O CADPAT (Canadian Disruptive Pattern)
teve sua
pesquisa e desenvolvimento iniciada em 1995, foi testado a partir
de1997 e
introduzido em serviço em 2001. Os estudos da OTAN o considerado
o melhor
padrão de camuflagem para clima temperado e tropical. Foi
demonstrado que podia
reduz em 40% a possibilidade de detecção visual a uma
distância de 200 metros.
Os intensificadores de imagem
se baseiam na
técnica de pegar a luz natural, da lua ou estrelas, que ao
atingir um catodo no óculos é convertido em energia
elétrica. A
energia elétrica é multiplicada ao
atingir uma placa. A energia amplificada atinge uma tela de
fósforo (como uma
tela de TV) onde a imagem é focada e pode ser vista
pelo olho humano. O alcance
chega a 800m com lua cheia nos modelos de OVN de última
geração (terceira geração) contra 200m sem
OVN. A camuflagem do combatente deve
dar proteção contra os OVN e deve se basear em cores que
refletem a luz residual
(luar e
estrelas principalmente) na mesma intensidade que o fundo. Como mostra
a foto, o reflexo das cores variam de acordo com o material e cor. Luvas, bandoleira, cintos, cotoveleiras e
joelheiras,
capacete, mochila e arma podem ser facilmente notados se não
tiverem preparo adequado.
A lona molhada, iluminada por
luz IR no
NVG fica muito escura. As cores escuras são ruins para conter os
OVN pois não
refletem a luz e dão contraste escuro. As camuflagens escuras no
rosto e armas
escuras aparecem facilmente. Até a sombra pode denunciar a
presença. A
camuflagem noturna deve ser a mesma da camuflagem diurna, com a
vantagem de
não precisar trocar e
nem levar kit adicional. Uma
tropa avançando a noite com rosto com camuflagem escuro
pode ser detectada como pontos escuros se movendo na mata. O campo de batalha atual já
está sentindo a presença
da ameaça dos óculos de visão noturna. Soldados
americanos no Afeganistão estão
enfrentando insurgentes equipados com modelos de OVN semelhantes.
O ACU (Advanced
Combat
Uniform) do US Army, mais recente, é uma evolução
do MARPAT dos
Marines,
sendo uma as principais diferenças a camuflagem, que usa apenas
três cores
(areia, verde e cinza) de modo a produzir um uniforme “universal” para
uso em
ambientes de mata, deserto ou urbano, sendo esta a única
versão a ser
produzida. Evitou-se o preto devido ao contraste que este apresenta
para os
intensificadores de imagem, e por não ser uma cor comum na
natureza.
Outra diferença, quanto ao aspecto prático, foi a substituição dos botões de fecho da blusa por uma combinação de zíper e velcro, pelos mesmos motivos expostos no caso do MARPAT dos Marines, que não atentaram para este detalhe. Os bolsos do peito são ainda mais inclinados e os dos ombros ainda maiores, devido ao “feedback” da tropa. Os bolsos internos para cotoveleiras e joelheiras também estão presentes. A gola foi reduzida, tendo sido adotado um modelo mandarim, para não interferir ou ser desconfortável na interação com o colete balístico, ao mesmo tempo em que protege melhor a região do pescoço em matas fechadas. A distribuição à tropa começa em 2005, tendo sido oficialmente adotado em 2004.
Uniforme ACU do US Army junto
com a nova bota de combate.
Os americanos,
britânicos
e canadenses observaram que bota de combate de couro e náilon
era a
parte do uniforme que mais dava contraste sob iluminação
infravermelha ou com
uso de intensificadores de imagem (NVG). Os canadenses passaram a
utilizar a
camuflagem CADPAT em toda a bota. Os americanos adotaram uma bota de
cor neutra
que servisse tanto para o deserto e para a selva de cor
marrom-esverdeado, por
ser uma cor muito mais natural que o preto e de fácil mistura
com o meio
ambiente, além de diminuir o reflexo infra-vermelho. Ela
também é construída com
a parte áspera do couro para fora, de forma inversa ao
tradicional, pois
descobriu-se que assim ela fica praticamente invisível à
observação dos
intensificadores de luz. O uso de graxa nos calçados, fonte de
reflexo IV e de
contraste para os OVN (óculos de visão noturna), foi
obviamente proibido.
As forças
de reconhecimento do MACV/SOG no Vietnã usavam botas com sola
que imitava um pé
para não deixarem uma marca distinta no solo. As técnicas
para iludir os
rastreadores inclui andar sobre o passo do soldado da frente dissimular
o
tamanho da tropa, cruzar estradas ou trilha com o pé paralelo a
estrada e
cobrir pegadas. Outra medida era usar calçados locais como
sandálias feitos de
pneu.
