CASULOS MULTIFUNCIONAIS AMERICANOS DE SEGUNDA GERAÇÃO

LANTIRN


O sistema LANTIRN (Low-Altitude Navigation Targeting InfraRed for Night ) da Lockheed Martin é um sistema de navegação e ataque montados externamente em aeronaves em casulos. O sistema LANTIRN consiste de dois casulos: o de navegação "para voar" e o de designação de alvos "para lutar". Podem operar de forma autônoma sem um precisando do outro. Os casulos tem a designação na USAF de AN/AAQ-13 para o casulo de navegação e AN/AAQ-14 de designação de alvos.

O LANTIRN foi projetado desde o inicio para equipar os F-16 Block 40 e F-15E. O objetivo era dar capacidade de penetração e ataque noturno a baixa altitude em qualquer tempo, com munição guiada ou não, similar a do F-111. O casulo leva a aeronave até o alvo de forma complemente autônoma.

O LANTIRN melhorou em muito a efetividade do F-16, principalmente voando baixo a noite em qualquer tempo, se tornando a primeira aeronave monoposto com capacidade ar-ar e ar-superfície diurna e noturna.

O programa iniciou como uma modernização do F-16 em setembro de 1980 pela Martin Marietta (agora Lockheed Martin). Em 1983 o projeto ainda estava suspenso e alterado para diminuir os riscos como a retirada da tecnologia Automatic Target Recognizer (ATR). O ATR nao seria incorporada devido aos risco e sim como uma modernização posterior, mas que nunca foi incorporada. Os testes com o HUD do F-16 foi em 1982. Os testes com casulos falsos (tamanho e peso) para testes de vibração foram em 1982. Os testes funcionais foram em 1983 no F-16B e A-10.

A produção era esperada para 1985, mas os fundos foram cortados tendo que competir com um FLIR da Ford Aerospace desenvolvido para o F/A-18. Na mesma época o LANTIRN se tornou a peça chave do projeto F-15E Dual Role Fighter e deixou de ser mais um subsistema do F-16 passando para um programa independente. O orçamento deixou de vir do programa F-16.

A produção inicial foi logo aprovada em 1985 com a produção iniciando em novembro de 1986 e entrega em março de 1987 para operação no F-15E. O contrato previa a compra de 561 casulos de navegação e 506 de ataque por US$ 2,9 bilhões. O casulo de navegação custava US$ 1,38 milhões e do ataque US$ 3,2 milhões sendo considerado barato por transformar a noite em dia.

Os testes de 1986 mostraram que o LANTIRN podia tornar o ataque a baixa altitude noturna em qualquer tempo viável, passando a revolucionar a guerra noturna negando as forças inimigas o santuário da noite.

LANTIRN

Conceito artístico de 1982 de aeronaves A-10 e F-16 com o LANTIRN atacando uma coluna de blindados.

LANTIRN
O LANTIRN usa um casulo para navegação (acima) com radar de acompanhamento do terreno e FLIR e um casulo de designação de alvos (abaixo) com FLIR e designador/telemetro laser. O arrasto é considerado alto quando os dois casulos são instalados no F-16, mas a capacidade compensa.

LANTIRN
Um F-16 com o LANTIRN visíveis abaixo da entrada de ar.

AN/AAQ-14

O casulo de designação de alvos AN/AAQ-14 usa um FLIR de alta resolução móvel e um telêmetro/designador a laser para pontaria de armas. O FLIR tem campo de visão largo (6x6 graus) para visualização do alvo e estreito (1,7x1,7 graus) para ataque com algoritmo para acompanhamento automático de alvos. O AAQ-14 pesa 245kg e tem 2,5 metros de comprimento e 38cm de diâmetro.

Contra alvos planejados o casulo aponta automaticamente para o alvo com apoio do sistema de navegação da aeronave e o piloto só faz pontaria fina. O AAQ-14 pode ser apontado com o TSD (Tactical Situational Display ou mapa móvel), radar APG-70 com modo SAR com resolução de 2,5m a 74km, INS ou HUD. O sistema é considerado amigável com um caça monoposto podendo atacar um alvo em uma única passada. Para alvos de oportunidade o piloto usa os modos "cue-to-Hud", apontando a aeronave para o alvo, e "snowplough" apontando o casulo 15 graus para baixo e movimentando o "dot" de pontaria manualmente olhando para a imagem do FLIR.

