Características de Missão

O Su-32FN/MF é uma aeronave multifuncional que pode realizar uma vasta gama de papéis e missões. Eles podem ser divididos em termos de missões específicas ou em áreas de guerra no apoio aerotático às missões marítimas. Toda missão deve ter pelo menos uma característica relacionada com vigilância, projeção ou negação.

Vigilância está relacionada com coleta de dados do inimigo, usando os sensores da plataforma para cobrir todo o espectro eletromagnético e acústico.

Projeção inclui o uso de armas para exercer algum tipo de dano contra o inimigo.

Negação é evitar que o inimigo cumpra sua missão. Isso pode ser feito de modo passivo (ocultação, camuflagem e despistamento), ativo (guerra eletrônica) ou ofensiva (destruição do inimigo).

Toda missão tem pelo menos alguma dessas três características. Por exemplo, a defesa aérea pode evitar que o inimigo use o espaço aéreo destruindo-o no solo ou no ar (projeção), fazendo fugir ou desviar da área protegida ou permanecer no solo (negação) e vigilância através de sensores, como o radar.
 

Guerra de Superfície

A guerra de superfície é a vigilância e ataque às forças marítimas inimigas no teatro de operações marítimo.

O ataque marítimo é a aplicação do poder aéreo contra alvos navais em contato ou não com nossas próprias forças e que apresentam algum tipo de ameaça, mesmo que seja indireta ou a longo prazo. É feita através do seguimento e/ou ataque a estas ameaças. A guerra de superfície (GAS ou ASuW) também é chamado de Guerra Antinavio, Guerra Antinavios de Superfície e Ataque Marítimo.

A vigilância marítima é a observação sistemática de uma área marítima com os sensores disponíveis. A área marítima no TOAS é bem grande e requer uma aeronave rápida para cobrir grandes áreas no menor tempo possível, com um radar de longo alcance para estender a área de busca e que possa identificar alvos também a grandes distâncias. Os sensores devem ser de longo alcance e deve-se  incluir sensores passivos como MAGE e FLIR.

Aeronaves da classe do Su-32 armadas com mísseis antinavio supersônicos de longo alcance são ideais para localizar e penetrar as defesas das piores ameaças possíveis, que seria um grupo de ataque baseado em porta-aviões, como os CVBG americanos. Aeronaves de patrulha marítima convencionais turboélices ou a jato e aeronaves de ataque subsônicas não têm capacidade de sobrevivência suficiênte contra esse tipo de ameaça.

O Su-32 é uma ótima forma de ameaça à navegação marítima no TOAS, garantindo a dissuasão contra ameaças às nossas linhas de comunicações marítimas a longa distância ao cortar as linhas de comunicações inimigas que passam no TOAS


Raio de ação do Su-32 em missões de ataque. O raio de ação com reabastecimento em vôo e/ou tanques externos de 3.000km a partir  de bases aéreas em Belém (PA), Natal (RN) e Canoas (RS). Pergunte  aos australianos o motivo de ainda usarem uma aeronave antiga como  o F-111 e lhe mostrarão um mapa com o raio de ação da aeronave  cobrindo toda a Austrália e países ao redor.

A capacidade de bloqueio naval no TOAS também é uma forma de dissuasão contra outros tipos de ameaças à soberania nacional.

Devido ao seu grande raio de ação e pequeno tempo de resposta, o Su-32 tem o potencial de ser a principal arma antinavio do país, concentrando meios contra todos os tipos de alvos, desde grandes GTs nucleados em NAe até pequenos navios pesqueiros que penetrem nossa ZEE de forma clandestina.

Pode até mesmo apoiar escoltas contra ameaças de superfície ao realizar SURCAP (patrulha de combate contra alvos na superfície). Deste modo os helicópteros embarcados não precisariam de sofisticados armamentos antinavio para apoiar um GT sem apoio de um NAe.
 

Guerra Anti-submarina (GAS ou ASW)

O Su-32 pode ser usado para guerra anti-submarina, se equipado com sensores e armamento adequado. O radar, FLIR e MAGE podem ser usados para detectar mastros de submarinos na superfície. A aeronave também pode levar 72 sonobóias e um MAD. Os dados emitidos pelas sonobóias são retransmitidos para bases em terra ou navios próximos. Os pilones sob os motores podem levar torpedos e cargas de profundidade. Os russos têm um sistema de varredura a laser capaz de detectar submarinos em pequenas profundidades.

