CASULOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO

PAVE LIGHT


O AN/AVQ-9/9A Paveway "Airborne Laser Designator" (ALD) da Martin Marietta foi o primeiro designador laser da USAF projetado junto com os kits de bombas guiadas a laser. O nome Paveway (antes era PAVE WAY) ficou sendo o nome dos kits de guiamento laser das bombas com o designador sendo chamado de Pave Light. O ALD não era um casulo, mas sim uma caixa montada dentro cabina operada pelo operador de sistemas. O ALD usa um telescópio junto com um laser para designar. Um problema é que não permitia que a aeronave designadora dispara-se e designasse ao mesmo tempo e só podia ser usada para designar alvos para outras aeronaves. O laser ficou conhecido como "Zotting" baseado no personagem em quadrinhos Zot que pegava formigas com sua com sua grande e precisa língua. O ALD foi usado pela primeira vez pela USAF em 23 de maio de 1968 no Vietnã.

O Chá do Irã ficou impressionado com o uso das bombas guiadas a laser no Vietnã e logo quis equipar seus caças com o Pave Knife, mas só receberam alguns AN/AVQ-9 com as Paveway I que ainda era secreto na época. Ficaram satisfeito pois ainda era preciso e confiável. Nos treinos acertavam 80% dos disparos, mas na guerra contra o Iraque foi mais difícil pois havia defesas nos alvos. A missão precisa sempre de duas aeronaves e a que ilumina o alvo tem que voar reto por muito tempo a média ou grande altitude e próximo do alvo. As bombas são lanças a até 8km. Era ideal suprimir as defesas antes, mas raramente acontecia. Em um mês foram cinco F-4D derrubados e três danificados nestas missões contra um F-4D e dois danificados que usavam bombas burras. Logo as missões pararam. O Irã só tinha 300 kits de GBU-10. Uma missão foi no dia 4 de outubro de 1980 quando dois F-4D penetraram 280km dentro do Iraque voando muito baixo e conseguindo surpresa para atacar os postos de petróleo de Buzargan.

Pave Light
O Pave Light operado pelo tripulante traseiro atrapalhava a visão e a ejeção. O designador ficava montado na estrutura esquerda do canopi. O piloto voa uma curva para a esquerda durante a designação do alvo. Em emergências o operador tem que desmontar e guardar o designador antes de ejetar. O AVQ-27 Pave Light tem telescópio com dois zoom e gravador de vídeo.


PAVE KNIFE

O Ford Aerospace AN/AVQ-10 Pave Knife foi o primeiro casulo que tentou unir um detetor de alvo com um designador de alvos a laser. O objetivo era criar um sistema que permitisse que uma aeronave designasse bombas guiadas a laser para si mesmo. Foi desenvolvido para ser levado pelo F-4D em 1969 para substituir o improvisado Airborne Laser Designator (ALD). O Pave Knife usava uma TV estabilizada com LLTV para operações noturnas, mas raramente usado a noite. O casulo pode ser trancado no alvo pela mira do piloto e não conseguiram direcionar os óticos com o radar do Phantom como planejado. Durante o uso o operador de sistemas do F-4 monitorava as imagem em uma TV Sony na cabina e apontava o laser com um  controle manual e passa as informações do alvo para a mira.

O casulo Pave Knife foi logo instalado em seis F-4D. Os três primeiros chegaram a Ubon em março de 1971 para ser avaliado em combate. No inicio de 1972 havia 12 casulos com capacidade LLTV e um laser melhorado. Era um sistema limitado mas mostrou a utilidade das bombas guiadas a laser. Foi usado pelos F-4D da USAF e A-6 da US Navy. Foi substituído pelo Pave Spike e Pave Tack.

A primeira missão foi em 23 de maio de 1969 designando alvos para a GBU-10/B. Uma missão famosa foi contra a ponte Paul Doumer. A ponte chegou a ser atacada até por 36 F-105 uma vez e outra vez com 50 F-105, sempre com bombas burras. Conseguiam derrubar alguns vãos da ponte, mas sempre era reparada. No dia 10 de maio de 1972, oito F-4D equipados com o Pave Knife e bombas Paveway I conseguiram derrubar um único vão. O Pave Knife foi usado em combate até 1973 no Vietnã.

