Su-27IB com trem de pouso traseiro de modelo antigo.


Su-32 FN/MF com trem de pouso principal duplo em fila.


Entrada para a cabine. Notar os pára-lamas das rodas dianteiras para operar em pistas não preparadas.


O coração do Su-32FN. A configuração do cockpit é provisória.

 
 
    Sensores

O complexo de aviônicos Sea Dragon usado pelo Su-32 inlcui um radar, um MAD, um sistema de TV-FLIR e um hidrolocalizador.

Existem várias opções de radares para equipar o Su-32.

O radar Sea Snake é otimizado para busca e combate anti-superfície, detecção de minas, reconhecimento e operações anti-submarinas. É capaz de detectar alvos e ondas de deslocamento de submarino em uma área de dispersão de 3.000 km² e até 150 km (em altitude). Detecta alvos aéreos e tem capacidade look down/shot down contra mísseis cruise a 200-250 km. Outras opções são o Phazotron Zhuk-27 que equipa outras versões do Flanker e o Leninets Orion-A. O radar de cauda é o NIIP NO-12.

O radar Phased Array da Leninets tem capacidade multi-função contra alvos em terra, mar e ar acima de 250 km para alvos aéreos pequenos, e 150 km para, alegadamente, detectar ondas de um submarino! Esta última capacidade é ideal para guerra anti-submarina.


Radar Phased Array Leninets.

Para varredura de minas, o Su-32 pode levar um sensor laser, que detecta minas próximas à superfície e que também pode ser usado para guerra anti-submarina.

Para guerra anti-submarina, ele pode levar pelo menos 72 sonobóias ativas e passivas e um MAD no ferrão de cauda. O sistema de processamento é altamente automatizado e pode ser empregado por 2 tripulantes.

A aeronave pode levar geradores de ondas acústicas explosivas para determinação de distância. As opções de sonobóias são a infrasônica RGB-75 com alcance de 20-30 km e as sonobóias passivas não-direcionais RGB-16 (espectro de 5 Hz-5 Khz). O MAD tem alcance de detecção de 500 m e é usado para confirmar alvos detectado por outros sensores e detectar periscópios. É usado para detectar submarinos nucleares, que são muito grandes e não podem ter o casco desmagnetizado.

Os optrônicos incluem FLIR da Geophysica, LLTV e laser da UOMZ, que podem ser usados contra alvos em terra, mar e ar. Os dados são mostrados no HUD e os tripulantes têm mira montada no capacete para selecionar alvos para sensores e armas olhando para eles, o que diminui o tempo de reação das armas.

O sistema de processamento de sinais de vídeo Obzor-RBV ligado ao mostrador de TV do sistema de guerra eletrônica aumenta capacidade de identificar aeronaves em 1.5 vezes.

A situação aerotática é mostrada no mostrador multifuncional com mapa local, alinhado e mostrando radares hostis no solo e pode ser usado para missões de destruição de defesas aérea inimigas com mísseis anti-radar ou para atacar aeronaves AWACS.
 
    Sistemas Ofensivos

O Su-32 foi projetado para destruir alvos de ponto altamente defendidos em qualquer condição de tempo e a qualquer hora do dia. Isso está, necessariamente, dependente do armamento levado pela aeronave. Em uma missão marítima, o sistema de armas funciona em conjunto com o radar, sonobóias, data-link, sistema eletro-ótico de TV, FLIR e laser.

O Su-32 Flanker está equipado com um canhão GCh-301 de 30 mm com 150 tiros e pode levar mais de 8 toneladas de armas em 12 cabides nas asas e fuselagem, sendo 4 cabides na asas, dois nas naceles dos motores e dois ventrais. Os dois pontos de armas entre motores permitem levar mísseis muito grandes.

O Su-32 mantém boa parte da manobrabilidade da familia Flanker e não precisa de escolta aérea para penetrar as defesas. Fora a má visibilidade traseira, não necessária para uma aeronave de ataque, ele é um caça completo.

O armamento ar-ar consiste em até 6 mísseis R-73/74 de curto alcance (30-40 km), que podem ser disparados para trás quando apontado pelo radar de cauda ou apontados pela mira no capacete dos dois tripulantes e 6 R-27 de guiagem semi-ativa nas versões de médio ou longo alcance, e até 8 R-77de guiagem ativa e de longo alcance (90km).

A versão RVV-AE-PD do R-77 com propulsão ramjet e com alcance de 160 km estará disponível futuramente. O R-77 pode ser usado contra outros mísseis, incluindo mísseis ar-ar. Com o radar de cauda, o Su-32 pode virar as costas para o inimigo e continuar atualizando a pontaria.

Para distâncias ultra-longas, está disponível o KS-172 com motor foguete de dois estágios e alcance de 400 km derivado do sistema de mísseis SAM S-300V. O KS-172 pode atingir aeronave voando entre 3m e 30km de altura e voa a mais de 4 mil km/h podendo manobrar a 12 G's. Outro míssil de longo alcance disponível é o R-37 com alcance de 300 km. Uma versão anti-AWACS do Kh-31P de guiagem passiva também está disponível.

A aeronave mantém manobrabilidade da família Flanker e pode ser usada como caça de superioridade e defesa aérea e não apenas para autodefesa.

O armamento ar-solo é bem vasto:

O armamento guiado tático:
- 3 Kh-59M Ovod-M - AS-18 Kazoo/AS-13 Kingbolt guiados por TV;
- 6 Kh-25M - AS-10 Karem de curto alcance e sistema de busca por TV, IR ou laser.

Mísseis anti-radar:
- KH-25MP - AS-12 Kegler;
- 6 Kh-31P(A) - AS-17 Krypton anti-radiação e alcance de 110 km;
- Kh-58 - AS-11 Kilter com função dupla anti-radar / anti-navio;
- 6 Kh-29 - anti-radar.

Mísseis anti-navio subsônico:
- KH-35 Uran- AS-20 Kayak equivalente ao Harpoon (SS-N-X-25 Switchblade - 3M24).

Mísseis supersônicos anti-navio:
- Kh-31P(B) - AS-17 Krypton com radar ativo;
- Até 3 AFM-L Alfa (nome de fábrica 3M-51). Voa a 20.000 m a mach 2.5 / 3.0 antes de descer para fase sea skimmer. Tem navegação INS e GPS e propulsão por turbojato;
- Yakhont SS-N-X-26 [ 3M55] anti-navio de longo alcance (3 mísseis);
- Kh-41 - ASM-MSS Moskit ou SS-N-22 Sunburn [3M80] (2 mísseis);
- Kh-15S com velocidade Mach 5 e alcance de 150km num perfíl aerobalístico. Este míssil também tem versões de ataque terrestre e anti-radar.

Mïsseis de cruseiro subsônico:
- Kh-65S com alance de 250-280km;
- Kh-55 com alcance de >1000km

Bombas Guiadas a laser:
- 3 KAB-1500;
- 6 KAB-500.

Armas não guiadas
- Bombas de queda livre de 100 kg a 500 kg em lançadores múltiplos (até 30 de cada);
- Foguetes S-8 (20 em cada lançador);
- Foguetes S-13 (5 em cada lançador);
- Foguetes S-25.

Como armamento de guerra anti-submarina, há as opções de cargas de profundidade de 250 kg que podem causar muito dano se explodirem a 10 m do alvo, carga de profundidade guiada KAB-500PL com sistema acústico de guiagem passivo, motor foguete e torpedo-foguete Orlan (Sea Eagle).


O Su-32 pode ser armado com torpedos e foguetes anti-submarinos. Os torpedos são levados aos pares sobre as naceles dos motores.

Pode levar mísseis de longo alcance para bombardear sem entrar na zona de alcance das defesas aéreas inimigas, como o míssil cruise subsônico Kh-55 (AS-15 Kent) e o míssil aerobalístico AS-16. O computador de bordo SV-24 pode lançar munição não guiada com precisão em qualquer tempo a partir de dados fornecidos pelos sensores de bordos.

Armas de outros países também são opção.


Uma amostra dos armamentos do Flanker. Os mísseis ar-ar permitem que ele realize auto-escolta e não precisa de escolta de outras aeronaves, o que dá à aeronave capacidade "swing-role", ou seja, pode mudar o software de missão durante o vôo.
 
    Sistemas Defensivos

A capacidade defensiva de uma aeronave depende de vários critérios:

- Desempenho: velocidade, altitude e manobrabilidade
- Furtividade: radar, infra-vermelho, visual, acústico e eletromagnético
- Guerra eletrônica: interferidores, chaff e flare
- Redundância de sistemas: controles de vôo, hidráulicos, elétricos, etc
- Táticas: vôo a baixa altitude, planejamento de rota, surpresa, despistamento
- Defesa de base: dispersão no solo, camuflagem, uso de pistas curtas, defesa aérea e de perímetro

A experiência de combate de aeronaves de ataque a baixa altitude foi considerada pelos criadores do Su-32, entre elas a experiência em combate do Su-25 no Afeganistão. O cockpit foi feito em torno de uma cápsula blindada monolítica de titânio com 17mm de espessura, que pesa quase meia tonelada. Outras partes vitais também têm proteção adicional, como os tanques de combustível e os motores. O peso total da proteção é de 1.480 kg.

Os tripulantes sentam-se em assentos ejetáveis K-36DM com ejeção para cima após a explosão do canopy. A ejeção é seqüencial e não simultânea. A aeronave tem sistema de informação de segurança ativa, que decide se é necessário ejetar antes de atingir o solo. O caça tem controles de vôo duplicados e o navegador / operador de sistemas também pode pilotar caso o piloto seja ferido.

