Sistemas de Comando & Controle

Um caça de interceptação e superioridade aérea avançado de longo alcance como o Flanker tem como objetivo destruir alvos aéreos sobre o território inimigo e a pelo menos 300 / 400 km à frente da linha de contato, operando, independentemente, com um grupo aéreo. Deve operar em um ambiente de defesa aérea e contramedidas eletrônicas (CME) de alta intensidade, em qualquer tempo, de dia ou à noite.

A aeronave também deve ser capaz de destruir alvos no solo, principalmente os relacionados com o Comando e Controle das forças de defesa aérea integrada inimigas, como estações de radares, centros de comando, baterias de mísseis SAM e bases aéreas. Na doutrina russa, um caça mais leve representado pelo MiG-29 operaria a distâncias mais curtas de 100-150 km atrás das linhas inimigas, operando a partir de bases improvisadas próximas da frente de batalha, chamadas na Rússia de pistas de 3a classe com até 1.200m, e acompanhando o avanço da tropa.

São várias as características que permitem que os modelos mais modernos do Flanker (dados do Su-35 oferecido pela KnAAPO para o programa FX com aviônicos russos da RPKB) cumpram efetivamente sua missão:

- Sistema de aproximação automático até o alvo desejado, no ar, terra e mar

- Sistema de busca automático para os sensores ativos e passivos

- Distribuição de alvos entre um grupo de aeronaves automatizado e execução de ataque oculto/passivo através da designação de alvos de outra aeronave do grupo que faz varredura ativa

- Sistemas de informação e pontaria redundante multicanal

- Sistema de armas com radar de controle de fogo, optrônicos, HMD, IFF e display de integração de sensores

- Armas de curto, médio e longo alcance

- Canhão automático com munição de tipos variados

- Raio de ação de mais de 1.150km com 10 mísseis ar-ar que é 1.5-2 vezes maior que qualquer caça atual

- Capacidade de levar 2 tanques externos (2.000 ou 3.000 litros) e junto com mais de 6 mísseis ar-ar

- Capacidade de realizar ataques preventivos incluindo contra alvos difíceis de detectar

- Capacidade de atacar alvos a longa distância

- Automação em todas as fases do vôo e emprego de combate contra alvos em terra, mar e ar

- Agilidade fenomenal e alto desempenho

- Capacidade de cumprir a missão e voar de volta para a base com um motor

- Sistema de guerra eletrônica com sistema passivos e ativos atuando contra radares e mísseis
inimigos

- Capacidade de seguimento e evitamento do terreno

- Capacidade de conter CME inimigas com meios optrônicos

Os aviônicos podem ser todos russos ou um misto de russos e ocidentais a gosto do freguês, graças a um barramento de dados MIL-STD-1553B. O barramento de dados permite que os aviônicos conversem entre si, com o piloto através do HUD e mostradores multifuncionais (MFD) na cabine, e com outras plataformas através de um data link. Os Su-30MKI indianos são equipados com um misto de aviônicos russos, franceses, israelenses e indianos.

Os sensores e sistemas são integrados. O piloto não precisa ficar ligando e desligando radar, mísseis etc. Ele escolhe o modo de operação (interceptação, combate aéreo, ataque ao solo, etc) e o computador seleciona os sistemas e operações automaticamente com capacidade de fusão de sensores. O objetivo dos russos era fazer uma aeronave multifunção altamente automatizada para usar apenas um tripulante. O mesmo estava sendo feito com o helicóptero de ataque Ka-50 e o Su-25T.

O sistema mostra o piloto informações como a distância máxima de disparo de suas armas e das armas inimigas, zona sem escapatória dos mísseis, tempo de vôo dos mísseis, sincronizações do data link e disparos furtivos possíveis com auxilio de outras aeronaves.

