ASSINATURA VISUAL
As
aeronaves furtivas não são fisicamente invisíveis.
Contudo, voando a noite e
com técnicas de camuflagem as tornam difíceis de serem
vistas a olho nú. A
silhueta das aeronaves furtiva também tende a ser pequenas e
planas
principalmente no aspecto frontal.
A redução da assinatura visual depende de
táticas e técnicas. Durante
a Primeira Guerra Mundial, os caças já usavam
técnicas de camuflagem, posicionamento com o sol pelas costas para cegar o inimigo e se escondiam nas nuvens. Nesta
época já se dizia
"perca a visão, e perderá a luta" (Lose sight, lose
fight),
demonstrando que já haviam percebido a relação
entre visibilidade e
a sobrevivência. Outra frase era "se for superado em número,
esconda-se em
uma nuvem".
Em 1912, a Força Aérea Austro-Húngara tentou fazer
uma aeronave furtiva
usando papel celofane para cobrir o monoplano Taube para ficar menos
observável. O problema é que refletia muito o sol,
mostrava o motor e ficava
pesado se fosse molhado.
Para
entender a
assinatura visual primeiro tem que entender a fisiologia do olho e o
funcionamento dos detectores artificiais. A detecção
visual depende
de vários fatores com posição do observador,
ângulo de visão, posição do sol e
presença de nuvens e nevoa.
Um
fator
fundamental é que o alcance máximo da visão no
alcance de combate visual é
monocromático. Outro é que os objetos são
detectados devido a sua luminescência
(quantidade de luz refletida) ser diferente do fundo. A longa
distância é
mais importante fundir com a luminosidade do que com a cor.
A
visibilidade
de uma aeronave militar depende do contraste que sua cor e o seu brilho
apresentam em relação ao plano de fundo. O brilho
é a questão mais importante
já que as cores se tornam menos definidas a medida que a
distância aumenta. A
tarefa de um especialista de camuflagem é aproximar, tanto
quanto possível, a
cor e o brilho da aeronave das características visuais do plano
de fundo. Ela
deve ter uma acomodação pois pode mudar de plano de fundo
e as condições
meteorológicas podem mudar.
Uma
aeronave a
grande altitude brilha no céu pois a umidade e sujeira no ar
abaixo da aeronave
dispersa a luz e tem poucas partículas de sujeira e umidade
acima da aeronave.
Quanto mais alto ele voa, maior a luz dispersa abaixo dela e o
céu escuro
acima. A altitude passa a ser fundamental pois quanto mais alto, mais
luz é refletida e quanto mais escuro o céu nas alturas,
maior a sombra da parte
inferior.
A cor
escura
absorve muita luz sendo a melhor camuflagem para quem voa alto.
Porém, até o
U-2 ou SR-71 pintados de negro brilham muito quando voando a 27 mil
metros e
são vistos como um ponto branco por baixo. Com uma aeronave
voando alto, a
luminescência do céu diminui e a luz refletida aumenta.
A baixa altitude o céu
é mais brilhante e reflete menos a baixo da
aeronave. Cores claras dão melhor contraste. O B-2 a 15.000
metros tem
superfícies cinza escura e o F-22A usa cinza médio pois
é usado na altitude da
maioria dos combates aéreos.
CAMUFLAGEM
Uma forma simples e barata de diminuir visibilidade de uma aeronave no espectro visual é o uso de camuflagem. A camuflagem já existe na natureza como cor branca do urso polar, listas e pintas de felinos ou mudança de cor do camaleão. A camuflagem é o disfarce produzido pelo ocultamento do contorno, com manchas de várias cores.
O
espectro cromático tem apenas sete cores, mas a camuflagem
engloba uma grande
quantidade de matizes. As pinturas devem ser foscas, que quebram a
silhueta do
aparelho impedindo a determinação de seu contorno. A
pintura fosca é ideal mas
manchas e arranhões deterioram a pintura facilmente. Os
arranhões e deterioração
dão aparência de "sucata". Usa-se também o semifosco que
preserva a aparência do aparelho.