Pave Knife
O Ford Aerospace AN/AVQ-10 Pave Knife foi a primeira geração de designadores da USAF. O Pave Knife tinha forma de banana, pesava 550kg e era caro. Os comandantes até brincavam que quem perdesse um era bom nem voltar vivo. A aeronave que o levava precisavam de muita proteção para realizar a missão e não perder o casulo.

Pave Knife
O Pave Knife fica instalado em um cabide modificado na estação interna da asa direita. O Pave Knife usa uma câmera instalada em uma montagem rotatória. A câmera gira para cima quando não está em uso sendo protegida pela armação.  

Pave Knife
O A-6A Pave Knife da US Navy. A US Navy introduziu os sistemas Pave Knife nos A-6A e a torreta TRIM no A-6C em 1972.

Pave Knife

Pave Knife

Pave Knife

Imagem de avaliação de danos e batalha de após um ataque do AVQ-10 Pave Knife feita por um F-4D.


PAVE SPIKE

O Pave Knife foi logo substituído pelo Westinghouse AN/ASQ-153\AN/AVQ-23 Pave Spike, menor e mais leve, mas também com limitada capacidade noturna. O AN/ASQ-153 é o conjunto formado pelo casulo AN/AVQ-23 e sistemas na aeronaves como o indicador de linha de visada, painel de controle, indicador de distância, manete e computador disparo de armas. O Pave Spike incorporou um horizonte natural nas imagens vistas pelo operador e o laser também é usado como telêmetro, podendo alimentar os sistemas de armas do F-4 para pontaria precisa com armas burras. A seção dos sensores era pressurizada com nitrogênio para melhorar o desempenho.

O desenvolvimento foi iniciado em 1971. Foram entregues 156 casulos para a USAF entre 1974 a 1977 para equipar os F-4D e F-4E. Um total de 327 F-4D foram modificados para aceitar o sistema. Outros 82 casulos foram vendidos para países estrangeiros até 1979 entre eles a Turquia, Israel e Reino Unido.

Pave Spike
O Pave Spike tinha 3,66 metros de comprimento e 20,5cm de diâmetro e pesava 209kg. Ficava montado no lançador dianteiro do míssil Sparrow.

Quando foram iniciadas as operações no Golfo em 1991, a RAF achava que usar bombas guiadas a laser não era necessário ou prioridade. O desenrolar da campanha mudou esta mentalidade rapidamente com os alvos passando a demandar este tipo de arma. O casulo de designação de alvos TIALD ainda estava em desenvolvimento e os dois casulos existentes estavam em bancadas de teste. Foram levados rapidamente para o Golfo, mas precisavam de outra solução imediata. Os caça-bombardeiros Buccaneer, na época usados apenas para ataque marítimo, tinham função secundaria de designar alvos em terra para as aeronaves Jaguar e logo 12 aeronaves voaram para o Golfo.

Os Buccaneer receberam rádio seguros, IFF atualizado e camuflagem "Desert Pink". Depois de terem conseguido superioridade aérea os Buccaneer também passaram a levar suas próprias bombas sendo o único uso em combate dos Buccaneer da RAF. Os Buccaneer realizaram 250 saídas, "spiking" 169 bombas guiadas mais 48 próprias. Entre os alvos estavam 24 pontes e cinco abrigos reforçados HAS. Uma saída "Spiker" era feita por seis aeronaves em duas células, com um Buccaneer e dois Tornados por célula. As células realizavam apoio múltiplo e se o laser de um Buccaneer falhar o outro designava para todos. O único problema era a falta de capacidade noturna. As bombas eram disparadas a média altitude em vôo nivelado e acima do alcance da artilharia antiaérea.

Pave Spike
O Buccaneer usa a TV do míssil Martel para designar alvos com o Pave Spike.