Apesar de ser adequado para guerra antinavio, uma aeronave de alto desempenho como o Su-32 não é o tipo de aeronave ideal para guerra anti-submarina. O requerimento seria de uma aeronave de bom desempenho a baixa velocidade e grande autonomia. O Su-32 também é mais caro de operar que estas aeronaves, principalmente no caso de turboélices.

Sua função principal na GAS seria atacar os submarinos ainda no porto e navios de apoio e suas bases, detruíndo a ameaça submarina a longo prazo. Outra forma de atuação do Su-32 em GAS seria atacar os meios de busca de alvos do inimigo, como aeronaves de patrulha e os sistemas de Comando e Controle que apoiam as operações da sua força de submarinos.

A vantagem do Su-32 em relação às aeronaves convencionais como o P-3 e Atlantic é poder realizar vigilância de área com o radar e MAGE em um menor período de tempo e com menor tempo de resposta.

Aeronaves como o Su-32 passam a ter mais importância na GAS com o desenvolvimento de defesas antiaéreas em submarinos com os mísseis guiados por fibra ótica (ver Triton no SA).

As aeronaves ASW convencionais também não têm capacidade de sobrevivência para operar sem superioridade aérea, o que não é o caso do Su-32.

Além das missões típicas de aeronaves de patrulha marítima - Guerra de Superfície e Guerra Anti-Submarina - o Su-32FN pode realizar missões típicas de um caça, como será visto abaixo.
 

Defesa Aérea

A missão de defesa aérea não está muito desconexa da função de patrulha marítima. Após alguns encontros com aeronaves de transporte argentinas, as aeronaves Nimrod da RAF em patrulha ao redor das Ilhas Malvinas em 1982 foram armados com mísseis ar-ar Sidewinder. Eles seriam usados para tentar derrubar as aeronaves de transporte e para autodefesa no caso de encontro com caças argentinos. Já foi estudada a instalação do AMRAAM nos Atlantic italianos. Os mísseis ar-ar agora já fazem parte do arsenal das aeronaves de patrulha.

As operações de defesa aérea são conduzidas para manter um grau desejável de controle sobre o ar. Elas podem ser ofensivas ou defensivas. As defensivas consistem em evitar a ameaça aérea na nossa costa. As ofensivas consistem em destruir a ameaça aérea no ar ou no solo.

O Su-32 é um caça completo em termos de desempenho, sensores e armamento. O Su-32 não tem a mesma capacidade de combate aproximado que os outros membros da família Flanker, devido ao peso maior e à falta de uma cabine tipo bolha, mas mantém a capacidade de combate aéreo a longa distância (BVR). Seu desempenho é claramente superior aos F-5E e Mirage III operados pela FAB.

Sua operação no TOAS na missão de defesa aérea seria a busca, identificação e destruição de aeronaves inimigas no ar ou no solo. Em tempo de paz, o Su-32 realizaria missões de polícia aérea, complementando os interceptadores contra ameaças de baixa intensidade, como aeronaves civis irregulares ou com problemas. Os Su-32 aumentariam a área de cobertura de interceptadores nas suas áreas de operação, diminuindo a necessidade de interceptadores dedicados ou caças multifuncionais.

Devido às peculiaridades dos cenários no TOAS, as ameaças aéreas podem ser principalmente do tipo helicópteros embarcados, aeronaves embarcadas e aeronaves de patrulha e ataque de longo alcance baseadas em terra.

Caças leves e aeronaves de patrulha de curto e médio alcance não teriam condições de ameaçar a costa brasileira na maior parte do TOAS. Aeronaves de curto alcance poderiam ameaçar as rotas de comunicações marítimas operando a partir de países distântes na África ou Caribe. O Su-32 teria dificuldade em manter patrulhas de combate aéreo de longo alcance (LORCAP),  cobrindo comboios ou grupos de ação de superfície contra este tipo de ameaça, mas poderia agir ofensivamente destruindo estas ameaças ainda no solo (defesa aérea ofensiva).

