CSAR - Introdução

 

A perda de tropas numa campanha real afeta negativamente a motivação da sociedade quanto ao apoio político e social ao conflito. Caso ocorra a captura por força opositora, será outro elemento negativo. Mostrar pilotos capturados na TV e usar como escudo humano é um recurso político do inimigo que já foi usado anteriormente. Nos conflitos atuais o público demanda zero baixas.

A motivação política supera os motivos puramente militar para recuperar pilotos atrás das linhas, além de evitar que o inimigo obtenha informações de inteligência e realize propaganda com o ocorrido.

A moral dos pilotos também depende de saber que serão procurados e trazidos de volta, ou pelo menos saber que esta possibilidade existe.

Do ponto de vista econômico compensa recuperar um piloto. Custa cerca de US$ 5,71 milhões para treinar um piloto de F-15C (em 2010) e US$ 3,11 para treinar a tripulação de um HH-60. Um piloto de combate leva de 6 a 8 anos para formar e custa US$ 8 milhões (dados da USAF de 2016).

Pessoal operando além das linhas amigas como aviadores, forças especiais e patrulhas de longo alcance (LRRP) tem mais risco que outros de se tornar prisioneiros de guerra. Geralmente são pilotos ou equipagens abatidas, mas pode ser soldados perdidos, marinheiros, diplomatas ou reféns isolados, até mesmo equipamento crítico e sensível.

Fatores como impedir que a contraparte do conflito faça uso de um tropas amigas como fonte de informações, o retorno ao combate de um recurso humano capacitado e o impedimento do uso de imagens de prisioneiros de guerra para atingir o psico-social de nossa nação, também fundamentam a essência do Resgate em Combate.

Evitar que um piloto abatido seja usado como fonte de propaganda do inimigo é um dos objetivos do CSAR.

 

Conceito de CSAR

CSAR é uma operação de resgate com 3 partes - C de combate, S de busca (search) e R de resgate.

Combate significa ter capacidade de penetrar o espaço controlado pelo inimigo. Operações de SAR ocorrem em local amigo. Toda operação de combate tem força de assalto, força de apoio e força logística. Fazem identificação do campo de batalha, tem um plano de batalha geral e depois um método de execução.

O CSAR não é uma operação permanente. O plano tem inserção e extração e não toma terreno. Depois do resgate ocorre a exfiltração. As forças não tem condição de sustentar uma batalha. CSAR se encaixa no conceito de reide (golpe de mão) com penetração profunda em território hostil, seguida de uma retirada. É realizada sem aviso prévio e preparação do reide sendo que o tempo de resposta é essencial.

A força pode entrar de forma furtiva, mas depois do resgate pode ser descoberto. O campo de batalha se resume a abrir um corredor no território inimigo.

Após tomar a área do resgate, as forças CSAR tem que fazer busca e o alvo pode estar escondido. Então usam sistemas de comunicações e sensores avançados para busca. O veículo de resgate tem que ter capacidade todo tempo e qualquer tempo. As comunicações com o sobrevivente deve ser continua.

Após localizado, o elemento isolado pode estar cercado e pode ser necessário inserir uma equipe de resgate que pode ser pára-quedistas ou assalto aéreo. O alvo pode estar ferido o pode precisar de pessoal especializado e equipamento especializado.

CSAR é um processo de localizar o sobrevivente, organizar as forças e ir realizar o resgate. O CSAR objetiva o resgate das tripulações de aeronaves abatidas ou acidentadas em território hostil, podendo ainda resgatar militares ou tropas especiais em situação de conflito. Consiste na exfiltração de um ou grupo de pessoas, por meio aéreo, terrestre ou naval, que por algum motivo (aeronave abatida, pouso forçado, emboscada, etc) estejam isolada das forças amigas e distantes da linha de contato ou que não tenham condições de progredir para um local seguro.

CSAR tem três fases: localizar, autenticar e resgate de combate (combat recovery).

 

Táticas de Busca

Podem ser realizados quatro tipos de busca - eletrônica, visual, marítima e terrestre.

Busca aérea e de superfície de longa duração apenas ocorre se a ameaça permitir manobrar com segurança na área do objetivo.

Geralmente um helicóptero CSAR é a aeronave de resgate. Sem meio CSAR dedicado, ser usado outro veículo não dedicado com helicópteros, forças terrestres convencionais, forças especiais, aeronave de asa fixa e navios.

