia até 5-7 mil pés para fazer as varreduras com o radar. Usava as nuvens para se esconder dos Sea Harrier e o mau tempo ajudava.

Os P-8 Poseidon da US Navy foram projetados para realizar patrulha marítima sempre a grande altitude com sensores de longo alcance. Até as sonobóias e torpedos são disparados a grande altitude. O A-29 com um FLIR potente pode realizar as missões de patrulha marítima a grande altitude. Nas missões de policiamento, a aeronave sobrevoa todos os contatos para mostrar presença. Todos os contatos são fotografados e catalogados. O P-95 voa a cerca de mil pés nas missões. Voar alto e rápido permite cobrir uma área maior nas missões de esclarecimento marítimo, mas sem a possibilidade de mostrar presença com o sobrevoo dos alvos.

Opções para aumentar a capacidade de combustível do A-29:

O A-29 pode levar até três tanques sobressalentes de 320 litros nos cabides das asas e fuselagem. As missões de ataque exigem a capacidade de levar tanques alijáveis enquanto as missões de vigilância, principalmente costeira, não tem esta exigência.

Existem várias opções de aumentar a capacidade de combustível do A-29 para aumentar o alcance e/ou autonomia:

- Asa "molhada". O A-29 tem um tanque de combustível em cada asa sendo possível ampliar esta capacidade preenchendo o terço externo. A vantagem é levar menos combustível comparado com o tanque extra que gasta cerca da metade do combustível para compensar o arrasto adicional do tanque. Um tanque interno de 160 litros equivaleria a um externo de 320 litros. É a opção que tem menos impacto no arrasto da aeronave.

- Tanques nas pontas das asas como os instalados no P-95 Bandeirulha. Os tanques nas pontas das asas diminuem o arrasto normalmente gerado pela ponta da asa. Melhoram na estabilidade o que ajuda na operação dos sensores. O tanque também pode receber antenas de sensores com MAGE e alerta radar. Os tanques nas pontas das asas diminuem a manobrabilidade, mas não é necessária em patrulha marítima.

- Tanque subalar maior. Os A-29 já tem opção de usar um tanque de translado maior que poderia ser adaptado para uso operacional. O tanque tem que ser adaptado para suportar cargas g e ser alijável.

- Cabides externos das asas "molhados" passando a ter capacidade de levar até 5 tanque extras. Os A-37 Dragonfly costumam voar com seis tanques nos cabides e mais dois nas pontas das asas.

- Modificar o cabide central para poder levar cargas de 450kg e poderia incluir um tanque de combustível de maior capacidade. O tanque seria mais largo e com formato oval para não entrar em contato com o solo. Teoricamente, um tanque maior tem menos arrasto que dois menores com a mesma capacidade.

- Tanques conformais na parte inferior da fuselagem ou nas laterais da cabina. O arrasto do tanque conformal geralmente é menor que os tanques subalares, mas não podem ser alijados, o que não é problema no caso de uma aeronave de patrulha.

- Usar a versão monoposto A-29, realizando a missão com apenas um tripulante para levar o combustível extra na cabina traseira. A automação do operador de sensores é possível, mas pode sobrecarregar o piloto nos voos de longa duração. Colocar o operador de sensores em terra seria uma opção com os dados passados por datalink de satélite.


Montagem de um A-29 com quatro tanques nas asas. O tanque central foi "encurtado" para manter a instalação do FLIR.


Outra fotomontagem de um A-29 com quatro tanques nas asas e um radar na fuselagem.

Um A-29 em configuração de translado com três tanques de 400 litros.

Como seria a configuração de um tanque de combustível no centerline com um nariz mais curto que permitiria voar com uma torreta FLIR no local.

É possível usar configurações múltiplas como um tanque externo fixo, tanque conformal usado para levar aviônicos e a opção do tanque extra para aumentar ainda mais a autonomia.

Os tanques de combustível externo podem ser adaptado para levar também sensores. Um pequeno radar pode ser adaptado na frente do tanque, com a parte traseira levando combustível. O radar deve ser instalado preferencialmente na asa para não ser atrapalhado pelas asas. Um FLIR também pode ser instalado em um tanque e pode ser instalado no centerline. O FLIR atual não permite que seja instalado um tanque extra no cabide central. Obviamente estes tanques não seriam ejetados. Este conceito já foi usado nos casulos FAST do F-15 e o Mirage III já testou tanques com lançadores de foguete no nariz.



SENSORES

No artigo original de 2001, o radar era o sensor principal, mas as torretas FLIR evoluíram muito em capacidade, principalmente a capacidade de busca de alvos de forma automática. Um radar e um FLIR são o ideal, mas os FLIR já podem ser o único sensor.

Os A-29 da FAB já operam com a torreta AN/AAQ-22 STAR SAFIRE II da FLIR Systems. O FLIR tem capacidade de busca automática com o modo autotrack, buscando alvos em terra, mar ou no ar automaticamente e tem capacidade de "autolock" trancando automaticamente no alvo. As versões atuais incluem sensor de TV e FLIR com zoom de 120 vezes contra 18 vezes da versão operada pela FAB.

Os sensores de longo alcance possibilitam que a aeronave voe alto e isso trás várias vantagens. Uma é menor trabalho da tripulação que não precisaria descer com frequência. Outra é se manter a distância segura em caso de ameaças. Outra é ficar livre de contato com o sal e diminuir a manutenção. Voando mais alto também diminui o consumo de combustível. A cabine pressurizada é essencial para vôos confortáveis a média altitude.

Os radares também evoluíram e foram miniaturizados para poderem ser levados por drones. O radar Gabbiano Ultra-Light pesa 24kg e alcance de 220km. A antena tem 35x35x35cm. O radar Osprey da LEONARDO tem alcance de 350km e pesa apenas 28kg. A antena tem 20x51x14 cm. O radar IMaster da Thales foi projetado para caber no mesmo espaço de uma torreta FLIR. O alcance contra alvos marítimos chega a 100km e pode operar sobre terra como um mini-JTARS.

Os radares precisam pelo menos alguns modos mais complexos como SAR e MTI (detecção de alvos móveis). Um modo muito útil é o ISAR (abertura sintética invertida) para fazer reconhecimento de alvos a longa distância através da assinatura radar da embarcação.

O A-29 só pode operar com uma torreta FLIR e dois tanques extras o que limita o alcance e a autonomia. O P-95 tem um radar de busca, mas tem capacidade limitada de identificação de alvos a noite. O FLIR permite identificar alvos a noite e a uma distância segura.

