Global Long Range Strike
Em 2005, a USAF iniciou uma
análise de alternativas para
uma aeronave de
ataque de longo alcance. O
novo
bombardeiro americano
B-X deveria entrar em operação em 2037 (virou o B-21), mas a USAF quer
colocar em operações
algumas capacidades bem antes. A Boeing, Lockheed-Martin e
Northrop-Grumman participaram do projeto B-X, ou bombardeiro regional, que
deveria ser
iniciado em 2008 e terminar em 2018 (demonstração). Um
dos requerimentos era
realizar apoio aéreo aproximado dentro do território
inimigo em cenários de
alta ameaça apoiando forças especiais. Os B-52
estão realizando está missão no
Afeganistão, mas sem oposição.
A força atual de bombardeiros americanos é formada pelo
B-52H, B-1B e B-2A. O
B-52H foi projetado especificamente para lançar o míssil
balístico Douglas
GAM-87 Skybolt e agora faz o mesmo com o AGM-86 CALCM. É uma
aeronave não
penetrante e ataca com armas stand-off. Em 1999, disparou o
míssil AGM-142 no
conflito de Kosovo. A frota de B-52 deve voar ate 2044 enquanto o B-2
pode ser
retirado de ação até bem antes se houver muitas
quedas e sobrar uma frota
pequena.
O B-1B tem capacidade
intermediária entre o
B-2 e o B-52, sem ter o alcance e carga do B-52 e nem a capacidade de
sobrevivência do B-2. Faz penetração a baixa
altitude em cenários de média intensidade e pode ser integrado em um pacote de ataque facilmente. O B-1B se
tornou
operacional em 1987 e deve voar até 2025 quando será substituído pelo
B-21 Raider. O B-1 vai ser retirado de
serviço antes do
B-52 que deve ser retirado em 2040 por ter vida útil de 30 mil
horas contra 10
mil do B-1B. Em 2003, a frota recebeu adaptações para levar 24
bombas guiadas JDAM e
deverá receber a JSOW e JSSAM.
A razão de bombardeiros da
USAF em relação
aos caças era de 4:1 na década de 1950, passou para 6:1 na
década de 1970, chegou a 10:1 na década de 1990
e deve chegar a 14:1 no futuro. Os bombardeiros sempre tiveram baixa
prioridade
na USAF e piorou com o fim do SAC e a ameaça Soviética.
Os planos de 1999 da USAF não planejava a substituição dos bombardeiros antes de 2037, mas deve ser iniciado em 2018 devido a capacidade da frota atual ou pelo menos com a introdução de certa capacidades limitadas ou provisórias.
Os estudos de um futuro bombardeiro foi iniciada em 2002. Poderia ser
um FB-22,
uma aeronave supersônica Mach 3 ou reabrir a
produção do B-2C com 40 novas
aeronaves e espaço para três tripulantes. Em 2003, havia
proposta de aeronaves Mach 2-4 da Lockheed-Martin.
O
Programa Quiet Supersonic Platform (QSP) da DARPA planejava desenvolver
um
bombardeiro supersônico de longo alcance com grande carga e
eficiência. O
objetivo de desempenho era atingir uma velocidade de Mach 2.4,
carga de armas de
9 toneladas e alcance de 11.100km com um peso máximo de
decolagem de 45 toneladas.
Comparado com o B-2 e B-52, o QSP será três vezes mais
rápido, com alcance
semelhante e com metade da carga, mas com 1/4 do peso máximo. A
aeronave deverá
cruzar supersônico sem estrondo sônico perceptível
no solo. O objetivo é evitar
problemas com países amigos ou neutros sobrevoados durante a
rota. Outra
vantagem é o tempo de reação. Para cruzar 13 mil
km será necessário quatro
horas contra quinze horas voando subsônico. A capacidade de
sobrevivência é aumentada
pela combinação de velocidade, altitude e furtividade
para operar de dia contra
as piores defesas como o caça F-22. Isto elimina a ameaça
de mísseis SAM e
caças em busca visual. Também diminui o alcance dos
mísseis SAM e ar-ar. Um
ataque por trás é praticamente impossível.
É possível até deixar de ser furtivo
para diminuir os custos. A velocidade também aumenta a energia das
armas que podem
ser lançadas de logo alcance e aumentar a capacidade de
sobrevivência. A foto é
da proposta da Northrop Grumman.
O QSP da Lockheed
Martin voa entre Mach 2 a Mach 4
com dois tripulantes. A carga varia entre 7 e 18 toneladas com raio de
combate
de 4.827km sem reabastecimento em vôo.
Em 2004, o Pentágono lançou um pedido de
informações para o programa Global Long
Range Strike para uma aeronave ofensiva de longo alcance. A capacidade
de
destruição rápida das defesas inimigas permitiu
que a força de bombardeiros da
USAF, incluindo os B-52, voem a grande altitude e ataquem alvos com
bombas
guiadas JDAM com total impunidade. Defesas mais sofisticadas não
devem permitir
isto no futuro.