Pave Spíke
Imagem de uma ponte sendo atacada pelos Buccaneer/Tornados com o Pave Spike. Durante o ataque o navegador encontra o alvo e centra no mostrador. Depois liga o laser e acompanha o alvo manualmente por até 40 segundos e com a aeronave manobrando. Os Tornados iniciaram a operação contra bases aéreas e interdição a noite a baixa altitude. Em fevereiro iniciaram a interdição de pontes com a designação de alvos feitas pelos Buccaneer com o Pave Spike.


PAVE TACK

Com o bom desempenho do Pave Knife no Vietnã a USAF passou a estudar um sistema para ataque noturno. Assim foi iniciado o projeto Pave Lance que era um casulo Pave Knife com um FLIR no lugar da TV LLTV. O projeto logo foi substituído pelo Pave Tack. O Pave Tack fazia parte do projeto Pave Strike de armas ar-superfície que incluía vários projeto como bomba guiadas por infravermelho.

O Ford Aerospace AN/AVQ-26 Pave Tack  foi o primeiro casulo com capacidade noturna real com a instalação de um FLIR (não era um FLIR verdadeiro por não mostrar imagem na cabina do piloto). Foi projetado para equipar o F-4E, RF-4C, F-111E e F-111F da USAF. O F-111E analógico não recebeu o casulo. Na Europa só equipou os F-111F e RF-4C.

O casulo pesa 629kg e tem 422 cm de comprimento. Foi projetado pensando no desempenho e a USAF aceitou um grande peso se a qualidade da imagem fosse boa.

O Pave Tack é dividido em duas seções: base e cabeça. A cabeça compreende uma torre que gira 92 graus em rolagem e 180 graus para os dois lados podendo ver todo hemisfério inferior da aeronave. O FLIR da torreta é o Texas Instruments AAQ-9 que opera na banda de 10 microns com campo de visão 7,5 ou 2 graus e zoom de 2 vezes com imagem de 525x875 linhas mostradas em um  visor de imagem virtual da GE. Na imagem pode ser sobreposto dados alfanuméricos. A janela do FLIR é estabilizado em guinada e os sensores ficam atrás de uma janela de sulfeto de zinco. O designador/telêmetro laser é o AVQ-25 da International Laser Systems que opera na banda de 1.06 micron.

A base, ou parte frontal, tem três áreas. A traseira fica os eletrônicos do FLIR, seguido do suprimento de força e autotracker. Na parte central fica o suprimento de força dos eletrônicos de controle e o gravador de vídeo. A parte frontal tem o controle ambiental e o computador digital. O computador tem interface para várias armas como a GBU-15 e Harpoon. Um gravador de imagens é usado para avaliação de danos de batalha.

O F-4 leva o Pave Tack no cabide central da fuselagem. O casulo é considerado grande para o F-4E. O arrasto é grande, sendo apelidado de Pave Drag, e ainda toma o lugar de um tanque de combustível, por isso não é considerado popular entre os pilotos. No F-111F o Pave Tack é montado em um conjunto rolante que gira 180 graus para uso em cinco segundos. Pode ser baixado antes do ataque e logo depois de usado volta a posição protegida. Os pilotos calculam que o casulo diminui o alcance em 200km por hora se ficar estendido.

O painel do F-111C tem telas VID - Virtual Image Display com telas de 4 e 6 polegadas usadas pelo radar e FLIR. O navegador controla a linha de visada com um controle manual chamado de "pescoço de ganso" que também pode ser apontado pelos aviônicos mesmo com a aeronave manobrando.

O Pave Tack tem três funções primarias: navegação atualizando o INS, identificação e iluminação de alvos, e aquisição de alvos não detectáveis pelo radar. O alcance do FLIR de 280x37 pixel é de 18km contra alvos grandes e de 5km para designação de alvos sendo bom a baixa altitude contra alvos muito grandes como pontes, fortificações e prédios. O Pave Tack foi otimizado para operar a baixa altitude o que não era problema. Por operar na banda de 8-12 microns pode ter problemas ao operar nos trópicos com muita atenuação com o vapor atmosférico. O FLIR também tem melhor resolução que o radar para reconhecer alvos e pode apontar o laser para iluminar alvos o que não é possível com o radar (a não ser navios).