O P-29 pode ser modificado para operar com um sensor FLIR e radar ao mesmo tempo caso seja necessário. São várias opções possíveis:

- Torreta central com um tanque de combustível mais curto no centerline. O tanque pode ter o formado mais largo (oval) para manter a capacidade de combustível.

- Casulo de sensores no cabide da asa com um torreta FLIR ou radar.

- Radar fixo na asa como nos caças da Segunda Guerra. Aeronaves monomotores usam radares meteorológicos nas asas.

- Tanque de combustível com um sensor na ponta. Os F/A-18 da US Navy usam um sensor IRST no tanque de combustível no centerline.

O OA-1K da USAF irá usar casulos de sensores múltiplos com várias torretas FLIR e radar. Até as tropas apoiadas no solo podem estar operando uma das torretas FLIR.

Aeronave de patrulha Viking com casulo de sensores radar e FLIR nas asas. É uma opção para equipar o P-29 sem modificar a aeronave.

Aeronave de vigilância Diamond DA42 Guardian equipada com uma torreta FLIR e um radar IMASTER.

Fotomontagem de um A-29 com um radome de radar na asa. O arranjo permite testar o radar do F-5EM e A-1M que serão retirados de serviço. O radar Grifo F pesa 85kg e detecta uma fragata a cerca de 100km.

O A-29B ALX está equipado com uma torreta FLIR AN/AAQ-22 Star Safire - STAR (Staring Array) SAFIRE (Shipboard/Airborne Forward-Looking Infrared Equipament). O local pode receber torretas de radar. Atrás da cabina pode ser visto uma antena de comunicação por satélite que permite que os tripulantes se comuniquem por chat com outras plataformas e bases em terra a longa distância.

Os sensores FLIR e radares estão ficando cada vez menores e mais leves para serem levados por drones. As aeronaves leves também estão aproveitando desta capacidade. A foto é de um casulo H3 Mission System com um radar e FLIR instalado em um Grob G 120TP. O casulo também tem um datalink para enviar as imagens para uma estação no solo.

Imagem de uma torreta FLIR visualizando um navio a longa distância. No canto inferior esquerdo indica que a distância é de 60km. As torretas FLIR evoluiram tanto que podem ser o único sensor para uma aeronave de patrulha marítima.

Imagens da torreta Spectro XR da Elbit acompanhando alvos a 100km e 160km. A torreta pesa apenas 52kg.

Uma aeronave de patrulha com apenas dois tripulantes, piloto e operador de sensores, é viável graças automação das funções do piloto (piloto automático), navegador, operador de rádio e operador de radar. Agora também é possível automatizar a função dos observadores. As aeronaves de patrulha tem pelo menos dois observadores em janelas tipo bolhas para identificação visual de alvos. Um dos piloto também pode cobrir a frente ou com um observador com uma assento atrás dos pilotos.

O ViDAR (radar visual ou radar ótico), é um novo sensor adicional disponível que substitui as funções os observadores. O ViDAR usa um arranjo de câmeras de celulares de 9 megapixels para extrair informações das imagens e mostrar como contatos de radar. A alta definição das imagens permite destacar cores que não são naturais nas águas ao redor. O ViDAR também funciona a noite com sensores infravermelhos.

O fabricante cita que cobre uma área 300 vezes maior que o olho humano. O alcance chega a 70 km contra navios grandes, 6km contra um bote salva-vidas e 3km contra uma pessoa no mar. O olho humano é limitado a cerca de 300 metros da aeronave.



Casulo ViDAR instalado em um King Air B200 da marinha do México. O sensor de verificação consegue dar um zoom de 320 vezes no alvo encontrado pelo ViDAR. O casulo é fácil de instalar em um cabide das asas, mas também pode ter os sensores fixos na fuselagem. Mais de 3.000 ViDAR estão em operação, principalmente em helicópteros da polícia.

Tela de um sensor ViDAR mostrando um quadro geral e um zoom dos possíveis contatos.


Um binóculo estabilizado com zoom de até 20 vezes estão sendo usado em uma aeronave de busca e salvamento. Podem ser comprados por cerca de US$ 300. Um caça precisa de um bom piloto automático para facilitar a operação dos binóculos durante as curvas ao redor do alvo observado.


COMANDO E CONTROLE

Os sistemas de comando e controle podem ser bem simples. A aeronave deve ser biposto completo com um mostrador de situação tática e fusão de dados nas duas cabines com sistema de comunicação de longa distância (HF). Um datalink seguro (VHF) de linha de visada pode ser o máximo necessário com alcance de até 200km. Os A-29 estão recebendo uma antena de comunicação por satélite na fuselagem para comunicação a longa distância. Podem auxiliar tarefas de "reachback", enviando dados para serem analisados na base. Um AIS (Autonomatic Identification System) pode ser usado para mostrar contatos enviando dados ativamente.

O planejamento de missão deve ser feito antes da decolagem com a inserção de pontos de baliza que seriam seguidos automaticamente pela aeronave para diminuir o trabalho da tripulação em termos de navegação e pilotagem.

Os Wide Area Display (WAD) desenvolvidos para o F-39 poderiam ser instalados nos A-29 em uma modernização futura. Os sensores de imagem FLIR exigem telas de alta definição para aproveitar ao máximo a definição das imagens.



CAPACIDADE OFENSIVA E DEFENSIVA

Uma aeronave armada está fazendo patrulha marítima enquanto uma aeronave desarmada está fazendo apenas vigilância. O P-29 não precisaria de armamento pesado e sofisticado para lidar com as ameaças encontrados em cenários de baixa intensidade. As duas metralhadoras nas asas FN M3 calibre 12,7mm (.50) com 250 tiros cada podem ser suficientes contra a maioria das ameaças. Casulos de foguetes e bombas de queda livre são opcionais. O tiro de advertência com as metralhadoras seria a função principal.

Um dos motivos para levar pouco armamento é diminuição do alcance causado pelo arrasto das cargas externas. Em aeronaves de longo alcance, o armamento deve ser levado em compartimentos internos de armamento. Como vai ter que levar combustível extra e sensores externamente, sua capacidade de armas de 1.500kg também será bastante degradada. Geralmente uma aeronave faz a busca de alvo e outra aeronave armada é chamada para realizar o ataque.

