Radares Europeus

NORA

A Suécia planeja instalar um radar AESA no JAS-39 Gripen em 2010-2012 com o Programa NORA ('Not Only Radar'). É um sistema misto de varredura mecânica e eletrônica (mechanically-scanned, electronically-scanning array antenna) que cobre 200 graus. A antena será montada em plataforma móvel para aumentar a área de busca. A antena permite olhar "sobre os ombros" para aprimorar táticas de combate como lançar um míssil e continuar atualizando os dados por datalink sem ter que ficar voando em direção ao alvo

Controlando vários feixes simultaneamente o NORA poderá operar em controle de tiro e alerta de obstáculo e pode ser usado para interceptar e atacar alvos no solo. Também permite operar como datalink, alerta radar e interferência simultaneamente. Poderá ser instalado em outros caças como o F-16.

O programa NORA tem nove itens de estudos: requerimentos da força aérea, requerimentos de sensor, arquitetura dos sistemas, modos futuros, algoritmo, especificação, performance e modelos, integração na aeronave e disponibilidade/suporte.

Também estão sendo realizados seis estudos de tecnologias como projeto de TRM, projeto de antena, redução de assinatura da antena, geração de ondas, qualidade de sinal  e processador.

Serão três demonstrações de tecnologia:  receptor/excitador com gerador de ondas, módulos TR e antena (conhecido como programa ARON).

O produto final será um demonstrador completo do NORA para voar no caça. Terá provavelmente 1000 TRM com saída de 10-20W por módulo, formando de mais de quatro canais.

Os testes em terra foram planejados para 2003 e vôo em 2004. O estudo foi iniciado em 1994 com a antena TILE testada no JÁ-37D Viggen com componentes do PS-05A e antena AESA da Raytheon.
A Suécia procurou parceiro como o GTDAR/AMSAR, Northrop Grumman e Raytheon. A Ericsson Microwave System recebeu uma antena AESA da Raytheon para testes e usada para desenvolver o processador de sinais e arquitetura do sistema. A tecnologia será usada em outros radares como o Erieye e Giraffe.


Radar NORA que equipará o Gripen futuramente. Entre as novas capacidades estão uma assinatura menor, padrões de busca ativa e passiva, modos ar-solo SAR e GMTI, datalink de banda larga e capacidade biestática com um caça recebendo retornos de outro caça, realizando triangulação passiva e podendo detectar alvos furtivos.

AMSAR

O Eurofighter deve receber uma antena AESA integrada no radar CAPTOR (ex ECR-90) nas aeronaves Tranche 3 em 2010. A antena deve equipar o Rafale em 2005-2006.

A tecnologia está sendo desenvolvido no demonstrador de tecnologia Airborne Multirole multifunction Solid-state Active-array Radar (AMSAR) desenvolvido pela Thales francesa, EADS alemã e BAe System britânica. A Itália e Espanha também devem participar no programa. Será testado no BAE one eleven por dois anos.

O programa AMSAR foi lançado em 1993 com divisão de 50/50 entre França e Reino Unido com ajuda alemã. Seria integrado no Rafale e Eurofighter. O consorcio foi chamado inicialmente de GTDAR (ou GEC-Thomson-DASA Airborne Radar). O programa duraria 11 anos em 3 fases. As duas primeiras seriam para examinar a viabilidade e requerimentos. O preço previsto de cada TRM era de 400-500 libras. Estas fases foram completadas em 1998 com testes de 144 módulos.

O terceiro estagio foi autorizado para produzir mais de 1000 módulos e testes em vôo. Deve ajudar no programa FOAS britânicos e outros e usar novas antenas de tecnologia integradas na estrutura com como o "Conformal Smart Skin Array".

A fase 2B com um custo de 60 milhões de Euros foi iniciado em fevereiro de 2003, para testar a antena e integração de sistemas, testes em terra e vôo e desenvolvimento do processador multicanal. Está fase irá durar até 2008. Os teste iniciará em 2004.


O AMSAR opera na banda X com uma antena de 60 cm de diâmetro. A fase 1 foi iniciada em 1993 com uma antena parcial para demonstração com 200 TRM.


TRM do AMSAR.


RBE2

O caça Rafale francês será equipado com o radar de varredura eletrônica RBE2 (Radar à Balayage Electronique 2 plans - radar de dois eixos de varredura eletrônica) da Thales.

