Ataque as Bases Aéreas

B-1 Kosovo

"Os caças são uma criatura estranha. No ar, reabastecido, armado e comandado por um bom piloto, é a encarnação do poder e da capacidade de luta que leva medo aos blindados e navios no mar. Mas esta mesma aeronave, tão poderosa no ar, é um objeto frágil no solo. Não apenas é indefeso, mas também não tem a mínima capacidade de defesa. Parada na pista, desajeitado e prostrado, fica a mercê de qualquer inimigo. Não apenas está vulnerável a ataques aéreos (que tornam a bases aéreas um alto muito atrativo durante a guerra), mas até mesmo a um simples morteiro, bem usado, pode deixá-lo em peças. Custa uma fortuna, pode decidir uma guerra, e ainda assim, fica inofensivo como um bebê." Ezer Weizmann, Comandando da Força Aérea de Israel durante a guerra de 1967.


A principal tarefa do Poder Aéreo no inicio de uma guerra é neutralizar o poder aéreo inimigo. Uma forma de fazer isso rapidamente, e é considerado muito efetivo, é atacar o inimigo no solo. Degradar a razão de saídas do inimigo temporariamente, ao invés de no ar, pode ser o suficiente e basta atacar as pistas de pouso. Destruir o inimigo no ar é bem mais difícil que em terra, mas ainda é difícil. As aeronaves sempre estão mais concentradas em terra que no ar. Destruir instalações ainda pode ser efetivo para manter o inimigo no chão conseguindo neutralizar o poder aéreo inimigo ao invés de destruir. A doutrina da OTAN denomina estas ações de Operações Offensive Counterair (OCA) e inclui ataques a bases aéreas, além de atacar as aeronaves inimigas no ar e a supressão de defesas. A seguir serão descritos como o Poder Aéreo vem sendo atacado em terra para se conseguir obter superioridade aérea durante os conflitos.

Primeira Guerra Mundial

O primeiro ataque notificado contra base aérea foi na Primeira Guerra Mundial no dia 24 de agosto de 1914 quando uma aeronave britânica atacou com uma bomba três aeronaves alemãs em um campo de pouso em Lessines. Não foi notado dano, mas foi a primeira operação de ataque a bases aéreas (ABA - Airbase Attack), uma operação que se repetiria em praticamente todo conflito dai em diante.

Quando as aeronaves ficavam baseadas em um local por muito tempo eles chamavam a atenção do inimigo. Em 1917 os alemães começaram os ataques aéreos contra alvos em terra com grande sucesso. Os britânicos tinham muita dificuldade em interceptar estes ataques. Uma medida foi atacar os aeródromos alemães. O objetivo era forçar a transferência para a retaguarda para diminuir a influencia na campanha terrestre, mas os alemães reagiram com melhorias nas defesas das bases. Já os britânicos iniciaram com idéias de fortificar hangares e instalações de manutenção e usar instalações subterrâneas. As bases foram protegidas com artilharia antiaérea e usaram bases falsas. As defesa ativas melhoraram progressivamente com melhores armas automáticas, luzes de busca e metralhadora. Os alemães também usavam camuflagem, pintando o topo das aeronaves para atrapalhar o reconhecimento aéreo e com bases falsas perto das bases reais.

Antes da Segunda Guerra Mundial foi dada pouca prioridade em atacar aeronaves nas bases aéreas por duas razões aparentes. A primeira é que as aeronaves ainda estavam na infância e as de combate ainda teriam pouco impacto nas campanhas em terra e no mar. Foram poucas melhorias nas aeronaves após a Primeira Guerra Mundial e as instalações das bases eram apenas tendas. Algumas bases eram usadas como pasto e os pilotos decolavam na direção que achavam melhor no momento e livre de animais.

Polônia

Logo que a Alemanha atacava um país, a Luftwaffe atacava os inimigos em terra. A doutrina incluía ataques agressivos contra bases aéreas como parte da Blitzkrieg. As aeronaves da época desenvolveram-se mais que a artilharia antiaérea que ainda era apontada visualmente.

Os alemães atacaram nove das doze bases polonesas no dia 1 de setembro de 1939 destruindo tudo que encontravam. Eram duas mil aeronaves alemãs contra 935 polonesas. Nos dias antes da guerra, com a grande agressividade alemã, os poloneses dispersaram suas aeronaves. Os poloneses tinham um programa de dispersão e camuflagem das aeronaves e poucas foram destruídas nos primeiros ataques. As aeronaves destruídas eram absoletas ou não podiam ser reparadas. A Força Aérea Polonesa continuou operando e destruiu 126 aeronaves alemãs durante a campanha.


Bélgica, Holanda e Noruega

Após o ataque a Polônia, a Luftwaffe teve como próximos alvos a Noruega e a Bélgica. Foi a primeira vez que foram realizados grandes assaltos aéreos com planadores e pára-quedistas. Os bombardeiros alemães atacaram a base de Waalhaven no dia 10 de maio de 1940 a baixa e média altitude. Sofreram relativamente muito nas mãos da artilharia antiaérea, mas os pára-quedistas conseguiram capturar a base. As defesas holandesas derrubaram 315 aeronaves alemãs, tornando a operação cara para a Luftwaffe. Os alemães depois usaram pára-quedistas para capturar outras bases aéreas. Os Ju-52 usados para um pouso de assalto em Ypenburg tiveram muitas perdas para a artilharia antiaérea.

Na invasão da Bélgica foi mais fácil. As aeronaves não estavam dispersas nem defendidas em terra. O ataque no dia 10 de maio de 1940 destruiu praticamente toda a força aérea belga. As aeronaves que sobreviveram voaram para a França e tiveram pouco uso devido a idade e obsolecência.

Na Noruega os alemães usaram pára-quedistas e pouso de assalto para inserir tropas e capturar o "coração" do pais. Os alemães falharam na inserção por mar, mas a pequena força de pára-quedistas capturou o aeroporto de Oslo e a Luftwaffe iniciou as operações para levar combustível, munição e forças terrestres, além de caças adicionais. No fim do dia os pára-quedistas foram usados para capturar a base aérea de Sola e no fim do dia havia 180 aeronaves alemãs no país. No dia seguinte os alemães capturaram outras base aéreas. A velocidade que capturaram as bases aéreas e transformaram em bases operacionais para apoiar as próprias ações foi uma das maiores surpresas da campanha. Da mesma forma, devido a dificuldade dos alemães de inserir tropas na Noruega por outros meios, a falha em defender suas bases aéreas custou a Noruega a guerra.

França

O objetivo principal alemão durante a invasão da França era conseguir superioridade aérea no campo de batalha atacando as bases aéreas e aeronaves no ar. A Luftwaffe obteve sucesso, e as aeronaves francesas que sobreviveram ficaram na defensiva no resto da campanha. Por exemplo, todas as 18 aeronaves do Esquadrão 114 da RAF foram destruídas ou incapacitadas durante um ataque a base de Conde Vraux. O mesmo ocorreu com Esquadrão de bombardeio 142. Os que sobreviveram sofreram ataques contínuos ainda no solo. Um grupo de Dewoitine 520 que lutaram bem no ar, sofreram 50% das perdas no solo devido aos ataques alemães.

Batalha da Inglaterra

Batalha da Inglaterra foi o nome dado a campanha aérea de agosto a setembro de 1940 onde a Luftwaffe tentou destruir a RAF em preparação a operação anfíbia de invasão da Inglaterra. Foi a maior derrota estratégica da Alemanha e levou ao cancelamento dos planos de invasão. A operação deixou a Inglaterra nas mãos dos aliados e permitiu construir forças que levaram a ofensiva combinada de bombardeio e a invasão da Normandia.