O P-29 tem como ênfase o patrulhamento costeiro fazendo vigilância e reconhecimento naval e não missões de ataque. Contra alvos mais bem protegidos e em cenários de alta e média intensidade seriam usadas outras aeronaves mais sofisticadas como o P-3AM, A-1 e F-39.

Outros países que operam o A-29 podem querer armar com armas mais sofisticadas para cenários de média intensidade. As armas guiadas mais baratas disponíveis são as bombas guiadas a laser e kits de guiamento laser para foguetes de 70mm. O FLIR permite designar alvos para as bombas guiadas a laser a média altitude e fora do alcance das armas de curto alcance. Geralmente uma aeronave faz a designação de alvos e outra se aproxima para realizar o disparo e depois faz evasivas sem se preocupar com a designação do alvo. Os foguetes de 70mm com kit de guiamento são bem menos potentes, mas podem atingir partes vitais do navios com precisão como a ponte de comando ou armas. Os foguetes são mais indicados contra alvos fazendo manobras evasivas.

A-29 do Afeganistão armado com uma bomba guiada a laser GBU-12. A GBU-12 pode ser suficiente contra alvos com defesas de curto alcance. O disparo a média altitude garante a segurança contra defesas de ponto. Uma aeronave pode designar o alvo e outro dispara podendo se aproximar e realizar evasivas após o disparo sem se preocupar com o trancamento no alvo.


O P-29 não necessitaria da blindagem presente no A-29. No máximo teria provisão para receber um sistema de alerta radar (RWR) e despistadores chaff e flare. O flare seria para proteção contra mísseis guiados por calor. O RWR e o chaff seriam uma proteção e alerta contra mísseis guiados por radar.

A capacidade de dispersar em rodovias e operar em pistas não preparadas seria uma proteção contra inimigos mais poderosos e também diminui o tempo de travessia até a área de patrulha se a base de dispersão estiver próxima a área de atuação.

A manobrabilidade superior em relação aos outras aeronaves de transporte adaptadas é uma forma de defesa passiva contra armas automáticas e outras aeronaves.

Os assentos ejetáveis aumentam em muito a capacidade de sobrevivência dos tripulantes em relação as aeronaves adaptadas que não tem nenhum sistema de escape de emergência.


MONOMOTOR DE LONGO ALCANCE

Historicamente, as aeronaves monomotoras são consideradas inadequadas para operar sobre o mar. A configuração de uma grande aeronave de transporte monomotor não é viável devido ao tamanho das hélices. O compartimento de carga leva a uma configuração multimotor. As aeronaves patrulha são baseadas em aeronaves de transporte ou bombardeiro que são multimotores.

Outra questão é a segurança dos motores. A Pilatus tentou contornar isto ao demonstrar a segurança do motor Pratt&Whitney PT6A-67B que também equipa o ALX. O PT6A-67B tem um índice de falhas de 1 para 151.200 horas de operação. Para comparação, o Rolls-Royce Dart do Vickers Viscount tinha um desligamento a cada 66 mil horas de vôo na década de 1950. Em outras palavras, um PT6A-67B que viesse a voar 500 horas por ano, teria uma falha a cada 500 anos de operação. O A-29B usa a versão PT6A-68/3 de 1.600 SHP porém com potência de 1.350 SHP o que permite operar na potência máxima por muito tempo.

Na propaganda do PC-12 monomotor, também equipado com a PT6A, a Pillatus cita estatísticas que mostram que um bimotor tem quatro vezes mais chances de ter um acidente fatal que um monomotor. Os motores a pistão são bem menos seguros que os turboélices e se um bimotor tem falha em um motor, a aeronave perderá grande parte da potência e terá problemas de controle com assimetria de potência.

Um fator crítico da missão de vigilância por uma aeronave biposto seria a operação prolongada dos tripulantes. As tripulações de uma aeronave patrulha nem sempre é tão numerosa quanto parece. O P-95 tem dois pilotos, um operador de radar, um operador de Guerra Eletrônica e um Coordenador Tático (TACO). Para comparação, o Fokker F-27 MPA tem um piloto, um co-piloto, um navegador, um engenheiro de vôo, um operador de radar e dois observadores. Pode levar mais 4 tripulantes em operações de longa duração (autonomia de 11h).

Por outro lado, o Super Lynx e outros helicópteros navais embarcados operam com um piloto e um operador de sensores que operam sistema semelhantes ao P-29 em missões de vigilância e reconhecimento naval. Alguns helicópteros têm um operador de sonar que também é mergulhador para missões de salvamento. O Lynx realiza uma tarefa idêntica ao P-29 com apenas 2 tripulantes e em cenários mais exigentes, mas com uma autonomia menor.

Os A-29 da FAB são usados para patrulha de fronteira e vigilância na Amazônia. Estas operações podem ser tão longas quanto uma missão de patrulha marítima. Até o cenário tem pontos em comum como uma vasta extensão de floresta que se parece com um mar de arvores. Nos dois casos são uma área bem grande para ser vigiada, sem pontos de referência ou locais para pouso. Num lugar tem alvos móveis que aparecem no radar. No outro tem alvos fixos (clareiras, incêndios, rios e pistas de pouso clandestinas) que destoam da paisagem.

Os exemplos de aeronaves monopostos e bipostos que realizam missões de longa duração são muito numerosas:

- Os Mirage 2000 Franceses voavam missões de Patrulha de Combate Aéreo de 6 horas sobre Kosovo. Tinham 3 tripulações por aeronave para manter o tempo operacional alto;

- Os P-51 Mustang voavam missões de 7 horas sobre Alemanha durante a Segunda Guerra Mundialç

- O U-2 voava missões de que duravam normalmente 12h;

- Os F-111 que voaram por mais de 10 horas na operação Eldorado Canyon;

- Os F-5E da FAB já realizaram missões de 9 horas com um preparo mínimo dos tripulantes e nem precisaram de usar material para fazerem necessidades fisiológicas no vôo. O AMX bateu o record voando mais de 10 horas.

- Caças F-16 e F-15 operando no Afeganistão a partir de bases no Oriente Médio recentemente. A duração média das missões era de 6 a 7 horas.

A experiência americana mostrou que o limite é de 10 horas para vôo em uma aeronave tipo caça.

Para diminuir a carga de trabalho e a fadiga, os sensores e a navegação são automatizadas. Os tripulantes podem levar comida e revezar pilotagem e vigilância. Os macacões de vôo têm adaptações para o uso de coletares de urinas incluindo o modelo feminino. Os tripulantes podem se sentar em bolsa de borracha com ar em vôos de longo para evitar desconforto e usar headfones para descontrair com música durante a fase de trânsito. Acionam o traje anti-g para massagear as pernas e estimular a circulação.

