Irã x Iraque (1980)


No dia 22 de setembro de 1980 o Iraque lançou um ataque surpresa contra as bases do Irã tentando repetir o sucesso israelense de 1967. Duas ondas de caças, uma com 192 aeronaves e outra com 60, atacaram oito bases e outros quatro campos pouso e quatro instalações militares do exército iraniano. O ataque não deu certo devido a má execução, falta de inteligência dos alvos e armas inapropriadas para atacar abrigos reforçados tipo HAS. O primeiro ataque surpresa falhou e a maioria das aeronaves estacionadas saiu ilesa, poucos com danos superficiais e um F-4 foi atingido por foguetes de três MiG-23.

Os iraquianos achavam que o ataque foi efetivo e não esperavam uma resposta em menos de dois dias. Mas em duas horas o Irã já estava decolando para atacar as bases iraquianas pois os danos as pistas foram leves. Os caças iranianos nem foram atacados pela artilharia antiaérea e mísseis SAM. Os iranianos atacaram de várias direções e tinham que ter bom tempo sobre o alvo para não colidir ou serem atingidos pelas explosões amigas. O Iraque não teve tempo de ativar as defesas pois os ataques eram rápidos e nem sabiam a direção do ataque e nem dava para predizer a direção. Foram 50 saídas no dia para atacar as bases iraquianas. Dois F-4E atacaram a base naval em Um Qasar atingindo várias embarcações e outra base de mísseis HY2G anti-navio atingida no sul do Iraque.

No dia seguinte foi preparado um contra ataque de 140 aeronaves (120 F-4E e 20 F-5E). A limitação era o reabastecimento em vôo e mesmo assim o Irã tinham 14 aeronaves KC-707e quatro KC-747. Sem armas anti-radar os iranianos só podiam usar táticas de vôo baixo para evitar as defesas iraquianas e por isso precisavam de muito do reabastecimento em vôo. Os alvos eram quartéis do exército, centros de produção de petróleo e bases aéreas. Conseguiram surpresa com vôo baixo e não houve muita reação da artilharia antiaérea e mísseis SAM. A base de Rashid foi atacada por oito caças F-4E cada um armado com seis bombas Mk-82 ou quatro bombas em cacho BL-755. Os F-4E não teriam reabastecimento na volta e só na ida. Só as aeronaves que atavacam mais longe seriam reabastecidas duas vezes. Esta base aérea foi atacada 15 vezes no primeiro mês da guerra.

Com sucesso no ataque foi planejado mais um ataque no outro dia mas em menor escada. Os depósitos de petróleo foram atacados com bombas BL-755. As pontes eram alvos primários, se destruídas no primeiro ataque, outros caças passavam a atacar alvos secundários ou fazer reconhecimento armado. As bases aéreas iraquianas foram atacadas constantemente até o fim de 1980. Depois passaram a fazer interdição no resto da guerra. A reação do Iraque foi mandar as aeronaves mais para o oeste e até a Jordânia e Arábia Saudita.

O ataque as bases aéreas iraquianas foi importante para forçar o Iraque a defende-las ao invés de atacar o Irã. Era muito perigoso, mas aumentava a moral dos pilotos.

Os F-4E operavam relativamente livres no Iraque pois o Combat Tree informava a presença de MiGs a longa distância dando muito tempo de alerta para fugirem. Em um ataque a base de Ubaydah os F-4 foram interceptados por dois MiG-23 e dois MiG-21. Usaram o Combat Tree e o TISEO para identificar o alvo sem usar o radar e conseguiram manobrar e pegar os MiGs por trás sem serem vistos. Os iranianos também tinham cerca de 60 rotas para operar no Iraque a baixa altitude em relativa segurança.

Malvinas 1982

Durante a guerra das Malvinas foram realizados vários ataques as bases aéreas, três por um Vulcan a Port Stanley, vários por Harrier e Sea Harrier da RAF e Royal Navy contra Port Stanley e outras pistas menores e um ataque por comandos do SAS contra aeronaves em Pebble Island.

Havia apenas uma grande pista de pouso nas ilha, próxima a capital Porto Stanley. A pista poderia ser rapidamente aumentada de tamanho com placas de metal para receber jatos rápidos. Ao redor da ilha havia várias pistas menores que podiam ser usadas por aeronaves leves e até C-130.

Os britânicos queriam realizar um ataque a baixa altitude com um bombardeiro Vulcan contra a pista de Port Stanley, mas o mau tempo, ventos fortes e nuvens baixas impôs o uso do radar. A estatística sugeriu um ataque cruzando a pista em 35 graus com bombas disparadas em um intervalo de 0,25 segundos ou 46 metros entre as bombas para acertar a pista. No dia primeiro de maio, ao se aproximar da ilha, um Vulcan do Esquadrão 101 da RAF, com o codinome Black Buck 1, desceu para baixa altitude após oito horas de vôo e 17 reabastecimentos em vôo. Com o alvo a 96km o radar H2S foi ligado e permaneceu dormente para evitar alertar as defesas na ilha.

Uma bomba lançada a 150 metros de altura iria ricochetear na pista e talvez provocasse uma cratera de 3,5 x 0,9 metros sem colocar a pista fora de uso. Se disparada em uma altura de 600 metros, iria acelerar e com uma espoleta de atraso faria uma cratera de 20x6 metros. O Vulcan não podia voar a 600 metros devido a defesas argentinas equipada com mísseis Tigercat, Roland e canhões Oerlinkon de 35mm guiados por radar que podiam atingir alvos a 2.600 metros. A 74km do alvo o Vulcan subiu rápido para 3.000 metros para passar por cima do envelope das defesas e dar mais tempo para pontaria. A aeronave voava a 592km/h. O paiol de bombas foi aberto a 16km do alvo. A 3,2km o computador deu aviso para disparar. As 21 bombas levaram 5 segundos para serem disparar e levaram mais 20 segundos para atingir o solo. Logo depois de disparar o Vulcan subiu na potência máxima sem ser engajado e os tripulantes puderam ouvir os estrondos das explosões.

A primeira bomba atingiu o centro da pista as 4:34h com surpresa total e as outras atingiram um pequeno hangar e um depósito além de danificar algumas aeronaves estacionadas. As especificações iniciais de pontaria do Vulcan citam uma precisão de 420 metros a baixa altitude com uso de bombas convencionais. O resultado foi o fechamento da pista para caças Skyhawk, Mirage, Dagger e Super Etandard e o Grupo 8 de defesa aérea passou a proteger o continente e não pode dar cobertura aos esquadrões de ataque. O objetivo sempre foi desabilitar a pista e não destruir. A avaliação de danos de batalha foi feita por um Harrier mostrou que mesmo com a cratera ainda era utilizável pelos Hercules e Pucaras.

Alguns minutos depois, 12 Sea Harrier foram lançados as 7:48 horas para aproveitar a confusão e atingiram o aeroporto de Port Stanley e Goose Green e iniciaram patrulhas aéreas de combate. O ataque a Port Stanley foi a partir de três direções com nove aeronaves com lançamento de bombas no modo “toss” e convencional, com bombas de 454kg e BL-755. Os danos foram poucos mas a pista foi considerada insegura para operar por algum período. Outros três Sea Harrier que atacaram Goose Green tiveram mais sucesso destruindo três Pucaras e matando um piloto que preparava para decolar.

Outro ataque por Vulcan foi repetido as 4:30 horas da manhã do dia 4 de maio sem atingir a pista. Todas as 21 bombas caíram a oeste da pista. Um terceiro ataque foi lançado na noite do dia 11 de junho (Black Buck 7). O alvo seriam instalações e não a pista. Não se sabe detalhes do ataque mas foi considerado um sucesso com as bombas detonando no ar.

