Terceira Geração
Depois dos programas Have Blue e Tacit
Blue da década de 1970, se
seguiram os
programas furtivos de terceira geração como o caça
tático ATF, o bombardeiro
estratégico ATB e o míssil cruise ACM da década de
1980. Houve outros programas
de mísseis furtivos como o Have Dash II e TSSAM e a aeronave de
ataque ATA da
US Navy.
Programa ATB
A estratégia atrás do B-1A era penetrar as defesas a baixa altitude até a URSS conseguir desenvolver meios apropriados para interceptá-lo. A frota de 240 B-1A atacaria alvos com bombas nucleares de queda livre e com mísseis SRAM com ogiva nuclear para supressão de defesas. Em 1977, o presidente Jimmy Carter não aceitou a produção do B-1 por considerar muito vulnerável as defesas aéreas modernas, preferindo investir nos estudos de bombardeiros furtivos no míssil cruise ALCM.
O estudo Saber Penetrador de meios de
penetração de longo alcance
concluiu que o B-52 lançaria mísseis cruise a longa
distância e seria
necessário uma aeronave de penetração. Uma
razão para cancelar o B-1A em 1979 era sobrar recursos
para desenvolver mísseis cruise, mas não foi dito que era
também para
desenvolver o ATB.
A
USAF queria uma aeronave bem maior que o F-117 para atacar alvos
estratégicos
bem dentro do território soviético, atingindo
vários alvos com precisão de
poucos metros e voltar sem ser detectado em nenhuma fase. Além
disso, deveria
ser capaz de se comunicar e navegar sem ser detectado. Deveria ser
capaz de
encontrar e atacar alvos móveis, e deveria ser recarregado para
um segundo ataque.
Seria resistente a radiação e levaria aviônicos
defensivos e ofensivos.
Em 1981, o Congresso Americano autorizou um programa para um novo
bombardeiro
para entrar em serviço em 1987. O
pedido de propostas
(RFP) foi lançado em setembro de 1980. A Lockheed se
juntou a Rockwell e
a Northrop se juntou com a com a Boeing e a LVT.
A Northrop iniciou estudos com asas voadoras na década de 1940 com
o N-1M, XB-35 e
XB-49. Na época não era uma boa opção por
ser difícil de pilotar. A tecnologia de computador permitia deixar uma aeronave voar facilmente. A
Boeing
estudou bombardeiro tipo asa no fim da década de 1970. A Lockheed
também concluiu
que uma asa voadora era a melhor configuração com uma
proposta menor que a da
Northrop, mas poderia ser mais barato contra o maior alcance.
Em 1980, a Northrop já tinha recebido
um contrato para
o Advanced Strategic Penetration Aircraft (ASPA) caso o Have Blue da
Lockheed
não tivesse sucesso. O ASPA seria uma aeronave maior e que
passou a competir no
ATB como Senior Ice. A Northrop mostrou duas propostas, uma
variante
facetada de maior tamanho baseada na proposta do Have Blue e uma asa
voadora.
A proposta da Lockheed era o
Senior
Peg que teria uma carga de 4.500kg e desempenho similar ao
F-111. A
proposta da Northrop foi escolhida em outubro de 1981 por ter maior
carga X
raio e que resultaria em menos saídas. A proposta da Lockheed tinha um RCS
bem menor
e esperava ganhar devido ao baixo preço.
A proposta da
Lockheed chamada de
Senior Peg era baseada no F-117 com dois tripulantes e quatro
motores e
dimensões parecidas com o F-111.
Evolução
do projeto ATB antes de chegar na configuração do B-2.
O contrato inicial do B-2 era de US$ 7,3 bilhões e o programa
passou a se
chamar Senior CJ. No inicio o desempenho e capacidade era parecida com
o Tu-26
backfire soviético ou um alcance de 5 mil milhas a Mach 0.8,
peso máximo de 127
toneladas e carga de 4.500kg. O requerimento foi aumentando progressivamente
até chegar
a capacidade do B-1. Em 1984, o peso máximo era de 181 mil toneladas e
carga de 18
toneladas.
O programa duraria até 12 anos e o bombardeiro B-1B acabou sendo comprado até
o B-2 entrar em
operação em 1986. O ATB
substituiria o B-1B como
penetrador, e depois o B-1B substituiria o B-52 como lançador de
mísseis
cruise. Atrasos no projeto e produção ainda poderia levar a
encomenda do B-1C.
