MIDS

O terminal JTIDS Classe 2R de menor tamanho e volume foi cancelado em 1989. Em 1990 foi iniciado o programa internacional MIDS-LVT (Multifunctional Information Distribution System-Low Volume Terminal) desenvolvido pela frança, Alemanha, Itália, Espanha e USA.

A empresa MIDSCO da Marconi North America (agora Rockwell), ENOSA espanhola, MID (ex Italtel) italiana, SI Sicherungstechnik (parte da DASA) alemã e Thomson-CSF (agora Thales) foi formada para produzir e desenvolver o terminal. A US Navy gerencia o programa. O contrato de engenharia e fabricação foi anunciado em março de 1994.

O MIDS-LVT, ou  MIDS-LVT(1), usa padrão de mensagem TADIL-J do Link 16 semelhante o terminal JTDIS Classe 2 em um terminal com menor peso e tamanho. O MIDS-LVT, inicialmente chamado IDS-2000, deveria custar custa 1/5 do terminal Class 2H, ter um terço do tamanho, ter a mesma capacidade, usar arquitetura aberta e sistema COTS. O preço está agora em metade dos terminais anteriores.

O MIDS-LVT é um Link 16 avançado de comando e controle, com grande capacidade de distribuição de dados digital, resistente a interferência, com capacidade de comunicação para troca de informações em tempo quase real, dados e voz, por forças em terra, ar e mar.

O MIDS é um sistema comunicações, navegação e identificação para apoiar funções como vigilância, identificação, controle aéreo, coordenação de engajamento de armas e direção de forças, para todos serviços. As plataformas equipadas com o MIDS e JTDIS são capazes de formar uma rede de comunicações do Link 16. As aeronaves equipadas com o sistema passam a ter acesso as informações dos AWACS, radares em terra e postos de comando, sem uso de canal de voz.

O MIDS serve como auxilio de navegação com mensagem de funções de TACAN (Navegação Tática).


Nos caças os dados são mostrados de forma compreensíveis graficamente nos displays multifuncionais, evitando que piloto tenha que compilar dados de varias fontes ou sensores. O piloto pode saber de contatos amigos e inimigos fora do alcance dos sensores internos.

O MIDS-LVT tem um peso máximo de 29kg e transmite a 200kbtis/s. O requerimento de tempo entre falhas (MTBF) é de 1.000 horas. O tempo máximo de atualização é de 2,5 segundos. Permite 8 aeronaves trocar informações como intra-flight datalink (IFDL). A França pretende usar oito Mirage 2000-5F ligados ao E-3F AWACS.

A EuroMIDS está produzindo o terminal Very Light LVT e inclui TACAN. Ele tem duas antenas com 360 graus de cobertura. Foi testado no Falcon 20 e Mirage 2000. O Rafale trocou dados com sistema de comando e controle no simulador.

A Thales produz o MIDS-Terre da família MIDS-T. Já equipa o sistema Martha de comando e controle e será instalado no sistema SAMP-T e em sistema de vigilância de campo de batalha.

O primeiro terminal MIDS para testes ficou pronto em 1998 com dois anos de atraso e custos além do previsto. A entrada em operação estava prevista para 1999. A produção foi iniciada em 2001. O primeiro terminal LTV de produção será instalado no Rafale F2 em 2003. Terá capacidade de comunicação por satélite no futuro.

Os testes iniciais no F/A-18 foram decepcionantes para apoiar o sistema de navegação. Ocorria perda de sinal e erros de direção de feixe, identificação de beacon e outros problemas. Foram resolvidos com novo software.

O LVT foi testado no F-15 em abril de 1995 para compatibilidade. Dois Rafales equipados com o MIDS-LTV em 2001 operaram com os E-2C equipado com terminal JTDIS demonstraram capacidade de ataque silencioso (sem ligar o radar). Usa duas antenas que cobrem 360 graus. O Eurofighter recebeu 12 terminais MIDS-LVT para testes em 2002.

