McDonnel-Douglas GAM-72 QUAIL (ADM-20)

O Quail era um despistador lançado de bombardeiros da USAF. Em em outubro de 1952, a USAF iniciou o desenvolvimento de mísseis despistadores quando o SAC lançou um requerimento de um despistador que poderia ser levado e lançado de um bombardeiro, antes de penetrar o espaço aéreo inimigo. O despistador deveriam ter a mesma imagem radar de um bombardeiro estratégico para confundir ou saturar as defesas inimigas.

O projeto inclui o GAM-71 Buck Duck (um veículo aéreo propulsado por foguete que seria levado pelo B-36 Peacemaker), o SM-73 Bull Gosse (um veículo aéreo lançado do solo propulsado por turbojato) e o GAM-72 Green Quail. O GAM-72 se tornou o despistador turbojato para ser levado pelo B-52 Stratofortress. Em fevereiro de 1956, a McDonnel foi selecionada como contratante principal do GAM-72, cujo nome foi encurtado para Quail.

Em fevereiro de 1956, a McDonnell-Douglas foi selecionada como o primeiro fornecedor. Os testes se iniciaram em julho de 1957, e os primeiros vôos planados do protótipo XGAM-72 foi em novembro de 1957. O primeiro vôo propulsado com sucesso foi em agosto de 1958 e durou 14 minutos e cobriu 103 milhas.  Foi seguido do contrato de produção do GAM-72 Quail em dezembro de 1958.

Um contrato de fornecimento foi dado à McDonnel, em dezembro de 1958. O primeiro modelo foi designado GAM-72 (ADM-20A) com 24 construídos para testes de vôo.

O Quail entrou em produção como GAM-72A, depois chamado de ADM-20B, com um total de 616 construídos até 1962. Em fevereiro de 1961, um esquadrão de B-52 do 4.135th Strategic Wing, na base aérea de Eglin, equipado com o Quail, tornou-se operacional. O último dos 14 esquadrões de B-52 equipados com o Quail foi declarado operacional em abril de 1962.

A maioria dos ADM-20B foi modificada para operações a baixa altitude e redesignada GAM-72B, depois ADM-20C, com o primeiro ADM-20C aparecendo em 1963.

As asas e barbatanas podiam ser dobradas diminuindo o tamanho para 3,94 x 0,74 x 0,66 m. Isto permitia o transporte de até oito decoys na traseira do compartimento de bombas do B-52G, embora normalmente só fossem levados quatro por aeronave. O B-47 podia levar até quatro Quail.

O míssil despistador GAM-72 foi projetado para simular a assinatura de radar e IR, e o perfil de vôo do B-52. Isso foi conseguido com o uso cuidadoso de refletores e repetidores de radar, lançadores de chaff e fontes de calor. O despistador também podia levar sistemas de contramedidas como repetidores de radar. O Quail foi projetado para ser quadrado e ter um RCS parecido com o do B-52, apesar de pesar apenas 0,3% de um B-52. A configuração era de asa delta alta com quatro barbatanas verticais.

O veículo pode ser programado no solo para fazer pelo menos duas mudanças de direção e uma em velocidade durante o vôo de 46-55 minutos (855km). O GAM-72 também levava 45 kg de carga de contramedidas eletrônicas, inicialmente com um refletor, e mais tarde com chaff e flare. Os lançadores de chaff e flare são usados para confundir ainda mais as defesas.

O despistador era propulsado por um turbojato General Electric J85-GE-3. O motor mostrou ser um problema e foi trocado por um J85-GE-7. O Quail equipado com novo motor foi chamado de GAM-72A (ADM-20B) e pesava 90 kg a mais que o GAM-72, levando menos carga , tinha asas menores e alcance reduzido para 650km. O primeiro GAM-72A voou em março de 1960 e foram produzidos mais de 550.

Em 1963, todos os GAM-72A foram modificados para voarem a baixa altitude com a adição de um barômetro para evitamento de terreno. Esta configuração foi chamada GAM-72B.

Em junho de 1963 os Quail foram redesignados como série ADM-20: GAM-72=ADM-20A, GAM-72A=ADM-20B e GAM-72B=ADM-20C.

A velocidade máxima do AGM-20 era de Mach 0,85 e um alcance de 460 nm, voando a 50.000 pés. Voando a 35.000 pés, a velocidade máxima é de Mach 0,8 e o alcance de 393 milhas.

