GUERRA DE COMANDO & CONTROLE

 

 

"To achieve victory we must as far as possible make the enemy blind and deaf by sealing his eyes and ears, and drive his commanders to distraction by creating confusion in their minds"
Mao Tse-Tung, 1893-1976 on Distracted War

INTRODUÇÃO

Os sistemas de armas e a metodologia que os fazem funcionar são meios simples ou processos que servem como objetos de aumentar a capacidade do ser humano. Por exemplo, um sensor eletromagnético pode aumentar os sentidos de visão e audição de um indivíduo, as armas aumentam o poder de um indivíduo para causar danos, um sistema de direção de combate expande a capacidade de decisão de uma pessoa, e assim por diante. Como centro fundamental de todo sistema de armas, não importa o quão remota, no centro do sistema de combate ou sistema de direção de combate está um ser humano engajado no uso deste sistema ou grupo de sistemas.

DEFINIÇÕES

Comando & Controle é o fundamento sobre o qual  o planejamento e execução das operações navais são construídos - de operações de paz até a guerra convencional, de crises regionais a guerra global. É o instrumento que o comandante naval usa para lidar com as incertezas do combate e para direcionar suas forças para cumprirem sua missão destinada. O C2 naval reflete o meio de se organizar, treinar e lutar na guerra naval.

O C2 governa todas as outras áreas de guerra. Para ser efetivo, ele requer que o comandante tenha compreensão da natureza e condução da guerra, liderança, o processo de Comando & Controle e os sistemas de informação que o apóiam. É necessário conhecer as vulnerabilidades e fraquezas dos sistemas e processos de C2 próprios e do adversário. O processo de C2 estende-se em todos os níveis de guerra e em todos os tipos de operações militares.

As guerras do futuro tomarão forma em um campo de batalha expandido, caracterizado por ações rápidas, simultâneas e violentas em todas as dimensões - ar, terra, mar, submarinas, espaço, tempo e espectro eletromagnético. As forças navais irão operar em alta velocidade, letalidade e eficiência, concentrando poder de fogo contra as vulnerabilidades do adversário.  Durante a Batalha de Trafalgar em 1805, por exemplo, o Almirante Nelson usava apenas três bandeiras táticas para sinalizar e manobrar sua frota. No auge da Operação Tempestade do Deserto, o General Schwarzkopf usava mais de 700.00 chamadas telefônicas e 152.000 mensagens de rádio por dia para coordenar as ações da Coalizão.

O Comando inclui a autoridade e a responsabilidade de usar efetivamente os recursos disponíveis e para planejar o emprego, organização, direção, coordenação, e controle  de forças militares na busca de cumprir uma missão. Também inclui responsabilidade pela saúde, bem estar, moral e disciplina do pessoal sob comando. O Comando também implica em Liderança - a arte de motivar o pessoal em direção a um objetivo comum.

O C2 tem três componentes - a organização de C2, Informação e o Apoio de C2. A organização de C2 é o comandante e a cadeia de comando que conecta o superiores com os subordinados. Informação é o cerne de todo o sistema de C2. O Apoio de C2 é a estrutura em que o comandante exerce o C2. Inclui as pessoas, equipamentos e instalações que fornecem informações para o comandante e os subordinados. Tem as seguintes funções: vigilância, reconhecimento e aquisição de alvos, processo de informações, Inteligência, decisão e display, comunicações, Guerra Eletrônica, criptologia, Guerra de Comando & Controle e Guerra de Informações.

C3

Dados são o material puro de onde informações úteis podem ser retiradas. Isoladamente, os dados não tem significado. Informações são um grupo de dados separados ou ordenados que contenha racionalizações. O propósito da informação é o processamento de dados agregados para fornecer conhecimentos ou informações. Estas informações podem ser dados para uso em um alto nível que podem processá-las para produzir uma informação mais compreensiva e assim por diante, até servir ao usuário final.

Um sistema de comando, controle e comunicações (C3) é um sistema de informações empregado numa organização militar. É um termo geral que incorpora sistemas de emprego tático e estratégico. Consequentemente, um sistema de direção de combate, sistema de dados táticos ou sistema de alerta e controle pode ser considerados um sistema C3. As seguintes definições de termos são comumente aceitas no contexto militares.

1 - Comando - É a função exercida por uma autoridade, baseada no conhecimento, para atingir um objetivo ou meta;

2 - Controle - É o processo de verificar e corrigir atividades como os objetivos a serem compridos pelo comando;

3 - Comando & Controle. É o exercício da autoridade e direção por um comandante designado sobre suas forças no comprimento de uma missão; As funções de C2 são realizadas através de um arranjo de pessoal, equipamento, comunicações, computadores, instalações e procedimentos empregados por um comandante no planejamento, direção, coordenação e controle de forças e operações no comprimento de uma missão.

4 -Comunicações - É a habilidade e funções de fornecer as ligações necessárias para exercer comando efetivo entre as unidades de comando táticas e estratégicas;

5 - Inteligência.  É o produto resultante da coleta, processamento, integração, análise, avaliação e interpretação de informações disponíveis relacionadas com áreas ou países estrangeiros; além disso, informações e conhecimento sobre um adversário obtido através de observação, investigação, análise ou compreensão. Fornece análises claras, breves, relevantes e no momento oportuno sobre as capacidades e intenções de planejamento e condução de operações militares de países estrangeiros. O objetivo geral da inteligência é permitir aos comandantes e forças combatentes conhecer o inimigo e assim operar de forma mais eficiente.

6 - Vigilância - É a função de observar sistematicamente as áreas aéreas, espaciais, de superfície e submarina, lugares, pessoas e coisas, por meios visuais, auditivos, eletrônicos, fotográficos ou outros meios. Vigilância é um processo contínuo, não orientado para um alvo específico. Em resposta aos requerimentos de forças militares, a vigilância deve ser planejada para fornecer alerta das iniciativas e ameaças inimigas e detectar mudanças das atividades inimigas.

7 - Reconhecimento - É o complemento da vigilância em obter, por meios visuais de observação ou outros meios de detecção, informações específicas sobre a atividade e recursos de um inimigo ou inimigo em potencial; ou em assegurar dados relativos a meteorologia, hidrografia ou características geográficas de uma área em particular. Reconhecimento geralmente tem premência de tempo associado com a tarefa.

8 - Navegação - A função da navegação é fornecer localização e tempo acurado de referência em apoio as operações táticas, operacionais e estratégicas.

9 - Meteorologia - Fornece informações ambientais atualizadas e acuradas, incluindo ambiente espacial e atmosférico, para comandantes planejarem seus objetivos no nível tático, operacional e estratégico. Ela coleta, analisa e fornece dados meteorológico para planejamento e execução de missão. Informações ambientais é integral ao processo de decisão e sincronização para emprego de forças e planejamento e condução de operações aéreas, terrestres e navais. A meteorologia também influencia a seleção de alvos, rotas, sistemas de armas e táticas de lançamento.

10 - sistemas de armas - É o conjunto integrado de sensores, processadores de dados e armas.

11 - sistema de combate - É a composição dos elementos de uma plataforma e seu pessoal cujas funções incluem a detecção, identificação, acompanhamento, classificação, processamento, avaliação, designação, aquisição e controle do engajamento de ameaças hostis.
Compreende subsistemas menores que pretendem realizar três tarefas básicas:
- Coletar dados táticos, atualmente realizados por um subsistema de organização tática;
- Avaliar/auxiliar a decisão, tarefa modernamente realizada por subsistemas computacionais de apoio a decisão;
- Controlar armamento.

12 - Sistema integrado - É capacidade de reunir todas as informações (eletromagnéticas, acústicas, óticas, térmicas e outras) dos ambientes de guerra naval através de processamento digital, oferecendo um quadro tático completo e respostas rápidas e adequadas.

13 -Estratégia - Define métodos de atingir uma meta (Por que e com o que). É o alvo que determina se, por exemplo,  um ataque aéreo é estratégico ou tático;

14 -Tática - Estritamente definido como métodos de cumprir objetivos em direção as metas estratégicas(como). Geralmente existem várias táticas que fazem uma única estratégia. A estratégia também pode ser definida pelas melhores táticas a serem empregadas. Entre o nível estratégico e o tático está o nível operacional de guerra que define o que atacar, ordens de ataque e duração, por exemplo.

Portanto, C3 pode ser definido sucintamente como o conhecimento exercido por uma autoridade para cumprir os objetivos ou metas militares.

Um ponto importante a ser considerado é que o C3 é uma função humana. O método pelo qual o Comando & Controle é realizado é o sistema C3, que serve para aumentar as funções cognitivas do indivíduo engajados em Comando & Controle. Um sistema complexo de C3 é uma combinação de indivíduos, procedimentos e hardware usados para aumentar a habilidade do indivíduo de desempenhar o Comando & Controle.

O comandante pode ser o presidente ou o comandante de um canhão naval. A natureza desta missão pode ser estratégica ou tática. Consequentemente, o sistema C3 empregado deve complementar as necessidades do comandante. Como a informação de um indivíduo pode ser o dado de outra, as considerações táticas de um indivíduo podem ser a estratégia de outra. Sistemas C3 normalmente refletirão a complexidade e simplicidade necessária pelas circunstâncias.

Sistemas de Combate

A diminuição do custo dos processadores permitiu a origem de sistemas descentralizados que realizam parte da tarefa total e ligados por um barramento de dados. Apenas os dados de interesse são colocados em disponibilidade na barra. Isso multiplica sua flexibilidade e capacidade de operação pois uma avaria num módulo representa a perda de um parcela da capacidade total do sistema. Esses sistemas ainda precisam de gerenciamento central para funcionar adequadamente, tanto no hardware quanto no software que funcionam em módulos. Próximo passo é  engajamento cooperativo - os vários navios de um grupo agem como um todo. Os navios passam a ser os módulos de um sistema de combate que é o grupo. Um exemplo seria a defesa antiaérea. Um navio com maior capacidade de guerra antiaérea e C2 seria o centro de comando da defesa aérea de todo o grupo coordenando as operações deste de caças interceptadores até a divisão dos alvos que atravessaram todas as defesas entre os navios da cobertura interna.

Sistema de Apoio a Decisão - SAD. Dos três subsistemas do sistema de combate, dois são de controle automático e um de controle humano. É um sistema computacional interativo que, através de dialogo homem-máquina, proporciona ao tomador de decisão acesso a modelos que melhoram seu processo decisório.