A primeira perda da Alemanha na campanha foi a guerra de informação. A inteligência alemã estimava que RAF, particularmente as defesas de caças, era muito menor que o previsto. Estes dados errados levaram a pensar que eram muito mais poderosos que a realidade. Foi previsto que em quatro dias de ataques iriam quebrar as força de caças. Mais quatro semanas de operações eliminaria o resto da RAF e permitiria destruir as fabricas que produziam caças. Outra falha foi desconhecer direito a rede de radares britânicos. Os ataques iniciais foram logo parados. Os radares permitiram que a RAF respondesse efetivamente aos ataques da Luftwaffe e proteger as próprias bases.

O planejamento inicial para a Batalha da Inglaterra previa uma ofensiva agressiva contra a RAF. O objetivo principal era conseguir superioridade aérea e seria conseguido atacando bases aéreas e fabricas de aeronaves. Também atacariam caças no ar. Tiveram sucesso nos ataques as bases aéreas, mas não foram decisivos por varias razões como carga de bombas pequena, defesas antiaéreas efetivas, muitas bases pequenas, existência de bases satélites de dispersão e simplicidade dos campos de pouso.

Os ataque as bases iniciou em 12 de agosto. Eram realizadas geralmente durante o meio dia, com ataque a grande e baixa altitude, atacando praticamente todos os aeródromos britânicos. Os bem defendidos conseguiram infringir grandes baixas no inimigo e mostrou a importância das defesas em terra. Mesmo com boas defesas antiaéreas muitos aeródromos foram muito danificados. Um ataque a média e baixa altitude em Manston deixou a base sem uso temporariamente. No dia 24 de agosto a concentração de atividade na base do Grupo 11 de dia e a noite com o aeródromo Biggin Hill sendo atacado duas vezes a noite. Mesmo com grandes baixas para os alemães, as baixas da RAF era piores.

Os Hurricanes e Spitfires operavam de pista de grama e havia muitas pistas assim espalhadas na Inglaterra. Logo após os primeiros ataques as aeronaves foram dispersadas, mas a falta de telefones e veículos fez as operação descentralizadas ficar difícil. Os alemães atacaram pelo menos duas bases britânicas durante três semanas e meia continuamente e destruíram menos de 20 aeronaves no solo.

Os alemães também lançaram vários pára-quedas vazios, para convencer a população que havia espiões sendo deslocados na retaguarda, como parte da guerra psicológica.

A campanha estava indo bem mas os alemães começaram a mudar os objetivos e perderam os objetivos iniciais de vista. Uma incursão da RAF contra Berlim em 25 de  agosto e 4 de setembro deixou Hitler furioso e ordenou que a Luftwaffe atacasse as cidades. Neste estagio as perdas alemãs passaram a ser inaceitáveis e os planos de invasão foram postergados indefinidamente.

Operação Barbarosa

Em junho de 1941 a Alemanha atacou a Rússia de surpresa. Foram 6 mil aeronaves alemãs atacando quartéis, depósitos, defesas em terra e bases aéreas. Um total de 66 bases aéreas foram atacadas resultando na destruição de cerca de 1.200 aeronaves russas sendo 800 aeronaves no solo perdendo apenas 10 aeronaves. Os Russos e Alemães fizeram um acordo para não se atacarem mas os russos também estavam planejando um ataque surpresa contra os alemães.

A Operação Barbarosa foi meticulosamente encoberta com rumores falsos, desinformações e operações de contra espionagem para que fosse pensada como a invasão da Inglaterra. Cerca de 400 mil tropas foram movidos em um mês para frente de batalha sem serem detectados.


África do Norte (1940 a 1943)

A campanha no norte da África foi caracterizado por frentes fluidas, longas distâncias de deserto e linhas de suprimento tênues. Neste período os britânicos formaram unidades de reconhecimento de longo alcance motorizadas (LRP - Long Range Patrols) para cobrir a retaguarda inimiga e realizar incursões em bases aéreas e instalações. O objetivo era compensar a inferioridade numérica dos Aliados forçando o Eixo a desviar as força da frente para proteger a retaguarda. Outra função era esconder que a principal fonte de inteligência britânica era ter descoberto como funciona o sistema Enigma alemão.

As operações iniciais foram no leste do Egito com a primeira incursão contra uma base em Kufra em setembro de 1940, destruindo um depósito de combustível. Outras patrulhas em 1940 destruíram a primeira aeronave do Eixo, um Savoia S.79 que não estava sendo guardado. O resultado das LRP foram impressionante em relação aos poucos recursos empregados e as LRP foram aumentadas para cinco grupos independentes e renomeados Long Range Desert Group (LRDG). Em 1941 continuaram as operações de incursões contra bases aéreas, incomodando as linhas de suprimento e fazendo reconhecimento.

Com o sucesso do LRDG, o destacamento L do Special Air Service (SAS) foi formado em novembro de 1941 com objetivo primário de atacar bases aéreas. As incursões combinadas do SAS e LRDG continuaram por 1941 até setembro de 1942. O SAS usava inserção por pára-quedas ou veículos de longo alcance até bem próximo do alvo e usavam a furtividade para plantar cargas nas aeronaves durante a noite, ou simplesmente dirigir os veículos na base em alta velocidade e usar metralhadoras para destruir ou danificar as aeronaves. Um total de 367 aeronaves do Eixo foram destruídos pelo SAS no norte da África e Mediterrâneo entre outubro de 1940 a julho de 1943.

A reação do Eixo ao SAS-LRDG foram medidas ativas e passivas. Enviar aeronaves pela manhã após uma incursão permitia encontrar e danificar os incursores em fuga. Melhoraram as defesas passivas e iniciaram patrulhas agressivas o que tornou a tarefa do SAS-LRDG mais difícil e diminui as perdas do Eixo. Outras medidas foram dispersar as aeronaves, plantar campos de minas, realizar patrulhas com cães e usar luzes seletivas. O Special Boat Squadron (SBS) tentou repetir o sucesso contra o aeródromo de Maleme mas voltaram devido as grandes defesas.

Malta

As incursões constantes do Eixo contra a ilha de Malta foi um bom exemplo da capacidade de uma base aérea se recuperar de ataques consecutivos. As bases aéreas britânicas na ilha de Malta foram destruídas varias vezes, mas como não foram tomadas por forças terrestres puderam ser reconstruídas.

Em abril de 1942 foi observado uma média de 170 ataques de bombardeiros na ilha por dia. Em 20 de abril de 1944 a ilha recebeu 47 caças Spitfire. A Luftwaffe tentou destruir estas aeronaves e em três dias lançou 985 toneladas de bombas em Takali e 485 toneladas em Luqa. As duas bases foram arruinadas e 30 dos novos Spitfires foram destruídos. Outras aeronaves foram danificadas nestas incursões e outras depois. Até o fim do conflito 707 aeronaves da RAF foram destruídas em Malta sendo 160 no solo.

A base de Malta fez diminuir os suprimentos alemães para o norte África por navios contribuindo para a derrota do Eixo em El Alamein e depois na Tunísia.

Pearl Harbor

O ataque japonês no Havaí é referido como sendo um ataque surpresa que não podia ser predito, mas mostra que uma analise de inteligência precisa poderia ter evitado o ataque ou diminuído os danos. A vulnerabilidade das bases a ataques aéreos já foram identificadas em 1924. A cultura da época ditava que não era adequado provocar o Japão e que os japoneses não seriam irracionais em atacar antes das negociações cessarem. Não havia clima político na época para guerra. Mesmo assim foram vários alertas.

