EVOLUÇÃO DOS DRONES
O desenvolvimento de drones e seus componentes com aplicação em combate está em constante evolução, com avanços em alcance e autonomia, capacidade de carga, resistência à interferência eletrônica, voo em condições de baixa visibilidade, tipos de munição, e na detecção, identificação e ataque automático de alvos. Os drones FPV têm o potencial de dominar o campo de batalha por serem mais fáceis de configurar e adaptar a diferentes missões, em comparação com drones civis modificados. Já possuem capacidade de utilizar baterias e munições de diversos tipos, graças à instalação externa desses componentes.
É possível que os drones FPV evoluam para se tornarem altamente modulares, podendo ser montados de forma semelhante a um computador, com módulos sendo adicionados ou substituídos de acordo com a missão e o cenário. Eles poderão incorporar, por exemplo, torretas de sensores estabilizadas, módulos de piloto automático, sistemas de navegação autônoma ou visual, e módulos de comunicação de rápida substituição. Alguns desses componentes serão essenciais para que um drone FPV execute missões de reconhecimento ou atue em táticas de enxame coordenado.
Os drones FPV atualmente empregados na guerra russo-ucraniana podem ser classificados como drones FPV de primeira geração. Os modelos futuros tendem a ser mais caros e sofisticados, considerando a possível integração de sistemas opcionais como resistência à interferência eletrônica, piloto automático, sensores termais e processadores de imagem. Ainda assim, permanecerão mais baratos do que mísseis convencionais. Caso sejam estocados, podem se tornar obsoletos devido à introdução de novos interferidores. No entanto, um país que não se antecipa a essa evolução tecnológica pode ser facilmente superado por um adversário bem preparado. Quanto maior for o drone, maior será sua capacidade de carga útil — embora esses sistemas estejam se tornando cada vez mais leves e eficientes.A segunda geração de drones FPV poderá ter soluções para as limitações dos modelos de primeira geração. Um esloveno que atuou como piloto de drone em uma equipe ucraniana anotou os dados dos voos para gerar estatísticas. Relata que cerca de 43% dos drones atingem algum alvo. Considerando as missões abortadas antes do lançamento, a taxa de acerto cai para 20 a 30%. A maior parte dos acertos é contra alvos previamente atingidos por outros drones ou por meios como a artilharia, sendo a missão destinada a concluir a destruição ou assegurar sua efetividade. Menos de 10% das missões envolvem o ataque a um alvo pela primeira vez.
Aproximadamente 25% dos drones não decolam devido a falhas técnicas, sendo os problemas mais frequentes nos transmissores de vídeo ou no controle remoto. Além disso, condições meteorológicas adversas, como mau tempo, ventos fortes, chuva, neve ou nevoeiro, também impedem o voo. Em algumas situações, os drones disponíveis não possuem câmeras adequadas para operações noturnas. Os FPV do futuro podem ter componentes de melhor qualidade e proteção para operar em mau tempo. As melhorias, como sempre, vão deixar os drones caros.
Durante o voo, também ocorrem quedas causadas por falhas na navegação. Para reduzir custos, os drones FPV não são equipados com piloto automático, bússola, GPS ou sistema de navegação inercial (INS). Os operadores dependem do conhecimento visual do terreno e contam com o apoio de um navegador. A adição de um piloto automático seria a solução para melhorar a navegação e pode até ser feita de forma automática em uma parte do trajeto.
Cerca de 31% dos drones foram perdidos em decorrência de ações de guerra eletrônica. Em alguns casos, isso acontece até mesmo ao sobrevoar posições aliadas, cujos operadores não conseguem identificar se o drone é amigo ou inimigo. Falhas de coordenação entre equipes amigas também geram interferência, correspondendo a aproximadamente 3% das perdas, quando as transmissões de um drone interferem em outro — o mesmo pode ocorrer com drones inimigos. O piloto automático é um recurso que permite que o drone atravesse uma região com interferência eletrônica e tente reconectar após sair do local ou voltar se não conseguir conexão e pode ser recuperado.
Ao chegar à área do alvo, o drone pode não localizar o alvo, que pode ter se movido ou se escondido. Mesmo quando o alvo é encontrado, há chances de erro ou colisão com obstáculos. Em algumas situações, o alvo está fortemente protegido, exigindo manobras precisas, como atravessar uma janela para atingir um cômodo específico. A chamada “sombra de rádio” é uma causa comum de falhas, pois durante o mergulho final, o sinal de vídeo pode ser interrompido, dificultando a mira. Além disso, cerca de 10% dos drones que atingem o alvo não detonam devido a falhas na espoleta. As técnicas de trancar no alvo permitem melhorar a pontaria e atacar alvos na sombra de rádio, com o drone continuando a voar em direção ao alvo.
Os drones FPV tem um tempo de resposta muito lento. Os morteiros respondem a uma missão de tiro em cerca de 5 minutos enquanto um drone pode demorar 15 minutos para se lançado e em condições ideais. Drones mais rápidos, em formato de míssil, podem diminuir o tempo de reação ao chegar mais rápido até o alvo. Ser lançado rapidamente também seria uma solução.O vento influencia o alcance dos drones FPV. Um vento frontal de 10 m/s (36 km/h) pode diminuir o alcance pela metade. Até os drones de reconhecimento tem que aumentar a potencia para ficar parado e diminuem a autonomia. Um vento de 15 m/s (54 km/h) inviabiliza as operações. A reação é ter que se aproximar da linha de frente para compensar. Drones mais rápidos em formato de míssil podem ser uma reação.
Nas missões de reconhecimento, uma câmera com capacidade de detectar e identificar alvos automaticamente pode aumentar a eficiência da equipe ou permitir a operação autônoma em local com muita interferência ou com silêncio de rádio. A técnica mais simples é ficar parado e buscar alvos móveis no campo de visão. Até nas missões de caça livre, os drones podem usar a capacidade de detectar e identificar alvos automaticamente.
Os novos drones FPV do US Army e USMC usam uma espoleta com sensor LiDAR para criar o efeito Airburst, explodindo acima do alvo para otimizar o raio de ação dos estilhaços. Um LiDAR simples com alcance de 12 metros custa cerca de US$ 65. É um bom exemplo de melhoria que pode ser aplicada nos drones. No caso de drones de emboscada, o sensor LiDAR pode dar alerta da presença de alvos se movimentando e acionar alertas sonoros. Sensores LiDAR mais sofisticados podem viabilizar drones de caça que fazem busca e ataque de outros drones de forma autônoma.
As munições de drones fabricadas em impressoras 3D são geralmente usadas rapidamente. Não ficam estocadas. Em tempo de paz, estas munições passam a ter requisitos de serem estocadas por longo prazo e serem preparadas rapidamente.
Os drones anti-drones são um bom exemplo de como os drones FPV podem evoluir futuramente. Mesmo sendo mais caros, o custo benefício é compensador pois atuam contra drones de reconhecimento que custam várias vezes mais e os alvos protegidos também compensam o investimento. A velocidade e o tempo de reação é uma limitação dos drones FPV em missões de ataque e um drone mais rápido pode realizar parte das missões.