Os Quail eram baixados para fora do paiol antes que as asas fossem desdobradas e o motor desse a partida. O sob o comando do navegador. Qualquer um ou todos os mísseis podiam ser ejetados em caso de mal funcionamento, e todo o grupo podia ser ejetado em caso de emergência.

Com o passar do tempo, a disponibilidade do Quail diminuiu e melhorias nos radares mostraram que o Quail tornou-se ineficaz. O ADM-20 era relativamente efetivo contra os radares de tecnologia da década de 60. Em testes em 1972, controladores de radar identificavam o B-52 em mais de 90 % das vezes. Os operadores de radar da USAF eram capazes de identificar 21 de 23 lançamentos.

Foi retirado de serviço em 1972 por falta de peças de reposição. O míssil despistador Quail mostrou ser um sucesso por tornar-se operacional e por servir ao SAC por mais de 10 anos.

O Quail deveria ter sido substituido pelo Supersonic Cruise Armed Decoy (SCAD), cancelado em 1973, devido ao aparecimento do míssil cruise AGM-86 Air Launched Cruise Missile (ALCM), que permitiu que o B-52 realizasse suas missões sem ter que penetrar as defesas aéreas inimigas.




ADM-20C QUAIL - Air Decoy Missil.

Espeficicações ( ADM-20B/C )
 
Comprimento 3,94 m
Envergadura 1,65 m
Altura 1,02 cm
Peso 540 kg, ADM-20A: 450 kg
Velocidade Mach 0.95 / 1.045 Km/h
Teto 15.200 m 
Alcance 650 km; ADM-20A: 825 km
Propulsão 2 x General Electric J85-GE-7 turbojato; 10.9 kN (2450 lb) cada
ADM-20A: 2x General Electric J85-GE-3; 10.9 kN (2450 lb) cada


Tactical Air-Launched Decoy (TALD) / Improved TALD (ITALD)

A Brunswick tem trabalhado com despistadores desde a década de 60, ganhando um contrato em 1968 para um demonstrador de tecnologia. O resultado foi a série "Maxi-Decoy", que também apoiaria interferidores de radar, dispensadores de chaff e flare e missões de inteligência eletrônica (ELINT).

O primeiro da série foi o modelo 150, que voou em 1973, e era um planador não propulsado com asas dobráveis. Pesava 59 kg, e dois deles poderiam ser levados em um cabide sob a asa.

O modelo 150 foi aumentado de tamanho e chamado de Modelo 300; era similar, mas com peso de 180 kg, com uma capacidade de carga maior. A velocidade e alcance desses planadores era dependente da velocidade, altitude e ângulo de lançamento da aeronave lançadora, mas tinha velocidade nominal de 750 km/h e alcance de 140 km.

O terceiro da série foi o modelo 290P. O "P" foi considerado por ser "propulsado", pois este modelo tinha um motor foguete que queimava por mais de 300 segundos. Era similar em configuração ao seus predecessores, e pesava 136kg. A USAF não comprou nenhum despistador Maxi, mas a Brunswick vendeu um despistador não propulsado para Israel chamado "Sampson", aparentemente, uma variante do modelo 300.

A famíla Tactical Air-Launched Decoy (TALD) / Improved TALD (ITALD) de planador pesado / propulsado de despistadores ativos/passivos são mísseis despistadores usados em operações ofensivas contra sistemas de defesa inimigas para iludir e confundir as defesas aéreas e de superfície com alvos táticos realísticos.


ITALD sendo lançado de um F/A-18.

O ADM-141A TALD  é um é um veículo aéreo planador lançado do ar, não propulsado, pré-programável, capaz de levar chaff, contramedidas de rádio(RF) passivos e ativos, usados para enganar e saturar as defesas aéreas inimigas durante missões de ataque, minimizando a efetividade dos sistemas de defesa inimigos e aumentando a capacidade de sobrevivência da aeronave de ataque.

O TALD é uma versão melhorada do Sampson. O Samson foi fabricado sob licença pela Israel Military Industries IMI no início da década de 80 para uso na Força Aérea de Israel. Foi usado com sucesso e a US Navy comprou mais de 2000 Samsons entre 1985 e fim da década de 80. Em 1985, a Brunswick recebeu a primeir encomenda do Samson melhorado chamado TALD que entrou em serviço em 1987.