O MIDS-LVT Será instalado nos F-16MLU europeus, F/A-18 da US Navy e Espanha, F-35 JSF e EA-6B da US Navy, Mirage 2000-5F, Mirage 2000D e Rafale franceses, A-400, AMX e Tornados Italianos, Eurofighter britânicos, espanhóis, italianos e alemães, ABL, aeronaves de reabastecimento em vôo e de CSAR. Além dos caças, deve ser instalado no Charles de Gaulle, fragatas F-124 alemãs, NAe Giuseppe Garibaldi e fragatas italianas, submarinos de ataque da US Navy e centros de comando nos EUA e países europeus.

A US Navy comprou 216 terminais em 10 novembro 2003 aumentando o total para mais de 600. O terminal MIDS custa cerca de US$150 mil cada.

Outros países fora da OTAN só devem ser aceitos após de 2005 como Austrália e Polônia. Em 2003, Taiwan mostrou interesse em 102 MIDS-LVT, 20 MIDS para navios e apoio, no valor estimado em US$775 milhões.

É esperado a produção de 9 mil unidades nesta década. A USAF pretende equipar toda frota com terminais MIDS-LVT ou MIDS-FDL. Em 2001 havia 400 aeronaves equipadas com datalink. Nos próximos 15 anos aumentarão em 1000%. O F-15 terá o Link 16 em toda a frota até 2003 com o MIDS-FDL (ver adiante), seguido da frota de F-16 Block 40 e 50, depois bombardeiros B-1, sendo que alguns já usam. O F-16 block 30 será equipado com datalink IDM para IFDL. O F/A-22, aeronaves de reabastecimento em vôo, operações especiais, E-3, E-8 e RC-135 planejadas devido ao sucesso na operação "Enduring Freedom". Os EUA planejam instalar o Link 16 em 40 aeronaves de reabastecimento em vôo. Elas ficam próximas do campo de batalha em posição ideal para agir como retransmissor.

O JTIDS era programado para ser instalado na modernização MSIP II do F-15. O MSIP incluía GPS, programa "Seek Talk" para radio resistente com espalhamento de espectro, novo ECM e RWR. O F-15 passou a ser capaz de trocar informações de posição e o que detecta com radar para apoio mutuo. Centros de comando podem informar sobre meteorologia, ameaças, alvos e enviar direto no cockpit.


O Painel MIDS no Eurofighter fica abaixo do HUD. Tem LED de 24 linhas e 10 colunas para saídas de dados de missão e sistemas críticos.


O terminal MIDS-LVT pesa 21kg e tem volume de 21 litros, com metade do tamanho de um terminal JTDS Classe 2 e consome metade da energia.



MIDS LVT(2)

O MIDS LVT(2) é o derivado terrestre do MIDS-LVT(1). Tem 85% das peças em comum com LVT(1), com diferença na refrigeração, suprimento de força, interface e eliminação de caraterísticas necessárias para instalar em plataformas aéreas. É usado em plataformas de defesa antiaérea, centros de comando, vigilância, inteligência, sendo usado para operações de engajamento, estado de armas e coordenação para consciência da situação do cambo de batalha. Irá equipar o FAAD, THAAD, centros comandos terrestre e ACCS. O LTV(2) substitui e complementa o terminal JTIDS classe 2M, sendo mais leve e mais barato.


12 terminais Classe 2M para equipar os sistemas anti-mísseis THAAD foram logo adquiridos.

Para engajamento cooperativo (CEC), o US Army necessita de 762kbits a 2,1Mbist/s do MIDS comparado com os atuais 232kbtis/s. BAe System consegui comprimir os dados em razão de 300:1.


MIDS-FDL

O MIDS-FDL (Fighter Data Link), ou 'Fiddle', ou MIDS-LVT(3), é o programa Link-16 mais recente. O FDL terá capacidade reduzida para uso em caças de superioridade aérea com o F-15C Eagle. O FDL substituiu a proposta de uma versão de baixo custo to terminal JTIDS Class 2R para a USAF. O programa foi iniciado em abril de 1996 pela Datalink Solutions

O JTIDS era um programa da década de 80. Foram comprado poucas unidades e a produção cessou com os cortes na defesa em 1989. A Guerra do Golfo fez retomar a necessidade do JTIDS e em 1992 foram reiniciados os testes. Em 1996 foram realizados testes como o "Project Strike" e "Talon Sword" para verificar a necessidade do JTIDS. O terminal MIDS de baixo custo já estava em desenvolvimento na época.