O próximo passo é atacar armas anti-acesso com
mísseis SAM. Depois são atacados
pequenos alvos. Com a superioridade aérea conquistada, a
persistência passa a
ter papel mais importante com aeronaves orbitando sobre
possíveis alvos e
tropas amigas.
A resposta da Lockheed foi o conceito do FB-22, um C-130J Arsenal Ship lançador de mísseis cruise, uma variante bombardeiro do
programa BMACK, o
SLV/CAV hipersônico, o conceito Long Range Strike UCAV e um
bombardeiro
projetado do zero. Os dois primeiros são considerados os mais
viáveis.
O projeto BMACK tem a versão MX para substituir o MC-130, o A-X
para substituir
o AC-130, o CX de transporte tático, o KX de reabastecimento em
vôo e o BX de
bombardeiro. É uma aeronave subsônica de projeto modular
projetada para voar em
cenário de grande ameaça.
O C-130 arsenal (AC-130J) seria um bombardeiro não penetrante,
voando fora do
território inimigo, e levaria oito mísseis cruise AGM-86
ou 12 mísseis JASSM.
Outra opção seria uma arma de energia direta como um raio
laser.
A resposta da Boeing foi um UCAV de longo alcance; um ICBM convencional
Prompt
Global Strike Missile; um míssil cruise de longo alcance; um
bombardeiro
estratégico de próxima geração; o B-1R
Regional (remotorizado); uma aeronave
arsenal tipo blended wing; um blimp com espelho para refletir laser; e
um
Boeing 767 com cauda em V e motor traseiro com entrada de ar acima da
fuselagem.
A Boeing já trabalha no X-45 e poderia aumentar o peso
máximo para 16 toneladas
para a versão X-45D. O tamanho pode chegar ao do B-2. O Prompt Global Strike usaria
mísseis balísticos descomissionados como os 50 ICBM
Peacekeeper
descomissionados em 2005. O Blended Wing levaria 96-265
mísseis cruise dependendo do tamanho. O B-1R (R de Regional) seria propulsado pela
turbina
F-119 do F-22A. O alcance e carga iria melhorar e poderá voltar
a voar a Mach 2
com raio operacional de 4.800km. A aeronave receberia novo casulo FLIR, além da
capacidade de atuar em rede, engajamento ar-ar com mísseis
AMRAAM, radar de
varredura eletrônica, melhores sistemas de auto-defesas e novas
tecnologias
furtivas.
Propostas do B-1R e Blended
Wing Body da Boeing.
A Northrop oferece uma
modernização do
B-2A para o B-2B Global Strike Capabilities Initiative (GSCI), um B-2
não
pilotado com metade do tamanho, um FB-23 baseado no protótipo do
ATF YF-23,
vários projetos baseados
em UAVs atuais chamados de Unmanned Regional Attack como o X-47B,
vários
projetos de mísseis cruise e um ICBM convencional.
O B-2 UAV teria metade da carga (9 toneladas) e raio de
ação de 4 mil km
ao invés de 6 mil km; dois motores e um compartimento de bombas.
O custo inclui
planos para construir 50,100 ou 200 aeronaves. É o B-2 que
permite que a USAF
combata além de 500 milhas da frente de batalha em
cenário grande intensidade
ultimamente de forma persistente. O B-2 tinha que ser grande pois teria
que
penetrar pelo menos 1.800km na URSS em espaço aéreo
protegido com uma grande carga.
Agora com as novas ameaças e com armas guiadas miniaturizadas
pode ser um
bombardeiro menor.
O FB-23 é um YF-23 com fuselagem mais longa, capacidade de
supercruzeiro de
Mach 1.6, alcance de 2.500 milhas com 4.500kg de armas. Seria chamado
de
Rapid
Theater Attack System (RTAS). O
ICBM é
considerado inadequado para persistência (conflito longo), mas ideal para alvos bem
enterrados
no solo.
O FB-23 teria entrada
de ar semi-circular e motor
General Electric YF120. A fuselagem é mais larga e com
capacidade de dois tripulantes.
FB-22
Em 2002, a USAF
iniciou estudos de um bombardeiro regional e a Lockheed logo
respondeu
com uma versão do F-22A chamado FB-22. É uma das
propostas para complementar a
força de bombardeiros de longo alcance até a entrada de
um modelo definitivo que
substituíra todos os modelos atuais. A USAF planejava um novo
bombardeiro para
depois de 2030, mas a data foi considerada muito longa para esperar
novas
capacidades como bombardeiro orbital ou hipersônico.
