O que é conhecido hoje como F-35
Joint Strike Fighter teve sua origem em vários
programas do fim da década de 1980 e inicio da década de
1990. Vários programas de
aquisição de caças foram iniciados para equipar as
forças armadas americanas e
seus aliados. O JSF foi o primeiro projeto furtivo que não foi
lançado como
secreto.
O JSF é a evolução de vários programas anteriores. O primeiro deles foi o ASTOVL. O programa Advanced Short Take-Off/Vertical Landing (ASTOVL) da DARPA foi realizado entre 1983-1994 para estudar tecnologias para um substituto supersônico do AV-8 Harrier. O Reino Unido se uniu ao programa em 1987.
Conceito do ASTOVL da Lockheed.
Conceito do ASTOVL da BAe Systems.
Entre
1987 e 1994, a Lockheed iniciou o programa STOVL Strike Fighter (SSF) para
estudar
tecnologias de caças supersônico de decolagem curta e pouso
vertical (STOVL) com tecnologia furtiva. O projeto foi realizado em conjunto com
a NASA. Os testes mostraram a viabilidade do SSF.
Entre
1993 e 1994, o programa Common Affordable Lightweight Fighter (CALF)
uniu os
programas ASTOVL e SSF por terem os mesmsos objetivos da USAF e USMC. O
programa
foi gerenciado pela DARPA. O programa CALF logo passou a se chamar Joint Attack Fighter (JAF).
Entre
1990 a 1993, a USAF iniciou o programa Multi-Role Fighter (MRF) para
projetar um
substituto de baixo custo do F-16. Teria tamanho similar ao F-16 e
deveria ser
barato (US$ 35-50 milhões). O pedido de
informações foi laçado em 1992
e o programa deveria começar
em 1994. O MRF substituiria o F-16 e talvez os A-10 e os F/A-18C/D da US Navy.
O fim da Guerra Fria fez a necessidade do MRF diminuir com o F-16 ainda potendo ser usado contra ameaças menos intensas e poderia ser modernizado. As horas de vôo disponível da frota de F-16 acabariam diminuindo e com isto o programa MRF foi paralisado em agosto de 1992. O orçamento da USAF passou a se concentrar no programa F-22. A produção do F-16 Block 50 continuou e a entrada em operação do MRF foi atrasada para 2015. Logo depois o programa foi cancelado.
Conceitos do MRF.
O
Advanced Tactical Aircraft (ATA) era um programa da US Navy iniciado em
1983
para uma aeronave de longo alcance furtiva para substituir os A-6
Intruder. O
ATA seria chamado de Avenger II. A McDonnell Douglas e General Dynamics foram
selecionadas em 1988 para
produzir a aeronave que seria uma asa voadora. O programa foi
cancelado em
1991 por problemas técnicos e de orçamento.
O Naval Advanced Tactical Fighter (NATF) era uma proposta de uma versão navalizada do ATF (F-22) para substituir o F-14 enquanto a USAF poderia usar uma versão do ATA para substituir o F-111. O NATF foi cancelado antes do programa ATF iniciar pois a US Navy pretendia manter a frota de F-14 até 2015 com vários programas de modernizações.
Conceito do NATF da Lockheed.
Em 1991, com o cancelamento do ATA e NATF, a US Navy iniciou estudos de um novo substituto do A-6 junto com programas de modernização das frotas de A-6, F-14 e F-18. O novo programa se chamaria Advanced-Attack (A-X) que seria uma aeronave bimotora de longo alcance, de dois lugares, com tecnologia furtiva e com capacidade multimissão, mas priorizando a arena ar-superfície. A USAF se interessou no programa para substituir os F-111 e depois os F-15E e F-117A. A aeronave tinha os mesmos requerimentos de carga X alcance do ATA e deveria ser mais barata custando US$ 150 milhões contra US$165 milhões. A entrada em operação era prevista para 2000-2004.
As empresas
Grumman/Lockheed/Boeing, Lockheed/Boeing/General Dynamics, McDonnell
Douglas/Vought, Rockwell/Lockheed e General Dynamics/McDonnell
Douglas/Northrop
formaram times e receberam um contrato de US$20 milhões cada em
1991 para iniciar
o programa
A seleção para a parte de
demonstração e validação era esperada para
1992 com a parte de desenvolvimento
de engenharia iniciado em 1996. Em 1992, o Congresso propôs que a
parte de DEM/VAL incluísse a construção de
protótipos o que aumentou o tempo da fase de
dois para cinco anos. Com o fim do programa NATF em 1991, a capacidade
ar-ar foi
adicionada ao A-X com o programa mudando para Advanced Attack/Fighter
(A/F-X).