Na tarefa de defesa aérea, O Flanker foi projetado para operar em conjunto com a rede defesa aérea em terra (AK-RLDN) e ar, uma pratica tradicional na Rússia, podendo usar o data link Biryuza (link de comando) para realizar interceptações "passivas", recebendo designação de alvos de outras plataformas ou bases em terra, e sem ligar o seu radar, prática iniciada com o MiG-31 que pode até controlar mísseis disparados por outras plataformas como o Flanker e MiG-29. O data link toma comando da aeronave que realiza a interceptação sem o auxílio do piloto, a não ser que este decida que é hora de tomar o comando.

O Flanker tem a capacidade de operar em "grupos de ação de combate", através de um data link à prova de interferência, para permitir que as aeronaves de uma esquadrilha (4 aeronaves) trabalhem em conjunto em cenários ar-ar e ar-superfície assegurando cooperação e concentração de esforços. Um caça de comando funciona como nave-mãe ou mini-AWACS, onde não existe infra-estrutura de Comando e Controle e no modo ar-terra servindo como plataforma de coordenação de um complexo de reconhecimento e ataque. A aeronave também pode controlar outros tipos de aeronaves. O grupo pode estar realizando missões de defesa aérea ou ataque.

Na Rússia, esse tipo de missão é realizado, principalmente, na Sibéria e região norte na força de defesa aérea. Uma frente de 800 km pode ser coberta por quatro Flanker (ou quatro MiG-31, originalmente). Se uma aeronave for derrubada, outra toma o controle da esquadrilha. O data link reduz a vulnerabilidade à interferência e pode cruzar dados para triangula informações enviadas pelos localizadores de emissões. O Su-30PU biplace de interceptação de longo alcance foi projetado para operar junto com os MiG-31 e por isso usa o mesmo data link digital seguro para terra AK-RLDN e o APD-518 entre aeronaves (Intra-Fligth Data Link - IFDL). Não foi adquirido pelos russos, que preferiram modernizar seus MiG-31 por motivos econômicos.

O data link pode ser acoplado ao piloto automático e voar sob total controle de terra ou de outra aeronave ou voar em modo pré-planejado com o data link de backup. O piloto automático e o data link podem voar a aeronave até o ponto de aproximação para pouso. O data link é capaz de manter comunicação com outros caças, radares em terra (GCI), postos de comando, aeronaves AWACS, navios, baterias de mísseis antiaéreos e tropas em terra, como observador aéreo avançado.

 
     Vantagens de Uma Aeronave Biposto

A característica mais importante que permite usar ao máximo a capacidade multifuncional do Su-35UB/Su-30MK é ser uma aeronave biposta. Essa capacidade é mais necessária em missões de penetração ofensiva à baixa altitude e em qualquer tempo em cenários com defesas de alta intensidade.

Após experiência na guerra do Golfo, em 1990-1991, e com a experiência na operação do Mirage 2000N de dois lugares na década de 80 como caça tático, a Força Aérea Francesa mudou seus planos para a compra do Rafale, de modo que 139 serão bipostos e 95 monopostos, ao invés de apenas 25 bipostos como planejado inicialmente. Os bipostos também serão os primeiros a serem entregues. O Rafale biposto também irá controlar UCAVs no futuro. A Força Aérea Francesa espera que um Rafale possa controlar até 4 UCAVs para reconhecimento, guerra eletrônica, retransmissão de comunicações e ataque. Um sistema de som tridimensional irá ajudar a indicação da posição das aeronaves.

Durante aquele conflito do Golfo, foi observado e julgado que a carga de trabalho envolvida em navegação a baixa altitude, evitamento de ameaças aéreas e de superfície e pontaria de armas de precisão era muito grande para um único tripulante. Seus caças Jaguar e Mirage F1 tinham muita demanda em certos cenários. A carga de trabalho em monopostos como Jaguar e o Mirage F1 era muito alta em mal tempo ou em missõees complexas.

Outros estudos e a experiência com o Mirage 2000N e o Mirage 2000D na Bósnia e Kosovo mostrou a validação do conceito de divisão de tarefas entre piloto e WSO (Weapon System Operator - Operador de Sistemas de Armas) durante missões ar-terra em cenário de alta intensidade.

