CSAR em outros países

 

Poucas países tem capacidade de montar uma CSARTF como os EUA pois precisa de muitos recursos. Até mesmo outros serviços nos EUA não tem a mesma capacidade.

O Air Combat Command (ACC) cuida das operações de CSAR e Operações Especiais na USAF. Os helicópteros de operações especiais do AFSOC costumam ser chamados para realizar missões CSAR por serem melhor equipados. Estima-se que as técnicas e táticas das missão de operações especiais e CSAR tenham 80% de similaridade.

A US Navy e o USMC tem uma abordagem diferente em relação a USAF ao abordar o CSAR. A USAF tenta atuar com um pacote bem orquestrado e planejado. Já a US Navy e o USMC é na base do "vamos trazer nosso garoto de volta" ("let´s just go get our boy back").

O USMC não tem unidades especializadas em operações especiais e CSAR. Antes de embarcar, todas as tropas treinam para missões de operações especiais.
Alguns esquadrilhas tem função CSAR adicional.

Alguns esquadrões na US Navy tem função adicional de FAC-A e RMC (Rescue Mission Commander). O piloto com esta especialidade tem que saber gerenciar vários grupos de aeronaves, falar com várias agencias ao mesmo tempo e coordenar vários rádios ao mesmo tempo. Os F/A-18 F podem fazer RESCORT e RESCAP.

Os porta-aviões da US Navy costumam deslocar com dois helicópteros HH-60H Seahawk que foram substituídos pelo MH-60S. Os MH-60S são aeronaves multifuncionais que realizam missões de SAR, CSAR, EVAM, VERTREP, operações especiais, guerra de minas e proteção de força. Na missão de proteção de força podem ser armados com metralhadores, mísseis Hellfire, foguetes e foguetes guiados a laser APKWS. Durantes as operações aéreas fazem a missão de PEDRO (plane guard).

Os HH-60H dos esquadrões HCS-4 e 5 realizam apenas CSAR e operações aéreas especiais. Cada esquadrão tem oito helicópteros. Podem operar embarcados ou em bases terrestres. Destacamento pode ser levado para qualquer parte do mundo em 72 horas em um C-5A com três helicópteros. Em três horas estão prontos para decolar.

Os HH-60H da US Navy são equipados com RWR, LWR, IRCM, lançadores de chaff e flares e comunicações SATCOM. Podem ser armados com mísseis Hellfire e metralhadoras. Apenas pilotos experientes, com mais de 2 mil horas de voo, podem servir nos esquadrões. Os HH-60H da US Navy disparam suas metralhadores em três padrões: ataque em L, circuito e dog bone. São adaptações das táticas da USAF. O perfil L é o slashing ataque. Em rota para o ponto inserção ou sobrevivente, os helicópteros podem encontrar oposição e atacam. Pode virar o perfil dog bone ou circuito. Duas aeronaves podem manter um ataque constante com uma atacando e outra fora do padrão. Dog bone gasta munição dos dois lados igualmente. O circuito é melhor para engajamento só de um lado.

Os Night Stalker do US Army são especializados em operações especiais com helicópteros de curto, médio e longo alcance. Foi formado inicialmente em 1980 com pilotos da 101ª Divisão, no destacamento 158, por ser primeira unidade a receber o UH-60. Passaram a treinar a noite em 1982 . Em 1988, o 160 virou SOAR após ter vários nomes.

Os helicópteros dos esquadrões convencionais do US Army tem a função de apoiar forças em terra e não para uso dedicado para CSAR. As unidades do US Army podem organizar uma CSARTF, mas não tão capazes como o da USAF. No Iraque o US Army organizou as equipes DART (Disaster Assistance and Response) para resgate. Os Apache fariam RESCORT.

Outras forças do US Army podem realizar CSAR como forças de manobras, embarcações e unidades de reconhecimento de longo alcance (Long-range surveillance units - LRSU).

 

CSAR britânico

Os britânicos tratavam o CSAR e PR como tarefa secundária dos helicóptero de apoio e passou a ter unidade especializada com os Chinook HC2 do 70º esquadrão de forças especiais e os Lynx AH7 do 657º esquadrão do corpo aéreo do exército.

Os britânicos enfatizavam uma metodologia secretas e clandestina na abordagem do CSAR (get in, recover, get out) sem ser detectado. No meio da década de 1990 passaram a seguir o estilo americano com CSAR tradicional de pacote que incluia RESCAP de Tornado F3, RESCORT de Harrier GR7 ou Jaguar, e E-3D Airborne Mission Command (AMC). Os Nimrod R1 de reconhecimento eletrônico podem ajudar na busca eletrônica. As vezes os AH-64 Apache fazem RESCORT, mas era mais lento que os Merlin e Chinook.