Classificação das possíveis respostas:

- Imediata. É realizada geralmente em ambiente permissivo ou de baixa ameaça.

- Pré-planejada. Geralmente realizada em ambientes de média para alta intensidade.

- Espera (hold). Quando existe muita incerteza, incluindo falta de localização, disponibilidade e situação do elemento isolado ou dados da ameaça questionáveis.

- Encerrada (closed). A missão é encerrada devido confirmação da morto ou recuperação do elemento isolado.

CSAR pré-planejado também pode ser subdividido:

- Lifeguard. São navios preposicionados na rota de ingresso e egresso e pode ter helicóptero CSAR embarcado.

- Duckbutts. É uma aeronave SAR na água. É uma precaução como no caso de um monomotor com pessoal VIP cruzando grande massa de água.

- Airborne-orbit. Fica em órbita em alerta CSAR. O helicóptero pode pousar em local permissível e manter escuta até ser chamado.

- Strip / ground alert. Ficam em alerta de 5 a 10 minutos em Quick Response Posture (QRP). Pode ser na base aérea ou em localidade avançada.

 

Táticas de resgate

O helicóptero é considerado o meio principal de resgate nas operações CSAR. Um helicóptero CSAR basicamente deve apresentar as seguintes características:

- Uma boa capacidade para transporte da tripulação necessária (equipagem de vôo, commandos, mergulhadores, etc.) para o salvamento.
- Executar aproximações as mais silenciosas possíveis.
- Ter uma boa capacidade de navegação. 
- Ter excelentes equipamentos de comunicação para se comunicar de forma segura e integrada com todos os elementos que compõem um pacote CSAR.
- Ter boa autonomia, com tanques extras ou a capacidade de fazer REVO.
- Ter capacidade qualquer tempo.
- Ter uma boa velocidade.
- Ter bons sistemas defensivos (MAWS, RWR, LWR, lançador de chaff/flare, armas defensivas, blindagem)

Sensores FLIR e NVG são usados para busca e são complementares. Uma pessoa caminhando em tempo muito frio com roupa inverno produz pouco contraste e o FLIR se torna inútil. O FLIR também costuma ser dífícil de usar.

As aeronaves de resgate preferem pousar por ser mais rápido. Helicópteros menores tem mais facilidade para encontrar local para pousar. Em mata fechada tem que usar o guincho. Podem ter até dois guinchos sendo um de reserva. Em região de floresta é forçado a usar o penetrador pesado. Pousar é mais rápido e evita hovering quando fica mais vulnerável.

Um helicóptero menor produz menos poeira fase pouso e diminui a probabilidade de detecção, além de poder pousar em locais mais apertados. Se não for possível é usado técnicas de rapel e técnicas de içamento.

Praticamente qualquer helicóptero tático pode ser usado para CSAR. Idealmente tem que ser armados, blindados, com bons sistemas de navegação, capacidade noturna com NVG e preferencialmente poder realizar REVO ou ter tanque extra.

Geralmente as missões são realizadas por esquadrões SAR com missão CSAR. Sem oposição funcionava bem. A experiência mostrou que precisa de táticas, equipamento e habilidades para serem treinadas caso aparece ameaças, inclui terreno, mau tempo e operar a longas distâncias.

Os helicópteros de resgate geralmente atuam em dupla para apoio múltiplo, melhor o C3, flexibilidade na missão e permitir múltipla recuperação de tripulantes. Geralmente usam um helicóptero primário e um secundário na área do objetivo. O helicóptero secundário deve estar preparado para assumir a liderança e realizar o resgate se o primário abortar a missão. Geralmente os helicóptero são lançados apenas se a localização e autenticação do elemento isolado já tiver sido verificado e se o resgate for viável.

A 4 milhas do ponto extração o ala separa e fica a cerca de 400 metros. Na final o ala passa para o lado direito do líder a 80-100 knots a 400 metros. Faz uma órbita na mão direita, mostrando as armas esquerda atacando alvos fora da órbita. O engenheiro com o guincho mantêm contato com líder. Se o líder abortar o  ala pode pousar. Quando o líder vai sair, é anunciado 5 segundos antes, e o ala vai para a rota egresso e varre a rota para dar alertar de ameaças. Se na extração a aeronave for engajada, o ala deve ajudar na supressão.