Os cockpits do Rafale serão similares, com os dois tripulantes podendo realizar as mesmas tarefas, o que aumenta a flexibilidade de combate. Geralmente, o de tripulante da frente usa os modos ar-ar e o de tripulante de trás tem as funções ar-terra.

A aviação naval francesa também mudou sua encomenda e vai adquirir 40 Rafale N bipostos e 20 Rafale M monopostos, ao invés de 60 monopostos. O Rafale N não terá o canhão de 30mm que foi retirado devido ao remanejamento dos aviônicos.

A disponibilidade de armas guiadas, permitindo ataques altamente acurados contra alvos altamente selecionados no solo não é suficiente para a execução de uma missão de ataque. Para se opor a uma contra-reação séria das defesas aéreas e antiaéreas inimigas, é necessário melhorar a capacidade de sobrevivência da aeronave (evadir ou resistir aos ataques inimigos) pela redução da assinatura de radar, melhoria dos sistemas de sobrevivência de combate da aeronave, estender o alcance e a energia dos sistemas de contramedidas eletrônicas (CME), e ser capaz de realizar vôo a baixa altitude(NBA - navegação a baixa altitude).

Contudo, para se obter todos esses propósitos, é necessário ter outro tripulante a bordo, a fim de operar os sistemas de busca e ataque da aeronave. Aeronaves como F-15E, F/A-18D, F-111, Tornado IDS, Mirage 2000N e D, Su-24, Su-32 e o próprio Su-30 são exemplos que confirmam essa necessidade. A divisão do controle de armas e das funções de pilotagem diminui a carga da tripulação e assegura o desempenho da missão de combate.

Seguindo o exemplo francês, a partir de 2004, todos os F/A-18 recebidos pela US Navy serão bipostos (modelo F) para melhor utilização dos aviônicos do lote, que incluem radar de varredura eletrônica (AESA), FLIR avançado (ATFLIR), sistema de guerra eletrônica integrado (IDECM) e data link (MIDS link 16).

Os F-14B/D Bombcat foram usados em Kosovo (1999) como controladores aéreos avançados e tiveram ótimo desempenho devido aos dois tripulantes, ao longo alcance e ao casulo LANTIRN equipado com GPS, tendo voado cerca de 50 % das missões de FAC-A (controle aéreo avançado aerotransportado) durante o conflito.

Os alemães irão receber seus 40 últimos Eurofighter, de uma encomenda de 180, como biposto para missões ofensivas. Os israelenses adquiriam um lote de 52 F-16I bipostos para operações ofensivas.

A Grécia está aumetando cada vez mais a proporção de F-16 biposto na sua força. Passou de 1:6 para 1:4. Em tempo de guerra os bipostos são concentrados em um esquadrão que desempenhará as missões mais difíceis.

Um segundo tripulante também ajuda durante um combate aéreo. No Vietnã, 40% dos alvos detectados visualmente por caças F-4 Phanton foi pelo tripulante traseiro.

Os fabricantes do Eurofigher e JAS-39 Gripen acreditam que missões de ataque podem ser feitas por aeronaves monopostos, embora a Suécia também pretenda adquirir aeronaves bipostos para coontrole e gerenciamento de missão. Outros países acreditam que será necessário dois lugares.

O Typhoon e F-35 tem integração de sistema e mostradores no cockpit onde tarefas que eram feitas por dois tripulantes há uma década, agora podem ser facilmente gerenciadas por um único piloto. Pelo menos a princípio. Um exemplo é a modernização do Jaguar da RAF que o tornou uma ótima aeronave de ataque.

Porém, os pilotos da RAF ainda dizem que em combate não há nenhuma integração de eletrônicos e sistemas de gerenciamento de cockpit que possa dizer o quanto sobrecarregado de tarefas será um tripulante de caça. É por isso que mesmo em ambientes amistosos como no Afeganistão, os F/A-18 monopostos da US Navy voam em pares.