Um exemplo do emprego de SAD seria contra mísseis Sea Skimmer. Eles voam baixo a cerca de 300m/s, emitem a 8 km do alvo e são detectado 26 segundos antes do impacto se não houver alerta por fonte externa (datalink, AEW, outro navio etc). Os atrasos referentes a transmissão da informação, que o tomador de decisão pode reagir, podem ser processadas mais rapidamente? A resposta é um sistema automático com respostas pré-planejadas. No caso de ameaça de mísseis, a partir da identificação da emissão pelo MAGE, são feitas designações ao subsistema de controle de armas de superfície que associa todos os sensores e armamentos e ao sistema de dados táticos que atua nos sistemas de Guerra Eletrônica (ativos e passivos). O sistema deve integrar sensores do navio (radar, FLIR, MAGE, visual) e externos (de outros navios) com o sistema de armas(mísseis e canhões) e de GE para a destruição ou despistamento do míssil. O SISCOTA(Sistema de Controle Tático) é um exemplo de SAD.

Comunicações

O Comando & Controle não pode ser cumprido sem a existência de comunicações complementares. O comando não pode ser passado de um comandante para os subordinados. O controle seria impossível sem que o retorno fosse feito de alguma forma. O básico de um sistema de controle é a incorporação de uma rede de comunicações confiável. Na realidade, quanto mais remoto o comandante estiver do local de ação mais dependente ele se torna em comunicações rápidas e confiáveis.

A maioria das comunicações de longo alcance são transmitidas eletronicamente via satélite com backup de HF. A automação é conseguida nos centros de comunicações (CC) e subestações localizadas pelo mundo usando processadores e retransmissores. Estas estações, em terra ou no mar, fornecem eficiência relativa na cobertura global para sistemas estratégicos ou táticos. Os meios de reprodução eletrônica, distribuição e exibição são disponíveis em navios e bases que tem uma grande redução no manuseio das mensagens. Assim como um sistema de direção de combate mostra informações táticas em tempo real, informações orientadas em gerenciamento são acessadas em quase tempo real. As comunicações  de satélites dos EUA, por exemplo, usam principalmente o espectro UHF, com rede HF secundária e backup.

O Ambiente

O aumento da necessidade de sistemas C3 rápidos está sendo direcionada pela rapidez com que as armas podem ser empregadas. Esta necessidade está se tornando exponencial desde a virada do século. O tempo de reação está se comprimindo para conter as armas atacantes desde o início da detecção. No nível de sistemas de combate de unidade, o sistema C3 esta se tornando eficiente em reagir ao pequeno o tempo de reação. Sistemas de Distribuição de Dados Táticos navais (NTDS) tem aparecido para satisfazer os requerimentos de um comandante local. Com a expansão da capacidade destes sistemas, um comandante a distância se tornará mais envolvido no nível tático, especialmente onde o engajamento tem significância estratégica. A proliferação de sistemas de comunicações em altos escalões está resultando em considerações políticas e impactos imediatos nos deslocamentos militares. Neste ambiente é concebível que um piloto de caça em rota para um objetivo tático possa ser redirecionado de seu alvo por uma ordem direta do Chefe de Operações (CHEOPS).

REQUISITOS DE INFORMAÇÕES

Nos ambientes atuais e com todas as outras considerações assumidas como iguais, o comandante que tem a "melhor" informação (tempo e precisão) irá prevalecer nos conflitos entre forças militares. A frase chave na definição do C2 é "exercício consciente da autoridade". O comandante que comanda sem o benefício da informação necessária as metas ou objetivos, aumenta a probabilidade de falhar em controlar de modo ótimo seus recursos. Onde as metas táticas e estratégicas na naturalmente envolvem as considerações políticas e militares, um comandante no local pode não ter as informações necessárias para aquelas metas.

Como mencionado acima, uma mudança constante no ambiente é a base da estrutura dos sistemas C3. Esta estrutura está incorporando todos os ramos das forças armadas e está centralizando gradualmente o Comando & Controle no lugar do governo.

Como consequência, o desenvolvimento tecnológico nas armas tem diminuído o tempo para analisar as informações. Num largo espectro, eventos crescentes (políticos e militares) por unidade de tempo têm aumentado o processo de decisão. Um conflito isolado pode rapidamente se tornar um problema internacional.

Estrutura

Os sistemas C3 atuais estão sendo desenvolvidos com as seguintes áreas para apoiar o comandante na tarefa de Comando & Controle:

1 - Reconhecimento e vigilância;
2 - Observação e informação meteorológica;
3 - Analise de informações;
4 - Guerra eletrônica;
5 - Navegação;
6 - Gerenciamento;
7 - Deslocamento estratégico e tático de armas;
8 - Logística e suprimentos;
9 - Topografia  e mapeamento.

Níveis

Ao descrever a estrutura C3, a prática no passado tem sido de apresentar uma cadeia de hierarquia de comando onde a informação é despachada para cima e para baixo. Devido ao meio com o qual o sistema C3 deve atuar, a hierarquia tradicional é diminuída na prática atual. No seu lugar está envolvida uma rede de Comando & Controle. Os membros principais da rede seriam o Presidente, CINC da esquadra e Comandantes de GT.

Um número considerável de comandantes intermediários não são relatados. De fato a tendência dos sistemas C3 é na direção de uma redução no número de subordinados no sentido de aumentar a eficiência do sistema. Extrapolando a rede do sistema C3 ainda mais, é aparente que os comandantes das plataformas de armas irão desempenhar um papel importante nas questões estratégicas e táticas. Com as considerações de Comando & Controle variando de realidades políticas a empregos militares da força, é improvável que os comandantes possuirão todas as habilidades necessárias para um engajamento em C3. A rede na figura sugere que um conceito de equipe interdisciplinar seja necessário.

SISTEMAS DE DIREÇÃO DE COMBATE AUTOMATIZADOS

Em um complexo ambiente de combate multi-ameaça, sistemas de direção de combate automatizados como sistemas de distribuição de dados táticos navais (ex. SISCONTA) tornam possível para um indivíduo tratar com um grande número de alvos e tempos de reações muito curtos na guerra moderna. As funções complexas de C3 necessitam a manutenção de centenas de rastreamentos de navios, aeronaves e armas amigas, neutras e inimigas, enquanto engaja apenas os permitidos pelas regras de engajamentos, o que poderiam ser impossíveis por métodos manuais.

Operações conjuntas entre a marinha, USMC e USAF no golfo de Tonkin nos fins dos anos 60 e início dos 70 subestimaram o potencial do aumento da efetividade que existia quando os sistemas de C3 estavam disponíveis para todos os participantes em uma área objetiva empregando meios de troca rápida de dados.

As operações de Tonkin foram as primeiras intenções sérias em interoperabilidade que encontraram algum sucesso. Contudo, a troca de dados tinha que ser realizada via Sistema de Dados Táticos dos USMC em terra em Da Nang.

Quando os sistemas de distribuição de dados em terra, mar e ar atuam em conjunto, seus radares combinados podem cobrir uma área de vários milhares de km2. Pela troca de dados, cada sistema radar pode se beneficiar da cobertura de outro sistema e um comandante tático conjunto pode controlar mais efetivamente o esforço conjunto das forças disponíveis. Então, quando interligadas, a vigilância conjunta de todo o complexo de sistemas deve exceder a soma total das capacidades individuais de cada um. Além disso, as operações conjuntas são menos sensíveis a contramedidas quando os sistemas operam em equipe, pois os meios alternativos podem estar disponíveis para atingirem os objetivos táticos.

Para atingir estes objetivos um sistema de direção de combate automatizado deve realizar as seguintes funções:

1 - Coleta e armazenamento de dados;
2 - Predição e rastreamento de alvos;
3 - Comando & Controle;
4 - Comunicação;
5 - Exibição dos dados.


O SISCOTA é um NTDS/SAD nacional que equipa vários navios da Marinha do Brasil. Na foto mostra a apresentação do panorama tático após a compilação dos dados.

Coleta e armazenamento de dados

Do ponto de vista dos sistemas de comando e controle, existem apenas duas categorias de informações: as obtidas de sensores ligados com o sistema ou rastreadores locais e os obtidos por sensores remotos de rastreamento. Os sensores e fontes incluem radar, MAGE, IFF, sonar, FLIR, observação visual e informação de dados. As informações locais e remotas são armazenadas de várias formas que dependem da tecnologia de cada país (ex. gravação em fita magnética, disco ou memória RAM/ROM).

- Estrutura de referências. Obviamente deve existir uma única estrutura de referência se vários sistemas de direção de combate estão operando juntos. Estes sistemas irão operar em um sistema de coordenadas cartesianas com uma origem facilmente identificada, como as características geográficas de interseção de um grande número de latitudes e longitudes, que é referida como um Ponto de Referência de Enlace de Dados (Data Link Reference Point - DLRP). Em um evento onde qualquer unidade não mede com precisão sua posição relativa ao DLRP, seus relatos de posições de acompanhamento de alvos também relatados por outras unidades não irão se relacionar. O resultado será dois arquivos de acompanhamento e números separados de acompanhamento do mesmo alvo, resultando em confusão e ambiguidade.

Este tipo de ambiguidade de acompanhamento é chamada de designação dupla e de algum modo é similar as encontradas nos sistemas TWS (Track-while-scan). Designações duplas causam desgaste no efeito das operações de todo o sistema de comando e controle envolvendo a troca de dados. Outras causas de designação dupla incluem os problemas relativos ao alinhamento dos sensores, movimento relativo das plataformas e erros de navegação.

Características de um arquivo de acompanhamento simplificado de um sistema de direção de combate:
- Número do acompanhamento e ordem da arma;
- Posição (X,Y, Z);
- Curso e velocidade;
- Fonte dos Dados da identidade;
- Resposta IFF e número do lado;
- Categoria do acompanhamento(superfície, aéreo ou submarino);
- Prioridade de engajamento;
- Unidade atual de controle de missão(ex. um CAP);
- Carga de armas.

- Gridlock. Enquanto é necessário eliminar estes erros de fontes de estrutura de referência, os erros devem eventualmente aparecer as vezes e irão crescer a não ser que compensações sejam introduzidas num processo chamado "gridlock". Inicialmente, uma determinação é feita para um erro de gridlock e existe uma designação dupla, então o alvo é selecionado e marcado no radar por todos os participantes. Uma comparação é feita manualmente ou com uma subrotina do computador para determinar se o acompanhamento é de fato o mesmo (correlacionamento). Um sistema é selecionado com referência, geralmente o considerado como tendo o melhor dado de navegação. Finalmente, todos os outros sistemas causam um bias para ser incluído na sua informação de computador como a imposição do alvo no display sobre o da referência do sistema. Este bias é o mesmo de todas as informações de acompanhamento de um sistema específico, mas obviamente é diferente entre sistemas e zero para a referência pois a informação é assumida para não ter erro.