Para supressão a melhor arma é a metralhadora 12,7 por ter mais capacidade ofensiva. Para supressão a Mingun é considerada bem melhor que as metralhadores 7,62mm.

Outra técnica é líder ir na frente como guia ou gunship e o ala faz a extração. Na separação o líder vai para zona de pouso sobrevoa com manobras de reconhecimento e quebra a direita para cobrir a órbita. Se a zona de pouso for quente, quebra a esquerda e chama o ala para fugir da área. Os dois se juntam depois no egresso.

Se engajados em qualquer fase, respondem com fogo e evadem ao mesmo tempo para sair da ameaça. Depois voltam para a rota de ingresso. Depois podem pensar em uma zona de pouso alternativa ou chama forças de apoio para suprimir a ameaça.

Outro método é chalk two com espaçamento final e com pouso ou voo pairado na final. O ala fica na esquerda ou direita do chamado do líder, na posição "cocked off" para dar cobertura defensiva no terreno, contra ameaça potencial ou para cobrir todos os quadrantes com armas internas. Pode usar a vegetação ou terreno para ocultar. O primeiro a notar atividade inimiga deve indicar o tipo, distancia aproximada e direção da aeronave engajada.

Com má visibilidade ou a noite, usam uma formação mais cerrada para acompanhar, mas ficam menos manobráveis. Ficam em tática de fila. Na zona de pouso o líder lança bastões luminosos. Pode pousar no primeiro passe, mas os marcadores facilitam e diminui as chances de abortar.

Em mar aberto gasta mais tempo na fase de resgate pois tem que usar o guincho. Também usam marcadores químicos em resgate no mar a noite. Em resgate no rio é possível mascarar a aeronave no terreno mais baixo. Em mar aberto permite detectar fácil ameaças, mas com pouca proteção contra essas ameaças. O despistamentos mar inclui seleção de rotas, extração falsa e emissores falsos. Pode ser realizado missões diversionárias próximas.

O PJ pode descer de fastrope dependendo do terreno. Se usam escada para subir no helicóptero, a escada é lançada rápida na água ao invés de içada para economizar tempo em caso de fogo inimigo.

Uma dupla de HH-60G voando bem baixo durante uma missão de resgate.

Um MH-60S fazendo um içamento com guincho.

 

Penetrador de floresta em um helicóptero UH-60.

Detalhes do penetrador de floresta.

 

O veiculo de resgate não precisa sempre ser um helicóptero. Pode ser um comboio como uma pequena equipe de forças especiais em um caminhão ou veículo 4x4.

Aeronaves de asa fixa também podem ser usadas para CSAR. A primeira missão de resgate com aeronave foi do Squadron Commander Richard Bell-Davies, que pousou seu biplano atrás das linhas de trincheiras inimigas para recolher seu ala que tinha sido abatido. Durante a Guerra Irã-Iraque, os iraquianos usaram um monomotor PC-6B TurboPorter em operações CSAR. Um resgate ocorreu a 500 km atrás das linhas em 1987. Funciona em no terreno plano do deserto.

O uso de navios para CSAR tem que considerar que o navio tem grande assinatura e pode ficar vulnerável a defesas costeiras, mas pode responder com apoio de fogo naval e embarcações lançadas além do horizonte. Submarinos também usados, mas sem meios defesa na superfície. O submarino opera facilmente em local de baixa ameaça sem apoio externo. Pode inserir forças especiais para realizar missões CSAR em região costeira. O submarino é inadequado para cobrir uma grande área, mas pode compensar com busca eletrônica (PLS, DSLS ou LARS). Na fase de resgate pode usar a técnica "snag and tow" com o evasor se agarrando a uma corda no periscópio e saindo área de ameaça até poder emergir ou usar "lock-in swimmers" com doca alagável sem precisar emergir.

Já na Coréia, a falta de armas defensivas nos helicópteros foi sentida. No resgate de um piloto naval britânico o helicóptero fez passagens baixas com o tripulante traseiro atirando com uma carabina M1.

Em junho de 1951, um F4U do USMC foi derrubado e o piloto capturado. O resgate foi chamado, mas os quatro F-51D acima não puderam fazer nada com as tropas e o prisioneiro escondidos em uma vala. Um helicóptero H-5 chegou e o tripulantes traseiro disparou uma carabina M1 com precisão contra as tropas. Os chineses fugiram e deixaram o piloto para trás. O helicóptero pegou o piloto e fugiu, sendo atingido várias vezes e voltou para base perdendo combustível.


