LINK 16

O Link 16 é o novo datalink multfuncional usado pelos EUA, OTAN e Japão. O Link-16 é um sistema de radio avançado com capacidade de distribuição de informações, localização de posição e identificação. A função primaria é distribuir dados de forma digital. Alguns terminais permitem comunicação por voz em canal de via dupla digital em interferência pesada.

É usado em operações de vigilância, guerra eletrônica, coordenação de ações, combate aéreo e identificação positiva de unidades (similar ao IFF, atribuído ao sistema). O objetivo do Link 16 é produzir a informações certa, na hora certa, no lugar certo e pessoa certa. Será o futuro das operações conjuntas da OTAN.

Foi concebido para corrigir as deficiências apresentadas por seus dois antecessores, não alterando os conceitos básicos de troca de informações por data link, mantidos por vários anos pelos Link-11 e Link-4A. O Link 16 apenas melhora características e adiciona outras como resistência a interferência, segurança, velocidade, quantidade de informações, diminuição de tamanho e peso do terminal, permite instalação em caça e aeronaves de ataque, capacidade de voz digitalizada e segura, capacidade de navegação, localização e identificação dos participantes e maior numero de participantes.

O Link-16 é lento como o Link 11 na razão de atualização mas bem mais capaz. A precisão das informações dos alvos é alta o suficiente para permitir engajamento e praticamente sem limite de.

O sistema emprega arquitetura Time Demand Multiple Access (TMDA) para que todos os usuários compartilhem o mesmo canal. Toda informação de cada usuário é disponibilizada em tempo real para qualquer um que necessite dos dados. No arranjo TDMA cada um dos 128 terminais possíveis de entrar na rede possui um ou mais "time slots" que se repetem a ciclos regulares. Quando um terminal não transmite, recebe de outros transmitindo, de forma planejada. Cada participante emite rápido, nos chamada "time slots", com 128 slots por segundo.

Cada transmissão dura milisegundos e tem que passar 6 a 12 palavras a cada 70 bits de dados. O Link 16 diminui a quantidade de dados para aumentar o número de participantes. O terminal filtra os dados recebidos. Um interceptador não esta interessado em contatos navais ou alvo sem terra.

Para imunidade a interferência o sistema opera em 51 frequências entre 960-1215MHz (banda L CPSM) com 3 MHz entre os canais a 77.800 saltos por segundo. O primeiro usuário tem que sincronizar o sistemas o que é chamado "Net Time Reference". Se for antecipado um trafico muito grande, varias redes podem ser introduzidas e "stacked", em um espectro de frequência maior ou com divisão de tempo em uma frequência menor. Até 126 grupos foram previstos, permitindo uma banda dedicada para dados de caça-caça(F/F), PPLI, voz, vigilância, gerenciamento de missão, coordenação de armas, etc.

O Link-16 não utiliza uma estação controladora da rede, sendo uma rede livre que não necessita de transmissão contínua para estar ativa. A consciência da situação é passada de todos participantes para todos participantes, todos funcionando como retransmissor.  

O terminal é omnidirecinonal e recebe de cada terminal no alcance. Usa o formato de mensagem "J" (TADIL-J) ou Interim JTIDS Messsage Standard (IJMS) a 28.3-238kbit/s junto com sinais TACAN. O Link 16 básico troca dados a 115Kbps com correção de erros. A ViaSat desenvolveu o Link-16 Enhanced Throughput (LET) que aumenta em 11 vezes a transmissão de dados e custa penas alguns dB de desempenho anti-interferência.

O Link 16 usa o formato de mensagem TADIL-J (Tactical Data Information Link), ou padrão "J", que é base do Tactical Data Link Management Plan do Pentagono. Pode ser empregado por sistemas em estações marítimas, terrestres e aerotransportadas. São usados três formatos de mensagem: um fixo, do tipo utilizado pelo Link-11; um com texto livre; e um de formato variável.

O Link 16 tem capacidade de transmissão de dados com meios de contra-contramedidas tipo salto frequência, espalhamento de frequência, e correção e detecção de erro além de criptografia (unidade KVG-8A/B por exemplo) e codificação Reed-Solomon.

Um terminal Link 16 transmite periodicamente e automaticamente a posição e identificação (position location and identification (PPLI) mensagens. O PPLI diminui o risco de fratricídio. Os centros de comando e controle podem transmitir identificação de aeronaves amigas com Link 16 sendo um meio de identificação de combate indireto. O alcance de IFF vai além do Mark XII e passa dados de identificação indireto de outros contatos.

A frequência a UHF é linha de visada, mas a capacidade de retransmissão possibilita a ampliação do alcance em até 500km. Além disso, o Link 16 satellite tactical datalink (STDL) opera em frequência SHF (Skynet/DSCS) para apoiar destacamentos dispersos como fragatas Type 23 em piquetes sonar ou submarinos em missões ELINT. O STDL é menos susceptível a geolocação com antena direcional e ideal para uso com controle de emissões.

O TADIL J Range Extension (JRE) usado para passar dados seguros e voz por meio comum alem da linha de visada sem restransmissor. Sistema atual usa restransmissor que é um gasto de meios e consumo de capacidade da rede. O conceito JRE será de um gateway entre JTIDS e terminal de satélite.

O problema do Link 16 é que a parte alta da frequência UHF adotada quando concebido (década de 70) foi passada para aviação civil para apoio a navegação. A Banda L também concorre com sistemas IFF e TACAN.

Terminais do Link 16

A capacidade do Link 16 foi implementada em terminais Joint Tactical Information Distribution System (JTIDS) de primeira e segunda geração e nos terminais Multiple Information Distribution System (MIDS) de terceira geração.