A aeronave tem sistema de guerra eletrônico automatizada com MAGE (medidas de apoio de guerra eletrônica), interferidores ativos, detector IR de aproximação de mísseis e lançadores de despistadores (chaff e flare). Os casulos russos de GE LV-175VE têm capacidade igual  ao AN/ALQ-135 do F-15E, são usados para supressão de armas guiadas por radar e protegem a aeronave ou grupo de aeronaves. Casulos de CME Sorbtsya também podem ser levados nas pontas das asas.

A assinatura radar, térmica e visual, se tornaram elementos principais para sobrevivência. A aplicação de RAM na entrada de ar e radome fez o Su-32 menos visível ao radar que o Su-24, F-111 e F-15E. O RCS é igual ao de um míssil cruise, ou seja, da ordem de 1 m².

A capacidade de sobrevivência é aumentada devido aos dois motores bem separados e pela capacidade de operar em pistas semi-preparadas e pelo sistema de dobramento das asas como os das aeronaves embarcadas. O trem de pouso principal em tandem permite que a aeronave opere em pistas semi-preparadas.

O sistema de controle de vôo tem algoritmo com soluções para retirar a aeronave de situações de vôo complicadas e potencialmente catastrófica e pode tomar os controles em caso de perda da consciência dos tripulantes por ferimentos ou manobras agressivas (G-LOC). O sistema pode até ejetar os tripulantes automaticamente.

Apesar de poder se defender muito bem em combate aéreo, as aeronaves de ataque evitam se engajar com aeronaves e pilotos provavelmente bem melhores e treinados em dogfight e evitam o engajamento.

A melhor defesa ainda é o vôo, de preferência automático, a baixa altitude a menos de 60m de altura e a grande velocidade. Os mísseis ar-ar tem dificuldades de de trancar em alvos nesta situação. Caso um adversário tenha bons interceptadores, a tática é voar a noite onde a detecção e o combate visual é improvável, e a visibilidade traseira desnecessária.

Os F-15 americanos tinham dificuldade de detectar e perseguir os Su-24 iraquianos que fugiam para o Irã a baixa altitude durante a Guerra do Golfo em 1991 e não conseguiram derrubar nenhum.

Enquanto o F-111 e Su-24 usavam o mascaramento do terreno e mal tempo para se livrar das defesas, o F-15E, que substituiu o F-111 na USAF, usa o alto desempenho para se livrar das defesas e enfrentá-las se for necessário. Os russos usaram o mesmo princípio ao planejar o substituto do Su-24 por outro membro da família Flanker.

Outro motivo de tentar penetrar as defesas a grande altitude é evitar a turbulência de vôos a baixa altitude que causa muitos problemas em aeronaves de baixa carga alar como o Su-32FN e F-15E. Os fabricantes de caças modernos como o F-16, F-18 e Mirage 2000 não gostam de comentar sobre este detalhe. Este problema não existe em vôos sobre o mar.

Como os russos não estão muito desenvolvidos na área de tecnologia furtiva como os EUA, eles desenvolveram o Su-32 com sistemas de defesas mais rústicos como desempenho típico de um caça, blindagem, interferidores potentes e armamentos defensivos eficazes.
 
 
    Logística

O preço da aeronave girava em torno de US$ 36 milhões em 1995. Em 1999, a Sukhoi ofereceu o Su-32 e o Su-35 a US$ 20 milhões cada para a Austrália.

O custo por hora de vôo gira em torno de US$ 5.000. A aeronave é bem mais barata de adquirir que muitas aeronaves do mesmo tipo, como o F-15E e outras aeronaves com capacidade similares. O CN-235 de patrulha naval e o P-3C custam US$ 40 e 100 milhões, respectivamente.

O P-3 gasta 25 mil litros durante uma patrulha de longo alcance (8 mil km) e o Su-32 gasta a mesma quantidade com reabastecimento em vôo ou REVO para cobrir a mesma distância, mas com capacidade ofensiva e defensiva muito maior.

Não existe concorrente equivalente no mercado para o Su-32. O concorrente mais próximo seria o A/FX da marinha americana cancelado em 1993.

Se o operador tem outras versões do Flanker, o sistema de manutenção e logístico pode ser facilitado, devido ao grande número de peças em comum.
 
    Desempenho

Um aspecto mais notável do desempenho é o alcance de 4.000 km com os tanques internos ou 7.000 km com um reabastecimento em vôo (REVO). Com três reabastecimentos em vôo, ele chega a 14.000 km. A autonomia pode ser estendida para 10-14 horas com reabastecimentos múltiplos. A aeronave também pode levar três tanques externos de 3.000 litros cada.

O raio de ação a baixa altitude é de 600km ou 1.130km num perfil Hi-Lo-Hi. Quando equipado com tanques extras os valores aumentam em 40%.

O alcance é maior que o de F-15E com tanques extras e é da mesma classe de aeronaves táticas da mesma classe como o Su-24, Tu-22 e F-111 que tinham que cumprir as missões com restrições no conforto e que diminuía o potencial  de combate dos tripulantes. O alcance de 14.000km é o coloca na mesma classe de bombardeiros estratégicos.

O Su-32 pode empregar casulo "buddy-buddy" UPAZ para que um Su-32 reabasteça outro em vôo. Eles podem ser úteis para operações em pistas não preparadas. Neste caso seria usado um par de aeronaves sendo que uma decola carregada de armas e outra carregada de combustível que será transferido para a aeronave armada que continuará a missão. Com esta técnica o Su-32 consegue operar com uma grande carga de armas sem problemas a partir de pistas semi-preparadas ou danificadas.

Os canard em conjunto com empenagem horizontal melhora as características de pouso. A aeronave é muito manobrável e consegue puxar 7 g's, facilmente.

Peso vazio                                     20.000 kg
Peso de decolagem                              39.000 kg (máx 45.100kg).
Carga de combate                               8.000kg
Combustível interno                            12.100kg
Combustível com tanques extras                 19.300kg
Vel máx  a 11mil metros                        1.900 km/h 1.8 Mach
Vel máx baixa altitude                         1.400 km/h Mach 1.15
Altitude cruzeiro                              15.000 m
Carga G máx. sobrecarregado                    7.0
Alcance a baixa altitude                       600 km
Alcance a grande altitude                      1.130 km
Alcance máx cmb interno                        4.500 km
Distância de decolagem                         1.260 m
Distância de pouso                             1.100m ou 950m com pára-quedas de frenagem
Comprimento                                    23,34 m
Largura                                        14,7 m
Área alar                                      70 m²
Altura                                         6,36 m
Carga alar                                     716 kg/m²
Razão de aspecto da asa                        3.5

Outros dados sobre a familia Flanker podem ser encontrados na seção do programa FX do Sistemas de Armas.


O Su-32 pode ser reabastecido por outro Flanker com o casulo "buddy-buddy" UPAZ.
 
    Propulsão

O Su-32 de trestes usam duas turbinas Saturn/Lyulka AL-31F, produzindo 7.600 kg de empuxo a seco, e 12.500 kg com pós-combustão. Poderão ser trocados por Saturn/Lyulka AL-31FM/35F presentes no Su-35 ou até mesmo os AL-37FU com vetoramento de empuxo (TCV). As versões de produção irão usar a AL-41F com TVC e 17,6kN de potência cada.

A vida útil da AL-31F é de 3.000 horas pode ser estendida se a potência do motor for diminuída. O TVC é opcional e tem vida útil de 250 horas, que pode ser prolongado para 500 horas. Nas missões que o Su-32 realiza, o TVC não é prioridade. No Su-32, o TVC tem aplicações em diminuir a velocidade de aproximação para pouso com cargas assimétricas e redução do comprimento da pista na decolagem e pode ajudar o computador de controle de tiro no lançamento de bombas não guiadas usando métodos "dive-toss" .

As turbinas foram alojadas em cabides redesenhados e com entrada de ar de geometria fixa pois a velocidade máxima a grande altitude não é importante para uma aeronave de ataque.

Tabela comparando os dados da família Flanker:

 

Su-33 Su-30M Su-30MKI Su-32 Su-35 Su-37
Tripulação 2 2 2 2 1 1
Dimensões, m
Largura das asas 
Comprimento 
Altura

 14.70
21.94 
5.93

14.70 
21.94 
6.36

14.70 
21.94 
6.36

14.70 
23.34 
6.36

14.70 
22.20 
6.43

14.70 
22.20 
6.43
Área Alar,  m 2 70 70 70 70  70  70 
Pesos, kg
Vazio 
Normal 
Máximo



30,000


24,000
33,500

17,700 
25,670 
34,000


39,000 
45,000

18,400 
25,700 
34,000

18,500 
25,670 
34,000
Carga de armas, kg
Máxima
Normal

6,500 
1,400

8,000 
1,400

8,000 
1,400

8,000 
1,400

8,000 
1,400

8,000 
1,400
Combustível, kg
Máximo 
Normal


-

5,090 
9,400

5,090 
9,400


12,100

11,000 
13,400

11,000 
13,400
Motores 2 Lyulka AL-31  2 Lyulka AL-31 2 Lyulka AL-31  2 Lyulka AL-31MF  2 Lyulka AL-37F  2 Lyulka AL-37FU 
Velocidade, km/h
Cruzeiro 
Máxima 
[a 10 000 m]

1,400 
2,300

1,380 
2,125

1,380 
2,125

1,300 
1,900

1,400 
2,500

1,400 
2,400
Velocidade Máxima, Mach 2.17 2.3 2.3 1.8 2.3 2.3
Razão de subida, m/s 230 230 230 - 230 230
Teto, m 17,000 17,500 - 14,000 18,000 18,000
Alcance operacional, km
Normal
Máximo 
Translado 
Baixa altitude

3000 


-

3000 
5200
6990 
-

3000 
5200 
6990 
-

4000 (4500) 
7000 

600 (1300)

3200 
6500 

-

3200
6500 

-
Distância de Decolagem, m - 550 550 1260 - -
Distância de Pouso, m - 670 670 1100 (950) - -
g máximo +8 +9 +9 +7 +10 +9
Os dados acima consideram o Su-32 com nova asa dobrável.