O casulo pode ser apontado pelo radar e INS. Tem acompanhador manual e automático (últimos modelos). Existem vários modos de aquisição como o "Fwd Acquire" sendo apontando pela mira do piloto, o "Left Acquire" alinhando com asas 90 graus esquerda e o "Right Acquire" equivalente da direita. Estes três modos permitia alinhar com alvos de oportunidade. O modo "Snowplow" era usado para identificar alvos e manter o FLIR apontado para um angulo constante o que permite procurar características de estradas e rios como em missões de reconhecimento de vias no Vietnã. O FLIR também pode apoiar o acompanhamento automático do terreno no modo "Terrain Monitor" apontando para o vetor velocidade e comparar com o mostrador de radar (TFR Monitor). Um problema do Pave Tack é aumentar a carga de trabalho da tripulação que já é alta o que foi resolvido com a atualização dos aviônicos.

Pave Tack

Um F-111F com um Pave Tack em posição de uso e armado com bombas GBU-10.

Pave Tack

Os F-111 preferem disparar bombas guiadas a laser no método "loft" quando o ataque é feito a baixa altitude. O laser só é ligado quando a bomba começa a descer e nos 10 segundos finais. O método é usado para evitar expor a aeronave em ataques em mergulho ou vôo nivelado.

O Pave Tack teve o desenvolvimento iniciado no fim da década de 70 com entrada em serviço em 1981. A USAF planejava equipar 180 F-4E com o Pave Tack, mas os atrasos diminuiu substancialmente a encomenda. Cerca de 150 foram construídos, bem menos que o planejado. Foi retirado de serviço em 1996 junto com a frota de F-111 da USAF. Foram comprados 78 casulos para a frota de F-111F.

A Real Força Aérea Australiana (RAAF) comprou 10 casulos Pave Tack em 1980 para sua frota de F-111C e operados desde 1982. Todos os 24 F-111C são capazes de usar o casulo, mas nem todos ficam equipados. Os Pave Tack são operados na razão de 2,5 aeronaves por casulo, as vezes 1 por 1 dependendo da missão. Com a retirada de serviço na USAF a RAAF comprou mais alguns para equipar toda a frota. A RAAF considerado que o Pave Tack multiplica a força do F-111 por três, como destruir três vezes mais alvos por missão, sendo mais barato que comprar mais aeronaves.

A Coréia do Sul comprou oito Pave Tack em 1984 com entrega em 1987 para uso nos seus F-4C Phantom. Outros foram adquiridos depois. Com a retirada do Pave Tack de serviço na USAF ficou difícil manter com várias partes não mais fabricadas e não disponíveis. O computador e o FLIR estavam obsoletos. O sistema de refrigeração precisa de muita manutenção.

O Pave Tack estreou em combate em 1986 nos ataques americanos contra a Líbia. Os 18 F-111F levavam quatro bombas guiadas a laser GBU-10 ou 12 Mk82 Snakeye. Os alvos foram atacados com os F-111F voando a cerca de 400 pés.

Em 1991 os Pave Tack foram usados novamente pelos F-111F contra alvos no Iraque. Os F-111F disparavam bombas GBU-10 e GBU-12 contra pontes, abrigos reforçados HAS, e blindados. Mais de 1.000 blindados foram atacados.

Durante os treinamentos no deserto antes do conflito os pilotos perceberam que o Pave Tack era sensível para detectar a diferença de temperatura entre o solo e blindados enterrados. O solo tinha uma razão de resfriamento diferente entre a parte removida e a não removida em torno dos blindados. A GBU-12 era a arma preferida para "tank plinking". Em uma ocasião 12 F-111F destruíram 77 blindados. Cada F-111F levava oito GBU-12 nas missões. Foi até estudado instalar as GBU-12 nos B-52D com os F-111F designando os alvos, mas a guerra acabou antes e também os alvos. O FLIR mostrou ser capaz de distinguir até os alvos atacados dos ainda não atacados.