Os franceses estão testando um sistema de lançamento de drones em "colméia". Consiste em um container com 10 drones empilhados que podem ser lançados rapidamente. O objetivo futuro é equipar cada veículo com cinco containers de 10 drones(50 drones por veículo ou 300 por patrulha). São usados apenas drones leves de reconhecimento Parrot Anafi e drones FPV Kamikaze. Na Ucrânia, as equipes de drones atuam em posições fixas em um cenário de guerra de posição. Tem que ser considerado cenários futuros onde a linha de frente será mais móvel e precisa de uma equipe que opere com mais mobilidade.
BOMBARDEIROS DE MERGULHO
O próximo passo na utilização do trancamento automático de alvos é o apoio aos drones bombardeiros. Os drones FPV são significativamente mais precisos do que os bombardeiros, mas as capacidades destes últimos ainda podem ser ampliadas. A técnica de bombardeio em mergulho, já utilizada por caças para melhorar a precisão, pode ser ainda mais eficiente quando aplicada a drones, pois estes conseguem se aproximar bastante do alvo sem risco relevante de serem atingidos pela explosão, devido ao baixo poder das ogivas — exceto em casos de impacto sobre alvos com explosivos.
O operador realiza o travamento do alvo, e o drone pode levar em conta diversos parâmetros, como direção do vento, altitude e movimentação do alvo, para se posicionar corretamente e disparar suas bombas de forma automática contra alvos fixos ou móveis. Também é possível identificar o ponto de impacto do primeiro lançamento e corrigir automaticamente o ponto de mira, utilizando a técnica conhecida como “splash spot”.
Um dos cenários é quando o operador precisa manter o drone em altitude elevada para evitar a perda de sinal, como no caso de alvos distantes. O travamento automático permite voar mais baixo e realizar lançamentos automáticos com maior precisão. Após o disparo, o drone pode subir automaticamente para restabelecer a conexão. Outro cenário envolve alvos móveis, com o drone acompanhando automaticamente o movimento e o operador apenas autorizando o disparo. Atacar múltiplos alvos simultaneamente pode ser viável caso estejam enfileirados, como ocorre com tropas marchando. Ventos fortes prejudicam a precisão, principalmente quando é necessário manter voo em altitude elevada. Atualmente, a taxa de acerto costuma ser de apenas 1 a cada 15 lançamentos com vento forte ou disparando muito alto.
O bombardeio em mergulho também pode ser apoiado com o travamento automático de alvos, resultando em muito mais precisão. A precisão é bem maior e não precisaria mais de um operador muito treinado que tem que realizar entre 100 e 300 lançamentos para ficar bom de pontaria. O operador identifica o alvo, posiciona o drone e ativa o travamento do sensor, geralmente em tropas entrincheiradas ou em movimento. O drone então se posiciona automaticamente e realiza o lançamento em mergulho com grande ângulo. Após o disparo, o drone sai do mergulho e gira para observar o resultado do ataque, subindo para reconectar, se necessário. Um telêmetro a laser, com custo estimado em US$ 200, pode ser utilizado para alimentar uma calculadora balística, caso o sistema de travamento automático não atinja a precisão desejada por si só.
O uso de uma torreta estabilizada com sensor de zoom pode ser essencial para operações de bombardeio. Embora isso eleve o custo do equipamento, o drone poderá realizar um maior número de missões, compensando o investimento. Um drone FPV equipado com esses recursos passa a ter capacidade tanto para reconhecimento quanto para bombardeio. A torreta estabilizada com zoom também facilita o travamento de alvos a longa distância, fora do alcance de interferência eletrônica ou situados em regiões elevadas.
A configuração ideal para um drone bombardeiro de mergulho pode ser o modelo híbrido entre quadricóptero e asa fixa (HVTOL), permitindo que o mergulho seja realizado com os motores desligados para evitar alertar o alvo. Se o drone conseguir realizar o mergulho de forma silenciosa, poderá ser até do tipo bombardeiro pesado. Após o lançamento da carga, os motores seriam religados para permitir a saída do mergulho. Além disso, esse tipo de drone seria mais veloz, alcançando rapidamente a área do alvo e retornando com agilidade para recarregar a bateria e rearmar.Os drones bombardeiros pesados não costumam operar de dia por serem fáceis de derrubar. Um drone bombardeiro pesado com configuração HVTOL pode ser a solução ao aumentar a velocidade dos ataques ao mesmo tempo que melhora a pontaria com o modo de bombardeiro de mergulho.
Os drones FPV geralmente apresentam maior taxa de acerto do que os bombardeiros, com índices entre 25% a 50%, enquanto os bombardeiros têm precisão inferior a 10% (podendo variar conforme o tipo de alvo, as condições locais e o nível de treinamento do operador). O custo por alvo seria de aproximadamente US$ 800 para drones FPV kamikaze (dois drones por alvo) e cerca de US$ 400 para um drone bombardeiro FPV reutilizável com vida útil de 10 missões. Se a precisão for elevada para 50% com o uso da técnica de bombardeio em mergulho e apoio de inteligência artificial, o custo por alvo pode cair para US$ 100, assumindo um custo de US$ 1.000 por drone. Esse cálculo não inclui o custo da munição perdida, que varia entre US$ 50 e 100, e pode envolver uma ou duas unidades por missão. Para operações noturnas, seriam utilizados drones com câmeras termais.
Outra aplicação da inteligência artificial está na identificação e ataque autônomo de alvos, como veículos e unidades de infantaria. O modo mais básico consiste em o operador selecionar os alvos automaticamente detectados, permitindo que o drone continue o ataque de forma autônoma — inclusive com a possibilidade de controlar vários drones simultaneamente. O reconhecimento de tropas pode ser feito por meio da análise de padrões visuais, como uniformes padronizados, a forma de empunhar a arma com o cano apontado para baixo e o dedo próximo ao gatilho, além do espaçamento típico de 10 a 15 metros entre combatentes. Os ucranianos testaram essa funcionalidade com os drones Saker Scout e SkyKnight 2, enquanto os russos utilizaram os modelos Shturm 1.2 e Ovod (Mosca).
Outras aplicações da inteligência artificial incluem o auxílio à navegação sem GPS por meio de navegação visual, desvio de obstáculos e detecção de alvos em movimento. Os russos testaram um drone que utiliza mapas pré-programados e reconhecimento de objetos para navegar sem depender de GPS ou controle remoto.
Teste de um sistema de navegação visual mostrando erro de 14 metros em relação ao GPS.
Aplicativos de voo como o Trepet e GLAZ_V3 permite exibir marcações no mapa e no vídeo do drone, mesmo sem sinais de satélite de navegação. Permite interação com tropas de assalto e artilharia, além de apoiar a navegação. A imagem é do aplicativo Trepet.
PILOTO AUTOMÁTICO
Os quadricópteros usam um piloto automático que mantém o drone pairando automaticamente caso o operador deixe de enviar comandos de voo. Os drones FPV não possuem piloto automático e caem se não receberem comandos, mas são muito mais ágeis, o que permite acompanhar alvos móveis e realizar mergulhos para ataque. Os drones FPV poderiam ser equipados com piloto automático para ser ativado em determinadas fases do voo. Normalmente, é utilizada uma unidade de GPS para autoestabilização. Isso seria útil caso o drone fosse utilizado em missões de reconhecimento ou bombardeio com posterior recuperação.