A URSS
passou a
desenvolver radares com capacidade de ver e atacar alvos voando baixo
para
equipar seus caças Su-27, MiG-29 e MiG-31 projetados na
década de 1980, apoiados
por aviões radares A-50 e radares além do horizonte
(OTH), além de uma rede de
mísseis SA-10, SA-11 e SA-12. O SAC teria 150 B-52G, 100 B-52H e
cerca de 100
B-1B contra estas ameaças e seriam facilmente detectadas e
derrubados por caças
na década de 1990. A resposta poderia
ser
versões mais avançadas e mais numerosos, ou uma aeronave
mais avançada.
O
ATB equipado com mísseis anti-radar e armas de longo alcance
poderia abrir um
corredor para os B-1 e B-52 e também atacaria os alvos mais bem defendidos. O uso
tático seria
ataques surpresa como o ataque contra a Líbia em 1986 que seria feito a
partir dos EUA ou a minagem
de região costeira apoiando
a US Navy como no caso do porto de Haiphong.
O B-2 foi revelado ao público em novembro de 1988.
Inicialmente era
planejado a compra de uma frota de 132 aeronaves B-2. Com o fim a URSS,
o B-2
ficou sem inimigos. Em 1991, este número foi reduzido para 75 e logo
depois para 16.
Em 1992, foi adicionado mais quatro encomendas para formar dois esquadrões
de 10 aeronaves.
A entrada em
serviço foi adiada para 1997. O programa todo custou US$ 44,4
bilhões ou US$
2,2 bilhões por aeronave.
Em
1995, foi
feito um estudo para compra de mais 20 B-2 junto com a retirada de toda
frota
de B-52 ou B-1B, ou a diminuição do NAes ou caças
táticos. O custo seria de US$
11,4 bilhões ou US$ 570 milhões cada e mais US$ 2
bilhões de apoio.
Em
2001, foi
estudado novamente a produção de 40 B-2C (convencional)
para suplementar os B-2A
a um custo entre US$ 29 a 45 bilhões. Cada aeronave seria capaz de
atacar 30-60
alvos em uma missão. Seria comprado seis B-2C por ano ao custo de 10% do
que se gastava
com a compra de caças. No início de 1990,
a Northrop propôs a versão RB-2A
de reconhecimento e a versão de reconhecimento eletrônico
EB-2A. As duas versões
não foram desenvolvidas.
O B-2
é a
aeronave mais cara já construída. Na época do
projeto, cada B-2 custava o
mesmo que 100
caças F-16. O custo
inicial do programa
era de US$ 70 bilhões que daria para comprar, na época,
1.500 F-15 ou 2.500
F-16.
Cada aeronave tem uma vida útil de 40 mil horas e custa US$8.300 por hora,
voando ou não. Em 1999, cada saída do B-2 até Kosovo
custava US$ 442 mil. O B-2
gasta
53 homens hora / hora de vôo com uma prontidão
média de 33% contra uma média de
60% da USAF. O atrito foi calculado pelas perdas do B-52 e seria uma
aeronave a cada
dez anos. Em 2027, seriam duas perdas ficando com uma frota de 19 B-2A.
O B-2 pode ser considerado barato de operar se considerar que não tem que mover toda a logística para outro lugar ou não precisa de toda uma frota como um GT da US Navy para atacar um alvo, além de demorar alguns dias até chegar ao local. Não está em risco ao se aproximar do inimigo como no caso do GT e nem precisar de apoio de outros países para realizar uma missão como ocorreu em 1986 contra a Líbia.
Um
estudou da
Northrop mostrou que 32 B-2A ou 240 F-117 poderia substituir 785
aeronaves de
ataque e 478 aeronaves de escoltas nos primeiros dias da Guerra Golfo em 1991
usando a combinação de furtividade e armas guiadas.
Segundo a
Lockheed, o B-2
tem
capacidade de sobrevivência maior que o F-117 por ter mais recursos como
um sistema de guerra eletrônica, mas ainda perde para o SR-71. A assinatura é menor que a do F-117, cobre mais
aspectos e maior
banda de radar. O B-2 não parou de operar na Sérvia após a
derrubada do F-117.
Ao contrário do F-117, que tem
superfícies facetadas, o B-2 tem superfícies
suaves, coberta com RAM, e com técnicas de alinhamento de
superfície
concentradas em seis direções. O resultado foi uma forma
de asa de morcego. Os
painéis de acesso são cobertos com RAM magnético
que pesa um total de 1.600kg e
leva 10 horas para ser aplicado. A tripulação do B-2 é
de apenas um piloto e um
co-piloto contra quatro do B-1B e seis do B-52. Os tripulantes tem um
sensor de
piscar na máscara que avisa se está dormindo. O teto
é de 15 mil metros pois acima precisa usar roupa
pressurizada.
Próxima parte: F-22A e F-35
2006
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