A inteligência já havia previsto onde seriam os primeiros ataques incluindo mensagens interceptadas. As análises insuficientes e disseminação pobre foram inúteis. Os EUA acreditavam que o Japão focaria na Rússia e Manchúria. Não havia busca constante ao redor da ilha e nem alerta antiaéreo constante. O resultado foi uma completa surpresa táticas japonesa. As bases de Hickam e Wheeler foram bombardeadas e metralhadas. As aeronaves estavam alinhadas lado a lado para evitar sabotagem ao invés de dispersas contra bombardeiros aéreos. Pearl Harbor mostrou que inteligência deve ser rápida e precisa. As medidas de proteção demonstraram o paradoxo de uma ameaça poder deixar as aeronaves vulneráveis a outra ameaça.

wheeler
Base aérea de Wheeler durante o ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941. De 394 aeronaves americanas na ilha, 188 foram destruídas e 159 danificadas enquanto os japoneses perderam 29 aeronaves.

Ilhas Salomão e Guadalcanal


O número limitado de aeródromos que poderiam ser estabelecidos nas ilhas montanhosas no Teatro de Operações do Pacífico significa que os aeródromos já existentes deveriam ser conquistados a qualquer custo. A campanha do Pacífico foi um conjunto de batalhas por bases aéreas. O lado que capturasse mais bases e as conseguisse manter operacional levava vantagem.

A sobrevivência das forças americanas em Guadalcanal dependia basicamente da sobrevivência do aeroporto da ilha. Entre outubro e novembro de 1942 os japoneses fizeram o esforço final para tirar os americanos de Guadalcanal. Havia 90 aeronaves operando em Henderson Field e estavam sendo atacados constantemente por aeronaves japonesas baseadas em Rabaul na ilha de Nova Britânica. No meio de outubro foram feitos ataques combinados por bombardeiros e canhoneio naval a noite, incluindo a partir de couraçados. Na noite de 13 de outubro, 53 projeteis atingiram a pista, sendo que 13 foram reparados enquanto as aeronaves esperavam para pousar. A vitória naval aliada levou ao fim das tentativas de reforçar Guadalcanal.

Assim como em Henderson, outra operações aliadas na Nova Guiné estavam vulneráveis as aeronaves japonesas em Rabaul. Outra base japonesa era em Munda e camuflagem e ocultação evitou que os aliados a descobrissem até iniciar sua as operações. Depois de descoberta foi atacada constantemente. Crateras eram reparadas rapidamente mas os ataques diários evitou seu uso efetivo. O isolamento logístico também passou a afetar a operacionalidade e diminuiu a disponibilidade e geração de saídas das aeronaves japonesas.

Iwo Jima

O bombardeio pré-invasão é outro bom exemplo da capacidade de uma base aérea ser recuperada rapidamente. A ilha com apenas sete quilômetros de comprimento e quatro de largura foi sujeita a um bombardeio naval e aéreo pesado durante a guerra. Nas dez semanas antes do desembarque em 16 de fevereiro de 1945 foram lançadas 6.800 toneladas de bombas, 203 projeteis de 406 mm, 6472 de 203 mm e 15.251 de 155 mm sem conseguir manter a base aérea na ilha inoperável por mais que algumas horas.

Baia de Milne

Localizada na costa leste da Papua Nova Guiné, Milne se tornou um aeródromo em junho de 1942. A base permitia que os aliados controlassem os céus na região leste da área marítima até o Porto Moresby e colocar aeronaves aliadas no alcance das bases japonesas nas ilhas Nova Britânica. Na base havia dois esquadrões de Kittyhawks, uma esquadrilha de Hudsons e unidades terrestres. Em 21 de agosto de 1942 os japoneses tentaram um desembarque anfíbio mas desembarcaram na praia errada e parte da força foi destruída ainda no mar. A base foi atacada por ar e terra, mas os japoneses se retiraram.

Poltava

Um bom exemplo de vulnerabilidade de aeronaves estacionadas sem dispersão e sem proteção foi em Poltava no sul da Rússia em 21 de junho de 1944. A base seria usada por aeronaves B-17 americanas para atacar alvos fora do alcance das bases na Inglaterra e Itália. Depois de atacar alvos na Alemanha voariam para a Rússia onde seriam reabastecidos e rearmados para atacar novamente na direção contraria. A segunda destas missões pousou em 21 de junho de 1944, com os bombardeiros pousando em Poltava e Mirgorod e as escoltas de P-51 pousando em Piryatin. A Luftwaffe havia acompanhado os bombardeiros e sabia onde pousariam, com fotos de reconhecimento confirmando as informações.

Havia 79 bombardeiros B-17 em Poltava alinhados no pátio. Bombardeiros da Luftwaffe atacaram após o por do sol lançando 110 toneladas de bombas de fragmentação e explosiva. Todos os B-17 em Poltava foram danificados, sendo 50 completamente destruídos e 29 precisando de reparos consideráveis. Os russos perderam 26 aeronaves. As bases russas geralmente não tinham escudos defletores e abrigos que poderiam ter diminuído os danos consideravelmente. Não foi feita nenhuma tentativa de camuflar as aeronaves e a cor prateada das aeronaves facilitava a visualização com flares lançados durante o ataque. Nenhum bombardeiro alemão foi derrubado por não haver artilharia antiaérea noturna. O ataque em Mirgorod e Piryatin falharam por falha de navegação. Houve mais baixas com o pessoal no solo com munição que não explodiu que durante o ataque.

Sicília e Normandia

Os sítios de desembarque anfíbio na Sicília estavam relacionados com captura de bases aéreas. O alcance dos caças monomotores no Norte da África era insuficiente para apoiar a invasão. Os primeiros alvos foram Pantelleria e Lampedusa com estas bases alemãs sendo atacadas por bombardeios.

Na invasão da Normandia os Aliados atacavam todas as bases alemãs a até 250 km de distância de Caen. O objetivo era forçar os alemães a operar de bases mais distantes como eram as bases inglesas. Os planos incluíam o deslocamento de caças para base avançadas. No dia D +5 já estavam construindo uma base em Omaha. No avanço subseqüente os aliados passaram a utilizar aeródromos capturados da Luftwaffe. Os Aliados não se protegiam muito pois tinham superioridade aérea total.

Operação Bodenplatte

No dia primeiro de janeiro de 1945 a Luftwarre iniciou uma operação contra as bases aéreas aliadas na Holanda e Bélgica com a operação Bodenplatte. O objetivo era estabelecer superioridade aérea e eliminar os ataques ao exército alemão. Adolf Galland protestou com a intenção de conservar a força de caças para proteger contra os bombardeiros aliados. O ataque com 900 caças conseguiu destruir cerca de 500 aeronaves aliadas no solo, mas ao custo de mais de 300 perdas que seriam bem mais difíceis de repor aos alemães, além dos pilotos. Muitas perdas foram causadas pelas próprias artilharia antiaérea que não sabia do ataque. Os pilotos que participaram da operação eram de defesa aérea e não eram bem trinados para a missão.

Meiktila

Meiktila em Burma é um exemplo devido ao desespero e natureza das defesas. Nos últimos meses da guerra, forças de terra japoneses tentaram tomar a base de Meiktila. A cada noite de março de 1945 a base era assaltada e os britânicos tinham que proteger as aeronaves no perímetro. A cada manhã as forcas terrestres japonesas tinham que ser expulsas para as operações aéreas começarem. Estacionar as aeronaves bem próximas era seguro a noite. A ameaça aérea era pouca na época e pouco efetiva.

As operações contra bases aéreas na Segunda Guerra Mundial mostrou a importância do poder aéreo, junto com a potência, precisão, alcance e confiabilidade. As bases aéreas tomaram grande importância como alvo. As defesas das bases amadureceram. Começaram a ser construídas em camadas e mistas, com canhões e caças. A vulnerabilidade a ataques terrestres e aéreos foi evidente com as primeira táticas de ataque aéreo e operações especiais. Logo ficou patente que uma base aérea podia ser neutralizada por um ataque. Mas a capacidade de recuperação também era importante e as bases precisavam ser atacada com freqüência para se obter um resultado de longo prazo. A combinação de defesas ativas, passivas e recuperação podiam manter uma base aérea operacional e causar baixas inaceitáveis ao adversário.