O piloto automático permite que parte da missão seja realizada de forma autônoma, com o drone aguardando até ser ativado para atacar alvos detectados por outro drone. Isso viabilizaria táticas de enxame de drones. Os drones receberiam ordens de posicionamento pelo mesmo canal de controle e ignorariam comandos manuais de voo. Somente ao se aproximar do alvo, passariam a interpretar os comandos como ordens diretas, caso fossem ativados. O mesmo princípio se aplica ao canal de vídeo, quando o drone receber a ordem para transmitir sua própria imagem. Diversos drones podem permanecer próximos em modo de espera para atacar alvos identificados por drones de reconhecimento. Uma tática seria posicionar os drones próximos ao drone de reconhecimento, apontando suas câmeras para a mesma direção ou diretamente para as coordenadas informadas.
O piloto automático permitiria que o drone FPV retornasse à base de forma autônoma em caso de interferência, anulando uma das principais causas de perdas desses drones. O piloto automático seria desativado durante a fase de ataque. Sistemas de interferência aliados também prejudicam drones amigos, pois as tropas geralmente não conseguem distinguir entre os sinais. Sobrevoar áreas com o piloto automático ativado, mas sem emitir sinais, seria uma forma de evitar interferência nas operações das tropas aliadas. No caso de interferência inimiga, o piloto automático permite sobrevoar sem emitir e passar a operar apenas na retaguarda.
O treinamento para operar drones FPV é difícil, e o uso de piloto automático permite que um operador comum controle o drone durante grande parte do voo, transferindo o comando para um piloto de FPV apenas na fase final. A capacidade de trancar em um alvo fixo ou móvel também viabiliza a operação por operadores sem treinamento especializado em voo FPV.
O piloto automático pode ser essencial para aumentar a sobrevivência dos operadores de drones. Uma tática envolve posicionar uma antena distante da localização dos operadores. O drone decola, voa de forma autônoma até um ponto afastado do local de lançamento e só então inicia a comunicação, longe da antena. No retorno, também utiliza o modo automático e pousa em coordenadas predefinidas, podendo ser recuperado à noite ou horas depois. Durante o retorno, deve executar manobras evasivas para despistar eventuais drones inimigos em perseguição. O objetivo é ocultar a localização tanto dos operadores quanto da equipe de lançamento e recuperação. A antena, embora vulnerável, pode ser protegida com o uso de antenas falsas mais visíveis, para confundir o inimigo.
DRONE DE TRINCHEIRA
Uma das vantagens da guiagem por fibra ótica é dispensar a necessidade de coordenar a operação dos drones com outras unidades próximas, evitando o risco de interferência. Por exemplo, a faixa de 5.8 GHz, a mais utilizada pelos drones, possui seis bandas, o que significa que apenas seis drones podem operar simultaneamente em uma mesma área. Sem essa coordenação, existe o risco de um operador visualizar o vídeo transmitido por outro drone, e não daquele que está realmente controlando.
A disponibilidade da comunicação via fibra ótica possibilita o desenvolvimento de um “drone de trincheira” para uso pelas tropas na linha de frente em missões de autodefesa. Seria um drone com controle por fibra ótica e alcance curto, entre 1 e 2 km, capaz de atacar alvos nas proximidades. Caso as tropas inimigas estivessem se aproximando ou cercando a posição, bastaria lançar os drones e realizar os ataques a partir de uma área protegida, sem necessidade de exposição direta.
A fibra ótica permite a operação independente, sem necessidade de coordenação com outros drones nas imediações. O drone deve contar com piloto automático e capacidade de travar em alvos, eliminando a exigência de um operador treinado em drones FPV. O processo seria automatizado: o drone decola, realiza buscas ao redor, detecta o alvo, trava o sensor e executa o ataque de forma autônoma. Ele também pode manobrar para posições mais vantajosas, como atacar pela retaguarda de um blindado. O processador pode permanecer na estação de controle, recebendo os dados transmitidos via fibra ótica.
A munição deve ser padronizada e de uso múltiplo, adequada tanto para atacar blindados quanto tropas. Um calibre menor, como o de 66 mm, exige drones mais leves. Já munições de 84 mm oferecem maior capacidade de destruição, mas aumentam o peso do sistema e os custos. O drone deve estar pronto para lançamento imediato e poder ser retirado e montado rapidamente a partir de um container. Basta conectar o cabo da bateria para ativar o sistema e o cabo de comunicação com a estação de controle. A bateria precisa ter alta durabilidade, pois os drones geralmente utilizam baterias baratas que devem ser carregadas no próprio dia de uso e não suportam armazenamento prolongado.
DRONE MÍSSIL
O uso tradicional dos drones consiste em operar em equipes do tipo caçador-matador, nas quais um drone realiza missões de reconhecimento e detecção de alvos. Em seguida, um drone armado (bombardeiro ou FPV) é lançado para atacar os alvos localizados. Outra forma de detecção de alvos é o contato direto da tropa com o inimigo, cabendo aos drones letais apenas a função de ataque.
Um exemplo prático pode ser observado nas táticas do Talibã contra as tropas americanas no Afeganistão. Os insurgentes preferiam atacar à distância e recuavam rapidamente para evitar o contra-ataque e impedir a chegada do apoio aéreo. O Talibã utilizava armas de maior alcance que as das forças americanas, como os lançadores RPG e metralhadoras PKM. A primeira reação americana foi adotar o canhão sem recuo Carl Gustav, que se mostrou mais leve que os mísseis Javelin, com resposta mais rápida que morteiros ou artilharia, e com custo significativamente menor frente a alvos protegidos. Como resultado, cada pelotão do Exército dos EUA passou a contar com um Carl Gustav.
O drone letal Switchblade 300 foi desenvolvido a pedido das forças especiais dos EUA para atuar nesse tipo de cenário, servindo como apoio aéreo aproximado de uso orgânico pela tropa. O Switchblade 300 foi concebido para conflitos de baixa intensidade e apresentou desempenho insatisfatório na guerra da Ucrânia, especialmente em combates de alta intensidade e contra veículos blindados.
A foto é de um drone quadricóptero com propulsão por foguete para atingir altas velocidades. Também é um bom exemplo da configuração de um drone de ataque de alta velocidade (sem a propulsão adicional por foguete). O tamanho e o calibre sugerem um drone anticarro com ogiva equivalente a um Carl Gustav de 84mm. Equiparia as unidades de apoio de fogo dos Batalhões e Companhias e seria bem mais barato que um míssil dedicado como os novos Spike do EB. Uma versão menor seria o equivalente ao LAW de 66mm e equiparia os Grupos de Combate e Pelotões.
Exemplo de como seria um drone míssil pronto para o disparo em um lançador de infantaria. O drone foi retirado do invólucro ficando com a parte anterior exposta. Os rotores foram abertos. A imagem mostra o risco de corte com a hélice do drone. Uma mira tipo ponto vermelho (red dot) permitiria modos de disparo SACLOS. No modo trancamento após o disparo pode ser necessário o apoio de outro operador de drone com um tablet ou óculos de drone FPV.A imagem acima mostra uma montagem de um drone quadricóptero com configuração semelhante à de um míssil (chamado aqui de drone míssil), projetado para ser lançado rapidamente em caso de contato com o inimigo. Esse formato permite atingir altas velocidades, chegando rapidamente ao alvo e reduzindo erros de pontaria na fase de ataque como falhas de trancamento no alvo, ou a interferência de obstáculos que possam obstruir a linha de visada entre o sensor e um alvo móvel. A velocidade também é útil para alcançar rapidamente um local onde outro drone já tenha detectado um inimigo.