Predição do Acompanhamento do Alvo

Informações de fontes locais de dados podem ser entrados manualmente ou podem vir de informes digitais de posição de radares TWS ou acompanhamento ativo. Dados de sistemas de controle de tiro dados chamados de repetição) são geralmente uma entrada análoga ou digital que devem ser convertidos em dados digitais compatíveis com o sistema de controle de fogo do Sistema de Apoio a Decisão (SAD) que incluem os do sonar e sistemas óticos de controle de canhões. No caso de sistemas no solo, dados de controle de fogo podem ser classificados como dados remotos como os obtidos de radares de mísseis SAM relacionados com o SAD. O SAD normalmente incluirá equipamentos que convertem dados de formatos diferentes para digital.

O SAD irá realizar acompanhamento e funções de predição similares as dos radares TWS, mas usando outras fontes de dados. O objetivo do SAD é fornecer dados e assistir sua avaliação ao invés de resolver o problema de controle de fogo. Contudo, a função realizada será otimizada para comunicar com os operadores. O sistema incluirá algum tipo de algoritmo de acompanhamento, que pode ou não incluir parâmetros de alvos hostis e critérios de regras de engajamento para avaliação de alvo. Saídas no display devem incluir curso, velocidade, CPA, geometria de interceptação e dados de avaliação como a área de probabilidade do alvo e áreas sobre ameaça de armas.

Comando & Controle

A função mais importante no sistema automático de direção de combate é e assistir o comandante no processo de decisão durante o combate. Para realizar esta função, o sistema irá fazer cálculos no sentido de fornecer exibições gráficas e alfanuméricas e destinar sensores ou armas automaticamente se permitido pelas regras de engajamento.

- Ordens da força. Além de fornecer meios com os quais um comandante de unidade pode empregar suas armas e sensores, o comandante da força pode direcionar condições de prontidão e pareamento de armas por comunicações seguras. Os comandantes de cada nível devem fornecer confirmações de ação tomadas através de dados gráficos ou alfanuméricos.

- Regras de Engajamento (ROE). A maioria dos sistemas de direção de combate automatizada fornece alguns meios de reação automática contra as ameaças. O grau em que esta resposta pode ser iniciada por uma situação tática específica varia consideravelmente de um sistema para outro. Varia no grau de sofisticação de resposta lógica, no modo real de resposta que pode ser geralmente sumarizada como se segue:

1 - Automática - O sistema de direção de combate toma decisões como programado, até a inclusão de disparo de armas;
2 - Semi-automática - O sistema de direção de combate realiza todas as funções até o disparo de armas, mas um operador deve ter o controle do disparo de armas. Contramedidas eletrônicas e chaffs ainda podem ser automatizados;
3 - Manual - Cada passo é controlado por um operador em uma sequência prática, contudo, dados de acompanhamento ainda são fornecidos por um sistema de acompanhamento automático como um radar TWS.

Os sistemas mais sofisticados permitem programar respostas específicas de armas e sensores, usando a localização do sistema ou alguma posição designada com zona de defesa. Além disso, as zonas podem ser estabelecidas em distância e alcance com um tipo de resposta pré-programada.

Links de Comunicações

As comunicações digitais entre computadores permite a troca muito mais rápida de dados do que a permitida pela linguagem humana e que poderia incluir imagens. Ainda, é o único jeito de uma informação completa ficar disponível para todos os envolvidos no processo de tomada de decisão. Para todas as forças e agências, incluindo as dos países aliados, se apoiarem mutuamente, uma série de datalinks padronizados tem sido aceitos para aplicação e implantação considerando-se os métodos de comunicações.

Uma série de formatos de mensagens padrões tem sido usado para troca de dados digitais entre os computadores associados com o sistema. Estas mensagens contêm vários elementos de informações necessárias para trocas digitais. As mensagens são interpretadas pelo computador e convertidas em displays para uso do sistema do operador:

1 - Sistemas de Dados Táticos de Informação Base são trocados para identificar a  unidade na interface;
2 - Informações de acompanhamento são trocadas para que as informações de todos os acompanhamentos de navios, aviões e submarinos que estão no alcance de detecção do sistema estejam disponíveis para todos os participantes, embora estes dados nem sempre possam ser mostrados (ex. um Sistemas de Dados Táticos do Exército não mostra contatos submarinos);
3 - Informações de Guerra Eletrônica (GE) é trocada para que a fonte de interferência possa ser localizada e identificada e outros dados de GE possam ser compartilhados;
4 - Informações de comando é trocada para que o sistema possa coordenar seus esforços em operações de combate e comandantes táticos possam ter informações detalhadas das forças a sua disposição;
5 - Informações de Controle Específico são trocadas por aeronaves amigas sobre direção de sistemas de controle aéreo. Estas informações mantêm todos os sistemas informados dos detalhes das missões de combate sendo realizadas;
6 - Informações de Gerenciamento de Dados são trocadas para controlar o grande número de informações envolvidas e para minimizar interferência mútua. Por exemplo, acompanhamentos de aeronaves e navios desativados a muito tempo no sistema são apagados e todos os sistemas são notificados. Ou se conflitos de dados ocorrem, as informações são trocadas entre os sistemas para que o operador possa resolver a situação de conflito.

A troca destas informações permite uma coordenação contínua e harmonização entre o controle aerotático e sistemas de defesas aerotáticas envolvidas. Isto minimiza a interferência mútua e aumenta significativamente a efetividade do sistema em operações conjuntas. A mensagem de link é empregada por vários Links Digitais Táticos (Tactical Digital Links - TADLs).

Um exemplos de link da US Navy é TADIL "A"(Link 11). É sistema de transmissão de dados criptografados em tempo real de ida e volta de frequência de radio UHF e HF. Equipa aeronaves e navios e liga informações de sensores táticos com segurança além de deslocamento de armas e condições de engajamento. Acoplado a uma CPU e memória, várias estações podem receber informações ou entrar na rede ativamente e enviar e receber dados. Uma estação será denominada como NCS (Net Control Station) para fornecer uma amostra sincronizada de cada unidade transmissora de dados. As transmissões podem ser em UHF para limitar a detecção as distâncias na linha de visão (LOS) ou HF quando distâncias além do horizonte(OTH) forem necessárias. O link 16 tem características expandidas. O link 14 equipa plataformas sem NTDS e apenas recebe informações.

Formas de Exibição

Sistema de Apoio a Decisão (SAD) automatizados tem substituído o processo de plotagem de alvos manuais da Segunda Guerra Mundial e a década de 50 com computadores digitais de alta velocidade e capacidade de reconhecimento, reação e distribuição quase instantânea. Os operadores de SAD têm uma simbologia disponível em tempo real que representa toda a situação tática, incluindo todos os meios aéreos, navais e submarinos que o apóiam, mas as plataformas, instalações e armas do adversário.


Simbologia NTDS.

Os SAD podem ser divididos em três áreas de funcionamento:

1 - Display do Operador - Estes exibidores fornecem dados de sensores (incluindo sonar se necessário) e permite ao indivíduo entrar, manusear e fazer uso dos dados do computador via gráficos e exibição alfanumérica;

2 - Display de Comando/Avaliação - Este é para o uso do comandante da força ou comandante da unidade e seu staff. O display é grande e geralmente permite apenas entrar dados de forma limitada. Sua função primária é avaliar os dados e empregar armas;

3 - Display Automatizado de Situação - Fornece informações de natureza geral de um grande número de rastreio e da mesma categoria geral, como os fornecidos pelo quadro convencional de condição preenchidos manualmente dos COCs.

- Display do Operador. Este tipo de exibidor é geralmente padronizado para economia e para que o treinamento, reparo e suprimento seja mais fáceis. É adaptado para tarefas específicas pelo programa de computador do SAD. Geralmente é um vídeo de 30-37 cm (14 polegadas) que permite a visualização de vídeo cru, simbologia, gráficos e alfanuméricos. A comunicação com o computador é feita com botões fixos, ações de botões e teclado e painéis de comunicações. O posicionamento no vídeo é indicado pelas marcas de movimento de um track-ball, joystick ou toque na face do vídeo. O computador mostra uma lista de dados alfanuméricos em um vídeo auxiliarem acima ou do lado do vídeo principal. A geração de simbologia pode ser feita no display ou por um gerador central de simbologia.


Um SAD padrão da US Navy, o C4AN-UYQ-21.

- Display de Comando/Avaliação. Na evolução das grandes pranchas de status e plotadores verticais com coordenadas até o display fornecido pelo SAD, houve um crescimento de 20 vezes na capacidade de alvos que podem ser manuseados, mas a maior vantagem do display manual - que é a disponibilidade geral para tomar decisões sobre o tamanho do plotador manual foi perdida. Enquanto a plotagem vertical fornece um grande display para uso de várias pessoas simultaneamente, o indicador plano de posição (PPI) do vídeo de 14 polegadas do display do operador é inacessível para mais de duas pessoas e não fornece detalhes suficientes sobre um grande área para o comandante e seu staff. As antigas telas não fornecem atualizações em tempo real de dados, mas são melhores que os métodos manuais. Os displays atuais empregam vídeos de 21 polegadas como o Operations Summary Console (OSC) da US Navy. Com os vídeos de cristal-líquido no início da década de 80 apareceram displays de 1 m2 e que podem operar em ambientes claros, ao contrário dos CRT que só funcionam no escuro. O LCD fornecem um mapa colorido no fundo.


Operations Summary Console (OSC) num sistema AEGIS.

- Display Automatizado de Situação. Uma das últimas funções manuais nos SAD automatizados é a tábua de dados. Com o carregamento de rastreio moderno é desnecessário que o homem possa conservar os dados disponíveis; contudo, os modernos SADs fornecem para o vídeo da prancha de situação dados parecidos com os vídeos dos modernos aeroportos comerciais.


Exemplo de uso de pranchas de dados nos sistemas de tráfego aéreo dos porta aviões.

Referências do Display

O Display do Operador possui algumas limitações dos repetidores de radares não computadorizados onde a exibição fornecida não é corrigida pelo curso e velocidade da plataforma onde está instalada. Esta característica não é problema na maioria das situações e mesmo desejável em algumas circunstâncias. Contudo, tem sido um recuo para a automação da guerra anti-submarina, de pontaria de ASCM (mísseis cruise anti-navio), navegação e outras atividades que necessitam de displays de movimento verdadeiro ou plotagem geográfica fixa.

