Sistemas Defensivos |
A capacidade defensiva de uma aeronave depende de vários critérios:
- Desempenho: velocidade, altitude e
manobrabilidade
- Furtividade: radar, infra-vermelho,
visual, acústico e eletromagnético
- Guerra eletrônica:
interferidores,
chaff e flare
- Redundância de sistemas:
controles
de vôo, hidráulicos, elétricos, etc
- Táticas: vôo a baixa
altitude,
planejamento de rota, surpresa, despistamento
- Defesa de base: dispersão no
solo, camuflagem, uso de pistas curtas, defesa aérea e de
perímetro
A experiência de combate de aeronaves de ataque a baixa altitude foi considerada pelos criadores do Su-32, entre elas a experiência em combate do Su-25 no Afeganistão. O cockpit foi feito em torno de uma cápsula blindada monolítica de titânio com 17mm de espessura, que pesa quase meia tonelada. Outras partes vitais também têm proteção adicional, como os tanques de combustível e os motores. O peso total da proteção é de 1.480 kg.
Os tripulantes sentam-se em assentos ejetáveis K-36DM com ejeção para cima após a explosão do canopy. A ejeção é seqüencial e não simultânea. A aeronave tem sistema de informação de segurança ativa, que decide se é necessário ejetar antes de atingir o solo. O caça tem controles de vôo duplicados e o navegador / operador de sistemas também pode pilotar caso o piloto seja ferido.
A aeronave tem sistema de guerra eletrônico automatizada com MAGE (medidas de apoio de guerra eletrônica), interferidores ativos, detector IR de aproximação de mísseis e lançadores de despistadores (chaff e flare). Os casulos russos de GE LV-175VE têm capacidade igual ao AN/ALQ-135 do F-15E, são usados para supressão de armas guiadas por radar e protegem a aeronave ou grupo de aeronaves. Casulos de CME Sorbtsya também podem ser levados nas pontas das asas.
A assinatura radar, térmica e visual, se tornaram elementos principais para sobrevivência. A aplicação de RAM na entrada de ar e radome fez o Su-32 menos visível ao radar que o Su-24, F-111 e F-15E. O RCS é igual ao de um míssil cruise, ou seja, da ordem de 1 m².
A capacidade de sobrevivência é aumentada devido aos dois motores bem separados e pela capacidade de operar em pistas semi-preparadas e pelo sistema de dobramento das asas como os das aeronaves embarcadas. O trem de pouso principal em tandem permite que a aeronave opere em pistas semi-preparadas.
O sistema de controle de vôo tem algoritimo com soluções para retirar a aeronave de situações de vôo complicadas e potencialmente catastrófica e pode tomar os controles em caso de perda da consciência dos tripulantes por ferimentos ou manobras agressivas (G-LOC). O sistema pode até ejetar os tripulantes automaticamente.
Apesar de poder se defender muito bem em combate aéreo, as aeronaves de ataque evitam se engajar com aeronaves e pilotos provavelmente bem melhores e treinados em dogfigth e evitam o engajamento.
A melhor defesa ainda é o vôo, de preferência automático, a baixa altitude a menos de 60m de altura e a grande velocidade. Os mísseis ar-ar tem dificuldades de de trancar em alvos nesta situação. Caso um adversário tenha bons interceptadores, a tática é voar a noite onde a detecção e o combate visual é improvável, e a visibilidade traseira desnecessária.
Os F-15 americanos tinham dificuldade de detectar e perseguir os Su-24 iraquianos que fugiam para o Irã a baixa altitude durante a Guerra do Golfo em 1991 e não conseguiram derrubar nenhum.
Enquanto o F-111 e Su-24 usavam o mascaramento do terreno e mal tempo para se livrar das defesas, o F-15E, que substituiu o F-111 na USAF, usa o alto desempenho para se livrar das defesas e enfrentá-las se for necessário. Os russos usaram o mesmo princípio ao planejar o substituto do Su-24 por outro membro da família Flanker.