A FAB esta formando um esquadrão de aeronaves de patrulha de longo alcance equipado com o P-3BR Orion. O custo total do projeto será de US$ 300 milhões. O Su-32FN poderia ser uma opção ou complemento para o projeto PX. Veja na segunda parte.

 
    Su-32FN/FM para o Programa PX

A FAB está planejando um substituto para os S-2 Tracker, retirados de serviço em 1997, com capacidade anti-submarina através do Programa PX, que faz parte do Plano Fênix de renovação dos meios da FAB. No Projeto PX, a FAB pretende adquirir uma aeronave de patrulha marítima de longo alcance baseada em terra.

O PX irá realizar operações no Atlântico Sul (aqui chamado de Teatro de Operações do Atlântico Sul - TOAS) e que podem estender-se para a Costa Africana, toda a América do Sul e o Caribe. Também poderá realizar operações de vigilância no TOA - Teatro de Operações da Amazônia.

O PX atuaria em cenários de média / alta intensidade no TOAS, baixa intensidade no TOA e na defesa das nossas rotas de comunicações marítimas e na defesa territorial.

Os países vizinhos são pacíficos e sem conflitos de fronteiras, étnicos, religiosos, econômicos etc. Países africanos e no Caribe são muito fracos e não oferecem ameaça nenhuma a médio e longo prazo.

O único tipo de ameaça de alta intensidade poderia vir de potência do Hemisfério Norte, atuando sozinha (superpotência), obviamente os EUA, ou em coalizão, por exemplo a OTAN, para ameaçar nossa linhas de comunicações marítimas e/ou ameaçar o território brasileiro através do mar. A ameaça às linhas de comunicações e ao comércio brasileiro pode estar atuando não apenas no mar, mas também a partir de terra ou sendo apoiada a partir de bases em terra.

 
    PX e o Poder Naval

São tarefas básicas do pode naval com o uso, entre outros meios, de plataformas aéreas:

- Controle de Área Marítima - CAM
- Projeção de poder sobre terra
- Negação no mar
- Dissuasão

Essas tarefas são executadas em papéis de:

- Proteção das linhas marítimas de comunicações
- Negar ao inimigo o uso militar e comercial do mar
- Estabelecer uma área de operações para projeção de força
- Proteger o apoio logístico naval para o deslocamento avançado de forças de batalha

O controle do mar pode ser realizado através de operações decisivas pela:

- Destruição ou neutralização dos navios, submarinos, aeronaves ou minas
- Neutralização ou interrupção do sistema de comando e controle inimigo
- Destruição ou neutralização da infra-estrutura que apóia as forças inimigas no mar
- Conquistas de ilhas, pontos de choque, penínsulas e bases costeiras no litoral
- Conduzir operações de bloqueio em pontos de choque e prevenir a mobilidade inimiga na superfície e na parte submarina do mar

O papel primário de uma marinha é o controle do mar. Isso é conseguido ao engajar-se os navios com ataque direto (interdição marítima) e minagem, ou pela ameaça em si de ser capaz de realizar essa tarefa.

As missões aeromarítimas são conduzidas para neutralizar ou destruir forças navais inimigas e proteger forças navais e navios amigos. As operações aeromarítimas consistem em operações de contra ameaças aéreas, minagem aérea, reconhecimento e interdição das forças navais de superfície e submarinas inimigas, portos e navios.

Para cumprir essa missão, podem ser usadas várias plataformas como navios patrulhas, escoltas, NAes, aviões de patrulha marítima, caça-bombardeiros, helicópteros embarcados e submarinos.

As ameaças vinda do mar que as Força Armadas têm que enfrentar podem ser deste barcos pesqueiros penetrando a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) até uma força tarefa centrada em navios aeródromos de ataque e submarinos nucleares em missão de bloqueio. O teatro de operação pode ser desde o Atlântico Sul até oceanos distantes, onde exista ameaça às rotas de    comunicações marítimas de interesse brasileiro.

 
    História das Operações Aeronavais de Longo Alcance

O sucesso da campanha aliada na última fase da Segunda Guerra Mundial e a campanha recente da Tempestade do Deserto, deriva principalmente do raio de ação tático superior das aeronaves aliadas. Existem vários exemplos para ilustrar a simples realidade estratégica para o principio de que não há substituto para o desempenho em relação ao raio de combate.

Os que escolherem ignorar esse fato irão perder as guerras aéreas, como aconteceu várias vezes antes e acontecerá novamente (ex. Batalha da Inglaterra, Campanhas no Norte da África, Batalha de Berlim, toda a Guerra do Pacífico, as operações no corredor de MiGs na Coréia, Linebacker II sobre Hanoi, as operações de Israel contra os Árabes, a Guerra das Malvinas e a Campanha Tempestade do Deserto). Argumentos são fúteis nessa questão.

As estatísticas da Segunda Guerra Mundial mostram que as aeronaves baseadas em terra afundaram mais navios que as forças submarinas americanas e alemãs.

Os B-29 baseados nas ilhas Marianas, também conduziram uma campanha de minagem aérea contra os portos e a costa japonesa. Os B-29 afundaram mais navios através das minas que a força de submarinos americanos.

A única oposição real à FT britânica nas Malvinas foi a Força Aérea Argentina. Se as bombas funcionassem, as perdas seriam maiores, assim como os navios afundados pelos torpedos argentinos lançados do submarino San Luis, que não funcionaram.

As campanhas navais no Golfo foram basicamente ar-mar, com perdas significativas pelo Irã e pelos EUA, causadas por mísseis anti-navio (USS Stark) durante a Guerra dos Petroleiros e 138 navios iraquianos destruídos ou neutralizados em 1991 pela aviação da coalizão. Os EUA quase perderam 2 navios para minas na Guerra do Golfo.

As evidências históricas são irrefutáveis. A maior ameaça aos navios de superfície são as aeronaves e não os navios de guerra e submarinos.

 
 
    Características de Missão

O Su-32FN/MF é uma aeronave multifuncional que pode realizar uma vasta gama de papéis e missões. Eles podem ser divididos em termos de missões específicas ou em áreas de guerra no apoio aerotático às missões marítimas. Toda missão deve ter pelo menos uma característica relacionada com vigilância, projeção ou negação.

Vigilância está relacionada com coleta de dados do inimigo, usando os sensores da plataforma para cobrir todo o espectro eletromagnético e acústico.

Projeção inclui o uso de armas para exercer algum tipo de dano contra o inimigo.

Negação é evitar que o inimigo cumpra sua missão. Isso pode ser feito de modo passivo (ocultação, camuflagem e despistamento), ativo (guerra eletrônica) ou ofensiva (destruição do inimigo).

Toda missão tem pelo menos alguma dessas três características. Por exemplo, a defesa aérea pode evitar que o inimigo use o espaço aéreo destruindo-o no solo ou no ar (projeção), fazendo fugir ou desviar da área protegida ou permanecer no solo (negação) e vigilância através de sensores, como o radar.
 

Guerra de Superfície

A guerra de superfície é a vigilância e ataque às forças marítimas inimigas no teatro de operações marítimo.

O ataque marítimo é a aplicação do poder aéreo contra alvos navais em contato ou não com nossas próprias forças e que apresentam algum tipo de ameaça, mesmo que seja indireta ou a longo prazo. É feita através do seguimento e/ou ataque a estas ameaças. A guerra de superfície (GAS ou ASuW) também é chamado de Guerra anti-navio, Guerra anti-navios de Superfície e Ataque Marítimo.

A vigilância marítima é a observação sistemática de uma área marítima com os sensores disponíveis. A área marítima no TOAS é bem grande e requer uma aeronave rápida para cobrir grandes áreas no menor tempo possível, com um radar de longo alcance para estender a área de busca e que possa identificar alvos também a grandes distâncias. Os sensores devem ser de longo alcance e deve-se  incluir sensores passivos como MAGE e FLIR.

Aeronaves da classe do Su-32 armadas com mísseis anti-navio supersônicos de longo alcance são ideais para localizar e penetrar as defesas das piores ameaças possíveis, que seria um grupo de ataque baseado em porta-aviões, como os CVBG americanos. Aeronaves de patrulha marítima convencionais turboélices ou a jato e aeronaves de ataque subsônicas não têm capacidade de sobrevivência suficiênte contra esse tipo de ameaça.

O Su-32 é uma ótima forma de ameaça à navegação marítima no TOAS, garantindo a dissuasão contra ameaças às nossas linhas de comunicações marítimas a longa distância ao cortar as linhas de comunicações inimigas que passam no TOAS


Raio de ação do Su-32 em missões de ataque. O raio de ação com reabastecimento em vôo e/ou tanques externos de 3.000km a partir  de bases aéreas em Belém (PA), Natal (RN) e Canoas (RS). Pergunte  aos australianos o motivo de ainda usarem uma aeronave antiga como  o F-111 e lhe mostrarão um mapa com o raio de ação da aeronave  cobrindo toda a Austrália e países ao redor.

A capacidade de bloqueio naval no TOAS também é uma forma de dissuasão contra outros tipos de ameaças à soberania nacional.

Devido ao seu grande raio de ação e pequeno tempo de resposta, o Su-32 tem o potencial de ser a principal arma anti-navio do país, concentrando meios contra todos os tipos de alvos, desde grandes GTs nucleados em NAe até pequenos navios pesqueiros que penetrem nossa ZEE de forma clandestina.

Pode até mesmo apoiar escoltas contra ameaças de superfície ao realizar SURCAP (patrulha de combate contra alvos na superfície). Deste modo os helicópteros embarcados não precisariam de sofisticados armamentos anti-navio para apoiar um GT sem apoio de um NAe.
 