A entrada em serviço do A/F-X foi atrasada de 2006 para 2008. Em setembro de 1993, o programa foi cancelado ainda no estágio de conceito junto com o MRF. A US Navy passou a se concentrar no F/A-18E/F como sua nova aeronave de caça e ataque de baixo risco.
Conceito do A/FX da Lockheed, Boeing e Grumman.
Conceito do A/FX da Lockheed e Rockwell.
Conceito do A/FX da McDonnel Douglas e
General Dynamics. A equipe da General Dynamics/McDonnell Douglas alterou a proposta do A-12.
Conceitos do A/FX derivado do NATF/F-22. A equipe da Grumman/Boeing/Lockheed proporam um F-22 de menor tamanho enquanto a Boeing/General Dynamics/Lockheed propuseram
uma variante do F-22.
Evolução
do A/FX a partir do F-22.
Em 1993, com o cancelamento
dos programas A/FX e MRF, o Pentágono iniciou o projeto Joint
Advanced Strike
Technologies (JAST) para preencher estes requerimentos e recebeu os
orçamentos destes projetos. Logo depois o programa CALF se uniu ao JAST. O
objetivo
principal era criar os requerimentos e projetar um caça
de menor custos.
O conceito JAST não apareceu
do consenso de fazer uma aeronave única, mas três
aeronaves diferentes baseadas
em uma tecnologia comum. A USAF queria uma aeronave de ataque furtiva e
baixo
custo. A US Navy queria uma aeronave similar embarcada com asas
maiores. O USMC
e a Royal Navy queriam uma aeronave STOVL para substituir o Harrier.
O desempenho não era um
requerimento importante, mas era desejável. Os requisitos eram
comparáveis ao
F-16 e F/A-18 na configuração de ataque. A velocidade
máxima especificada foi
de Mach 1.5. A capacidade ar-ar era secundária com mísseis ar-ar para autodefesa e
para
defesa de frota. A resposta foi uma configuração base
para a USAF e duas mais
caras para a US Navy e a versão STOVL. A aeronave teria capacidade furtiva com
poucas
armas para os primeiros dias de um conflito. Depois da
destruição das defesas
aéreas iria voar com armas e combustível externo.
Com
o fim da Guerra Fria, a ameaça passou a ser cenários de
menor intensidade que um
conflito leste-oeste na Europa Central como conflitos nos
Bálcãs, Iraque, Golfo
Pérsico, e sem ameaça direta aos EUA continental. Foram
estes requerimentos de
pouco alcance, autonomia e desempenho que determinaram as
características do JAST.
O pedido de propostas foi lançado
em março de 1996. Responderam a Boeing, Lockheed e McDonnel
Douglas. Logo
depois o programa JAST mudou de nome para Joint Strike Fighter (JSF)
para
indicar que estavam trabalhando em uma aeronave que voaria. Ainda em
1996, a
Boeing e Lockheed-Martin foram selecionadas para produzir
os protótipos para
a fase de demonstração e desenvolvimento. A aeronave da
Boeing foi chamada de
X-32 e o da Lockheed-Martin de X-35. Cada concorrente recebeu US$ 660
milhões.
A propostas da
McDonnel Douglas tinha motor de
sustentação separado na versão STOVL. A
versão convencional tinha combustível
no lugar do motor auxiliar. A equipe liderada pela McDonnell Douglas
incluía a
Northrop Grumman e a British Aerospace (BAe). Não foi escolhido
para passar a
fase posterior.
A Boeing não
projetava caças desde o P-26 Peashooter da década de 1930.
Por isto deve ter escolhido uma configuração
diferente em delta e entrada
de ar frontal para o X-32. A aeronave teria vetoramento de empuxo
desviado do
motor para as laterais na versão de decolagem vertical. A asa
curta não
precisaria ser dobrada na versão embarcada. O X-32A voou em
setembro de 2000 e
o X-35B STOVL em março de 2001.
Evolução da configuração do X-32 da Boeing.
Em 1998, a
Boeing fez uma revisão no projeto e
mudou a configuração no projeto adicionando uma cauda
convencional. O X-32
ainda voaria com a configuração inicial.
O
X-35 da Lockheed-Martin tem configuração mais
convencional lembrando um F-22 monomotor. O
X-35 tinha forma conservadora, baseado nos modelos do estudo ASTOVL da
DARPA. O
ASTOVL era equipado com canard ,mas teria que ser muito grande para
manter o
controle de cabeceio na versão naval e teria dificuldade ao
levar cargas
externas. A configuração foi mudada para cauda
convencional. A versão STOVL
teria um motor de sustentação adicional. O X-35A voou em
outubro 2000.
Próxima
parte: F-35 Joint Strike Fighter
2006
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