O tempo de voo de um drone míssil seria da ordem de dezenas de segundos. Por comparação, um míssil Eryx leva 3,7 segundos para atingir 800 metros (velocidade média de 216 m/s), enquanto um drone míssil levaria cerca de 14 segundos a uma média de 50 m/s (180 km/h), podendo teoricamente reduzir esse tempo pela metade dependendo da configuração. A velocidade inicial do projétil de um míssil LAW é de aproximadamente 150 m/s.
Uma das limitações da configuração de drone míssil é sua baixa resistência a obstáculos no trajeto. Mísseis convencionais podem ser lançados de trás de folhagem sem risco de danos ou de acionamento prematuro da espoleta, podendo atingir alvos ocultos atrás de folhagem. Já um drone pode ser facilmente desviado por galhos ou redes e até perder momentaneamente o controle. A não ser que opere em velocidade muito elevada, pode não conseguir atingir alvos protegidos por vegetação. Na guerra da Ucrânia, por exemplo, são utilizadas redes de nylon ou aço justamente para barrar os ataques dos drones kamikazes.
O lançamento de um drone a partir do ombro, usando um tubo lançador como o do AT4, apresenta risco de corte com as hélices, especialmente na configuração FPV. Já a configuração tipo míssil resolve esse problema, com as hélices posicionadas mais afastadas do corpo do lançador ou com o lançador com uma carenagem que protege a mão do operador. O lançador em tubo é mencionado por permitir que o drone seja transportado e preparado para o disparo de forma rápida e segura.
Uma das desvantagens dos drones letais é o tempo necessário para entrar em operação. Um drone FPV leva cerca de 2 minutos para ser preparado, enquanto um Switchblade 600 pode levar até 10 minutos. Isso não seria um problema contra alvos mais distantes, desde que haja alerta prévio e o drone esteja operando em conjunto com outro de reconhecimento. As equipes geralmente contam com especialistas para preparar drones e munições e podem manter vários drones prontos, mas as equipes de drones precisam atuar a partir de bases fixas. Por outro lado, o drone míssil pode ser projetado para facilitar o armazenamento, testes, manutenção e preparação rápida para uso.
Um drone letal com capacidade de reação rápida deve estar pronto para ser lançado imediatamente após o contato com tropas inimigas. As versões mais recentes do Switchblade 300 ficam prontas em cerca de 2 minutos, mas esse tempo ainda é considerado elevado. O mini-drone RQ-28 do Exército dos EUA, por exemplo, tem como requisito estar operacional em 75 segundos (atingindo 40 segundos na prática). Para comparação, o lançador do míssil Spike leva 30 segundos para ser posicionado e apenas 15 segundos para recarregar, servindo como referência para o tempo ideal de resposta de um drone de reação rápida.
Drones FPV são geralmente lançados manualmente ou com suporte improvisado no solo, como tijolos, caixas de munição ou tubos, para evitar acidentes com as hélices. O operador também precisa se manter afastado do detonador por segurança. Alguns modelos de drones podem ser jogados para cima manualmente, estabilizando automaticamente após detectar o lançamento, mas essa técnica só é viável para drones muito pequenos e leves, limitando seu uso prático.
Mísseis anticarro podem utilizar o modo de disparo "soft launch", que gera baixa assinatura visual e térmica, ao serem ejetados do tubo por uma cápsula de gás. Já os drones com hélices não produzem fumaça nem clarão no lançamento e geram muito menos ruído do que mísseis em todas as fases do voo. Além disso, não levantam poeira no momento do disparo e apresentam poucas restrições para serem lançados a partir de locais confinados.
Lançamento de um drone FPV com canos adaptados e uma corda para puxar pino de segurança da ogiva. O lançamento tem uma sequência como acoplar o cabo da bateria, ligar a antena de vídeo e depois acionar a espoleta com um atraso de cerca de um minuto para o caso de mal funcionamento ou queda do drone.
Um drone míssil tem os mesmos componentes de um drone FPV (bateria, processadores, motores, câmera, etc), mas posicionados de outra forma. Adiciona um corpo aerodinâmico e passa a ter a aparência de um míssil. O próximo passo é ter capacidade ser ser armazenado em um invólucro tipo tubo para transporte e disparo. Quanto mais compacto o drone míssil, menor e mais leve será o tubo de transporte. Os braços e estabilizadores tem que ser dobráveis. Os braços instalados ao redor do centro de gravidade irão facilitar a manobrabilidade no modo VTOL.
Uma imagem mostra um drone míssil em posição de lançamento na vertical fora do tubo de lançamento. Seria o modo de tiro indireto com a direção geral do alvo sendo conhecida e a aquisição feita após o disparo (LOAL). Um cenário que o modo de lançamento vertical seria útil seria no modo tiro indireto em local abrigado sem expor o operador.
Descrição de um Pelotão de infantaria do US Army. Um drone míssil e/ou drones FPV substituiriam os lançadores de mísseis Javelin do Grupo de Combate de armas. Os outros Grupos de Combate podem ter um operador de drone que realizaria missões de reconhecimento e bombardeiro.
A imagem acima é um cenário onde um drone míssil seria interessante. Um drone detectou dois helicóptero russos próximos da linha de frente. O operador indica a direção do drone para uma equipe com drone míssil em prontidão que lança em direção ao alvo. Sabendo onde estão vigiando é possível estimar a distância e posição aproximada e passar os dados automaticamente para o drone míssil.
A imagem acima é de um combate na Ucrânia. Vários blindados e veículos russos entraram em uma cidade e foram detectados e acompanhados por drones que vigiavam o local. A equipe de drones poderia atacar com drones mísseis guiados por fibra ótica sem se preocupar em coordenar com outras equipes devido a limitação de banda de frequência.
Uma vantagem da configuração do drone míssil com quatro hélices é a possibilidade de ser recuperado, caso o cenário permita, como em missões de busca de alvos de oportunidade. O drone míssil pode ser lançado para uma missão de reconhecimento e retornado à base caso não encontre um alvo ou caso não haja a intenção real de atacar. Outro exemplo seria a dúvida quanto à identificação do alvo — se for necessário confirmar se é amigo ou inimigo, o drone pode se aproximar, identificar e, sendo aliado, ser recuperado. Essa capacidade de recuperação é especialmente útil em treinamentos.
A capacidade de voar lentamente ou pairar no modo VTOL permite ao drone "pausar" o engajamento, mudar de alvo durante o ataque e escolher o melhor ângulo para atingir veículos blindados — normalmente pela traseira ou pela parte superior, onde a blindagem é mais fraca. Uma ogiva pequena já é suficiente contra a maioria dos blindados e permite explorar os pontos vulneráveis até mesmo dos carros de combate mais protegidos. O operador pode manobrar para se posicionar para o ataque e mergulhar no alvo em uma posição favorável.
A capacidade de pairar também possibilita que o drone atue como munição vagante (loitering munition), realizando a busca de alvos em uma determinada área. Em um drone míssil, essa função teria autonomia limitada, sendo considerada uma capacidade secundária e bem limitada.
Uma característica comum dos drones letais é a limitação de só poderem "trancar" no alvo após o lançamento (LOAL – Lock-On After Launch), o que exige que o operador identifique e selecione o alvo durante o voo, antes de iniciar o ataque. Um drone letal com capacidade de trancar no alvo antes do disparo (LOBL – Lock-On Before Launch) ou com capacidade de "dispare-e-esqueça" representaria a próxima evolução tecnológica.