A RAF inicio as operações CSAR em 1996 após o conflito nos Bálcãs. As Ground Extraction Forces foram criadas em 2003. As tripulações receberam rádios PRC-117 e as aeronaves receberam interrogadores de rádio Quickdraw.

A força de helicópteros Chinook tem papel igual a TRAP do USMC. Pode levar uma aeronave inteira para evitar cair nas mãos inimigas, mas geralmente destroem, bombardeiam ou detonam cargas. O britânicos não consegue ter todos meios em um teatro 24/7 disponíveis como EUA. Então tem que copiar o USMC com força com pacotes menores, rápidos e flexíveis, usando os recursos disponíveis.

Os britânicos usam o termo PR que inclui SAR e DSAR (Deployed SAR) em cenário permissivo, além de Combat Recovery e CSAR. O termo PR também é usado quando não se tem capacidade CSAR real com todo os meios.

Helicóptero Merlin operando no Iraque. O Merlin voa rápido, baixo e silencioso. É bem armado com três metralhadoras.

 

CSAR na França

O esquadrão EH 1/67 Pyrenees, na base aérea de Cazaux, desde a década de 1970 só realizava missões de SAR com os helicópteros Puma. Durante a operação Desert Storm em 1991 virou um esquadrão de CSAR e PR. Foram substituídos por 14 EC725 Caracal a partir de 2003.

O Caracal tem autonomia de 8 horas com REVO, alcance de 740 km a 230 km/h seguida 30 minutos na zona de resgate. Voam a noite com NVG a uma velócidade de a 130 km/h, seguindo o terreno. O piloto automático facilita pouso com baixa visibilidade. Caracal recebeu pintura furtiva e assinatura IR diminuída. A tripulação é de dois pilotos, engenheiro de voo, loadmaster-gunner, diver-rescueman e 3 commandos. A aeronave é equipada com FLIR, RWR, flares, PLS, blindagem adicionar e tanques extras.

Os Caracal fazem contra-terrorismo marítimo e apoio de força como EVAM, transporte tático, inteligência com FLIR e radar.

Nas operações no Afeganistão, os Caracal realizaram missões de EVAM, operações especiais e transporte tático. Entre 2006 a 2013, o Caracal realizou um total de 3.396 saídas, voando 3.327 horas, realizando 250 missões de EVAM, com 279 feridos evacuados. Em 2007 resgataram sete tripulantes de um AB212 Italiano e dois tripulantes de um Tiger em 2010.

Nas operações na Bósnia entre 1994 a 1997, a França deslocou três SA330 PUMA RESCO (Recherche et Sauvetage au Combat) para a base de Brindisi na Itália. Eram apoiados pelos E-3F e C-160G Gabriel. Os Puma RESCO tinham quatro tripulantes e mais quatro comandos adicionais para realizar segurança no ponto de extração e trazer o piloto abatido para o helicóptero. Em abril de 1994 fizeram CSAR de um piloto de Sea Harrier derrubado na Bósnia. A fuselagem tinha furos de armas leves e nem perceberam durante o voo.

Nas operações no Mali em 2013 foram deslocados dois Pumas para realizar alerta CSAR apoiando as missões de ataque no local.

Caracal francês.

Visão interna da cabina do Caracal. As placas de blindagem na porta estão bem visíveis.

 

CSAR na Itália

Os HH-3 italianos entraram em serviço em 1977 para substituir os HU-16A Albatroz. Os HH-3F iniciaram sua operação em 1991 no 15o Stormo com 15 aeronaves. Foram modernizados com sistemas de navegação melhorada, NVG, FLIR, alerta radar ELT-156, lançador de chaff e flare, três metralhadoras Minimi e blindagem adicional. O HH-3 tem seis tripulantes sendo dois pilotos, dois air rescuers e dois especialista multi-função. A tripulação pode ser reforçada nas missões de CSAR.

O principio fundamental dos italianos é operar o helicóptero no menor tempo possível dentro do território inimigo. Para isso precisa de toda informação necessária para recuperar o piloto abatido, como cenário operacional (forças hostis e nível de ameaça), posição e identificação positiva do sobrevivente.

Usam dois perfis de missões - unidade única e força tarefa CSAR. Operação em unidade é com apenas dois helicópteros. Um recupera enquanto o outro faz escolta armada. Fazem táticas de ações clandestinas, evasão de ameaça, uso do terreno e voo noturno. A força tarefa CSAR usa um perfil de pacote com vários meios como AWACS, OSC é o líder RESCORT, RESCAP, REVO, EW, ERC e forças especiais.