Burma
Uma base japonesa em Burma sendo atacada pela RAF. Os britânicos usavam bombas com espoleta de tempo para atrapalhar as equipes de reparos.


Guerra da Coréia

Enquanto as aeronaves a hélice operavam facilmente de pistas de terra de comprimento moderado, os jatos que começaram operar na Coréia precisavam de pistas longas capazes de resistir a impactos de aeronaves com pneus de alta pressão. A qualidade da pavimentação teve os requerimentos expandidos.

O primeiro caça a jato americano foi o F-80 Shooting Star com desempenho muito superior aos caças a hélice que substituiu, mas precisava de pistas longas e resistentes. A pressão dos pneus passou de 80 psi para 200 psi. Os jatos pousavam em velocidade bem maior e com peso bem maior. Os motores a jatos eram vulneráveis a ingestão de objetos estranhos na superfície da pista. As novas especificações das pistas exigiam o triplo do esforço de uma base típica da Segunda Guerra Mundial.

Quando as poucas pistas na península da Coréia capazes de operar jatos foram tomada em 1950 pela Coréia do Norte na ofensiva inicial,

Após perderam Kimpo e Suwon foram tomadas pela Coréia do Norte em 1950 na ofensiva inicial, a ONU não tinha mais bases na Coréia para operar caças a jato. Os esquadrões de F-80 tiveram que operar a partir do Japão ficando limitados como na invasão da Normandia. O aumento da distância diminuiu o desempenho e influenciou na guerra. Mesmo no Japão havia apenas quatro pistas capazes de suportar jatos carregados para o combate.

Das seis pistas na Coréia do Sul capazes de operar jatos, três foram capturadas pelos norte coreanos. Uma precisava de trabalho a longo prazo. Só sobrou Pohang e Taegu. As telas de Perforated Steel Planking (PSP) foram colocados nas duas pistas, mas logo foi observado que apenas os F-51 Mustang poderia operar nas bases. Foi calculado que um F-51 operando em Taegu equivalia a quatro F-80 operando em Kyushu no Japão para apoio aéreo aproximado. As forças da ONU ficaram sem poder aéreo disponível. Além das pistas ruins, a infra-estrutura era ruim para moradia e levou a várias doenças nas tripulações. A manutenção também foi afetada.

As operações contra as bases aéreas norte coreanas iniciaram logo no inicio do conflito. As bases aéreas foram rapidamente destruídas pela aviação da ONU. As aeronaves YAK a pistão foram todas destruídas nas primeiras semanas. A superioridade aérea foi rápida em todo o teatro de operações. Os comunistas logo perceberam que não podiam reparar as base e reconstruir a força aérea em uma área dominada pelas ONU. Como resultado, os norte coreanos e os chineses passaram a operar a partir de bases na China. Faziam incursões tipo "hit and run" na Coréia do Norte até o sul do rio Yalu em uma região conhecido como "Mig Alley". As bases na China foram proibidas de serem atacadas.

Em 1951 havia 445 MiGs operando além do rio Yalu. Por dois anos dos F-86 sobrevoavam a fronteira e observavam as bases de Tapao, Antung, Tatungkou e Takishan repletas de MiG-15, mas não podiam fazer nada por estarem do outro lado do rio. Mesmo assim a Coréia do Norte tentou criar bases no país. Durante uma missão de reconhecimento de rotina no dia 25 de setembro de 1951 foi descoberto bases avançadas em Saamcham. Era uma pista de outras três distantes 35km uma da outra. Se fossem completadas o "Mig Alley" seria avançada para até Pyongyang. A proteção das bases poderia tornar a tarefa de ataque difícil. O resultado foi um ataque imediato, diurno e noturno, pelos B-29, agora designados com bombardeiros médios.

Antes da trégua de junho de 1952, a Coréia do Norte tentou reparar as bases inutilizadas desde 1951. A movimentação de tropas foi proibida, mas tinham a intenção de reparar rápido e descolar aeronaves para as pistas. Mas a ONU percebeu o plano e iniciou a operação Joint Airfield Neutralisation Program (JANP) para atacar 35 bases. O objetivo era manter superioridade maior que 1.000 para os MiG-15 não poderem pousar. Até 23 de junho apenas uma base não tinha sido neutralizada.

As bases aéreas não são vulneráveis apenas ao efeito direto de bombas e canhões dos ataques das aeronaves. Características regionais e locais únicas podem complicar a avaliação de venerabilidade das bases aéreas. Um dos ataques do JANP tinha como objetivo inundar uma com água da represa de Toksang e Kusong. Porém, a Coréia do Norte conseguir drenar a água das represas e evitar uma eliminação catastrófica. O exemplo ilustra  que o objetivo deve considerar seus arredores.

Com a falha da trégua, a ONU continuaram os ataques as bases para garantir que cada uma fosse neutralizada em quatro a cinco dias se necessário. O reconhecimento aéreo mostrou que os danos de bombas de 45kg eram facilmente reparáveis e os ataques passavam a ser feitos com bombas de pelo menos 227kg. Crateras maiores são bem mais difíceis de reparar. A capacidade de reparar melhora com o passar do tempo com as equipes ficando cada vez mais bem treinadas. Os abrigos protegidos da Coréia do Norte mostraram que eram vulneráveis a ataques consecutivos. Manter bases fechadas precisa de ataques repetidos e reconhecimento freqüente.

A Guerra da Coréia foi o primeiro conflito com jatos e com maior requerimento de apoio das bases. A disponibilidade de bases adequadas foi crucial para influenciar a guerra. Até o avanço de Pusan ficou dependendo da velocidade para tornar as bases de Kimpo e Suwon operacionais. A China e Coréia do Norte estavam equipadas com aeronaves da Segunda Guerra Mundial que podiam usar bases improvisadas e complicaria as ações contra as bases aéreas da ONU, mas ficando vulneráveis no ar.

A Guerra da Coréia mostrou novas técnicas e opções para os próximos conflitos. Os santuários políticos era a melhor proteção para a aviação da Coréia do Norte e também usavam muito despistamento e dispersão diminuindo as perda das bases.

Mesmo com táticas da Segunda Guerra Mundial a Guerra da Coréia foi um passo a frente nas táticas de ataque as bases aéreas. As bases aéreas podiam ser desabilitadas temporariamente se necessário, mas também reparadas rapidamente. Para fechar uma base aérea por mais tempo os ataques tem que ser freqüentes. O objetivo é diminuir o impacto da aviação na frente de batalha. A destruição das bases aéreas e a necessidade de interceptar bombardeiros limitaram os coreanos a tarefas ar-ar. A batalha de dois anos da campanha das bases aéreas contribuiu significativamente para controlar as bases aéreas.

Coréia
A base de Taechon na Goréia do Norte foi devastada por uma campanha de bombardeio aéreo. Durante a Guerra da Coréia a USAF voou 720.980 saídas e lançou 476 mil toneladas de bombas contra as bases aéreas coreanas, destruindo ou danificando 2.100 aeronaves.


Campanha do Sinai-Suez de 1956

Em 1956 a Força Aérea do Egito estava equipada com 80 caças MiG-15, 45 IL-28, 82 Meteor e Vampire e 200 outras aeronaves. Os ataques britânico e franceses que predominaram contra as bases do Egito durante a retomada do Canal de Suez. O primeiro ataque foi a noite contra as bases no Egito. Com bombardeio a grande altitude e pouco preciso, a Força Aérea do Egito sobreviveu mesmo sem proteção. O ataque dos caças seguiram pela manhã no dia 1 e 2 de novembro. Até o dia 2 a Força Aérea do Egito foi destruída no solo. A maioria das bases foi fechadas por bombardeiros.