Guerra Anti-submarina (GAS ou ASW)

O Su-32 pode ser usado para guerra anti-submarina, se equipado com sensores e armamento adequado. O radar, FLIR e MAGE podem ser usados para detectar mastros de submarinos na superfície. A aeronave também pode levar 72 sonobóias e um MAD. Os dados emitidos pelas sonobóias são retransmitidos para bases em terra ou navios próximos. Os cabides de armas sob os motores podem levar torpedos e cargas de profundidade. Os russos têm um sistema de varredura a laser capaz de detectar submarinos em pequenas profundidades.

Apesar de ser adequado para guerra anti-navio, uma aeronave de alto desempenho como o Su-32 não é o tipo de aeronave ideal para guerra anti-submarina. O requerimento seria de uma aeronave de bom desempenho a baixa velocidade e grande autonomia. O Su-32 também é mais caro de operar que estas aeronaves, principalmente no caso de turboélices.

Sua função principal na GAS seria atacar os submarinos ainda no porto e navios de apoio e suas bases, destruindo a ameaça submarina a longo prazo. Outra forma de atuação do Su-32 em GAS seria atacar os meios de busca de alvos do inimigo, como aeronaves de patrulha e os sistemas de Comando e Controle que apoiam as operações da sua força de submarinos.

A vantagem do Su-32 em relação às aeronaves convencionais como o P-3 e Atlantic é poder realizar vigilância de área com o radar e MAGE em um menor período de tempo e com menor tempo de resposta.

Aeronaves como o Su-32 passam a ter mais importância na GAS com o desenvolvimento de defesas antiaéreas em submarinos com os mísseis guiados por fibra ótica (ver Triton no SA).

As aeronaves ASW convencionais também não têm capacidade de sobrevivência para operar sem superioridade aérea, o que não é o caso do Su-32.

Além das missões típicas de aeronaves de patrulha marítima - Guerra de Superfície e Guerra Anti-Submarina - o Su-32FN pode realizar missões típicas de um caça, como será visto abaixo.
 

Defesa Aérea

A missão de defesa aérea não está muito desconexa da função de patrulha marítima. Após alguns encontros com aeronaves de transporte argentinas, as aeronaves Nimrod da RAF em patrulha ao redor das Ilhas Malvinas em 1982 foram armados com mísseis ar-ar Sidewinder. Eles seriam usados para tentar derrubar as aeronaves de transporte e para autodefesa no caso de encontro com caças argentinos. Já foi estudada a instalação do AMRAAM nos Atlantic italianos. Os mísseis ar-ar agora já fazem parte do arsenal das aeronaves de patrulha.

As operações de defesa aérea são conduzidas para manter um grau desejável de controle sobre o ar. Elas podem ser ofensivas ou defensivas. As defensivas consistem em evitar a ameaça aérea na nossa costa. As ofensivas consistem em destruir a ameaça aérea no ar ou no solo.

O Su-32 é um caça completo em termos de desempenho, sensores e armamento. O Su-32 não tem a mesma capacidade de combate aproximado que os outros membros da família Flanker, devido ao peso maior e à falta de uma cabine tipo bolha, mas mantém a capacidade de combate aéreo a longa distância (BVR). Seu desempenho é claramente superior aos F-5E e Mirage III operados pela FAB.

Sua operação no TOAS na missão de defesa aérea seria a busca, identificação e destruição de aeronaves inimigas no ar ou no solo. Em tempo de paz, o Su-32 realizaria missões de polícia aérea, complementando os interceptadores contra ameaças de baixa intensidade, como aeronaves civis irregulares ou com problemas. Os Su-32 aumentariam a área de cobertura de interceptadores nas suas áreas de operação, diminuindo a necessidade de interceptadores dedicados ou caças multifuncionais.

Devido às peculiaridades dos cenários no TOAS, as ameaças aéreas podem ser principalmente do tipo helicópteros embarcados, aeronaves embarcadas e aeronaves de patrulha e ataque de longo alcance baseadas em terra.

Caças leves e aeronaves de patrulha de curto e médio alcance não teriam condições de ameaçar a costa brasileira na maior parte do TOAS. Aeronaves de curto alcance poderiam ameaçar as rotas de comunicações marítimas operando a partir de países distantes na África ou Caribe. O Su-32 teria dificuldade em manter patrulhas de combate aéreo de longo alcance (LORCAP),  cobrindo comboios ou grupos de ação de superfície contra este tipo de ameaça, mas poderia agir ofensivamente destruindo estas ameaças ainda no solo (defesa aérea ofensiva).

Armado apenas com mísseis de curto alcance guiados por capacete e equipado com um potente radar e sensores de radar passivo, o Su-32 se torna um meio de defesa aérea de longo alcance muito útil. É uma ameaça séria contra aeronaves de reconhecimento, patrulha marítima, transporte e bombardeiro, principalmente se não tiverem escolta de caças.

Esquadrões baseados na costa também poderiam realizar interceptação de intrusos vindo do mar. Esquadrões com função de interceptação nos litorais do Nordeste e do Sudeste poderiam cobrir a maior parte da costa. Essas áreas não têm cobertura de interceptadores supersônicos, atualmente. Os alvos incluem aeronaves civis e bombardeiros de longo alcance, que ameaçarem nossas bases aéreas e navais e sistema de apoio.

A falta de caças para cobertura aérea de todo o território nacional seria complementada pelo PX, que cobriria boa parte do Nordeste. A FAB pretende manter um esquadrão de caças em Natal, que também servirá como formadores de líderes de esquadrilha (poderá ser o AMX-T ou o F-5F). Ainda assim, esse esquadrão será insuficiente para cobrir toda a extensão da região, devido ao curto alcance dos vetores e à falta de aeronaves REVO estacionadas na região.

As medidas ofensivas são preferíveis, pois permitem tomar a iniciativa e explorar as vantagens do poder aéreo, como concentração de força, alcance, velocidade, penetração e letalidade, ao invés de lutar reativamente por superioridade aérea total ou, pelo menos, local.

As operações de defesa aérea ofensivas são destinadas a reduzirem ou destruirem o potencial do inimigo de conduzir seu próprio controle de uma campanha aérea. O Su-32 faria principalmente varredura ofensiva, que consiste no uso do caça-bombardeiro para investigar o espaço aéreo e, se necessário, atacar os meios do inimigo no ar ou no solo. A defesa aérea ofensiva também pode ser feita através de ataque de defesa aérea ofensiva e supressão das defesas aéreas inimigas no ar e no mar.

A varredura de caça contra patrulhas aéreas seria defesa das linhas de comunicações no TOAS, incluindo atacar alvos no solo. A função do Su-32 é evitar que as aeronaves de esclarecimento inimigas possam operar impunemente e evitar que o inimigo obtenha informações sobre o teatro de operações ou ataque a alvos marítimos como navios de guerra e mercantes. Isso pode ser feito no ar ou atacando as aeronaves no solo. Também deve evitar que o inimigo use seus caças para não permitir que os Su-32 operem impunemente.


A URSS planejou usar o bombardeiro de longo alcance Tu-160 como interceptador de longo alcance durante a Guerra Fria. O Tu-160 seria equipado com mísseis R-77 e caçaria aeronaves de carga cruzando o Atlântico.

 

AEW (Air Early Warning) - Alerta Aéreo Antecipado

O alerta aéreo antecipado tem o objetivo de fornecer vigilância aérea, detecção e rastreio de alvos no ar e no mar, e o controle de forças amigas que atuariam sobre esses alvos. Devido ao seu radar de longo alcance e à capacidade de comando e controle (C2), o Su-32 pode funcionar como mini-AWACS, comandando um pequeno grupo de ataque ou fazendo cobertura de comboio ou grupo de ação de superfície.

O uso como nave-líder de poucas aeronaves pode ser facilmente viabilizado em uma aeronave biposto. O espaço aéreo pesquisado é menor, a área de atuação sobre o mar é menos congestionada e são poucas aeronaves amigas para coordenar.

O E-3 Sentry é capaz de rastrear 600 alvos simultaneamente com 15 tripulantes. Com um simples cálculo é possível concluir que um único tripulante pode ser capaz de gerenciar até 40 contatos.

Algumas aeronaves AEW só usam um tripulante para gerenciar o sistema, como os helicópteros Sea King AEW britânico e o Ka-31 russo e aeronaves mais antigas, como o Sea Gannet AEW da Marinha britânica. A aeronave AEW sueca S-100 Argus, equipada com o radar Erieye, não tem um tripulante dedicado para operar o radar. Os dados são enviados para estações em terra. No caso de operar fora de área, o S-100 recebe uma estação para que o radar seja operado por um tripulante na aeronave. A primeira aeronave AEW foi o monomotor embarcado TBW-3W Avenger da década de 40 equipado com o radar AN/APS-20. Outra aeronave monomotora usada para AEW foi o AD-3W/AD-4W Skyraider e o Fairey Gannet AEW 3.

O uso de aeronaves AEW é importante como multiplicador de força, funcionando como centro de comando e controle em tempo real, auxiliando outros caças sobre a presença de ameaças aéreas inimigas e gerenciando o melhor emprego dos meios amigos. Pode evitar, por exemplo, que caças amigos sejam sobrepujados em número em certo local e desviá-los para uma rota mais segura ou gerenciar os caças amigos para as ameaças inimigas mais importantes e assegurar uma vantagem em número no local.

O radar phased Array deve ter um arco de  busca de cerca de 240 graus para atuar como aeronave de alerta aéreo antecipado. Os feixes de radar devem ser capazes de cobrir áreas  a grande altitude e baixa altitude, simultaneamente, e também realizar vigilância naval e vigilância terrestre, se próximo à terra, também simultaneamente.

