Su-32FN/FM para o Programa PX

A FAB está planejando um substituto para os S-2 Tracker, retirados de serviço em 1997, com capacidade anti-submarina através do Programa PX, que faz parte do Plano Fênix de renovação dos meios da FAB. No Projeto PX, a FAB pretende adquirir uma aeronave de patrulha marítima de longo alcance baseada em terra.

O PX irá realizar operações no Atlântico Sul (aqui chamado de Teatro de Operações do Atlântico Sul - TOAS) e que podem estender-se para a Costa Africana, toda a América do Sul e o Caribe. Também poderá realizar operações de vigilância no TOA - Teatro de Operações da Amazônia.

O PX atuaria em cenários de média / alta intensidade no TOAS, baixa intensidade no TOA e na defesa das nossas rotas de comunicações marítimas e na defesa territorial.

Os países vizinhos são pacíficos e sem conflitos de fronteiras, étnicos, religiosos, econômicos etc. Países africanos e no Caribe são muito fracos e não oferecem ameaça nenhuma a médio e longo prazo.

O único tipo de ameaça de alta intensidade poderia vir de potência do Hemisfério Norte, atuando sozinha (superpotência), obviamente os EUA, ou em coalizão, por exemplo a OTAN, para ameaçar nossa linhas de comunicações marítimas e/ou ameaçar o território brasileiro através do mar. A ameaça às linhas de comunicações e ao comércio brasileiro pode estar atuando não apenas no mar, mas também a partir de terra ou sendo apoiada a partir de bases em terra.

 
    PX e o Poder Naval

São tarefas básicas do pode naval com o uso, entre outros meios, de plataformas aéreas:

- Controle de Área Marítima - CAM
- Projeção de poder sobre terra
- Negação no mar
- Dissuasão

Essas tarefas são executadas em papéis de:

- Proteção das linhas marítimas de comunicações
- Negar ao inimigo o uso militar e comercial do mar
- Estabelecer uma área de operações para projeção de força
- Proteger o apoio logístico naval para o deslocamento avançado de forças de batalha

O controle do mar pode ser realizado através de operações decisivas pela:

- Destruição ou neutralização dos navios, submarinos, aeronaves ou minas
- Neutralização ou interrupção do sistema de comando e controle inimigo
- Destruição ou neutralização da infra-estrutura que apóia as forças inimigas no mar
- Conquistas de ilhas, pontos de choque, penínsulas e bases costeiras no litoral
- Conduzir operações de bloqueio em pontos de choque e prevenir a mobilidade inimiga na superfície e na parte submarina do mar

O papel primário de uma marinha é o controle do mar. Isso é conseguido ao engajar-se os navios com ataque direto (interdição marítima) e minagem, ou pela ameaça em si de ser capaz de realizar essa tarefa.

As missões aeromarítimas são conduzidas para neutralizar ou destruir forças navais inimigas e proteger forças navais e navios amigos. As operações aeromarítimas consistem em operações de contra ameaças aéreas, minagem aérea, reconhecimento e interdição das forças navais de superfície e submarinas inimigas, portos e navios.

Para cumprir essa missão, podem ser usadas várias plataformas como navios patrulhas, escoltas, NAes, aviões de patrulha marítima, caça-bombardeiros, helicópteros embarcados e submarinos.

As ameaças vinda do mar que as Força Armadas têm que enfrentar podem ser deste barcos pesqueiros penetrando a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) até uma força tarefa centrada em navios aeródromos de ataque e submarinos nucleares em missão de bloqueio. O teatro de operação pode ser desde o Atlântico Sul até oceanos distantes, onde exista ameaça às rotas de    comunicações marítimas de interesse brasileiro.

 
    História das Operações Aeronavais de Longo Alcance

O sucesso da campanha aliada na última fase da Segunda Guerra Mundial e a campanha recente da Tempestade do Deserto, deriva principalmente do raio de ação tático superior das aeronaves aliadas. Existem vários exemplos para ilustrar a simples realidade estratégica para o principio de que não há substituto para o desempenho em relação ao raio de combate.

Os que escolherem ignorar esse fato irão perder as guerras aéreas, como aconteceu várias vezes antes e acontecerá novamente (ex. Batalha da Inglaterra, Campanhas no Norte da África, Batalha de Berlim, toda a Guerra do Pacífico, as operações no corredor de MiGs na Coréia, Linebacker II sobre Hanoi, as operações de Israel contra os Árabes, a Guerra das Malvinas e a Campanha Tempestade do Deserto). Argumentos são fúteis nessa questão.

As estatísticas da Segunda Guerra Mundial mostram que as aeronaves baseadas em terra afundaram mais navios que as forças submarinas americanas e alemãs.

Os B-29 baseados nas ilhas Marianas, também conduziram uma campanha de minagem aérea contra os portos e a costa japonesa. Os B-29 afundaram mais navios através das minas que a força de submarinos americanos.

A única oposição real à FT britânica nas Malvinas foi a Força Aérea Argentina. Se as bombas funcionassem, as perdas seriam maiores, assim como os navios afundados pelos torpedos argentinos lançados do submarino San Luis, que não funcionaram.

As campanhas navais no Golfo foram basicamente ar-mar, com perdas significativas pelo Irã e pelos EUA, causadas por mísseis antinavio (USS Stark) durante a Guerra dos Petroleiros e 138 navios iraquianos destruídos ou neutralizados em 1991 pela aviação da coalizão. Os EUA quase perderam 2 navios para minas na Guerra do Golfo.

As evidências históricas são irrefutáveis. A maior ameaça aos navios de superfície são as aeronaves e não os navios de guerra e submarinos.

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