O RBE2 faz detecção de longo alcance a 100km e acompanha 40 alvo no ar, voando alto ou baixo, em qualquer tempo e com presença de interferência intensa. Prioriza oito alvos para serem atacados com mísseis MICA ou Meteor. O radar continua acompanhando os outros 32 alvos e atualiza os mísseis com guiagem de meio curso por datalink. Os alvos são acompanhados com feixes individuais.


O RBE2 teve 10 protótipos sendo 8 para vôo no Falcon, Mirage 2000 e Rafale. A foto mostra o radar "slotted" RDI do Mirage 2000 comparado com o RBE2.


Detalhes do RBE2.

O radar RBE2 tem capacidade 'track here while scan there': o radar varre a terra para acompanhamento e evitamento do terreno ao mesmo tempo que procura alvos no ar. O Rafale pode  manobra 5,9g a 70 metros de altura a 600kt em mal tempo.

O segredo dp RBE2 é mudar muito rápido entre os modos parecendo ter capacidade multifuncional. A mudança do feixe é muito precisa e quase instantâneo no plano horizontal e vertical. Pode atacar alvos no solo e ar simultaneamente. O radar faz busca com PFR alto, médio e baixo selecionado automaticamente para otimizar alcance.


Entre os modos disponíveis do RBE2 temos o "terrain-avoidance", "terran-following" e "threat-avoidance", mapeamento de alta resolução (SAR), navegação, pontaria de alvos, busca de alvos móveis e telemetria. Os contatos aéreos são interrogados com o IFF automaticamente. Os modos ar-superfície ainda estão em desenvolvimento como o modo SAR.

O processador realiza 1 bilhão de operações por segundo. O radar tem arquitetura aberta para facilitar crescimento.

O RBE2 não é um AESA por ter transmissor único. Será modernizado para AESA com o projeto AMSAR e o transmissor não será um 'missoin killer". Com um radar AESA será mais furtivo e mais resistente a interferência.

Estudos de instalação de uma antena AESA iniciaram em 1990 junto com projetos de antenas navais. Em 1999 foi iniciado um programa para aumentar exportação. A antena terá 1.000 TRM que aumentarão o alcance de detecção e melhor na confiabilidade. A nova antena pode estar disponível em 2006.

O RBE2 já está qualificado para combate no Afeganistão e está em serviço na Marinha Francesa. O primeiro radar de produção foi entregue em 1997.


Radares Russos


Os russo foram pioneiros em radares de varredura eletrônica com o SBI-16 Zaslon do MiG-31. A nova tecnologia foi usada no sistema S-300V com antena de radar de varredura eletrônica da Antey com módulos em linha vertical e horizontal para diminuir a complexidade.

O radar SBI-16 Zaslon do MiG-31, chamado de Flash Dance na OTAN, ou B1.01M na fábrica (NIIP agora parte da Phazotron-NIIR/Tikhomirov-NIIP), ou S-800 ou N007, é considerado o radar de caça mais potente. A antena é fixa e o feixe é direcionado eletronicamente. Isto permite usar todo o diâmetro da fuselagem pois o alcance operacional é diretamente relacionado com diâmetro da antena. O radar usa processador digital e pode acompanhar 10 alvos. O computador de missão BTsVM(S) seleciona os quatro alvos mais ameaçadores automaticamente para serem engajados simultaneamente com os mísseis R-33 (AA-9 Amos).

O MiG-31 pode agir como Mini-AWACS pois o alcance contra alvos de RCS de 16m2 é 200km e acompanha estes mesmos alvos a 120km. O radar opera na Banda I e cobre 120 graus azimute, e 70 graus acima e 60 abaixo da aeronave. O fabricante diz que pode engajar mísseis e alvos furtivos. Bombardeiros podem ser detectados a 180 km; pequenos caças a 120 km e atacados a 90 km. Mísseis cruise furtivos e podem ser detectados a 65 km.


O Zaslon foi projetado para contrapor o AN/AWG-9 do F-14A Tomcat, mas a ameaça verdadeira eram bombardeiros B-1B e mísseis cruise voando baixo. O Zaslon (Escudo) entrou em serviço em 1976. A antena tem 1,4 metros de diâmetro. O MiG-31M está equipado com o Zaslon-M. O radar pesa mais de uma tonelada sendo três vezes mais pesado que o radar do MiG-25. O Zaslon pode varrer um cone de 120-140 graus em 0,1 segundos. Na foto acima a antena está coberta por uma cortina que protege contra poeira.