O modo de operação inicia com o uso do campo de visão largo para ver o alvo. O operador escolhe um Desired Mean Point of Impact (DMPI) e passa para o campo de visão estreito e redefine o ponto de pontaria. Ao engajar o auto-traker pode manobrar depois de trancado no alvo.

O acompanhamento automático é feito nos modos "ground stabilised" ou "space estabilised". O primeiro pode apontar para parte do solo onde foi apontado e o segundo pode olhar para um angulo de contraste ou azimute relativo a aeronave. O acompanhamento do alvo pode ser feito em quatro modos. O PTRK (point track) e ATRK (area track) usam o contraste do alvo para acompanhar o objeto de interesse. O OTRK (offset track) permite rastrear objetos de baixo contraste e apontar o casulo manualmente até o alvo real. O CMPT (non-active track) usa técnicas de extrapolação de linha de visada para acompanhar temporariamente em condições ruins de tempo. O LANTIRN tem modos ar-ar que podem competir em capacidade com outros sistemas IRST. Os Tomcat perceberam que a capacidade de identificação de alvos aéreos a longa distância era melhor que o TCS. Durante a Guerra do Golfo em 1991 um F-15E usou um LANTIRN para gravar um F-15E voando a frente sendo derrubado pela artilharia antiaérea.


Em versões recentes, o telêmetro também pode ser usado para alimentar o computador balístico para auxiliar o disparo de armas o que é bom para guiar armas sem referencia visual do terreno. O laser também pode ser usado para atualizar o INS com pontos de referencia do terreno já conhecidos.

O FLIR pode ser usado para indicar alvos para o míssil Maverick (olhe para onde estou olhando) e indicar onde lançar podendo engajar alvos múltiplos em uma única passada.

Na invasão do Iraque em 2003, os F-15E achavam que seria difícil para uma aeronave monoposta como o F-16 pilotar e apontar o LANTIRN ao mesmo tempo já que tinham um tripulante dedicado só para isso. O F-16 usam técnicas como apontar o HUD para o local do alvo e trancar. O F-15E vai direto para o alvo, já F-16 circula ao redor e mergulha para apontar o LANTIR como no caso de um blindado. O piloto, aponta, tranca e dispara a bomba guiada. O LANTIRN também olha para as coordenadas do alvo se forem conhecidas. Agora ficou mais fácil com o uso do JHMCS, mas o LANTIRN está sendo retirado de serviço e substituído por casulos de ultima geração como o Litening e Sniper XR.


AN/AAQ-13


O casulo designador de alvos AAQ-14 pode ser acompanhado pelo casulo de navegação AN/AAQ-13 que usa um radar de seguimento do terreno na banda Ku AN/APN-237A da Texas Instruments e um FLIR com campo de visão de 21x28º. O AAQ-13 pesa 195kg e tem 1,98 metros de comprimento e 30,5cm de diâmetro.

No modo de acompanhamento do terreno manual (Manual TFing - MTF) os comandos de navegação são mostrados no HUD. No modo automático (auto TFing - ATF) o AAQ-13 é acoplado ao piloto automático para vôo autônomo. Um algoritmo ADLAT (Advanced Low Altitude Terrain-following) usa informações do radar para gerar comandos de aceleração o sistema de controle de vôo da aeronave traduz com comandos de manobra para acompanhar o terreno.

O AN/AAQ-13 permite penetração em alta velocidade e ataque de precisão a noite e mau tempo. Voando baixo o objetivo é evitar detecção pelo radar. O piloto pode manter uma altitude pré-selecionada acima do terreno e evitar obstáculos. Quanto mais próximo do alvo ou próximo a uma área de risco mais baixo o piloto voa. O casulo opera em cinco modos: normal, weather, ECCM, LPI e Very Low Clerarance (VLC). O modo de acompanhamento automático tem opção do piloto manobrar na horizontal para evitar defesas aéreas.

O FLIR com campo de visão largo mostra um imagem térmica a frente da aeronave no HUD dando sentido de profundidade. O piloto pode usar o HOTAS para dar "olhadas" (snap look) a 11 graus para cada lado do centro, ou dentro da curva. O piloto pode trocar de polaridade "white hot" ou "black hot" com cada piloto tem suas preferencias. O FLIR permite que o ala acompanhe o líder voando em fila com o HUD.