O Display de Comando/Avaliação iniciados com o Operations Summary Console (OSC) tem sido projetados com a capacidade de fornecer um display com movimento relativo real geográfico em complemento pelos displays fornecidos pelos radarscopes. Enquanto processam contatos de sonar, é imperativo que a plotagem de posições geográficas do navio atacante, unidades de apoio e submarinos sejam mantidas no sentido de avaliar as manobras e aspecto do submarino alvo. Sem a plotagem geográfica fixa pode ser extremamente difícil separar o submarino das características geográficas subaquáticas, engodos e mesmo a esteira dos navios processados. A necessidade tem sido preencher o Dead-reckoning Tracer (DRT) que necessitam de vários operadores. O resultado é uma massa complexa de linhas e necessita que a avaliação e processamento do alvo pare enquanto o papel é trocado e os "bug" apagados. Nestas condições, 80% do esforço era direcionado ao processamento manual e apenas 20% as considerações táticas reais.

Usando o OSC ou algum outro display, o operador pode selecionar estrutura de referência com o qual a informação será mostrada. Em uma situação de setor de cobertura com o guia de referência e história de rastreio  feita no próprio navio, o operador pode observar a posição do seu navio neste setor destinado nos últimos 30 minutos para verificar toda a cobertura. Uma vez que é conseguido um contato sonar, ele escolhe uma posição próxima, mas não diretamente sobre o submarino e entrar a simbologia do ponto fixo geográfico, que é então usado como uma referência para orientar o display OSC geográfico. Uma vez que isto é feito, o âmbito de apresentação muda para o centro do ponto geográfico. O próprio símbolo do navio pode ser observado se movendo através do vídeo como um  bug DRT. A história de rastreio do OSC foi feita para o submarino e todas as unidades aéreas e navais de apoio. A plotagem geográfica que resultou é mantida automaticamente durante o tempo desejado sem o atraso e inconveniência inerente na plotagem manual.

PROBLEMAS INERENTES

Sistemas de C3 abrangem desde simples ordens verbais e a observação direta da atividade até as diretivas remotas e representações sintéticas das atividades resultante. Sistemas de Comando & Controle estão abordando o ponto onde o caso mais complexo pode ocorrer  na mesma abrangência de tempo até o mais simples. Os problemas mais controversos são:

- Avaliação. O computador digital é capaz de processar um grande volume de dados e realizar um notável número de avaliações, dado um programa capaz. Pode ocorrer, contudo, a tendência do usuário de colocar importância excessiva sobre os resultados. O C3 é caracteristicamente incerto e imprevisível, envolvendo avaliações subjetivas consideráveis.

- Orientação. Tem sido uma tendência para empregar tecnologia simplesmente por estar disponível, não por ser necessária. Os comandantes sempre encaram os sistemas C3 como desnecessários para as suas necessidades. Na maioria dos casos a tendência é de ajustar os sistemas mesmo com gastos de recursos e com restrições na eficiência. Os sistemas C3 devem ser projetados com flexibilidade para acomodar as necessidades de vários seres humanos e operadores. A ênfase no projeto dos sistemas deve favorecer o comandante e não a tecnologia empregada.

- Custo. O hardware e equipamentos de apoio e processos são caros. A economia de meios militares sempre serão um forte fator na decisão de qual sistema C3 será empregado.

- Tomada de decisão. No sentido de expandir a capacidade dos computadores de funções gerais e fazê-los o mais flexível possível, informações com detalhes desnecessários são frequentemente fornecidas. Muita informação pode criar indecisão, assim como pouca informação. O sistema C3 deve ser estruturado e operado para diminuir as variáveis e definir alternativas para o comandante, enquanto evita uma superabundância no nível de tomada de decisão.

Outra preocupação é o congestionamento dos canais de comunicação. Um grande volume de informações para o topo sobrecarrega a capacidade do sistema. Mesmo uma pequena campanha pode gerar um número ilimitado de informações. O HMS Hermes processava em média 800 mensagens na campanha das Malvinas/Falklands. Durante a operação Just Cause, uma maré de relatórios de situação expedida pelo Comando de Combate do Vice-Almirante Joseph Metcalt III foi utilizada para "canalizar as energias dos superiores na leitura e não para me dizerem o que fazer o tempo todo".
Uma consequência da saturação de comunicações é o declínio evidente na qualidade das decisões posteriores.

- Disciplina. Onde os comandantes de alto escalão possuem capacidade de engajar e avaliar ao nível do comandante de campo, a perda de autoridade do comandante de campo irá ocorrer. Se vários comandantes no sistema C3 são capazes de interagir, pode ocorrer confusão. O comandante sênior com a informação mais pertinente deve ter preferência. Avaliações múltiplas podem fornecer resultados consistentemente melhores que a avaliação de um único comandante. Os que estão no comando de alto escalão devem saber o que seus comandantes seniores estão pensando, quando agir, quando questionar e quando dar ordens. O Comando & Controle no futuro irá precisar de disciplina racional dos comandantes conscientes que trabalham como uma equipe para cumprir uma meta ou objetivo. Comandantes de campo devem ser constantemente susceptíveis a ordens dos altos escalões enquanto mantém uma mentalidade própria para agir quando necessário, mas tendo cuidado para não incluir ações contrárias aos interesses nacionais. Este conceito de disciplina mental é talvez a área mais crítica - e controversa - nesta nova era de Comando & Controle.

A capacidade de um líder de se comunicar com os subordinados fixa as fronteiras do seu controle. Antes as ordens que chegavam a tempo eram as que estavam dentro do alcance acústico ou visual do comandante. A estrada de ferro e o telégrafo a anunciaram o principio do fim da praticamente intocável independência de comando. Com o aparecimento dos satélites de comunicações e a minituarização dos sistemas de comunicação, é possível conectar qualquer oficial ao escalão mais alto de comando. Isso permite que o presidente influencie nas decisões táticas do escalão mais baixo como o simples disparo de uma arma.

O maior perigo associado com a direção detalhada de cima está relacionada com questões básicas de especialização técnica. O poder de controlar o modo como uma tarefa está sendo realizada não assegura que seja sabiamente ou bem executada. O âmbito do comandante supremo tem sido, tradicionalmente, de estabelecer os "o que" da política e estratégia nacional. Aos oficiais dos escalões inferiores cabe o "como" das operações, da tática e da técnica.  A não observância desta prática consagrada pode levar e certamente levará a derrota militar.

Colocando de lado aquelas poucas áreas onde a autonomia de comando não pode prevalecer, os líderes da nação devem assegurar seu cumprimento em toda parte. Uma abordagem de cinco pontos, a ser seguida em cada degrau da cadeia de comando, percorrerá um longo caminho para alcançar o propósito:

- Cargos de comandantes subordinados deverão ser confiados aos melhores;
- Aos comandantes subordinados devem ser alocados todos os recursos necessários. Missão claramente definida e regras de engajamento abrangentes são vitalmente importantes;
- Comandantes mais antigos devem resistir a tentação de arregaçar as mangas, entrar em cena e dirigir o espetáculo;
- Comandantes mais antigos devem, rigorosamente, respeitar a venerada cadeia de comando. Contornar escalões mais do que ameaça a autonomia, priva o oficial contornando o seu comando;
- Comandantes mais antigos devem aceitar a idéia de que enganos serão cometidos mais abaixo na cadeia.

- Capacidade de sobrevivência. Além do nível direto de Comando & Controle, as comunicações tem um papel chave em manter a integridade do sistema C3. Disponibilidade no projeto do sistema (redundância, rusticidade, miniaturização, etc.) é essencial para assegurar a capacidade de sobrevivência, particularmente num tempo de escalação de conflitos. Também existe um aspecto irônico da capacidade de sobrevivência em C3 de alto nível também existe. Um controle oposto do governo de suas próprias forças militares também tem a necessidade de comunicações intactas. A destruição do sistema de comunicações deve impedir o início do conflito uma vez que suas forças estão comissionadas. Esta consideração pode influenciar significativamente sobre o emprego tático das próprias forças.

O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO

O processo de tomada de decisão tem quatro fases: a observação, orientação, decisão e ação - o ciclo OODA. O ciclo OODA leva a melhora da decisão no espaço de batalha. Os sensores observam a realidade. Os processadores e displays fornecem aos tomadores de decisão com os meios de visualização e orientação no cenário. A percepção guia o comandante a intenções e permite aos tomadores de decisão a decidirem sobre um curso de ação. Seguindo a decisão vem a execução ou a ação. O benefício da tecnologia permite processos de tomada de decisão simultâneas, fortalecendo o guerreiro com acesso direto, mais rápido e melhor a este processo. Os tomadores de decisão em C2 podem fornecer todos os tipos de informações da situação. Entender o cenário como um todo envolve a compreensão do motivo da ação das forças inimigas. Quando forças opostas se engajam, a batalha progride no passo de cada ação dos combatentes. O C2 se torna na melhor das hipóteses bastante difícil.

Nestas condições, o comandante deve se basear no treinamento, doutrina e conhecimento do inimigo. O conhecimento vai além da consciência da situação e incluem os motivos e doutrina inimiga. É importante que o sistema C2 tenha a capacidade para transcender a consciência da situação e liberar o comandante para tarefas de alta compreensão. Ações, visualizações, coleção e correlação guiam o processo C2 em direção a compreensão. Ascender a hierarquia cognitiva permitirá aos tomadores de decisão criarem estratégias, planejar missões e ensaiar baseado na compreensão de como o inimigo pensa.

PLANEJAMENTO DE MISSÃO EM TEMPO REAL

Quando os comandantes conduzem operações com uma estrutura de comando racional e C2 melhorado, ocorrem implicações no planejamento da missão. O planejamento da missão maximiza a capacidade aumentada fornecidas por tecnologias avançadas. Informações crescentes no processo de planejamento da missão fornecem o mecanismo para o sensor-para-disparo construir uma  capacidade de planejamento de missão na plataforma lançadora e até mesmo nas armas. Planejamento de missão em tempo real permite a reprogramação das armas durante o vôo, atualizando e com guiamento terminal baseada em entradas de sensores. O planejamento de missão em tempo real é melhorada pelo SAD, que fornecem aos comandantes táticos opções de planejamento alternativos baseado em variáveis do cenário e produz respostas rápidas para as questões "e se". Obtendo e armazenando detalhes do plano de missão é especialmente útil no cubo de batalha quando o atirador esta dependendo de sistemas para fornecer planos executáveis para alvos de oportunidade.