Mais de seis TALD podem ser levados em um cabide, usando um par de ejetores simples. A razão de planeio é de pelo menos 10:1, e pode atingir 100 km de distância, se lançado a grande altitude. O TALD pode ser lançado de qualquer altitude, até 40 mil pés e inclui modo de lançamento "toss", quando a aeronave voa baixo e lança o decoy após iniciar uma subida, dando meia volta após o lançamento.

A USN comprou duas versões do TALD. O RF-TALD, que usa meios de reflexão de radar para imitar a assinatura de vários tipo de aeronaves ou mísseis Tomahawk, e o Chaff-TALD, que leva 36 kg de chaff.

O veículo lançador de chaff chamado A/B37U-1(V)1 pesa 180 kg sendo 356kg de chaff, e as versões de radar passivo e ativo pesam 204 kg. O A/B37U-1(V)2 é um chamariz de radar passivo com uma lente Luneberg que aumenta a assinatura do radar.

O ADM-141A usa aumentador e ativo sendo considerado um míssil guiado, enquanto os outros são equipamentos de apoio. Também existe uma vesão de despistador IR com flare na cauda.

O TALD tem 223 cm de comprimento por 12,7 cm de altura e largura. A envergadura é de 1,5m. O alcance é de 126 km se lançado a 10 mil metros de altura.

As três configurações operacionais do TALD incluem o A/B37U-1 (V1) lançador de chaff, o A/B37U-1 (V2) com radar passivo e o ADM-141A com radar ativo.

Outros modelos foram comprados da Israeli Military Industries (IMI), e em 1987 a McDonnell-Douglas tornou-se uma segunda fonte de fornecimento. Um total de 4.000 TALD foram produzidos até 1993.


Mais de 6.000 TALD foram fabricados para a US Navy e IDF.

No início da década de 90 a Brunswick iniciou o desenvolvimento do ADM-141C ITALD (Improved TALD). O ITALD é similar ao TALD, mas tem um turbojato Teledyne CAE-312 (J700-CA-400), com 80 kg de empuxo, que foi desenvolvido originalmente para o míssil cruise anti-radar "Tacit Rainbow". O ITALD tem uma entrada de ar ventral para o turbofan e um radar altímetro para manter a altitude sobre o solo.

O ITALD atinge uma velocidade de Mach 0.8 e alcance de 280 km a grande altitude ou 185km a baixa altitude e perfil de vôo mais realístico, podendo fazer perfil de penetração baixa e manobra tipo "popup" próxima ao alvo. Pode ser lançado do solo com impulsor RATO.

O primeiro vôo foi em 1995, com testes completados em 1996 após contrato inicial de 20 conversões para o ADM-141C a partir do TALD. O projeto está sendo mantido pela IMI, pois a Brunswick retirou-se dos negócios de defesa. A US Navy comprou pelo menos 200 da IMI. A USN está tentando equipar o ITALD com piloto automático baseado em GPS-INS.

Um contrato de 140 em janeiro de 2003 por US$ 22 milhões tem entrega prevista para 2004.

Todas as quatro versões são compatíveis e podem ser lançadas de um A/A37B-6E Multiple Ejector Rack (MER), ou A/A37B-5E Triple Ejector Rack (TER) ou um BRU-42 Improved Triple Ejector Rack (ITER). O transportador primário é o F/A-18.

Um computador em cada veículo é pré-programado com dados de perfil de vôo antes de ser carregado. Ele gerencia o vôo e controla o veículo em uma série de manobras planejadas após o lançamento. O ITALD tem capacidade de seguimento do terreno e um envelope de vôo melhorado.


ITALD.


Outra visão do ITALD.

O ITALD simula aeronaves de ataque e caça melhor que os despistadores atuais. O TALD atual está tornando-se mais capaz mesmo quando encontra ameaças atuais. A USN adquiriu o suficiente para equipar dois grupos tarefas nucleados em porta-aviões (CVBG). O custo unitário do ITALD gira em torno de US$ 10 milhões para 70 veículos. A US Navy comprou o ITALD em 96 e 98.

Os dois sistemas operam em veículos descartáveis, sem capacidade de recuperação. As plataformas lançadoras incluem o F/A-18, o F-14, o EA-6B, S-3 e o P-3. Salvas de 20 podem ser lançadas à frente das aeronaves. O TALD foi usado na Guerra do Golfo com sucesso sendo lançado do A-6E, F/A-18C e S-3B.