A principal razão para isto é ser uma tática para conter mísseis SAM e canhões antiaéreos. Então para que um sistema de guerra eletrônico seja efetivo,  é necessário uma segunda aeronave ou outro par de olhos para olhar armas que serão, quase sempre, guiadas por radar.

A RAF modelou a probabilidade de uma aeronave de ataque sobreviver em um espaço aéreo defendido, usando apenas computadores e tripulantes em simuladores (programa JOUST). O melhor índice de sobrevivência foi a do Tornado de dois lugares onde o navegador realizava as tarefas defensivas enquanto o piloto voava a aeronave. O Harrier e Jaguar, aeronaves monoposto, tinham sempre menos capacidade de sobrevivência.

Os 14 caças JAS-39D Gripen biposto que serão adquiridos pela Suécia terão capacidade de ser usado como aeronave de comando e controle e outras tarefas especializadas. No nível mais alto, o caça poderá ser usado como posto de comando aéreo de alta velocidade para um comandante de cenário. O oficial supervisionaria e direcionaria operações aéreas imediatas e outras operações. O comandante de cenário usaria a capacidade de guerra centrata em uma rede para aproveitar informações de sensores externos e internos.

O tripulante traseiro também poderá ser um comandante de força de ataque ou de supressão de defesas aéreas, controlador de setor de defesa aérea ou operador de equipamento dedicado. No último caso poderá ser sensores de reconhecimento, UAVs ou sistemas de interferência eletrônica.

O operador traseiro também poderá  acessar dados de inteligência de banco de dados externos para auxiliar as decisões do piloto como qual alvo atacar ou se deverá atacar. Até vídeo conferências poderão ser feitas até durante o caminho para o alvo.

Uma aeronave biposta também é necessária em outras missões, como reconhecimento tático, reconhecimento estratégico, controle aéreo avançado aerotransportado, supressão / destruição de defesas aéreas inimigas (SEAD/DEAD), Guerra Eletrônica, missões anti-navio e mini-AWACS/nave mãe. São capacidades que a FAB não tem ainda e passa a ter melhores possibilidades de adquirir no futuro. A aeronave escolhida para o FX dever vir com potencial para isso. Essas missões precisam de uma aeronave de longo alcance, além de biposta, com grande potência e, de preferência, com um grande e potente radar.

Aeronave grande facilita a operação como biposto, por causar menos impacto no desempenho e na estrutura. As outras aeronaves que concorrem para o FX, se forem adquiridas no modelo biposto, terão problemas ainda maiores com o alcance, devido à diminuição do combustível interno. O Rafale, o Gripen e o Mirage perdem o canhão na versão biposta e o MiG-29 perde o radar. Como o Su-30 é biposto completo, os esquadrões que operam a aeronave não precisariam de aeronave só para conversão.
 
     Sensores e Sistemas

O Flanker tem sistema de controle de armas com vários canais e inclui integração de sistemas. O radar principal é o novíssimo radar pulso-doppler avançado NIIP N-011M Bars (Leopardo da Neve) derivado do radar do MiG-31 com tecnologia Phased Array, que é praticamente imune à interferência e tem capacidade para detectar um alvo de 3 m² a uma distância de 160 km ou 65km contra alvos se afastando, ou alcance de 80-100km contra alvo de 2 m², ou 400 km contra aeronaves grandes e tem capacidade de multi-alvos - o caça pode monitorar 15-20 alvos e atacar 6-8, simultaneamente. O radar é capaz de mostrar priorização de ameaça.

O radar N-011M pode agir como um mini radar AEW e até rastrear e interceptar mísseis cruise e balísticos. O radar tem modos de reconhecimeto do alvo pela forma e pode ser usado em conjunto com o IFF e RWR para identificar alvos.