Um A-29 simulando uma missão de ataque anti-navio.

 

COMPARAÇÃO COM O P-95

O P-29 tem vantagens e desvantagens em relação ao P-95 Bandeirulha atualmente operado pela FAB.

As vantagens são:

- Baixo preço de aquisição e manutenção em comparação com outras aeronaves que realizariam a mesma missão do P-95 como o Casa 235MP, P-3, Atlantic e P-99. Os A-29 da FAB custaram cerca de US$ 5,5 milhões em média incluindo peças de reposição. Um turbo-hélice comercial adaptado custa cerca de US$ 40 milhões e até US$ 100 milhões de uma aeronave dedicada como o P-3C e Atlantic III. A modernização dos P-3 da FAB para o padrão P-3BR custou cerca de US$46 milhões por aeronave. A proposta do P-99 da Embraer era baseada numa aeronave nova com custo adicional de cerca de US$15 milhões por aeronave e desempenho inferior. A Embraer afirma que faz pelo mesmo preço do P-3AM.

As aeronaves mais caras e sofisticadas também não devem ser desconsideradas pois são necessárias para as missões mais difíceis e patrulha ASW. O P-3AM irá cumprir as missões de patrulha marítima de longo alcance na FAB;

O Pilatus PC-12 tem um custo de operação 30% menor que o King Air 200, seu principal concorrente, por ser monomotor. Os dois tem praticamente a mesma capacidade.

- Apoio a indústria nacional. O P-29 tem maior potencial de vendas que um P-99 (versão de patrulha do EMB-145) devido ao baixo custo e não compete com ele em termos de mercado por estarem em classes diferentes de preço e desempenho;

- Mercado externo que poderia ser complementado ou complementar o A-29, ocorrendo uma padronização de aeronaves para o usuário; 

- Velocidade maior que o P-95. Seria necessário para reduzir a fadiga da tripulação ao diminuir o tempo da missão, principalmente na fase de trânsito. O P-29 não tem área para movimentação e descanso;

- Teto operacional maior que aumenta o horizonte radar e diminui o consumo de combustível. O P-29 também é pressurizado;

- Armamento interno (2 metralhadoras). O P-95 tem que levar casulos de foguetes que causam arrasto e diminui o alcance e a autonomia;

- O A-29 pode ser considerado um aeronave mais "sexy" que o Bandeirulha por estar mais para um caça do que para uma aeronave de transporte. Os pilotos teriam maior prazer de pilotar do que uma aeronave bimotoras.

Desvantagens:

- Não tem a segurança de 2 motores para operar em alto mar. Isto ainda é um fator mais psicológico do que técnico. Por outro lado tem assentos ejetáveis. O PC-12 monomotor tem uma estatística de acidentes baixíssima e até menor que os bimotores concorrentes. Os novos drones de patrulha marítima são quase todos monomotores;

- O A-29 tem poucos "olhos", já inadequados para busca, que dificultariam a busca visual de pequenos alvos durante patrulhas prolongadas. O P-29 não teria muitos olhos para revezar na busca o que acarreta fadiga maior aos tripulantes. Por outro lado, os sensores atuais são bem mais capazes que os antigos além de serem automatizados como os VIDAR já citados. O A-29 tem como uma das missões o reconhecimento visual em terra e controle aéreo avançado e por longo período, uma tarefa provavelmente mais difícil que busca visual no mar;

- O A-29 não tem áreas de descanso das aeronaves maiores o que seria desvantagem em patrulhas de longa duração, mas também não deixa de ser impedimento.


Os P-95 Bandeirulha da FAB podem cobrir a costa do Ceará até o Amapá em uma missão típica com um raio de 1.000km com o seu radar Seaspray 5000E com alcance de 150km. Uma forma de testar o A-29 na função de patrulha marítima seria usar um P-95 apoiando um A-29B biposto equipado com FLIR. O P-95 detectaria os alvos com o radar e passaria os dados por rádio para o A-29, simulando um P-29 equipado com radar. Poderia testar o desempenho dos sensores, conforto dos tripulantes, campo de visão da cabine, altitude de operação e velocidade e comparar os dados com o P-95.
 

MERCADO

Os P-95 Bandeirulha são operados em três esquadrões, o 1°/7° GAv “Orungan”, baseado em Salvador, o 2°/7°GAv “Phoenix”, baseado em Florianópolis e o 3°/7° GAv “Netuno”, com base em Belém. O 4°/7° GAv "Cardeal", baseado em Santa Cruz opera com os P-3AM.

No requerimento original da FAB era planejado a compra de um total de 170 aeronaves ALX. As 70 aeronaves adicionais poderiam equipar mais quatro esquadrões (Sul, Sudeste, Nordeste e Norte do país) que agora podem ser os esquadrões do 7° Grupo.

O número de P-29 comprados pode ser bem menor visto que irão substituir apenas 20 P-95 ou se for o caso de operar como um esquadrão misto com uma aeronave de patrulha de médio alcance. O Esquadrão passa a ser multimissão realizando missões de ataque, caça, interceptação de aeronaves voando baixo e lento, reconhecimento, vigilância, policiamento aéreo e socorro em voo. O esquadrão no sul cobre a fronteira com o Paraguai e a Argentina. Belém pode apoiar os esquadrões no Amazônia e poderia realizar patrulha fluvial. Natal poderia receber um esquadrão que operaria em conjunto com o 2º/5º GAV aproveitando a logística já disponível.

A padronização do A-29 para patrulha costeira facilita a logística pois a FAB já opera com o Super Tucano. Os A-29 terão a mesma aviônica dos A-1M e do F-5EM/FM.

O P-29 pode operar em pistas não preparadas e rodovias próximas as áreas de operação para diminuir o tempo de trânsito. Pode operar facilmente a partir de aeroportos simples e sem apoio externo. O A-29 usa um motor padronizado com outras aeronaves e facilidade de encontrar peças no mercado.

Na tabela abaixo tem uma comparação entre o custo de aquisição e o custo por hora de vôo em relação a outra aeronaves. O P-29 se mostra muito vantajoso nas operações de curto alcance. Nas operações de longo alcance será necessário uma aeronave de longo alcance mais dispendiosa.


