NSM - Novo Míssil Anti-navio


NSM é o acrônimo norueguês para Nytt Sjomalsmissil (novo míssil anti-navio), esta sendo desenvolvido depois de um contrato assinado em dezembro de 1996 entre a empresa norueguesa Kongsberg Defence & Aerospace AS (KDA) e a francesa Aerospatiale Matra Missiles (AMM) - agora parte da DaimlerChrysler Aerospace (DASA)/TDW. O contrato é de cerca de US$170 milhões junto com investimentos adicionais pela KDA e DASA de cerca de US$20 milhões.

A DASA esta envolvida na área de propulsão e características furtivas. A propulsão é de um turbofan Microturbo TRI-40 equipado com alternador para gerar eletricidade para que o míssil não precise levar bateria.

O NSM básico terá com comprimento de 3,95m e peso de 347kg (412kg com o impulsor) e alcance de 150km voando a velocidade subsônica alta.

O NSM é um míssil do tipo "dispare-e-equeça" equipado com GPS e INS para navegação de meio curso. A cabeça de busca de imagem infra-vermelho (IIR) tem alta definição e usa software de classificação de alvos. O míssil pode ser programado para navegar precisamente pelo terreno (centenas de pontos de baliza). Um cenário típico pode ser o disparo de 4-8 mísseis chegando ao mesmo tempo de várias direções ou convergindo do mesmo lado de um alvo.

O sensor IIR foi desenvolvido pela KDA junto com a empresa FFI norueguesa e testado num Twin Otter e F-5 norueguês.

A seção frontal do míssil com o sensor IIR e altímetro laser de baixa energia é estabilizado para não perder visão com o terreno enquanto manobra. O buscador IIR detecta, classifica e seleciona alvo em águas confinadas e determina o melhor ponto de impacto.

Os testes do buscador contra contramedidas e altitudes baixas irá até 2004. Os testes reais serão entre 2001 e 2004 na costa francesa do Mediterrâneo próximo a Toulon. Nos testes um F-5 com o buscador IIR irá checar a assinatura do alvo e o perfil de vôo usado para diminuir o número de disparos e aumentar os dados de teste.

Os testes de validação técnica serão em 2004 na costa da Califórnia.

A seleção do IIR foi parcialmente histórica pois é usada no Penguim e para ser usada próximo ao litoral por ter mais vantagem que um radar ativo. Embora o desempenho do IIR possa ser diminuído por fatores ambientais como alta umidade, isso não é problema nas altas latitudes como a Noruega. O sensor IIR também tem um bom desempenho em contra-contramedidas eletrônicas em relação aos mísseis equipados com radar.

A letalidade será determinada pela furtividade e agilidade 3D para penetrar as defesas e pela capacidade de selecionar o ponto de impacto para a ogiva de 120kg. As versões anti-navio podem ter uma ogiva desenvolvida pela empresa TDW alemã. A espoleta programável inteligente detona a ogiva no compartimento mais crítico do alvo.

O ponto de impacto pode ser determinado para os vários tipos de navios que podem ser encontrados. É possível apontar a arma previamente para atingir um certo navio em uma formação ou determinar vários acertos em partes diferentes de um navio com um ataque de vários mísseis.

Os mísseis também podem ser programados para voar um padrão de reataque e no caso de ataque múltiplo o padrão de reataque pode ser programado para criar confusão no sistema de defesa inimigo.

Num ataque em grupo o NSM realiza manobras de alto G alguns manobrando em 1 plano e outros em dois planos para saturar o alvo.

Entre as características furtivas estão incluídos propulsor sem fumaça no booster, baixa assinatura de radar e IR devido a tratamento da forma e uso de materias especiais como materiais compostos e RAM na entrada de ar. Outra característica é o lançamento em ângulos agudos ao invés de verticalmente.

A integração com a primeira fragata Norueguesa da classe Fridtjof Nansen será em 2003 e a entrada em serviço para avaliação em 2005.

O casulo de lançamento terá 4m de comprimento com 81x80cm e peso total de 710 kg com o míssil. O míssil fica na posição dorsal (cabeça para baixo) durante a armazenagem e é automaticamente virado para a posição ventral após o lançamento e ejeção dos boosters.

O número de mísseis levado é geralmente duas baterias de quatro mísseis montados em uma rampa.

O míssil foi planejado para ficar armazenado por três anos até passar por uma revisão. A vida útil é de 30 anos e as revisões principais a cada 5-10 anos.