A aeronave deve ter um retransmissor de dados seguro (data link) para que as operações de comando e controle sejam realizadas por um centro de maior capacidade, como um navio de guerra ou posto de comando aérotático em terra.

Devido à capacidade de autodefesa, o Su-32 não precisa de escolta de caças e pode realizar autoescolta, nem que seja fugir a alta velocidade. Aeronaves AEW convencionais, como o R-99, precisariam de escolta de caças de longo alcance para operarem  em cenários de alta intensidade com ameaça de interceptação por caças inimigos embarcados ou de bases terrestres.

O Su-32 tem a opção de ser armado com mísseis anti-AWACS russos para negar a capacidade de alerta antecipado ao inimigo.
 

Ataque de Precisão em Terra

O Su-32 é uma aeronave capaz de atacar alvos em terra que ameacem direta ou indiretamente as vias de comunicações marítimas e o território nacional. Podem ser bases navais, bases aéreas, postos de comando, paióis, depósitos de combustível, centros logísticos, estaleiros e todo tipo de alvo que possa atrapalhar a condução da guerra no mar pelo inimigo de forma imediata ou a longo prazo ou então em outra missões relacionadas com dissuasão ou que ameacem os interesses ou forças brasileiras.

O Su-32 tem capacidade de projetar poder sobre terra além das fronteiras nacionais, se necessário. O ataque de precisão pode ser feito através de:

- Ataque terrestre que é a aplicação do poder aéreo contra alvos em terra não envolvidos diretamente com as forças inimigas em contato. Alvos típicos são a liderança inimiga, sistema de comando e controle e infra-estrutura de apoio.

- Apoio aéreo ofensivo. É o uso do poder aéreo para apoio direto às forças de superfície. É realizado no ambiente naval através do ataque marítimo e no ambiente terrestre através da interdição das linhas de comunicações terrestres ou apoio aéreo aproximado. Um exemplo de apoio aéreo aproximado pode ser o ataque a ameaças às nossas forças de paz na África.

O ataque aéreo de precisão não é apenas o lançamento de armas com precisão. Inclui também a navegação precisa a longa distância, em qualquer tempo e altitude. O ataque de precisão também pode ser feito com bombas "burras" usando os sistemas de navegação e ataque para atingir alvos com precisão.

Como pode ser realizado a distâncias muito grandes com o apoio de aeronaves de reabastecimento em vôo, o Su-32 pode ser incluído entre as aeronaves com capacidade estratégica  (apesar do tipo de alvo também poder determinar o tipo de ataque  - tático ou estratégico). Com reabastecimento em vôo, o alcance do Su-32 pode chegar a 14 mil quilômetros.

Os mísseis cruise aumentam o alcance do ataque e podem ser lançados além das defesas aéras  inimigas, aumentando as chances de sobrevivência da aeronave contra defesas de alta intensidade. Mísseis cruise com alcance de 300 km são suficientes para que uma aeronave atinja alvos com precisão e segurança contra a maioria das defesas aéreas existentes. 

Até o Nimrod britânico está tendo a capacidade de ataque adicionada. Inicialmente chamado Nimrod MR.2, a versão modernizada agora se tornou Nimrod MRA.2 com o "A" de "Attack" adicionado para mostrar sua nova capacidade. Os P-3C Orion americanos realizaram 14 disparos de mísseis SLAM contra alvos em terra durante o conflito de Kosovo em 1999.


Guerra Eletrônica

As aeronaves de escolta eletrônica tem a missão de interferir nos radares inimigos com o objetivo final de reduzir as perdas amigas. Esta capacidade é muito importante para países com pequenas forças aéreas que não podem se dar ao luxo de grandes perdas.

O Su-32 tem capacidade em termos de potência eletrônica para realizar missões de interferência e despistamento eletrônico, seja com casulos externos ou sistemas internos incluindo a grandes distâncias, seja para autoproteção ou para escolta de outras plataformas.

O próprio radar Phased Array tem capacidade de GE ativa ou passiva. Casulos de inteligência eletrônica  (SIGINT) podem ser levados externamente para a detecção e localização de sistemas de radares inimigos e criação de uma ordem de batalha eletrônica. O Su-32 não é o tipo de aeronave ideal para SIGINT, mas pode ser usado em cenários de alta intensidade, onde a sua capacidade de sobrevivência seria interessante.

Os caças russos podem levar os casulos de contramedidas eletrônicas Sorbtsya L005S, que operam na banda  H/I, instalados nas pontas das asas e os casulos de alta potência  (mais de 1 KW) L175V. Com esses sistemas, o Su-32 torna-se o "Prowler" russo, podendo ser usado para escoltar grupo de ataque.

Esses casulos usam técnicas de interferência de ruído e reflexo no terreno. Na última técnica, a aeronave voa a altitude muito baixa em direção a mísseis SAM. Ela direciona um retorno de radar simulado para o solo ou superfície do mar entre ele e a ameaça. O resultado é que o radar do míssil SAM recebe um eco falso e tem indicação falsa da altitude real da aeronave e sua posição. O míssil será guiado em uma direção abaixo da aeronave protegida.

Outra técnica é voar a média altitude e lançar chaff e flare para criar uma nuvem artificial atrás da aeronave. O L275V direciona energia eletromagnética para os despistadores metálicos para aumentar suas características de sedução.

As antenas podem emitir mais de uma dezena de raios de interferência contra mísseis ar-ar e superfície ar como o Patriot, Sparrow e Hawk.

A aeronave também pode empregar despistadores rebocados para aumentar a defesa contra mísseis guiados por radar.

O Su-32 também pode detectar alvos emissores e passar os dados para mísseis antiradiação como o Kh-31 e o Kh-58 para destruir radares inimigos em terra ou no mar. O Kh-31 tem uma versão ar-ar para ser usada contra AWACS.

É conveniente que as aeronaves de Guerra Eletrônica tenham mais de dois tripulantes como o EA-6B Prowler da US Navy. Porém, o EF-111 Raven da USAF tinha apenas dois tripulantes e um dos possíveis substitutos do EA-6B, o EF-18, tem dois tripulantes.


Para se ter uma idéia da importância das missões de supressão de defesas aéreas inimigas, após a Guerra do Golfo em 1991, os países da OTAN tiveram cerca de 12 engajamentos ar-ar e lançaram cerca de 4.000 misseis anti-radiação (HARM e ALARM) contra radares no solo.

Guerra de Minas

O Su-32 pode estabelecer campos minados nos acessos inimigos, como portos e pontos de choque. Campos minados podem  forçar o inimigo a dispersar, tornando os navios separados mais vulneráveis ao ataque de mísseis anti-navio.

É uma forma barata e eficiente de cortar as linhas de comunicações inimigas. A capacidade de longo alcance e penetração do Su-32 é muito útil para garantir que as minas sejam colocadas com precisão no local correto e contra qualquer sistema de defesa.

O Su-32 também pode atacar os navios de contraminagem inimigos no porto ou atuando na limpeza dos campos minados

O Su-32 também pode realizar contraminagem com sistemas de varredura a laser contra minas de superfície ou em locais pouco profundos.


 

Reabastecimento em Vôo.

A "ditadura da distância" torna o REVO muito importante nos cenários do TOAS. O Su-32 pode ser equipado  com casulo de reabastecimento em vôo para passar combustível  para outras aeronaves. Não é uma aeronave ideal para a missão, mas pode ser necessária em algumas situações.

Como já citado anteriormente, ela aumenta a sobrevivência no caso de operações em pistas semi-preparadas.

Caso o REVO seja necessário, não poderá estar disponível na forma de aeronaves especializadas, devido, principalmente, às distâncias dos esquadrões REVO, principalmente em caso de reação rápida.

O REVO aumenta o alcance e a flexibilidade das operações aéreas, sendo um multiplicador de força.
 

Outras Missões

Missões a longas distâncias podem requerer uma aeronave para conectar as aeronaves com Postos de Comando em terra se a comunicação por satélite não estiver disponível. Esta aeronave funcionaria como retransmissor de comunicações.

O Su-32 tem duplo comando completo e não precisa de outra aeronave especializada para conversão.

O Su-32 pode ser usado para lançar fardos de mantimentos e munições para grupos de forças especiais em cenários com defesas antiaéreas intensas.

O Su-32 pode ser equipado com casulos especiais para realizar reconhecimento estratégico de longo alcance. Um exemplo já citado é o reconhecimento eletrônico (SIGINT). O reconhecimento é a coleta de informações numa missão específica, geralmente conduzida num tempo limitado e direcionada contra um alvo específico. O reconhecimento aéreo envolve a coleta de informações por meios aéreos usando métodos de imagens, radar, infra-vermelho, eletrônico, acústica e visual.

Por operar a longas distâncias o Su-32 poderá participar de operações de Resgate e Salvamento de Combate (RESCO ou C-SAR) de aeronaves do mesmo tipo. É a tarefa específica de resgatar forças durante conflitos ou operações de contingência. Pode ser efetuado sobre terra ou mar e sempre em território hostil.

Para comando de missão RESCO, são geralmente usadas aeronaves maiores, como o MC-130P na USAF; e o Nimrod MR2 da RAF terá capacidade de gerenciar esse tipo de missão. Aeronaves A-10 são usadas como pontos de comando local.



As tarefas citadas acima podem ser realizadas sozinhas ou em conjunto para conduzir operações militares como:

Apoio de Grupos Tarefas - A Marinha do Brasil só opera um NAe, atualmente o A-12 São Paulo, que nem sempre estará  disponível para operações devido à manutenção. Um caça de longo alcance baseado em terra pode realizar as tarefas de aeronaves embarcadas em apoio a um GT, dependendo do cenário e nível de ameaça encontrado. Sua missão pode ser ofensiva  ou defensiva, como reconhecimento marítimo, LORCAP, mini-AEW e ataque terrestre.