ORGANIZAÇÃO E DOUTRINA

Para o combatente se beneficiar da disponibilidade melhorada de informações e processamento poderoso, as três armas devem despir suas estruturas de comando. Uma doutrina conjunta deve ser desenvolvida para assegurar que a tecnologia e investimentos sejam conseguidos para o combatente. Envolvendo a construção de um sensor-para-disparo, o sistema de gerenciamento de informações deve relacionar e fundir dados e automaticamente atualizar o CTP. As regras de engajamento e intenções operacionais combinados com sensores de informações em tempo real irão guiar os combatentes na execução da sua missão. A troca de informações rápidas permite decisões nos níveis de comando mais baixo onde a premência de tempo é imperativo.

JCS - SISTEMA DE COMANDO CONJUNTO

Existem cinco elementos essenciais que fornecem a arquitetura para influencia a infra-estrutura de C4I efetivamente e melhorar a perspectiva operacional do C4I:
- Mistura sem remendos, através de uma aplicação comum em uma estação de trabalho, táticas críticas, dados operacionais e administrativos para o combatente, que permitem os objetivos táticos guiarem as operações;
- Assimilar as informações necessárias rapidamente através de formatos de dados padronizados, permitindo ao comandante operacional e usuários "puxar" informações desejadas para cumprirem a tarefa. Uma capacidade de duas vias de "empurrar" suplemente o "puxar" quando necessário e previne a sobrecarga de informações;
- Fornecer informações usando formatos de dados integrados em um ambiente multimeios de vários formatos(vídeo, voz, imagem e dados táticos de alta velocidade);
- Fornecer um ambiente operacional comum (Common Operating Environment - COE) que padroniza as estações de trabalho do operador. As estações de trabalho e a padronização da interface permitem grande proficiência do operador enquanto reduz a necessidade de treinamento;
- Uso de blocos de construção comuns para projeto de hardware padronizado e modular, que permite upgrades e adições na arquitetura de forma custo efetiva.

O sistema C4I deve apoiar o combatente em todos os níveis:
- O observador, pelo emprego de estações de trabalho computadorizadas de alta tecnologia e interfaces comuns;
- O comandante em terra, pelo desenvolvimento de conecções multimídia e o estabelecimento rápido de redes em terra que ligam o comandante a todos os escalões, em todos os Serviços, a todos os aliados(temporários ou não) em todos os aspectos da guerra;
- O Comandante de Guerra Conjunto (Composite Warfare Commander - CWC), empregando uma série de informações táticas em rede que muda em número e natureza para as decisões doutrinárias do CWC e permitem aos comandantes habituarem suas necessidades de C2;
- O Comandante de Força Tarefa Conjunta (Commander Joint Task Force - CJTF), ao empregar um rede que deve ser flexível para permitir ao comandante habituar seu C2, especialmente durante operações conjuntas e com aliados.

Por exemplo, nos EUA o Complexo de Comando do CINC (CCC) serve como gateway primário para comunicações e informações do GLOBIX para ir para os combatentes da frente de batalha por um sistema de trocas de dados táticos(TADIX p.e.). O CCC realiza funções de C2, correlações e fusões. Um CINC capaz de tomar decisões, com o foco nas regras de engajamento e intenções operacionais é incluído. Decisões no campo de batalha são feitas pelos comandantes táticos e combatentes.

Cubo de batalha é um conceito, áreas multi-dimensionais que incluem submarinas, aéreas, superfície e espaciais de um ambiente para condução da guerra.

A perspectiva de guerras com apoio de aliados, coalizão e forças conjuntas serão comuns no futuro. Alianças terão o potencial para produzir um sinergismo de forças e capacidades. Contudo, forças individuais podem ser facilmente trocadas se a interface entre as forças não estiverem transparentes para o comandante e guerreiros. Tecnologia difusa, padrões e protocolos, conceitos de operação, arquitetura flexível e uma estrutura de comando comum são requerimentos para fazer as forças trabalharem juntas.

QUADRO TÁTICO CONJUNTO – CTP (Common Tactical Picture)

As funções essenciais de C4I devem ser pelo menos 4: conectividade, Sensor-para-disparo, Guerra de Informações e Quadro da situação tática Comum. Quadro da situação tática é toda informação que varia do espectro de sensores até atiradores que permite ao comandante tático entender o espaço de batalha. Consiste de entradas de vigilância, informações, identificação, ambientais e posicionamento e meios de decisão tática. Todos os usuários terão as mesmas informações de onde extrairão o que for necessário. Um dos objetivos é evitar fogo amigo.

Conectividade liga nós de comunicações. É feito através de sistemas de informações, de preferência de data links. Sensores para o atirador foca o processo de acertar o alvo. Isto inclui vigilância, reconhecimento, aquisição e localização, identificação, pontaria, engajamento e guiamento e avaliação dos danos de batalha.

IMPACTO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÕES

A tecnologia tem um profundo efeito no espaço de batalha: diminui o tempo da identificação até o engajamento, melhora a precisão e taxas de fogo causado pela dispersão das forças, melhora a digitalização e integração dos cubos de batalha melhorando o efeito do fogo e manobra de unidades dispersas, melhora a consciência da situação e melhora os meios de avaliação da campanha para avaliar o curso das ações.

A guerra está mudando devido a melhora da efetividade do cubo de batalha. A concentração de tropas esta sendo preterida em favor da concentração de poder de fogo. Durante a batalha existe a tendência de cada serviço a as forças de operações a seguir seu próprio ritmo. Sistemas C2 devem integrar e sincronizar as forças em operação para otimizar as forças de cada serviço e conseguir sinergismo de capacidades.

Como a capacidade de lutar esta migrando das armas e plataformas para os sistemas de informações que dirigem a guerra, a susceptibilidade a Guerra de Informações está aumentando. Para maximizar sua efetividade, a disseminação da informação no cubo de batalha requer uma estrutura de organização mais direta. O foco deve mudar do sensor para o comandante para sensor-para-atirador. Com os objetivos da missão e regras de engajamentos estabelecidos, os combatentes e atiradores devem realizar suas missões e os comandantes comandariam por negação.

Elementos fixos e móveis podem fornecer ao atirador as mesmas informações disponíveis apenas aos tomadores de decisão nos centros de comando. O espectro de informação consiste de três redes:

- Rede de vigilância. Uma capacidade cobrir o espaço de batalha ao invés de uma série de sensores únicos. A rede consiste de sensores das plataformas, de teatro e nacionais que o combatente pode acessar diretamente;
- Rede de comunicações. Uma rede de área digital e multiplex em torno do espaço de batalha;
- Rede Tática. Uma rede tática de links de comunicações que liga todas as unidades de uma força considerando a plataforma e componentes. Esta rede conecta os sistemas de apoio a decisão (SAD) entre as unidades.

Na guerra naval, Isto seria importante em regiões marítimas próximas ao litoral. Em alto mar o espaço de batalha pode ter mais de 5.000 km de diâmetro. Próximo ao litoral ele pode se reduzir a menos de 200 km de diâmetro. O alerta avançado é curto e o tempo de vantagem é perdido.

SUPERIORIDADE DE INFORMAÇÕES

Deve-se reconhecer que o sucesso em vários campos de batalha do passado tem vindo de modos inovadores de combinar novas tecnologias disponíveis e não apenas de avanços tecnológicos sozinhos. A história é cheia de exemplos onde forças superiores foram derrotadas devido a falta de informações críticas. Várias vezes os dois lados tem os mesmos meios tecnológicos disponíveis, mas um deles é capaz de atingir a vantagem através da inovação.

A revolução nos meios militares tem movido a informação e os requerimentos para superioridade de informação no espaço de batalha conjunto para o centro do pensamento na guerra moderna. Um elemento importante nesta revolução é a Guerra de Informação (Information Warfare - IW).  A IW é o meio de se conseguir superioridade de informações sendo a coluna vertebral das outras áreas de guerra.

Superioridade de informações é a capacidade de coletar, controlar, explorar e defender informações enquanto nega ao adversário esta capacidade de fazer o mesmo. Como a superioridade aérea, a superioridade de informações inclui ganhar o controle sobre o domínio da informação e explorar todas as funções da informação. O esforço da IW esta focado em dar aos comandantes das forças amigas a capacidade de reagir consistentemente a uma situação e tomar decisões acuradas mais rapidamente que o inimigo. Ao consegui-lo, ele aumenta a tensão e o "atrito de guerra" nos líderes e forças inimigas, eventualmente causando choque em eventos inesperados. Dominando o espectro das informações também pode  oferecer oportunidades de degradar significativamente e influenciar o ciclo de decisões e a qualidade de informações neste ciclo, e assim, moldando a percepção do inimigo da situação e o curso disponível de ação. A superioridade de informações é conseguida através de Guerra de Comando & Controle (C2W) no campo de batalha e de Relações Públicas no meio civil.

Numa época em que o mais importante suporte de uma força expedicionária naval é a informação, as táticas fluem em grande parte das características da capacidade de processar informação. Só é possível conseguir vantagem sobre os oponentes se forem implantadas táticas ofensivas e defensivas no arsenal dos combatentes.

A IW pode ser usada para atrasar e influenciar o processo de decisão do inimigo, para preparar o espaço de batalha antes de iniciar as hostilidades e ditar a batalha nos próprios termos. A guerra baseada em informações, empregando comunicações avançadas, confiáveis e seguras, permitem a integração da informação do campo de batalha e aumentar o efeito da potência de fogo ofensiva e manobra das unidades dispersas.

Guerra baseada em informações permite as forças explorarem novas tecnologias de armamentos para aumentar a velocidade da batalha. Impedir o inimigo de se comunicar ao atacar seus centros de Comando & Controle e desligando os sensores inimigos pode ser a base para a vitória no campo de batalha.

GUERRA DE COMANDO & CONTROLE - C2W (Command and Control Warfare)

C2W é qualquer ação que explora, manipula ou destrói a informação disponível para o adversário e/ou sistema de informações enquanto influencia e defende as informações e sistemas de informações amigas para conseguir superioridade de informações. GI pode ser empregada antes e durante as hostilidades e é realizada nas informações do espaço de batalha. A GI permeia os níveis táticos, estratégicos e operacionais, abrangendo as infra-estruturas política, econômica, física e militar. Expande o espectro da guerra da paz até os combates. O C2W, a parte prática da IW, é o uso integrado de operações de segurança (OPSEC), engodo militar, operações psicológicas(PSYOPS), Guerra Eletrônica (Ataque Eletrônico e Proteção Eletrônica) e destruição física apoiado por um sistema de Inteligência, para negar informações para influenciar, degradar ou destruir as capacidades de C2 do adversário, enquanto protege os próprios meios C2 contra tais ações.


Superioridade de Informações.