O F-111F foi considerado a aeronave mais efetiva na campanha do Golfo em 1991 mesmo tendo o triplo do custo operacional de um F-16. As 66 aeronaves deslocadas para a região eram menos de 7% do poder aéreo local e confirmaram mais da metade dos alvos destruídos (60% ou 2.203) em 2.830 saídas lançando 60% da munição guiada da USAF em peso (ou 4.666 bombas guiadas de oito mil no total).

De 2003 alvos destruídos por 66 aeronaves foram 920 blindados mais 500-600 danificados, 252 peças artilharia, 245 HAS, 113 casamatas, 13 pistas de pouso, quatro aeronaves ao ar livre, 13 hangares, 12 pontes destruídas e 25 danificadas, entre outros. Em vôos com mau tempo levavam duas bombas burras Mk84 e duas GBU-10. Se o tempo continuasse ruim disparavam as Mk84 contra alvos de área. Se o tempo ficasse bom usavam as GBU-10 contra alvos de ponto em ataques de precisão. Os F-111F também dispararam duas GBU-28 contra bunkers superprotegidos. Também fizeram reconhecimento armado nos rios a procura de alvos de oportunidade como pontões. Se não encontrassem alvos atacavam alvos secundários.

Apenas o F-111F e o F-117 tiveram sucesso contra alvos bem defendidos em Bagdá. Apenas o F-111F tinha capacidade de lançar a bomba perfurante GBU-28 Deep Throat de 4.700lb. O F-111F sofreu nove baixas em 4.060 missões no Vietnã, um na Líbia e nenhuma no Golfo apesar de dois sofrerem pequenos danos. O resultado dos ataques dos F-111 também puderam ser visto tropas em terra. Na fase terrestre do conflito os tripulantes de blindados iraquianos ficavam escondidos em trincheiras. Quanto atingidos pelos tanques amigos pensaram ser ataque aéreo e continuavam escondidos. Quando percebiam o engano já era tarde.

Pave Tack
Um Pave Tack no compartimento de armas de um F-111F.

Pave Tack

Vista interna do Pave Tack.

Pave Tack
Um Pave Tack no reboque de transporte. A torreta com o FLIR está apontada para trás. No F-4 a torreta gira para o lado para diminuir o arrasto.

Pave Tack
Imagem de um Pave Tack durante um ataque contra uma base aérea iraquiana em 1991. O alvo é um abrigo reforçado HAS. As pistas de taxiamento estão visíveis na foto assim como a fumaça de um ataque logo abaixo na foto.

Pave Tack
Imagens do Pave Tack durante o ataque a Líbia em 1986. A última seqüência mostra as seis bombas Snakeye pouco antes da atingir o alvo.

Pave Tack
Imagem do Pave Tack com uma ponte como alvo.

Pave Tack

O F-4 leva o Pave Tack no cabide central da fuselagem.

Pave Tack
Close do Pave Tack na posição Fwd Acquire.


TORRETAS FIXAS

Em 1967 a US Navy iniciou a instalação da torreta TRIM (Trails/Roads Interdiction Multi-sensor) em 12 A-6A Intruder que se tornaram o A-6C. A torreta foi projetada para observar movimentos inimigos em terra a noite e mau tempo com uma TV LLLTV (Low-Light-Level TV) principalmente em ataques noturnos contra a trilha Ho Chi Minh. O A-6C também recebeu o sistema de detecção de ignição de motores "Black Crow". O TRIM foi instalado originalmente no AP-2H Neptune e depois no A-6C Intruder onde foi integrado com o sistema de navegação e ataque digital. Um A-6C foi perdido em combate e o resto convertido para o padrão A-6E após o conflito.

O A-6 Intruder realizou a maioria dos ataques qualquer tempo da US Navy no Vietnã usando apenas o radar. No meio da década de 70 a US Navy reconheceu a necessidade de atualizar a frota de aeronaves A-6 Intruder com sistema qualquer tempo para disparar armas guiadas. O A-6 recebeu o sistema Digital Integrated Attack Navigation Equipment (DIANE) para operar qualquer tempo. Junto foi instalado uma nova torreta TRAM com capacidade similar ao TRIM.