A
idéia básica
atrás dos padrões de camuflagem é quebrar a forma
da aeronave contra o fundo.
Um problema é a divisão entre camuflagem da parte
superior e a inferior da
aeronave quando inclina e a parte superior ou inferior contrasta com o
fundo. A camuflagem verde superior e azul claro foi usada na RAF nos
anos de 1940 e
1950 em aeronaves táticas. A idéia básica da
camuflagem é diminuir o contraste
quando vista contra o fundo e assume que a aeronave não
irá manobrar
agressivamente a não ser na fase final após o ataque. A
parte superior devia
proteger contra interceptadores voando alto e olhando para baixo.
Também
protege a aeronave estacionada em uma base aérea.
Os
F-105G Weasel
no Vietnã tinham camuflagem inicial de dois tons de verde e cor de
terra na parte
superior, e cinza claro na parte inferior. A aeronave ficava branca
quando
virava a baixa altitude. Depois a camuflagem verde foi aplicada nas
superfícies
inferiores e o problemas desapareceu. Os F-4G e A-10, que voam a baixa
altitude, usavam camuflagem cinza. A camuflagem diferente não
é considerada boa
quando a aeronave tem que manobrar contra o fundo.
As aeronaves ficam a
maior parte do tempo no solo. É conveniente camuflar
também a base.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foram testados bases com pistas
falsas,
hangar na forma de prédios, tudo sem formas e
disposição simétrica, árvores em
cima dos telhados e sem pista de taxi direta. Depois passaram a ser
tratados
com proteção IR para dar assinatura igual a terra e
splinkers para resfriar
hangares.
O próximo passo é o uso de esquemas de vários
tonalidades. O objetivo é
confundir os olhos ou sensor ótico criando várias bordas falsas
e suprimindo as
reais, fazendo a imagem ser menos reconhecível como uma aeronave,
mesmo sendo
grande e com contraste suficiente para ser detectada. Áreas de
tom único não
podem ser muito grandes, e tons nas bandas adjacentes devem diferir em
menos de
10%.
O F-22A Raptor tem
esquema de camuflagem cinza irregular com padrões
mais escuros de cinza nas asas e cauda. Uma característica
é que a cor é
brilhante e não fosca. Isto pode sugerir o uso de algum sistema
de camuflagem
ativa.
A camuflagem de superioridade
aérea é a única que tem consenso de ser da cor
cinza. Uma aeronave a baixa
ou média altitude tende a ser um ponto preto contra o
céu. Para evitar isso, a
aeronave tende a usar cor cinza médio. O cinza, quando combinado
com o fosco,
tende a assegurar uma baixa assinatura visual ou uma
redução de 30% na
visibilidade.
Na camuflagem de superioridade aérea algumas áreas da
aeronave refletem
mais do que as outras e alguns pontos ficam mais escuros e tem sombras
diferenciadoras. Mais de uma tonalidade de cinza é usada para
iluminar as
partes escuras e um tom mais escuro para diminuir a luminosidade nas
áreas mais
claras, sem quebrar o contorno. Essa técnica é chamada de
contrasombreado.
Um canopi falso pode
ser pintada na parte inferior da fuselagem dianteira e atrapalha
facilmente um
piloto adversário de saber a direção de vôo
do avião com o canopi falso. Tons em zigue-zague de cinza ou cinza e azul são eficientes e podem
ser
acrescentados na região inferior as marcas da cauda, canopy,
entrada de ar,
emblemas da fuselagem e contornos de mísseis.
O cinza claro é considerado mais difícil de detectar que
cores mais escuras e
melhor a assinatura IR. Uma aeronave P-3 aquece até 50 graus C quando exposto ao sol. O cinza claro diminui em 10 graus a
temperatura
interna. Por isto é usado como padrão nas aeronaves
de patrulha marítima.