O objetivo de um drone com capacidade LOBL seria complementar os armamentos anticarro, como os mísseis guiados e os canhões sem recuo de 84 mm (Carl Gustav). Um drone letal com essa capacidade seria significativamente mais barato que mísseis dedicados como o Spike e o Javelin, permitindo a introdução de uma arma guiada anticarro nos batalhões de infantaria antes da chegada desses sistemas mais sofisticados.
Outra capacidade associada ao modo LOBL é a de trancar e acompanhar alvos móveis automaticamente. A simples capacidade de trancar em um alvo fixo já representaria um avanço considerável em relação ao controle totalmente manual utilizado nos drones FPV.
Além da capacidade "dispare-e-esqueça" (LOBL), a presença de um link de comunicação via rádio permitiria operar também no modo "dispare-e-atualize" (LOAL), possibilitando o engajamento de alvos fora da linha de visada ou a troca de alvo durante o trajeto caso um alvo de maior valor tático seja identificado.
Os mísseis anticarro são geralmente classificados em três gerações. A primeira geração era controlada manualmente (MCLOS – Manual Command to Line of Sight), com o operador guiando o míssil visualmente, usando uma luz (flare) na traseira como referência. A segunda geração utilizava o sistema SACLOS (Semi-Automatic Command to Line of Sight), no qual o operador mantinha a mira no alvo enquanto o sistema enviava correções automaticamente para o míssil, geralmente por meio de um fio.A terceira geração de mísseis utiliza sensores de imagem ou infravermelho para trancar no alvo antes do disparo (LOBL) e guiá-lo de forma autônoma até o alvo (modo "dispare-e-esqueça"), com possibilidade de atualização de dados via cabo de fibra ótica, como no míssil Spike (modo LOAL). A grande vantagem do modo LOBL é permitir que o operador dispare rapidamente e busque abrigo, seja para preparar um novo disparo ou evitar o fogo inimigo.
Os drones letais e FPV começaram com um sistema de guiamento semelhante ao dos mísseis de terceira geração, no qual o operador atualiza constantemente a trajetória até o alvo (modo LOAL). No entanto, nada impede que evoluam em direção oposta à dos mísseis, com modelos mais simples utilizando controle manual (MCLOS) ou guiamento semi-automático (SACLOS).
Drones letais (bombardeiros e FPV) são geralmente classificados como armas de tiro indireto, com função análoga aos morteiros de 60 mm e 81 mm. Uma equipe equipada com drones letais poderia substituir pelo menos uma unidade de morteiro nas subunidades de apoio de fogo de Batalhões ou Companhias. Já um drone com guiamento SACLOS funcionaria como uma arma de tiro direto, semelhante a um míssil anticarro. O operador utilizaria uma mira para fixar o alvo, transmitindo os dados ao drone por rádio ou fio, mantendo a linha de visada. O drone seria lançado já orientado na direção geral do alvo, com o operador realizando apenas ajustes simples de velocidade e trajetória. Em teoria, o alcance e a precisão seriam muito superiores aos de armas como o LAW e o AT4, que acertam cerca de 10% dos alvos móveis em curtas distâncias.
Como mencionado anteriormente, os drones FPV exigem operadores altamente habilidosos e de treinamento complexo. Em contraste, um drone míssil com guiamento SACLOS seria relativamente simples de operar, exigindo apenas que o operador mantenha a mira no alvo. O treinamento também seria facilitado por meio do uso de drones reutilizáveis, que poderiam atingir uma rede simulando um alvo ou passar entre obstáculos, finalizando com um pouso automático.
O treinamento de operadores de mísseis como o Javelin é extremamente caro — apenas um disparo em exercício custa aproximadamente US$ 100 mil. Já um drone míssil de treinamento pode custar dezenas de vezes menos e ser reutilizado várias vezes, especialmente se o alvo for uma rede que não danifique o equipamento. Além disso, simuladores computacionais podem ser utilizados para treinar diferentes cenários táticos de forma econômica e segura.
Um exemplo onde o baixo custo favorece o uso de drones míssil é em operações noturnas. Nesses casos, o operador pode empregar sensores termais e/ou óculos de visão noturna (NVG) instalados no lançador. O alcance dos sensores noturnos é geralmente maior contra alvos de grande porte. Isso reduz custos em comparação com a instalação de câmeras termais diretamente no drone, que são caras e, em geral, não reutilizáveis. Um sistema de visão noturna acoplado a um apontador laser pode ser eficaz contra alvos a curta distância.Como substituto e/ou complemento dos lança-rojões AT-4 e dos canhões sem recuo Carl Gustav, um drone míssil seria adequado para engajar alvos a curta distância. No entanto, esses drones também podem atingir alvos a distâncias maiores, comparáveis àquelas cobertas por mísseis como o TOW ou o Spike. Drones do tipo FPV já demonstraram capacidade de operar a distâncias várias vezes superiores às dos mísseis anticarro convencionais. O alcance de um drone míssil depende principalmente da capacidade da bateria e do tipo de sistema de guiamento. Com uma bateria potente e o uso de retransmissores de rádio, é possível alcançar dezenas de quilômetros de distância. Essa capacidade permite atacar alvos identificados por drones de reconhecimento atuando muito atrás da linha de frente, semelhante ao papel desempenhado pelos drones Lancet e Switchblade 600.
Um estudo conduzido pelo exército alemão na década de 1980 indicava que um carro de combate geralmente era difícil de ser detectado por tropas terrestres a distâncias superiores a 2 km, devido à presença de obstáculos naturais e características do terreno. Quando avistado, o blindado permanecia visível por curtos períodos, ocultando-se logo em seguida. Assim, o tempo de engajamento era limitado. O estudo também revelou que mais da metade do território analisado apresentava visibilidade restrita, favorecendo combates aproximados entre veículos blindados. Armas com capacidade de ataque fora da linha de visada, como os drones, permitem superar essa limitação imposta às armas de tiro direto.
Outro estudo analisou a distribuição das distâncias dos engajamentos com tiro direto, de acordo com o terreno:
• 6% dos engajamentos ocorriam acima de 2,5 km
• 10% acima de 2,0 km
• 17% acima de 1,5 km
• 45% acima de 500 metros
• 55% abaixo de 500 metros
Em longas distâncias, os mísseis oferecem vantagem sobre os canhões, enquanto em curtas distâncias, especialmente abaixo de 500 metros, os canhões tendem a ser mais eficazes — sendo praticamente os únicos meios efetivos de engajamento nesse intervalo. É importante destacar que esses dados foram obtidos com base no terreno da Alemanha, e podem variar significativamente em outros contextos. Em terrenos planos, como desertos, os combates tendem a ocorrer a longas distâncias. Já em ambientes como selvas ou áreas montanhosas, os confrontos ocorrem majoritariamente a curta distância.
Disparo de um M-72 LAW em Gaza. Um drone ACLOS não causa clarão ou barulho que indicam disparo e a posição do disparo. O operador de drone pode estar em um local protegido ao invés de ficar totalmente exposto como na imagem acima.
Terrorista do Hamas prestes a disparar um RPG contra um carro de combate Merkava israelense. Um drone permitiria disparar de forma indireta sem se expor, mas também poderia ser disparado no modo SACLOS.