O fim Guerra Fria tornou as táticas de vôo a baixa altitude em um cenário Europeu obsoletas. O F-16 com o LANTIR cobriria os alvos a curta distância enquanto os F-15E e F-111 fariam penetração. As táticas atuais se baseiam em penetração a média altitude com escolta de aeronaves de supressão de defesas e guerra eletrônica. A maioria dos países não tem esta capacidade e o vôo a baixa altitude ainda é valido. Os F-15E ainda voam com o AAQ-13 e treinam vôo a baixa altitude para algumas situações possíveis. A entrada em serviço do F-22A tornou a necessidade de ataque de surpresa a baixa altitude com mau tempo desnecessário podendo penetrar de dia a média/grande altitude sem ser detectado.

O AAQ-13 já foi retirado de uso na frota de F-16 da USAF já a partir de 1996 usando apenas o FLIR para navegação. Foi usado em combate em 1999 em Kosovo e depois totalmente retirado de uso. Os F-16 block 40 era as vezes chamados são chamados de "Night Falcon" por serem "missionizados". O F-16 tem curto alcance que fica menor ainda voando baixo, mais o arrasto do casulo e sem apoio de reabastecimento operando próximo da fronteira com o Pacto de Varsóvia.


LANTIRN  
Imagem do FLIR de navegação mostradas no HUD do piloto.


LANTIRN
Um F-15E da USAF em treinamento a baixa altitude na Inglaterra. Os F-15E ainda treinam vôo a baixa altitude que pode ser necessária em algumas situações.

LANTIRN
Vista interna no LANTIRN.

Sharpshooter e Pathfinder

O AN/AAQ-14(V)1 Sharpshooter é a versão de exportação do casulo de ataque sendo projetado inicialmente para o programa de modernização do F-16MLU. O Sharpshooter tem um FLIR de Terceira Geração, Laser Spot Tracker opcional, câmera de TV CCD e Laser de grande altitude  (40K).

A câmera de TV tem alcance de 36km para alvo de 10 metros de diâmetro ou 108 km para alvos com 30 metros de diâmetro. A câmera de TV tem capacidade noturna se o alvo estiver iluminado. O operador pode mudar de imagem FLIR para TV em três vezes por segundos se necessário. A imagem de TV não é distorcida após o impacto como acontece com FLIR e o alvo também pode ter a mesma temperatura do ambiente e não será fácil de distinguir com o FLIR. O FLIR já é melhor para penetrar na fumaça e neblina.

O novo FLIR de Terceira Geração terá resolução de 640x512 pixel. O casulo já designou alvos com laser a mais de 60km com o F-14 numa altitude de mais de 12 mil metros. O padrão de alcance máximo é de 23 quilômetros a 8 mil metros de altura no LANTIRN original.

O casulo não tem os sistemas de apoio para disparo do Maverick, mas pode ser integrado com o casulo Pathfinder para navegação a baixa altitude.

Uma versão simplificada do AAQ-13 apenas com o FLIR de navegação é comercializada com o nome de AN/AAQ-20 Pathfinder. O campo de visão tem zoom de 1x e 3x ( campo de visão de 21x28º e 7x9º ) sendo que pode auxiliar a pontaria de armas. O casulo pesa 90kg. O Enhanced Pathfinder tem um Laser Spot Locator. Foi demonstrado no F-16, A-7 e B-1B.

Pathfinder
O Pathfinder da Lockheed Martin foi comercializado junto com o FLIR de navegação Atlantic que não está mais em produção.


LANTIRN Targeting System (LTS)

O F-14 Tomcat foi planejado desde o inicio para ter capacidade de ataque, mas o programa com armas ar-superficie foi cancelado quando o USMC saiu do programa. O Tomcat era caro e não tinha DECM e RHAW para operações sobre terra na época o que era importante para os fuzileiros. No fim da Guerra Fria foi reiniciado os estudos para dar capacidade ar-superfície e poder levar bombas guiadas a laser com "buddy laser " de outra aeronave.

Com a retirada de serviço do A-6 Intruder, o Tomcat logo foi escolhido para realizar as missões de ataque de penetração. O Tomcat já tinha lançado bombas burras em 1987, mas só seria considerado bom para a missão se disparasse armas guiadas. O programa teve o orçamento diminuído e só a JDAM foi liberada para uso como arma guiada. A Martin Marietta usou recursos próprio para testar o LANTIRN para mostrar para a US Navy que era necessário e tentava fazer isso desde 1993. O primeiro disparo de armas guiadas a laser foi em março de 1995. Com o bom resultado o casulo logo foi comprado em 1995 para o programa Precision Strike com entrada em serviço em 1996 competindo com o Nite Hawk que tinha a vantagem de já estar em uso com o F/A-18. O Tomcat passou a ser chamado de Bombcat.