Os ataques foram lançados de porta-aviões no Mediterrâneo, e a partir de bases no Chipre e Malta, e bases israelenses. Nas bases de Nicosia e Acrotiri no Chipre as aeronaves não foram protegidas e nem camufladas, mas também não foram atacadas pelos egípcios e apenas um ataque terrorista sabotou um Hunter.

Na base de Almaza havia oito MiG-17 que estavam camuflados próximo ao hangar e não foram atacados pela primeira onda de ataque. As incursões subseqüentes os atingiram, mas se fossem movimentados poderiam ter sobrevivido. Isso mostra que a proteção rápida e mesmo despistamento rápido pode ser eficiente para proteger caças nos pátios.

A Base egípcia de El Gamil foi alvo de assalto pára-quedistas pelo Terceiro Para. Após o ataque de caças embarcados, 600 pára-quedistas saltaram na base na manhã de 5 de novembro seguidos de equipamento pesados. Os obstáculos na pista foram usados como cobertura pelos pára-quedistas. A pista foi limpa em 30 minutos e passou a aceitar aeronave no meio dia.

O Egito usou táticas de voar caças para paises amigos com a Síria e Arábia Saudita como feito no Vietnã e Coréia, mas não foi efetivo no Golfo com os iraquianos fugindo para o Irã.

O conflito mostrou que aeronaves estacionadas em pátio aberto são alvos fáceis. A Força Aérea Israelense observou o sucesso dos ataques britânicos e franceses e passou a planejar ataques preventivos contra os vizinhos árabes.

Guerra dos Seis Dias - 1967

A Guerra dos Seis Dias começou na manhã de seis de junho de 1967 com a Força Aérea Israelense atacando bases aéreas do Egito na Operação Moked. Os Israelenses estudaram cuidadosamente os ataques britânicos e franceses contra o Egito durante a crise de Suez e notaram o resultado ruim dos bombardeiros noturnos a média altitude. Concluíram que a melhor técnica seria um ataque diurno a baixa altitude. Novamente o Egito estava totalmente despreparado para este tipo de ataque e não tomou medidas preventivas para defender suas bases aéreas ou proteger suas aeronaves.

A Operação Moked (foco) foi planejada durante cinco anos, com dados de inteligência militar de todas as forças aéreas árabes (pessoal, bases, aviões, etc) recolhidos diariamente. Foi considerado detalhes como o horário do café da manhã dos pilotos até onde ficavam os alvos falsos.

O objetivo da operação era conseguir a superioridade aérea em uma guerra contra as nações árabes dentro de 6 horas. Israel não poderia travar uma guerra defensiva ou de atrito contra os Árabes, o que era esperado. Somente uma ação preventiva poderia evitar a destruição do país. A defesa contra um ataque aéreo era difícil, porque o pais era pequeno demais para que qualquer sistema de aviso antecipado desse tempo aos caças israelenses de levantarem vôo. Cairo ficava a 25 minutos de vôo de Tel Aviv, mas Tel Aviv distava apenas 4 minutos e meio de vôo da base aérea egípcia avançada de El Arish.

A operação foi ensaiada intensamente no deserto do Negev, onde os pilotos israelenses praticaram vôo rasante, bombardeio de precisão e destruição de modelos de alvos terrestres semelhantes aos aeródromos egíp¬cios.

Israel tinha 196 caça de primeira linha sendo que ficaram quatro na defesa em terra incluindo um MiG-21iraquiano que desertou. Já os árabes tinham mais de 600 caças de primeira linha.

O objetivo inicial era atacar nove aeródromos no Egito: El Arish, Jebel Libni, Bir Gifgafa e Bir Thamada no Sinai; Fayid e Kabrit, no Canal de Suez; Abu Sueir e Cairo Oeste, na área do Delta; e Beni Sueif a cerca de 100 km ao sul do Cairo.

Os atacantes aproximaram-se em vôo rasante, para evitar detecção, subindo somente ao chegarem perto dos alvos, aparecendo de repente nos radares egípcios. A subida final foi um ardil deliberadamente aplicado para dar aos egípcios um aviso tardio e induzir seus pilotos a tentar levantar vôo. Surpreendidos nas pistas de pouso ou nas carlingas dos seus aparelhos, seriam também destruídos com eles.

Os ataques consistiam de três ondas de quatro caça por base. Cada esquadrilha ficou sete a dez minutos atacando e era seguido de outra esquadrilha. As aeronaves voltavam para as bases, reabasteciam rapidamente e logo decolaram nova mente para atacar os aeroportos egípcios mais distantes. O turnaroud rápido permitiu voltar em uma hora o que foi possível com treinamento das equipes de solo. Os aeródromos árabes ficaram sob ataque por três horas.

A principal arma foi o canhão pois penetrariam baixa altitude e levariam poucas bombas para atingir longas distancias. Voar baixo deixou os mísseis SA-2 inefetivos e nenhum caça israelense foi derrubado por SAM. As ondas de caças faziam três a quatro passadas no alvo. Atacavam primeiro com o canhão e depois disparavam suas bombas nas pistas. Os caças estavam alinhados no pátio e eram alvos fáceis.

No fim do dia Israel já tinha atacado 17 bases no Egito, destruindo 300 caças, metade da força aérea egípcia, em menos de três horas. No total foram 451 aeronaves árabes destruídas nos dois primeiros dias dos quais apenas 58 foram em combates aéreos. Várias aeronaves egípcias que conseguiram decolar durante os ataques iniciais e sobreviveram aos combates aéreos foram destruídas após pousar nas pistas danificadas. Israel perdeu 26 aeronaves, sendo 19 em ataques contra o Egito.

Assim a Força Aérea de Israel conseguiu superioridade aérea imediata e foi capaz de realizar apoio aéreo aproximado e interdição do campo de batalha efetivamente para apoiar as operações terrestres. O impacto nas tropas de terra egípcias foi negativo por não conseguiram ganhar no ar. O efeito psicológico e as ações do inimigo se reforçam. Os russos sabem muito bem disso com a experiência na Segunda Guerra Mundial e investem pesado em mísseis SAM para proteger seu exercito.

Os egípcios cometeram erros básicos como falta de dispersão, camuflagem e sem capacidade de contra-ataque preparada. As posições de artilharia antiaérea estavam mal preparadas e sem proteção básica. As defesas das bases árabes eram inadequadas, com as aeronaves alinhadas no pátio. Os egípcios colocaram aeronaves falsas nas bases para confundir os atacantes, mas foram empregadas fora da realidade e o emprego de fotografia avançada por Israel fez o despistamento falhar (ou tiveram informações de espiões). Os alvos falsos estavam estacionados em locais onde não havia instalações de combustível ou proteção do exaustor como um pátio funcional teria. Já as bases sírias tinham pelo menos 10 MiG-17 e MiG-21 falsos durante o ataque surpresa. Israel só atacou os alvos verdadeiros supeitando-se de traidores na bases.

A Guerra dos Seis Dias foi a primeira campanha onde munição dedicada ao ataque a pista foi usado. A bomba Dibber israelense usava retrofoguetes e pára-quedas para desacelerar após ser disparada a baixa altitude. O pára-quedas depois auxiliava a arma a apontar para o solo em angulo ideal. Um foguete dentro da bomba era disparado em direção a pista. A ogiva detonava abaixo da superfície da pista para aumentar o tamanho da cratera. A espoleta de tempo também era usada para prevenir que as forças de reparo se aproximassem do local. Mesmo assim as pistas eram reparadas rapidamente apesar das perdas das aeronaves não pudessem ser contornado. As crateras nas pistas eram fáceis de reparar, mas as explosões atrasadas atrasou o trabalho. Os ataques subseqüentes atrapalhou mais ainda e o moral das equipas de reparo ficou muito baixo. A Dibber não precisava de um sistema de mira própria e o piloto só precisa voar sobre pista e disparar. Nenhuma delas foi lançada nos aeródromos do Sinai, que os israelenses esperavam capturar para usá-los eles próprios.