Durante as batalhas finais nas Malvinas, os PARA não conseguiam usar seus mísseis Milan contra as baterias de artilharia argentinas detectadas devido a limitações no alcance e pediram ajuda para os helicópteros Scout armados com mísseis SS.11. Um Scout pousou na linha de frente para os pilotos realizarem um reconhecimento em terra. Os três helicópteros se aproximaram com terreno ao fundo e atacaram em linha. Foram disparados dez mísseis a cerca de 3 km contra casamatas, peças de artilharia e postos de comando. Os britânicos usaram os mísseis anti-carro Milan contra as casamatas argentinas. Agora existe a opção dos drones letais.
Míssil Kh-39 russo sendo disparado de um helicóptero de ataque Mi-29. O Kh-39 tem guiamento por TV e IR com as imagens sendo passadas por link de rádio. Uma versão tipo drone míssil seria bem mais lenta e pode deixar o helicóptero de ataque exposto por mais tempo. Se posicionar longe da linha de frente seria um recurso para evitar ameaças. Versões menores podem ser um substituto dos canhões automáticos levados pelos helicópteros.
Um soldado do US Army lançando um drone a partir da posição deitado. Seria uma forma de lançar um drone FPV contra um alvo trancado antes do disparo. Outro operador trancaria a câmera no alvo e acelera os motores. Outra técnica seria o operador deixar a câmera em uma posição fixa, apontar para o alvo e olhar na câmera se está apontada para o alvo até trancar com uma perto de botão.
A capacidade de uma equipe de drones de ataque/bombardeiro apoiando diretamente uma unidade de infantaria está relacionada à quantidade de drones que podem ser transportados em mochilas individuais. Já os drones míssil e FPV utilizados por unidades motorizadas não possuem limitações significativas de peso, o que permite o uso de ogivas consideravelmente mais potentes.
As armas anticarro de tiro direto utilizadas pela infantaria podem ser classificadas em três categorias. Os mísseis anticarro são geralmente empregados no nível de Batalhão; as armas anticarro multifuncionais (MAAW), como o Canhão Sem Recuo Carl Gustaf, operam no nível de Companhia; enquanto os Pelotões e Grupos de Combate utilizam armas leves anticarro (ALAC), como o lança-rojão portátil AT-4 e o M72 LAW.
As ALAC são mais eficazes a curtas distâncias, em torno de 50 metros, sendo utilizadas com as tropas aguardando a aproximação dos blindados para atacá-los pelas laterais ou pela retaguarda. A maior ameaça continua sendo a infantaria inimiga que acompanha os blindados, e as ALAC servem principalmente para impedir que a tropa entre em pânico diante da presença de veículos blindados. Normalmente, são realizados disparos múltiplos e simultâneos (2 ou 3) contra o blindado a curta distância, exigindo grande disciplina e coragem por parte dos operadores. No Exército dos EUA, por exemplo, é possível optar entre carregar um AT-4 mais pesado ou 2 a 3 M72 LAW, com peso equivalente ao de um único AT-4.
O Canhão Sem Recuo Carl Gustaf, utilizado pelos Pelotões do Exército dos EUA, é operado por uma dupla de soldados, sendo que a equipe normalmente transporta 5 a 6 disparos. Munição adicional pode ser carregada por outras tropas da unidade. De forma comparável, uma dupla de operadores de drones pode transportar uma quantidade equivalente de drones míssil ou FPV, com peso possivelmente menor, considerando o peso do canhão e da munição. Os drones letais não substituem completamente as armas anticarro tradicionais, mas oferecem novas capacidades, como maior alcance e a possibilidade de atingir alvos protegidos por obstáculos.
O baixo custo de um drone míssil torna possível equipar um Pelotão com uma arma que normalmente seria alocada ao nível de Batalhão. O sistema mais simples continua sendo o drone de corrida tipo FPV armado com uma ogiva, embora exija um operador altamente treinado. A introdução da capacidade de trancamento no alvo antes do lançamento (LOBL) pode permitir seu uso por operadores com treinamento limitado. O operador precisaria apenas de uma tela para visualizar o vídeo da câmera do drone, travar o alvo e realizar o lançamento, com o drone seguindo automaticamente o alvo sem necessidade de pilotagem manual. Essa é uma técnica semelhante à adotada pelos ucranianos com drones FPV, embora nos casos ucranianos o trancamento no alvo ocorra após o lançamento. O vídeo pode precisar de um zoom para aumentar o alcance de identificação, já que a trava em um soldado normalmente só ocorre a cerca de 100 metros.Os drones letais podem ser desenvolvidos em versões leves e médias para atender às necessidades operacionais de um Batalhão. Os drones FPV equipados com ogivas anticarro podem substituir as ALAC e até desempenhar o papel de mísseis anticarro de curto alcance. Ao substituir as ALAC, um FPV armado permite atacar blindados próximos com o operador em posição oculta.
Alguns mísseis leves, como o Dragon, o Eryx e o Spike-SR, foram projetados para equipar os Pelotões. Um drone míssil equivalente poderia empregar uma ogiva similar à de uma granada de 40mm, ou à munição perfurante de 66mm do M72 LAW ou de 84mm do AT-4 e do Carl Gustaf. O míssil Spike-SR pesa 8 kg e utiliza a ogiva do lança-foguetes Matador de 90mm. Seu alcance de 800 metros poderia ser ampliado em uma configuração de drone letal tipo quadricóptero.
O tamanho da ogiva está relacionado com o tipo de alvo e com quem será responsável por transportar o drone. Os alvos potenciais incluem tropas, veículos leves, blindados e fortificações. A capacidade de penetração de uma ogiva depende do seu diâmetro e da velocidade de impacto. Embora os drones sejam significativamente mais lentos do que os mísseis anticarro, eles podem transportar ogivas de maior diâmetro, caso seja necessário, compensando parcialmente essa limitação.
O peso das munições dos canhões sem recuo de 84mm varia entre 2,2 kg e 2,9 kg, desconsiderando a carga propelente. Essas munições são eficazes contra a maioria dos alvos, excetuando-se a blindagem frontal de carros de combate pesados ou estruturas fortificadas. Para efeito de comparação, a ogiva do míssil Javelin pesa 2,7 kg (com 600 g de explosivo) e é capaz de destruir qualquer carro de combate moderno. Já os drones Lancet, amplamente utilizados na guerra da Ucrânia, transportam ogivas de 1 a 3 kg, o que tem se mostrado suficiente contra a maioria dos veículos blindados.
Os vídeos do conflito na Ucrânia demonstram que os ataques de drones contra carros de combate têm como alvo preferencial a parte superior da torre ou a traseira, onde a blindagem é mais vulnerável. Quando atingem a lateral, é possível danificar esteiras ou rodas, imobilizando o blindado e permitindo um ataque subsequente com maior chance de sucesso.
A infantaria prefere armamentos com o menor peso possível, como granadas de 40mm destinadas ao uso antipessoal. Já o M72 de 66mm pode ser transportado em maior quantidade, enquanto o calibre 84mm do Carl Gustaf oferece maior poder de fogo. Para alvos mais robustos, como veículos 4x4, blindados e helicópteros, seria necessária a utilização de munição pesada de 120mm.