Outras operações Black Buck também era do tipo “counterair” mas com mísseis anti-radiação Shrike para atacar radares na ilha. O último ataque com Sea Harrier contra Port Stanley foi em 11 junho ou três dias antes do fim do conflito. Após um C-130 ser interceptado por um Sea Harrier os argentinos passaram a voar a noite e escoltados. Os Sea Harrier não conseguia enxergar baixo com seu radar. Os britânicos nunca fecharam pista e os Hercules continuaram operando na ilha até o fim do conflito. Os britânicos também atacaram a pista com canhoneio naval, mas era mais para incomodar e não para fechar a pista.

Antes do desembarque anfíbio em San Carlos havia preocupação com as aeronave leves de ataque argentinas contra a cabeça de praia. Um número considerável estava baseada na pequena pista de Pebble Island. A chuva evitou que decolassem por vários dias e na noite do dia 14 de maio um pequeno destacamento SAS, com apoio de fogo naval, atacou estas aeronaves com carga de demolição e apoio de fogo naval. A guarnição argentina era fraca, pois estavam protegidas contra o vento frio a um quilometro da pista. As defesas argentinas responderam a incursão do SAS, mas apenas durante sua retirada. Após pararem o contra-ataque inimigo, os comandos do SAS foram retirados por helicópteros Sea King sem contatos posteriores. Uma carga de demolição das defesas do perímetro foi detonada enquanto a força do SAS fugia, mas sem causar feridos. Os argentinos perderam 11 aeronaves Pucara, Mentor e Skyvan diminuindo a ameaça a cabeça de ponte e aos helicópteros durante o assalto.

A Guerra das Malvinas foi um conflito moderno com armas relativamente avançadas. A escala de forças era mais típica de conflitos regionais, mas operavam em terreno hostil e a grande distância com um clima implacável. A principal base dos britânicos eram os navios aeródromos para defender a frota e a cabeça de praia. A Argentina mostrou incapacidade de atacar os britânicos a distância. Seus caças estavam sempre no limite do alcance e com pouca flexibilidade para sustentar os ataques. A pista de Port Stanley poderia ter sido ampliada, pelo menos para reabastecer e rearmar, o que poderia ter mudado o destino da guerra. Após a guerra a RAF operou caças F-4 de Port Stanley antes de mudar para a nova base de Mount Pleasant. Antes da pista ser aumentada de 1.250 metros para 2.000 metros a defesa aérea era feita pelos Sea Harrier.

Os britânicos planejaram a Operação Mikado para atacar os Super Etandard argentinos no continente com comandos do SAS, mas a operação foi cancelada. Depois da guerra foi sugerido que comandos argentinos deviam ter atacado a base de Acensão a partir de submarinos.

O uso do Vulcan para atacar Port Stanley mostrou a vulnerabilidade das bases aéreas, mas também a utilidade limitada dos "half-hearted" ataques. O motivo era mais político que simplesmente fechar a pista. A capacidade de reparos argentino também era modesto. Mas os Mirage III argentinos foram deslocados para o norte da Argentina para proteger o continente.

Malvinas
No dia 2 de junho os britânicos fizeram uma pista dispersão de 280 metros em San Carlo. A pista permitiu aumentar o tempo na estação das patrulhas aéreas dos Sea Harrier ou diminuir o tempo de reação em missões de apoio aéreo aproximado. Para operar em bases de dispersão temporárias as forças aéreas usam bolsas flexíveis para armazenar combustível como as visíveis no canto inferior direito da base. A capacidade varia de 2.250 litros a 136 mil litros. Vazios podem ser enrolados e armazenados para transporte. As bolsas com capacidade entre 2.250 a 23.000 litros podem ser usados para transporte em caminhões, reboques, embarcações e aeronaves. São resistentes a abrasão, ozônio, luz do sol e petróleo. Podem ser lançados de pára-quedas, arrastados ou empurrados.

Malvinas
A pista de dispersão em San Carlos foi incapacitada no dia 8 de junho por um pouso forçado de um Harrier. As placas de metal Perforated Steel Planking (PSP) são facilmente visíveis na foto.

Malvinas

Aeroporto de Port Stanley após o ataque de Vulcan. A foto mostra um Púcara danificado e a cratera de uma bomba que atingiu a cabeceira da pista.

Pebble Island
Pista de dispersão de Pebble Island após ser atacada pelo SAS. Várias aeronaves danificadas podem ser vistas na foto.


Visão do HUD de um Harrier GR.3 durante um ataque a pista de Port Stanley. Os números foram adicionados a foto para facilitar.

Granada 1983

A operação Urgent Fury tinha como objetivo capturar a ilha de Granada cujo governo havia sido tomado por um grupo Marxista. Entre os objetivos iniciais do assalto estava a tomada das duas pistas principais da ilha. No sul ficava a pista de Point Salines defendida por cubanos armados até com artilharia antiaérea.

Foi planejado usar cinco MC-130 para desembarcar um batalhão de Ranger no aeroporto de Port Salinas. Costuma-se levar seis meses para planejar e ensaiar uma missão como esta, mas tiveram apenas três dias apenas incluindo posicionar as aeronaves. O tempo extra era para planejar situações tipo "e se". Foi planejado um pouso de assalto com opção de salto de pára-quedas se a pista estivesse bloqueada.

Outros sete C-130 SOLL do MAC lançariam um batalhão da 82a Divisão Aerotransportada. Mais dez C-130 pousaria com outras forças da 82a Divisão. Dois C-130 SOLL lançaram quatro Seals cada para reconhecimento praia junto com uma baleeira antes da missão para informar o estado da pista junto com uma equipe de CTT. A missão foi atrasada e poderia ser diurna, recebendo apoio de três AC-130.

Foi planejado que primeiro seriam dois MC-130, seguidos de dois MC-130 e três C-130 SOLL. Depois de três horas os 10 C-130 restantes pousariam. O salto seria a 1000 pés, com opção de 500 pés dependendo da ameaça. Voavam em fila com separação de 30 segundos. O primeiro lançou e foi atacado sendo que o segundo desviou. Os AC-130 reagiram e atacaram a artilharia antiaérea no local. Os MC-130 também realizaram uma missão de lançamento de panfletos durante a invasão. Uma força de 515 Rangers fizeram um salto a baixa altitude (LALO) e rapidamente tomaram a base, limparam a pista e permitiu a chegada de reforços por ar. Depois pousaram cerca de 5 mil tropas na base.

A outra pista principal era em Grenville que foi tomada por fuzileiros em um assalto helitransportado junto com um desembarque anfíbio. A operação Urgent Fury mostrou a importância das pistas como pontos potenciais de assalto de tropas. Embora o peso das forças americana fizesse a defesa das pistas praticamente impossível, com melhores defesas a operação seria mais difícil.

Operação El Dorado Canyon, Líbia abril de 1986

No dia 7 de abril de 1986 o presidente Reagan decidiu usar ataques aéreos contra alvos militares dentro e ao redor de Trípoli para mostrar a intenção americana de perseguir apoiadores de terroristas. Os dois alvos foram escolhidos para a incursão na noite de 154 de abril foram as bases de Benina (onde havia caças MiG-23) e Trípoli onde havia cargueiros IL-76 e o Posto de Comando de Kadafi.

Os F-111 que decolaram do Reino Unido tiveram que voar 2.800 milhas ao invés de 1.300 por não terem permissão de sobrevoar direto por vários países europeus. O vôo durou 13-14 contra as 6-7 horas na distância menor. Eram 24 F-111F sendo seis reserva com escolta de cinco EF-111 (dois de reserva). A US Navy atacaria com os porta-aviões USS America e USS Coral Sea. Os F-14A e F/A-18 fariam MIGCAP, 14 A-6E atacariam as bases e seis A-7E e dezoito F/A-18 fariam supressão de defesas. A operação foi controlada por E-3A e um RC-135E monitorava as comunicações.


As aeronaves de apoio fizeram um "pop-up", subindo para que os líbios ligassem seus radares e fora atacados por cerca de 12 mísseis Shrike e 30 HARM. A Líbia estava despreparada para o ataque e nenhuma aeronave estacionada nestas bases estavam dispersas ou com algum tipo de proteção. As luzes das pistas estavam ligadas.