 

Personnel Recovery

Personnel recovery (PR), ou resgate de pessoal, é a soma dos meios militares, diplomáticos e civis para executar a recuperação e reintegração de pessoal isolado atrás das linhas. O PR pode ser feito por ação diplomática (negociação), setor civil (organização não governamental) ou militar. A doutrina passou a considerar qualquer pessoa, civil ou militar, como podendo ser um elemento isolado. Com forças rebeldes, terrorista e guerrilha passando a atuar mais frequência que forças convencionais, o pessoal em risco passou a ir muito além de pilotos e forças especiais. Pode não existir um unidade especializada em PR e todo pessoal ou unidade pode participar em uma operação de PR. As operações militares pode ser de CSAR com forças convencionais ou forças especiais. O CSAR é uma disciplina do PR, parte do resgate tático, sendo um tipo de PR em cenário de alta ameaça.

O PR é mais amplo que o CSAR e inclui Assistência não convencional (Non-conventional Assist Recovery - NAR), recuperação de equipamentos, evacuação de civis, evacuação médica, ajuda humanitária, resposta a desastre e operações de busca de pessoal.

As missões secundárias que podem fazer parte das capacidades das forças CSAR incluem evacuação aeromédica (EVAM), SAR civil, atividades anti-drogas, EVAM de emergência, segurança interna, ajuda humanitária, apoio internacional, evacuação de não combatentes (non-combatant evacuation operations - NEO), apoio a outras agencias como NASA no caso da USAF, infiltração e exfiltração de pessoal apoiando missões do comandante do componente aéreo, operações especiais incluindo PR de forças especiais.

No USMC, o TRAP inclui recuperação de helicópteros e aeronaves. As forças especiais americanas podem usar uma rede de agentes amigos e atuar em resgate de reféns. Em abril de 1995, dois F-15 da USAF derrubaram dois UH-60 no norte do Iraque. Os MH-60 CSAR voaram para recuperar os corpos. Os HH-60 do 347 Rescue Group apoiaram civis com ajuda humanitária do furação Katrina nos EUA. No Iraque, os helicópteros de CSAR apoiaram as defesas de base contra ataques de foguetes contra as bases aéreas, ainda continuando em alerta CSAR.

O PR está sendo mais enfatizado ao invés de CSAR. Combat recovery é de pessoal não treinado em SAR, com ameaça de interferência inimiga. CSAR concentra na recuperação de piloto ou forças especiais atrás das linhas. Guerra não assimétrica tem ameaça para todos, como contratantes do governo, e não apenas para pilotos e forças especiais. Pode até incluir recuperação de equipamento de alto valor ou sensível. Até o apoio a um comboio perdido e isolado sob fogo inimigo pode ser tratado como uma missão CSAR.

 

Planejamento de missão

Operar atrás das linhas costuma ser a missão mais perigosa dos pilotos de helicópteros. Os pilotos de helicópteros das forças especiais também operam atrás das linhas, mas podem escolher a hora e o local adequado. Os helicópteros de forças especiais confiam em evitar detecção. Voam a noite em pacotes pequenos, em missões bem planejadas. Os helicópteros de CSAR inicia no momento e atua no local do piloto derrubado. O inimigo até pode estar ciente da queda da aeronave e também está procurando o piloto abatido. Sabe que uma missão de resgate será montada.

As operações de inteligência são importantes pois as forças CSAR tem que evitar contato, determinar os pontos de apoio e determinar as posições inimigas. Um missão pode durar de 2 a 6 horas, e até mais dependendo do cenário.

Uma operação de CSAR tem uma seqüência de eventos que incluiu: preparação de força, notificação, localização e autenticação, planejamento de missão e execução da missão. O planejamento pode incluir dados detalhados das operações aéreas para já planejar as futuras ações caso uma das aeronaves seja derrubada como órbita de REVO e posicionamento do RESCORT.

O planejamento de uma missão de CSAR inclui:

- A localização das operações aéreas

- As ameaças no local

- As restrições na rota

- Meteorologia no local

- Detalhes do terreno

- Controle trafego aéreo

- Operações de segurança

- Operações de engodo

- Capacidade dos meios CSAR dedicados

- Meios capazes de realizar CSAR

- Capacidade da CSAR TF

- Alerta aéreo disponível, preposicionado ou em terra

- Requerimentos de reabastecimento (reabastecimento em voo ou FARP terra).