Configuração interna do NSM.

Dados Técnicos:
Alcance : >120 km
Comprimento: 3,95 m (com booster)
Largura: 0,69 m (asa dobrada)
Altura: 0,60 m (asa dobrada)
Peso no lançamento: 412kg
Peso em vôo: 347kg


A embarcação de efeito de superfície norueguês da classe Skjold será equipada com o NSM junto com um canhão Bofors de 57mm, torpedos pesados, radar de busca Sea Giraffe, radar de controle de tiro CelsiusTech CEROS 200 e sensor eletro-ótico da SAGEM. Os lançadores do NSM estão embutidos na proa em ângulo agudo.

O NSM competiu com o RBS-15 Mk3 e Harpoon para equipar as corvetas K-130 alemãs. O RBS-15 venceu a concorrência.

O míssil também terá uma versão lançada de aeronaves/helicópteros e bateria costeira.


O NSM foi testado na versão naval do helicóptero NH-90. É uma das opções de armamentos do helicóptero para missões anti-navio. A Noruega também pretende integrar nos seus futuros F-35.


Teste do booster. Em 15 de junho de 2004 foi realizado um teste com sucesso do NSM. O míssil seguiu uma trilha de vôo complexa de 140km.

A KDA e AAM estão estudando versão de maior alcance do NSM com um alcance de mais de 250km para preencher os requerimentos da Noruega e outros interessados em um míssil de longo alcance de ataque terrestre de precisão e missões anti-navio em mar aberto.

A nova variante do NSM terá uma fuselagem reforçada para acomodar combustível adicional e aviônicos que permitem que a arma receba atualizações para guiagem de meio curso da plataforma lançadora através de retransmissão por helicóptero.

O foco do uso de mísseis anti-navio (ASM em inglês) no ocidente está mudando das missões tradicionais de águas azuis para outras capacidades como áreas no litoral e ataque terrestre. Os ASM foram usada contra alvos em terra inicialmente pela India ao atacar bases navais no Paquistão com mísseis Styx em 1973 e mais recentemente pelo Iraque com o uso de mísseis Exocet contra instalações de armazenamento de óleo iranianos próximos a praia durante a Guerra do Golfo em 1980-88.

Os mísseis guiados navais (SSGW) do futuro devem ser capazes de selecionar uma alvo em águas congestionadas, detectar e atingir um navio ao redor de ilhas, posicionado contra a costa ou parado num porto e também encontrar e atacar alvos em terra. Os alvos típicos em terra podem ser baterias de mísseis costeiros, mísseis antiaéreos, estações de radar, construções grandes, instalações portuárias e bases aéreas(principalmente aeronaves estacionadas em áreas abertas).

O uso em litoral inclui a praia e área terrestre próxima e os mísseis devem ter velocidade baixa e sensor adequado para localizar alvos com clutter alto.

Os mísseis usam velocidade, furtividade e agilidade para atrapalhar as defesas inimigas. São características conflitantes pois um míssil pode ser manobravel e supersônico mas, ao mesmo tempo, não poderá voar muito baixo e ser furtivo. A velocidade atrapalha a furtividade devido aos requisitos aerodinâmicos e por aumentar a assinatura térmica. Para otimizar a furtividade é importante manter uma velocidade subsônica e usar sensor passivo.

A velocidade subsônica é necessária próxima ao litoral devido a necessidade de tempo para buscar alvos. O vôo em áreas próximas ao litoral requer o contorno de ilhas e sobrevôo de terra que é facilitado com manobrabilidade. Os mísseis supersônico são caros e grandes e úteis em mar aberto.

A manobrabilidade é usada para disparos não diretamente contra o alvo para mascarar a posição da plataforma lançadora, facilitar o ataque sincronizado de vários mísseis, realizar padrão de busca em uma grande área, realizar manobras de reataque e realizar manobras de alto G para atrapalhar as defesas.

A KDA e DASA esperam que tenham acertado nos requisitos de um míssil que preencha as necessidades de um SSGW para atuar no litoral e ganhar concorrências de outras marinhas.
 
 
O NSM substituirá o Penguim Mk 1 IR nas 14 FAC norueguesas da classe Hauk e equipara as futuras escoltas norueguesas a partir de 2005. Um possível nome do NSM é Penguim IV.


Configuração mais atual do NSM.


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