O primeiro terminal JTIDS foi desenvolvido em 1974 para o E-3 AWACS. Foi chamado Classe1 e usa protocolo inicial chamado padrão de mensagem JTIDS provisório.

O terminal Classe 2 foi projetado para caças F-15 Eagle sendo iniciado em 1980. Passou a ser usado no Tornado F.3, no UK Air Defense Ground Enviroment, F-14D, ABCCC, JSTAR e submarinos da US Navy. O terminal Classe 2H é mais potente e usa 1000Wats. Está instalado nos E-3 e E-2C e em versão para navios.

Antes do Classe 2 entrar em produção ja foi notado que era necessário um terminal menor, usando novas tecnologia de computador, sendo iniciado o programa MIDS LVT (Low Volume Terminal). O MIDS-LVT seria um terminal Classe 2 de operacional básico de baixo custo e arquitetura aberta.

O JTIDS foi demonstrado em campo e nos E-3 AWACS e E-8 Joint STAR durante a operação Tempestade do Deserto em 1991. O Link 16 transmitia a 115kbits/s comparado com os 16kbits/s disponível para outros datalinks. O sistema era instável e saía do ar quando alguém tentava entrar. Os aliados ficavam cegos por alguns segundos/minutos. Em 2003 ainda havia problemas de compatibilidade e estabilidade. O foi usado no Afeganistão (2001) e Iraque (2003). Está em uso em 19 plataformas de 14 países.

Os B-52 irão receber o Link 16 mas já usaram um datalink Combat Track II provisório usado para planejamento de missão em tempo real e transmissão de alvos e dados de inteligência do alvo em vôo.


O JTIDS faz transmissão com protocolo TDMA com as informações sendo transmitidas em todas as direções para qualquer terminal no alcance, de vários transmissores para vários receptores. Os usuários podem trocar informações na rede para varias funções. Os usuários mostram pontos baliza e alvos, sítios SAM, forças amigas e hostis, e bases amigas e de alternativa, faz identificação de alvo, mostra informação de posição entre elementos de batalha. O datalink aumenta a consciência da situação, evita fratricídio e duplicação de engajamento ou perda de alvo. Cada participante pode ser o espaço de batalha eletronicamente, incluindo alvo designado e ameaças.

A GEC-Marconi Hazeltine (agora BAeSystems) e Rockwell Collins, que formaram a Data Link Solutions, são os fornecedores dos terminais Classs 2. A Rockwell fabrica terminais para o Link 16 a 15 anos produzindo o MIDS-FDL, MIDS-LVT, JTDIS Classe 2 e o URC-138.


O JTIDS Classe 2 está instalado nos F-14D, E-2C, ABCCC, CAOC, JSTARS, MCE, TAOM (Tactical Air Operation Module) do USMC, Rivet Jint, F-15C, submarinos, ADGE, Tornado F3 e NIMROD MR. 


O Terminal JTIDS Classe 2H está instalado nos E-3 AWACS, MCE/TAOM, NADGE, porta-aviões, contratorpedeiros e cruzadores.  O Classe 2H é um terminal mais potente. Os terminais Classe 2 e 2H entraram em operação em 1990.


JTIDS Classe 2M é a versão terrestre do US Army. Está instalado nos sistemas FAAD, THAAD, HIMAD, Patriot alemão e CORPS SAM Patriot.  Pode ser comunicar em movimento.


O terminal AN/URC-138 JTIDS Low Volume Terminal (LVT) é derivado do programa Classe 2R que foi cancelado. A RN comprou 65 terminais em novembro de 1995. Foram entregues para a Royal Navy em 2002 para serem instalados  nos Sea Harrier e Sea King AEW. Tem dois canais de voz seguro adicionais e é equivalente e compatível com o JTIDS Classe 2. É fabricado pela Data Link Solutions, tem taxa de transmissão de 8.8 to 238 kbps/s, pesa 20kg, tem tamanho de 31,8 x 25,6 x 19,1cm. Também irá equipar o ASTOR e Nimrod MR.4.

LINK 16 - Características físicas e capacidades

Class 2
Class 2M Class 2H (Nominal) MIDS LVT
MIDS FDL
Volume (ft3) 0,89/0,69 1,3 4,9 0,5/0,3 0,45
Peso (kg) 56 25 102 14/4,3 23



O JTIDS foi a resposta da OTAN para resolver os problemas dos antigos datalinks. Foi usado nos AWACS, F-15, F-14D e Tornado F3. Era caro e mostra muita informação desnecessária na tela de 12,7cm x 12,7cm. A tela mostra alcance de 555km com a aeronave no meio. Com o JTIDS o F-15 passou a ter capacidade de realizar "interceptação silenciosa" (RQI - radar quiet interception
).


O Link 16 do EA-6B Prowler ICAP III troca dados automaticamente entre unidades, como navios, AWACS, E-2, Rivet Joint e caças. O uso do Link 16 para guerra eletrônica está em testes. Todos sistemas receptores devem ser capazes de emitir uma pergunta na rede onde qualquer receptor de outra plataforma de auxiliar na analise de ambiguidade de sinais, geolocação de emissor e fusão de dados. Até o RWR de caças podem pedir informações sobre confirmação de sinal de ameaça e melhorar a localização, auxiliando missões de destruição de defesas aéreas. A resposta indica se a ameaça é real, dar localização e remover sinais ambíguos dos RWR. Poderá ser criado um arquivo único para o emissor e distribuído na rede. Aeronaves de interferência podem melhorar a emissão de sinais quando os sensores das aeronaves ELINT estiverem degradadas. Isto pode evitar interferir nos sistemas eletrônicos amigos com interferidores notificando suas atividades e ativar o interferidor de autoproteção de outros caças.

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