O C2W é aplicado em todas as fases da operação, incluindo antes, durante e após as hostilidades. O C2W oferece meios letais e não-letais de chegar ao objetivo enquanto promove dissuasão e/ou promover a paz. O aspecto ofensivo do C2W atrasa o tempo do adversário, interrompe seu plano e sua habilidade de focar o poder de combate e influencia sua estimativa da situação. O aspecto defensivo do C2W minimiza as vulnerabilidades do C2 amigo e interferência múltipla.

A C2W ataca as várias fases do ciclo de decisão do oponente para atrasar seu processo de tomada de decisão, gerar confusão, aumentar a incerteza e resultar na sua inabilidade de realizar ações efetivas. Por outro lado, as forças amigas devem ser protegidas no processo de tomada de decisão para manter a vantagem tática. A C2W fornece uma capacidade eficiente e potencialmente não letal para neutralizar um adversário lutando com uma resposta sob medida. Forças navais deslocadas num papel de presença ou mostra de bandeira estarão posicionadas de modo ótimo para conduzir C2W.

A revolução nos meios militares moveram-se para os requerimentos de superioridade de informação como centro da guerra moderna. O crescimento da confiança nos sistemas de informações e na rede mundial de informações resultam em requerimentos nacionais de segurança. A IW está se tornando rapidamente um meio primário para desencorajar e deter adversários em potencial. Através de tecnologias de informação confiantes, pode-se moldar as informações dos oponentes para confundir ou convence-los que serão derrotados no início das hostilidades. A IW busca evitar hostilidades ou ganhar uma vantagem de informação antes que as armas sejam usadas, mísseis sejam lançadas e fuzileiros desembarquem. Se a dissuasão falha, a IW pode ser implementada nos níveis táticos e operacionais através da C2W para quebrar o processo de tomada de decisão do inimigo.

Elementos do C2W

OPSEC (operações de segurança). É o processo de identificar informações críticas e subsequente análise das ações amigas atendendo a operações militares e outras atividades; identificar estas ações que podem ser observadas pela inteligência adversária; determinar sistemas de inteligência adversários que podem interpretar ou que podem colocar juntos estas informações e selecionar e executar medidas que possam eliminar ou reduzir a um nível aceitável de vulnerabilidades as ações que o adversário possa explorar.

Despistamento Militar. São ações executadas para enganar deliberadamente os tomadores de decisão do adversário sobre a capacidade militar intenções e operações amigas, levando o adversário a tomar ações (ou não ações) que irão contribuir para cumprir as missões amigas.

PSYOPS (operações psicológicas). São operações para transportar informações selecionadas e indicadores para audiências estrangeiras para influenciar suas emoções, motivações, razões e seu comportamento dos grupos governamentais, organizações, grupos e indivíduos. O propósito da PSYOP é induzir ou reforçar as atitudes e comportamentos dos objetivos do orientador. Serve com proteção de C2 ao minimizar o efeito do PSYOPS adversário.

Guerra Eletrônica. É o uso de energia eletromagnética (EM) para controlar o Espectro EM ou atacar o adversário. É dividido em ataque eletrônico (AE), Proteção Eletrônica (PE) e Apoio de Guerra eletrônica (MAGE).

Destruição física. É a aplicação do poder de combate para destruir ou neutralizar as forças e instalações inimigas. Inclui fogo direto ou indireto por terra, mar e ar (aviação, apoio de fogo, ataque de precisão com mísseis cruise e guerra anfíbia). Também inclui ação direta por forças de operações especiais. Um exemplo é a interceptação do avião que transportava o Almirante Yamamoto em 18 de abril de 1943 por uma esquadrilha de P-38 americanos. Os americanos sabiam da viagem ao interceptarem mensagem de comunicação de rádio dos japoneses, decifraram o código da mensagem e conheciam a pontualidade do Almirante. Com um só golpe foi atacado e destruído o coração do comando e controle e planejamento estratégico do Japão no Pacífico.

Disciplinas de C2W

Existem duas disciplinas de C2W que são o Ataque C2 e a Proteção C2.

Ataque C2. É a execução sincronizada de ações para prevenir o uso efetivo do C2 adversário ao negar informações para influenciar, degradar ou destruir o sistema C2 inimigo. Ex.:
- O uso de interferência eletrônica para negar informações chaves ao inimigo;
- Bombardear o sistema C2 inimigo representa ataque físico e ataque de informações;
- O ataque físico as forças inimigas ou sistema de produção industrial representa ataque físico puro;
- O uso de mísseis anti-radiação para atacar os radares de aquisição inimigos para conseguir superioridade aérea local através da supressão das defesas aéreas inimigas (SEAD). A detonação da cabeça de guerra no radar é um método de ataque físico. Após a destruição do radar os lançadores de SAM não tem informações para aquisição de alvos.

As contra medidas C2 - CMC2 -  tem ocorrido paralelamente ao desenvolvimento das comunicações. As atividades de ruptura das comunicações inimigas constituem rotina no planejamento militar. O mais exótico é a previsão de armas anti-satélites destruindo os recursos de comando e controle no espaço (satélites de comunicações, navegação, meteorologia e reconhecimento).

Proteção C2. É a manutenção do C2 das próprias forças ao negar ao adversário o esforço de negar informações para, influenciar o destruir os sistemas de C2 amigos. Pode ser ofensivo ou defensivo. Ex.: cancelamento, camuflagem, dispersão e despistamento.

Um Exemplo Prático de C2W

As futuras armas táticas guiadas dos EUA serão altamente dependentes de sistemas por guiamento por satélites - o NAVSTAR/GPS . Exemplos de armas em uso ou em desenvolvimento temos: Tomahawk, Tactical Tomahawk, Harpoon Block II, CALCM, JDAM, JOWS, JASSM, ERGM, SLAM(ER), AGM-130, GBU-15 e Paveway.

Um país sob ameaça que possua sistemas de armas ativas ou passivas que inative os satélites que emitem os sinais de referência poderia tornar as armas americanas totalmente ineficazes, fazendo o país a retornar várias décadas em termos de capacidade ofensiva. Sistemas soft kill (interferência eletrônica) são mais simples de serem projetados e produzidos, mas sistemas hard kill como lasers e mísseis ASAT (Anti-Satélite) também podem ser usados contra satélites de comunicações e reconhecimento, aumentando ainda mais a capacidade de C2W ofensiva, diminuindo em muito a capacidade de C2 dos EUA. Seus futuras UAVs de vigilância e reconhecimento tático e estratégico serão altamente dependentes de satélites de comunicações e navegação. O projeto de aeronaves UAVs ofensivas (UCAV) estarão ameaçados por sistemas ASAT. Até satélites de vigilância marítima por radar, vigilância eletrônica, meteorologia e oceanografia serão alvos prioritários na guerra naval.

Outro exemplo já utilizado a muito tempo é o uso de aeronaves de GE e SEAD no Vietnã, Golfo e guerras Árabes-israelenses. Em 1982 os Israelenses usaram UAVs e os Ingleses usaram mísseis anti-radar para cegar as IADS sírias e argentinas respectivamente.

A C2W pode variar desde um sniper procurando antenas de radio de postos de comando avançados e seus operadores (oficiais) até o ataque aos CC e radares da IADS, passando pelo ataque de artilharia a centros de comunicações triangulados.

O SISTEMA DE COMBATE DAS CORVETAS CLASSE INHAÚMA

As corvetas da Classe Inhaúma foram concebidas basicamente para missões de defesa aproximada e afastada do litoral e para prover escolta a comboios de cabotagem ou transoceânicos. O sistema de armas descrito abaixo esta relacionado com suas funções. Ele serve de exemplo para vários outros sistemas do gênero sendo apenas necessário acrescentar novos componentes equivalentes ou adicionais.

O sistema de armas das corvetas da classe Inhaúma foi concebido comportando duas grandes áreas funcionais básicas: a de Comando e Controle (sensores de vigilância e os consoles de operadores) e a de Direção de Tiro(incorporando os sensores de rastreamento de alvos e os consoles de controladores de armas). Cada um desse subsistema, que opera de forma integrada em tempo real, é baseado em um minicomputador dedicado.

A figura 1 mostra o sistema de forma simplificada, indicando ainda a existência de alguma capacidade de processamento, distribuído e dedicada, em equipamentos periféricos inteligentes, aliviando assim a carga computacional dos processadores centrais e permitindo maior capacidade de operação em modos degradados  que é significativamente aumentada pelo fato de que, por projeto, os minicomputadores de comando e controle e de direção de tiro são mutuamente capazes de assumir, ainda que parcialmente, as funções do outro, em caso de avaria de um deles. Tendo em vista as várias unidades processadoras principais e periféricas operando de forma integra, o sistema é organizado, como se pode perceber, nos moldes de uma federação de computadores.


Figura 1. Concepção básica do Sistema de Combate

A concepção do sistema de armas tem enfoque sistêmico com grande integração entre os componentes e integrado também com outras plataformas de uma Força-Tarefa, através de data-link que viabiliza a troca de dados entre navios e aeronaves.

O tempo de reação foi um fator importante no projeto devido a velocidade das ameaças atuais. A figura 2 ilustra o tempo de reação típico contra um míssil Sea-skimmer . Sendo detectado a cerca de 12 km, o sistema tem cerca de 20 segundos para rastrear o alvo, computar a previsão de tiro dos canhões AA, posicionar o armamento e abrir fogo.


Figura 2.

Subsistema de Comando e Controle

 A figura 3 mostra sucintamente a área de Comando e Controle do Sistema de Armas das corvetas. Nesta seção ou subsistema são efetuados a coleta e a compilação de dados táticos para produzir um quadro tático ou panorama tático completo e atualizado em tempo real, apresentando aos operadores que constituem a equipe do COC. O computador prevê assistência na solução de problemas táticos e de navegação, no controle dos datalinks e na designação de alvos para o subsistema de direção de tiro. Adicionalmente, provê a iniciação e o acompanhamento automático de detecção pelos vários sensores ou recebidos pelos dada links e as ordens de controle para o emprego de torpedos A/S, mísseis anti-navio e chaffs.

Para a execução dessas tarefas, o sistema processa dados fornecidos ao computador pelos radares de vigilância e navegação, sonar, sensores de guerra eletrônica, alças visuais e data links, suplementados por dados injetados pelos operadores de consoles e por dados recebidos dos equipamentos de navegação (giro, odômetro).

O vídeo bruto dos sensores, superposto ao qual encontra-se o vídeo sintético gerados por computador, tem sua apresentação feita nas telas dos displays dos consoles, nos quais, por meio de teclados e tracker-balls, perfaz-se o interface homem-máquina. Cada um dos consoles é, usualmente, alocado a uma tarefa tática específica, como, por exemplo, comando e guerra de superfície, guerra anti-submarino e guerra antiaérea. O controle do helicóptero orgânico do navio, como parte integrante do sistema  de armas, é também ali efetuado, possibilitando sua vetoração, por computador, contra as ameaças detectadas.