 ALX  P-95  PC-12 Eagle  King Air B-200 Tracker
P-16H
P-99
CN-235 P-3  LYNX
Velocidade max(km/h) 557 452 - 576 426 Mach 0,75 383 750 301
Velocidade
cruzeiro(km/h) 
426 393 500 523 241 833
350 650 256
Altitude máx(m) 10.000 6.800 9.150 10.670 - 11.900
- 8.600 2.700
Peso vazio(kg) 2.420 5.150 2.600 4.132 7.847 16.257
8.600 27.900 3.290
Peso Máximo(kg) 4.900  7.000 4.500 6.804 12.156 24.000
16.000 64.400 5.330
Alcance(km) 2.770 2.703 3.500 3.375+ - 4.860
4.140 8.100 528
Autonomia(h) 6 1/2  7-9 8 5,3 5 9
>8 13-17 3:50
Armamento(kg) 1.500  680 1.400 - - 1.800
4.500 9.000 590
Combustível(l) 694 + 960
1.504 1.438+ 8.845
4.300 29.500 815
Potência (hp)  1.600 2 x 750 1.600 2x1.050 2x1.650 2x33,7KN
2x 1.760 4x 4.550 2x1.000
Tripulação 2 5 - - 4 -
- 11 2+1
Distância de decolagem(m) 350 - 700 - - -
1.980 1.290 0
Custos por hora de vôo US$ 120 150 350 500 - 800
350 1.300 900
Preço(US$milhões)  5 + - 5 + 10+
- 20 +
35-40 100 25
O custo por hora de vôo é estimado no custo de aeronaves militares de potência (SHP) equivalente. Os custos do Super Tucano são identicos ao T-6A Texan II. Os custos do PC-12 e King Air são das versões civis.
Alcance do PC-12 é de 3.500km com carga interna de 400kg.
O combustível do P-99 é baseado no EMB-145SA.


Os caças AF-1 da MB não vão voar para sempre e vão precisar de um futuro sucessor. O A-29 pode ser uma medida provisória ou até ser um dos membros do esquadrão com a missão de treinamento e patrulha costeira. Os AF-1 da MB já realizaram uma missão de esclarecimento que equivale a patrulha costeira. Outras missões seria treinar apoio aéreo aproximado com o CFN e treinamento com os navios da esquadra.

Imagem de um AF-1 durante uma missão de patrulha costeira no litoral nordeste.


Uma regra da aviação comercial cita que os turboélices são melhores do ponto de vista econômico que os jatos em distâncias de até 500km. Acima de 750km os jatos são claramente mais vantajosos. O P-29 não descarta a opção de usar uma aeronave de patrulha de médio alcance. Seria uma aeronave da classe dos jatos executivos Praetor 500 ou 600. O alcance de mais de 6.000km é quase o dobro do P-99 e permite realizar missões de longo alcance


A Embraer está comercializando uma versão do EMB-145 para patrulha marítima chamado P-99 (EMB-145MP). O México já adquiriu dois exemplares equipados com o radar Raytheon SeaVue e o FLIR AAQ-22 StarSafire. A Embraer tentou vender o P-99 para a FAB com sistema Thales AMASCO (radar Ocean Master, ESM DR3000 e FLIR Agile), mas os requisitos não foram preenchidos. O P-99B de patrulha marítima e guerra de superfície tem raio de ação de 1.675km.  A versão P-99C tem capacidade anti-submarino e autonomia de quatro horas a baixa altitude com raio de ação de 370km. A aeronave é armada com dois cabides subalares com capacidade de 900kg cada. A FAB escolheu o P-3AM com sistemas da CASA EADS.

 

MISSÃO TÍPICA

O P-29 poderia usar seus sensores para realizar, com baixo custo, as seguintes missões:

- Patrulha costeira (vigilância e reconhecimento marítimo) mostrando um "quadro tático" dos navios operando na Zona Econômica Exclusiva e Zona Territorial; controle do tráfego marítimo,

- Busca e salvamento (SAR) próximo a costa e de navios pequenos e/ou de pequena tripulação dentro do alcance de helicópteros de SAR. Levaria kits salva-vidas nos cabides das asas;

- Proteção a pesca;

- Operações anti-drogas nas áreas marítimas. Na Colômbia, o transporte de drogas pelo mar é feito basicamente por quatro métodos. As lanchas "go fast" são fáceis de detectar no radar, mas não seriam encontradas no nosso litoral devido as grandes distâncias. Os submersíveis são bem difíceis de serem detectados. Uma pequena embarcação civil disfarçada de turismo leva droga para um navio em alto mar. Tem que gravar a transferência antes e é difícil achar depois. Geralmente operam a noite mas também dificulta ver as aeronaves de patrulha. Os navios suspeitos são abordados por navios patrulha ou helicópteros.

- Patrulha de fronteiras em apoio aos A-29 nas áreas de terra próximos a costa;

- Controle ambiental monitorando o escape de óleo de navios e plataformas de petróleo;

- Detectar imigração ilegal;

- Anticontrabando;

- Antipirataria;

- Contenção de ameaças assimétricas a infra-estrutura econômica vital;

As aeronaves de patrulha marítima estão tendo que buscar e identificar alvos no mar, no ar e até em terra.

A combinação de aeronaves de patrulha de longo alcance e aeronaves de patrulha costeira se mostra com a opção mais flexível e econômica, sempre apoiado por navios de superfície como navios de patrulha costeira (NaPaCo), patrulhas oceânico (NaPaO) e rebocadores.

Onde existem muitos contatos de superfície pequenos para serem investigados visualmente próximos da costa, o melhor meio é usar aeronaves pequenas e baratas. Os helicópteros baseados em terra estão sempre de prontidão para resposta rápida em operações de resgate.

Pela Lei do Mar da convenção da ONU de 1994, qualquer nação pode declarar uma zona econômica exclusiva de 200 milhas (350km) da praia. Nesta região o país tem soberania sobre a exploração e aproveitamento dos recursos naturais e jurisdição sobre as instalações construídas como plataformas de petróleo. Próximo a terra, os países podem declarar uma área de 12 milhas da costa com "mar territorial" e uma zona de até 24 milhas para efeito de fiscalização, imigração e alfândega.

A FAB usa o P-95 Bandeirulha para patrulha costeira e busca e salvamento (SAR) e o C-130 Hercules para SAR de longo alcance sobre o mar. Os Tracker foram retirados de serviço e foram substituídos pelo P-3AM que também tem capacidade de guerra anti-submarina. Os SC-295 são especializados em SAR, mas podem fazer patrulha marítima de médio alcance.