Os F-14 usaram o TALD durante suas missões de controlador aéreo avançado aerotransportado(A-FAC) durante a campanha de Kosovo. O TALD está instalado em um ejetor triplo junto com um lançador de foguetes de fumaça. A aeronave também está armada com bombas guiadas a laser da série Paveway.


Um TALD equipando um S-3 Viking.


Um TALD sendo lançado de um F-14.


Centenas de TALD foram lançadas durante a Guerra do Golfo e sobre a Bósnia.

Os israelenses alegam que adaptaram o ITALD para interceptar e interferir nas transmissões do sistema antiaéreo russo S-300. Os israelenses conseguiram partes do sistema de fontes croatas.

A última atualização nos ADM-141C ITALD foi a instalação de um GPS pela IAI para 185 drones para a US Navy. Também foi estudada a conversão de TALDs em ITALDs com a instalação de um motor CAE 312 e GPS. Cerca de 1.500-1.750 TALD podem ser modernizados numa razão de 100-150 por ano num contrato de cerca de cerca de US$30 milhões.

DELILAH

Os israelenses iniciaram o desenvolvimento de drones para despistar defesas aéres no início da década de 70. Os israelenses tinha dois projetos prontos no início da década de 80, o Samson e o Delilah. O objetivo era forçar os operadores de radar dos mísseis SAM a ligarem seus radares para dar oportunidade de ataque aos mísseis anti-radar.

A IMI projetou o míssil despistador Delilah baseado nas informações e experiência operacional com o drone alvo MQM-74 Chukar. O primeiro Delilah se tornou operacional no fim da década de 80, como um despistador lançado do solo barato. Ele usa o turbojato Williams J400-WR-401.

O Delilah, as vezes considerado um UAV, pesa 182kg e pode ser levado pelo F-4, F-16 e A-4. Também pode ser lançado de estação em terra.

O Delilah era capaz de imitar a assinatura radar de um caça e tinha alcance de 400km. Também está equipado com sistemas de vigilância eletrônica e um datalink, podendo gravar os dados e passar para uma estação em terra.

O Delilah tem um derivado anti-radiação chamado STAR-1 ou Delilah-AR. O Delilah com sensor radar passivo tem um alcance de 400km com velocidade de Mach 0,3-0,7.

Em 2004 a IMI anunciou a existência da versão cruise Delilah-GL de lançamento terrestre. O míssil teria alcance de cerca de 250-300km, podendo ser lançado de terra, mar e ar. Seria capaz de levar uma ogiva de 450kg com precisão de 100 metros.  O míssil seria coberto por material absorvente de radar (RAM) fornecido pelos EUA chamado Signaflux. A cobertura foi comprada pela IMI para o Delilah. O resultado seria um míssil cruise furtivo de pobre.

O Delilah ofensivo enfatiza um conceito diferente de ataque. Não é um míssil cruise para ataque longa distâcia, apesar do alcance de 250km, mas um míssil de espera que sobrevoa a área do alvo e fica procurando alvos escondidos. Usa um sistema INS/GPS para navegar numa trilha planejada. Usa ogivas modulares escolhida de acordo com o alvo.

Também existe uma versão mais leve para ser lançado de aeronave ou helicópteros com o UH-60 Black Hawk.


A versão Delilah-GL é propulsada pelo turbojato Sorek 4 de 800 lb de empuxo.


Delilah na versão guiada e armada com uma ogiva como míssil cruise.

Israel tem dois esquadrões equipados com mísseis despistadores, o 146 (Reserva) em Ramon e o 155 em Hatzerim. Os dois esquadrões são equipados com o Samson e o Delilah.

O Delilah também é base para o Light Defender, um míssil anti-navio que participa de um programa de armas do SH-60 da US Navy.

ADM-160A  - MINIATURE AIR-LAUNCHED DECOY (MALD)

O sucesso dos despistadores descartáveis na Guerra do Golfo levou ao desenvolvimento de um novo modelo, o "Miniature Air Launched Decoy" (MALD) - Despistador Lançado do Ar Miniaturizado.