A designação de alvos para serem engajadas pelo Subsistema de Direção de Tiro é feita pelos operadores dos consoles por meio de ordens especiais injetadas no computador, que as transfere, juntamente com os elementos do alvo, para o computador de Direção de Tiro.

O desenvolvimento das técnicas de GE na atualidade torna necessária menção especial ao equipamento especificamente destinado a este fim nas corvetas. O sensor passivo MAGE é capaz de efetuar a detecção e análise instantânea de qualquer irradiação eletromagnética inimiga ou suspeita. Identificada a ameaça, e dependendo do seu grau de periculosidade, algumas reações automáticas podem ser desencadeadas: o bloqueador de CME ("jammer") pode ser ativado no azimute e frequência do radar inimigo, prejudicando seu desempenho; o chaff pode ser automaticamente disparado para despistar radares de orientação de mísseis; e o azimute de irradiação detectada pode ser transferido para o Subsitema de Direção de Tiro, sob a forma de designação de alvo, para orientação do radar de tiro.

O sistema permite, ainda, por meio de programas de simulação existentes, a condução de treinamento da equipe de bordo, no porto ou no mar, com alto grau de realismo.


Figura 3. Comando & Controle.

Subsistema de Direção de Tiro

Esta porção do sistema de armas é projetada de modo a otimizar o emprego dos canhões de vante e de ré contra ameaças de superfície e, principalmente, aéreas, permitindo o uso coordenado, preciso e flexível daquelas armas nesses engajamentos.

A troca automática de dados entre o computador de direção de tiro e de comando e controle permite que, num sentido, sejam recebidas as designações de alvos, baseadas nos dados dos alvos detectados pelos sensores, e, no outro sentido, sejam fornecidos ao Subsistema de Comando e Controle os dados referentes ao status das armas, seus setores de fogo e segurança, etc..

Os sensores do  Subsistema de Direção de Tiro podem controlar, via computador, qualquer dos canhões. Adicionalmente, controles diretos de emergência estão disponíveis para o caso de avaria do computador central, quando então os operadores das alças óticas (que são providos de um previsor de tiro de emergência baseado em um microprocessador) ou da alça eletro-ótica (dotada de sensores de televisão e infravermelho e de telemetro laser) podem comandar diretamente a pontaria e disparo das armas. No modo normal de operação, o controle é efetuado pelos operadores do console de controle de canhões, do qual são operados remotamente os sensores de direção de tiro principais (radar de DT e alça eletrônica, ambos tridimensionais) e as armas propriamente ditas.

CENTRO DE OPERAÇÕES DE COMBATE (COC) DE SUPERFÍCIE

Nesta parte será discutido as missões primárias e secundárias do COC, as cinco informações manuseadas pelas funções do COC e as tarefas e responsabilidades dos oficiais e marinheiros que trabalham no COC. Varias estações de armas que funcionam com o COC também serão discutidas

Missões do COC

A missão primaria do COC é fornecer a disseminação rápida, forma organizada, processamento, display, avaliação competente de informações táticas necessárias e informações de inteligência para as estações de comando e controle. A missão secundária do COC é fornecer controle e ou assistência em operações específicas.

Funções de Manuseio de Informações pelo COC

Existem cinco informações básicas manuseadas pelo COC:

1 - Coleta de informações de várias fontes, ativas e passivas: Radar, IFF, sonar, MAGE, visual, radiotelefone, trafego de mensagem, informativos de inteligência, informativos meteorológicos, ordens e planos de missão, publicações de doutrina, logs, mapas e  NTDS/SAD;
2 - Processamento. É a eliminação de todos os dados não essenciais. Consiste em classificar, inspecionar, avaliar e correlacionar as informações colhidas;
3 - Display. É a apresentação visual de todos os dados de combate e operação para descrever a situação tática e estratégica corrente. São usados vários meios. Esboços (Dead Reckoning Tracer (DRT) e quadro de manobra ), quadro de situação, consoles NTDS/SAD, televisões, anotações e listas, Displays com telas grandes e Indicadores digitais de displays;
4 - Avaliação. Considera e pondera sobre todas as informações disponíveis com o objetivo de chegar a uma decisão que possa considerada como uma recomendação a estação de comando;
5 - Disseminação. É a distribuição de informações pertinentes as várias  estações do navio e outras unidades que possam necessitar. Pode ser feita por meios de áudio, visual ou eletrônicos.

Os Tripulantes e Suas Funções no COC

Outras além do CICWO (Combat Information Center Watch Officer ). Os outros componentes do COC varia de acordo com o tipo de navio e condições de prontidão:

1 - Oficial de Ação Tática (Tactical Action Officer (TAO)). Quando determinado, o TAO é o oficial comandante responsável com o emprego dos sistemas de armas e defesa do navio. O TAO executa a avaliação primária no COC e é responsável pelo emprego tático e defesa do navio através da operação efetiva e segura dos sistemas de combate do navio. O oficial qualificado como TAO irá sempre ser designado por escrito pelo CO (Commander Office) e terá autorização para liberar o disparo das armas.

2 - Supervisor do COC (CIC Watch Supervisor (CICWS))
É geralmente o especialista sênior da equipe de vigia. Suas tarefas primárias são:
- Auxiliar o CICWO nas suas tarefas e responsabilidades;
- Responsável pela equipe de observação do COC;
- Destina pessoal de vigia de acordo com suas capacidades e divide a ronda de acordo com as necessidades para maximizar  o treinamento e minimizar o tédio e fadiga;
- Mantém as anotações de vigia do COC;
- Cancela sinais de alarme e informa o CICWO das interpretações e requerimentos para disseminar ao OOD;
- Auxilia o operador de manobra para obter soluções;
- Assegura que equipamentos eletrônicos estejam ligados e informa deficiências ao CICWO;
- Assegura que o diagrama de formação esteja correto e acurado.

3 - Supervisor de Guerra Eletrônica ( Electronic Warfare Supervisor - EWS)
É o responsável pelo gerenciamento dos dados gerados pelo sistema de GE. Suas tarefas primarias são:
- Auxiliar o Oficial de Guerra Eletrônica (Electronic Warfare Officer (EWO)) na realização de suas tarefas;
- Supervisionar o console do operador de GE na operação dos equipamentos de GE, informar contatos de GE e operar os equipamentos de GE do navio via data link apropriado;
- Correlacionar e triangular acompanhamento de ângulo passivos e integrar com  dados de sensores de outras plataformas;
- Responsável por monitorar a situação de  emissão do próprio navio(EMCON);
- Assegurar disseminação imediata ao avaliador TAO/USW (Undersea Warfare) de qualquer emissão detectada e iniciar contramedidas como ordenado pela autoridade maior.

4 - Operador de Radar de Busca de Superfície (Surface Search Radar Operator (SRO))
Suas tarefas principais são:
- Detectar, rastrear e informar todos os contados de superfície;
- O SRO designa contados usando procedimentos próprios. As designações são confirmadas e aprovadas pelo CICWO/CICWS antes de disseminá-las (skunk A, Skunk B etc ou obriga o NTDS/SAD a usar números para designar os contados);
- Informar mudanças de desempenho do radar ao CICWS;
- Conduzir buscas como especificado pelo CICWO/CICWS;
- Informar aeronaves voando baixo as estações de armas relacionadas. O radar de busca de superfície é eficiente em detectar e rastrear alvos voando a baixa altitude;
- Determinar e informar contatos que estejam próximos do ponto de aproximação(CPA) e mudanças no seu movimento relativo;
- Informar quando existe risco de colisão com qualquer contato e quando esta perigosamente próximo e se aproximando do navio.

5 - Supervisor de Detecção/Rastreio (Detection/Tracking Supervisor (TRK SUP)). Suas tarefas principais são:
- Supervisionar todos os operadores de NTDS/SAD incluindo o SDT, o ADT e o ID OP;
- Responsável pelo estado dos equipamentos NTDS/SAD como acurácia das informações de contato, atualizar informações dos contatos quando necessário, assegurar que os dados dos contatos sejam colocados nos NTDS/SAD.

6 - Plotador da navegação. Mantém o plotador de navegação do COC constantemente.

7 - Oficial de Vigia de Superfície. É designado em grandes navios que tem uma área destinada para rastreio de superfície chamada módulo de superfície. Supervisiona as operações dos radares de busca, DRT e outros equipamentos usados no apoio da missão.

8 - Oficial de Controle Aéreo. Designado em grandes navios de aviação que tem uma grande área ou módulo destinado a monitorização das operações de vôo.

9 - Coordenador de Vigilância de Superfície/Submarino (Surface/Subsurface Surveillance Coordinator (SSSC)). Geralmente designado em navios com mísseis cruise ou podem ser parte do estado maior embarcado. Suas tarefas são:
- Controla o emprego dos meios e armas de GSup e GAS;
- Coordena a identificação de contatos de superfície na área de vigilância do grupo tarefa;
- Responde ao SWC.

10 - Oficial de Guerra Eletrônica (Electronic Warfare Officer (EWO)). Não é geralmente um operador/observador designado no COC. Suas tarefas principais são:
- Responsável pela organização, operação e coordenação dos meios de GE do navio;
- Mantém a ordem de batalha eletrôncia (OBE) atualizada. A OBE é uma lista de características de interceptações eletrônicas em potencial, amigas e inimigas, que podem ser encontradas em uma área geográfica específica ou operação em particular;
- Estabelece um plano de controle de emissões incluindo o uso de evasão e técnicas de despistamento.

11 - Oficial de Ligação de Armas. Destinado a navios que não tem NTDS/SAD. Suas tarefas são:
- Efetuar a transferência de alvos dos radares de busca para os radares de DT;
- Designar alvos para as baterias apropriadas.

12 - Coordenador de Armas do Navio/ Oficial de Controle de Armas(Ship's Weapons Coordinator (SWC)/Weapons Control Officer (WCO)). É um observador de NTDS/SAD. É a ligação do TAO do sistema de armas do navio. Suas tarefas são:
- Através das funções de comando do NTDS/SAD, passa ordens de engajamento, setores de reação rápida e todas as ordens de disparo para as equipes de armas verbalmente ou eletrônicamente.

13 - Oficial de Ligação de Artilharia. Designado em grandes navios que tem capacidade de apoio de fogo naval com uma de suas missões. Suas tarefas são:
- Supervisionar as equipes de canhão;
- Agir como oficial de ligação entre o SWC/WCO e a equipe dos canhões.