Para exemplificar o emprego do P-29 como patrulha costeira, inicialmente temos que considerar que o Brasil tem cerca de 7.400km de costa e 4 esquadrões de patrulha. Cada esquadrão cobre cerca de 1.800-2.000km de costa.

Com um raio de ação de 1.000km uma aeronave pode cobrir a área de atuação de uma base aérea. Assim, seria necessário 4 bases para cobrir toda costa. Uma corveta da marinha leva pelo menos 2 meses para patrulhar a mesma área. Os “clientes” do P-29, ou outra aeronave de patrulha, são os navios da Marinha. No caso de encontro um barco suspeito o P-29 passaria a informação para os navios-patrulha, que se encarregam de intercepta-lo. Não faz sentido detectar navios em condições ilegais se não há meios para abordá-los.

As bases usadas seriam Belém, Salvador, Rio de Janeiro e Florianópolis, onde estão os esquadrões do 7o Grupo de Aviação da FAB, para ser varrido pelo radar durante uma missão. A aeronave poderia cobrir um braço por missão.

As missões de longo alcance seriam cobertas pelo P-3AM. As missões de SAR de longo alcance sobre o oceano são realizadas pelos C-130 do 1o GTT e que poderá ser apoiado ou substituído pelo P-3AM. Os C-130 direcionam o tráfego marítimo no local para ajudar no resgate em alto mar. Em Santa Cruz ficariam os P-3AM e faria patrulha marítima em profundidade

A região próxima ao litoral é a que tem maior tráfego marítimo e maior presença de embarcações de pequeno porte. A frequência de naufrágio de embarcações pequenas é muito maior e geralmente ocorrem próximos a costa. Os náufragos seriam encontrados por uma aeronave que vetora um helicóptero SAR, navio patrulha ou outra embarcação civil próxima para recolher os sobreviventes. Como os tripulantes de embarcações pequenas são pouco numerosos, os kits de sobrevivência levados pelo P-29 não precisam ser numerosos e de grande capacidade.

Os helicópteros Caracal e Super Puma da FAB apoiariam as missões SAR e tem alcance de 150 milhas ou 300 milhas com tanque de combustível extra. Os Caracal tem capacidade de reabastecimento em voo e podem ter o alcance estendido.


Área coberta pelos P-29 baseado num raio de ação de 1000km. As quatro bases aéreas do 7o Grupo de Aviação (em vermelho): Belém, Salvador, RJ e Florianópolis podem dar cobertura a toda costa relacionada com a ZEE e mar territorial. As áreas de patrulha dos esquadrões podem ser divididas em zonas menores. Os P-3AM também podem patrulhar a área e participar de operações conjuntas com a MB. Os círculos sugerem que falta uma base com aeronaves de patrulha costeira em Natal.

As missões de Esclarecimento do Mar Territorial eram chamadas de "Operação 200 Milhas", sendo divididas e "Operação 200 Milhas Norte", "Operação 200 Milhas Sul" e "Operação 200 Milhas Específica". Estas operações são agora chamadas de "Operação Atlântico" com o objetivo de assegurar a soberania sobre o mar territorial brasileiro.

As operações de Esclarecimento Marítimo são realizadas contra navios militares e o principal sensor são os sistemas de detecção e localização de emissores (MAGE) com a aeronave mantendo um perfil baixo com emissões mínimas para não ser detectada.

Nos cenários do Atlântico Sul é de se esperar que sejam navios de alta capacidade pois nenhuma marinha colocaria navios pouco armados sobre risco e nem enviaria navios de curto alcance como lanchas de ataque armadas com mísseis. A aeronave ideal para cumprir estas missões são aeronaves de longo alcance com o P-3AM.

As operações de Interdição Marítima também deveriam ser realizadas por aeronaves de longo alcance que possam cobrir todo o Atlântico Sul e serem capazes de levar mísseis anti-navio de longo alcance para lidar com ameaças de maior intensidade.

Já as surtidas da Operação Atlântico são de perfil alto com nenhuma preocupação de se esconder. O objetivo é se mostrar o máximo para deixar claro que a FAB está presente e atuante sobre o mar territorial. São missões de curto alcance contra navios civis e não é necessário uma aeronave de longo alcance e muito bem equipada para cumprir a missão.

Este trabalho é realizado em conjunto com a Marinha sob solicitação dos Distritos Navais. O objetivo é apoiar a MB na tarefa de fiscalização e acompanhamento de embarcações, verificando se estão cometendo alguma infração.


Para a execução de patrulha costeira, a Marinha conta com navios patrulha e rebocadores sediados nos distritos navais. A FAB também contribui com o sobrevoo regular das águas jurisdicionais brasileiras, fornecendo aos navios em atividades de patrulha e ao Sistema de Controle do Tráfego Marítimo as informações relativas ao posicionamento de embarcações. A MB usa helicópteros Bell 206 para busca visual apoiando os NaPa. O P-29 faria esta tarefa de forma muito mais eficiente em termos de velocidade, alcance, autonomia, custos, armamentos e sensores.


O padrão de busca geralmente é um cruzeiro a grande altitude até a área a ser patrulhada. No P-95 a patrulha é feita a cerca de 3000 pés (914m) com cada contato sendo identificado visualmente em uma passagem baixa a menos de 200 metros. O operador de radar numera os alvos em ordem crescente e estabelece uma rota passando por cada um deles, que conduz na direção geral do ponto de subida final.

A torreta eletro-ótica auxiliaria na identificação de alvos de dia ou a noite com a aeronave mantendo altitude maiores. O P-95 não tem esta capacidade atualmente a não ser com o uso de flares. As imagens podem ser gravadas para servirem como prova no tribunal caso fique comprovada alguma infração. Um radar com capacidade de abertura sintética invertida poderia determinar o tipo de embarcação a distâncias ainda maiores e auxiliar nas tarefas de busca e salvamento.

As missões primárias das aeronaves de patrulha marítima são manter o controle do mar e proteger as linhas marítimas de comunicações. As tarefas em tempo de guerra são Guerra de Superfície (GSup), Guerra Anti-submarina (GAS), minagem e vigilância.