O MALD está sendo desenvolvido em resposta ao requerimento do Comando de Combate Aéreo da USAF (ACC) para um despistador de radar aerotransportado. A competição de um despistador miniaturizado de baixo custo foi vencido pela Teledyne Ryan Aeronautical (TRA) em novembro de 1996, e deveria ter um tempo de desenvolvimento de 27 meses.

A TRA formou equipe com a Sunstrand Corporation para o TJ-50, com a Northrop Grumman para os eletrônicos, com a General Dynamics Electronics [GDE] Corporation para o software de planejamento de missão, e com a Lockheed Martin para integração com o F-16.


Turbojado TJ-50.

A USAF iniciou o programa com assistência da DARPA - com a USN e a USMC como possíveis usuárias - com propostas de várias empresas.

Um grande concorrente era o Lockheed Martin Vought "Low-Cost Autonomous Attack System" (LOCAAS), um pequeno míssil cruise anti-blindados com capacidade de busca e destruição, que estava em desenvolvimento. Contudo, a Ryan, comprada pela Northrop Grumman em 1999, venceu a concorrência com um projeto novo.

Este projeto é o resultado direto  do projeto da DARPA chamado Small Engine Advanced Program (SENGAP), que resultou no desenvolvimento de um turbojato pequeno de 50 lb de empuxo chamado TJ-50 e com 102 mm de diâmetro.

O MALD é um despistador de radar  descartável lançado do ar, pequeno e de baixo custo, para uso em missões de supressão de defesas aéreas inimigas(IADS) preventivas e reativas, melhorar a capacidade de sobrevivência de aeronaves e ajudar a conquista da superioridade aérea ao diluir e confundir as defesas terrestres e aéreas inimigas. O objetivo é atingir um sistema de despistamento de custo menor que US$ 30 mil para criar confusão no campo de batalha ou "Fog-Of-War". A previsão atual é de um custo de US$ 75 mil para uma produção de 1.500 despistadores em quatro anos (dólar de 2000).

Um estudo da DARPA sobre despistadores mostrou que o disparo de 300 MALD, contra um conjunto de alvos específicos, no primeiro dia de um conflito pode salvar 10 aeronaves e seus pilotos. Estas aeronaves devem ser somadas as saídas de combates geradas a partir do segundo dia e pela redução do estoque de mísseis SAM do inimigo.


MALD

Após o lançamento, o MALD voa de forma autônoma em uma velocidade igual à de uma aeronave tática a distâncias maiores que 240 km.

O conceito de operação é um dos pontos chaves do desenvolvimento do MALD. Quatro papéis de despistamento foram reconhecidos como parte do potencial do MALD na supressão de defesas aéreas:

- Destruição preventiva

- Supressão reativa

- Despistamento

- Saturação

Estas operações focam na simulação de IADS inimigas usando o MALD para localizar posições de SAM para engajamento de mísseis anti-radiação (HARM) ou estimular o lançamento de mísseis contra o  MALD. As simulações mostraram que a sobrevivência das aeronaves amigas foi aumentada, significativamente, com o uso do despistador. O conceito de operações do MALD será refinado ainda mais no veículo demonstrador.

Estudos do Air Force Studies and Analyses Agency com apoio da DARPA sobre despistadores militares mostrou que o disparo de 300 mísseis despistadores (contra um conjunto de alvos não especificados) no primeiro dia de um grande conflito pode salvar 10 aeronaves e seus pilotos. Estes dados devem ser adicionados ao aumento de geração de saídas de combate a partir do segundo dia e pela redução do estoque de mísseis SAM inimigos.

O requerimento do MALD é de um veículo com velocidade subsônica alta, alcance de 250 nm, que opera em altitude maior que 30 mil pés, e autonomia de 20 minutos.

Dados técnicos:

Largura          0,65 m
Diâmetro         0,15 m
Comprimento      2,3 m
Peso vazio       30 kg
Combustível      40 kg
Carga            12 kg
Vel máx          subsônica alta
Autonomia        20 minutos
Vida útil        15 anos
Potência         50 lb

O despistador é um refletor de radar reprogramável projetado pela Northrop Grumman, que pode ser programado para operar a partir de várias aeronaves, do F-117 até o B-52.

O MALD foi testado no F-16 levando o veículo demostrador em ejetores triplos sob as asas. O primeiro vôo do MALD foi na base aérea de Edwards, na Califórnia, em janeiro de 1999. Foi lançado de um F-16 voando a 20.000 pés e 460 milhas/hora, duplicando a assinatura de um F-16 e outras aeronaves.