As aeronaves de ataque
ao solo e de penetração de longo alcance tem que ter cores
que igualam a
paisagem terrestre que sobrevoam quando estão voando baixo para
reduzir a chance
de serem vistos por interceptadores no alto. O terreno pode ser florestas, montanhas
ou desértico.
As aeronaves que geralmente voam a grande altitude também usam o
cinza de
superioridade aérea. O vôo a grande altitude é
desejável pois consome menos
combustível e permite atingir velocidades maiores como o uso de supercruzeiro.
O vôo a baixa altitude dobra o consumo de combustível, mas
é usado em algumas
ocasiões como técnica de mascaramento do terreno para
se esconder de radares.
As cores navais variam de cinza claro até azul escuro e o verde
também
pode ser usado. Os JU-88 alemães usavam um sistema de linhas
tortuosas de azul
claro chamado espelho das ondas. Nas Malvinas, foi percebido que a
parte
superior deve ser pelo menos cinza-naval extra escuro para não
comprometer as aeronaves
voando baixo. Os A-4 Argentinos tinham cor cinza-gaivota e eram
facilmente
detectados pelos Sea Harrier. Os Tornados da Marinha Alemã também usam um
sistema de camuflagem
cinza mais escuro.
Uma aeronave voando
baixo pode ser difícil de
detectar, mas a sombra escura se movendo é relativamente
fácil de detectar.
Caças F-4E
Phantom II da Força Aérea Israelense.
A foto mostra várias aeronaves que são difíceis de
serem detectadas a primeira
vista devido a camuflagem.
A camuflagem de uma
aeronave de ataque deve fundir com o fundo onde deve operar.
A US Navy testou um
F/A-18 com camuflagem digital
semelhante a usada no seu novo uniforme de combate. Não se sabe
qual foi o
resultado dos testes.
Os novos F-16
chilenos receberam uma camuflagem de superioridade aérea com
tons bem diferente
das usuais.
Diminuir o tamanho
da
bolacha de identificação e marcas de esquadrão
é
outra forma de camuflagem.
TÁTICAS
A melhor maneira de se
conseguir furtividade no espectro visual é voar a noite. Voar a
noite
é o mínimo necessário para evitar as defesas mais
leves como artilharia antiaérea guiada
visualmente e mísseis portáteis guiados por calor e
apontados manualmente.
Porém, está opção nem sempre é
possível ou taticamente desejável.
O B-2 foi pintado de cinza escuro pois não foi projetado com
padrão
tático de voar a noite. Durante a Guerra Fria era esperado bombardear
a URSS e a rota mais direta era o circulo polar ártico com sol
durante 24 horas
por dia. A cor escura é devido a altitude de cruzeiro de mais de
17 mil metros.
Em um acionamento de alerta, nem sempre é possível planejar que será noite
quando entrar no território inimigo. A aeronave tem sensores que determinam a luminosidade externa para
determinar
qual a altitude ideal que melhor combina com a cor externa da
superfície. Já os caças
de superioridade aérea como o F-22A tem que voar a qualquer
hora do dia.
O AC-130 só ataca a noite em cenários de baixa
intensidade. Já no Vietnã
foi notado que tinha perdas altas voando de dia ou quando o inimigo
tinha
defesas guiadas por radar. Dependendo da ameaça, podia escolher a
arma para
ficar mais distante da ameaça. Tinha opção de usar a Minigun calibre
7,62mm, canhão de 20-25mm,
depois os canhões de 40mm até chegar no canhão de 105mm. No Golfo em
1991, um AC-130
apoiava as tropas americanas na batalha de Kafji quando o E-3 AWACS
ordenou que
voltasse para base pois o sol estava nascendo. O piloto disse que iria
continuar e foi derrubado 30 segundos depois por um míssil SA-7.