No fim da década de 1990, a Pilatus oferecia o PC-12 Erieye para missões de vigilância e incluía vigilância costeira. Agora é comercializado como PC-12M Spectre/Eagle. A USAF usa no Comando de Operações Especiais como U-28A Draco e será substituído pelos AT-802 Sky Warden (serão chamados de OA-1K Sky Warden). A Irlanda do Norte e o Afeganistão também operam o PC-12M.


CENÁRIOS DE MÉDIA INTENSIDADE

O A-29 está em operação em 16 forças aéreas com 260 aeronaves vendidas. Já acumulou 500 mil horas de voo sendo 60 mil em combate. Outros países que operam o P-29 poderiam ter que atuar em ambiente contestado ou parcialmente contestado como no caso de duas marinhas com poucos recursos.

Uma busca em fotos de satélite de alguns aeroportos no Djibuti mostram drones Reaper e aeronaves de patrulha P-3. O objetivo é fazer vigilância nos conflitos no Iêmen e Somália, mas também combater os piratas no Mar Vermelho e costa da África.

Os piratas ampliaram a área de atuação. Inicialmente era a curta distância com lanchas rápidas, mas passaram a usar um navio mãe para cobrir grandes distâncias. O ataques mais frequentes ocorrem no Mar Vermelho ou próximo das bases aéreas. Os P-3 podem cobrir as distâncias maiores.

Missões de patrulha costeira contra piratas na Somália seria um bom exemplo do uso do P-29 por países com poucos recursos. A aeronave faz passagem baixa em todos os contatos para dissuadir ataques. Caso seja chamado para apoiar um navio sendo atacado, poderia fazer ataque não cinético com passagem baixa e o lançamento de flares. Poderia dar tiros de advertência próximos da ameaça e até mesmo atacar. Outro cenário seria atacar as bases dos piratas em terra, como destruir as embarcações usadas nas ações.

As aeronaves de patrulha marítima também estão sendo usadas como centro de comando e controle, inteligência (SIGINT e COMINT) e até para ataque contra alvos em terra e reconhecimento terrestre. As aeronaves de patrulha marítima são um multiplicador de força efetivo em tempo de guerra e não convém que meios tão dispendiosos sejam usadas para tarefas de patrulha costeira.

Os P-3 Orion da US Navy foram modernizados para atuar em regiões costeiras e incluía atacar alvos em terra com os mísseis SLAM e Maverick. Em 1995 já apoiavam o embargo contra a Iugoslávia equipados com mísseis Maverick. Na invasão do Afeganistão em 2001, os P-3 armados com mísseis Maverick realizavam missões de vigilância apoiando as tropas americanas. No avanço contra Bagdá em 2003, os P-3 estavam sempre na linha de frente procurando alvos com seu radar e FLIR.

Os cenários esperados no Brasil são sempre de baixa intensidade. Os treinos contra a MB focam em operações de alta intensidade como atuar como PDATAR (Posto Diretor Aerotático no Ar), que é a função de vetorar outras aeronaves até um alvo naval. O perfil de missão de guerra convencional é diferente das missões de patrulha costeira com a aeronave emitindo o mínimo possível e usando mais os sensores passivos como o FLIR e o MAGE. Também evitam sobrevoar os contatos tentando ficar bem fora do alcance das defesas e além do horizonte radar dos navios. As ameaças externas ou são muito mais potentes ou muito menos. Nenhum país vai enviar uma simples fragatas para nossa costa para nos ameaçar. Um submarino seria a arma do mais fraco.

Uma versão de exportação deve incluir a possibilidade de ser usado em cenários de maior intensidade. Um exemplo poderia ser países do Golfo Pérsico e da África ("marinhas de águas verdes"). Israel, por exemplo, fica a 300km da costa do Egito na foz do rio Nilo ou cerca de 30 minutos de vôo.

As marinhas costeiras geralmente operam lanchas rápidas de ataque (FAC) e não tem navios maiores com capacidade de embarcar helicópteros para esclarecimento visual ou radar. Como operam sempre próximos da base, em distâncias relativamente curtas, podem ser apoiadas por uma aeronave de reconhecimento marítimo baseada em terra para esclarecimento. Ao invés de acionar o helicóptero embarcado, chamam apoio em terra. A distância maior é compensada por uma velocidade maior.

Neste cenário, o P-29 voaria em apoio aos FACs adquirindo alvos no mar e até mesmo em terra, realizando patrulhas aéreas de superfície (Surface Combat Air Patrols - SURCAP). Os P-29 com armamento mais sofisticado poderia atuar ofensivamente atacando alvos menos protegidos a partir de uma altitude maior.

Nestes cenários o P-29 deveria ser comparado em termos de desempenho com helicópteros embarcados usados para esclarecimento e ataque leve como o Lynx, Pantera, Fennec e Bo-105 ou até mesmo o Sea King e SH-60 Sea Hawk.

Os helicópteros embarcados levam dois tripulantes e os mais bem equipados tem sensores de radar e FLIR para busca de alvos, MAGE para detecção passiva e sistemas defensivos com RWR e despistadores. São equipamentos levados ou que podem ser instalados no P-29.

O armamento dos helicópteros embarcados são relativamente leves como metralhadores, canhões automáticos, lança-foguetes e mísseis antinavios (Sea Skua, AS-15TT, Maverick, Penguim, Marte e Hellfire). Só atacam alvos pequenos como outra FACs e tem alguma capacidade de defesa contra outros helicópteros usando metralhadoras e canhões automáticos. O P-29 pode receber armas similares e leva até uma carga maior.

Os helicópteros leves embarcados realizam vigilância e reconhecimento marítimo a frente do GT, guerra eletrônica, aquisição de alvos além do horizonte para as FACs e ataque contra alvos pouco defendidos.

Uma missão típica seria decolar e realizar busca em uma área de patrulha a frente do Grupo Tarefa (GT). A autonomia na estação seria de cerca de 2-4 horas dependendo do armamento. Os helicópteros embarcados leves podem permanecer cerca de 2 horas no ar.

Os helicópteros embarcados podem responder mais rápido em caso de necessidade, mas podem não estar disponíveis para todas as marinhas devido ao alto custo de operação e aquisição. Também tem limitação quanto ao estado do mar, e não decolam com qualquer tempo. As marinhas citadas nem teriam navios para leves os helicópteros.