O Su-32 também poderia apoiar GTs operando em outros oceanos se bases em países amigos estiverem disponíveis.

Existem muitas situações onde o poder aéreo baseado em terra é melhor para ataque marítimo. Uma situação é quando o oponente tem forças baseadas em terra capazes de ameaçar seriamente um GT nucleado em um NAe. Se o NAe está muito ocupado se defendendo, pouco esforço sobrará no papel ofensivo. O A-12 São Paulo equipado com o AF-1 tem pouca    capacidade ofensiva e provavelmente estaria seriamente ameaçado por aeronaves baseadas em terra na grande maioria dos cenários em que atuaria.

Apoio às operações anfíbias - Pode operar sozinho ou em conjunto com NAe ao defender setor marítimo, atacar ameaças navais distantes, fornecer reconhecimento além do horizonte adicional e proteger o GT.

Bloqueio naval - O Su-32 é uma ótima plataforma de bloqueio naval, podendo cobrir todo o Atlântico Sul a partir de bases em terra e dissuadir ameaças aos interesses nacionais, como a ameaça de fechamento dessa importante rota marítima. O bloqueio naval também poderia ser realizado para cortar as fontes de suprimento de um adversário em caso de conflito na América do Sul.

 
 
    Su-32 na FAB

Das capacidades citadas acima, o PX, na forma do P-3, irá realizar missões de patrulha marítima (vigilância de superfície, ataque anti-navio e guerra anti-submarino), busca e salvamento, combate ao contrabando e narcotráfico e em complemento ao SIVAM com seus sensores e em apoio a Marinha do Brasil.

As aeronaves P-3 também realizaram outras missões, como ataque de precisão e vigilância terrestres em conflitos recentes, como no Kosovo. Os P-3 da US Navy realizaram reconhecimento de defesas costeiras e atacaram alvos em terra com mísseis SLAM guiados por IR.

A US Navy já estudou a instalação do míssil cruise furtivo JASSM nos seus P-3 e eles já estão equipados com o Maverick. O objetivo é a utilização do Orion em operações litorâneas. O Nimrod MR2 da RAF poderá levar o míssil cruise Storm Shadow para cumprir a mesma missão.

Durante exercícios na Noruega, os P-3 da RNoAF detectavam radares com seu MAGE e tiravam fotografias radar da área com o radar APS-137. Os dados eram enviados para bases em terra para que os radares detectados fossem atacados pelos F-16 com bombas guiadas por GPS (simuladas).

Entre as conclusões tiradas do exercício foi a necessidade de instalar de sensores eletro-óticos internos de melhor qualidade no P-3 ou usar sensores externos (em um UAV) para identificar alvos com mais precisão e que a aeronave precisava de armas ar-solo como o Maverick e até mesmo o SLAM.

Os P-3 de países da OTAN também realizaram o monitoramento de crises em países africanos com a utilização de seus sensores EO e tiveram ótimo desempenho, devido à grande autonomia da plataforma. Os P-3 da US Navy realizaram vigilância com sensores óticos sobre o Afeganistão em 2001 transmitindo as imagens em tempo real para os EUA.

As aeronaves P-3 também são usadas em missões SAR de longo alcance em auxílio à navegação comercial.

Os P-3 têm versões especializadas para AEW e SIGINT (EP-3 Eries da US Navy). Outros países também aproveitam o desempenho (autonomia) e sensores MAGE para realizar missões SIGINT.

Na FAB, O Su-32 poderia realizar todas as missões do P-3, com vantagens ou desvantagens, e ainda poderá ser usado em outras missões impossíveis de serem realizadas pelo Orion, pelo menos não planejadas, como defesa aérea, AEW, ataque ao solo, ataque eletrônico e reabastecimento em vôo.

Apesar de ser uma aeronave multifuncional, a tripulação necessariamente não é. Uma tripulação pode desempenhar todas as missões acima, mas para ser efetiva em todas elas o ideal é manter especializações como ar-ar, ar-superfície, GAS, reconhecimento, etc. O motivo é a limitação do número de horas de vôo necessárias para manter o padrão de cada missão. A consequência é um número maior de horas voadas para treinamento e um custo operacional alto.

De qualquer forma, não deixa de ser uma boa idéia para a FAB sair da concepção geralmente usada para configurar uma força aérea de acordo com suas necessidades e limitações.
 
 
    Su-32 e o AF-2

Futuramente, a MB irá substituir seus caças embarcados AF-1 (A-4K) por outras aeronaves, aqui chamadas de AF-2. Devido às frequentes limitações orçamentárias, a MB poderá encontrar-se na situação de não ter condições de manter uma esquadra efetiva e atualizada em todos os tipos de plataformas ou áreas de guerra.

Os recursos para a aviação embarcada, no caso o substituto do A-12 São Paulo e do AF-1, terão que competir com outras plataformas como escoltas, submarinos nucleares e convencionais, navios anfíbios, apoio logístico e helicópteros. Uma marinha é cara para manter e talvez alguma capacidade tenha que ser cortada.

A exemplo de outras marinhas, para dizer a verdade a grande maioria dos casos, uma aviação embarcada equipada com caças e NAes não é empregada por não ser necessária ou, também na maioria dos casos, por não ser economicamente viável.

A maioria das Marinhas tem ameaça locais e os TO podem ser cobertos por aeronaves baseadas em terra. Um exemplo é a Marinha Alemã. Ela possuía mais de uma centena de Tornados IDS para operações navais para cobrir o Mar Báltico. Pelo tamanho do TO a densidade de caças seria alta.

A maioria dos países da OTAN contam com a cobertura dos NAes americanos para poderem operar. A grande maioria não é capaz de manter uma capacidade igual por motivos orçamentários.

A Argentina teve que deixar de usar NAes após a retirada do ARA 25 de Mayo devido aos cortes no orçamento. A Argentina tinha que eliminar uma capacidade e obviamente não seriam as escoltas ou apoio logístico, pois até o NAe precisa deles.

A Austrália é outro país que deixou de operar aeronaves de caça embarcados e passou a usar aeronaves de longo alcance, como o P-3 para vigilância, o F-18 para superioridade aérea e o F-111 para operações ar-superfície.

O Su-32 é uma alternativa para manter uma aviação de caça sem depender de navios caros de adquirir e manter como os NAes e que também dependem de escoltas e apoio logístico para operarem.

A capacidade atual e prevista para a MB é poder, pelo menos, manter um NAe em operação, cuja área de atuação seria o TOAS devido às limitações de apoio logístico. Para manter um NAe em operação a distâncias maiores, no caso outros oceanos e Atlântico Norte, seria necessário, pelo menos, mais um NAe com respectivas escoltas e navios de apoio logístico em maior número que a dotação atual da MB (dois navios tanques e um navio de apoio polivalente).

O Su-32 daria a capacidade à MB de ter uma frota de caças para atuar em operações ofensivas e defensivas, permanentemente, para cobrir o TOAS.

As ameaças esperadas no TOAS seriam de vizinhos próximos, como Argentina, Uruguai e Venezuela (muitíssimo improvável) ou potências estrangeiras com NAes (EUA e/ou OTAN). Outros países enviariam submarinos e não seria esperado que arriscassem um GT sem cobertura aérea contra um país que esteja equipado com aeronaves até simples como o AMX e o P-3.

Contra essas últimas ameaças, o Su-32 é superdimensionado, e adequado em capacidade de dissuasão no caso de ameaça de potências estrangeiras.

A capacidade de sobrevivência é consideravelmente maior que a de um NAe contra os dois tipos de ameaça. No primeiro caso, o NAe teria que aproximar-se da costa e expor-se à aviação baseada em terra desses países. No segundo caso, o NAe estaria exposto à aviação embarcada em NAes e até mesmo a aeronaves de longo alcance armadas com mísseis anti-navio (B-52, P-3, Nimrod e Atlantic).

Os custos de uma aeronave baseada em terra também é menor que uma embarcada. Somando todos os custos para manter uma aeronave embarcada, cada hora de vôo de uma aeronave naval pode ser até 10 vezes maior que uma missão lançada de bases em terra.

São vários os exemplos de países que usam aviação de ataque baseada em terra para atuar em teatros de operações navais.

A Marinha da Polônia tem um esquadrão de MiG-21 e Irida para vigilância e ataque naval para atuar no mar Báltico.

A Marinha Alemã usa, atualmente, cerca de 50 Tornados IDS apoiados pelos Atlantic também para atuar no mar Báltico. Todas as aeronaves, navios e bases estão interligados por data link (link 11).

A Tailândia iniciou a operação com caças A-7 Corsair II antes de operar os Harrier.

A África do Sul usava os Camberra e Buccaner para operações de longo alcance em terra e no mar.

A Rússia operava aeronaves Tu-22, Tu-26 e Su-24 para atuar até no Atlântico Norte. A marinha russa também tem um esquadrão de Su-27 baseado em terra para escoltas de longo alcance.

A Austrália usa o trio F-18, F-111 e P-3 para cobrir suas rotas marítimas. Todos podem lançar o míssil anti-navio Harpoon e o F-111 pode lançar minas navais.

Países como Taiwan e Japão desenvolveram caças armados com mísseis anti-navio.

Os britânicos usavam o Tornado IDS armado com o Sea Eagle, e o Nimrod modernizado será equipado com o Harpoon.

Os EUA usam o B-52 armado com Harpoon, Raptor e minas em apoio aerotático às operações marítimas com apoio de E-3, F-15, F-16, KC-10 ou apoiado por CVBG.