- Recursos de apoio (ECM, vigilância, SEAD, psiops, apoio de fogo)

O sucesso de uma missão de resgate em combate depende em grande parte do tempo de reação do alerta e do nível de precisão na localização dos evasores, por isso é importante que cada elemento da tropa em terra tenha consciência de que pode ser uma importante fonte da informação inicial sobre a localização dos tripulantes.

Um fator críticos no CSAR é o tempo para chegar até o sobrevivente e limitações da plataforma resgate. Desde o Vietnã calculam que após quatro horas as chances de resgate de um elemento isolado é de vinte por cento. Então a distancia, a velocidade e o alcance da aeronave de resgate são críticos. No Vietnã ficavam esperando próximos do local onde os caças operavam.

As opções de resposta podem ser imediatas por forças CSAR alerta, desvio de meios aéreos, resgate pré-planejado, operações por forças convencionais ou forças de operações especiais.

A experiência nas operações da Oriente Médio, mostra que os meios necessários para manter uma média de 25 resgates por mês seria de quatro OA-10 de RESCORT, quatro MH-60 de resgate, dois HC-130, duas equipes de PJ, duas equipes de forças especiais (Equipe A do US Army), meios de C3 desdobrável, além de apoio de RESCAP, guerra eletrônica e apoio aéreo aproximado.

 

Análise de Ameaças

Uma consideração chave no planejamento das missões CSAR é o nível de ameaça inimiga. O nível de ameaça define a capacidade da contraparte do conflito de detectar e engajar as aeronaves de resgate. Dados de inteligência em tempo real é um elemento crítico para determinar o nível de ameaça do inimigo.

A análise de ameaça não foi realizada no resgate do Mayaguez levando a grandes perdas para as forças de resgate. Um estudo de 1996 mostrou que a quantidade de artilharia antiaérea e mísseis MANPADS que podiam ser levadas para a área de um piloto derrubado no Iraque seria de zero para 13 em meia hora, chegando a 25 peças em 2,5 horas.

O nível de ameaça da pode ser dividido em três categorias: baixo, médio e alto.

Cenário de baixa intensidade. Ambiente de baixa ameaça tem forças inimigas bem dispersas, pouco concentradas, com pouca capacidade de recuperação. Os sistemas de armas podem incluir armas leves, artilharia antiaérea guiada manualmente até calibre 12,7mm, RPG e MANPADS. As táticas e técnicas amigas não precisam de muito planejamento e o ambiente permite usar contramedidas passivas para evitar detecção e engajamentos pelas forças inimigas.

Cenário de média intensidade. O ambiente de média intensidade contém ameaças significativas, as armas empregas tem concentração, mobilidade e capacidades que exigem medidas ativas e passivas para evitar e degradar a ameaça e evitar engajamentos subsequentes. As armas incluem ameaças de baixa altitude, SAM de gerações anteriores, caças com radar capazes de ver e atirar para baixo. As forças CSAR devem realizar um planejamento detalhado neste cenário. Na missão devem usar muitas táticas de evitamento de ameaça e técnicas evasivas, sistemas defensivos, supressão de ameaça pelo RESCORT e operações noturnas. As IADS são moderadamente integradas e tem poucos recursos para engajar a média distância.

Cenário de média intensidade. Ambiente de alta intensidade tem forças hostis espalhadas em uma grande área, densamente concentrada e capazes de se mover e reconstituir rapidamente. As armas inimigas incluem SAM de última geração, radares modernos, contramedidas eletrônicas, artilharia antiaérea integrada e caças com radares avançados. A IADS é altamente integrada, com rede de C2. Sistemas em terra podem ser reforçadas e difíceis de destruir. O planejamento de missão deve ser bem detalhado e exige táticas de pacote (CSARTF) para derrotar ou degradar a ameaça com o uso de supressão de defesas, RESCORT, RESCAP e guerra eletrônica. O CSARTF precisa de uma grande força de proteção e pode ser pensado em outras meios de resgate.

A fase de busca de combate se restringe a cenários de baixa ameaça, a não ser que seja realizado busca eletrônica a longa distância.