Os F-111F levavam quatro bombas guiadas a laser GBU-10 ou 12 Mk82 Snakeye.
Cinco F-111F abortaram por não identificar o alvo. Durante o ataque subiram para 400 pés para identificar o alvo com o Pave Tack. O posto de comando de Kadafi em foi atacado por quatro F-111F sendo que um abortou. Os danos foram limitados. Os F-111 da USAF atacaram as aeronaves de transporte em Trípoli com bombas guiadas a laser causando perdas pesadas. Três Il-76, um Boeing 727 e um Fiat G.222 foram destruídos, com mais três Il-76 danificados.

Os A-6E que atacaram Bengazi tinham como alvos a base aérea de Benina e o quartel de Al Jumahiriya quartel. Lançaram bombas Mk83 e bombas em cacho. Foram confirmados a destruição de quatro MiG-23 e 10 danificados, dois Mi-8 destruídos e 8-13 danificados e dois Fokkler F27 destruídos e 10 danificados. Dois Intruders abortaram a missão.
A pista foi pesadamente perfurada. O ataque foi antes dos F-111F e até que desviou a atenção para este lado.

As regras de engajamento impunham poucos danos colaterais e os danos poderiam até ter sido maiores. Os A-6E e F-111F realizaram suas passadas de ataque a baixa altitude e as regras de engajamento obrigavam a identificação do alvo com o FLIR dos sensores TRAM e Pave Tack.


A incursão mostrou que um número modesto de aeronaves operando a longa distância podem infringir danos consideráveis em bases aéreas não preparadas. Aeronaves estacionadas e alinhadas ou sem proteção são alvos fáceis como sempre foram. A operação foi uma evolução das táticas usadas durante os conflitos árabes-israelenses e mostrou que uma base pode ser atacada efetivamente a noite e que as armas guiadas aumentou ainda mais a vulnerabilidade das bases.

Tripoli
Imagem do casulo AVQ-26 Pave Tack de um F-111 pouco antes de atacar um Il-76 líbio em Trípoli.

Benina
Foto de reconhecimento da base de Benina mostrando os danos na base.

F-111


Operação Epervier

A Operação Epervier foi realizada pelos franceses em 16 de fevereiro de 1986 e tinha como objetivo destruir a base de Ouadi Doum no Chad que tinha sido construída ilegalmente pela Líbia. Os chadianos pediram ajuda aos franceses que responderam e atacaram a pista com caças 16 caças Jaguar armados com bombas BAP-100 a partir da base de Bangui. A operação foi só o inicio das operações e em janeiro de 1987 os franceses atacaram e destruíram um radar de vigilância líbio com mísseis Martel guiados por TV.


Epervier
Foto do ataque a pista de Ouadi Doum com as BAP-100 atingindo a pista. A pista foi recuperada em dois dias.


Operação Just Cause, Panamá 1989

Em dezembro de 1989 forças americanas invadiram o Panamá para capturar o ditador Manuel Noriega e restaurar a democracia no país. Esta operação viu vários assaltos aéreos nas bases aéreas locais. Vários dos alvos primários no primeiro dia foram pistas de pouso. Os pára-quedistas americanos realizaram assalto aéreo para capturar as pistas em Tocuman, Rio Hato e Torrijos. Depois de capturadas foram usadas para inserção de novas tropas e ressuprimento.

Os MC-130 participaram do assalto a base de Rio Hato. Desta vez tiveram a oportunidade de treinar a tomada da pista antes da operação. Rio Hato seria uma operação de assalto aéreo com 15 C-130 lançando pára-quedistas e depois um pouso assalto com três MC-130 dois C-130 SOLL 35 minutos depois. Na missão real os pára-quedistas levaram 90 minutos para desobstruir a pista. Os MC-130 pousaram, descarregaram tropas e combustível para reabastecer helicópteros MH-6 e o último estava preparado para realizar evacuação médica.


Outra operação contra base aérea foi em Paitila para destruir a aeronave pessoal de Noriega e evitar sua fuga. Foi iniciada a 1 hora da manhã de 20 dezembro, pela força tarefa White (pelotão Golf , Seal Team 4) usando assalto na praia próxima. Uma fonte cita que o uso de poucos blindados em Paitilla foi a principal razão pelas grandes baixas entre os Seals. Quatro Seals foram mortos mais nove ficaram feridos. O plano preferido dos Seals era usar sniper com um fuzil M-82 para desabilitar a aeronave se tentasse decolar, mas o plano foi rejeitado devido a possíveis danos colaterais na vizinhança.

Guerra do Golfo 1991

A Guerra do Golfo em 1991 foi um conflito mais recente de larga escala onde forças regulares lutaram contra a outra em um grande teatro de operações com uma grande série de operações. Um terço das forças de caças da USAF, incluindo 90% dos F-111F, F-117A e F-15E, foram para a região. Metade das aeronaves de reabastecimento em vôo e Comando e Controle foram deslocados para a região e praticamente todas as aeronaves de reconhecimento e guerra eletrônica.

A Operação Tempestade do Deserto seria a primeira campanha dos EUA contra um inimigo de primeira categoria. Em 1991, a Coalizão enfrentou uma rede formidável de bases, resultado de programa massivo de construção de abrigos HAS e dispersão sendo até um exemplo para outros países. A rede de bases aéreas reforçadas iraquianas eram um dos pontos fortes do país. Devido a sua força uma grande parte da força aérea da coalizão foi usada para sua supressão. Não eram aeródromos, mas fortificações e eram a parte mais forte da força aérea. No total mais de 594 HAS foram construídos por empreiteiros britânicos, belgas, franceses e iugoslavos com padrão melhor que o da OTAN.

O projeto "Super-Base" foi lançado em 1975 em resposta as guerras árabes-israelenses de 1967 e 1973. Originalmente seriam 13 bases modernizadas pelos britânicos com HAS. Depois os Iugoslavos, que construíram pontes no país, se envolveram no projeto. Devido ao padrão de pista de taxi diagonais ligando HAS as pista principais passaram a ser chamadas de bases "trapezoidais" ou "iugos".

Além das 13 bases modernizadas no meio da década de 80, os iugoslavos construíram mais cinco novos bases chamadas de 202A (H-1 Nova), 202B, 202C, 202D e 202E (Tallil).  Não se sabe os códigos de Samarah Leste, Balad e al-Bakr.

Cada "super base" cobria uma área de 40 km quadrados com uma ou duas pistas de concreto de pelo menos 2.800m. As instalações eram de superfície e subterrâneas. As instalações de superfícies podiam ser leves ou protegidas. Os iugoslavos construíram pelo menos 200 HAS na década de 80. A proteção era de um metro de concreto, reforçado com uma placa de aço de 30cm. A entrada única era coberta por portas deslizantes de placa aço e concreto de 50cm. O HAS eram construídos em pequenos grupos raramente com mais de cinco e com o mesmo sistema de apoio elétrico, água e gasolina. Além os HAS, os iugoslavos construíram 24 HAS semi-reforçados em H-1 Novo e 12 em H-3. As super-bases também tinham instalações subterrâneas para 4-10 aeronaves enterradas 50 metros abaixo da terra. . Todos eram reforçados para resistir a impactos de armas nucleares.

Os Aliados temiam que as bases de dispersão, a proteção, junto com decepção ativa e a capacidade de reparos evitassem que a força aérea iraquiana continuasse a operar. O objetivo dos aliados passou a ser diminuir a razão de saídas ao invés de fechar as bases aéreas, devido ao tamanho, quantidade e recursos limitados. O objetivo era deixar a força aérea iraquiana inefetiva, sem poder decolar, como parte da campanha de superioridade aérea.

O Iraque dá muita importância para a proteção das bases aéreas devido a experiência em conflitos contra Israel e Irã, e até mesmo da experiência britânica no país durante a Segunda Guerra Mundial. Contra Israel já tinham mostrado que poderiam perder a guerra devido aos resultados de ataques a bases aéreas. Contra o Irã tentaram vencer atacando as bases inimigas,
mas sem sucesso.