Os helicópteros NH-500E fazem o papel de helicóptero de escolta, os AMX atuam como RESCORT, os Eurofighter como RESCAP, o SEAD é feito pelo Tornado ECR, e os AMX também podem fazer reconhecimento.

São dois modos operacionais - intervenção imediata ou resposta atrasada. A intervenção imediata já está em alerta ou no ar para cobrir a janela de intervenção. A resposta atrasada é preferível e mais realista por ser planejada e coordenada com mais precisão.

Nas operações de CSAR, a primeira fase é o pré-planejamento das forças CSAR identificados e alertados. A segunda fase é a notificação e junta todos os dados. A terceira fase é o planejamento onde identifica os procedimentos operacionais, forças determinadas, os dados de inteligência é examinada e o perfil de missão estabelecido. O RESCORT fica no "terminal holding point" esperando ser chamado se necessário. A fase final é a execução, com a autenticação final e a atuação do Combat Survival Procedures seguida da recuperação.

Na fase de resgate, o HH-3F faz passagem acima para reconhecer o terreno e obstáculos no local. Na segundo fase pousa. Tem que se identificar como resgate para o piloto. O ala circula a área acima para responder com fogo as ameaças ou substituir o líder se tiver falha técnica ou dano de combate. Depois vão para a rota de egresso.

Os HH-3F também tem missão secundária de interceptação de alvos lentos (Slow mover Interceptor - SMI) contra alvos voando a até 200 km/h.

Os HH-3F foram substituídos pelos HH-101A Caesar nas missões complexas e pelos AW149 que realiza as missões mais fáceis. Os HH-101A entraram em operação em 2016.

A unidade agora também realiza operações aéreas especiais (special air operations - SAO), além de EVAM e transporte tático. O esquadrão recebeu abrigos com ar condicionado para operações no exterior.

Os pilotos dos HH-101 usam o Helmet Display and Tracker System (HDTS). Para voo baixo O HH101 recebeu os sistemas Helicopter Terrain Awareness and Warning System (HTAWS) e o Obstacle Warning System (OWS), também conhecido como Laser Obstacle Avoidance and Monitoring (LOAM). No nariz foi instalado o radar Gabbiano com modos SAR/ISAR e uma torreta Star SAFIRE. Foi instalado proteção balística nos assentos dos pilotos e operadores das metralhadoras, além dos sistemas críticos. O sistema DAS inclui um Elettronica ELT/572 directional infra-red countermeasures (DIRCM), MAWS, LWS e despistadores. Os sistemas de comunicações incluem o Link 16.

HH-101 Caesar da Força Aérea Italiana.

O armamento do HH-101 consiste de três Minigun, sendo duas nas laterais e uma na rampa traseira. A Minigun traseira foi instalada em um suporte no teto ao invés de direto na rampa. O AW101 foi um dos concorrentes para substituir os HH-60 da USAF. A Agusta Westland cita como vantagem a grande cabina, grande alcance sem precisar de tanque extra e por ser silencioso. A imagem é do H101 da Itália.

HH-3F italiano em um exercício de resgate.

O AW149 também é usado nas missões CSAR.

 

CSAR em Israel

Israel realiza as missões de CSAR na Unidade 669. A unidade foi criada em 1974 após a Guerra do Yom Kippur quando uma unidade MEDEVAC improvisada realizou mais de 5 mil extrações. Inicialmente a unidade realizaria apenas missões de CSAR e depois foi adicionado a função de resgate de Forças Especiais e marinheiros. Os soldados treinados como forças especiais e paramédicos.

A unidade usa helicópteros Bell 206, Bell 212, UH-60 e CH-53. Os Bell 212 são armados com foguetes para escolta e dois AH-64 Apache são adicionados em tempo de guerra. A unidade recebeu uma unidade de evacuação por veiculo em cooperação com unidades do exército.

A Unidade 669 é considerada a última opção, significando que outros recursos falharam. Realizam uma média de uma a duas acionamento por semana e cerca 80 operações por ano.

Os tripulantes operam com as unidade em terra para diminuir o tempo de reação e o helicóptero ficar o menor tempo possível em terra. No mar podem saltar de pára-quedas para ajudar um piloto até o helicóptero chegar.

Um CH-53 que participou do resgate dos pilotos de F-16 derrubados por um míssil S200 sírio em 10 de fevereiro de 2018.

Treinamento da Unidade 669 com os Black Hawk.
 

Após participar das ações no Afeganistão, a Luftwaffe passou a pensar em criar uma unidade CSAR especializada. Dos 85 helicópteros NH-90 encomendados serão oito equipados para CSAR com FLIR, sistemas defensivos e blindagem. Outros 15 terão capacidade de receber os equipamentos. O resto ficará no padrão mais simples.

 


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