O olho humano
é um
sensor fantástico e é o meio mais usado para detectar o
inimigo. Esconder do
olho humano é o principal tarefa do controle de assinatura. Para quem está
envolvido com vigilância, aquisição de
alvos e missões de sniper, é de muita importância
ser invisível. Os snipers
(caçadores no EB) usam roupas chamadas de "ghillie suit",
formada
de camadas de trapos ou rede em cima do uniforme. Quem quer passar
grande período
deitado, pode diminuir a quantidade de trapo no joelho e abdômen
onde ocorre muita
fricção.
Fuzil com silenciador VVS russo. O fuzil americano SR25 com
silenciador foi
usado no Iraque em 2003 e mostrou ser mais eficiente que as armas de
ferrolho
em ambientes urbanos. Tinha maior razão de tiro, maior
capacidade do
carregador, era mais furtivo com silenciador e ideal a curta distancia.
O uniforme sueco SOTCAS (Special Operations Tactical
Suit) da Saab Barracuda foi feito para diminuir as assinaturas
térmica e radar,
mantendo a leveza e agilidade. O traje pesa em torno de 2,9 kg completo
sendo capaz
de reduzir em até 80% a assinatura térmica de um soldado,
fundindo-o com o meio
ambiente que o circunda. O traje é usado por cima do uniforme de
combate como
os usados “snipers”. A foto inferior mostra um soldado sem
proteção ao lado de um com o SOTCAS (a direita).
O uso da noite deixou de ser meio para inimigo fraco como os Vietcongs.
Agora
além dos NVG, as câmeras térmicas ficaram baratas e
leves. O sniper britânico da
foto usa uma cobertura anti-termal.
O rosto reflete a luz e pode chamar a atenção do inimigo.
Até a pele
escura brilha devido aos óleos naturais que refletem a luz. A
camuflagem de
face é usada para camuflar a pele. A camuflagem é usada
em padrão irregular nas
áreas brilhantes como testa, nariz, orelha e queixos com
pinturas em cores
escuras e as áreas escuras como ao redor do olho, sob o nariz e
debaixo do queixo
com cores mais claras. As outras partes expostas como atrás do
pescoço, braços
e mãos também são pintadas. A palma não
costumam ser pintadas para serem usadas
para sinais visuais.
A camuflagem depende a área com vegetação, areia,
e até cinza para cores de
vegetação, diferente cores claras para neve (o mais usado
é um gorro branco que
protege do frio). A cor negra está sendo evitada por facilitar a
detecção de
intensificadores de imagem (óculos de visão noturna).
As tintas devem ser seguras e aceitáveis. Devem ser
duráveis, resistente a
transpiração, fácil de aplicar e remover,
compatível com roupas e equipamentos.
Não deve diminuir a sensibilidade natural e nem terem odor e
não deve irritar a
pele (como a graxa). A camuflagem também deve dar algum tipo de
proteção para a
luz não visível e quase-IR. Geralmente são
disponíveis em estojo tipo baton ou
bastão.
A
camuflagem de rosto deve acompanhar a camuflagem do uniforme.
Também pode ser aplicada em outras áreas do corpo.
A silhueta e tamanho do
capacete são importantes para
camuflar por ficarem constantemente expostos durante a
observação visual. Os israelenses
usam uma touca cuja deformação esconde a forma do
capacete. Geralmente são
usadas uma rede onde se aplica vegetação local para
esconder a forma e dar textura, técnica
que não funciona em terreno desértico ou urbano.
Os binóculos são
fontes para detecção pelo inimigo. As lentes externas
dos binóculos criam brilho refletivo que revela a
presença ou posição. Este fenômeno
ocorre mesmo sem a presença de luz solar. Uma medida simples
é dar alguma cobertura, com perda do brilho e visão. A
Tenebraex
killFlash
produz o Tyenebraex Anti
Reflection Device (ARD) (equipando o binóculos da esquerda) que
diminui o
brilho da lente do binóculos. Óculos balísticos
também são candidatos a esta
proteção.
O reflexo
de um binóculos pode denunciar a posição.
Uma importante
peça de camuflagem e ocultação pode ser
uma simples pá para cavar uma trincheira. Serve também
como
blindagem
pessoal, mas demora a
ficar pronto. O terreno também dá proteção
contra todas as formas de assinatura: visual, termal e radar.
A
camuflagem de neve é a mais fácil de criar. Um tecido
totalmente branco pode ser suficiente.
2005
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