Outro motivo de tentar penetrar as defesas a grande altitude é evitar a turbulência de vôos a baixa altitude que causa muitos problemas em aeronaves de baixa carga alar como o Su-32FN e F-15E. Os fabricantes de caças modernos como o F-16, F-18 e Mirage 2000 não gostam de comentar sobre este detalhe. Este problema não existe em vôos sobre o mar.
Como os russos
não
estão muito desenvolvidos na área de tecnologia furtiva
como
os EUA, eles desenvolveram o Su-32 com sistemas de defesas mais
rústicos
como desempenho típico de um caça, blindagem,
interferidores
potêntes e armamentos defensivos eficazes.
Logística |
O preço da aeronave girava em torno de US$ 36 milhões em 1995. Em 1999, a Sukhoi ofereceu o Su-32 e o Su-35 a US$ 20 milhões cada para a Austrália.
O custo por hora de vôo gira em torno de US$ 5.000. A aeronave é bem mais barata de adquirir que muitas aeronaves do mesmo tipo, como o F-15E e outras aeronaves com capacidade similares. O CN-235 de patrulha naval e o P-3C custam US$ 40 e 100 milhões, respectivamente.
O P-3 gasta 25 mil litros durante uma patrulha de longo alcance (8 mil km) e o Su-32 gasta a mesma quantidade com reabastecimento em vôo ou REVO para cobrir a mesma distância, mas com capacidade ofensiva e defensiva muito maior.
Não existe concorrente equivalente no mercado para o Su-32. O concorrênte mais próximo seria o A/FX da marinha americana cancelado em 1993.
Se o operador tem outras versões do Flanker, o sistema de manutenção e logístico pode ser facilitado, devido ao grande número de peças em comum.
Desempenho |
Um aspecto mais notável do desempenho é o alcance de 4.000 km com os tanques internos ou 7.000 km com um reabastecimento em vôo (REVO). Com três reabastecimentos em vôo, ele chega a 14.000 km. A autonomia pode ser estendida para 10-14 horas com reabastecimentos múltiplos. A aeronave também pode levar três tanques externos de 3.000 litros cada.
O raio de ação a baixa altitude é de 600km ou 1.130km num perfil Hi-Lo-Hi. Quando equipado com tanques extras os valores aumentam em 40%.
O alcance é maior que o de F-15E com tanques extras e é da mesma classe de aeronaves táticas da mesma classe como o Su-24, Tu-22 e F-111 que tinham que cumprir as missões com restrições no conforto e que diminuia o potencial de combate dos tripulantes. O alcance de 14.000km é o coloca na mesma classe de bombardeiros estratégicos.
O Su-32 pode empregar casulo "buddy-buddy" UPAZ para que um Su-32 reabasteça outro em vôo. Eles podem ser úteis para operações em pistas não preparadas. Neste caso seria usado um par de aeronaves sendo que uma decola carregada de armas e outra carregada de combustível que será transferido para a aeronave armada que continuará a missão. Com esta técnica o Su-32 consegue operar com uma grande carga de armas sem problemas a partir de pistas semi-preparadas ou danificadas.
Os canard em conjunto com empenagem horizontal melhora as características de pouso. A aeronave é muito manobrável e consegue puxar 7 g's, facilmente.
Peso
vazio
20.000 kg
Peso
de
decolagem
39.000 kg (máx 45.100kg).
Carga
de
combate
8.000kg
Combustível
interno
12.100kg
Combustível
com tanques
extras
19.300kg
Vel
máx a 11mil
metros
1.900 km/h 1.8 Mach
Vel
máx baixa
altitude
1.400 km/h Mach 1.15
Altitude
cruzeiro
15.000 m
Carga
G máx.
sobrecarregado
7.0
Alcance
a baixa
altitude
600 km
Alcance
a grande
altitude
1.130 km
Alcance
máx cmb
interno
4.500 km
Distância
de
decolagem
1.260 m
Distância
de
pouso
1.100m ou 950m com pára-quedas de frenagem
Comprimento
23,34 m
Largura
14,7 m
Área
alar
70 m²
Altura
6,36 m
Carga
alar
716 kg/m²
Razão
de aspecto da
asa
3.5
Outros dados sobre a familia Flanker podem ser encontrados na seção do programa FX do Sistemas de Armas.