Os russos estão projetando radares mais para modernizar caças para aumentar eficiência do que equipar caças novos. Já a Phazotron-NIIR foi contratada para em 1998 para desenvolver o radar do novo caça de quinta geração russa PAK-FA (Sukhoi T-50).

Os russos priorizam o baixo preço e não tecnologia e capacidade. Já iniciaram as pesquisas com antenas AESA de 700mm de diâmetro com 1000 elementos.


A NIIP mostrou antena de arranjo em fase Pero em Le bourget 2003 que está sendo instalada no radar N001 do Su-27SM, passando a se chamar N001V. O radar N001 do Su-27 tinha um tempo médio entre falhas (MTBF) de 4-5 horas quando entrou em serviço e subiu para 200 horas após anos de operação. A antena Pero será instalada no radar com 35% do custo de um radar novo, melhorando a capacidade ar-ar e introduzindo modos ar-solo e capacidade de vigilância e guiagem. O Su-27SM poderá engajar dois alvos simultaneamente com o míssil R-77. O alcance de detecção subiu de 80-100km para 135-150km, além de dar identificação do alvo, seleção de alvo em formação cerrada e detecção de alvos lentos como helicópteros. A Força Aérea Russa deve receber radares AESA em 2007-2010.

O projeto do N-011M Bars ((Leopardo da Neve)) da NIIP foi iniciado na década de 80 para equipar o Su-35. Na época não foi considerado necessário um radar caro e capaz mas continuaram as pesquisas. Depois do fim da URSS a Rússia buscou um parceiro para desenvolver o radar e encontrou Índia que se tornou sócia do projeto e pode vetar vendas para outros países. A Índia está instalando o radar nos seus Su-30MKI.

A Malásia irá equipar seus Su-30MKM com o radar BARS. O alcance contra alvos de 5 m2 é de 120-140km contra 90-110km do ZHUK-MSE do Su-30MK chinês. Olhando para cima o alcance é de 150km e olhando para baixo de 140km. Contra um alvo de 3 m² o alcance é de 160 km ou 65km contra alvos se afastando. Contra aeronaves muito grande o alcance é de 400km. O pico de potência é de 8kW com potência média de 2kW. O radar trabalha em duas frequências na banda L e X. É capaz de realizar varredura em 55 graus de elevação e 90 graus em azimute.

O BARS é capaz de monitorar 15 alvo aéreos e atacar 6-8 simultaneamente. O radar é capaz de mostrar priorização de ameaça. O fabricante diz que é capaz de acompanhar e e interceptar mísseis cruise e balísticos. O radar tem modos de reconhecimento do alvo pela forma e pode ser usado em conjunto com o IFF e RWR para identificar alvos.

Nos modos ar-solo, um alvo do tamanho de uma ponte pode ser fechado em 80-120km, um blindado a 40-50km e uma fragata a 120-150km. A resolução máxima é de 10 metros. Outro modos ar-solo são seguimento do terreno, evitamento do terreno e mapeamento do terreno.

O N-011 realiza também vigilância simultânea do espaço aéreo e do ambiente terrestre, garantindo ao caça não só uma capacidade multifunção real, como também uma completa independência da orientação externa para entrar em combate.


Radar Bars que faz parte do Su-35 oferecido para o Programa FX da FAB.


O radar ZHUK-MS (foto) do Su-30MK chinês e Su-33 é otimizado para missões ar-solo e não precisa rastrear muitos alvos aéreos. A antena sloted array tem 980mm de diâmetro. A versão de varredura eletrônica Zhuk-PH (ou Zhuk-MK) opera na banda I/J e pode equipar o Su-30 e Su-35. Pode acompanhar até 30 alvos e engajar seis simultaneamente. Estes radares foram baseados no Zhuk-M do MiG-29.


Radar OSA no MiG-29


Após projetar o Zaslon, a Phazotron-NIIR agora projeta do Pharaon (faraó) de uso geral junto com a GosNIIAS responsável pelo software e modelagem matemática. O Pharaon foi projetado para equipar os MiG-21MG, MiG-21bis, Su-22, Su-25, Yak-130, MiG-AT e outros. O Pharaon tem uma antena de varredura eletrônica com zona de busca de 70 graus. O pico de energia pode ser de 1000W, 400W e 150W.

O Sokol da Phazotron tem antena AESA. É um sistema federado e sem integração de alto nível, mas será barato. Outras aplicações é visão traseira no Su-30 ou outros caças maiores. Está planejado um versão maior para missão de vigilância terrestre tipo JSTAR.


A Leninez produz o radar B004 do Su-32.


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