Foi criada uma rede de bases reforçadas de dispersão na fronteira. Cada base, chamada de Projeto 505, iniciou a construção durante a guerra contra Irã, cada uma com 12 HAS de parede de meio metro concreto, oito tanques de combustível, duas estações de força e instalações para operações do esquadrão. Todas as bases tinham equipes de reparos e material necessário.

Nesta rede havia três bases para meios estratégicos. As bases foram planejados em 1975 como Projeto 202, onde concentram os meios de guerra biológicos, químicos e até nucleares. A construção iniciou no meio da década de 80 com tudo super-reforçado e com o mais moderno da época.

Na época não existia uma organização especializada em analisar as bases inimigas e a Coalizão não tinha informações detalhadas das bases iraquianas. Por sorte tiveram cinco meses para consolidar as informações antes das operações aéreas iniciarem.

A prioridade era liberar o Kuwait e então a superioridade aérea no sul do Kuwait era prioridade. Outra função era neutralizar as armas de destruição em massa do Iraque que ameaçava a Coalizão e Israel. Também existia o objetivo de parar a ameaça a longo prazo do Iraque aos vizinhos.

A fase inicial foi planejado atingir um nível de danos para deixar as bases inoperáveis e criaram missões especificas para cada base. Foi antecipado um reataque para manter os danos e destruir alvos particulares. A avaliação de danos de batalha seria crucial para determinar como seriam os ataques subseqüentes.

O Iraque tinha 66 bases aéreas. Primeiro priorizavam os alvos relacionados com a lista de objetivos já citados. A geografia priorizava as bases de Tallil e Jalibah no sul devido a distância do Kuwait. A defesa de Bagdá era outra prioridade assim como as bases de aeronaves avançadas como os MiG-29. As bases ao norte de Bagdá ameaçava a Turquia e o Irã e por isso tinham baixa prioridade.

As bases na fronteira saudita como Salman Norte e Wadi Al Khirr foram atacadas devido a posição geográfica e importância. Eram pouco usadas em tempo de paz pois guardavam as aeronaves no interior, mas o alcance limitado das aeronaves as tornava ativa e seriam usadas para contra-ataque como base avançadas. Atacando as bases secundárias aumentariam a importância das bases principais.

As armas químicas e biológica tinham grande prioridade e inclui atacar os centros de fabricação e armazenamento que ficavam próxima as bases aéreas. As bases com mísseis Scud e aeronaves de longo alcance como o Mirage F-1 e Su-24 eram prioridade e ficavam bem no centro do pais.

A principal ameaça a coalizão eram os Su-24 que poderiam lançar armas de destruição em massa contra Israel e atacar as bases aliadas distantes. As bases destas aeronaves foram as primeiras a serem atacadas. O Su-24 foi projetado pelos soviéticos para atacar alvos na chamada "zona operacional" entre 300-800km da frente de batalha. Entre as prioridades estavam os lançadores de mísseis Pershing, depósitos de armas nucleares, centros de comandos, linhas de comunicações (pontes, pátios de ferrovias, junções de rodovias), tropas de segundo escalão e bases aéreas. Os ataques seriam de dia com auxilio de navegação de longo alcance e operando a baixa altitude.

Os F-117 atacaram os nódulos de Comando e Controle, Comunicações e Centros de Comando simultaneamente,assim como os centros de operações de defesa aéreas. Assim as bases ficaram isoladas e sem coordenação.

As bases aéreas iraquianas tinham até seis pistas e as pistas de taxiamento eram grandes e numerosas para apoiar vários HAS. Os abrigos HAS tinham varias pistas de taxiamento redundantes e ficavam no fim da pista e ligada ao HAS vizinho. A pista redundante podia ser usada para atingir a pista. As superfícies de operação de emergência eram longas o suficiente para acomodar um IL-76. Os objetivo dos aliados na primeira noite era cortar as pista de taxiamento entre os HAS e as pista ao invés de destruir toda pista que eram grandes devido ao calor do deserto. Assim ficaria difícil coordenar ataques de muitas aeronaves contra os aliados já que dificilmente as aeronaves decolariam juntas ou seriam grupos pequenos.

As equipes e equipamentos de reparo presentes nas bases não foram atacados. Atacar a pista passou a ser metade do problema com a capacidade de reparo não ameaçada. Cada bases aérea principal do Iraque tinha equipes de reparos bem treinados, equipamentos especializados e estoques de material para reparos. O resultado foi o reparo rápido dos danos. Crateras eram pintadas nas pistas operacionais para parecer danos reais e as crateras reais eram cobertas com papeis para chamar mais ataques para proteger as pistas boas.

Como eram alvos difíceis as bases aéreas eram atacadas pelas melhores aeronaves aliadas. O ataque iniciou com as operações de pacotes de quatro ou oito Tornados atacando 10 bases a baixa altitude a noite, após outras aeronaves atacarem e as defesa estavam alertadas. Usaram o casulo JP233 e o objetivo era fechar as pistas de taxiamento entre os HAS e pista. As submunições das JP233 eram pequenas e fáceis de reparar (4 a 6 horas) e a redundância dava muita alternativa para pista.

Na primeira semana os ataques com Tornados foi diário, mas a tática de vôo baixo era perigosa devido a artilharia antiaérea e foram perdidos quatro Tornados. Mesmo assim só uma perda foi confirmada nestes ataques como sendo com a JP233 e provavelmente foi uma colisão com solo três minutos após o ataque (os iraquianos citam que foi derrubada por um MiG-29). Vários A-6E Intruder da US Navy também foram perdidos nos ataques as bases aéreas.

A USAF tinha bombas anti-pista Durandal, mas não usou. Na primeira noite de guerra a RAF enviou quatro esquadrilhas de Tornado para atacar as bases de Al Asad, Al Taqaddum e Mudaysis e duas esquadrilhas para atacar Tallil. Os ataques foram realizados a uma velocidade de 600 nós (1.112 km/h) e a 200 pés de altura (60m). Com exceção do ataque a Al Asad, os Tornado faziam parte de uma força de ataque conjunta com a USAF e a US Navy. As aeronaves americanas fizeram inicialmente um bombardeio nivelado e os Tornado atacaram depois com suas JP223. As bases iraquianas também não eram de pistas de fundação de concreto e as armas de penetração tinham pouco efeito e acabaram usando bombas comuns.

As táticas da OTAN para ataque as bases aéreas a baixa altitude foram desenvolvidas para o terreno montanhoso da Europa e não para o deserto plano do Iraque. Seis dias após o inicio do conflito os Tornados passaram a atacar a média altitude, pois não havia cobertura radar funcionado mais. A pontaria piorou com bombas burras a média altitude. Também não havia mais bases aéreas para atacar e passaram a fazer interdição contra a Guarda Republicada e receberam bombas guiadas a laser. A frota de Tornados da RAF só tinha dois casulos TIALD para designar alvos e foram auxiliados por 12 Bucanner equipados com geriátricos casulos Pave Spike. O ataque as pontes era seguido de reconhecimento armado para destruir os pontões. O mesmo ocorreu com as bases aéreas que podiam estar sendo reconstruídas.

As saídas do Iraque foram diminuindo após a hostilidade iniciar. O Iraque voou apenas 50 saídas nos primeiros dias. Os pilotos iraquianos sempre souberam que seria suicídio enfrentar os pilotos da coalizão. Os ataques as bases aéreas complicava, mas se evidencia que não foi a única influencia na razão de saídas.

As minas das JP233, junto com as minas das bombas em cacho, tiveram mais impacto nas operações aéreas nas bases. A semeadura de minas nas bases saturou a capacidade das equipes de destruição de bombas. O pessoal, veículos e aeronaves ficaram bloqueados e não podiam se mover. Quando o USMC entrou no aeroporto do Kuwait foram parados não pelo inimigo, mas por minas das bomba em cacho que não explodiram.

Após as primeira perdas, os iraquianos ficaram em terra. Escondidos nos HAS se acharam protegidos e pretendiam esperar a invasão por terra contra o Iraque para voltar a operar. Mas a coalizão decidiu que os próximos alvos deveriam ser os abrigos HAS, atacando um por um.