A doutrina e surpresa contribuíram muito para a derrota árabe. Os egípcios sabiam que um ataque estava a caminho e falhou em antecipar o quanto seria destrutivo. Quando o ataque iniciou o alto comando estava separado das unidades e os subordinados falharam em tomar a iniciativa e responder de acordo.

1967
Um Mirage fotografa uma base egípcia após o ataque inicial para avaliar os danos de batalha.


Guerra do Yom Kippur (1973)

No dia 5 de outubro de 1973, caças da Síria e Egito atacaram Israel antes da ofensiva terrestre. A primeira reação israelense foi atacar as bases aéreas avançadas do Egito de onde atacavam as fortificações israelenses no canal de Suez. Mas desta fez o Egito aprendeu as lições de 1967 e melhorou muito a resistência das suas bases. Centenas de hangares de concreto (HAS - Hardened Aircraft Shelters) foram construídos, pistas múltiplas e pistas de taxiamento mista foram usadas como redundância. O Egito construiu mais de mil HAS com depósitos de combustível e posto de comando subterrâneos além de adicionar muita defesa aérea ativa (artilharia antiaérea e mísseis SAM). Durante a guerra Israel só conseguiu destruir um HAS do Egito.

Para um HAS ser destruído é preciso um ataque individual e acerto direto o que era difícil na época, e mesmo assim é difícil saber se tinha uma aeronave dentro. A reação foi atacar a pista principal e de taxiamento para evitar que as aeronaves inimigas decolem ou atrasar as operações aéreas. As instalações deram uma excelente proteção e não podiam ser destruídas por uma bomba de 225kg ou míssil Maverick. Israel só conseguiu destruir 22 aeronaves árabes em terra durante a guerra. A resposta foi atacar as pistas e centros de comando.

As bases aéreas árabes tinham equipes de reparos e levava horas para retornarem a ação. Os ataques as base só as neutralizava por algumas horas, entre nove a doze horas, mas aliviada a ameaça as tropas na linha de frente. Os israelenses monitoravam as ações com ELINT e sabiam se as missões tinham sucesso. Fechar uma base por 24 horas era um grande sucesso.

As defesas ativas também foram reforçadas e incluíam artilharia antiaérea, mísseis SAM e patrulhas de combate aéreo. A falta de surpresa e melhora das defesas antiaéreas diminuíram o sucesso dos ataques contra as bases aéreas durante a guerra. A Base de Akotmiya foi tirada da ação por dois dias após ataques repetidos e Mansura foi fechada por seis dias com sete MiG-21 destruídos no solo.

Antes da guerra o Egito levava caças MiG-21 pendurados em helicópteros Mi-6 para bases próximas ao canal de Suez, que eram raramente usadas, para decolar em emboscadas. O Egito tinha muitas bases reservas para o caso dos MiG-21 ficarem sem combustível o que era bem comum.

Os F-4E de Israel faziam as missões mais complexas como ataques as bases aéreas. A tática mais comum era usar três ondas de ataque. A primeira para distrair os interceptadores para longe, a segunda para varrer os caças no alvo e a terceira onda atacava o alvo. Cada ataque usava de oito a dezesseis aeronaves. A onda de ataque atacava as defesas aéreas com método “dive tossing” ou com bombas em cacho. Depois faziam patrulha de combate aéreo protegendo os atacantes que atacavam com bombas burras. Mesmo voando muito baixo os egípcios tinha muitos sistemas de alerta com uso de postos de observação e os combates aéreos eram freqüentes.

Os ataques egípcios causaram danos consideráveis nas bases aéreas israelenses. A base de Bir Gifgafa teve cinco crateras na pista principal que levaram quatro horas para serem reparadas. A torre de controle foi destruída. Aeronaves pousando em Ras Nasrani tiveram que se desviar das crateras durante o pouso com um F-4 sendo danificado. A síria conseguiu realizar um ataque com sucesso contra a base aérea de Ramat David na noite de 8/9 outubro com mísseis FROG causando danos e baixas. No dia seis de outubro o Egito lançou uma incursões de comandos levados por helicópteros contra a base de Redfin, Ras Sudar e Tasa. Os helicóptero Mi-8 foram atacados por caças e tiveram baixas pesadas.

As guerras árabes israelenses demonstraram como seria o uso futuro dos ataques as bases aéreas com jatos rápidos a baixa altitude usando armas especializadas com sistemas de pontaria de precisão. As aeronaves estacionadas no pátio mostraram ser ainda mais vulneráveis que durante as guerra anteriores. A construção de HAS nas bases aéreas da OTAN e Pacto de Varsóvia foi resultado direto do sucesso Israel em 1967. O sucesso egípcio comprovou que eram necessários.

Entre as lições da Guerra do Yom Kippur foi a necessidade de armas “stand-off”, além de comunicações adicionais, guerra eletrônica e inteligência. A primeira arma de precisão de Israel foi a GBU-15 seguida da Piramid de projeto local.

Qwisna
Dois Hunter iraquianos estão marcados na foto acima durante um ataque aéreo a base de Qwisna no Egito em 10 de outubro de 1973 pelos F-4E do Esquadrão 119.

Elmaza
Fotos de um ataque contra a base de Elmaza próxima a Damasco na Síria em 11 de outubro mostrando o impacto de bombas em cacho e bombas burras. As fotos mostram que as bombas burras tem efeito mais concentrado enquanto as bombas em cacho tem efeito mais espalhado sendo melhores contra defesas aéreas.

Dmier
Fotos ao ataque a base de Dmier realizado em 13 de outubro de 1973 pelos F-4E do Esquadrão 107.

Tanta
Foto do ataque a base de Tanta no Egito em 14 de outubro de 1973 de onde operava os Mirage 5 líbios.


Guerra do Vietnã

O Vietnã do Norte não tinha capacidade ofensiva no ar e a ameaça as bases aéreas americanas era basicamente terrestre. Da Nang estava próximo da fronteira e seria um alvo tentador com dezenas de aeronaves estacionadas juntas sem proteção, tanques de combustível expostos e áreas de munição fora de local segura. As defesas eram baseadas em mísseis Hawk e interceptadores, mas o Vietnã do Norte nunca tentou atacá-la.

O número de bases aéreas americanas no Vietnã do Sul durante o início das atividades era pequeno e tiveram que construir novas bases. As primeiras forças no Vietnã tinham o objetivo inicial de cuidar das bases. As bases para jatos precisavam ser maiores, mais resistentes e lisas que as existentes.

Entre 1964 a 1973 o Vietcongue e o Exército do Vietnã do Norte atacam bases americanas 475 vezes destruindo 99 aeronaves americanas e do Vietnã do Sul e danificando mais 1.170. Os ataques contra bases avançadas e pequenas bases aumentou o número de aeronaves aliadas destruídas para 375.

No inicio do conflito a segurança das bases era bem relaxada. A maioria das bases não tinha muros e as defesas eram leves. Com as bases recebendo aeronaves sofisticadas, logo se tornaram alvos tentadores. Como o Vietnã do Norte fazia guerra de atrito, os ataques em pequena escala foram apropriados.

Os ataques em Bien Hoa demonstram o efeito destrutivo de uma pequena equipe com boa capacidade de infiltração e boa inteligência. Logo após a meia noite do dia 1 de novembro de 1964, uma pequena equipe infiltrou por 400 metros do perímetro da base com seis morteiros de 81mm. Dispararam 83 tiros na base, atacando aeronaves B-57 estacionados lado a lado. Cinco foram destruídas, oito receberam danos grandes e sete com danos leves. Um esquadrão inteiro ficou fora de ação por uma equipe que escapou sem perdas.