Armado apenas com mísseis de curto alcance guiados por capacete e equipado com um potente radar e sensores de radar passivo, o Su-32 se torna um meio de defesa aérea de longo alcance muito útil. É uma ameaça séria contra aeronaves de reconhecimento, patrulha marítima, transporte e bombardeiro, principalmente se não tiverem escolta de caças.

Esquadrões baseados na costa também poderiam realizar interceptação de intrusos vindo do mar. Esquadrões com função de interceptação nos litorais do Nordeste e do Sudeste poderiam cobrir a maior parte da costa. Essas áreas não têm cobertura de interceptadores supersônicos, atualmente. Os alvos incluem aeronaves civis e bombardeiros de longo alcance, que ameaçarem nossas bases aéreas e navais e sistema de apoio.

A falta de caças para cobertura aérea de todo o território nacional seria complementada pelo PX, que cobriria boa parte do Nordeste. A FAB pretende manter um esquadrão de caças em Natal, que também servirá como formadores de líderes de esquadrilha (poderá ser o AMX-T ou o F-5F). Ainda assim, esse esquadrão será insuficiente para cobrir toda a extensão da região, devido ao curto alcance dos vetores e à falta de aeronaves REVO estacionadas na região.

As medidas ofensivas são preferíveis, pois permitem tomar a iniciativa e explorar as vantagens do poder aéreo, como concentração de força, alcance, velocidade, penetração e letalidade, ao invés de lutar reativamente por superioridade aérea total ou, pelo menos, local.

As operações de defesa aérea ofensivas são destinadas a reduzirem ou destruirem o potencial do inimigo de conduzir seu próprio controle de uma campanha aérea. O Su-32 faria principalmente varredura ofensiva, que consiste no uso do caça-bombardeiro para investigar o espaço aéreo e, se necessário, atacar os meios do inimigo no ar ou no solo. A defesa aérea ofensiva também pode ser feita através de ataque de defesa aérea ofensiva e supressão das defesas aéreas inimigas no ar e no mar.

A varredura de caça contra patrulhas aéreas seria defesa das linhas de comunicações no TOAS, incluindo atacar alvos no solo. A função do Su-32 é evitar que as aeronaves de esclarecimento inimigas possam operar impunemente e evitar que o inimigo obtenha informações sobre o teatro de operações ou ataque a alvos marítimos como navios de guerra e mercantes. Isso pode ser feito no ar ou atacando as aeronaves no solo. Também deve evitar que o inimigo use seus caças para não permitir que os Su-32 operem impunemente.


A URSS planejou usar o bombardeiro de longo alcance Tu-160 como interceptador de longo alcance durante a Guerra Fria. O Tu-160 seria equipado com mísseis R-77 e caçaria aeronaves de carga cruzando o Atlântico.

 

AEW (Air Early Warning) - Alerta Aéreo Antecipado

O alerta aéreo antecipado tem o objetivo de fornecer vigilância aérea, detecção e rastreio de alvos no ar e no mar, e o controle de forças amigas que atuariam sobre esses alvos. Devido ao seu radar de longo alcance e à capacidade de comando e controle (C2), o Su-32 pode funcionar como mini-AWACS, comandando um pequeno grupo de ataque ou fazendo cobertura de comboio ou grupo de ação de superfície.

O uso como nave-líder de poucas aeronaves pode ser facilmente viabilizado em uma aeronave biposto. O espaço aéreo pesquisado é menor, a área de atuação sobre o mar é menos congestionada e são poucas aeronaves amigas para coordenar.

O E-3 Sentry é capaz de rastrear 600 alvos simultaneamente com 15 tripulantes. Com um simples cálculo é possível concluir que um único tripulante pode ser capaz de gerenciar até 40 contatos.