O radar também pode detectar alvos do tamanho de um blindado a uma distância de 40km.  Um navio pode ser detactado a pelo menos 120km. Outro modos ar-solo são seguimento do terreno, evitamento do terreno e mapeamento do terreno.

O pico de potência é de 8kW com potência média de 2kW. O radar trabalha em duas frequências na banda L e X.  

O N-011 realiza também vigilância simultânea do espaço aéreo e do ambiente terrestre, garantindo ao caça não só uma capacidade multifunção real, como também uma completa independência da orientação externa para entrar em combate. os radares Phased Array podem mudar de modos de radar tão rápido que podem ser considerados simultâneos. O alcance contra alvos de superfície é de 200 km. É capaz de realizar varredura em 55 graus de elevação e 90 graus em azimute.

Existe também a opção do radar Phased Array Phazotron Zhuk-PH, que pode varrer em +/- 65 graus em azimute e rastrear 24 alvos, simultaneamente, e engajar 6 ou 8.

Os radares de varredura eletrônica tem várias vantagens em relação aos sistemas convencionais como, confiabilidade, velocidade de varredura, técnicas de baixa detecção, furtividade e contra contramedidas eletrônicas. A antena é dividida em centenas de transdutores sendo que a falha em até 5% deles não deteriora o desempenho do radar.


Radar N-O11 que equipa do Flanker. A versão
Bars-30 é usada pelo Su-30MKI indiano

Entre os modos ar-terra temos:

  • Mapeamento real do solo
  • Abertura sintética
  • Ampliação de mapa / capacidade de "congelamento"
  • Detecção e ratreamento (seguimento) de alvos móveis na terra ou no mar
  • Telemetria ar-superfície
  • Capacidade de seguimento e evitamento do terreno (TF/TA)
  • O Flanker também tem capacidade de vigilância-radar no hemisfério traseiro, o que o torna praticamente invulnerável a ataques vindos dessa direção. Isso é obtido com a instalação de um radar N-012 no cone de cauda, que pode detectar um objeto de 3 m² em uma distância de até 50 km e um caça convencional a mais de 100 km. A área de vigilância do N012 é de 60º tanto no azimute quanto na elevação. Também é possível usar o radar N-014 com alcance de 1-2 km contra alvos do tamanho de um míssil.

    O sistema SPO-15 (L-006) "Beryosa" de RHAWS (Radar Homing and Warning System) detecta sinais de radares inimigos, indicando a direção e o seu tipo. É um sistema totalmente passivo, e apenas "escuta" as emissões inimigas. As antenas cobrem 360 graus e ficam no lado de cada entrada de ar e nas derivas (caso equipado com radar de cauda), ou no alongamento da cauda (conhecido também como bico de pato).

    O Flanker pode ser equipado com qualquer sistema de medida de apoio eletrônico ou de contramedida eletrônica defensiva ocidental, compatível com o padrão MIL-STD-1553B. Os Flankers indianos estão equipados com o sistema de proteção eletrônica Elisra. Os russos equipam suas aeronaves com os sistemas de contramedidas Sorbtsiya (em casulos nas pontas das asas) e Gardeniya (interno).

    Para missões de destruição / supressão de defesas aéreas (DEAD/SEAD), o Flanker pode levar os casulos SPO-32 Pastel RHAWS (L-150) e o interferidor SPS-161 junto com armamento anti-radar (Kh-31P). O Flanker estava designado para substituir os MiG-25BM nessa tarefa. O interferidor L-175 Khibiny está em desenvolvimento para esta função.

    O radar é complementado por um sistema optrônico de detecção ótica / mira por infravermelho passivo (EOS) 36Sh projetado pelo NPO Geophysica, que está ligado ao radar e a um telêmetro laser. O IRST faz parte do conjunto OEPS-27 que também inclui a mira montada no capacete.