MALD num ejetor triplo.

Será usado, inicialmente, pelos esquadrões de F-16CJ usados para supressão de defesas, mas também poderá  ser levado pelo F-117, com o efeito da saturação das defesas de radar com frotas atacantes, sendo visto aparecer do nada. Plataformas potenciais são o F-15, B-1, F/A-18, F-22 e JSF, ou qualquer usuário com o sistema de gerenciamento de cargas MIL-STD-1760.

Três MALD podem ser levados em um cabide de armamentos, comparável com o ITALD ou outro drone despistador.

O piloto automático do MALD inclui um receptor GPS comercial. O MALD pode ser programado para voar em formação, simulando estas aeronaves, como arranjos de ala. O curso do MALD pode ser programado em um mapa digital em computador, apenas clicando-se com o mouse sobre os pontos de baliza, e o "ala" pode ser programado seguindo o mesmo curso, com uma certa distância.

O despistador pode navegar por 256 pontos de baliza com precisão de +/- 2 milhas com software de planejamento de missão da Marconi. Será sofisticado o bastante para simular manobras típicas de um grupo de aeronaves de ataque.

A Northrop Grumman's Electronic e a Systems Integration Division irão fornecer o subsistema de aumento de assinatura (SAS) para que o MALD simule o RCS de uma aeronave de combate. Cobre as frequências VHG até microonda (banda J). O despistador também deverá replicar o perfil de vôo de um atacante típico, cruzando a velocidade subsônica alta por 20 minutos - ou mais a velocidades menores - em uma distancia maior que 250 milhas, com teto de 30.000 pés.

Os valores preditos são de uma velocidade de Mach 0,92, autonomia de 37 minutos a 35 mil pés e precisão de 150m em 256 pontos de balisa, bem acima do requerimento.

O objetivo é gerar contatos de radar que simulam um inimigo, forçando a defesa a gastar recursos com alvos falsos, e saturando o sistema de comando e controle associado com um "gridlock"  no processo de tomada de decisão.

O SAS inclui duas antenas laterais no nariz e outra abertura na asa (banda curta) e barbatanas (banda alta) que cobrem as frequências VHF e SHF, e permite que estimule todos os apectos de uma defesa aérea integrada. A carga de despistamento ativo da Northrop Grumman gera de assinaturas muito pequenas até muito grandes.

O custo pode ser mantido baixo usando-se materiais compostos na fuselagem com processos de folhas moldadas desenvolvidas pela indústria automotiva, a 1/5 do custo de uma fuselagem de alumínio, e com  eletrônicos comerciais. O computador é um Intel 80486 de 100 MHz com entrada para receptor GPS e IMU.


MALD.

O Comando de Combate Aéreo (ACC) da USAF pretende adquirir 1.500 unidades no início de 2002, se o MALD mostrar utilidade operacional suficiente e garantia do preço final estabelecido que, atualmente, é o dobro do esperado. A produção esperada é de 3.000 unidades. O custo esperado do MALD é de US$ 30 mil (dólar de 1995), ou 25-30% do custo dos mísseis despistadores atuais.

A Northrop Grumman está tentando vender o MALD para a USN, mas a Marinha ainda estuda o ITALD.

O Reino Unido mostrou interesse no MALD e o US Army está pretendendo usar o MALD para treinar artilheiros de baterias de defesa aérea.

A DARPA e a USAF também estão considerando o uso da tecnologia do MALD para várias outras tarefas. A mais avançada é um conceito de "Miniature Air Launched Interceptor" (MALI), um MALD modificado para derrubar mísseis cruise. O motor TJ-50 (M) será aprimorado para atingir velocidade supersônica.

Possíveis aplicações adicionais são SEAD letal, ataque direto para defesa de mísseis cruise ou ataque de superfície, interferidor de radar, retransmissão de comunicações, lançador de sensores remotos  terrestres, coleta de  informações, e alvos descartáveis de baixo custo.

Devido ao baixo custo do MALD e da pequena capacidade das aeronaves, é bem provável que entre em serviço sem surpresas desagradáveis. O nível de interesse no MALD e suas variantes é tão grande que o programa corre o risco de se arrastar em projetos muito elaborados.