Algumas aeronaves AEW só usam um tripulante para gerenciar o sistema, como os helicópteros Sea King AEW britânico e o Ka-31 russo e aeronaves mais antigas, como o Sea Gannet AEW da Marinha britânica. A aeronave AEW sueca S-100 Argus, equipada com o radar Erieye, não tem um tripulante dedicado para operar o radar. Os dados são enviados para estações em terra. No caso de operar fora de área, o S-100 recebe uma estação para que o radar seja operado por um tripulante na aeronave. A primeira aeronave AEW foi o monomotor embarcado TBW-3W Avenger da década de 40 equipado com o radar AN/APS-20. Outra aeronave monomotora usada para AEW foi o AD-3W/AD-4W Skyraider e o Fairey Gannet AEW 3.

O uso de aeronaves AEW é importante como multiplicador de força, funcionando como centro de comando e controle em tempo real, auxiliando outros caças sobre a presença de ameaças aéreas inimigas e gerenciando o melhor emprego dos meios amigos. Pode evitar, por exemplo, que caças amigos sejam sobrepujados em número em certo local e desviá-los para uma rota mais segura ou gerenciar os caças amigos para as ameaças inimigas mais importantes e assegurar uma vantagem em número no local.

O radar phased Array deve ter um arco de  busca de cerca de 240 graus para atuar como aeronave de alerta aéreo antecipado. Os feixes de radar devem ser capazes de cobrir áreas  a grande altitude e baixa altitude, simultaneamente, e também realizar vigilância naval e vigilância terrestre, se próximo à terra, também simultaneamente.

A aeronave deve ter um retransmissor de dados seguro (data link) para que as operações de comando e controle sejam realizadas por um centro de maior capacidade, como um navio de guerra ou posto de comando aérotático em terra.

Devido à capacidade de autodefesa, o Su-32 não precisa de escolta de caças e pode realizar autoescolta, nem que seja fugir a alta velocidade. Aeronaves AEW convencionais, como o R-99, precisariam de escolta de caças de longo alcance para operarem  em cenários de alta intensidade com ameaça de interceptação por caças inimigos embarcados ou de bases terrestres.

O Su-32 tem a opção de ser armado com míssei anti-AWACS russos para negar a capacidade de alerta antecipado ao inimigo.
 

Ataque de Precisão em Terra

O Su-32 é uma aeronave capaz de atacar alvos em terra que ameacem direta ou indiretamente as vias de comunicações marítimas e o território nacional. Podem ser bases navais, bases aéreas, postos de comando, paióis, depósitos de combustível, centros logísticos, estaleiros e todo tipo de alvo que possa atrapalhar a condução da guerra no mar pelo inimigo de forma imediata ou a longo prazo ou então em outra missões relacionadas com dissuasão ou que ameacem os interesses ou forças brasileiras.

O Su-32 tem capacidade de projetar poder sobre terra além das fronteiras nacionais, se necessário. O ataque de precisão pode ser feito através de:

- Ataque terrestre que é a aplicação do poder aéreo contra alvos em terra não envolvidos diretamente com as forças inimigas em contato. Alvos típicos são a liderança inimiga, sistema de comando e controle e infra-estrutura de apoio.

- Apoio aéreo ofensivo. É o uso do poder aéreo para apoio direto às forças de superfície. É realizado no ambiente naval através do ataque marítimo e no ambiente terrestre através da interdição das linhas de comunicações terrestres ou apoio aéreo aproximado. Um exemplo de apoio aéreo aproximado pode ser o ataque a ameaças às nossas forças de paz na África.

O ataque aéreo de precisão não é apenas o lançamento de armas com precisão. Inclui também a navegação precisa a longa distância, em qualquer tempo e altitude. O ataque de precisão também pode ser feito com bombas "burras" usando os sistemas de navegação e ataque para atingir alvos com precisão.

Como pode ser realizado a distâncias muito grandes com o apoio de aeronaves de reabastecimento em vôo, o Su-32 pode ser incluído entre as aeronaves com capacidade estratégica  (apesar do tipo de alvo também poder determinar o tipo de ataque  - tático ou estratégico). Com reabastecimento em vôo, o alcance do Su-32 pode chegar a 14 mil quilômetros.

Os mísseis cruise aumentam o alcance do ataque e podem ser lançados além das defesas aéras  inimigas, aumentando as chances de sobrevivência da aeronave contra defesas de alta intensidade. Mísseis cruise com alcance de 300 km são suficientes para que uma aeronave atinja alvos com precisão e segurança contra a maioria das defesas aéreas existententes. 