Os
requerimentos incluem experiências no Afeganistão e Iraque
como apoio aéreo
aproximado de longo alcance e longa duração atrás
das linhas inimigas. A
aeronave deve ter longo alcance, furtividade, capacidade de
lançar munição
guiada e capacidade de autodefesa contra caças. Também
deve ser um dos nós de
um sistema de inteligência, vigilância e reconhecimento e
poderá incluir
conceitos de sistemas de sistemas junto com mísseis cruise,
UCAVs, alem dos
caças F-22A e F-35. O FB-22 deve ser capaz de atacar e destruir
até 99% dos
alvos nos cenários estudados.
A Lockheed propôs seis versões diferentes do FB-22, cada
uma para um conjunto de
alvos e requerimentos. Uma versão é um F-22A com poucas
modificações chamado
FB-22-2 que teria um aumento da fuselagem e faria o peso aumentar em
25-30%. O
FB-22-3 e -4 teriam asa maior e fuselagem dianteira estendida para dois
pilotos. Ao invés de aumentar a fuselagem é
possível colocar uma asa maior com
combustível interno e 2-4 cabides adicionais. A asa estudada
é três vezes maior
que a do F-22A. A aeronave teria um raio de 1.800 milhas ou o triplo do
F-22A. O
alcance desejado é de 2.500 milhas, mas muito difícil de
conseguir e só seria
possível com o B-2.
Manter a
furtividade do F-22A vai ser um problemas pois as asas terão
nova geometria.
O FB-22 deverá
levar cargas externamente e ainda manter a furtividade. Terá um
compartimento
de bombas tipo casulo nas asas que lembra um casulo facetado. A forma
exata é
secreta e os mostrados não são o modelo real.
Provavelmente terá alinhamento de
superfície com a fuselagem. Também poderá ter
cabides furtivos para levar
mísseis. O FB-22 está mudando o conceito de que as
aeronaves furtivas só podem
levar armas internamente.
O FB-22 levaria 32 mini-bombas SDB
contra 8 do F-22A. As SBD seriam levadas até no
paiol do Sidewinder. O F-22A só leva bombas
de até 454kg, enquanto o FB-22 devera ser capaz de levar armas
anti-casamatas
de 2.300kg. Uma carga pesada seria duas bombas de 900kg nos
compartimentos da
fuselagem e duas em fila nos compartimentos de cada asa (6 no total). A
aeronave teria sensores IR e EO para aquisição de alvos e
guiamento terminal de
armas. Para
autodefesa, levaria pelo menos dois mísseis AMRAAM e deve ser
capaz de puxar
seis G´s. O canhão seria retirado. A
carga normal seria de até 7 toneladas e sem usar a furtividade
poderia chegar a
13 toneladas.
A conversão é
considerada barata pois um projeto
todo novo custariam US$40 bilhões e o custo unitário pode
chegar ao dobro do
F-22A para equipar duas alas com 150 aeronaves. Os
sensores já estão todos prontos como o radar, datalinks e
sistemas de guerra
eletrônicos já usados no F-22A e F-35. O uso do mesmo
motor do Raptor pode
economizar US$10 bilhões em 20 anos em logística. Para
diminuir custos não
teria TVC e a turbina F-119 não daria capacidade de
supercruzeiro. O F-22A e
FB-22 teriam 85% das
peças em comum. O
ideal seria iniciar a
produção pode começar em 2011 ou dois anos
após terminada a produção do F-22A.
A USAF está
interessada eu uma aeronave biposto que ajudaria em missões de
15 horas ou mais
ou com um tripulante extra para auxiliar na aquisição de
alvos. Um versão
biposto do F-22A já era planejada no inicio do programa e
não será necessário
modificar a fuselagem.
Versão do
FB-22 com asa delta maior equipada com um lançador externo em
cada asa
capaz de levar
2.270kg e cabide para mísseis cruise. A fuselagem frontal tem um
segundo
tripulante. O motor F-119 terá 10% a mais de potência. O
compartimento de armas
da fuselagem terá porta maior para levar cargas maiores.
O conceito do FB-22
está mudando com o tempo e deve ser mais furtivo que o F-22A e
B-2.
Uma maquete de um
projeto de bombardeiro furtivo da Lockheed.
O B-21 Raider será o novo bombardeiro da USAF. Em 2012, os planos eram comprar entre 80-100 aeronaves para substituir os B-1 e B-2. A aeronave levará mísseis ar-ar para auto-defesa. A USAF estima que uma guerra atual contra a Rússia duraria seis meses e precisaria de 260 aeronaves B-21 incluindo baixas.
A US Navy já estuda um substituto do F-A/18 com o projeto FA-XX. A prioridade é a arena ar-ar com o F-35C já disponível para as missões de ataque.
A USAF estuda o PCA (Penetrating Counter Air) para substituir os F-22. A imagem é da proposta da Boeing.
Proposta da Lockheed para o PCA.
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