A melhor cor para voar a noite é a cor cinza e não o
preto como é
instintivamente aceito. A cor preta é uma cor de alta
visibilidade e é usada em
algumas aeronaves como os treinadores RAF. Os A-10 derrubados durante a
Guerra
do Golfo em 1991 constituíram 25% das perdas totais. Foram 20
aeronaves
atingidas, mas nenhum a noite. A cor verde escura ajudava a camuflar a
aeronave
a noite.
Já na Segunda Guerra Mundial, os alemães descobriram que a cor
negra das aeronaves
era mais escura que o da noite. Por isso seus
caças noturnos
eram pintados com camuflagem verde com tons marrons que também
facilitava a
camuflagem no solo. Os bombardeiros noturnos pintados de preto eram de
fácil detecção pelas luzes de busca.
Um dos primeiros bombardeiros invisíveis pode ser considerado o
hidroavião
PBY-5 Catalina. Pintados de preto e equipados com radar, os "Black
Cats" passaram a buscar e atacar navios japoneses no Pacífico
que
levavam suprimentos paras as guarnições japonesas
espalhadas na região. As
missões começaram no meio de 1942 e duraram até o
fim da guerra. Houve muitas
perdas no inicio mas eram bem efetivos. Levava até duas toneladas de
bombas.
A inadequação da cor preta para uso noturno é
melhor entendida com o uso de óculos
de visão noturno (OVN ou NVG), ou intensificadores de luz
residual. O uso de
camuflagem escura da face destoa bem da paisagem por não
refletir luz nenhuma e
os soldados podem ser facilmente detectados.
A camuflagem do primeiro protótipo do F-117 era cinza de
superioridade
aérea, mas acabou sendo pintado de preto e por isso evita voar
próximo a nuvens,
abaixo ou acima, para não mostrar a silhueta contra as nuvens.
Essa cor só é
invisível se não houver luar ou se o céu estiver
coberto por nuvens. Durante a
Guerra do Golfo, os pilotos de F-15 as vezes viam a silhueta do F-117
pois a
lua servia como iluminador de fundo.
Apesar de ágil, o F-117 não tem armas para se defender de
outros caças. Isto
não importa a noite pois não tem como realizar um combate
aproximado no escuro. De dia a cor escura é
muito fácil de ver. Os pilotos só treinam para atacar a
noite, só voam uma
missão por dia. Um problema é que a noite também ajuda a
esconder o alvo.
Não se sabe ao certo o motivo do F-117 ser pintado de negro ao invés de cinza. Um engenheiro citou que um comandante achava que um piloto de caça não voaria uma aeronave pintada de cor pastel. Outra fonte disse que um oficial general não acreditava que o F-117 poderia sobreviver de dia e queria garantir que não seria usado de dia.
O
preto é uma
das cores menos furtivas para o vôo de dia e as aeronaves de
treinamento da
RAF e da USAF tem cores pretas para diminuir o risco de colisão
por ser a
pintura mais visível. Preto também não é o
melhor a noite, pois existe alguma
luz vindo da lua e pode dar contraste com fundo de nuvem clara ou
até o céu.
O F-117
testou uma camuflagem cinza em 1993 e depois uma textura cinza chamada Senior
Spud. Em 2004, foi novamente iniciado testes com o uso de pintura cinza
para ver
se podia opera de dia junto com outras aeronaves. Para o Have Blue, a
Lockheed estudou uma graduação de cores cinza, mais claro no
fundo e escuro no topo.
Outro cuidado a ser tomando durante o
vôo noturno é diminuir ao
máximo a luz produzida pelos instrumentos do painel refletido.
As luzes de
formação são obviamente desligadas. Um
problema é o vôo em formação durante a
noite. Os B-1 em vôo noturno usam
o radar apontado para o ala que voam mais a frente. As vezes ligam as
luzes por
alguns instantes para ficarem bem visíveis nos NVG e pelo menos
na volta para
casa.
O planejamento de missão também deve considerar as
nuvens, locais de
formação de trilhas de condensação, a
posição do sol no local do ataque para
cegar sensores IR e EO, a sombra em relação ao céu
e paisagem e, se possível, as
possíveis direções do reflexo do sol na cabine e
fuselagem.