Funções de Controle para GSup

1 - Controle de Emissões (EMCON). Manter a radiação eletromagnética do próprio navio de acordo com o plano do grupo EMCON.
2 - Controle de Ataque Eletrônico. O uso de interferência mecânica como o chaff ou interferência eletrônica será direcionada pelas estações/pessoal de comando e controle (CO ou TAO) e então executada pelo controle de GE. Isto será feito para prevenir as unidades inimigas de plotarem o navio precisamente ou prevenir que armas guiadas travem no navio.
3 - Lançamento de mísseis cruise. O emprego de mísseis cruise anti-navio(ASCM) e de ataque terrestre(TLAM) é feito através do COC de Superfície.
4 - Controle de Patrulhas de Combate Aéreo de Superfície (Surface Combat Air Patrol (SUCAP)). Aeronaves designadas para serem usada em tarefas ar-mar requerem controle e guiamento de unidades de superfície do Grupo Tarefa para realizarem seu ataque contra alvos de superfície inimigos.

CENTRO DE OPERAÇÕES DE COMBATE (COC) AÉREO

A função da GAA (Guerra Antiaérea) é negar ao inimigo o uso efetivo de seus meios aéreos. Para cumprir esta missão, o pessoal de GAA deve ser capaz de realizar suas tarefas da melhor maneira possível.

Equipamento do COC de GAA

Os principais equipamentos são:
- Repetidores de radar. Eles tem três usos primários na plotagem aérea. Fornecem acesso a qualquer radar de busca aéreo de bordo. Fornecem informações de direção e distância para plotagem, ou mostram pelo SAD. Fornecem transferência direta de dados de direção e distância para os radares de DT.

- IFF (Identification Friend or Foe). É o meio que fornece ao operador de radar as condições de identificar contatos aéreos como amigo ou potencialmente hostil (desconhecido). Uma não resposta pode significar que a aeronave seja neutra, hostil ou amiga com mau função no transponder. O equipamento IFF apresenta um código de sinal nos contatos do display de radar. Este código identifica muitas características como o tipo de aeronave, identificação da unidade, número de casco ou fuselagem, missão, altitude da aeronave e se a aeronave é militar ou civil.

Displays e Quadros de Status

Estes meios fornecem condições para os operadores organizarem e avaliarem o grande número de informações necessários para conduzir operações de GAA:
- Grade XY. É um display de movimento relativo mantido em um indicador de posição planejado (PPI), normalmente um console NTDS/SAD, durante operações de GAA. Ele mostra as forças do Grupo Tarefa, os contatos do próprio navio e de outras fontes. O console usa coordenadas cartesianas que são padronizadas para uso em data links de NTDS/SAD.
A Grade tem 4 quadrantes(Red, White, Blue e Green no sentido horário a partir do Noroeste) e a origem tem numeração 000 000. Um contato poderia ser chamado Red 030 100, o que significa que ele está no quadrante noroeste a 30 milhas oeste e 100 milhas norte.
- Large Screen Display (LSD) .
- Weapons Status Board. Mostra as armas atuais e o status de alerta.

Funções de Controle do COC em uma Evolução de GAA

- Controle de caças/interceptadores. Os caças de um NAe ou base em terra podem engajar ameaças a distância além dos radares dos navios. O controle destas interceptações serão transferidas pelo comandante de GAA para as unidades com radar com cobertura 3D da área ameaçada. Navios de superfície ou aeronaves AEW podem cumprir esta tarefa. A partir do COC, o controle de caças será realizado por especialistas com treino em Controle de Interceptação Aérea.

Oficial de Controle de Interceptação Aérea

Suas tarefas são:
- Responsável pelo controle de interceptações aéreas destinada ao navio. Deve ser versado em procedimentos e aeronaves como, performance de combate da aeronave, dados de consumo de combustível, requerimentos que afetam o pouso em tempo ruim, alcance da aeronave com combustível restante;
- Vetorar aeronaves até suas estações  de patrulha;
- Passar informações táticas entre o navio e aeronave;
O Oficial de Controle de Interceptação Aérea fornece três tipos de controle:
- Aproximado: interceptação de aeronaves é sua responsabilidade;
- Tático: interceptação de aeronaves é responsabilidade do piloto, mas o controlador continuará passando informações e instruções;
- Radiodifusão: O plano do piloto e interceptações executadas com o COC fornecendo informações quando necessário.

COC DE GUERRA ANTI-SUBMARINA - GAS

A função das operações de Guerra Anti-submarina (GAS) é negar ao inimigo o uso efetivo dos seus submarinos. Para cumprir esta missão, o pessoal de GAS deve ser capaz de realizar suas tarefas da melhor maneira possível.

COC nas Operações de GAS

O COC é o centro nervoso das operações de GAS, particularmente quando conduzindo buscas e ataques coordenados. É o único lugar a bordo de um navio com todas as instalações disponíveis para apresentar uma visão compreensiva da situação tática. As informações táticas relacionada com a situação de GAS é coletada no COC de várias fontes. Seu radar varre a procura de contatos de superfície e aéreos. Ele recebe informações visuais de vigias e aeronaves de GAS.   Além disso, o COC recebe informações de contato continuamente do sonar quando o navio esta envolvido ativamente em ações de GAS. O equipamento de GE pode detectar e localizar emissões submarinas e fornecer dados adicionais para solução do controle de fogo.

COC e Análise de Movimento do Alvo (TMA)

O TMA será feito no COC em displays gráficos como o DRT, prancha de manobra e plotadores gráficos de papel. Eles utilizam informações de sonar passivo para determinar o curso, velocidade e distância dos contatos. As informações dos sonares passivos incluem direção e frequência. O TMA não emite sinais, mas é lento (25-40 minutos) e o contato tem que manter um curso constante. Sua precisão é limitada.

Operadores de GAS no COC

- Avaliador de GAS. Tem o controle do COC durante as operações de GAS. Em situações de multi-ameaça, ele é responsável pelas operações de GAS sob a supervisão do TAO. Pode ordenas mudanças de direção e velocidade para a ponte, determina arcos de busca para o controle do soar e recomenda planos de busca para o CO/TAO/OOD se for necessário.

- Plotador DRT 1. Mantém a plotagem dos contatos de sonar e do navio nas operações de GAS. É responsável pelos dados, erros de dados, Área de Perigo Torpédico(TDA), e estima o tempo de chegada no TDA(ETA TDA).

- Plotador DRT 2. Faz plotagem em assistência aos navios, aeronaves, contatos sonar, armas disparadas e sonobóias com seus números de canais.

- Oficial de Controle Aéreo Anti-Submarino (ASTAC). É o responsável pelo controle das aeronaves de GAS destinadas ao navio (helicópteros embarcados e ou helicópteros e aeronaves assistidos pelas operações de GAS). Também passa dados táticos entre as aeronaves de GAS e o navio.

Oficial de Ação Tática (TAO). É o responsável pela segurança e emprego efetivo dos sistemas de combate GAS do navio. Pode dar permissão de disparar armas A/S ao ASWE baseado em informações e situação táticas. A autorização de lançamento de armas deverá estar esclarecido na ordem de batalha do CO.

- Supervisor de Sonar. Supervisiona o controle dos sonares incluindo os operadores de console e operações, informações recebidas, processadas e avaliadas e disseminação das informações aos operadores do COC.

- Vigias. Apóiam a ponte e COC com informações visuais como periscópios avistados, flares disparados por submarinos, esteiras produzidas por torpedos e localização de meios apoiados.

- Oficial de Vigia Engenheiro (EOOW). Assegura planos de engenharia para manter o navio silencioso e que a assinatura do navio seja efetiva. É responsável pelo sistema Praire/Masker se o navio estiver equipado.

Displays e Pranchas de Status na Plotagem de GAS

- Plotador de Ação Tática de GAS. É o mostrador geográfico no DRT que fornece um quadro geral dos meios de GAS empregados como o rastreio do próprio navio, contatos sonar, armas empregadas, aeronaves de GAS e seus contatos e status de armas, e o emprego de sonobóias.

- Quadro de Status de GAS. Fornece informações e o fluxograma para o processamento de contatos. Apresenta códigos de classificação de contatos, status dos contatos, sensores usados e meios empregados no processamento.

- Grade XY. Já discutido. Informa contados de superfície, aéreos e submarinos.

Funções de Controle do COC Durante a Evolução da GAS

- Controle de manobra do navio. Pode ordenar o curso e velocidade do navio para o emprego ótimo do navio. A ponte ainda tema a responsabilidade pela segurança em relação a navegação e colisão.
- Controle dos meios aéreos de GAS. O ASTAC é responsável pela utilização dos meios aéreos destinados ao navio em uma ação de GAS. O ASTAC deve ser familiarizado com as armas e sensores da aeronave de GAS, com as técnicas e doutrina de GAS aérea, procedimentos de emergência das aeronaves e procedimentos táticos.

SUMÁRIO

Com o aperfeiçoamento dos sistemas de C3, foram integrados novas capacidades. O uso intenso de computação e o manuseio de informações adicionaram o termo Computação e Inteligência resultando na sigla C4I. Com a adição e uso de outras tarefas e sistemas relacionados com vigilância, pontaria e reconhecimento (Surveillance, Target e Reconnaissance) aos sistemas C3, passaram a integrá-los na sigla C4ISTAR. Por exemplo, um UAV de reconhecimento e suas estações de comando e controle fazem parte de um sistema C4ISTAR. Como a função desses sistemas é trabalhar com informações, foi forjado o termo "Guerra de Informações" para tratar com os meios e tarefas relacionados. A Guerra de Informações também inclui meteorologia, navegação e Informações humana (HUMINT - Human Inteligence) que poderia ser a coleta de informações por agentes infiltrados, desertores, prisioneiros de guerra e colaboracionistas, o planejamento da missão, ensaio da missão, informações(SIGINT, IMINT, HUMINT), coordenação precisa da pontaria, identificação de alvos, compartilhamento de consciência da situação, sincronização rápida de forças conjuntas, interoperabilidade em tempo real, troca de informações, visualização de todo o espaço de batalha e relato de localizações.
De forma ofensiva, a Guerra de Informações seria usada junto com os outros meios para diminuir o desempenho dos sistemas C4ISTAR do inimigo. O principal seria a Guerra Eletrônica apoiado por aeronaves de ataque e mísseis.

"All warfare is based on deception. Therefore, when capable, feign incapacity; when active, inactivity. When near, make it appear that you are far away; when far away, that you are near. Offer the enemy a bait to lure him; feign disorder and strike him"
Sun Tzu


 

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