O Su-32 pode ser reabastecido por outro Flanker com o casulo "buddy-buddy" UPAZ.
Propulsão |
O Su-32 de trestes usam duas turbinas Saturn/Lyulka AL-31F, produzindo 7.600 kg de empuxo a seco, e 12.500 kg com pós-combustão. Poderão ser trocados por Saturn/Lyulka AL-31FM/35F presentes no Su-35 ou até mesmo os AL-37FU com vetoramento de empuxo (TCV). As versões de produção irão usar a AL-41F com TVC e 17,6kN de potência cada.
A vida útil da AL-31F é de 3.000 horas pode ser estendida se a potência do motor for diminuída. O TVC é opcional e tem vida útil de 250 horas, prolongável para 500 horas. Nas missões que o Su-32 realiza, o TVC não é prioridade. No Su-32, o TVC tem aplicações em diminuir a velocidade de aproximação para pouso com cargas assimétricas e redução do comprimento da pista na decolagem e pode ajudar o computador de controle de tiro no lançamento de bombas não guiadas usando métodos "dive-toss" .
As turbinas foram alojadas em cabides redesenhados e com entrada de ar de geometria fixa pois a velocidade máxima a grande altitude não é importante para uma aeronave de ataque.
Tabela comparando os dados da família Flanker:
Su-33 | Su-30M | Su-30MKI | Su-32 | Su-35 | Su-37 | |
Tripulação | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 1 |
Dimensões, m
Largura das asas Comprimento Altura |
14.70 21.94 5.93 |
14.70 21.94 6.36 |
14.70 21.94 6.36 |
14.70 23.34 6.36 |
14.70 22.20 6.43 |
14.70 22.20 6.43 |
Área Alar, m 2 | 70 | 70 | 70 | 70 | 70 | 70 |
Pesos, kg
Vazio Normal Máximo |
- - 30,000 |
- 24,000 33,500 |
17,700 25,670 34,000 |
- 39,000 45,000 |
18,400 25,700 34,000 |
18,500 25,670 34,000 |
Carga de armas, kg
Máxima Normal |
6,500 1,400 |
8,000 1,400 |
8,000 1,400 |
8,000 1,400 |
8,000 1,400 |
8,000 1,400 |
Combustível, kg
Máximo Normal |
- - |
5,090 9,400 |
5,090 9,400 |
- 12,100 |
11,000 13,400 |
11,000 13,400 |
Motores | 2 Lyulka AL-31 | 2 Lyulka AL-31 | 2 Lyulka AL-31 | 2 Lyulka AL-31MF | 2 Lyulka AL-37F | 2 Lyulka AL-37FU |
Velocidade, km/h
Cruzeiro Máxima [a 10 000 m] |
1,400 2,300 |
1,380 2,125 |
1,380 2,125 |
1,300 1,900 |
1,400 2,500 |
1,400 2,400 |
Velocidade Máxima, Mach | 2.17 | 2.3 | 2.3 | 1.8 | 2.3 | 2.3 |
Razão de subida, m/s | 230 | 230 | 230 | - | 230 | 230 |
Teto, m | 17,000 | 17,500 | - | 14,000 | 18,000 | 18,000 |
Alcance operacional,
km
Normal Máximo Translado Baixa altitude |
3000 - - - |
3000 5200 6990 - |
3000 5200 6990 - |
4000 (4500) 7000 - 600 (1300) |
3200 6500 - - |
3200 6500 - - |
Distância de Decolagem, m | - | 550 | 550 | 1260 | - | - |
Distância de Pouso, m | - | 670 | 670 | 1100 (950) | - | - |
g máximo | +8 | +9 | +9 | +7 | +10 | +9 |
Os dados acima consideram o Su-32 com nova asa dobrável.A FAB esta formando um esquadrão de aeronaves de patrulha de longo alcance equipado com o P-3BR Orion. O custo total do projeto será de US$ 300 milhões. O Su-32FN poderia ser uma opção ou complemento para o projeto PX. Veja na segunda parte.
Próxima parte: Programa PX
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