Os caças atuais usam cobertura anti-reflexo nos canopi para
diminuir o reflexo
de luz, principalmente do sol. O F-117 voa em altitude média na
maior parte do
tempo para melhorar sua capacidade de furtividade e
aquisição de alvo. É nessa
altitude que o gelo e as nuvens causam mais problemas.
Para evitar as trilhas de condensação (contrail) é
necessário voar acima
da altitude de formação e é possível usar
material nos gases do motor para
quebrar as partículas de água em partículas finas
e diminuir ou eliminar o
contrail. Um dos produtos usados é o acido cloro fluor
sulfônico. O B-2 usa um
radar laser (LIDAR) chamado "Pilot Alert System" para detectar o
contrail mudar de altitude.
As trilhas de
condensação
fazem a aeronave ficar visível a centenas de km de
distância.
O reflexo do
sol no cockpit também é diminuído com cobertura
anti-reflexo. A aeronave está
com o PC ligado e com a assinatura IR comprometida.
A fumaça do motor é outra fonte que pode denunciar a
presença de uma aeronave.
O motor J-79 do F-4 produz muita fumaça e os pilotos americanos
no Vietnã tinham
que usar um motor com o pós-combustor ligado e outro
potência mínima para diminuir
a fumaça. Reduzir a fumaça é possível
aumentando a eficiência da câmera
de combustão.
O tamanho físico de uma aeronave também influencia
na assinatura visual. Em um dogfight, um caça menor leva vantagem pois um caça grande
como o F-15 pode ser
visível a 15 km e um pequeno como o F-5 a partir de 4km na parte
frontal. Na
Segunda Guerra Mundial, grandes formações de aeronaves podiam ser
visíveis a 80km de distância, mas não isoladamente.
O mesmo valia para
às defesas antiaéreas.
Diminuir o tamanho nem sempre é possível e tem
limitações. O B-2 tem uma silhueta
lateral do mesmo tamanho do F-15 por não usar superfícies
de controle verticais
e é considerado difícil de ser visto. Visto de baixo tem
o mesma área de um
Boeing 747.
Os
fotógrafos sempre procuram o melhor fundo que contraste com a
cor da aeronave.
Na guerra aérea os pilotos buscam sempre o contrário.O piloto de
caça
sempre busca deixar
um fundo que confunda a camuflagem da aeronave com a cor do fundo.
CAMUFLAGEM
ATIVA
É
possível
balancear a furtividade de uma aeronave com pintura e
restrição operacional,
mas até a melhor camuflagem só pode ser otimizada para um limitado
ambiente de
operação. A redução da assinatura visual em
várias condições pode precisar de
camuflagem ativa com mudança na refletividade da emissão
de luz.
Sensores eletro-óticos (EO) e IR estão se tornando sofisticados. O sensor do AIM-9R, já abandonado, tinha sensor de imagem que olhava para a assinatura visual da aeronave para rejeitar iscas. O F-35 irá operar em altitudes mais baixas que o B-2 e F-22A, o que torna candidato a ter uma camuflagem ativa, onde as cores mais claras aparecem mais escuras.
Os
sistemas de busca óticos e IR são bem comuns. Costumam ser
instalados nos sistemas
de defesa aérea de
baixa altitude e os SAMs de médio e longo alcance
russos também
usam para alvos próximos. Um B-2 foi rastreado visualmente por um sistema
Rapier/Jernas
durante um show aéreo. Voava baixo e era esperado. Depois passou
a voar sempre
acompanhado e não participam de show aéreos com sistemas SAM ou ficam sob
vigilância.