Ataques com armas de longo alcance como foguetes e morteiros foram 96% dos ataques. A partir de 1968, o sucesso diminui com contramedidas tomadas pelos americanos. Após 1970, o sucesso novamente aumentou com o Vietcongue aprendendo com os erros e adotando táticas melhores.

Vietnã
Um F-100 americano destruído por um foguete de 107mm que o atingiu direto por estar em um abrigo reforçado incompleto. O ataque ocorreu no dia 23 de fevereiro de 1969 em Bien Hoa.

As ações contra as bases aéreas do Vietnã do Norte foram concentradas em ataques aéreos. Antes do incidente do golfo de Tonkin, o Vietnã do Norte não tinha nenhuma aeronave de combate e apenas de treinamento e transporte. Em agosto de 1964, caças MiG-15 e MiG-17 começaram a aparecer nas bases aéreas do Vietnã do Norte sendo fornecidas pela China.

Entre 1962 a 1964, o Vietnã do Norte, com ajuda soviética e chinesa, desenvolveu sua força aérea. Quatro aeródromos no Vietnã do Norte foram construídos para receber jatos (Phuc Yen, Gia Lam, Kep e Kien An). Nove outros aeródromos eram capazes de receber aeronaves a hélice. Até meio de 1965, a ameaça aérea era vista como tolerável e apenas no fim de 1966 que o Vietnã do Norte começou a incomodar das aeronaves americanas. Algumas das pequenas bases do Vietnã do Norte foram atacadas e fechadas por forças dos EUA e Vietnã do Sul em 1965 mas sem influenciar a ameaça dos MiGs. Durante a guerra, Phuc Yen e Kep foram as bases primarias dos MiGs do Vietnã do Norte com outras bases sendo usadas como dispersão e flexibilidade operacional.

Em março de 1965, foi iniciado a operação Rolling Thunder. Esta operação durou três anos e consistiu em uma séria de ataques intermitentes contra alvos no Vietnã do Norte incluindo bases aéreas. Mesmo com ataques pesados contra as bases aéreas, foram considerados inefetivos em atrapalhar as operações aéreas do Vietnã do Norte.

As aeronaves do Vietnã do Norte freqüentemente eram evacuadas para santuários na China ou áreas de dispersão. Devido a natureza intermitente das incursões do Rolling Thunder, qualquer dano substancial nas bases aéreas podiam ser reparados durante as pausas nos bombardeios. Os EUA também não tinha condições de atacar com mau tempo o que era freqüente na região.

O Vietnã do Norte usava medidas de defesas passivas de forma extensiva para proteger seus aeródromos e aeronaves estacionadas. Algumas medidas incluíam usar áreas de estacionamento coberta longe das bases, tanques de combustível enterrados, áreas de dispersão externas e camuflagem nas defesas antiaéreas e instalações de apoio. A maioria das grandes bases aéreas do Vietnã do Norte estavam próximas de áreas populosas e por isso fora da ação dos caças americanos.

Os radares das bases ficavam a 5-10km da base e outros radares ajudavam os interceptadores que operavam nas bases. O contato com outras bases era feito por rádio, telefone e mensageiros. As instalações de armazenamento também ficavam a 10km de distância com o óleo e combustível sendo movido se necessário e não armazenado no local.

Cerca de 70 mil blocos de concretos foram manufaturados e armazenados próximos das bases para reparo rápido. Eram blocos de 1,8 x 1,8 metros, com 20cm de espessura e outros de 1x1 metro com 16cm de espessura. Cada base tinha cerca de 150 especialistas para reparos para cada base. As bases eram muito bem protegidas por regimentos e baterias de mísseis SAM e artilharia antiaérea.

Os abrigos das aeronaves ficavam entre 500 metros a 2km da pista e as vezes a 3km de distância. As vezes as pistas de taxiamento do abrigo funcionava como pista. Os vietnamitas logo passaram a esconder seus MiGs nas cidades próximas no fim do conflito. Os helicópteros pesados Mi-6 podiam transportar um MiG-17 armado e reabastecidos para as cavernas nas montanhas a 30km de distância e trazer novamente já pronto para decolar.

Vietnã
Os helicópteros pesados Mi-6 podiam transportar um MiG-17 armado e reabastecido para as cavernas nas montanhas a 30km de distância e trazer novamente já pronto para decolar. Os Mi-6 realizaram cerca de 400 missões deste tipo.

Vietnã
Um MiG-17F Fresco-C do Regimento de Caça 923 recebendo manutenção em um hangar de bambu. Estas instalações eram bem camufladas e localizadas em aldeias.

Em 1967 foi iniciado uma série de ataques tipo "contra o ninho" contra as bases aéreas vietnamitas repetitivamente. Os ataques contra bases aéreas aumentaram e muitas restrições contra ataques contra bases aéreas próximas a áreas residenciais foram retiradas. As táticas de supressão de defesas melhoraram assim com as armas. Os A-7 Corsair II da US Navy passaram a atacar as concentrações de canhões antiaéreos com as bombas guiadas Walleye.

A base de Kien An foi atacada 25 vezes, Hoa Lac 33 vezes, Kep 29 vezes e Noi Bai nove vezes. As armas usadas incluíam bombas com espoleta de atraso de tempo e minas. Em uma ocasião Kep voltou a operar após ser reparada a noite. As pistas voltavam a operar em no máximo após dois dias. Entre janeiro de 1967 a março de 1968 foram destruídos no solo 17 caças vietnamitas, três helicópteros e várias instalações. Em 50% dos ataques a base ficou fora de operação por cinco horas a vários dias. Em 40% as bombas acertaram a base sendo que 30% atingiram a pista, e 10% a pista de taxiamento. Quatro bases ficaram fora de ação por 36 vezes, em 120 dias somados em 15 meses.

Em 11 de junho de 1967 a USAF atacou Hoa Lac e a US Navy atacou a base de Kep. O reconhecimento aéreo posterior mostrou 26 MiGs destruídos em terra, ou um quarto da força de MiGs. Junto com outros 15 MiGs derrubados em maio, o Vietnã do Norte perdeu 41 aeronaves em seis semanas. Logo depois a força de Mig voou para o sul da China para reequipar, treinar e se recuperar.

No fim de março de 1968, todas as bases do Vietnã do Norte foram atacadas até deixarem de ser úteis e todas as aeronaves foram evacuadas para a China. Neste estagio os bombardeiros foram paralisados acima do paralelo 19. As bases danificadas foram logo reparadas.

Após a ofensiva de março de 1972 quando Vietnã do Norte invadiu o Vietnã do Sul, os americanos iniciaram a operação Linebacker. O primeiro alvo dos bombardeiros foram o sistema de transporte de suprimentos comunista e poucos alvos foram protegidos por decreto político. Os EUA teve acesso a armas melhores com bombas guiadas a laser e mísseis anti-radar, além de melhores contramedidas eletrônicas.

As bases de Phuc Yen, Yen Bai, Kep e Gia Lam estavam equipadas com caças MiG-15, MiG-17 e MiG-21. A base de Kien An, Dong Suong, Hoa Loc e Bai Thuong eram bases de dispersão. Em abril de 1972, as aeronaves americanas atacaram bases de Phuc Yen, Yen Bai, Kep e Gia Lam próximos a costa e na região sul de forma intensiva. Bombas guiadas a laser foram usadas contra pistas criando grandes crateras deixando as pistas inacessíveis aos MiGs.