    O sensor é montado em uma torreta estabilizada em três eixos e protunde à frente do cockpit do piloto. O rastreador Infra-Vermelho tem alcance nominal de 18 km contra o hemisfério traseiro. Melhorias no resfriamento dará ao IRST um alcance de 30 km com rastreio de TV. O sistema já rastreou um L-39 Albatroz a 50 km de distância em uma demonstração.

    O EOS ou as cabeças de busca dos mísseis podem ser acoplados com o designador de alvos montado no capacete, habilitando o piloto a adquirir alvos, simplesmente, movendo sua cabeça. O IRST tranca no primeiro alvo que detecta e/ou alvo mais quente. Os dados podem ser passados para a mira montada no capacete do piloto.

    O IRST permite interceptações passivas, não revelando a posição para o inimigo, sem que o radar seja ligado e pode ser usado no caso do radar estar sendo interferido ao ser apontado para a fonte de interferência e serve de backup para o caso de falha com o radar.


    IRST (EOS) 36Sh

    O iluminador a laser tem alcance efetivo de 8 km com resolução de 1 metro. O laser gera pulsos de 0,1 microssegundos e 30 metros de comprimento Ele causa menos danos à visão que outros laser com raio de vários quilômetros de distância. A potência é de 5 Watt em 2-4 pulsos por segundo. Se o trancamento for quebrado por nuvem ou nevoeiro, o radar é ligado, automaticamente, e continua o rastreio. O laser é 10 vezes mais acurado que o radar para medir a distância de disparo do canhão. O SU-30MKI indiano usa um IRST mais moderno e capaz, chamado OLS-30, que também tem TV. O campo de visão é de 120° em azimute e de –12°/+60° em elevação

    O IRST permite uma interceptação passiva com a aeronave recebendo informações de sensores em terra ou de outras aeronaves, através do data link, até que o sistema detecte o alvo e o sistema de controle de vôo tome conta da interceptação.

    O sistema de controle de tiro automático usa o laser para medir a distância para disparo do canhão, automaticamente, e é acoplado ao sistema de controle de vôo da aeronave. Ele informa ao piloto o local onde deve apontar a aeronave e dispara, automaticamente, o canhão quando o alvo está na posição ideal, já calculando a deflexão, e desliga o canhão após 4-6 tiros, por ser muito acurado. O controle de disparo do canhão pode ser feito de forma autônoma pelo piloto automático.


    Ataque a alvos aéreos com o canhão. O modo de disparo do canhão faz o rastreamento de alvos através do sistema EO e radar que proporciona a destruição do alvo, aumenta a precisão do disparo do canhão em condições de tempo normais(sistema EO) e ruins(radar), com o sistema automático de vôo engajado.

    O ponto de referência de pontaria ou pipper não é um ponto arbitrário projetado no meio do HUD. Usando dados do INS e computador de dados de ar, o sistema de pontaria computa a direção correta, de modo que o pipper corresponda ao ponto onde os projéteis irão passar.

    Quando o canhão é selecionado, o radar ou outro sistema de pontaria como o IRST será trancado na frente da aeronave, enviando feixes de busca estreitos à frente da aeronave e os retornos também serão computados. Se um alvo entra no campo de busca, o pipper muda de posição, para corrigir a trajetória balística dos projéteis disparados naquela distância, razão de aproximação e atitude (recomputadas, constantemente). Isso permite que o piloto aponte a aeronave para o melhor ponto de disparo, antes de disparar.


    Sistema de pontaria montado no capacete (HMS - Helmet-Mounted Sight) e designador de alvos Shchel-3UM


    Capacidades do HMS:
    - Designação de alvos para o sistema de controle de armas para ataque a alvos aéreos e de superfície
    - Detecção de ponto de referência para atualização do sistema de navegação  


    Interação do sistema de armas no modo ar-ar. Capacidades:
    - Selecionamento do canal principal: radar, IRST(EO), HMS e visual(HUD)
    - Designação de alvos com rastreamento automático em qualquer canal
    - Integração de dados de vários sensores
    - Desginação de alvos para lançamento de mísseis
    - Troca de canal
    - Seleção de armas ar-ar: canhão, mísseis de curto e médios alcance  