Uma versão antipessoal, equipada com ogiva equivalente a uma granada de 40mm e alcance entre 500 e 1.000 metros, pode substituir parcialmente as funções atribuídas aos snipers. As tropas, no entanto, continuarão necessitando de calibres maiores, como o 66 mm, para enfrentar blindados e estruturas fortificadas. Uma ogiva de 66mm, como a do M72 LAW, é capaz de danificar a maioria dos veículos e blindados leves encontrados no campo de batalha. Para enfrentar veículos com blindagem superior, como os carros de combate, seria necessária uma versão com guiamento por imagem, possibilitando o ataque por cima ou por trás, onde a proteção é mais fraca.
Calibres maiores, como o 84mm utilizado no AT-4, são preferíveis em situações com maior ameaça blindada ou presença esperada de inimigos em posições fortificadas, embora possam reduzir a quantidade drones levados pelas tropas. Esse tipo de calibre mais pesado seria destinado à companhia de apoio do Batalhão.
Armas leves anticarro de infantaria, como o M72 e o AT-4, são utilizadas a curta distância, com os blindados inimigos próximos às posições defensivas. Um “drone de bocal” poderia engajar a alvos a distâncias muito maiores e com maior precisão. Equipado com uma câmera, ele permitiria disparos fora da linha de visada, mantendo as tropas protegidas e fora do alcance do fogo inimigo. O disparo seria realizado na direção geral do alvo, e em seguida um operador faria a busca visual pelo alvo no local do impacto.
O míssil anticarro Eryx é um exemplo próximo ao conceito de drone míssil, sendo projetado para curto alcance — entre 50 e 600 metros — com custo equivalente a um terço do míssil Milan. O Eryx era designado para equipar os Pelotões, enquanto o Milan era atribuído às Companhias. Seu alcance era suficiente para engajar a maioria dos alvos táticos. O sistema pesava 11 kg com mira incluída e podia ser preparado para disparo em apenas 5 segundos. O míssil levava 3,7 segundos para atingir seu alcance máximo, com uma velocidade média de 162 m/s.
O alcance de um drone míssil se assemelha à capacidade de sistemas como o Javelin ou o Spike. Em modo dispare-e-esqueça (LOBL), seria possível engajar alvos a vários quilômetros de distância. Com a utilização de guiamento por fibra ótica, o alcance poderia ser ainda maior, permitindo ataques contra alvos fora da linha de visada, de maneira similar ao que é possível com o míssil Spike.
Um drone míssil “pesado” poderia ser usado para equipar veículos blindados, como o Guarani, com capacidade de ataque contra alvos blindados ou protegidos. Seu peso poderia chegar a valores semelhantes aos mísseis anticarro Spike ou Javelin (entre 14 e 16 kg). Alternativamente, também seria possível empregar uma quantidade maior de drones míssil menores, dependendo do perfil da missão.
Uma dupla operando um canhão sem recuo Carl Gustaf. Dois tiros adicionais estão visíveis nos containers. Um drone míssil também precisa ser rapidamente retirado do container e instalado no lançador ou preparado para lançamento vertical.
Um tipo de drone letal de reação rápida já em operação são as granadas guiadas como a Drone-40. São armas anti-pessoal que podem ser lançadas de lança-granadas de 40mm já existentes como o M203 ou M320. A autonomia é de 12 minutos de voo ou 20 minutos pairado. Velocidade chega a 36 km/h. A carga pode ser uma câmera para reconhecimento ou uma granada de 40mm para as missões de ataque.
Drone X-Fronter polonês. Pesa 1kg e usa link criptografado. A carga pode ser ogiva termobárica, fragmentação ou cumulativo, além de marcador flare, IR e até fumaça. A velocidade chega a 60km/h e a autonomia é de até 40 minutos.
Uma equipe de força especiais belgas em um posto de observação durante os combates contra os terroristas do ISIS. Um míssil Spike está de prontidão contra os veículos bombas do ISIS. É um cenário onde um drone com capacidade de trancamento antes do disparo seria útil. Os postos de observação costumam ser apoiados por um drone que observa o local por cima.
A imagem é de um drone de reconhecimento lançado de tubo. Um drone com capacidade de trancamento antes do disparo também tem que ter uma capacidade semelhante para disparo rápido. Outro operador pode apontar o sensor enquanto um aponta o lançador na direção do alvo. A "alta velocidade" seria algo em torno de 200 km/h ou mais.
O NINOX 40 é um drone de reconhecimento de reação rápida disparado de lança-granadas. É um exemplo de drone anti-pessoal com capacidade LOBL.
A IAI desenvolveu o Point Blanc ROC-X lançado a mão. O drone tem formato de asa em X, mas tem capacidade de pairar. O peso máximo é de 6,8kg, autonomia de 18 minutos, velocidade máxima de 280km/h e ogiva de 1,8kg. A configuração de asa em X é a melhor para um drone letal por facilitar a pontaria na fase final (modo skid to turn). Uma aste para lançamento manual está visível na foto.
A Rafael Firefly é uma munição letal de decolagem vertical. A configuração VTOL facilita o disparo e a recuperação. Um tipo de missão é reagir a um sniper, com o drone sendo lançado para procurar e eliminar a ameaça enquanto as tropas permanecem abrigadas.
Lançador de mísseis MAX do EB em posição de emboscada. Os mísseis anti-carro são operados por uma equipe (quatro no caso do MAX). No caso de um drone míssil poderia resultar em uma carga maior de mísseis e novos recursos como poder receber vídeo de outros drones ou atuar como uma equipe mista que inclua drones de reconhecimento.
A inteligência e o planejamento da missão é que vão definir as capacidades da ameaça e selecionar o melhor meio para o cenário. Se houver forte ameaça de blindados, será necessário um drone de ataque com ogiva anticarro e com sistemas de proteção contra interferência eletrônica. Um exemplo de cenário de alta intensidade é a guerra na Ucrânia. Se a ameaça for predominantemente de infantaria, como no Afeganistão, serão empregados drones mais simples, com munição leve contra tropas e munição mais pesada contra casamatas. Em cenários de baixa intensidade, o uso de drones FPV com controle por rádio será menos comum, com baixa probabilidade de interferência entre drones operando próximos.
Drones civis usados para reconhecimento, bombardeio e ataque (FPV) podem apresentar boa relação custo-benefício em cenários de baixa intensidade, como missões de paz e guerra de guerrilha, quando o inimigo não dispõe de recursos para interferir nos sinais de comunicação ou triangular a posição do drone ou do seu operador. Nos combates em Gaza, surgem poucos vídeos de terroristas atacando tropas israelenses com drones civis adaptados. Esses drones são rapidamente neutralizados por interferência eletrônica, ou têm seus operadores localizados e atacados em seguida.
Em cenários de alta intensidade, os requisitos dos drones de ataque são diferentes, sendo necessário adotar medidas para reduzir as emissões de rádio tanto do drone quanto do operador. O controle dessas emissões pode ser essencial para garantir o fator surpresa. Também pode ser necessário concentrar a operação de vários drones em uma única área, o que exige coordenação entre os operadores e com os sistemas de guerra eletrônica aliados.