Em comparação com os NAes operando apenas no TOAS, o Su-32 pode ser considerada uma plataforma altamente flexível, com maior capacidade de sobrevivência, mobilidade e potencial de crescimento adicionado a custos aceitáveis


Alcance de interceptação supersônica do Su-32.Os círculos mostram a distância em que o Su-32 pode realizar uma interceptação supersônica (700 km) a partir de bases em Belém, Fortaleza, Salvador, Santa Cruz e Florianópolis. As missões de interceptações supersônicas seriam as de menor alcance em relação à vigilância e ataque de superfície. Apenas nas missões de defesa aérea, os Su-32 podem cobrir quase todo o mar territorial brasileiro e boa parte das regiões litorâneas. Em operações ofensivas os caças seriam concentrados na área de ameaça e dispersos no local para aumentar a capacidade de sobrevivência. O Su-32 é capaz de realizar missões estratégicas contra ameaças no ar, terra e mar em todo o continente sul-americano e Atlântico Sul. A FAB está usando o AMX nas missões estratégicas contra alvos de superfície com vôos durando cerca de 5-6 horas com apoio de reabastecimento em vôo. O Su-32 é a aeronave ideal para esta tarefa.

Considerando nossa pior ameaça futura, no caso um conflito no TO, o nosso GT a ser defendido seria o Sudeste onde deveriam ser concentrados os interceptadores e a área onde haveria projeção de poder ficaria no TOA e TOAS.

O Su-32 é uma aeronave necessária tanto para a FAB quanto para a MB devido as suas capacidades que não estão presentes, na grande maioria dos casos ou de forma limitada, nos dois serviços.

 
 
    Comparação de Meios

A função dos combatentes de superfície é fornecer defesa aérea, defender outros navios de submarinos e dar apoio de fogo às operações anfíbias.

Os NAes leves não são viáveis em águas contestadas. A evolução dos modernos mísseis anti-navio levaram à situação em que os navios devem ser defendidos das aeronaves lançadoras de mísseis a distâncias significativas, aumentando o peso e o tamanho das aeronaves embarcadas, ao ponto de só serem efetivas se levadas em NAes de ataque médios ou pesados, como os usados pela US Navy.

A composição habitual de um grupo de batalha com NAe é de pelo menos um NAe equipado com caças, aeronaves AEW e escoltas de vários navios de defesa aérea, anti-submarina e submarinos de ataque. O valor do NAe para o inimigo resulta em uma grande necessidade de proteção.

Se uma marinha não puder desdobrar um GT com NAe para missões de controle marítimo, a alternativa será o submarino. Os submarinos podem ser usados ofensivamente atacando alvos em terra e no mar com mísseis e torpedos ou lançando minas. Podem ser usados defensivamente ao engajarem submarinos inimigos.

As minas são armas valorosas por serem simples, baratas, confiáveis e persistentes. O uso correto de campos minados pode negar ao oponente o uso de portos, canais, vias e direcionar os navios para zonas patrulhadas por submarinos e aeronaves As minas modernas são muito difíceis de serem encontradas e removidas e podem ser facilmente lançadas por navios e aeronaves.

O controle do mar é geralmente empregado ofensivamente com um meio de bloquear as vias do oponente aos portos ou permitir que forças anfíbias conquistem uma cabeça de ponte em uma praia contestada. O bloqueio pode estrangular um oponente de seus recursos e material de guerra ao ponto de não poder sustentar o esforço de guerra e entrar em colapso, como aconteceu com o Japão em 1945.

A capacidade de qualquer marinha contemporânea, além da US Navy, de conseguir qualquer grau de controle marítimo em face aos modernos equipamentos das forças aéreas é questionável. Embora os modernos submarinos tenham chances razoáveis de evadir as aeronaves de guerra antisubmarina, sua habilidade de sustentar operações efetivamente sobre constante perturbação pode ser questionável. Todo engajamento com o inimigo mostrará sua posição e aumentará a vulnerabilidade ao ataque.

Grupos de ação de superfície (SAG) com cruzadores, contratorpedeiros e fragatas não são capazes de suportar ataques de saturação contra suas defesas antiaéreas com mísseis anti-navio e antiradiação. Ao perderam suas defesas aéreas de área, os SAGs podem ser atacados por aeronaves com bombas guiadas a laser. As aeronaves podem atacar de distâncias seguras com mísseis de longo alcance até colapsar as defesas aéreas.

Como um NAe de ataque médio com capacidade de sobrevivência efetiva está fora da nossa realidade econômica, a frota da MB estará baseada em escoltas e NAes leves, no máximo.

A outra opção é usar uma força de submarinos e/ou uma plataforma aérea de ataque marítimo para realizar missões de controle marítimo com maior capacidade de sobrevivência que forças convencionais de NAe, escoltas e submarinos.

Várias implicações devem ser consideradas em tal circunstância:

- Flexibilidade - é a medida da rapidez de um meio para mudar de missão, rearmar e redeslocar para engajar o oponente ou outro alvo. Os tipos do alvo que podem ser engajados também é uma questão. Uma aeronave pode realizar várias missões ao mesmo tempo. O preço da versatilidade é o alto treinamento necessário para manter uma ou várias tripulações para cumprir todas as missões necessárias.

- Poder de fogo - é a medida da quantidade de armas que podem ser lançadas em um ataque de saturação contra uma força de superfície ou comboio.

- Capacidade de Sobrevivência - é a capacidade de sobreviver a engajamentos repetidos contra o oponente.

- Cobertura - é a medida da área do oceano que pode ser negada ao inimigo por uma simples plataforma ou grupo de plataformas.

- Raio operacional - é a medida da distância em que um oponente pode ser bloqueado ou engajado efetivamente. Enquanto 70% da superfície da terra é coberta por água, 100% é coberta por ar e uma aeronave pode ir a qualquer ponto do planeta. Para aumentar o raio de ação é possível usar reabastecimento em vôo ou operar em bases avançadas.

- Custo - são os custos de aquisição, atrito e operação a serem considerados.

- Persistência - é a capacidade de sustentar o controle de águas sustentadas pela manutenção da presença.

- Velocidade - é a capacidade de cobrir distâncias rapidamente e projetar força com pouco atraso.

A experiência alemã com a Blitzkrieg no início da Segunda Guerra Mundial é testemunha da importância de forças rápidas e móveis, no caso as divisões Panzer, que podiam atacar duramente e em profundidade em pontos de vantagem, ou simplesmente manobrar ao redor das defesas inimigas para alcançar seus objetivos. O rompimento, deslocamento e prevenção são as palavras chaves nesta filosofia de guerra de monobras. O objetivo central é atingir um ritmo operacional alto e atacar os centros de comando e controle inimigos ao invés de atritar diretamente com as forças inimigas.

A guerra de manobras é importante para um país que não tem condições de manter uma guerra de atrito com forças mais fortes.

- Perspectiva - é o modo que a força vê o campo de batalha. As forças terrestres olham o terreno, talvez até a próxima linha de montanha. As forças marítimas olham até o horizonte. As forças aéreas olham todo o campo de batalha. As plataformas aéreas podem operar fora do envelope das armas inimigas, complicando sua estratégia e táticas.

- Penetração - devido ao alcance, perspectiva e velocidade, o poder aéreo é capaz de penetrar o território inimigo, com grande capacidade de manobra no sentido estratégico, operacional e tático. Guerra de manobra se baseia em conter os pontos fortes inimigos, testá-lo para penetrar seus pontos fracos, e atingi-lo onde não é esperado. A presença de barreiras físicas e velocidade  limitada levou ao conceito de batalha aeroterrestre, onde os meios aéreos são indispensáveis para penetrar e atingir o inimigo decisivamente. Também pode ser usado para atingir alvos bem dentro do território inimigo.

A flexibilidade favorece o poder aéreo (não foi usado o termo Força Aérea). Uma aeronave pode deslocar-se a centenas de km/h, enquanto os navios deslocam-se a dezenas de km/h. Os navios devem retornar à base para rearmarem-se e reabastecerem ou encontrarem-se com navios de apoio logístico. As aeronaves podem ser rearmadas muito mais rápido que os navios de guerra e submarinos e podem engajar navios, submarinos, aeronave e alvos em terra.

Enquanto os submarinos podem dominar apenas a superfície e a área submarinas sob circunstâncias favoráveis, as aeronaves podem dominar o ar, o mar e o meio submarino. Escoltas e submarinos podem defender áreas em terra, mar e ar de tamanho menor que as aeronaves e têm armas com alcance muito menor que as das aeronaves.

O poder de fogo favorece o poder aéreo, pois meia dúzia de aeronaves pode levar a mesma quantidade ou mais mísseis anti-navios e torpedos que um submarino ou escolta. No caso de ataques contra alvos em terra, um esquadrão de aeronaves de ataque pode ter o mesmo poder de fogo de vários submarinos ou escoltas, que pode ser multiplicado em um determinado período, se for permitido retornar à base e rearmar para reengajar, pois a aeronave leva bem menos tempo em relação aos navios e submarinos. Por exemplo, no intervalo de tempo para um navio transitar 1.000 milhas a 20 nós até uma zona de disparo, um caça-bombardeiro de médio alcance pode fazer cerca de 6 surtidas com 3 horas de intervalo para rearmar e reabastecer em cada surtida.

A capacidade de sobrevivência favorece o poder aéreo em relação aos navios de superfície, pois um jato moderno pode lidar com caças, aeronaves de patrulha e navios de superfície muito efetivamente. As ameaças aos submarinos como escoltas e aeronaves patrulha e que devem ser evadidas são alvos fáceis para os jatos. Um jato pode sempre desengajar e fugir muito mais rápido de um engajamento desfavorável que um submarino ou navio de superfície.

A cobertura favorece o poder aéreo pois uma aeronave usando o MAGE e radar pode varrer uma área muito maior e mais rápido que submarinos e navios usando sonar e radar. Os sistemas MAGE são do tipo linha de visada e o alcance no caso de uma plataforma aérea voando a grande altitude pode chegar a mais de 200 km de distância. Em cenários de controle marítimo, onde os navios são os alvos, as aeronaves oferecem cobertura muito melhor que os meios de superfície.