A segunda fase de ataques as bases aérea foi o ataque contra os HAS usando bombas guiadas a laser disparadas de média altitude após a ameaça de mísseis SAM serem neutralizados no quarto dia da guerra. Os iraquianos reutilizaram os HAS atingidos considerando que não seriam atacados novamente. Mais buracos nas pistas foram feitos com bombas de penetração GBU-24 guiadas a laser.

Inicialmente a coalizão planejou atacar e destruir 594 HAS em poucos dias. Seriam destruídos em grupos, prevenindo a dispersão das aeronaves. Na pratica não foi rápido. As aeronaves com capacidade de lançar armas guiadas estavam disponíveis em quantidade limitada para tantos alvos. A avaliação de danos de batalha era lento e precisou de reataque contra alguns alvos. O mau tempo também atrasou os ataques.

Noite após noite, os F-111F dispararam bombas guiadas a laser contra os HAS iraquianos. Os primeiros pacotes eram formados por seis aeronaves, mas no fim com 20 a 24 contra uma base de cada vez. Na média foram 10-20 HAS destruídos por noite. No total foram 375 HAS destruídos com 141 aeronaves destruídas.

Durante a segunda semana da guerra aérea, apenas 60% das saídas dos F-111F e 26% dos F-117 eram para atacar bases aéreas e a maioria dos alvos eram abrigos HAS. Na terceira semana os F-111F conduziram 200 ataques contra as bases (18% das saídas na semana). Os B-52G foram usados para atacar bases aéreas em ataques a baixa altitude em quatro ataques. Ele atacavam as pistas com armas não guiadas de 454kg e criavam campos de minas com bombas em cacho. Também atacaram com mísseis cruise (31 mísseis CALCM).
 
após os ataques contra os HAS iniciar, os iraquianos passaram a dispersar suas aeronaves em pequenos grupos, perto de vilas, mesquitas e sítios arqueológicos. A coalizão pensou em atacar com bombas sem explosivos e só com concreto dentro para evitar danos colaterais. A dispersão significou uma derrota pois não podiam operar dos sites de dispersão que só serviu para preservar suas aeronaves.

Outras partes das bases atacadas foram as instalações de manutenção para evitar a sustentação de saídas a longo prazo. No fim da guerra 50% da capacidade de manutenção foi destruída. Os veículos de apoio geralmente eram ignorados, mas eram críticos para manter e apoiar. Como estavam estacionados perto ou dentro dos HAS foram destruídos.

Apesar dos ataques, a maioria das aeronaves mais avançadas ficaram intocadas nos superbunkers das bases Project-202. No primeiro ataque a estas bases, no dia sete da guerra, a bomba não penetrou. Para os iraquianos serviu para reafirmar a invulnerabilidade contra armas convencionais de suas super-bases. O segundo ataque, no dia nove, penetrou e pulverizou o conteúdo. Certos da destruição, os iraquianos passaram a fugir para o Irã. No mesmo dia da fuga iniciar, os comandantes da forças de defesa aérea e força aérea foram executados. A fuga inicial pode ter sido deserção pois alguns caíram indicando falta de planejamento. Depois Saddam ordenou a fuga o que já tinha sido feito durante a guerra contra o Irã guardando caças em países vizinhos.

No primeiro dia o Iraque voou 24 saídas, nove não voltaram, contra 2 mil saídas da coalizão. Em quatro dias foram mais de 40 saídas incluindo de transporte. Era um ritmo operacional adequado contra o Irã, mas não contra a coalizão. Após as perdas nos primeiros três dias se esconderam nos HAS. No nono dia os iraquianos pararam de voar e depois só para fugir. Após uma semana os Aliados passaram a atacar os HAS e os iraquianos não podiam mais contar com esta proteção e passaram a fugir para o Irã no nono dia não atacando mais as aeronaves da coalizão a partir deste dia. No dia 14 de janeiro já havia 100 HAS destruídos e colocaram Patrulhas de Combate Aéreo na fronteira o que parou os vôos por uma semana. Com a suspensão das Patrulhas de Combate Aéreo a fuga reiniciou e as Patrulhas de Combate Aéreo foram reativadas e continuaram até o fim do conflito.

Os iraquianos tentaram apenas um ataque com um Mirage F1 contra a Arábia Saudita. Apenas um Mirage F1 lançou um Exocet que não atingiu nada. O Iraque tinha cerca de 689 aeronaves de combate. As perdas foram 35 derrubadas, 81 destruídas no pátio, 12 capturadas intactas no sul do Iraque, cerca de 141 destruídas nos HAS e 148 fugiram para o Irã.

Os primeiros ataques da Coalizão foram mal concebidos pois as bases aéreas estavam preparadas. Dos 16 alvos primários entre as bases aéreas e 28 bases de dispersão, apenas nove foram consideradas fora de ação, mas os aliados também não tinham a intenção de deixar todas as bases inoperáveis. A fuga dos caças para o Irã  mostra que falhou. O ataque aos HAS que finalizou a ameaça forçando a fugir ou dispersar. Se o ataque aos HAS fosse iniciado antes e com mais recursos, talvez não escapassem para reforçar a força aérea do Irã. A falta de inteligência resultou em solução estereotipada como ataque a pista. Com superioridade aérea e mais de 3 mil saídas contra as bases aéreas (1300 nas duas primeira semana), ainda assim não eliminou a ameaça. Mesmo com cinco meses de preparação, superioridade técnica, superioridade numérica absoluta, surpresa e iniciativa.

Outros motivos podem ter sido o motivo principal do mau desempenho da Força Aérea Iraquiana. Por motivos políticos, para Saddam Husseim se preservar contra ataques da força aérea, como ocorrido no passado, os melhores pilotos iraquianos de ataque, só tinham experiência em atacar curdos sem defesa. Foram os primeiros a atacar Irã em 1980 com falha total. Para manter a dominação os pilotos só agiam com controle estrito de terra, sem iniciativa nenhuma. Saddam controlava todos os níveis de planejamento e execução das missões militares. O profissionalismo e competência eram secundários, com o medo de serem acusados de deslealdade não reclamavam das opiniões de Saddam. Eram os membros do partido que subiam no ranking e não por mérito ou capacidade. A vontade de lutar dos pilotos era duvidoso em termos de apoiar Saddam Husseim.

Shaibah
A base aérea de Shaibah foi atacada por Tornados em 1991 durante a Guerra do Golfo.

Golfo
Imagem da base de Shaikh Isa no Barein mostrando o pátio de estacionamento cheio de aeronaves estacionadas lado a lado. Seriam alvos fáceis para ataques aéreos de aeronaves Su-24 e até mísseis Scud iraquianos.

Al Bakr
Imagem da base aérea de al-Bakr após a invasão de 2003. A imagem permite ver claramente o grande número de pistas de pouso principais e secundárias, além dos grupos de HAS e suas pistas de taxi múltiplas.

ATLIS
Imagem do casulo ATLIS de um Jaguar francês durante um ataque contra uma base iraquiana. A imagem permite perceber os abrigos HAS e o detalhe do ataque.

HAS
Um abrigo HAS iraquiano após ser atacado pelos aliados. Os iraquianos limpavam os abrigos atacados para reutilizar para abrigar as aeronaves na esperança que não seriam novamente atacados. Os abrigos iraquianos tinham mais resistência que os de padrão da OTAN e Pacto de Varsóvia.

HAS
Fotos de satélites de abrigos HAS destruídos em 1991.

Iraque
O Iraque tinha 66 bases aéreas na época da guerra do Golfo de 1991.