Uma técnica de camuflagem visual ativa é a contra
iluminação. Foi
testada em 1940 durante a Segunda Guerra Mundial quando a US Navy
lançou o
programa "Project Yehudi". Aeronaves de ataque e patrulha
TBM-3 e B-24 receberam luzes para iluminar as bordas de ataque, naceles
do
motor e na fuselagem frontal. A aeronave brilhava tanto quanto o
céu em alguns
pontos não iluminados pelo sol. Isto tornaria a aeronave mais
difícil de ser localizada
pelos submarinos, e poderia pagá-los ainda na
superfície ao atrasarem a
detecção, antes de submergirem. Os submarinos U-Boat
alemães geralmente
detectavam um ponto escuro no céu antes de serem detectados. O
objetivo era
reduzir o contraste entre a aeronave e o céu. A pesquisa mostrou
que a
resolução do olho a distância é de 0,5-0,6
metros e espaçaram as luzes nesta distância.
O projeto Yehudi foi considerado um sucesso, mas o radar
mostrou ser mais eficiênte.
Nos
combates aéreos
no Vietnã, os F-4 Phantoms eram mais fáceis de serem detectados
visualmente que os
pequenos MiG-17 e MiG-21.
Os F-4 podiam ser vistos a uma distância bem maior que os
caças russos. Assim
foi iniciado o programa Compass Ghost onde nove lâmpadas de alta
intensidade foram instaladas nas asas e fuselagem de um F-4 pintado com cores
azuis e
branca. Foi testado em 1973 diminuindo o alcance de
detecção em cerca de 30%.
O Have
Blue, que levou ao F-117, iria
usar o sistema de
contra-iluminação, com janelas de luzes conectadas por
fibra ótica a uma central
de luz. As aberturas de luzes eram instaladas nas laterais e
superfícies
inferiores do avião a uma distância de 60cm uma da outra. A longa distância
seriam vistas como uma
luz única. Haveria uma modulação por um detector
no lado oposto. O sensor
"leria" a intensidade da luz no fundo e ajustaria a iluminação para repeti-la.
Em conjunto
com um esquema de camuflagem graduado, tornaria a aeronave
difícil de ser
detectada de dia. O sistema nunca voou com o F-117 pois o demonstrador Have
Blue caiu e o F-117 acabou operando apenas durante a noite e com cor preta.
Os
trabalhas continuaram e, em 1980, a USAF testou uma pequena aeronave,
talvez não
pilotada, no projeto IMCRS (não se sabe o significado do
acrônimo). O
IMCRS foi camada pela DARPA de camuflagem ativa. A parte inferior da
superfície
teria lentes Fresnel para gerar luzes a frente a abaixo da aeronave, na
direção
da ameaça esperada. Teve tanto sucesso que foi classificado como
secreto.
O
projeto foi ressuscitado
para ser instalado nos caças F-15 e F-16 com um sistema mais simples.
As áreas de
sombra como a entrada de ar e em baixo das asas geram muito contraste e
um
sistema de contra iluminação tornaria mais difícil
detectar a aeronave. A
parte escura da entrada de ar do F-16 era a principal
característica que
denunciava a aeronave em um combate frontal. A RAF investigou o mesmo
princípio em blindados para diminuir a silhueta contra o céu e os deixarem
menos visível,
assim como diminuir o tamanho da sombra.
Telas
de
cristais líquidos poderiam ser usadas com camuflagem ativa, mas
poderia
aumentar a assinatura radar e IR. A camuflagem ativa não precisa
ser aplicada
em toda a aeronave para ser efetiva. Nenhum destes sistemas foi adotado
na década
de 1980 por serem complexos de instalar e projetar e o efeito
também era difícil
de predizer e testar.
No ano 2000, a USAF iniciou o projeto FISTA II (Flying Infrared Signature
Technology Aircraft) para medir a assinatura IR. Uma aeronave tanque com
sensores
IR e óticos muito sensíveis foi usada para medir a
assinatura de uma caça F-15
equipado com painéis fluorescentes como os painéis de
vôo em formação. A
aeronave praticamente desapareceu após decolar e era indetectável acima de 3-4km.
O sistema era bem simples e com efeitos impressionantes.
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