O P-29 pode cobrir a mesma área de vigilância em tempo menor devido a sua velocidade maior. Sua altitude de operação é bem maior que a dos helicópteros, apesar de voarem mais baixo na maior parte do tempo, o que aumenta a área que pode ser coberta pelo radar e MAGE. O tempo de reação teoricamente é maior que a dos helicópteros por estar mais longe, mas dependendo do cenário a distância e a velocidade pode ser satisfatória. Em meia hora um helicóptero percorre pouco mais de 100km enquanto o P-29 voaria cerca de 250km.

O P-29 também pode atuar em defesa aérea de ponto vetorado pelos radares das embarcações contra aeronaves lentas ou helicópteros adversários. Usaria mísseis ar-ar e suas metralhadoras .50 contra as aeronaves inimigas. Helicópteros embarcados não tem a velocidade necessária para garantir a iniciativa no combate aéreo.

O P-29 pode ser armado com mísseis ar-ar para missões anti-helicóptero caçando os helicópteros inimigos e aviões de patrulha turboélices que possam ser operados pelo adversário sob coordenação dos radares das FACs. 

A capacidade defensiva do P-29 também o tornam ideal para operar quando não há superioridade aérea. A manobrabilidade é incomparavelmente melhor que o das aeronaves de transporte. Voando baixo o P-29 força os interceptadores inimigos a se aproximarem para atacar, mesmo com mísseis de longo alcance, e podem entrar dentro do alcance de mísseis ar-ar do P-29, principalmente se forem de última geração.

Os Nimrod britânicos foram armados com o AIM-9 Sidewinder após encontros com os Boeing 707 da Argentina que estavam sendo usados para reconhecimento marítimo de longo alcance. Países pobres podem operar missões ar-ar armado apenas com as duas metralhadoras .50.


O P-29 também poderia ser usado para vetorar aeronaves de ataque contra alvos navais e costeiros funcionando como Controlador Aerotático Aerotransportado e Controlador Aéreo Avançado. Os Alizé na Marinha Francesa (foto) eram usados nesta missão. Outras missões que poderia realizar seria minagem, ataque contra alvos em terra como defesa costeira e reconhecimento costeiro em apoio as operações navais.

Imagens de um FLIR de uma aeronave de patrulha C-235 da Indonésia apoiando um desembarque anfíbio. É um exemplo do emprego das aeronaves de patrulha em um cenário convencional no litoral.

As missões de busca e salvamento (SAR) em países pequenos e pobres podem ser facilitadas devido ao menor custo de operação em relação aos helicópteros.

Um custo menor de operação permite manter uma aeronave em patrulha por tempo maior que um helicóptero que também tem custo de aquisição bem maior.

A venda do P-29 pode vir em conjunto com as outras versões do ALX para treinamento, ataque leve e patrulha de fronteira. Poderia ser até uma versão biposto com adaptação para receber os sensores e armamentos para uso sobre o mar.


Uma versão multifuncional do ALX pode interessar a vários países. A US Navy já operou 26 P-3 CDU para ações anti-drogas no Golfo do México. A aeronave está equipada com um radar APG-66 (usado no F-16) e um FLIR AVX-160 para detectar e acompanhar alvos aéreos e de superfície. O uso de uma aeronave monomotora parece absurdo, mas a US Navy está estudando o uso de aeronaves não tripuladas nesta missão e calcula que podem fazer 40% das tarefas.

 

P-29 x Drones

Os drones baseados em terra estão começando a realizar missões de patrulha marítima. Os drones com datalink por linha de visada estão limitados a uma distância de até 200km da base. Distâncias maiores necessitam de um datalink por satélite ou o uso de outro drone (ou outra plataforma aérea) para retransmitir as comunicações e aumentar o alcance.

O drone Predator tem velocidade máxima de 217km/h e uma velocidade de cruzeiro de 165 km/h. A autonomia é de 24 horas. Quatro esquadrões de drones Predator cobrindo 7,5 mil km de costa significa quase 2 mil km para cada esquadrão. Um drone como o Predator teria que cobrir áreas a cerca de 1.000km de distancia da base. O voo até o local na velocidade de cruzeiro daria 6 horas mais 6 horas na volta, ou metade da autonomia sem considerar reserva. Os requisitos de alcance, velocidade e carga de sensores exigem uma aeronave maior e mais cara de comprar e operar.

A missão de patrulha costeira exige o voo a baixa altitude e o sobrevoo de todos os contatos. É outro requisito que inviabiliza os drones controlados por linha de visada. As comunicações por satélite são perdidas facilmente em manobras bruscas o que inviabiliza o tiro de advertência com metralhadoras. O drone tem que estar armado com bombas guiada que são bem mais caras.

Os drones do Esquadrão Horus podem apoiar as missões de patrulha costeira que também não exclui outros esquadrões realizando a missão assim como P-3AM, KC-390 ou SC-295.

Os modelos de drones que podem ser usados na missão de patrulha costeira são os drones de decolagem vertical operando a partir dos Navios Patrulha. Como varrem a área ao redor da embarcação não precisam de longo alcance ou sensores sofisticados. A MB já opera com os drones ScanEagle que agora tem versão EVTOL e já podem receber um ViDAR. Caso seja necessário, outro drone pode realizar tiro de advertência lançando pequenas bombas próximas do alvo.

Nos cenários de alta intensidade, como na guerra russo-ucraniana, os drones maiores tem uma vida útil muito curta devido as defesas pesadas. Um drone de patrulha neste cenário tem que ser furtivo e de preferência com propulsão a jato para fugir rápido.

Drone Guardian baseado no Reaper e equipado com um radar para as missões de patrulha marítima. É um exemplo de monomotor turboélice operado por dois tripulantes (em terra) usado para patrulha.

Testes de um kit de sobrevivência para náufragos sendo lançado de um drone Hermes 900.


O drone Nauru 1000 foi comprado pelo Exército para vigilância terrestre. É um exemplo de drone que pode operar embarcado em navios patrulha.

A opção mais barata para vigilância costeira continua sendo os balões cativos que fazem vigilância em uma altura de cerca de 800 metros e que podem acompanhar alvo a até 100km de costa, tanto no mar quanto no ar, e que são usado por alguns países como EUA e Kuwait. Outra opção usada para vigilância são radares OTH Surface Wave com alcance de até 400km além do horizonte.

Área de cobertura do radar IACIT OTH 0100 já em testes pela Marinha do Brasil para vigilância marítima. Os radares OTH ainda precisam de um veículo interceptador para avaliar os contatos ou realizar abordagem.

 

Atualizado em: abril de 2023


Voltar ao Sistemas de Armas


2000-2023 ©Sistemas de Armas