B-52G
No dia18 de janeiro de 1991, 12 bombardeiros B-52G foram lançados para atacar alvos bem dentro do Iraque. Estavam armados com 288 bombas em cacho CBU-87 e 135 bombas comuns M-117. Estavam divididos em três células de quatro sendo um de reserva em cada célula. Apenas a célula três conseguiu chegar no Iraque devido a problemas com mau tempo, coordenação de trafego aéreo e falta de combustível. Esta célula atacou a base aérea de As Salman a baixa altitude e pousaram depois Arábia Saudita. As Salman tinha um centro de coordenação de defesa aérea e um posto de retaguarda de Divisão. Os B-52 entraram por Omã e desceram para baixa altitude quando chegaram no alcance dos radares de alerta antecipado iraquianos. O alvo foi atacado por três direções com tempo sobre o alvo programado com diferença de um minuto. Um com B-52G estava equipado com bombas comum, um com bombas comuns com espoleta de atraso de até 48 horas e outro com bomba em cacho com minas Gator anti-pessoal e anti-blindados. Os B-52G estavam a  poucos quilômetros atrás das patrulhas de combate aéreo indo para Bagdá e Tallil. Uma aeronave abortou. O primeiro atacou e a artilharia antiaérea logo abriu fogo. O segundo B-52G estava cerca de 90 segundos atrás. Logo toda a artilharia antiaérea abriu fogo e iniciaram manobras evasivas 7 quilômetros antes do alvo. A noite virou dia e os óculos de visão noturna foram retirados. A câmera de LLTV foi desligada por um mecanismo que evita o brilho do sol. Na volta passaram por cima de uma Divisão iraquiana e o B-52G de trás viu um míssil portátil disparar sem acertar. Depois viu um ZSU-23-4 e avisou, mas foi distraído pelo chaff  e jamming. Depois da missão ficaram sabendo que um caça iraquiano passou por uma mina Gator e foi destruído enquanto tentava decolar para interceptar os bombardeiros.


Ubdina 1994

O ataque aéreo contra o aeródromo de Udbina pela OTAN, em 21 de novembro de 1994, tinha como objetivo punir as violações da proibição de vôo por aeronaves sérvio-bósnias e da krajina sérvia, algumas das quais estavam baseadas no aeródromo.

A meta inicial do ataque era “transformar o aeródromo de Udbina num estacionamento de automóveis”. Com a intenção de mostrar contenção e limitar as baixas sérvias, contudo, o Secretário-Geral Boutros-Ghali aprovou ataques apenas contra as pistas de Udbina e não contra aeronaves e sistemas de defesa aérea locais, que, presumivelmente, estariam tripulados durante o ataque. Os jatos da OTAN atacaram diversas plataformas de artilharia antiaérea e um sítio de mísseis superfície-ar, na vizinhança imediata do aeródromo, mas, se não tivesse sido assim, teriam atacado apenas as pistas.

O ataque foi realizado por trinta aeronaves de cinco bases Itália. A missão durou duas horas. Os F/A-18C/D do USMC foram usados para supressão de defesas. Os F-15E da USAF atacaram os alvos com bombas guiadas a laser. Os EF-111 fizeram interferência eletrônica. Quatro Jaguar franceses, mais Jaguares da RAF e F-16A holandeses atacaram a pista. Dez F-16C da USAF e dois Mirage 2000C francês deram cobertura aérea. O reconhecimento pós-ataque foi feito pelos Mirage F1CR francês e F-16 holandês. A OTAN sabia que havia aeronaves estacionados nas vilas no perímetro da base e deveriam ser atingidos.

Operação Desert Fox, 1998

Durante os ataques de retaliação contra a recusa de Saddam Husseim de deixar os inspetores da ONU de fiscalizar as instalações nucleares iraquianas, os EUA respondeu com a operação Desert Fox. Nesta operação foram atacados vários alvos incluindo cinco bases aéreas atacadas pelos bombardeiros B-1 com bombas burras.


Operação Allied Force, 1999

Um conflito mais recente onde as bases aéreas foram atacadas foi durante as operações aéreas da OTAN contra a Servia em abril a junho de 1999. O objetivo da campanha era atacar a infra-estrutura militar Servia para forçar a retirada de suas tropas de Kosovo.

Durante a campanha várias bases iugoslavas e aeroportos de uso duplo foram atacados, como parte da campanha de supressão de defesa. As fotos de reconhecimento mostraram danos em Sjenica, Obvra, Batajnica, Ponikve, Nis, Somber, Podgorica e Pristina. Na maioria dos casos as pistas foram os alvos primários por ataques em massa de bombas burras ou guiadas em junções críticas. Aeronaves estacionadas, combustível e instalações foram alvos também.

A Operação Allied Force mostrou o primeiro uso em larga escada de munição guiada por GPS como a JDAM. As JDAM foram usadas para cortar as pistas e destruir instalações nas bases. Suspeita-se que as JDAM foram disparadas por B-2 foram usadas para interditar a base de Obvra. Um único B-2A atingiu as duas pistas com três bombas em cada uma, espalhadas regularmente em seu comprimento. Depois a pista foi atacada pelos B-1 e B-2. Nesta missão os B-2 atacaram outra base aérea. Os B-2 operavam diretamente dos EUA. Bases avançadas na Europa não foram usadas por motivos de segurança e para facilitar a logística. Foi estudado a opção de atacar, pousar no Reino Unido, atacar novamente e voltar para os EUA.


A vantagem das JDAM era atacar um ponto preciso em qualquer tempo, superando a desvantagem das bombas guiadas a laser que tinham limitação no mau tempo local. Outras armas usadas para atacar as pistas foram mísseis Tomahawk e bombas guiadas por TV tipo AGM-130. Poucas aeronaves foram destruídas no solo devido as técnicas de dispersão, ocultação e camuflagem habilmente empregadas pelos sérvios.

O reconhecimento de imagem mostrou vários métodos usados pelos Sérvios para conter os ataques aéreos, e revelou que também que pouco foi feito para reparar os danos. Uma foto mostrou um caça debaixo da cauda de uma aeronave comercial em Belgrado. As sombras do sol revelaram a posição do caça. Fotos de avaliação de danos de batalha de Ponikve mostrou danos de bombas por toda a pista. Uma trilha foi feita entre os detritos, mas sem tentativa de reparar os danos. Devido a superioridade aérea no céu, os reparos seriam certamente inúteis. Um dos mitos até este conflito era a impossibilidade de fechar uma base aérea com bombas, mas conseguiram graças as novas armas guiadas. Mesmo com muita precisão foram encontradas muitas armas que não explodiram e tiveram que ser detonadas depois pela própria OTAN.

Mesmo com suas bases fechadas os iugoslavos realizaram 31 saídas de apoio aéreo aproximado contra tropas do KLA em Kosovo com aeronaves G-22 Orao e G-4 Super Galeb decolando de pistas de dispersão em rodovias. As aeronaves voavam muito baixo e só tinham seus sistemas de alerta radar iluminados quando passavam por cumes de montanhas. As saídas incluíam ataques em áreas onde havia aeronaves da OTAN operando. Os iugoslavos também realizaram 179 saídas com helicópteros (Mi-8 e Gazelle) e 19 saídas com aeronaves de transporte (An-26 e An-2). Nenhuma aeronave foi interceptada.

 

Foto de reconhecimento da base de Ponkive após ser atacada por dois B-1B em 1999. As crateras de bombas Mk-82 de 230kg estão espalhadas pela base incluindo pista e pátio de estacionamento. As bases aéreas iugoslavas receberam em média o impacto de 600-700 projéteis americanos em até 50 ataques. Os principais alvos sérvios eram atacados por dois B-1B a baixa altitude que disparavam até 168 bombas Mk-82 no alvo. Mesmo com capacidade de lançar bombas JDAM, o B-1B realizou ataques com força bruta, usando apenas bombas Mk-82 contra alvos de área, enquanto os B-2 realizavam ataques cirúrgicos. Também havia poucas JDAM na época. Com modo de radar SAR de alta resolução, podia atacar alvos em qualquer tempo e com precisão, no caso melhor que armas guiadas que nem podiam ser disparadas. Os B-1B voaram 74 saídas em 25 missões lançando cerca de cinco mil bombas.  Dois hangares também foram atingidos pelos Super Etandard franceses equipados com os mísseis AS30 guiados a laser.

