CSAR no Futuro

 

Drones CSAR

Em 2005, um piloto CSAR acompanhou o uso do Predator disparando mísseis Hellfire e pensou no seu uso para missões CSAR. Sugeriu o seguinte cenário: na terceira noite da invasão do Iraque em 2003, o Major Chris Foste, código Bach 21, foi derrubado por um míssil SAM enquanto atacava uma divisão blindada se retirando ao sul de Bagdá. Já no ar tentou contato com rádio PRC-112B. As transmissões foram detectados pelo JSTARS e um SARSAT.

O RQ-1 Predator acima acompanhava os blindados iraquianos com o radar APY8 e o FLIR. Recebeu as coordenadas do Bach 21 e logo apontou o FLIR e localizou seu esconderijo. A posição exata foi transmitida para o JSTARS.

Um drone Eagle Eye TRUS foi enviado. O Bach 21 se enganchou no drone e foi levado para o esconderijo de uma equipe de forças especiais a cerca de 30km de distancia. Depois foi transferido para um MH-47F.

O uso de drones nas missões mais arriscadas, como supressão de defesas, também é uma boa tática CSAR pois não há riscos de perder um piloto e não haverá necessidade de uma operação CSAR.

Drone de combate X-47B pousando em um porta-aviões americano.

Na guerra do Vietnã já foi sugerido usar UAV para missões de resgate com o DASH. Alguns projetos atuais tem objetivo semelhante. O drone Air Hopper da IAI israelense é usado para combate a incêndios e já foi proposto para missões de CSAR e EVAM. Em locais onde seria muito perigoso para um helicóptero pousar, o drone seria usado para levar um evasor ou ferido para um local mais seguro para pouso do helicóptero.

 

Velocidade

A velocidade da plataforma de resgate é outro requisito importante da plataforma de resgate. Permite chegar rápido até o evasor e aumenta a capacidade de sobrevivência.

O DERA (Defence Evaluation and Research Agency) britânico, em 1997, realizou uma análise de efetividade de missão comparando o HH-60 e o V-22 para as missões CSAR com modelos de computador. Usaram razões de perdas em missões reais voadas na operação Desert Storm em 1991. O HH-60 e o V-22 tinham configuração CSAR com sistemas defensivos completos e e radar de acompanhamento do terreno.

As conclusões do DERA:

- O V-22 foi bem mais efetivo que HH-60 para CSAR nas condições estudadas. Conseguiu realizar três vezes mais resgates, podendo chegar a 4 e 7 vezes mais dependendo dos critérios.

- Quanto mais difícil o resgate, maior a vantagem do V-22. Longas distâncias e maior ameaça aumentam a diferença. Com o dobro da velocidade de um helicóptero, os sistemas da ameaça tem a metade do tempo para adquirir, rastrear e engajar o CV-22.

- O V-22 eliminava a necessidade de REVO pelo HC-130. No estudo foram eliminadas a necessidade de 107 saídas REVO sendo 36 atrás das linhas. 

- O V-22 era mais eficiente em termos de recursos, com menos saídas de transporte aéreo para deslocar e precisa de menos pessoal para apoiar.

Os estudos CSAR incluem a vida útil, vulnerabilidade, penetração em qualquer tempo, raio de combate, consciência da situação, espaço para carga e tempo de reação.

Um estudo de combate em um conflito de grande intensidade de 30 dias indicou uma média de seis resgate nos primeiros dois dias, baixando para uma média de três por dia após uma semana. Apenas 6% dos pontos de resgates estaria a mais de 200 milhas de distância e geralmente com um ou dois tripulantes para serem resgatados.

O estudo também indicou que a velocidade alta aumenta a capacidade de sobrevivência de 3 a 10 vezes. O V-22 é 7 a 11 vezes menos vulnerável as armas leves. A velocidade permite redução de 50% do tempo de exposição em rota e é 75% mais silencioso que os helicópteros atuais. O V-22 acelera e desacelera 40% mais rápido que um helicóptero o que também diminuindo a exposição na transição do voo pairado. Nas missões de EVAM também é 6 a 15 vezes mais efetivo considerando a velocidade, capacidade de sobrevivência, capacidade todo tempo e sistemas defensivos.

Gráfico mostrando o alcance do V-22 Osprey comparado com o helicóptero CH-46.

 

Além do V-22, a única aeronave tilt rotor que deve entrar em operação será o AW609. Foi planejado para realizar operações de resgate, inserção e extração de forças especiais, patrulha marítima, vigilância de frota, evacuação, interdição, C2 aéreo, entre outras missões.

O raio de ação é de 500 km com uma velocidade de cruzeiro de 510 km/h. O alcance máximo sem REVO é de 1.500 milhas com tanque externo. Por ser pressurizado pode voar a 25 mil pés. O compartimento de carga permite levar mais 6 pessoais em uma operação de resgate ou transportar até 12 soldados. Para operações de resgate pode ser equipado com um guincho de resgate, padiola, equipamento socorro, FLIR e óculos de visão noturna. A Itália pretende comprar o AW609 para EVAM e o UAE selecionou para operações SAR.

Foto do protótipo do AW609. O preço do V-22 é muito alto, 70 milhões, e o mercado precisa de um tilt rotor mais barato, não só para as missões de CSAR, mas também para as missões de ataque.