Em cenários de alta intensidade, deve-se considerar que o inimigo irá empregar interferência eletrônica e/ou triangular a posição do operador. Um ataque blindado combatido exclusivamente com drones FPV pode ser neutralizado se os blindados estiverem equipados com sistemas de interferência eletrônica. Fontes russas afirmam que cerca de 10 mil drones ucranianos são derrubados por mês por meio de bloqueadores eletrônicos, embora isso represente apenas aproximadamente 10% da produção mensal de drones pela Ucrânia (em 2024). Outras fontes indicam que até 75% das perdas de drones ucranianos são causadas por interferência eletrônica.
Operar de forma autônoma é um recurso que pode ser empregada em missões de reconhecimento. Um recurso simples é o trancamento do sensor no alvo, que permite que o drone continue a perseguição mesmo que o link de comunicação seja interrompido — o que é comum à medida que o drone se aproxima do alvo.
Os manuais dos operadores de drones russos orientam a verificar previamente se o inimigo possui interferidores na área, a fim de escolher a melhor frequência de rádio. É sugerido o uso de antenas falsas, posicionando tanto as antenas reais quanto as falsas em pontos elevados (prédios, postes, elevações), com a antena falsa transmitindo sinais enganosos. O operador do drone deve informar os operadores dos interferidores aliados sobre a frequência e o momento de operação. Os interferidores russos são eficientes, mas podem comprometer a operação de seus próprios drones quando não há coordenação adequada.
A guerra da Ucrânia evidenciou que o ponto fraco dos drones está na limitação das faixas de frequência usadas pelos links civis. Os drones russos operam com frequências de controle entre 390 a 490 MHz e 850 a 960 MHz, e com frequências de vídeo de 1.2, 2.4 e 5.8 GHz. Em outubro de 2024, já se observava o uso de frequências de vídeo entre 3.1 e 3.7 GHz e de controle entre 480 e 530 MHz. A maior limitação técnica está na transmissão de vídeo, pois um controle remoto pode facilmente operar com até 16 canais de comando, mas tem menos flexibilidade na transmissão de imagem.
Um interferidor eficiente tende a ser potente e de grandes dimensões. Os modelos utilizados pela infantaria são mais leves e compactos, porém criam apenas uma "bolha" de proteção limitada e temporária ao redor das tropas. Esses sistemas são ativados mediante alerta de proximidade fornecido por detectores de drones. Já os interferidores embarcados em blindados são significativamente maiores e mais potentes, permitindo cobertura de áreas mais extensas.
As contramedidas adotadas por operadores de drones contra interferidores incluem a mudança para frequências não bloqueadas, o uso de salto de frequência e a execução de padrões de voo automatizados em trechos da missão — especialmente em áreas de alto risco de interferência.
Drones equipados com sensores do tipo "home-on-jam" (HOJ) são utilizados para detectar e atacar fontes de interferência. O uso de fibra óptica permite empregar essa técnica ao mesmo tempo em que se transmite vídeo, mesmo em ambientes com bloqueio eletrônico. O drone pode lançar uma bomba contra o interferidor e retornar à base para recuperar o sensor passivo — algo inviável no caso de drones kamikazes.
DRONE MÍSSIL ANTI-DRONE
Uma situação onde um drone míssil com capacidade de reação rápida se torna essencial é na função anti-drone. Quando um drone inimigo é detectado por meios eletrônicos, visuais ou acústicos, a tropa precisa reagir imediatamente. A resposta pode envolver o uso de bloqueadores, se esconder ou o emprego de armas de tiro direto. Um drone míssil com guiamento SACLOS é um exemplo. Em vez de utilizar apenas um bloqueador, também é possível disparar um drone míssil contra o alvo aéreo. Outra alternativa de guiamento é travar o alvo antes do lançamento.
Um requisito essencial para um drone míssil com função anti-drone é o uso de espoleta de proximidade, especialmente no caso de uma passagem próxima ao alvo. Também é desejável o emprego de ogiva pré-fragmentada. Contra drones maiores, os operadores usam detonação remota quando percebem que o drone FPV está muito próximo do drone de reconhecimento inimigo. Esse tipo de drone pode ser utilizado na defesa de outras plataformas, como blindados e bases, especialmente quando integrado a sistemas de detecção adicionais, como radares.
Se já é possível atacar drones, então torna-se ainda mais viável engajar um helicóptero inimigo, que representa um alvo significativamente maior. Um vídeo de 6 de agosto de 2024, durante uma incursão ucraniana na região de Kursk, mostrou um drone FPV atingindo e derrubando um helicóptero de ataque russo Mi-28. Outros vídeos mostram tentativas frustradas de drones FPV contra helicópteros como o Mi-8, Mi-35 e Ka-52, devido à limitação de velocidade dos drones. Um drone míssil, por ser consideravelmente mais rápido, não teria dificuldades para se aproximar e atingir um helicóptero — até mesmo pela retaguarda após uma perseguição.
A contramedida dos helicópteros podem ser um Sistema de Alerta de Aproximação de Mísseis (MAWS) com sensor de radar ativo e que poderiam detectar drones, mas são otimizados para alvos muito rápidos. Os sistemas MAWS geralmente usam sensores passivo por infravermelho que seria melhor para detectar o motor foguete dos mísseis. Os MAWS geralmente operam em conjunto com sistemas de laser destinados a “cegar” os sensores infravermelhos dos mísseis, e essa técnica pode ser testada contra sensores ópticos de drones. Manobras evasivas podem ser suficientes contra muitos drones, mas dependem da existência de um alerta prévio como os analisadores de sinais. Voar em grandes altitudes pode ser arriscado em áreas com presença de sistemas SAM de médio alcance. O uso de flares pode dificultar a pontaria dos drones, ao gerar fumaça e calor que confundem os sensores.
Helicópteros também podem empregar interferidores eletrônicos para interromper o link de rádio dos drones, recurso que tem que ser utilizado até com a aeronave no solo — embora isso revele a localização da base. Outras contramedidas incluem execução de manobras evasivas, voo em alta velocidade, e o lançamento de flares, que comprometem a pontaria dos drones, especialmente em modos com trancamento de alvo ou quando se tenta ocultar a posição da aeronave.
Alguns drones anti-drone já tem configuração de míssil como o Sentinel.
A imagem é de um interferidor de drone portátil. O operador detecta um drone e aponta. Teoricamente o drone vai pousar. Um drone míssil realizaria a mesma missão atacando o drone. O US Army está testando mira computadorizada nas armas de infantaria para permitir atingir pequenos drones. Um exemplo é a mira computadorizada SMASH 2000L com alcance de 600 metros.
Um drone FPV perseguindo um Mi-24. Parece um teste pois a câmera detectou facilmente um alvo muito pequeno. Outros vídeos mostram drone tentando se aproximar de helicópteros passando próximos com um Ka-52 e um Mi-24.
Print de um vídeo de um Mi-28 derrubado em agosto de 2024. Aparentemente o drone FPV atingiu a cauda do helicóptero. Atacar por cima evita o risco do drone perder o controle devido ao fluxo de ar descendente do rotor. Um brasileiro que lutou na Ucrânia cita que os helicópteros russos sempre atacavam a linha de frente onde estavas por volta das 15 horas. Atavam com foguetes disparados no modo loft que era difícil de contrapor com mísseis antiaéreos portáteis (MANPADS). Um drone rápido poderia estar preparado no ar para uma emboscada.
Projeto russo de drone anti-drone lançado de ombro. A imagem inclui a imagem do drone trancado em outro drone. No vídeo original foi programado para errar o alvo e ser recuperado.