Em 1972 foi iniciado o desenvolvimento da Segunda Geração do TRIM que virou o AN/AAS-33 Target Recognition and Attack Multisensor (TRAM). O TRAM Entrou em operação 1978 nos A-6E com os testes iniciando em 1974. O TRAM, fabricado pela Hughes, era uma torreta com sensor FLIR, um laser designador/telêmetro e um rastreador laser. Podia ser usado para "buddy laser" e auto-designação. O telemetro laser também podia alimentar o computador balístico para cálculo de parâmetros de disparo de armas não guiadas. Foi adicionado um gravador de imagem. O TRAM/DRS (Detecting and Range Set) foi uma versão melhorada do TRAM original que entrou em produção em 1979.

Durante o uso a imagem do FLIR é mostra para o navegador e controlada por uma manete. Durante o ataque o navegador guia o A-6 até o alvo com auxilio do radar AN/APQ-156 e muda para o FLIR de grande campo de visão para localizar e identificar o alvo. O zoom é diminuído para ver de perto e ativa o laser com acompanhamento do alvo manual. A aeronave dispara suas armas e foge podendo manter o laser travado no alvo olhando para trás.

O TRAM foi usado no Líbano em 1983, Granada em 1983, incursão na Líbia em 1986, Guerra do Golfo em 1991 e na operação Desert Fox no Iraque me 1998. Nos ataques contra a Líbia em 1986 o TRAM permitiu que fossem realizados ataques noturnos com armas não guiadas para dar pouca capacidade de reação aos caças líbios. Na guerra do Golfo em 1991 os 95 A-6E voaram 4.045 saídas e os 20 A-6E do USMC voaram 854 saídas. Cinco Intruder foram derrubados. Os A-6E eram capazes de disparar bombas guiadas a laser, mas foram poucos ataques mesmo que os 115 A-6E deslocados para o teatro fossem 51% das aeronaves capazes de disparar bombas guiada a laser. Os A-6E também fizeram "tank plinking" como os F-111 e F-15E.

O F-117 recebeu a torreta Infra-Red Acquisition & Designation System (IRADS). O IRADS consiste em uma torreta frontal e outra na parte inferior da fuselagem (DLIR - Down Looking Infrared). As torretas são cobertas com telas para diminuir o RCS.

Outras aeronaves receberam torretas com FLIR e designadores laser como o AN/AAS-37 do OV-10D NOS, o NITE EAGLE do UH-1N, o TADS/PNVS do AH-64 Apache, o MMS do OH-58D Kiowa e o AN/AAQ-22 Navigational Thermal Imaging System usado em várias aeronaves.

TRAM

O TRAM tem três olhos: o maior e central é usado pelo FLIR com zoom de 120 graus por segundo.

TRAM
Imagem do TRAM. A baixa qualidade do FLIR de Primeira Geração é gritante comparada com os de Terceira Geração.

TRIM

A torreta do TRIM do A-6C fica na parte traseira da fuselagem.


LASER SPOT TRACKER

O primeiro uso do laser foi para designar alvos para aeronaves equipadas com sensores que detectavam o reflexo do laser no alvo. Os primeiros projetos PAVE eram rastreadores laser como o PAVE ARROW, PAVE BLIND BAT, PAVE FIRE, PAVE GAT e PAVE SWORD.

O AN/AVQ-12 Pave Spot era um periscópio estabilizado de visão noturna usado nos O-2A de controle aéreo avançado usados pelo TASS (Tactical Air Support Squadron) que cobriam a trilha Ho-Chi-Min. O Pave Spot tinha um designador laser para se usado com o Pave Arrow. O Pave Spot entrou em serviço em 1970.

O AN/AVQ-11 Pave Sword é um rastreador laser para pegar energia de alvos iluminados pelo laser do Pave Spot do O-2A. Consistem em um detector infravermelho do Sidewinder montado em um casulo do canhão SUU-11. O Pave Sword foi usado pelos F-4D e podia apontar o radar para o alvo iluminado.  Duas aeronaves foram equipadas com o casulo e realizaram sete missões.

O AN/AVQ-14 Pave Arrow era um designador laser desenvolvido em conjunto com o Pave Spot do O-2A, C-123K e planejado para o F-100. Entrou em serviço como Pave Sword.