Kosovo
Uma maquete de MiG-29 em escala 1:1 usado para despistar as aeronaves de ataque da OTAN. Os sérvios tiveram muito sucesso em enganar as aeronaves da OTAN tendo poucas aeronaves destruídas no solo

Kosovo
Trecho de rodovia entre Prístina e Zeljava com várias crateras em seu trajeto. O trecho foi bombardeado por pode ser usado como pista de dispersão para caças.


Um único B-2 conseguiu atingir seis pontos nas pistas da base de Obvra na Sérvia usando bombas GBU-31 JDAM.


Afeganistão, 2001


Os B-2 atacaram o Afeganistão no dia 5 de outubro. Os B-2 operou nos primeiros três dias com seis missões e entre os alvos estavam bases aérea, centro de comandos, quartéis, defesas aéreas e bases terroristas. Uma pista foi atacada, mas não queriam desabilitar para usar depois. Não havia ameaça que compensasse o uso do B-2 e foi usado por ter capacidade de atacar alvos reforçados e para mostrar a capacidade dos EUA.

No dia 19 de outubro de 2001 foi realizado um assalto contra uma base aérea e um quartel próximo a Kandahar. o Terceiro Batalhão dos Rangers saltaram de aeronaves MC-130. Os fuzileiros desembarcaram depois de helicópteros CH-53E e apoio dos AH-1 e UH-1 com cobertura dos AV-8B Harrier. Os KC-130 chegaram e uma companhia alfa e veículos táticos. Depois vieram os C-17. A base passou a ser chamada de "Camp Rhino" e passou a operar a partir de 25 de novembro.

Rangers
Imagens do assalto dos Rangers a pista em Kandahar.

Shndand
Fotos da base aérea de Shindand após ser atacada por bombas JDAM. As bombas atingiram diretamente as interseções da pista.

Iraque, 2003


Na invasão do Iraque em 2003, as operações contra bases aéreas começaram uma semana antes da invasão, ainda no dia 14 de março, em preparação a fase "shock and owe". No dia 14 de março dois B-1 atacaram as bases de H2 e H3 como parte das operação na No fly zone. Os alvos incluíam radares de alerta antecipado e centros de comando. Depois foram atacadas as pistas de pouso. As bases foram depois tomadas por dois esquadrões do SAS, um destacamento 45 Marines britânicos e unidades da 82 Divisão e Força Delta. As forças de operações especiais faziam parte da TF-20 operando a partir da Jordânia. A ultima missão na No Fly Zone foi o ataque com uma GBU-28 por um F-15E contra um posto de comando em H3. Também antes da invasão foram realizadas várias patrulhas de combate aéreo fora da zona de exclusão e próximo as bases iraquianas para tentar fazer seus caças decolarem e atritar sua força aérea.

O sistema de defesa aérea e as bases aéreas iraquianas foram atacadas logo nos primeiros dois dias com mísseis cruise TLAM e JDAM para deixa-las inoperáveis. Mais alvos foram atacados nas primeiras 48 horas que na Operação Desert Storm em 1991 e com menos aeronaves.

No dia 26 de março uma força de 1000 pára-quedistas da 173 Brigada "Airborne" realizaram um assalto aéreo noturno na base aérea de Bashur ao norte de Irbil. Foi a maior operação de assalto aéreo desde a Segunda Guerra Mundial. Foram apoiados por 15 aeronaves de transporte C-17 a partir de Aviano na Italia. e escoltados por três ondas de caças F/A-18, F-14 e EA-6B da ala aérea CVW-8 operando no Mediterrâneo. Os caças realizaram patrulha de combate aéreo e apoio aéreo aproximado. O apoio aéreo era a única arma pesada com papel equivalente a artilharia, defesas aéreas e blindados. Como não ocorreu reação pelo ar ou terra os caças lançaram bombas em alvos pré-planejados e Kirkuk. A força depois atacou por terra as cidades de Tikrit, Mosul e Kirkuk. O salto foi realizado devido a falta de bases que foram negadas pela Turquia.

Os F-15E realizaram missões SCAR nas bases aéreas. Só o 336 FS destruiu 65 caças solo. Já sabiam que os iraquianos estavam enterrando algumas aeronaves. Em uma saída, quatro F-15E destruíram 18 caças iraquianos em Tallil com bombas CBU-87 e GBU-12 em uma missão.

A base aérea de al Taqqadum foi atacada pelos F-14 baseados no Mediterrâneo na primeira noite. Todos os F-14 estavam armados com três GBU-31 JDAM de 900kg. Era uma configuração pesada após o reabastecimento em vôo antes de entrar no país. Os F-14 tiveram que descer até a fronteira da Arábia Saudita e entraram. Foram engajados por três mísseis SA-2 após disparar as JDAM e foram evitados facilmente. Na manhã seguinte foi realizado um novo ataque com 10 F-14B com JDAM. A base foi atacada por três dias pelo menos.

Antes a tática contra bases aéreas da US Navy era atacar com seis F/A-18 equipados com 24 bombas burras e com sorte fecha uma pista ou pista paralela. Em 2003 usaram 10 F/A-18 e F-14, um sendo que um teve uma pane. Seis estavam equipados com três JDAM cada e outros com HARM para supressão de defesas. Criaram buraco a cada 700m nas pistas principais e secundárias e também atingiram dois HAS com apenas 15 bombas. Cada buraco tinha 15 metros de diâmetro por 7 de profundidade.

A base aérea de Al Taqaddum atacada na noite de 22 de março por 19 aeronaves da US Navy, sendo quatro S-3 e dois E-2, além dos F-14B e F/A-18C armados com bombas três bombas JDAM cada. As bombas atingiram os alvos com diferença de segundos. Foi atacada novamente na manhã seguinte. As aeronaves foram lançadas próximo do delta do rio Nilo, passavam ao sul de Israel e Jordânia até chegarem na Arábia Saudita. Realizavam um reabastecimento em vôo pouco antes da fronteira do Iraque. Realizaram uma missão em espelho antes para conferir se o combustível daria para realizar a missão e se a carga de armas era adequada para a distancia. Os Tomcat mostraram ser mais confortáveis em termos de combustível para realizar a viagem de 1.400 milhas até o alvo. Dois Hornet tiveram que pousar em uma pista alternativa na Arábia Saudita por atraso no reabastecimento em vôo.

Oito F-16 Block 40 armados com bombas guiadas a laser estacionados no Kuwait atacaram a base aérea de Al Asad a noroestes de Bagda. Era uma base de MiG-25. Em Balad um F-16 metralhou uma aeronave em terra após ficar sem as armas principais antes de detectar a aeronave. Al Asad foi tomada por operadores do SASR australiano no fim da guerra enquanto caçavam mísseis Scud. O SARS encontraram 51 MiG-21 e MiG-25. Al Asad foi usada pelo USMC depois em 2004 como base avançada Al Asad. A base tem 33 HAS e duas pistas 14 e 13 mil pés e comprimento. O perímetro tem 23 km e os fuzileiros tiveram que usar tropas dedicada para proteção contra infiltração. Os ataques com morteiros são regulares.

Um B-52 usou um casulo Liteninig II para atacar uma base aérea no norte do Iraque no dia 11 de abril de 2003. Lançaram bombas GBU-12 em sistemas de radar e centros de comando na base. O navegador designou os alvos sem precisar de outra aeronave.

Qayyarah
Entre os primeiros alvos da ala aéra CVW-3 que operava no Mediterrâneo foi a base aérea de Qayyarah Oeste west. A foto mostra as crateras das JDAM na pista principal e secundária. Foi atacada por 16 bombas JDAM disparadas pelos Hornet. A base aérea de Qayyarah fica ao sul de Mosul. Foi construída no fim da década de 70. Foi uma base muito importante durante a guerra Irã-Iraque sendo a principal base dos Mirage F1EQ e também foi a primeira base a receber os MiG-23ML. No fim da guerra os MiG-25 também operaram nesta base. Foi posto de operação secundário de defesa aérea até 2003.