O LANTIR básico foi modificado como LANTIRN Targeting System (LTS) com melhoria no casulo de aquisição de alvos e sem o casulo de navegação. Um GPS/IMU foi integrado podendo gerar coordenadas do alvo para alvos que aparecem no FLIR e designar alvos para armas guiadas GPS/INS como JDAM, JSOW e WCMD. A capacidade de disparar bombas JDAM só foi adicionada em fevereiro de 2001. Na primeira operação de combate no Afeganistão a aeronave gerou coordenadas para um B-52 lançar bombas em cacho WCMD que atingiu um comboio de veículos parado após ser destruído primeiro por bombas guiadas a laser disparadas pelo Tomcat. Em dezembro de 2005 os F-14D passaram a transmitir imagem para o sistema ROVER III com um downlink apropriado.

O LTS não é integrado aos aviônicos, mas só mostra imagem do FLIR no PTID do RIO (RIO - operador de radar) e VDI do piloto no F-14A/B ou MFD do F-14D. Todos os controles do LTS estão no assento traseiro, mas só o piloto dispara.

Os mostradores na cabina do tripulante traseiro era maior que os das aeronaves da USAF o que permite uma maior magnificação e reconhecimento de alvos. A imagem também mostra contornos de mascaramento pela aeronave e orientação para o norte para melhorar a consciência da situação.

O LTS pode atuar com o datalink Fast Tactical Imagery (FTI) e Tomcat Tactical Targeting (T3) para transmitir imagens do casulo, radar e casulo de reconhecimento TARP-CD via datalink para o porta-aviões ou outro F-14. O casulo tem um gravador de imagem digital para inteligência e avaliação de danos de batalha (BDA). É possível gravar 1 hora de imagem não comprimida ou 4 horas com compressão de imagem, além de dados do INS para dar as coordenadas e calcular o tamanho do alvo funcionado como meio de pseudo reconhecimento. As imagens podem ser revistas pelo operador traseiro, e envidadas por datalink para reconhecimento em tempo real. O Link 16 dará capacidade similar ao F-15 e F-16.

O FLIR tem campo de visão de 6x6º para detecção e acompanhamento de alvos e 1.7x1.7º para seleção e disparo de armas. Uma camera de TV CCD foi instalada, sendo item opcional, com campo de visão de 4x4º e 1x1º. O FLIR é capaz de reconhecer um homem a 8 km de distância com a aeronave voando a 8 mil metros.

Um laser de grande altitude (40k) mostrou ser util nas operações no terreno montanhoso do Afeganistão. O alcance de designação de alvos é de 64km comparado com os 23km padrão a 8 mil metros. Ao contrario da versão da USAF, o LTS permite usar o telêmetro laser para auxiliar no calculo de parâmetros lançamento de armas guiadas ou não guiadas e apresentar auxílios de disparo para a tripulação.

O LTS custa US$ 3 milhões cada e apenas 91 foram comprados. Cada esquadrão de Tomcat tinha 6-8 casulos e sempre estão instalado nos F-14 que não operam com o casulo de reconhecimento TARPS. O painel de operação do LANTIRN fica no mesmo lugar do painel do TARPS e por isso não pode operar os dois ao mesmo tempo.

O primeiro uso operacional do LTS foi em 1998 na operação Desert Fox no Iraque. O Tomcat já tinha lançado bombas guiadas em 1995 na Bósnia por um par de F-14, mas com buddy laser por aeronaves A-6E. Nos testes iniciais no exercício Juniper Hawk em Israel, quatro F-14 destruíram todos seus quatro alvos e quatro inimigos que atacaram no ar, mostrando a capacidade de auto-escolta e de precisão, mostrando ser efetivo em substituir os A-6E para ataque de penetração de longo alcance. Não tinha a capacidade qualquer tempo do Intruder, mas fazia auto-escolta. Já o F/A-18E/F não tem o alcance para substituir estas aeronaves (475nm contra 650nm do Tomcat).