Em cenário de alta intensidade podem usar forças especiais/equipes clandestinas preposicionada atrás das linhas. Criam esconderijos ou  áreas designadas de recuperação. É uma opção de baixa visibilidade. Depois podem ser enviadas para área de controle amigo. As técnicas de evasão do piloto são as principais técnicas que devem ser usadas neste cenário.

Durante a análise da ameaça, um mapa de ameaça deve ser feito contento os sites de radar que podem detectar as forças CSAR, meios de interceptação de comunicações, e as possíveis forças hostis nas proximidades do evasor.

As ameaças aos veículos de resgate incluem artilharia antiaérea, mísseis MANPADS, armas leves de forças em terra, helicópteros armados inimigos, e aeronaves de combate. Estas ameaças fazem principalmente pontaria visual e podem ser atrapalhadas pelo horário do dia, terreno, mau tempo, altitude e velocidade do veículo de resgate. Sites de radar permite pontaria em qualquer tempo e devem ser evitados a qualquer custo.

As concentrações de tropas e posições de armas devem estar marcadas em um mapa da ameaça e mostrando o alcance dos mesmos para facilitar o planejamento das rotas de ingresso e egresso.

 

Angel Thunder
 

A USAF treina operações de resgate no exercício Angel Thunder desde 2006. Foi percebido que a operação Red Flag não servia para treinar CSAR. Queriam um exercício mais útil e relevante para as forças CSAR com todos os meios, incluindo C2 como o AWACS, JSTARS, REVO e drones Predator. O objetivo seria padronizar os procedimentos.

A primeira operação foi realizada com 22 aeronaves e 175 tropas. Em 2013 foram 2 mil participantes e 87 aeronaves incluindo outras agências e outros paises e observadores. No inicio era um exercício apenas da USAF e passou a ser feita por todas as forças americanas, agências governamentais, DEA, e por forças estrangeiras. Os participantes são os CRO (Combat Rescue Office), Para Jumpers, especialistas em SERE, pessoal de inteligência e gerenciadores de batalha aérea.

Em 2007 foram 30 cenários e 282 resgates. Os cenários simulam várias situações, regiões de montanha e cenário noturno. Inclui evacuação em massa e desastre natural. Tem cenários de resgate de combate, liberação de reféns, evacuação de ferido, infiltração e exfiltração de tropas. A primeira semana são de aulas teóricas e conhecer outros países e capacidades.

Em 2013, usaram uma área bem grande para simular o Afeganistão com foco em cenário de guerra irregular. A maioria dos cenários é secreto e inclui emissores e agressores. Simulam alvos falso no datalink, com até 120 aeronaves, mas podia ser apenas 20 no ar. Se o comandante de resgate detecta alguma ameaça pode chamar escolta dos F-16 mesmo sem ter F-16 real.

Em 2015 foram 2.700 participantes, sendo 11 estrangeiros. O exercício durou 2 semanas. Os cenários replicaram ameaças e missões encontrado em resgates na África e habilidade genéricas como evento de evacuação em massa de civis. Foram realizados cenários diurnos e noturnos de guerra irregular contestada com operações resgates e reagindo a ataques de insurgentes. Um cenário era resgate de nove pessoas feridas durante ataque de insurgente. Os PJ leva equipamento pesado para outros ficarem mais leves. O resto foca nas tarefas imediatas como repelir ataque insurgente. O PJ atualiza constantemente o helicóptero orbitando acima, mantêm equipe atualizada na situação, tempo restante, com helicóptero com pouco combustível no objetivo. O PJ chama o helicóptero para transporte feridos e é o ultimo a entrar.

Nos cenário marítimos, os PJ, Force Recon, e equipes do USCG faziam abordagem de embarcações (Visit, board, search and seizure - HVBSS). Foram realizados vários cenários com inserção e extração de PJ por terra, guincho, fast-roping, do nível do mar até 7 mil pés.

Desde 1995 a OTAN passou a treinar padronização das operações de CSAR e criou o CSAR Mission Planning Guide em 2002. As unidades CSAR passaram a treinar exercícios regulares.

Um HH-60G desova os PJ na área do alvo passa a sobrevoar para realizar vigilância e cobertura aérea. Os PJ são treinados para chamar CAS do Pave Hawk, mas preferem um JTAC em terra para liberar os PJ para resgate.

Bolacha da operação Angel Thunder.

Fuzileiros americanos seguram o perímetro para simular um veículo vítima de explosivos improvisados.

 


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