    Interação do sistema de armas no modo ar-solo. Capacidades:
    - Selecionamento do canal principal: radar, IRST(EO), HMS e visual(HUD)
    - Designação de alvos com rastreamento automático em qualquer canal
    - Troca de canal
    - Lançamento de bombas e foguetes e disparo de canhão



    Cockpit dianteiro(alto) e traseiro(abaixo) do Su-30MKI indiano

    As versões mais novas do Flanker já contam com um painel totalmente redesenhado, desenvolvido por várias empresas russas e francesas, como a Sextante Avionique. Os novos cockpits usam o conceito HOTAS e são equipados com HUD e com Displays Multifuncionais (MFD), que melhoram muito a apresentação de dados ao piloto, como dados táticos, navegação, radar, IR/FLIR, alerta radar / guerra eletrônica e monitoramento dos sistemas internos. Outras empresas podem fornecer os aviônicos e a FAB já perguntou aos Israelenses se podem colocar seus sistemas no Flanker. A resposta foi positiva.


    Cabine do Su-35 #709 com três mostradores multifuncionais



    Cabine dianteira e traseira do Su-30MKK chinês

    Os sistemas de navegação incluem sistema de vôo automático e sistema de controle remoto, sistema de direcionamento inercial e rádio navegação de curto e longo alcance. As informações produzidas pelo sistema vão para um computador, que computa a trilha de vôo para uma rota de vôo programada, aproximação do alvo e retorno à base.

    O Flanker é equipado com um sistema fly-by-wire (FBW) digital SDU-10MK com redundância quádrupla projetado pela Avionika , assegurando controle da instabilidade longitudinal da aeronave Os caças de última geração são equipados com sistema FBW, mas eles têm algumas desvantagens, apesar das vantagens indiscutíveis, e por isso levam um sistema analógico de backup ou combinado para melhorar a confiabilidade e qualidade do controle da aeronave. O sistema usa sistema de controle remoto por rádio para enviar dados do computador até os atuadores em caso de falha na transmissão por fio devido a falhas mecânicas ou danos de combate. O FBW permite usar os Flanker biposto como aeronaves(caras) de treinamento avançado.

    O Flanker é controlado por um sistema de vôo automático (AFCS) integrado SAU-10M-03 com o sistema de navegação e com os equipamentos de comando de tiro. O AFCS estabiliza a posição angular e a altitude da aeronave, nivelando-a e permitindo subidas e descidas programadas, controle da aeronave em altitude, velocidade e direção, como se estivesse sendo vetorada para alvos aéreos, retornando para a base e fazendo aproximação para pouso. O sistema permite vôo automático, controle de potência e do vetoramento de empuxo e evita condições de vôo críticos.

    O sistema de vôo automático torna todas as fases do vôo automáticas, incluindo o emprego de combate das armas. Uma vez que o sistema de controle de vôo automático recebe informações do sistema de navegação, ele resolve o plano de vôo sobre pontos de baliza programados, fazendo até manobras pré-pouso e aproximação da pista até 60 m, e também usa dados do sistema de controle de armas e guiagem por comando por rádio (data link), para direcionar a aeronave até o alvo e cumprir o ataque. A aeronave pode ser quase que completamente guiada por um posto de comando no solo ou outra aeronave (AWACS ou nave-mãe).

    Os sistemas de comunicações são baseados em rádios VHF e HF, sistema de telecomunicações digital seguro e um conjunto de antenas. O software do data link permite trocar dados entre aeronaves, AWACS (R-99), radares no solo, baterias de mísseis SAM, postos de comando, tropas em terra e navios.

    O sistema de controle de vôo automático e o uso de data link otimizam as funções de comando e controle, e as características furtivas, devido à diminuição das emissões e geometria de encontro, à sincronização sobre o alvo em ataques coordenados e à triangulação passiva de alvos.

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