Em dezembro de 1972 a Linebacker II incluia ataques pesados contra as bases aéreas no Vietnã do Norte. Os B-52 e F-111 foram usados em larga escala em ataques noturnos contra as bases principais durante 10 dias. A US Navy atacava com seus A-4 e A-7. Os F-105 faziam supressão de defesas e eram apoiados por  E-3 Skywarrior, EB-66 e EA-6 de interferência eletrônica e além dos EC-121 e E-2 para alerta antecipado.


Os alvos eram as bases aéreas de Kep, Hoa Loac, Phuc Yen além da ferrovia de Yen Vien, instalações de manutenção em Kinh e a estação de rádio de Hanói. A primeira incursão com 129 bombardeiros B-52 em 18 de dezembro demorou 43 minutos só para os 87 B-52 taxiarem em Okinawa. Mais de 200 mísseis SAM foram lançados. Três B-52 foram derrubados e dois seriamente danificados. Dois não atingiram os alvos e dois não conseguiram disparar. As saídas incluíam nove contra Kep e seis contra Quan Te, Hoa Lac e Phuc Yen.

O F-111 mostrou ser particularmente efetivo em ataques a baixa altitude a noite. Um piloto americano feito prisioneiro em Hanói demonstrou a efetividade do F-111 ao compará-lo com o B-52. Durante os ataques do B-52 havia a seqüência de sirene dando alerta, luzes apagando, disparo dos mísseis SAM e artilharia antiaérea, o barulho da aeronave e as explosões das bombas. Com o F-111 a seqüência era: estrondo sônico, explosão das bombas, disparo da artilharia antiaérea e mísseis SAM, alerta das sirenes e por último as luzes apagavam. Os vietnamitas simplesmente não sabiam o que era e como reagir.

Contudo, apesar do grande poder de fogo lançado, as operações aéreas do Vietnã do Norte não parou nas bases esperadas a não ser Bac Mai e Yen Bai, que ficaram fechadas por apenas um único dia. Apesar disso, o bombardeio aéreo causou grandes danos e forçou Vietnã do Norte a mover seus MiGs para a China.

Os ataques contra o Vietnã do Norte raramente foram efetivos. A maioria conseguiu destruir instalações e armazéns e forçou a evacuação das aeronaves para fora do teatro de operações. As principais razões para o fracasso foram:

- Capacidade rústica para operar os MiGs
- Limitações política para os alvos atacados
- Eficiência das defesa aéreas do Vietnã do Norte
- Grande quantidade de mão de obra local para reparar danos de batalha
- Proximidade de santuários na China
- Uso extensivo de instalações subterrâneas e grande número de áreas de dispersão das aeronaves.

Os ataques do Vietnã do Norte contra as bases no sul tiveram resultados mistos. Em termos de danos reais foram modestos. Enquanto destruíram 99 aeronaves americanas e sul vietnamitas e danificaram 1170, nos combates aéreos foram 92 aeronaves perdidas e muito mais para o fogo antiaéreo e mísseis SAM. Mas considerando a estratégia do Vietnã do Norte, os ataques terrestres fizeram pressão nas forças americanas, infringindo baixas, e assegurando que os as tropas e equipamentos não estariam seguros, não importando onde estivessem.

A guerra do Vietnã demonstrou o perigo potencial das bases bem defendidas as armas de longo alcance. Apesar destes ataques serem preveníveis, as armas de longo alcance como morteiros e RPGs sempre tiveram sucesso, mesmo com precisão limitada que diminuiu os danos e mostrou a necessidade de bases reforçadas e patrulhas ao redor e perímetro da base aérea.

Kep
Foto de avaliação de danos de batalha da base aérea de Kep em julho de 1967 após ataque por caças F-105 dos Esquadrões 355 e 388 da USAF. O círculo mostra as crateras de bombas na pista. Kep foi construída a cerca de 88 km a nordeste de Hanói.

Vinh
Foto de avaliação de danos de batalha da base de Vinh em quatro de maio de 1968. As anotações indicam crateras de bombas. O código indica que a foto foi feira por um RA-5C do esquadrão RVAH-6 do USS Ranger.


Vinh
Danos ao aeródromo de Vinh após ser atacado durante a Linkbacker em 1972.

Vietnã
Vietnã
Uma base aérea do Vietnã do Norte durante um ataque aéreo americano.


Paquistão x Índia em 1971


Na guerra de 1971 a Índia atacou continuamente as bases aéreas paquistaneses com seus caças MiG-21, Su-7 e Hunters com armas anti-pista russas. A base de Tezgaon foi muito atacada e fechada. A maioria das aeronaves do Esquadrão 14 de caças F-86 sobreviveu ao assalto aéreo. A Força Aérea do Paquistão tem prioridade em atacar as bases aéreas indianas em caso de conflito, mas a Índia tem tantas bases mais a leste que vai ter pouca garantia de neutralizar a Força Aérea Indiana. O exército usa mísseis contra bases na fronteira.

Chipre 1974

Durante a Invasão da ilha de Chipre pelos Turcos em 1974, as incursões da Força Aérea Turca contra a pista principal e secundaria do aeroporto de Nicósia entre os dias 20 de julho a dia 22 de julho levaram cinco semanas para serem restaurados em condições de paz.

Entebe, Julho de 1976

No dia 27 de junho de 1976, terroristas alemães e palestinos raptaram um Boeing 707 da Air France e redirecionou a aeronave para o aeroporto de Entebe na Uganda. Após os terroristas libertarem prisioneiros não judeus, Israel decidiu realizar um resgate de longo alcance. Os comandos israelenses voaram para Entebe em quatro C-130 e usaram dois Boeing 707 como apoio. Pousaram em Entebe as 11 horas da noite em 3 de julho com várias técnicas de despistamento para iludir os terroristas e resgatar os reféns. Vários MiG-17 de Uganda foram atacados antes do resgate para não decolarem e interceptarem as aeronaves enquanto fugissem. Entebe foi um bom exemplo de ataque imaginativo a bases aéreas. Após tomar o aeroporto poderiam ter enviado mais reforços. O pouso de assalto foi usado pela primeira vez pelos alemães na Segunda Guerra Mundial e ainda é uma ameaça as bases.

Eagle Claw - 1980

Durante a tentativa de resgate dos reféns americanos na embaixada no Irã foi planejado usar um batalhão dos Rangers para tomar o aeroporto de Manzarieh para onde os helicópteros iriam após levar resgatar os reféns e depois passados para os C-141 junto com as tripulações dos helicópteros. O pouso de assalto seria feito por três MC-130. O primeiro pousaria e iria até o fim da pista e lançaria um Jipe armado e quatro motos. Atacariam alvos pré-planejados como instalações, guardas e instalações de comunicações. Outros 50 Rangers protegeriam a aeronave e outras operações. Os outros dois Combat Talons com a mesma carga limpariam a área ao redor do aeroporto com o segundo pousando e voltando para o início da pista. O terceiro pousaria no meio da pista. Toda a força deveria estar no solo em um minuto. Com treino os Rangers conseguiam sair da aeronave em dez segundos. Para as tropas saírem rápido e em formação ordenada as cadeiras centrais do compartimento de carga foram retiradas e colocado colchões no local o que mostrou ser até bom para vôos a longa distância. Depois da operação foi criado um sistema dedicado com cintos de segurança. Na época os óculos de visão noturna e apenas dez Rangers levariam os OVN sendo levado por todos os motoristas e um a cada dez Ranger. Dois C-141 pousariam 10 minuto após o aeroporto ser tomado. Um seria usado como hospital voador e outro para transporte de passageiros.

Quatro AC-130 apoiariam a missão. Um voaria sobre a embaixada e outro faria supressão de interceptadores F-4E na base de Mehrabad. Um terceiro apoiaria a tomada de Manzarieh e um quarto ficaria em reserva. A operação foi cancelada antes dos comandos chegaram em Teerã.


Próxima Parte: História dos ataques as bases aéreas - continuação

Atualizado em 14 de Setembro de 2007


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