O custo favorece o poder aéreo em todas as categorias. Um submarino ou fragata pode custar o mesmo que um pequeno esquadrão de modernas aeronaves de ataque. A perda de uma única embarcação pode equivaler à perda de um esquadrão inteiro com perda de vidas muito maior.

Persistência e raio operacional favorece os submarinos e escoltas, onde o poder aéreo não tem capacidade de reabastecimento em vôo (REVO). Se houver apoio de REVO suficiente, o poder aéreo poderá ser usado.

O raio operacional favorece os navios, dependendo de onde está o inimigo. No caso do Atlântico sul, uma aeronave de logo alcance pode ser o suficiente. Para distancias maiores, os navios e submarinos levam vantagem, se houver apoio logístico suficiente. No caso das aeronaves, a disponibilidade de bases em países amigos iguala esse requisito.

As limitações do poder aéreo estão relacionadas com sua fragilidade, carga limitada, dependência de informações e bases aéreas. Estas limitações também servem para as aeronaves embarcadas.

A fragilidade de uma aeronave embarcada é da mesma magnitude de uma aeronave baseada em terra. Já a capacidade de sobrevivência de uma base aérea é incomparavelmente maior que a de um navio que pode afundar e levar toda a sua dotação de aeronave junto para o fundo do mar.

O resultado dessa questão é a seguinte pergunta: é melhor gastar centenas de milhões de dólares em submarinos, escoltas e Naes leves ou investir em um esquadrão de aeronaves de ataque de longo alcance?

O controle do esquadrão é outra questão importante. A FAB deveria ser o operador e talvez não iria aceitar que a MB realizasse uma tarefa que deveria ser sua. Mas a luta por recursos e prestígio levaria a disputas e duplicação de recursos. A MB iria investir em NAes e escoltas para garantir sua supremacia e antiguidade. Um esquadrão misto poderia ser a solução para garantir a sobrevivência da idéia e evitar atritos entre as forças.

 
    Custos

A marinha britânica está planejando a aquisição de dois NAes médios no programa CV(F). Cada um será capaz de levar até 50 aeronaves sendo 30-40 de caça. Serão adquiridas 150 aeronaves para operarem embarcadas, sendo candidato mais provável o F-35.

Os custos dos dois NAes gira em torno de US$ 3,2 - 3,6 bilhões e os custos das aeronaves em torno de US$ 7 bilhões. O objetivo é ter sempre um NAe disponível.

Caso a MB pretenda manter uma capacidade equivalente, não sairá barato. Navios mais simples custariam pelo menos US$ 800 milhões e um caça bem simples, como o MiG-29K não sai por menos de US$ 30 milhões a unidade. Seria necessário pelo menos 80-90 caças para manter um NAe equipado com 30 caças sempre em operações (2 NAes).

Outros custos devem ser adicionados em relação às escoltas antiaéreas e anti-submarinos. As escoltas antiaéreas são necessárias para um sistema de defesa em camadas (alerta antecipado, interceptadores, mísseis de médio alcance, mísseis de área curta e defesas de ponto) complementando os interceptadores que cobrem áreas externas de um GT. As escoltas antiaéreas também funcionam como navios de comando para GTs sem NAe em cenários onde o NAe não é necessário.

Para manter um NAe em operação contínua no Atlântico, será necessário uma penquena frota de navios de apoio logístico.

Os custos totais podem girar em torno de US 6 bilhões (aquisição) para manter um NAe equipado com 30 caças. A área coberta pelo NAe seria de cerca de 1.000 km de raio ao redor do GT.

Já para manter 20 aeronaves Su-32 em operação com mais 20 em reserva seriam necessários cerca de US$ 1,6 bilhões (US$ 40 milhões por aeronave). A área coberta pode ser de pelo menos 3.000 km de raio, com apoio de REVO, a partir da base de operação, em várias bases em torno da costa.

O Su-32 é apenas a materialização de um conceito de aeronave de reconhecimento e ataque marítimo baseada em terra. Outras opções de plataformas aéreas podem ser estudadas. Como exemplos, temos aeronaves novas, como outros membros da família Flanker, como o Su-30, o Su-35 e o Su-33 embarcado, e aeronaves usadas, como o Su-24M, Tornado IDS, F-111, F-15E e A-6 Intruder.

A FAB poderá colocar o Su-35 em serviço como aeronave de interceptação e ataque para o Projeto FX. A decisão será tomada em março. O Su-35 não tem as mesmas capacidades do Su-32 em termos de conforto e proteção, mas tem desempenho e capacidades de alcance e cargas quase similar. O uso do Su-35 para o PX, no caso a versão biposto Su-35UB fabricado pela KnAAPO e equivalente ao Su-30MK da IAPO, traria padronização da frota e não apenas de alguns itens em comuns entre o FX e o PX. Isso aconteceria caso o Flanker entrasse em operação nos dois programas.

O Su-35 balancearia a capacidade do Flanker para a arena ar-ar em prejuízo, não tão grande, para a arena ar-solo, ao contrário do Su-32.

A MB pretende manter uma aviação embarcada e o Flanker poderá ser um dos concorrentes. O Su-33 poderia ser um dos concorrentes para substituir os AF-1 e traria vantagens no caso do NAe, ou NAes, estiver sem condições de operar. A versão biposta Su-33UB do Flanker naval tem a mesma cabine lado a lado do Su-32. Até mesmo o Rafale será usado como plataforma embarcada para defesa aérea, ataque e vigilância. Na última missão, ele substituirá o Alizé.


O SU-33KUB é uma aeronave embarcada que combina a configuração do Su-33 com a cabine dupla do Su-32. É usada para ataque contra alvos de superfície, patrulha de combate aéreo (PAC) e treinamento avançado. Ela pode atuar como aeronave líder para outros Su-33 e servir de avião cisterna com o sistema de transferência de combustível em vôo UPAZ. Tem várias melhorias em relação aos Su-33 monopostos, como o aumento da área de canards e profundores e aumento da envergadura das asas. As aeronaves acima estão com as cores da MB e da FAB.

Uma opção de baixo custo é adquirir aeronaves de segunda mão para cumprir a missão do Su-32. Uma versão modernizada do Su-24 (versão MK) manteria a maior parte da capacidade ofensiva com perda significativa da capacidade ar-ar. Aeronaves de origem americana como o F-15E Strike Eagle, F-111 Ardvark e A-6E Intruder poderiam ter limitações políticas para serem adquiridas. O F-15E é muito caro e não tem aeronaves de segunda mão disponíveis.

Os Tornado IDS alemãs de segunda mão já estão disponíveis para venda e sem limitações políticas, mas com desempenho inferior às outras aeronaves em relação ao alcance.

Dados técnicos:

 

F-111F A-6 F-15E Tornado IDS Su-24M Su-35 Su-33 Su-32
Peso vazio t 22 11,6 12,7 14 22,2 18,5 - -
Peso máximo 44,9 27,5 31,0 27,2 39,7 34 30 45
Alcance máx km 5.093 4890 5740 4830 2850 3500 - 4000
Potência 2x11,3t 2x5t 2x10,8t 2x7,2 2 x 110kN 2x12,5 2x12,5 2x 175kN
Combustivel x 1000 litros 19,0 + 6x2,2 - 7,6 + 5x2,2 - 11,9 + 2 x 3,0 9.4t - 12t
+3 x3.0
armas t 13,6 6,8 11,1 8,1 8 6 8 8
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Protótipo do Su-30UB (Su-27KUB).
 
 
    O Sucessor do Su-32

Considerando que a ativação de um esquadrão de Su-32 ou equivalente só se realize no futuro, após ser reconhecida a sua importância, é necessário pensar em um equivalente futuro ou até mesmo já ir planejando seu substituto, considerando as tecnologias que estão sendo desenvolvidas no campo aeronáutico.


Como poderia ser um "Su-32" no futuro: biposto, bimotor de longo alcance para controle do mar. O sucessor deve ter capacidade furtiva e supercruzeiro para melhorar a capacidade de sobrevivência. A nova aeronave também deverá ser capaz de controlar um UCAV-ala para reconhecimento, ataque e escolta/combate aéreo. A foto acima é uma concepção do FOAS para a RAF.

A Austrália é outro país que se interessa por aeronaves de reconhecimento e ataque marítimo de longo alcance baseados em terra da classe do Su-32. A RAAF usa o F-111 em conjunto com o P-3 para vigilância e o F-18 para superioridade aérea. O Su-32 foi proposto para substituir seus F-111 até 2020. A Austrália já testou o UAV RQ-4 Global Hawk para vigilância marítima de longo alcance.

Outra opção futura seria uma aeronave escolhida para o programa FOAS da RAF. Existe a possibilidade do FOAS ser um míssil Cruise, aeronave, UCAV ou misto destes sistemas. O EF-2000 e o F-35A são possíveis candidatos.

Os russos estão estudando o PAK-FA, que será um caça 5ª geração para substituir o Flanker. Será uma aeronave de caça com capacidade secundária de ataque.

Os governos de Reino Unido, França, Alemanha, Suécia, Espanha e Itália, através das empresas EADS, BAe, Dassault, Alenia e SAAB, juntaram-se para desenvolverem uma aeronave ofensiva que possa operar com ou sem piloto, e que irá substituir o Eurofighter, o Gripen e o Rafale, entrando em operação em 15 anos. O primeiro protótipo poderá estar pronto entre 2005 e 2010.

"Dissuasão é o estado mental produzido por uma ameaça crível de retaliação, uma convicção que a ação que está sendo planejada não poderá ter sucesso, ou uma crença que o custo da ação excederá qualquer ganho possível. Assim, um agressor em potencial estará relutante em agir por medo de falha, custo e consequências."


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