Modelo de uma versão SAR do AW609.

Corte interno do AW609.

 

Como parte do programa de demonstração de tecnologia Joint Multi-Role (JMR) do US Army, a Bell e a Sikorski foram selecionadas para desenvolver o V-280 e o SB-1 respectivamente. Uma característica das duas aeronaves é serem bem rápidas. A Bell escolheu a configuração tilt rotor enquanto a Sikorski escolheu a configuração de rotores contrarotativos com hélice traseiro de impulsão. O V-280 deve atingir uma velocidade de 519 km/h com um alcance de 900 a 1.400km. O SB-1 deve atingir uma velocidade de 460 km/h. As aeronaves poderão ser selecionadas para substituir os Black Hawk e Apache do US Army. Qualquer uma das duas opções também será um bom candidato para uma futura aeronave de CSAR.



O V-280 tem capacidade de levar 15 tropas embarcadas.



Mock-up do V-280 com fuselagem com formato furtivo. Alta velocidade e furtividade é a melhor combinação de uma plataforma de resgate CSAR.



SB-1 Defiant.

O X-49 Speedhawk foi outro estudo para aumentar a velocidade dos helicópteros. A configuração seria útil para as missões de resgate devido a maior velocidade e alcance.

O Sikorsky S-97 é um helicóptero leve de alta velocidade proposto para ser uma aeronave de reconhecimento do US Army. A aeronave tem bom potencial para realizar missões CSAR por ter capacidade de levar seis passageiros na cabina traseira ou atuar como RESCORT.

 

F-35 CSAR

O F-35 deverá ser o substituto do A-10 nas funções de Sandy. Por ter grande capacidade de sobrevivência com sua furtividade o F-35 irá permitir as operações de busca em cenário de alta intensidade o que não é possível com aeronaves convencionais.

Como parte do CSARTF, o F-35 faz o trabalho de várias aeronaves como RESCORT, RESCAP, supressão de defesas e guerra eletrônica. O F-35 irá voar bem mais alto que o A-10 e irá acompanha os helicópteros de resgate com sensores e datalink. O radar para varrer a frente e será bom contra ameaças também no ar. A-10 gosta de JSTAR radar fazendo busca e indicando alvos móveis ao radar. F-35 tem esta capacidade e não vai precisar do JSTARS. Voar bem alto também não alerta o inimigo em terra com o barulho.

O uso do F-35 em si já diminui a necessidade de operações CSAR por ter maior capacidade de sobrevivência que os caças convencionais. Evitar que o piloto seja derrubado é a melhor tática CSAR.

F-35 lançando flares.

 

Ghost Hawk

Durante a Operação Neptune Spear, para matar Osama Bin Laden, um helicóptero secreto sofreu um acidente e depois teve que ser destruído. Apenas um pequeno pedaço da cauda sobrou inteiro. O que sobrou mostrava que se tratava de uma versão furtiva do UH-60 Blackhawk. As peças do rotor principal intactas eram as mesmas, mas a parte traseira era totalmente diferente, com formato e material furtivo.

Várias imagens na internet surgiram sobre a suposta configuração da versão furtiva do Black Hawk, chamada de Ghosthawk. Em todas as fotos, a cauda intacta está presente e o resto são suposições. O rotor traseiro tem formato furtivo e o grande número de pás sugere que tem função de diminuir o barulho. A estrutura tem formas facetadas para diminuir a assinatura radar. A pintura sugere que seja um material para diminuir a assinatura térmica.

Por se tratar de uma operação secreta, a aeronave era operada pelas forças especiais, que também tem função secundária de realizar missões CSAR. A capacidade furtiva do Ghosthawk para as operações CSAR é muito bem vinda.

Suposta configuração do Ghosthawk com um HH-60G para comparação. O Ghosthawk seria um HH-60 com formato furtivo. Um helicóptero furtivo seria a plataforma ideal para as missões CSAR atrás das linhas.

Para diminuir a assinatura visual o principal recurso é voar a noite. Voar a noite anula a capacidade da maioria das ameaças que fazem pontaria visual. Para voar de dia o melhor recurso seria voar mais alto, mas entraria no alcance dos radares. Com o formato furtivo o Ghosthawk continuaria furtivo e poderia voar mais alto.

Diminuir a assinatura sonora é um recurso que já valeria a pena ser aplicado em todas as plataformas de resgate. O barulho dos rotores é o principal meio de alerta para a contraparte do conflito. Sem dar alerta, ou com um alerta muito curto, as chances da aeronave não ser engajada diminuiriam. Voar mais alto também ajudaria a diminuir a assinatura sonora. Um recurso para diminuir a assinatura sonora é ter um caça voando acima para abafar o pouco de som que um helicóptero furtivo produz.

A assinatura radar também tem utilidade contra armas guiadas por radar e outras aeronaves. O principal recurso contra os radares inimigos costuma ser voar bem baixo. Helicópteros de resgate operando na operação Desert Storm e Allied Force foram atacados por mísseis.

A assinatura infravermelha sempre deve ser considerado devido a ameaça de mísseis portáteis. As medidas reativas como os sistemas de alerta de aproximação de mísseis (MAWS) podem ser mais efetivas com sensores mísseis mais atuais anulando baixa assinatura IR.

 


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