Até o Nimrod britânico está tendo a capacidade de ataque adicionada. Inicialmente chamado Nimrod MR.2, a versão modernizada agora se tornou Nimrod MRA.2 com o "A" de "Attack" adicionado para mostrar sua nova capacidade. Os P-3C Orion americanos realizaram 14 disparos de mísseis SLAM contra alvos em terra durante o conflito de Kosovo em 1999.


Guerra Eletrônica

As aeronaves de escolta eletrônica tem a missão de interferir nos radares inimigos com o objetivo final de reduzir as perdas amigas. Esta capacidade é muito importante para países com pequenas forças aéreas que não podem se dar ao luxo de grandes perdas.

O Su-32 tem capacidade em termos de potência eletrônica para realizar missões de interferência e despistamento eletrônico, seja com casulos externos ou sistemas internos incluindo a grandes distâncias, seja para autoproteção ou para escolta de outras plataformas.

O próprio radar Phased Array tem capacidade de GE ativa ou passiva. Casulos de inteligência eletrônica  (SIGINT) podem ser levados externamente para a detecção e localização de sistemas de radares inimigos e criação de uma ordem de batalha eletrônica. O Su-32 não é o tipo de aeronave ideal para SIGINT, mas pode ser usado em cenários de alta intensidade, onde a sua capacidade de sobrevivência seria interessante.

Os caças russos podem levar os casulos de contramedidas eletrônicas Sorbtsya L005S, que operam na banda  H/I, instalados nas pontas das asas e os casulos de alta potência  (mais de 1 KW) L175V. Com esses sistemas, o Su-32 torna-se o "Prowler" russo, podendo ser usado para escoltar grupo de ataque.

Esses casulos usam técnicas de interferência de ruído e reflexo no terreno. Na última técnica, a aeronave voa a altitude muito baixa em direção a mísseis SAM. Ela direciona um retorno de radar simulado para o solo ou superfície do mar entre ele e a ameaça. O resultado é que o radar do míssil SAM recebe um eco falso e tem indicação falsa da altitude real da aeronave e sua posição. O míssil será guiado em uma direção abaixo da aeronave protegida.

Outra técnica é voar a média altitude e lançar chaff e flare para criar uma nuvem artificial atrás da aeronave. O L275V direciona energia eletromagnética para os despistadores metálicos para aumentar suas características de sedução.

As antenas podem emitir mais de uma dezena de raios de interferência contra mísseis ar-ar e superfície ar como o Patriot, Sparrow e Hawk.

A aeronave também pode empregar despistadores rebocados para aumentar a defesa contra mísseis guiados por radar.

O Su-32 também pode detectar alvos emissores e passar os dados para mísseis antiradiação como o Kh-31 e o Kh-58 para destruir radares inimigos em terra ou no mar. O Kh-31 tem uma versão ar-ar para ser usada contra AWACS.

É conveniente que as aeronaves de Guerra Eletrônica tenham mais de dois tripulantes como o EA-6B Prowler da US Navy. Porém, o EF-111 Raven da USAF tinha apenas dois tripulantes e um dos possíveis substitutos do EA-6B, o EF-18, tem dois tripulantes.


Para se ter uma idéia da importância das missões de supressão de defesas aéreas inimigas, após a Guerra do Golfo em 1991, os países da OTAN tiveram cerca de 12 engajamentos ar-ar e lançaram cerca de 4.000 misseis anti-radiação
(HARM e ALARM) contra radares no solo.

Guerra de Minas

O Su-32 pode estabelecer campos minados nos acessos inimigos, como portos e pontos de choque. Campos minados podem  forçar o inimigo a dispersar, tornando os navios separados mais vulneráveis ao ataque de mísseis antinavio.

É uma forma barata e eficiente de cortar as linhas de comunicações inimigas. A capacidade de longo alcance e penetração do Su-32 é muito útil para garantir que as minas sejam colocadas com precisão no local correto e contra qualquer sistema de defesa.

O Su-32 também pode atacar os navios de contraminagem inimigos no porto ou atuando na limpeza dos campos minados

O Su-32 também pode realizar contraminagem com sistemas de varredura a laser contra minas de superfície ou em locais pouco profundos.