A USAF agora quer uma vesão mais robusta, com maior alcance e interferidor interno. O contrato foi assinado em 2003 para desenvolver o novo demonstrador. Deve estar completado em 2008 com um contrato de US$88 milhões.  O B-52 deve receber o MALD em 2007.


MALD sendo lançado de um F-16.


Maquete de um MALD.


Configuração inicial do MALD.

"Miniature Air Launched Interceptor" (MALI)

A DARPA recebeu US$ 14 milhões para desenvolver o MALI, simplesmente, um míssil para interceptar mísseis cruise. Será um MALD supersônico com motor mais potente, carga diferente e outras modificações.

O MALI teria um alcance de 370 km, e seria  guiado até o alvo como um míssil de cruzeiro através  por data link de uma plataforma de vigilância como o E-3 AWACS. O MALI está em desenvolvimento, com várias fuselagens de MALD sendo modificadas para teste.

Os primeiros protótipos do MALI terão uma cabeça de busca do míssil antiaéreo lançado do ombro Stinger para trancamento no alvo, e os MALI de produção terão uma novo sensor de busca.

O míssil terá um data link para permitir que uma salva de MALI engaje alvos múltiplos, sem duplicar ataques contra o mesmo alvo.

O MALI tem 2,36 m de comprimento e pesa 51 kg, com um caça típico podendo levar 16 veículos.


O MALI voou supersônico em 2002 após ser lançado de um F-4 e com controle por datalink a partir de um E-3C AWACS.

A DARPA está estudando várias opções para o sensor de busca, como um sensor laser com transmissor de alta potência, uma série de espelhos e receptor de fibra ótica, um sensor IR com arranjo de plano focal, um arranjo de varredura eletrônica ótica e um buscador UHF com antenas no corpo.

Outras características do MALI sendo consideradas :

- O US Army está interessado em uma versão lançada do solo, para ser disparada por um lançador do Patriot, com cada lançador levando 16 MALI. O míssil teria um impulsor foguete derivado do míssil Hellfire;

- O MALD com um interferidor ativo - Miniature Air Launched Jammer (MALJ). Um MALD com esta carga buscaria um radar e orbitaria ao redor, cegando o radar. Vários MALJ seriam lançados, simultaneamente, com cada um cobrindo uma banda de frequência diferente para assegurar uma grande cobertura. Seriam lançados nas imediações de um radar de defesa aérea e realizariam interferência a distância enquanto um grupo de ataque passaria pela área. O MALJ liberaria o EA-6B para se concentrar na interferência de radares de guiagem de mísseis.

- Uma salva de MALD (MALD Rapid Targeting System) com detetores de emissão seria usada para localizar emissores de radar para ataque posterior. Três veículos interconectados por um data link similar ao usado por telefones celulares fariam triangulação de emissores. Seria usado técnicas TDOA para localizar emissores com uma precisão de 10m em 10 segundos. Esta informação seria retransmitida para uma aeronave tática via comunicação por satélite como o Iridum. O MALD também poderia ser usado para lançar sensores remotos terrestres atrás das linhas inimigas, ou dispersar mini-UAVs para reconhecimento e missões de interferência;

- Uma variante com ogiva bélica (Miniature Autonomous Attack Weapon Long Range (MAAWLR)), grande asa para melhorar o alcance e diminuir a velocidade de cruzeiro, e um sensor acústico e infravermelho desenvolvido pela Northrop Grumman para a submunição "Brilliant Anti-Tank" (BAT). Seria usado para "busca e destruição" contra alvos móveis, como lançadores de mísseis balísticos táticos. A ogiva também será a mesma usada pela BAT. A munição terá capacidade de voar a grande velocidade e desacelerar para usar seu sensor acústico para rastreio e identificação de alvos. O ataque será sobre controle da cabeça de busca IR. O míssil será usado contra alvos móveis de alta prioridade;

- A Northrop Grumman propôs uma versão lançada de submarino do MALD para a USN. A companhia demonstrou que o MALD poderia ser disparado de uma cápsula de lançamento de Harpoon modificada, e uma nova cápsula também está sendo considerada. A versão lançada de submarino seria usada como despistador, interferidor, reconhecimento ou ataque;

- A Northrop Grumman também está considerando uma versão como míssil de cruzeiro de ataque terrestre para a USN equipar o destróier DD-21. Seria uma arma maior que o MALD, mas que usaria os mesmos subsistemas e conceitos de projeto.

 

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