O FDL tem 80% em comum com o MIDS-LVT em termos de hardware e software, mas sem algumas capacidades. Não passa dados de voz e não tem TACAN para diminuir a emissão e potência. É interoperavel com o MIDS-LVT e tem a mesma interface JTIDS.

O FDL troca informações com aeronaves AWACS, de inteligência e reconhecimento, centros de comando em terra e no ar. O FDL mostra amigos, inimigos, localização, direção, altitude e tipo de aeronave sem transmissão de voz.

O contrato foi assinado em 1996 com a Data Link Solutions, empresa formada pela BAE Systems e Rockwell com intenção de compra de 500 terminais.

O FDL consiste de terminal que é integrado com aviônicos, mostradores e controles já existentes. O FDL da USAF não tem capacidade de se comunicar em 2003 no Iraque om o MIDS-LVT dos Tornados da RAF pois enquanto o FDL usa arquitetura tipo "contention based acess", o MIDS da RAF usa "dedicated acess".

O contrato inicial de 150 terminais MIDS-LVT para o F-15. A produção foi iniciada no ano 2000. Em 2001 a Data Link Solutions recebeu um contrato de US$33 milhões para o terceiro lote do FDL com 176 terminais. O lote 1 e 2 somaram 697 terminais FDL com valor total de US$120 milhões.

Em 2003 a Coréia do Sul comprou 40 FDL por US$14 milhões para integrar nos seus futuros F-15K.

O FDL foi projetado inicialmente para equipar o F-15C/D. Agora também irá equipar os F-15E e F-14. A instalação no F-15E tinha baixa prioridade. Em outubro de 2001, durante a operação "Enduring Freedom", o caça passou para o topo da lista. O F-15E passaram a receber o FDL em dezembro de 2002.

O software do FDL do F-15E (suite 4) permite receber dados de outras fontes e sensores como aeronaves E-8C JSTARS, RC-135 Rivet Joint e E-3C AWACS. Estas aeronaves passam dados de alvos em terra, emissores e aeronaves inimigas e amigas sem usar canal de voz.

Os mostradores na cabine mostra alvo enviado e a tripulação tem opção de aceitar ou não a tarefa com aperto de botão. Quando recebe um alvo, uma linha liga a aeronave até o alvo. O caça também pode selecionar alvos e passar para o AWACS.

O FDL também envia estado das armas (quantidade e tipo), do combustível, radar e sensores. O FDL enumera cada aeronave de acordo com sua hierarquia em vôo (líder é chamado "1" e assim por diante). O líder pode consultar outras aeronaves na esquadrilha com números (2,3 e 4) e clicar nos alas para ver os dados (código de chamada, combustível, armas, dados de vôo, reabastecimento em vôo, retorno para base, ataque, interceptação, etc).

Os testes no F-15E iniciaram em janeiro de 2002, junto com o F-16, F-15 e AWACS. O primeiro problema encontrado era que rede caia quando mais de 18 aeronaves operavam ao mesmo tempo. O segundo eram erros de posição que atrapalhava mostrar a posição de dados de forma precisa. O terceiro problema era que o E-3 tinha dificuldade de passar dados de forma eficiente, principalmente devido a inexperiência dos tripulantes. Ainda assim os tripulantes dos F-15E ficaram impressionados com o sistema como saber o estado dos alas e atacar alvos sem usar rádio por voz.

O F-15E fez interdição do campo de batalha na Segunda Guerra do Golfo em 2003, destruindo 60% dos blindados da Guarda Republicana. Os F-16, B-1 e B-52 foram responsáveis pela interdição em profundidade.

O F-15E implementou mensagens de estado de armas ar-solo, identificação de alvos, localização de ameaça, seleção de ponto de impacto, avaliação de danos de batalha e indicação de ejeção. Está planejado o envio da imagem do alvo e área de ameaça e adicionar engajamento de precisão.


Terminal FDL.

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