 

Reabastecimento em Vôo.

A "ditadura da distância" torna o REVO muito importante nos cenários do TOAS. O Su-32 pode ser equipado  com casulo de reabastecimento em vôo para passar combustível  para outras aeronaves. Não é uma aeronave ideal para a missão, mas pode ser necessária em algumas situações.

Como já citado anteriormente, ela aumenta a sobrevivência no caso de operações em pistas semi-preparadas.

Caso o REVO seja necessário, não poderá estar disponível na forma de aeronaves especializadas, devido, principalmente, às distâncias dos esquadrões REVO, principalmente em caso de reação rápida.

O REVO aumenta o alcance e a flexibilidade das operações aéreas, sendo um multiplicador de força.
 

Outras Missões

Missões a longas distâncias podem requerer uma aeronave para conectar as aeronaves com Postos de Comando em terra se a comunicação por satélite não estiver disponível. Esta aeronave funcionaria como retransmissor de comunicações.

O Su-32 tem duplo comando completo e não precisa de outra aeronave especializada para conversão.

O Su-32 pode ser usado para lançar fardos de mantimentos e munições para grupos de forças especiais em cenários com defesas antiaéreas intensas.

O Su-32 pode ser equipado com casulos especiais para realizar reconhecimento estratégico de longo alcance. Um exemplo já citado é o reconhecimento eletrônico (SIGINT). O reconhecimento é a coleta de informações numa missão específica, geralmente conduzida num tempo limitado e direcionada contra um alvo específico. O reconhecimento aéreo envolve a coleta de informações por meios aéreos usando métodos de imagens, radar, infra-vermelho, eletrônico, acústica e visual.

Por operar a longas distâncias o Su-32 poderá participar de operações de Resgate e Salvamento de Combate (RESCO ou C-SAR) de aeronaves do mesmo tipo. É a tarefa específica de resgatar forças durante conflitos ou operações de contingência. Pode ser efetuado sobre terra ou mar e sempre em território hostíl.

Para comando de missão RESCO, são geralmente usadas aeronaves maiores, como o MC-130P na USAF; e o Nimrod MR2 da RAF terá capacidade de gerenciar esse tipo de missão. Aeronaves A-10 são usadas como pontos de comando local.



As tarefas citadas acima podem ser realizadas sozinhas ou em conjunto para conduzir operações militares como:

Apoio de Grupos Tarefas - A Marinha do Brasil só opera um NAe, atualmente o A-12 São Paulo, que nem sempre estará  disponível para operações devido à manutenção. Um caça de longo alcance baseado em terra pode realizar as tarefas de aeronaves embarcadas em apoio a um GT, dependendo do cenário e nível de ameaça encontrado. Sua missão pode ser ofensiva  ou defensiva, como reconhecimento marítimo, LORCAP, mini-AEW e ataque terrestre.

O Su-32 também poderia apoiar GTs operando em outros oceanos se bases em países amigos estiverem disponíveis.

Existem muitas situações onde o poder aéreo baseado em terra é melhor para ataque marítimo. Uma situação é quando o oponente tem forças baseadas em terra capazes de ameaçar seriamente um GT nucleado em um NAe. Se o NAe está muito ocupado se defendendo, pouco esforço sobrará no papel ofensivo. O A-12 São Paulo equipado com o AF-1 tem pouca    capacidade ofensiva e provavelmente estaria seriamente ameaçado por aeronaves baseadas em terra na grande maioria dos cenários em que atuaria.

Apoio às operações anfíbias - Pode operar sozinho ou em conjunto com NAe ao defender setor marítimo, atacar ameaças navais distantes, fornecer reconhecimento além do horizonte adicional e proteger o GT.

Bloqueio naval - O Su-32 é uma ótima plataforma de bloqueio naval, podendo cobrir todo o Atlântico Sul a partir de bases em terra e dissuadir ameaças aos interesses nacionais, como a ameaça de fechamento dessa importante rota marítima. O bloqueio naval também poderia ser realizado para cortar as fontes de suprimento de um adversário em caso de conflito na América do Sul.

Próxima parte: Su-32 na FAB e MB

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