Os Tomcat com o LTS mostrou que um controlador aéreo avançado era melhor com dois tripulantes o que foi comprovado em Kosovo, Afeganistão e Iraque. A capacidade foi transferida para o F/A-18F comprado em grande quantidade.

A USAF modernizou 25 LANTIRN para ter uma capacidade similar ao LTS no programa Defense Threat Reduction Agency (DTRA). Também apóia o programa Bomb Impact Assessment (BIA). Outro programa foi dar capacidade para avaliar danos de alvos atacados com bombas de penetração através de imagem radiométrica para saber se penetrou.


LANTIRN  
O LANTIRN Targeting System (LTS) fica montado no lançador direito do Phoenix no Bombcat.

LTS
Imagem do LTS no modo ar-ar.

LTS
Imagem no LTS designando um alvo marítimo para bombas GBU-12. A imagem mostra as linhas de mascaramento da aeronave onde o laser não pode designar por atingir a aeronave. O alvo foi atacado por outra aeronave que atingiu a popa como mostra a segunda explosão.


Usuários do LANTIRN

O LANTIRN é usado pela USAF que comprou 506 casulos de ataque para o F-15E e F-16C/D Block 40 e 561 casulos de navegação para o F-15E eF-16C/D. A produção foi iniciada em 1987 com entregas terminando em 1995 a um custo de US$ 2,9 bilhões. A US Navy comprou 91 casulos na versão LTS por US$270 milhões em 2001 para equipar seus F-14B/D.

Até 2002 foram mais de 1.700 casulos LANTIRN comprados por 13 países. O primeiro usuário externo foi a Turquia que comprou o LANTIRN em 1994.

O Pathfinder foi comprado para equipar os F-16 do Bahrain (3), Egito (12), Grecia (16), Singapura (8 em 1995), Turquia (20), Israel (30), Coréia (30) e os F-15I de Israel (23) e F-15S da Arábia Saudita (48).

A USAF comprou 20 Pathfinder e 20 Sharpshooter em 1998 para os F-16A/B de Taiwan. Em 2000 Taiwan comprou 39 conjuntos Pathfinder/Sharpshooter por US$234 milhões.

O Sharpshooter foi comprado pela Bélgica, Dinamarca e Holanda para o programa F-16MLU no total de 40 casulos (8 para a Bélgica). Também foi comprado para os F-16 do Egito (12), Israel, Coréia (30), Grécia (24), Turquia (20) e para os F-15S da Arábia Saudita (48).

Em 1997 começou a ser comercializado o LANTIRN 2000 com FLIR de Terceira Geração com alcance 50% maior, Laser 40k com alcance de 32km, laser de treinamento e novos computadores. O LANTIR 2000+ podia receber um Laser Spot Tracker (LST), gravador digital, Automatic Target Recognition (ATR) e camera de TV CCD. A tecnologia foi desenvolvido para o casulo Sniper na década de 90. O LANTIRN 2000 podia ser um casulo comprado novo ou modernização de modelos antigos. Era um casulo menor, mais leve e com menor consumo de energia . Foi adicionado modos ar-ar e capacidade de disparo de armas não guiadas.

A versão comercializada atualmente é o LANTIRN ER (Extended Range) podendo ser casulos novos ou modernização de casulos antigos. O LANTIRN ER está disponível com casulos de navegação e casulo de ataque. O casulo de ataque tem FLIR de Terceira Geração com 640x512 elementos e campo de visão de 5,87x5,87 graus e 1,65x1,65 graus, TV CCD zoom continuo, laser 40k, LST, gravador digital, IMU/GOS, apontador de mísseis, compatibilidade com bombas guiadas por satélite e capacidade de identificação positiva de alvos a longa distância. O casulo de navegação tem FLIR de Terceira Geração, processador de sinais melhorado e radar de acompanhamento do terreno. O LANTIRN ER foi comprado pela Dinamarca em 2006. Foram comprados três casulos e modernizados os 13 já em uso por US$20 milhões. Numa manobra da OTAN, o F-16AM da Dinamarca equipado com o LANTIRN em uma missão de apoio aéreo aproximado voava baixo atrás de montanha ou outras coberturas a longa distância, subia para adquirir alvos com o LST a mais de 36 quilômetros de distância e acompanhava a área com campo de visão de 40º em azimute e 7,7º em alcance. Ao realizar a varredura ao redor do alvo, conseguia adquirir, identificar e designar a distâncias de 18-21 quilômetros.

