ASSINATURA SONORA
A assinatura sonora contribui para a detecção, mas o
alcance do som varia com a
freqüência e a altitude. A assinatura acústica dos
jatos pode ser diminuída ao
voarem a grande altitude e evitando altas velocidades. Deve-se evitar
voar
baixo ou a média altitude, mas pode ser muito tarde quando o inimigo ouve o som de uma
aeronave.
A principal fonte da assinatura sonora de uma aeronave é o motor. O turbofan é preferível aos turbojatos
que são bem mais
barulhentos. Quando uma aeronave taxia é possível ouvir o
grunhido do giro dos
fans e turbinas. Esconder o motor é um método de diminuir
o barulho. O barulho
do jato em vôo é formado pelo contado do ar quente em alta
velocidade com o ar
frio. O pós-combustor aumenta ainda mais o barulho e deve ser
evitado o seu
uso.
A fuselagem também tem som característico, mas o som do
motor predomina. Também
deve ser considerado que os sistemas de detecção
acústicos são raros e pouco
efetivos.
Para permanecerem furtivos,
as aeronaves tem que voar abaixo da velocidade supersônica para
não formarem a
explosão sônica que denuncia sua presença. O
ruído do jato é proporcional a
raiz quarta da velocidadeo. O F-22A apenas voaria em supercruzeiro após
ligar seus radares e se revelar de alguma outra forma como a
explosão dos alvos. A velocidade supersônica é
ótima para fugir de um ataque quando já
se perdeu todo o efeito surpresa e o inimigo está consciente da presença
de uma ameaça.
O vôo em supercruzeiro permite lutar nos seus termos, tendo a
iniciativa
do combate, aumenta o alcance dos mísseis, minimiza
a exposição aos mísseis SAM e
aumenta raio de combate sem ligar o pós-combustor. O caça inimigo
aumenta o consumo
para alcançar uma aeronave em supercruzeiro fugindo e fica sem
combustível em alguns minutos. O supercruzeiro
vai contra os
requerimentos de assinatura térmica (atrito cinético) e
sonora e tem que ter
seu uso controlado.
Assinatura acústica dos helicópteros
O som do rotor do helicóptero permite sua identificação com precisão e a mudança Doppler permite determinar a direção. Os sons de um helicóptero podem ser diminuídos ao se diminuir a velocidade das pás do rotor. Isto pode ser conseguido adicionando-se mais pás e voando mais lentamente, a menos de 180km/h, para evitar atingir velocidades muito altas nas pontas das pás. As pontas das pás podem ser tratadas com formato especial para evitar assobios (para cima e depois para baixo, e para frente e depois para trás). A situação em que o helicóptero fica mais silencioso é quando está pairando. Helicópteros com um grande número de pás não é de uso comum pois o projeto é difícil, custa mais caro e a manutenção é mais complexa. O aumento do número de pás permite o aumento da velocidade e da carga interna.
Os
motores, entradas de ar e escapamentos podem ser tratados com
abafadores de som. Um helicóptero tratado para diminuir a assinatura sonora
poderia ser
ouvida apenas a partir de 150-300m.
Um exemplo de
aeronave que tinha
requerimentos furtivos para a assinatura sonora foi o Lockheed YO-3A
Quiet
Star. O US Army usou um tipo bem diferente de furtividade no
Vietnã. O YO-3A
era uma aeronave de observação que usava abafadores de som para não ser
detectado durante suas buscas noturnas. Apesar de ter um poder superior e
completa
superioridade de armas, suas forças sempre tinham dificuldade de
localizar e
identificar grande ataques dos vietcongues. Os vietcongues sabiam que
não eram capazes
de vencer em uma guerra convencional e usavam táticas de
incursões, se
escondendo na selva depois do ataque. Os EUA usavam várias
aeronaves para
tentar localizar as formações dos vietcongues como os O-1
Bidr Dog, mas eram
fáceis de serem ouvidos se aproximando e dava tempo de se
esconderem. Após a
perda de várias aeronaves para fogo em terra, usaram aeronaves
mais rápidas,
mas aumentava ainda mais o alerta sonoro e a velocidade atrapalhava a
detecção de tropas em terra.
Os testes foram iniciados com um motoplanador de dois lugares Schweizer
2-32
com motor Continental O-200-A de 100hp e chamado de Quiet Thruster 2
(QT-2).
A proposta foi aceita e a DARPA financiou o desenvolvimento. O QT-2
estava
equipado com abafadores de som para silenciar o motor e uma
hélice quadripá grande
com redução de 3/1 na velocidade. Foi testado com
sucesso. Dois QT-2 foram
testado no Vietnã durante a Operação Prize Crew em
1969. Operou durante a
ofensiva do Tet a noite com sucesso. A versão de
produção final foi chamado de
YO-3A. O piloto ficava no assento de trás e o observado na
frente. Operava com
óculos e torreta com sensores de visão noturna. O peso
final era o dobro do QT-2
e foi instalado um motor Continental IO-360D de 210hp com seis cilindros e
hélice tripá de velocidade constante. A velocidade de cruzeiro era de
cerca de 200km/h
e a velocidade silencioso de 120 km/h. Foram construídos 14
aeronaves que
voaram 1.164 missões noturnas sem perdas. Recebeu alguns tiros de
retorno sem
ser atingidos. Foram retirados de operação no Vietnam em
1972.
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Atualizado em 19 de Outubro de 2005
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