Bashur
Assalto aéreo a base de Bashur. No dia 26 de março de 2003, 954 pára-quedistas da 173 Brigada Aérea saltou na pista de Bashur abrindo uma nova frente no norte do Iraque. Foi a primeira inserção com o C-17 e em uma noite com mau tempo e toda encoberta. As aeronaves mergulharam direto de 30.000 para 600 pés para evitar possíveis defesas aéreas. A área era controlada pelos curdos e era esperado pouca resistência. Forças de Operações Especiais também operavam na área. O salto durou 25 minutos depois de uma viagem de quatro horas e meia e apenas 32 não conseguiram saltar. Depois do salto se as tropas se reuniram e levaram a noite toda para cruzar oito km até a pista. No dia seguinte 20 CTT da USAF prepararam a pista para vôos de apoio. Um total de 62 saídas de C-17 trouxeram o resto das 2.200 tropas da brigada e 400 veículos e equipamentos incluindo cinco M1A1, cinco Bradley, 15 M-113 e 41 Humvee. Bashur é uma pista simples de operações avançadas de 6.700 pés que fica a 356 km ao norte de Bagdá e 50km de Erbil. Não existe nenhuma infra-estrutura de apoio no local. O local da pista onde as aeronaves pousava começou a rachar e logo o asfalto virou poeira. 1/3 da pista foi fechada.

AC-130
No dia 28 março, antes capturar H2, aeronaves AC-130 direcionados por forças especiais em terra atacaram aeronaves estacionadas no pátio.

Durante o avanço no Iraque, foram tomando bases iraquianas para uso próprio com bases avançadas (Forward Operating Location - FOL) para permitir que aeronaves e helicópteros apoiassem as forças em terra mais efetivamente durante o avanço até Bagdá.

Aeronaves A-10 e AV-8B operavam a partir de bases avançadas com apoio logístico de C-130 a partir do Kuwait. Equipes GMAT (Globam Mobility Assessment Teams) formadas por tropas comuns ou de operações especiais avaliavam o estado das pistas e bases aéreas capturadas para uso como bases avançadas. Foi feito nas bases de H2, Tallil e Erbil norte durante o conflito. As bases já estavam em mal estado e os iraquianos sabotaram o que restou. Talil ficou pronta em quatro dias recebendo caças A-10 em três dias. O uso de FOLs diminuiu o tempo de reação e aumentou o ritmo operacional. A experiência no Afeganistão e Iraque mostrou que USAF tinha equipamento e deficiente da década de 70.

Bagda
Pista do aeroporto de Bagdá atacada em 2003.

MiG-25RB
Durante a invasão de 2006 os iraquianos usaram a inusitada tática de enterrar suas aeronaves para que não fossem atacadas.

Século XXI

Outro ataque com sucesso contra base aéreo foi no dia 24 de julho de 2001 quando vários guerrilheiros do Tigres do Tamil atacaram a base de Katunayabe no Sri Lanka e conseguiram destruir dois caças Kfir C.2 e um MiG-27 além de danificar várias aeronaves. Os guerrilheiros foram mortos.

No dia 25 de março de 2007 duas aeronaves Zlin Z 143 de construção checa dos Tigres do Tamil e atacaram a noite a base aérea de Katunayabe no Sri Lanka. Uma aeronave sobrevoou enquanto outro lançou quatro bombas de 25kg de fabricação caseira. Três detonaram, mas erram os Kfir e MiG-27. Porém, atingiram instalação de manutenção matando três e ferindo 16. Vários helicópteros foram danificados. O radar da base não estava funcionando e as aeronaves não foram detectados pela artilharia antiaérea. Um Kfir decolaram com muito atraso e metralharam um pista suspeita no dia posterior. Os Tigres criaram uma ala aérea em 1998 e suspeita-se que tenham cinco aeronaves Zlin.

Zlin
Aeronave Zlin armada com quatro bombas que foi usada pelos Tigres.

Beirute
Durante os ataques israelenses contra o Líbano em julho de 2006 os israelenses atacaram o aeroporto de Beirute. O aeroporto foi um dos primeiros alvos do ataque e foi mostrada na TV. Depois os israelenses atacaram os depósitos de combustível que ficavam ao lado do aeroporto.


Conclusões

A defesa de uma base aérea pode ser visto como uma tentativa de fazer o melhor em uma situação ruim. As bases aéreas são alvos atrativos, junto com outros alvos estratégicos e de alto valor monetário com muitas fraquezas. Se o adversário tem superioridade aérea e munição guiada, e os defensores apenas artilharia antiaérea, todas as características de resistência das bases não irão prevenir perdas severas. Contudo, onde o atacante tem apenas capacidade finita, a implementação de medidas de proteção em terra faz uma diferença significativa. Desde 1940 que as bases aéreas têm dificuldade de se defenderam, mas também são difíceis de destruir.

Um estudo das tentativas de tirar lições destes ataques sempre levou a resultados inconsistentes e conflituosos. Algumas conclusões simples podem ser rapidamente escritas e tecnologia novas não irão mudá-las rapidamente. As mais importantes são:

- Aeronaves são extremamente vulneráveis e precisam ser protegidas com defesas passivas
- A vulnerabilidade a ataque terrestre depende da agressividade das defesas em terra
- A importância da capacidade de recuperação de bases

Em cada exemplo citado, as aeronaves estacionadas em espaço aberto sem proteção sempre foram fáceis de destruir pelo ar ou por terra. Abrigos tipo HAS deu uma grande proteção e fez a tarefa de destruir as aeronaves ficar difícil. Nos conflitos atuais os HAS passaram a ser um alvo fácil para as munições guiadas, mas ainda são mais difícil de destruir que aeronaves não protegidas.

As novas armas guiadas com capacidade de penetração tornou o HAS sem justificativa econômica a não ser em casos especiais. Contudo, ainda existem ganhos em proteger aeronaves de erros próximos, armas em terra, armas de área e outras armas burras. A proteção física limitada e dispersão podem minimizar danos por ataques limitados e pode ter o melhor custo beneficio para aeronaves estacionadas. Também são efetivos contra ataques em terra como sapadores.

A operação Barbarosa, Pearl Harbor e o ataque de Israel em 1967 são exemplos de ataques de surpresa preventivos sem declaração de guerra. A Batalha da Inglaterra e a Operação Bodenplatte são dois exemplos de ataques contra defesas alertas, com caças em prontidão, aeronaves dispersas ou camufladas nas bases. No caso alemão, os pilotos eram de defesa aérea e sem treino para atacar aeronaves no solo. Isso mostra que as defesas ativas e passivas são realmente efetivas e que os ataques com sucesso também podem ser possível se for conseguido surpresa.

As bases aéreas devem ser adequadamente defendidas contra ataques terrestres. Onde as defesa foram inadequadas serão atacadas. As aeronaves de ataque são muito necessárias em uma campanha com mais alvos que aeronaves e as forças terrestres passam a ser uma boa opção para atacar as bases aéreas. Bons exemplos são o SAS/LRDG na África do Norte e os Vietcongues no Vietnã.

Algumas bases da USAF no Vietnã eram bons exemplos de fortaleza com bons perímetros de defesas e defesas móveis com poder de fogo pesado. Contra este tipo de defesas os ataques de penetração foram geralmente sem sucesso. Os atacantes foram forçados a usar armas de longo alcance com pouca precisão e menos efetivas.

Os exemplos citados mostram que as bases são fáceis de danificar a não ser que as defesas sejam potentes. Podem ser atacadas, mas os reparos costumam ser rápidos e são necessários ataques intensos e repetidos para manter uma base inoperável. Este fenômeno foi bem demonstrado durante a Guerra Golfo em 1991, com um sistema de reparo que permitiu que o Iraque mantivesse suas bases operacionais mesmo com todo peso das forças aliadas. A presença de explosivos não detonados fez a recuperação demorar e as bases precisam estar preparadas para isso.

Próxima Parte: Defesas Passivas

Atualizado em 14 de Setembro de 2007

 

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