A Coréia do Sul equipou seus F-15K com o Tiger Eyes. O Tiger Eye inclui um IRST AAS-42 no cabido do casulo de ataque. O contrato é de US$163,4 milhões com entregas em 2004-2005.

Tiger Eye
O Tiger Eyes do F-15K da Coréia do Sul. O IRST está instalado no cabide do casulo de ataque.


Uso Operacional do LANTIRN

O LANTIRN é o casulo mais conhecido devido as imagens gravadas e mostradas durante o conflito do Golfo em 1991. Foi usado também nas zonas de exclusão aérea no Iraque, operações na Bósnia na década de 90, operação Desert Fox em 1998, Alied Force em 1999, Afeganistão em 2001 e Invasão do Iraque em 2003 e voa até hoje no país.

Em dezembro de 1990 havia no Golfo 24 casulos LANTIRN de ataque disponíveis pois ainda estava sendo entregue. Era suficiente para equipar metade dos 48 F-15E deslocados para a região. A campanha de testes e integração estavam atrasadas. Foram varias falhas durante as missões. Como ainda estava em testes mostrou ser menos confiavel que o Pave Tack do F-111F, mas a razão de sucesso ainda era melhor. 

Quando os F-15E chegaram no Golfo os pilotos nem conheciam o casulo tendo treinamento limitado e técnicas desenvolvidas no local. Os F-15E atuavam em pares com o Ala com equipado apenas com o casulo de navegação. O líder fazia "buddy lasing" para fazer pontaria para os outros caças não equipados com o casulo incluindo o ala.

Os F-15E usados para caçar os mísseis Scud usavam o FLIR do LANTIRN e o radar com modos SAR para encontrar os lançadores. Uma saída típica era de duas aeronaves com quatro GBU-10 na aeronave equipada como LANTIR e seis bombas em cacho CBU-87 ou 12 bombas burras Mk82 no ala. Voavam padrão de busca em estradas. A primeira passada era para disparar as GBU-10 seguida das bombas convencionais. A tática iraquiana para esconder o Scud era cavar uma trincheira e esconder o veiculo, cobrindo com lona e camada de terra. Eram fáceis de ver com o modo SAR e o FLIR sendo um alvo fácil para as GBU-10. O E-8 J-STAR ajudava a indicar alvos.

No fim do conflito também passaram a fazer "tank plinking"guiando bombas GBU-12 e ataque aos abrigos reforçados nas bases aéreas com bombas GBU-10. No inicio achavam que a GBU-12 seria inútil no conflito. Nos treinos no deserto os F-111F perceberam que conseguiam detectar blindados facilmente com o FLIR e a GBU-12 mostrou ser suficiente até se errar o alvo e inutilizando o blindado com um acerto próximo. O F-15E levava até oito bombas GBU-12D. Os F-15E destruíram ou danificaram cerca de mil blindados com as GBU-12 ou o mesmo numero do A-10 equipados com o Maverick bem mais caro.

Os F-15E também usaram o LANTIRN para atacar pontes e procuravam pontões nos rios para ataque com bombas guiadas a laser. Em uma saída quatro F-15E destruíram 18 aeronaves iraquianas na base de Tallil com bombas CBU-87 e GBU-12. Atacaram até camelos no deserto.  Um F-15E atacou um helicóptero Mi-24 decolando com GBU-10 apontado pelo LANTIRN no dia 14 de janeiro de 1991. Levou mais de dez anos para ser considerada uma vitória aérea.

Dos 249 F-16 deslocados para a região, 72 estavam equipados com o LANTIRN de navegação dando capacidade de ataque noturno limitado. Os pilotos tentaram disparar armas não guiadas com modo CCIP a noite com o FLIR de navegação sem sucesso. O F-16 foi projetado para atacar a baixa altitude, em um cenário europeu, e não tinha precisão a média altitude contra alvos de ponto como blindados, caminhões ou artilharia. As táticas de penetração a média altitude tiveram sucesso e o LANTIR de navegação foi pouco usado. Só atacavam de dia e a tarde eram obrigados a voltar para base para a poeira dos seus ataques baixar e deixar os F-111F e F-15E fazer "tank plinking". Nenhum F-16 disparou bombas guiadas a laser durante o conflito apesar de ter sido sugerido o uso do F-111F com o Pave Tack para designar alvos. A única arma de precisão era o AGM-65 Maverick guiado por TV ou IR, mas mesmo assim 92% foram disparados pelo A-10.