O AN/AVQ-13 Pave Nail foram dezoito OV-10D Bronco Night Observation Gun Ship (NOGS)
modificados com torreta com visão noturna e designador laser. O Bronco podia designar o alvo para si mesmo, mas era muito lento e só encontrava o alvo. O programa atuava junto com o Pave Phantom e Pave Spot. O Pave Phantom eram caças F-4D com sistema de navegação ARN-92 Loran e computadores para armazenar oito posições de alvos iluminados pelo OV-10 Pave Nail.

O Pave Way era o designador laser AN/AVQ-9 para designar alvos, mas virou a designação dos kits de bombas guiadas a laser. O Pave Mack eram kits de sensores laser para foguetes ar-terra. Também foi chamado de LARS (Laser Aided Rocket System) e usado junto com controladores aéreos com o Pave Spot.

O Pave Fire era um varredor laser para detecção de alvos ou uma TV LLLTV e telêmetro laser para ataque noturno com técnicas "dive-toss" a noite pelos F-4D. Operou entre 1968 a 1970 sem sucesso.

O Pave Gat era um telêmetro laser instalado com sensores LLLTV usado pelos B-57G para apontar um canhão móvel Vulcan. O sistema teve boa precisão, mas foi cancelado. Os testes foram em 1971 em Eglin. O Pave Pointed era um sistema similar paletizado com designador laser, telêmetro e LLLTV no C-123K. O Pave Pronto eram modificações no AC-130 para ataque noturno com visão noturna passiva (NOD), FLIR e laser iluminador AVQ-17. O Pave Blind Bat era um designador laser de alvos para bombas guiadas a laser para o AC-130 atuando como controlador aéreo avançado. Foi substituído pelo AN/AVQ-19 Pave Spectre.

Pave Fire
Casulo Pave Fire em um F-4D

Pave Sword
O Pave Sword consistem em um detetor infravermelho do Sidewinder montado em um casulo do canhão SUU-11.

O LST de maior sucesso foi o Lockheed-Martin AN/AAS-35(V) Pave Penny da USAF usado para equipar aeronaves de ataque. O sensor é usado para detectar e acompanhar reflexos de laser no solo de dia ou a noite. O sensor não emite laser para guiar bombas nem é usado como telêmetro e só detecta a fonte rapidamente. A localização do reflexo do laser é mostrado no HUD para auxiliar o ataque. O piloto reconhece o alvo rapidamente e reage rápido e com precisão. O casulo pode ser programado para mostrar apenas uma freqüência pré-determinada com código quatro dígitos e ignora outros que possam estar operando próximo. O Pave Peny usa vários padrões de busca e cobre todo o hemisfério inferior. O alcance nominal de 32km, mas o alcance efetivo bem menor.

O desenvolvido foi iniciado no meio da década de 70 baseado no AN/AVQ-11 Pave Sword usado por alguns F-4D no Vietnã. O sistema foi miniaturizado com o uso de transistores em um casulo compacto de 78 cm de comprimento e apenas 14,5kg.

O Pave Peny entrou em operação em 1977 nos A-10 equipando toda a frota de 733 aeronaves. Também é usado nos 380 A-7D Corsair II da USAF bem abaixo da entrada e ar e nos A-10 em um cabide. Foi usado a partir de 1995 pelo F-16 especializados em apoio aéreo aproximado. A experiência na Guerra do Golfo em 1991 mostrou a necessidade de instalar um LST no F-16. Singapura comprou o casulo para seus A-4 Skyhawk modernizados. O Pave Peny é considerado obsoleto e velho sendo difícil de manter.

Os Harrier, Tornados e Jaguar da RAF usam um sistema similar ao Pave Peny chamado "Laser Ranger & Marked Target Seeker (LRMTS)" fabricado pela Ferranti e que também tem telêmetro laser. O LRMTS foi instalado em alguns Draken dinamarqueses.


Pave Peny
O Pave Penny fica instalado em um pequeno cabide logo abaixo da cabine do A-10.


Israel usa uma versão do Pave Penny instalado no cabido do senso HTS dos F-16 Block 50/52.

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