Os F-16AM da holanda que atuaram no conflito de Kosovo em 1999 podiam disparar bombas GBU-10 e GBU-12, mas não tinham um casulo para disparar as bombas e precisavam de outra aeronave para designar os alvos. Passaram a usar bombas Mk-82, Mk-84, CBU-87 e mísseis Maverick. A Holanda já tinha comprado o LANTIRN, mas com entrega prevista para o ano 2000. Alugaram cinco casulos da USAF e cinco aeronaves foram logo configuradas e cinco piloto treinados com técnicas simples para treino rápido em 4 dias com a GBU-12 e GBU-10. No dia 22 de abril já estavam prontos uma semana depois de chegar o casulo. Durante o conflito dispararam 250 bombas guiadas a laser atacando bases aéreas, quartéis, postos de comandos, locais de armazenamento de combustível e munição, centros de comunicações, pontes e blindados. O destacamento tinha 32 aeronaves e 500 tropas e voaram 40 saídas por dia na Allied Force.

O LTS do Tomcat entrou em combate pela primeira vez na operação Desert Fox no Iraque em 1998 iluminando alvos para bombas GBU-12 e GBU-24. Em Kosovo foi usado novamente em 384 saídas com 85% de sucesso. Na Invasão do Iraque em 2003 teve um desempenho bem melhor que o Nite Hawk sendo o motivo da sua escolha.

AAS-38
NITE HAWK

O casulo AAS-38A FLIR-LTD/R (Laser Target Designator/Range) da Loral Aeronutronic (atual Raytheon) é um casulo projetado desde o inicio para equipar o F/A-18 Hornet. O desenvolvimento foi iniciado em 1978 com um requerimento para dar capacidade de ataque noturna para o F/A-18. Os testes de vôo foram completado em 1981. O Nite Hawk opera junto com o casulo ASQ-173 Laser Spot Tracker/Strike Camera (LST/SCAM) e o casulo de navegação Hughes AN/AAR-50 NAVFLIR (Navigation FLIR). O acrônimo NITE vem de "Navigation IR Targeting Equipment".

O AAQ-38 foi apelidado de mini Pave Tack sendo um casulo com FLIR feito para aeronaves monoposto. É um casulo pequeno, pesa 170kg com 1.8m de comprimento e 30cm de diâmetro compatível com a estação de armas lateral na entrada de ar do F/A-18. Foi projetado desde o inicio para operar embarcado, sendo rústico e fácil de operar. Usa eletrônicos digitais comparado com os analógicos do Pave Tack.

O campo de visão do FLIR é de 12x12 graus para localização de alvos e de 3x3 graus, com zoom de quatro vezes, para ataque. O campo de observação é de +30 a -150 graus em flexão e +/-540 graus em rolagem. A imagem do FLIR é mostrada em um MFD da cabina, geralmente o esquerdo. Um acompanhador automático de alvos pode ser apontado manualmente, pelo radar ou INS. O rastreador gira a até 75 graus por segundo e roda a imagem para facilitar a visualização. O laser é alinhado com o FLIR mas mesmo assim a 18km a diferença de visão do FLIR e do laser pode chegar a 4,6 metros. O FLIR usa algoritmos de acompanhamento de rastro de cena, intensidade do centróide e acompanhamento de geometria. O laser pode atuar como telêmetro auxiliando na solução de cálculos de lançamento de armas.

O Nite Hawk tem 11 LRU sendo nove parte do FLIR e o restante do laser. As LRUs permitem reparar panes em 15 minutos. O MTBF é 80 horas, mas a pratica é de 197 horas nos casulos da Espanha.

O casulo ASQ-173 Laser Spot Tracker/Strike Camera é usado mais para as missões de apoio aéreo aproximado junto com designadores laser em terra.  O LST/SCAM realiza busca e aquisição de laser em terra e depois acompanha. Os dados são mostrados no HUD com indicação de posição para auxilar o ataque. O SCAM usa uma camera Perking Elmer de 35mm. O AN/AAR-50 NAVFLIR é usado nos F/A-18D do USMC para ataque noturno com as imagens do FLIR projetadas no HUD. O NAVFLIR tem FLIR com campo de visão fixo de 19,5 por 19,5 graus. Pesa 97kg e tem 1,98 metros de comprimento. Os pilotos também usam óculos de visão noturna.

O modelo AAS-38B tem um Laser Spot Tracker (LST) e não precisa operar junto com o casulo ASQ-173. Com o LST integrado ficou mais fácil adquirir laser de outra fonte. O AAS-38B também tem novos modos ar-ar como acompanha enquanto varre (TWS) passivo. Está sendo comercializado desde 1995 com entrega já em 1996. O AN/AAS-46 NITE Hawk SC (Self-Cooled) foi projetado para o F/A-18E/F Super Hornet e com capacidade de voar supersônico. O SC foi testado no F-14, F-15E, F-16 e Harrier. O desenvolvimento terminou em 1996. Outra versão é o Block III com FLIR de Terceira Geração substituindo o FLIR de Primeira Geração e que pode ser instalado em programas de modernização.

O Nite Hawk está em uso em vários operadores do F/A-18. O AAS-38A foi comprado pela Austrália (29), Kuwait (8), Espanha (18) e US Navy/USMC (198). O AAS-38B foi comprado pelo Canadá (13), Kuwait (8), Malásia (4), Suíça (2) e US Navy/USMC (116). Os casulos da US Navy e USMC foram entregues entre 1989 a 1995 com uso operacional a partir de 1992. A Espanha usa desde 1995. Em 1995 o NITE Hawk foi base para equipar o Eurofighter. Os Nite Hawk da US Navy /USMC serão substituídos pelo ATFLIR e Litening.

Durante a Guerra do Golfo em 1991, os F/A-18D do esquadrão VFMA-121 do USMC eram um esquadrão de ataque noturno, mas realizaram operações de Fast FAC (controle aéreo avançado a jato). Voavam sobre o campo de batalha apenas com os Sidewinder para se defender e foguetes de fósforo de 127mm. Operavam a noite com o FLIR e óculos de visão noturna a procura de alvos que eram marcados com os foguetes de fósforos para depois serem atacados pelo F/A-18, AV-8B, F-16, A-10 e A-6. Também podiam atacar alvos com os foguetes e o canhão ou designar alvos com o laser para outras aeronaves. A US Navy tinha poucas bombas guiadas a laser em estoque ao contrário da USAF.  

Durante a invasão do Iraque em 2003 todos os F/A-18, e também os F-14, tinham um casulo com designador laser. Os Hornet usavam o NITE Hawk. Os pilotos o consideravam temperamental. Uns gostavam e outros não. A maioria compara mal com o LANTIRN do Tomcat e alguns bem. Não é considerado bom para gravar imagens como o LANTIRN.

O FLIR do Nite hawk era considerado ruim para detectar alvos. Os pilotos tinham que voar mais baixo enquanto outras aeronaves equipadas com o Litening como o Harrier e F-15E e o F-14 com uma versão mais atual do LANTIRN voavam mais alto. Os F/A-18 tinham que adquirir o alvo visualmente ou com binóculos e usavam o casulo mais para disparar bombas guiadas a laser ou com coordenadas passadas pelos controladores aéreos (FACA). Com óculos de visão noturna a resolução era tão ruim quanto o FLIR do Nite Hawk. Os pilotos dos Hornet gostavam de operar com os Tomcat atuado como FACA pois o "buddy laser" para eles era melhor e ficavam mais tempo no ar procurando alvos.

Em uma ocasião uma um piloto cita que uma dupla F/A-18 ia disparar uma bomba guiada a laser contra um blindado T-72 e viram duas coisas passando próximo e cruzando o caminho. Depois perceberam que eram bombas guiadas a laser disparadas pleos Harriers equipadas com o Litening que detectou os carros de combate iraquianos a grande distancia. Os F/A-18D vão receber o casulo Litening o que também resolver problema de curto alcance que tiveram durante a invasão do Iraque visto que pode adquirir alvos mais rápido e economizar combustível.

Nite Hawk
A US Navy usa o Nite Hawk desde 1992. Antes os Hornet só podiam disparar bombas guiadas a laser com iluminação de controladores em terra ou outras aeronaves. O LTD/R mostrou ser mais preciso para guiar bombas burras que os modos de radar.

Nite Hawk
As imagens do Nite Hawk mostradas no MFD tem pouca definição usa um display pequeno.


A imagem mostra a definição do Nite Hawk. .

Próxima Parte: Casulos Europeus de Segunda Geração


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